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ESCOLA POLITÉCNICA
DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA
MESTRADO PROFISSIONAL EM
GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS
AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO
SALVADOR
2006
OSMAR CARVALHO SERRA
Salvador – BA
2006
S4871i Serra, Osmar Carvalho
Identificação de oportunidades para redução das perdas de
água e energia em um sistema de geração e distribuição de vapor. /
Osmar Carvalho Serra. – Salvador, 2006.
204 p.; il., color.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo de Araújo Kalid
Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias
Ambientais no Processo Produtivo. Ênfase em Produção Limpa) –
Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal da
Bahia, 2006.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Ricardo de Araújo Kalid, pelo incentivo e pelas
contribuições no aprimoramento deste trabalho.
A minha esposa, Penha, e minha filha, Patrícia, pelo apoio e incentivo e por terem
me ajudado a encontrar tempo para desenvolver as atividades demandadas para a
conclusão desse trabalho, tendo paciência e abrindo mão das horas de lazer.
À minha mãe, Josenita, por ter sido a minha primeira professora e pelo incentivo na
busca do crescimento através da educação.
Aos colegas da Braskem pela presteza com que forneceram dados e informações
relevantes para a elaboração desta dissertação.
Acima de tudo, agradeço a Deus, inesgotável fonte de inspiração e poder, por ter me
iluminado e me dado forças para superar todas as dificuldades.
RESUMO
This dissertation is a case study focused on the steam system that serves to a great
petrochemical complex, located in the municipal district of Camaçari, in the Salvador
Metropolitan Area, State of Bahia. This steam system is part of a cogeneration power
plant that produces electricity and steam, being integrated with many petrochemical
industries in this industrial complex. This study was intended to achieve three goals:
The first goal was to quantify losses of water and energy in the generation steam
system and in the steam distribution system. The second goal was to characterize
these losses, identifying the main points where they happen. The last one was to
evaluate the feasibility of improvements in that system, through the measurement of
environmental and economic results obtained with two improvements already
accomplished. The information to support this study comprised data of process,
sales, laboratory analyses, on line analyzer, etc., embracing the period from 2002 to
2004. Applying the principles concerned with mass and energy conservation, the
analysis of these data showed that the losses of water and energy in the steam
system are significant and that the environmental and economic results that can be
obtained with improvements are very attractive. Based on these results, it was
recommended the accomplishment of future studies to increase the knowledge of this
system, giving focus mainly in the points where the losses were more significant.
Figura 4.1 – Volume de controle para o balanço de água em uma caldeira ...... 99
Figura 4.5 – Vaso de “flash” atmosférico com condensador de vapor ............. 113
Figura 5.3 – Concentração de sílica no vapor produzido pelas caldeiras ....... 142
Figura 5.6 – Histogramas dos dados referentes à purga das caldeiras ........... 145
Figura 5.12 – Distribuição de freqüências das vazões de vapor de 4,6 bar para
atmosfera após a implantação das melhorias para redução
das perdas ................................................................................... 157
Figura A.4 – Visão geral de uma caldeira de queima frontal ........................... 178
Figura A.5 – Ilustração dos processos típicos das plantas de Olefinas .......... 181
Tabela 4.5 – Variação das purgas médias mensais das caldeiras no período
2002 a 2004 ................................................................................ 101
Tabela 4.6 – Perda de energia associada com a perda de água pela purga
das caldeiras ............................................................................... 102
Tabela 4.7 – Variação das purgas médias mensais dos fornos de pirólise
do subsistema 2 no período 2002 a 2004 ................................... 104
Tabela 4.8 – Flash da purga dos fornos de pirólise do subsistema 2 ............. 107
