Você está na página 1de 61

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS


FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICA – FACIME
PATOLOGIA GERAL

Estudo da Inflamação

Prof. Ms. Afif Rieth Nery Aguiar


Mestre em Ciências e Saúde
Especialista em Fisioterapia Hospitalar
Especialista em Saúde da Família
MBA em Auditoria em Serviços de Saúde (em andamento)
Características Gerais da Inflamação

• Reação complexa a agentes nocivos, que consiste de


respostas vasculares, migração e ativação de leucócitos e
reações sistêmicas

• Principal característica

– Reação dos vasos sanguíneos com extravasamento de


fluido e leucócitos nos tecidos extravasculares

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013. 2
Características Gerais da Inflamação

• Mecanismo de defesa cujo objetivo é eliminar a causa da


lesão celular

• Intimamente ligada ao processo de reparo

– Podem ser prejudiciais: doenças crônicas, reações de


hipersensibilidade, toxinas

– Aterosclerose, HAS, DM, Alzheimer e Câncer

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013. 3
Visão Geral da Inflamação

• Reação complexa a agentes nocivos, que consiste de


respostas vasculares, migração e ativação de leucócitos e
reações sistêmicas

• Mecanismo de defesa cujo objetivo é eliminar a causa da


lesão celular

• Intimamente ligada ao processo de reparo


– Podem ser prejudiciais: doenças crônicas, reações de
hipersensibilidade, toxinas
– Aterosclerose, HAS, DM, Alzheimer e Câncer

4
Respostas Inflamatórias

5
Componentes da Reação Inflamatória

6
Classificação da Inflamação

• Quanto a causa

– Física, química ou biológica

• De acordo com o exsudato

– Serosa: exsudato com pouca proteína


– Fibrinosa: presença de fibrinogênio
– Purulenta: exsudato com necrose

FILHO G. B. Bogliolo Patologia. 8ªed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2011. 7


Classificação da Inflamação
• Quanto a duração
– Aguda
• Curta duração
• Exudação de fluido e proteínas plasmáticas (edema)
• Migração de leucócitos (neutrófilos)

– Crônica
• Duração maior
• Associada histologicamente a presença de linfócitos e
macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos,
fibrose e necrose tissular

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 8
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Classificação da Inflamação

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 9
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICA – FACIME
PATOLOGIA GERAL

Inflamação Aguda

Prof. Ms. Afif Rieth Nery Aguiar


Mestre em Ciências e Saúde
Especialista em Fisioterapia Hospitalar
Especialista em Saúde da Família
MBA em Auditoria em Serviços de Saúde (em andamento)
Inflamação Aguda

• Resposta rápida a um agente nocivo

• Dura minutos, horas ou dias

– Alterações do calibre vascular

– Alterações estruturais na microcirculação

– Ativação e migração de leucócitos

11
Componentes da Inflamação

12
Sinais Cardinais da Inflamação

Calor
Rubor
Tumor
Dor
Perda da função

13
Exsudato, Transudato e Edema
• Exsudato
– Fluido inflamatório extravascular com alta concentração
de proteínas, fragmentos celulares e gravidade
específica maior que 1020

• Transudato
– Fluido com baixo teor proteico e gravidade específica
menor que 1012

• Edema
– Excesso de líquido no espaço intersticial
– Pode ser exsudato ou transudato

14
Exsudato, Transudato e Edema

15
Estímulos para Inflamação Aguda
• Infecções

• Necrose tecidual (isquemia, trauma, injúria)

• Corpos estranhos

• Reações imunes (hipersensibilidade)

16
Reações dos Vasos Sanguíneos
• Vasodilatação
– Aumento do fluxo sanguíneo local (calor e rubor)
– Induzida por mediadores (histamina e NO)

• Aumento da permeabilidade vascular

• Estase e congestão vascular

• Migração de células de defesa (neutrófilos)

• Ativação de leucócitos por células endoteliais

17
Aumento da Permeabilidade Vascular

18
Aumento da Permeabilidade Vascular

19
Aumento da Permeabilidade Vascular

Como os vasos linfáticos participam da


respostas inflamatória?

