Notas características de cada modo

Arthur, a tabela acima mostra os sete modos gregos a partir daquele

mesmo método que utilizamos na última aula, o método que
chamamos de derivativo: pegamos a escala de C maior e derivamos
uma nova escala a partir de cada um dos graus da escala original.
Esse método é bom pra entender de onde vem estes modos gregos
mas pra lidarmos com eles de um jeito mais prático precisamos
entender cada modo a partir das características intervalares de cada
um deles. Observe que na tabela estao indicadas as distancias de
tom e semitom entre cada um dos graus de cada escala, estas
distancias é que caracterizam as escalas. Vamos ver entao como é
a estrutura intervalar de cada modo.
Primeiro vamos separar do resto os modos Jonico, que é igual à
escala maior, e o modo Eólio, que é a escala menor. Seguindo os
padrões de tom e semitom indicados na tabela, os intervalos de cada
nota da escala em relaçao à 1º fica assim:
Jonico (escala maior)
C D E F G A B C
1º 2ºM 3ºM 4ºJ 5ºJ 6ºM 7ºM 8º

Eólio (escala menor natural)

A B C D E F G A
1º 2ºM 3ºm 4ºJ 5ºJ 6ºm 7ºm 8º

Tomando essas duas escalas como referencia podemos organizar os

outros modos em duas categorias: os que se aproximam da escala
maior e os que se aproximam da escala menor. Isto porque todos
estes outros modos tem uma estrutura intervalar quase identica à
escala maior ou menor, diferenciando-se destas apenas por uma
nota. Vamos começar com os menores:

Dorico:
D E F G A B C D
1º 2ºM 3ºm 4J 5ºJ 6ºM 7ºm 8º

Frígio:
E F G A B C D E
1º 2ºm 3ºm 4ºJ 5ºJ 6ºm 7ºm 8º

Comparando estas duas configurações intervalares com a da escala

menor ali em cima, você vai ver entao que a escala Dórica é
simplesmente uma escala menor que tem a sexta maior ao invés da
sexta menor. Pelo mesmo princípio, a escala Frígia é uma escala
menor, com a única diferença de ter uma segunda menor ao invés de
uma segunda maior.

O mesmo vai acontecer com os modos Lídio e Mixolídio, que são

quase iguais à escala maior:

Lídio:
F G A B C D E F
1º 2ºM 3ºM 4ºAum 5ºJ 6ºM 7ºM 8º

Mixolídio:
G A B C D E F G
1º 2ºM 3ºM 4ºJ 5ºJ 6ºM 7ºm 8º

Observe que o Lídio é uma escala maior com a diferença de ter uma
quarta aumentada no lugar da quarta justa, e o Mixolídio é uma
escala maior com a sétima menor no lugar da sétima maior.
Pensando dessa forma fica mais fácil montar o modo que voce quiser
a partir de qualquer nota que você escolher como tônica. Por
exemplo, se quisermos um Lá Dórico, só precisamos montar uma
escala de Lá Menor Natural e trocar a sexta menor que ela tem pela
sexta maior que ´caracteriza o modo Dórico:

Lá menor:
A B C D E F G A
1º 2ºM 3ºm 4ºJ 5ºJ 6ºm 7ºm 8º
Lá Dórico
A B C D E F# G A
1º 2ºM 3ºm 4ºJ 5ºJ 6ºM 7ºm 8º
Por este método, a partir do momento que voce conseguir construir
uma escala maior ou menor, automaticamente você vai conseguir
construir qualquer um dos modos gregos alterando apenas uma nota
da escala:
Modos menores:
Eólio - Escala menor
Dórico – Nota característica: 6º maior
Frígio - Nota característica: 2º menor

Modos maiores:
Jonico – Escala Maior
Lídio - Nota característica: 4º aumentada
Míxolídio - Nota característica: 7º menor

O objetivo principal aqui é voce começar a lidar pra valer com os

intervalos, ou seja, entender o que é uma 2º menor, uma 5º justa, e
assim por diante. No início é natural que voce utilize a contagem de
tons e semitons pra encontrar estes intervalos e montar as escalas,
mas é justamente neste processo que voce vai internalizando estes
intervalos ate não precisar mais contar. A partir daí quando voce
precisar da quinta justa de Dó voce vai automaticamente saber qué
Sol, por exemplo.

Exercício:
Monte as seguintes escalas ( vamos conferir na aula de quarta):

Lá Frígio:

Sol Jonico:
Ré Eólio:

Dó Lídio:

Mi Dórico:

Dó Mixolídio:

Gostaria que tu fizesse esse exercício usando o controlador midi, a

visualidade do teclado ajuda bastante nesta parte de intervalos, alem
disso voce vai ao mesmo tempo internalizando a sonoridade de cada
intervalo e de cada modo.
PS: O Lócrio ficou de fora de propósito, na quarta voltamos a falar
dele!