Tabela 4.9 – Perda de energia associada com a perda efetiva de água pela
purga dos fornos de pirólise do subsistema 2 ............................ 107
Tabela 4.10 – Variação das purgas médias mensais dos fornos de processo
da planta de Aromáticos 1 no período 2002 a 2004 ................... 108
Tabela 4.11 – Perda de energia associada com as perdas de água pela purga
dos fornos de processo da planta de Aromáticos 1 ..................... 109
Tabela 4.12– Variação das purgas médias mensais dos fornos de pirólise do
subsistema 3 no período 2002 a 2004 ......................................... 110
Tabela 4.13 – ”flash” da purga dos fornos de pirólise do subsistema 3 ............ 111
Tabela 4.15 – Perdas de água e energia pelo alívio dos desaeradores ........... 112
Tabela 4.16 – Perdas de água e energia pelo alívio dos vasos de “flash”
de condensado ............................................................................ 114
Tabela 4.25 – Relevância das oportunidades para redução das perdas de água
e energia no sistema de vapor com base nos dados de 2004 .... 135
Tabela 5.2 – Teste-Z: duas amostras para médias (purga das caldeiras) ....... 146
Tabela 5.4 – Ganhos com a redução da purga das caldeiras ........................... 149
Tabela 5.5 – Balanço de massa no coletor de vapor de 4,6 bar ...................... 151
Tabela 5.6 – Ganhos com a redução da perda de vapor de 4,6 bar para
atmosfera pelo sistema de controle de pressão ......................... 159
Tabela A.3 – Distribuição dos trocadores de calor na UNIB que usam vapor
como fonte de calor ................................................................... 197
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CPD Ciclopentadieno
DCPD Di-ciclopentadieno
DMF Dimetil-formamida
MTBE metil-terc-butil-éter
PC Controlador de pressão
I Irreversibilidades de um processo
Pr Número de Prandtl
S Entropia
T Temperatura
V16 A-1 Vazão de vapor de 16 bar gerado nos fornos de Aromáticos 1, [kg/h]
V124 OF-1 Vazão de vapor de 124 bar gerado nos fornos de Olefinas 1, [kg/h]
V124 OF-2 Vazão de vapor de 124 bar gerado nos fornos de Olefinas 2, [kg/h]
μ Viscosidade, [kg/s m]
σ2 Y Variância da variável Y.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 29
3. METODOLOGIA ................................................................................ 72
1. INTRODUÇÃO
O quadro atual mostra que o uso racional, e cada vez mais eficiente dos
recursos naturais, passou a fazer parte da visão estratégica das organizações, não
só pelo aspecto da competitividade e custo, mas, principalmente, pela visão da
sustentabilidade e da sobrevivência dos negócios.
Este Pólo foi planejado de forma integrada, tendo sido concebido de modo
que a produção de matérias primas e utilidades fosse concentrada numa única
Introdução 32
empresa, a partir da qual esses insumos deveriam ser distribuídos por tubovias para
as demais indústrias, denominadas de segunda geração na cadeia petroquímica,
instaladas ao redor (PIRES, 2003).
1.3. QUESTÃO-PROBLEMA
Capítulo 1 – Introdução
Capítulo 6 – Conclusões.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. INTRODUÇÂO
Também, nas ruínas de Pompéia foi encontrada uma caldeira primitiva para
uso em necessidades domésticas. Porém, naquela época não se tem registro de
qualquer aplicação comercial envolvendo o uso de vapor.
credencia para este uso é a capacidade de armazenar calor, que é bem maior a dos
outros fluidos térmicos usuais na indústria.
O vapor d’água reúne outras qualidades que tornam seu uso atraente para a
atividade industrial, como elemento de transporte de energia, a saber:
Consumo de energia
Produto fornecida por vapor
(kJ/kg)
Etilbenzeno/Estireno 34.900
Caprolactama 22.540
Etileno 17.900
Ciclohexano 17.890
Fenol/Acetona 17.350
Amônia 11.780
Poliestireno 4.940
Dicloroetano/PVC 3.840
Uréia 1.120
Uma unidade termelétrica pode ser definida como uma instalação cuja
finalidade é a geração de energia elétrica a partir de vapor gerado em caldeiras
(ALMEIDA, 2005). Em unidades que aplicam o ciclo básico de Rankine, o processo
pode ser dividido em quatro etapas.
Os ciclos de vapor com co-geração são aplicáveis a uma faixa muito grande
de capacidades, indo desde pequenas instalações industriais ou institucionais até
grandes centrais que produzem energia elétrica e vapor para servir a grandes
cidades ou para grandes instalações industriais como petroquímica, papel e celulose
(BOISSENIN, 1992).