20
Reação dos Leucócitos

21
Reação dos Leucócitos

22
Reação dos Leucócitos

23
Moléculas de Adesão dos Leucócitos

• Induzidas pelo TNF e IL-1

– Selectinas: rolamento e adesão de leucócitos

– ICAM e VCAM: adesão, parada e transmigração

– PECAM: transmigração

24
Quimiotaxia de Leucócitos

• Emigração de leucócitos para o local de injúria

• Agentes químicos endógenos ou exógenos

– Citocinas (IL-8)

– Proteínas do sistema complemento (C5a)

– Metabólitos do ácido araquidônico (LTB4)

25
Quimiotaxia de Leucócitos

26
Quimiotaxia de Leucócitos
Neutrófilos: primeiras células
inflamatórias a chegar ao
local da lesão

São mais numerosos no sangue

Respondem mais rapidamente


as quimiocinas

6-24 horas: neutrófilos Ligam-se fortemente às


moléculas de adesão
24-48 horas: monócitos

27
Respostas dos Leucócitos
• Reconhecimento dos agentes agressores
• Ativação de leucócitos para ingestão e destruição
• Amplificação da resposta inflamatória

28
Remoção dos Agentes Agressores

• Reconhecimento e ligação

• Ingestão

• Morte e degradação

29
Remoção dos Agentes Agressores

30
Remoção dos Agentes Agressores

31
Diferentes Estímulos Ativam Populações Funcionalmente
Distintas de Macrófagos

32
Injúrias Induzidas por Leucócitos
• SDRA: neutrófilos
• Rejeição aguda a transplantes: linfócitos, anticorpos e
complemento
• Asma: eosinófilos e IgE
• Glomerulonefrite: neutrofilos, monócitos, anticorpos e
complemento
• Choque séptico: citocinas

• Artrite: linfócitos, monócitos, anticorpos?


• Aterosclerose: macrófagos
• Rejeição crônica a transplante: linfócitos, citocinas

33
Término da Resposta Inflamatória

• Mediadores de meia-vida curta

• Degradação dos mediadores

• Neutrófilos sofrem apoptose (horas)

• Liberação de substâncias antiinflamatórias

• Descarga colinégica: inibe a produção de TNF

34
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICA – FACIME
PATOLOGIA GERAL

Inflamação Crônica

Prof. Ms. Afif Rieth Nery Aguiar


Mestre em Ciências e Saúde
Especialista em Fisioterapia Hospitalar
Especialista em Saúde da Família
MBA em Auditoria em Serviços de Saúde (em andamento)
Evolução do Processo Inflamatório

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 36
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Definição: Inflamação Crônica

• É considerada uma inflamação prolongada na qual a


inflamação ativa, a destruição tissular e a tentativa de
reparar os danos ocorrem simultaneamente

– Evolução de uma inflamação aguda


– Pode iniciar-se de maneira insidiosa e pouco intensa

"Reação tecidual caracterizada pelo aumento dos


graus de celularidade e de outros elementos
teciduais, diante da permanência do agente
agressor".
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 37
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Causas da Inflamação Crônica
• Infecções persistentes
– Reações granulomatosas
– Reações hipersensibilidade tardia

• Doenças inflamatórias imunomediadas


– Doenças autoimunes
– Fibrose domina os estágios tardios

• Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos


– Endógeno ou exógeno
– Aterosclerose e silicose

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 38
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Características Morfológicas

• Infiltrações com células mononucleares

• Destruição tecidual

• Cicatrização pela substituição


do tecido danificado por tecido
conjuntivo, através de angiogêne e fibrose

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 39
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Macrófagos como Células Dominantes

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 40
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Infiltração de Células Mononucleares

41
Mecanismo de Acumulação de Macrófagos nos
Tecidos

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 42
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Outras Células na Inflamação Crônica
• Linfócitos/plasmócitos

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 43
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Outras Células na Inflamação Crônica

• Eosinófilos
– Abundantes nas reações mediadas pela IgE e infecções
parasitárias
– Eotaxina – produz quimiotaxia de eosinófilos
– Liberam a proteína básica principal – lise celular

• Mastócitos
– Sofrem desgranulações
– Produzem citocinas que contribuem para a fibrose
– Liberam histamina e produtos de oxidação do AA
– Reações anafiláticas a alimentos, picadas de inseto, drogas

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 44
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
E os neutrófilos participam das respostas
inflamatórias crônicas?

Sim. Participa.
Mas como?
Vamos explicar.