Normalmente, nem todo vapor produzido pela caldeira chega aos diversos
usuários, como também nem todo condensado gerado a partir do uso do vapor como
fonte de aquecimento retorna à caldeira. Há uma perda contínua de condensado e
vapor, o que resulta num déficit permanente de água no ciclo de geração
(HARRELL, 2002).
Referencial teórico 48
Estas perdas, se não forem alvo de um controle rigoroso, com vista à sua
detecção e posterior eliminação, têm tendência a agravar-se, podendo constituir-se
na principal causa de desperdício energético da instalação.
Nos itens a seguir, essas perdas serão abordadas com mais detalhes.
Referencial teórico 49
De acordo com Barrett e outros (1971), caldeira pode ser considerada como
um sistema composto por trocadores de calor integrados, onde o fluido do lado
quente é a mistura resultante da combustão do combustível e o fluido do lado frio é a
água que entra como líquido e sai como vapor. Em outros sistemas de geração de
vapor, que não caldeira propriamente dita, o princípio básico é o mesmo: a água
recebe energia térmica de uma fonte quente (resistência elétrica, correntes de
processo com altas temperaturas, aproveitamento energético secundário de gases
de combustão de turbinas a gás ou fornos de processo), vaporiza parcialmente e é
feita a separação das fases líquida e vapor em vaso separador denominado de
tubulão.
pH 8,8 pH 9
5
pH 9,5 pH 10
Concentração de sílica na água
4
da caldeira (ppm)
0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
pressão (bar)
9 corrosão;
Por outro lado, se a purga não for suficiente, serão formados depósitos e
incrustações nos tubos da caldeira, resultando na diminuição das taxas de
transferência de calor e falha por corrosão e superaquecimento (SEVERNS e outros,
1975). Além disto, poderá ocorrer a contaminação do vapor produzido com sílica e
outras impurezas, causando danos às turbinas (NAVITSKY e GRABOWSKI, 1988).
Pelo acima exposto, a purga ainda é uma perda que faz parte processo de
geração de vapor. Por outro lado, é necessário que seja mantido um controle
sistemático sobre os parâmetros químicos que determinam os limites que precisam
ser obedecidos, para que vazões adicionais de purga não venham a ser perdas
desnecessárias.
9 vazamentos de vapor.
Referencial teórico 57
seguinte expressão.
Onde:
Q = Q c + Qr (2.2)
Onde:
De acordo com Kern (1999), a parcela da perda de calor por radiação pode
ser calculada pela equação apresentada a seguir.
Onde:
Onde:
2
hc De 0,387 RaD1/6
= Nu = 0,60 + (2.5)
k [1 + (0,559/Pr)9/6]8/27
Onde:
cp μ
Pr = (2.7)
k
Outro aspecto que pode ser observado pela comparação das equações
(2.3) e (2.4) é que a perda de calor por radiação (Qr) depende fortemente da
temperatura da superfície externa da tubulação, enquanto a perda de calor por
convecção (Qc) depende fracamente dessa temperatura. Assim, quanto maiores
forem as temperaturas das superfícies externas da tubulação, maior será o
predomínio da perda de calor por radiação em relação à perda por convecção.
2.9.3. Purgadores
Onde:
ΔMestoque
m1 h1 – m2 h2 = Qrev – W (2.9)
Onde:
m1 h1 - m2 h2 (2.10)
ηenerg =
QT
W (2.11)
ηenerg =
QT
δQ (2.12)
dS >
T
Onde:
S – Entropia.
Q – Calor.
T – Temperatura absoluta.
T2
∫
δQrev
s2 - s1 = (2.13)
T
T1
Onde:
ε = εf + εq + εc + εp (2.14)
Referencial teórico 68
A exergia física (εf) corresponde ao máximo trabalho que pode ser obtido
pelo sistema desde um estado inicial a uma temperatura T e uma pressão P até um
estado final com T0 e P0, sendo este último o meio ambiente de referência. O cálculo
desta componente da exergia é dado pala expressão seguinte.
A exergia química (εq) expressa o máximo trabalho que pode ser obtido a
partir da diferença da composição química de um sistema com relação ao meio
ambiente. Em um sistema de geração de vapor, a exergia química está vinculada à
combustão e corresponde às transformações dos componentes do combustível em
compostos estáveis existentes no ar atmosférico. Para o cálculo da exergia química
dos combustíveis, considera-se que existe uma relação entre o seu poder calorífico
inferior (PCI) e sua exergia química (SZARGUT, MORRIS e STEWARD, 1988). Esta
relação é dada pela expressão apresentada a seguir.
εq
Φ = (2.16)
PCI
Onde:
εp = g z (2.17)
Onde:
εc = ½ V2 (2.18)
Onde:
I – Irreversibilidades.
Onde:
Exsaída + W
ηexerg = (2.21)
Exent + ExQ
Onde:
3. METODOLOGIA
3.1. INTRODUÇÃO
9 Percentual de reciclo.
Pressão Temperatura
Denominação do manométrica
coletor (bar) (oC)
V-44 44 390
V-16 16 280
dos preaquecedores de água das caldeiras. Estas correntes são direcionadas para
os desaeradores, onde ocorre a preparação da água que vai alimentar as caldeiras.
Onde:
9 Purga dos tubulões dos fornos – Essa corrente não possui medição de
vazão, porém pode ser calculada através do balanço de massa de uma
impureza chave em cada tubulão, conforme a metodologia apresentada
no capítulo 4 (item 4.3.2).
9 Vapor de 4,6 bar para o desaerador – Essa corrente também não possui
medição de vazão. Porém, como o desaerador opera numa pressão fixa
conhecida e no ponto de saturação, permite que essa vazão de vapor
seja calculada através de balanços de massa e energia.
Metodologia 79
Onde:
COND2 = V124 OF-1 + V16 A-1 + POF-1 + PA-1 – V4,6 – AGD2 (3.5)
Onde:
9 Purga dos tubulões dos fornos – Essa corrente não possui medição de
vazão, porém pode ser calculada através do balanço de massa de uma
impureza chave em cada tubulão, conforme a metodologia apresentada
no capítulo 4 (item 4.3.2).
9 Vapor de 4,6 bar para o desaerador – Essa corrente também não possui
medição de vazão. Porém, como o desaerador opera numa pressão fixa
conhecida e no ponto de saturação, permite que essa vazão de vapor
seja calculada através de balanços de massa e energia.
Metodologia 81
Onde:
Onde:
Onde:
Para fazer a identificação das correntes de saída de água do ciclo, foi feita
análise qualitativa dos diversos processos apresentados no Apêndice A. Esta
análise teve como objetivo localizar correntes de vapor ou de condensado que saem
do ciclo e que geram déficit no balanço de água do sistema.
Para facilitar esta análise, o sistema de vapor foi dividido em três partes:
9 sistema de geração de vapor;
9 sistema de distribuição;
Para fazer a identificação das saídas de água em cada subsistema, foi feita
avaliação dos respectivos fluxogramas de processo, compreendendo todas as
etapas acima descritas. O resultado dessa avaliação é mostrado nas figuras 3.1, 3.2
e 3.3 que ilustram onde ocorrem as saídas contínuas de água do ciclo nos três
subsistemas de geração de vapor. Tais saídas são:
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. INTRODUÇÃO
(fornos de pirólise da planta de olefinas 1) que passou de 7,5 % em 2002 para 10,3
% em 2004.
mp = ma – mv (4.1)
Onde:
vapor
saturado
v
água de
alimentação
a
purga
Figura 4.1 – Volume de controle para o balanço de água em uma
caldeira
O recurso que foi usado para calcular a vazão de purga das caldeiras foi
fazer-se o balanço de massa de uma espécie química chave presente na água. Tal
espécie química poderia ter sido uma das impurezas existentes na água de
alimentação, como a sílica, por exemplo, mas foi usado um composto desenvolvido
Resultados e Discussão 100
por uma empresa que fornece produtos químicos para sistemas de geração de
vapor, o qual possui as seguintes propriedades:
Porém, por ser um segredo tecnológico, a sua fórmula química não pode ser
revelada.