• Osteomielite – infecção
bacteriana dos ossos

• Lesão crônica induzida nos


pulmões pelo cigarro

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 45
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICA – FACIME
PATOLOGIA GERAL

Inflamação Crônica Granulomatosa

Prof. Ms. Afif Rieth Nery Aguiar


Mestre em Ciências e Saúde
Especialista em Fisioterapia Hospitalar
Especialista em Saúde da Família
MBA em Auditoria em Serviços de Saúde (em andamento)
Inflamação Granulomatosa
• Padrão distinto de reação inflamatória crônica caracterizada pelo
acúmulo focal de macrófagos ativados, que geralmente
desenvolvem uma aparência epitelióide

• Manifesta-se macroscopicamente ou clinicamente sob a forma de


pequenos grânulos; daí o nome "granuloma"

Granulomas
"Hiperplasia focal, avascular, do sistema
mononuclear macrofágico, como resposta
a agentes agressores de baixa
virulência".
_____. Inflamação Crônica e Granulomas. Disponível em:
http://143.107.240.24/lido/patoartegeral/patoarteinfl10.htm. Acesso em: 09 de
47
Março de 2015.
Tipos de Granulomas
• Granuloma de corpo estranho
– Provocado por agentes inertes, não-imunogênicos

– Exemplos: fios de sutura, talco, substâncias injetadas

– Granulomas menores, frouxos, menor número de


linfócitos e outros leucócitos, macrófagos com pouca
transformação epitelióide

– Quanto mais inerte for o corpo estranho, menor será a


adsorção de proteínas e menor a reação inflamatória

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 48
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Granuloma de Corpo Estranho

49
Tipos de Granulomas
• Granulomas imunes

– Provocados por agentes imunogênicos, particulados ou


insolúveis
– Exemplos: tuberculose, sífilis, hanseníase...

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 50
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Inflamação Granulomatosa
• Exemplo de doenças com inflamação granulomatosa

– Tuberculose
• Mycobacterium tuberculosis
• Tubérculo caseoso: fragmento granulares amorfos
centrais, perda dos detalhes celulares, bacilos ácido-
resistentes

– Hanseníase
• Mycobacterium leprae
• Granuloma arredondado, fragmentos granulares
centrais, células gigantes são raras
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 51
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Inflamação Granulomatosa
• Exemplo de doenças com inflamação granulomatosa
– Sífilis
• Treponema pallidum
• Bacilos ácido-resistentes, granuloma não caseoso

– Doença da arranhadura do gato


• Bacilos gram-negativos
• Goma, cápsula de histiócitos, infiltrado de
plasmócitos, células centrais necróticas sem perda do
contorno celular

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 52
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.
Granuloma Imune: Tuberculose Miliar

53
Granuloma Imune: Tuberculose Miliar

54
Granuloma Imune: Camadas do Granuloma

55
Tipos de Inflamação Crônica
Inespecífica

Composto por células


mononucleares associadas
a outros tipos celulares

Não há predominância de
um tipo celular

Gengivites crônicas, as
pulpites crônicas, as
mucosites

56
Tipos de Inflamação Crônica
• Produtiva: pode ser hiperplásica ou proliferativa
– Predomínio de grande quantidade de fibras colágenas e
de células

– Manifesta o sinal cardinal de tumor: presença de uma


massa tecidual evidente.

– Hiperplasia fibrosa inflamatória: prótese total (dentadura)


mal adaptada no rebordo alveolar ou no palato

– Hiperplasia gengival medicamentosa: medicação


anticonvulsivante
57
Tipos de Inflamação Crônica

• Produtiva: pode ser hiperplásica ou proliferativa

– Proliferação de fibroblastos

– Produção de vasos sanguíneos (capilares)

– Granuloma piogênico em gengiva

58
Inflamação Crônica Produtiva

Hiperplásica

Proliferativa

59
Tipos de Inflamação Crônica

Exudativa

Manifesta a presença de pus,


formado para promover a
drenagem da coleção
purulenta de abscessos de
longa duração

Osteomielites e fístulas

Infecções causadas por fungos


que provocam supuração e são
resistentes a fagocitose

60
Evolução e Destino dos Granulomas

• Evoluem para a cura por fibrose


– Apoptose de células epitelóides
– Deposição de colágeno, fibras elásticas e componentes
da MEC de forma centrípeta

• Reabsorção do agente inflamatório e da necrose


– Formação de cicatriz (pode ser removida pela ação de
colagenases)

Reabsorção incompleta, fibrose, estabilização  encapsulamento

KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran Patologia – Bases Patológicas 61
das Doenças. 8ªed. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.

Você também pode gostar