Onde:
Onde:
mv (Xa – Xv)
mp = (4.4)
Xp – Xa
Tabela 4.7 - Variação das purgas médias mensais dos fornos de pirólise
do subsistema 2 no período 2002 a 2004
Resultados e Discussão 105
mc (hcond – hL)
mv = (4.5)
hv – hL
m L = mc – mv (4.6)
Onde:
do ciclo de geração de vapor ainda foi muito alta durante o período em que os dados
foram analisados.
Tabela 4.10 - Variação das purgas médias mensais dos fornos de processo da
planta de Aromáticos 1 no período 2002 a 2004
Os dados da tabela 4.10 mostram que a purga dos fornos, expressa como
percentual da vazão de água de alimentação, foi bem menor que os valores
apresentados pelos fornos de pirólise do mesmo subsistema 2 de geração de vapor.
Observa-se ainda que esses resultados foram maiores que os apresentados pelas
caldeiras e bem menores que os dos fornos de pirólise, não havendo também
tendência de crescimento ao longo do tempo.
Tabela 4.11 - Perda de energia associada com as perdas de água pela purga dos
fornos de processo da planta de Aromáticos 1
Tabela 4.12 - Variação das purgas médias mensais dos fornos de pirólise do
subsistema 3 no período 2002 a 2004
Subsistema 1 5 13.200.600
Subsistema 2 3 7.920.360
Formação de condensado
Para fazer a estimativa dessa perda, foi feito um trabalho com uma empresa
especializada na fabricação e manutenção de purgadores (SPIRAX SARCO). Neste
trabalho, foram cadastrados todos os pontos de drenagem de condensado
existentes no sistema de distribuição de vapor, bem como foi feita uma avaliação do
estado operacional de cada ponto e, finalmente, a estimativa das respectivas
perdas.
Tabela 4.18 – Perda de vapor por vazamento nos pontos de drenagem de condensado
[Fonte: (SPIRAX SARCO, 2004)]
3.380 purgadores, dos quais 1.209 estavam dando passagem, na época em que as
medições foram realizadas, correspondendo a uma perda de vapor de cerca de 42
t/h com a seguinte distribuição: 43% de vapor de 44 bar, 40 % de vapor de 16 bar e
17% de vapor de 4,6 bar.
9 A outra parte das correntes de vapor não possui medição de vazão. Para
esses casos, foram levantados os dados de projeto de cada
equipamento envolvido e adotada a premissa de que estes operam
numa condição fixa. Dessa forma, foram estimadas as vazões de saída
de água do ciclo para os grupos 5, 6, 7 e 8 da tabela 4.19.
Os resultados dessa tabela mostram que cerca de 390 t/h de água saem do
ciclo de geração de vapor dentro da UNIB, referindo-se este montante apenas à
forma em que se dá o uso do vapor.
Tabela 4.21 - Perdas de energia associadas com o vapor lançado na atmosfera pelo
sistema de controle de pressão do coletor de 4,6 bar
Figura 4.24 - Distribuição das formas de saída de água em cada fase do ciclo
de geração, distribuição e uso do vapor
Figura 4.7 - Saídas efetivas de água do ciclo de geração de vapor através dos sistemas
de purga
105 PE fC PMCO2
ECO2 = (4.8)
η PMC PCIOCA1
Onde:
Custo
105 PE COCA1
CPE = (4.10)
η PCIOCA1
Onde:
Tabela 4.25 - Relevância das oportunidades para redução das perdas de água e
energia no sistema de vapor, com base nos dados de 2004
traços de vapor em linhas que operam com produtos viscosos e estações de uso
geral de vapor de baixa pressão.
Por exemplo, se apenas o critério custo for utilizado para priorizar as ações
que irão tratar as perdas que foram identificadas neste trabalho, a oportunidade
número 9 da tabela 4.25 (perda pelo não retorno do condensado gerado em
trocadores de calor), com uma perda de cerca de 1,36 milhões de t/ano de água,
estaria entre as últimas a serem tratadas, pois o custo anual de R$ 1,582 Milhões
com a água desmineralizada para reposição é relativamente baixo, quando se
compara com os custos relacionados com as demais oportunidades.
5.1. INTRODUÇÃO
Nesse capítulo serão apresentados dois trabalhos que foram realizados com
o objetivo de reduzir perdas de água e energia no sistema de vapor. Esses trabalhos
foram desenvolvidos a partir de 2003 e os seus efeitos na melhoria do desempenho
global desse sistema foram percebidos durante a realização dos balanços
realizados.
caldeira. Esta perda ocorre para manter as concentrações das impurezas dentro de
limites que não causem danos nem para a caldeira nem para os equipamentos que
usam o vapor. O que se discute, porém, é a necessidade de um controle sistemático
sobre os parâmetros que determinam esses limites, de modo que a purga possa ser
gerenciada e mantida nos menores valores possíveis (HARRELL, 2002).
Limite ou faixa de
Parâmetro
controle
pH 9,1 – 9,6
Fosfato (ppm) 2 – 6
9 Registro gráfico dos dados analíticos da água das caldeiras (pH, fosfato,
condutividade, sílica e cloreto) em local visível e próximo ao painel de
controle.
Figura 5.5 - Purga das caldeiras após a implantação da sistemática para minimização
das perdas
Trabalhos Realizados para Reduzir Perdas 145
A análise estatística dos dados que geraram a figura 5.4 mostra que estes
seguem uma distribuição de freqüências normal, segundo o critério de eliminação
dos dados espúrios de Chauvenet apresentado por Vuolo (1996). Fazendo-se a
análise dos dados que geraram a figura 5.5, usando-se o mesmo critério, chega-se à
conclusão de que estes também seguem uma distribuição normal. A figura 5.6
mostra os histogramas desses dados.
Figura 5.6 - Histogramas dos dados referentes à purga das caldeiras. (a) período anterior
à implantação do trabalho para minimização das perdas; (b) período posterior
à implantação desse trabalho.
Assim, a análise estatística dos dados que geraram a figura 5.4 mostra que,
para um intervalo de confiança de 95 %, a média das purgas das caldeiras antes da
Trabalhos Realizados para Reduzir Perdas 146
A análise estatística dos dados que geraram as figuras 5.1 e 5.7 mostra que
estes seguem distribuições normais, conforme pode ser observado nos Histogramas
apresentados na figura 5.8.
Figura 5.8 - Histogramas dos dados referentes à condutividade da água das caldeiras.
(a) período anterior à implantação do programa para minimização das perdas;
(b) período posterior à implantação desse programa.
Assim, a análise estatística dos dados que geraram a figura 5.1 mostra que,
para um intervalo de confiança de 95 %, a média da condutividade da água das
caldeiras, antes da implantação da sistemática de acompanhamento, era de 24,28
μS/cm, apresentando uma incerteza de + 0,26 μS/cm. A mesma análise para os
dados da figura 5.7 mostra que a média da condutividade da água das caldeiras,
Trabalhos Realizados para Reduzir Perdas 148
A tabela 5.4 apresenta os ganhos obtidos. Para construir esta tabela, foi
considerada como referência uma geração média de vapor de 124 bar de 1.100 t/h,
que é muito próxima do valor médio do período de 2002 a 2004.
Os valores da coluna A, para cada item da tabela 5.4, foram calculados para
uma geração de vapor de 1.100 t/h e as caldeiras operando com uma purga média
de 3,87 %, que foi o valor apurado para o período anterior à implantação das
melhorias para a diminuição da purga. Os valores da coluna B foram também
calculados usando os mesmos critérios, só que considerando uma purga média de
1,47 % que foi o valor apurado para o período posterior à implantação das
melhorias.
A redução total dos custos com água, produtos químicos e óleo combustível
perfaz um total de 711,69 R$/h ou de 6,2 milhões de R$/ano. Deve-se ressaltar que
para a obtenção desses resultados não foi feito nenhum investimento de capital,
tendo ocorrido apenas um aumento do número de análises de laboratório com um
custo adicional estimado de R$ 20.000 por ano.
De acordo com os dados da tabela 5.5, a geração total de vapor de 4,6 bar
esperada na condição básica de projeto seria de 623 t/h, enquanto que o consumo
Trabalhos Realizados para Reduzir Perdas 152
total seria de 527 t/h. Com isto, haveria um excedente de 96 t/h vapor nesta pressão
que seria lançado na atmosfera através do sistema de controle.
Figura 5.9 - Vazão de vapor para atmosfera pelo sistema de controle de pressão do
coletor de 4,6 bar antes das medidas para reduzir perdas
Foi visto, porém, que esta alternativa apresentava restrição, uma vez que
para diminuir a geração de vapor de baixa pressão (4,6 bar), diminui também o
consumo de vapor nos níveis de pressão intermediários – 44 bar e 16 bar –,
limitando a geração de energia elétrica nos turbogeradores. Esta restrição, porém
não inviabilizou a aplicação da alternativa, visto que havia folga no sistema elétrico
suficiente para absorver a nova configuração.
O ponto chave desta possibilidade estava no fato de que a maior parte das
57 turbinas quantificadas na tabela 5.5 – e que geram vapor de 4,6 bar no exausto –
já operavam em paralelo com motores elétricos, acionando equipamentos rotativos
que desempenham a mesma função no processo. Ocorre, porém que, sob o ponto
de vista da segurança do processo, o acionamento com turbina é mais confiável que
com motor elétrico, uma vez que o suprimento de vapor é menos sujeito a falha que
o suprimento de eletricidade (ALMEIDA, 2005).
Figura 5.10 - Vazão de vapor para atmosfera pelo sistema de controle de pressão do
coletor de 4,6 bar após as medidas para reduzir perdas
A análise estatística dos dados que geraram a figura 5.9 mostra que estes
seguem uma distribuição de freqüências normal, conforme pode ser observado no
Trabalhos Realizados para Reduzir Perdas 156
Figura 5.11 - Distribuição de freqüências das vazões de vapor de 4,6 bar para atmosfera
antes da implantação das melhorias para redução das perdas
Quanto aos dados que geraram a figura 5.10 – vazão de vapor de 4,6 bar
lançado na atmosfera após a implantação das melhorias para redução das perdas, a
análise estatística mostra que estes não seguem uma distribuição normal, mas sim
uma distribuição Log-normal, conforme pode ser observado nos histogramas
apresentados nas figuras 5.12a e 5.12b.
Figura 5.12 - Distribuição de freqüências das vazões de vapor de 4,6 bar para atmosfera
após a implantação das melhorias para redução das perdas.
(a) Histograma da variável X = vazão da perda de vapor de 4,6 bar;
(b) Histograma da variável Y = Ln(X).
De acordo com Lapponi (2000), a média de uma variável que segue uma
distribuição Log-normal é dada pela expressão a seguir.
σ2Y
μY +
μX = e 2 (5.1)
Onde:
μX = Média da variável X que segue uma distribuição Log-normal.
possível eliminar a perda de vapor para atmosfera. As principais razões para esta
aparente incoerência são:
Tabela 5.6 - Ganhos com a redução da perda de vapor de 4,6 bar para
atmosfera pelo sistema de controle de pressão.
Notas: (1) - Foi considerado óleo combustível OCA1 com poder calorífico inferior de
40.000 kJ/kg e eficiência energética das caldeiras de 92 %; (2) - O custo da
água desmineralizada, incluindo os produtos químicos, foi de 1,17 R$/t; (3) -
Custo do OCA1: 700,00 R$/t; (4) - Custo da eletricidade: 80,00 R$/MWh.
O resultado desse trabalho foi uma significativa redução das perdas de água
e energia, com expressivos ganhos ambientais e econômicos, sem que houvesse
aumento de risco para o processo.
6. CONCLUSÕES
A análise dos dados nesse período mostrou que o montante das saídas de
água do ciclo de geração de vapor foi composto de duas grandes parcelas:
O processo de identificação das perdas procurou ser abrangente, mas nem todas as
questões levantadas foram tratadas nesse trabalho. Visando o aprofundamento da
análise desse sistema de vapor e tendo como objetivo encontrar soluções que
viabilizem a redução das perdas, propõe-se a realização dos seguintes estudos
futuros:
REFERÊNCIAS
♦ KOTAS, T. J. The Exergy Method of Thermal Plant Analysis. 1st ed. London:
Butterworths, 1985. 296p.
♦ STEAM – Its generation and use. 39th ed. New York: The Babcock and Wilcox
Company. 1978.
De acordo com esta figura, a UNIB pode ser dividida em dois grandes
blocos: uma Central de Utilidades e uma Central de Matérias Primas (CEMAP).
Nos itens a seguir, será feita uma breve apresentação dos principais
processos das plantas industriais da UNIB, dando-se ênfase aos aspectos
relacionados com a geração e consumo de vapor.
leitos de troca catiônica, utiliza-se ácido sulfúrico. Para eliminar o CO2 da água
descationizada, utilizam-se torres descarbonatadoras.
Pressão Temperatura
Denominação manométrica
do coletor (bar) (oC)
V-44 44 390
V-16 16 280
Na UTE, uma parte do vapor de 16 bar é usada como força motriz para o
acionamento de bombas, ventiladores de ar de combustão para as caldeiras e de
compressores no sistema de produção de ar comprimido. Há ainda um pequeno
consumo de vapor de 16 e 44 bar como fonte de calor, no aquecimento dos
combustíveis líquidos que alimentam as caldeiras e no aquecimento do ar seco para
fazer a regeneração dos secadores do sistema de produção de ar de instrumento.
Fornos de pirólise
Para fazer a geração do vapor de alta pressão nos fornos de pirólise, cada
planta de Olefinas possui um sistema de recuperação de condensado proveniente
do uso de vapor como fonte de calor em diversos pontos do processo. Para
complementar o balanço de água, cada planta recebe água desmineralizada
proveniente da Unidade de Tratamento de Água (UTA), localizada na Central de
Utilidades.
9 A maior parte do vapor d’água que foi usado como vapor de diluição,
para melhorar a seletividade das reações de pirólise da nafta, condensa
nessa seção e é separada da fase orgânica por diferença de densidade.
vapor de diluição, que volta aos fornos para novamente participar das reações de
pirólise da nafta.
pouco significativo, limitando-se ao uso do vapor de baixa pressão (4,6 bar) para
aquecimento de correntes de processo em permutadores de calor.
Esta seção tem como função produzir um corte intermediário da nafta bruta
que é mais adequado para a produção de compostos aromáticos na seção de
reforma catalítica.
Seção de hidrodessulfurização
Esta seção tem como função remover as impurezas da Nafta média antes da
seção onde ocorre a reforma catalítica.
sendo enviado para estocagem como produto de alta pureza. Ocorre também a
recuperação do solvente que é novamente enviado para a coluna adsorvedora.
Esta seção tem como finalidade produzir 1,3-butadieno com alta pureza, a
partir de uma corrente de C4 oriunda das plantas de olefinas.
Apêndice A 190
Esta seção tem como função recuperar benzeno, tolueno e xilenos (BTX) através do
processo de destilação extrativa, da corrente de gasolina di-hidrogenada e
dessulfurizada (C6 – C8) obtida na seção de hidrogenação e fracionamento da
gasolina de pirólise.
Esta seção tem como finalidade produzir 1,3-butadieno com alta pureza, a
partir de uma corrente de C4 oriunda das plantas de olefinas.
Unidade de MTBE
Unidade de Buteno-1
enviadas para um vaso de rafinado de onde segue para as plantas de olefinas para
pirólise nos fornos ou vai compor a produção de gás liquefeito do petróleo (GLP).
Unidade de isopreno
Existe uma grande área fora dos limites de bateria das plantas de produção
que é destinada à estocagem e distribuição de matérias primas, combustíveis
líquidos e liquefeitos, produtos intermediários, produtos finais e diversos sistemas
auxiliares.
Apêndice A 194
Para que o vapor gerado nos fornos de pirólise possa ser enviado ao
sistema de distribuição, é feito o superaquecimento a 538 oC em dois
fornos dedicados a esta função.
pressão apresentados na tabela A.1 e pode ser distribuído nos seguintes grupos
homogêneos:
A.8. CONCLUSÃO
Figura A.6 – Representação esquemática do sistema de vapor da UNIB, mostrando as fontes geradoras e os principais grupos
homogêneos de consumo.