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A autora começa seu texto abordando uma linguagem figurativa, fazendo menção á dois
palcos simultâneos que o Reality Show pode criar. Para caracterizar de forma bastante sucinta,
o primeiro palco está relacionado à realidade em si, o que vivemos diariamente, nosso cotidiano.
O outro palco por ela citado vem a ser o imaginário, aquilo que criamos como realidade mas
que de fato não é. O que não nos impede de viver na falsa realidade também. Dessa forma ela
critica a deformação do real que os realities reproduzem, é como se eles maquiassem o nosso
cotidiano e transmitissem de uma forma mais interativa e modificada.
Logo depois, ela cita trechos do filme “Jogos Mortais” fazendo relação ao Big Brother
Brasil. Ela compara o mandante carrasco do Jogos Mortais com a população que vota para a
eliminação dos participantes do reality, afirmando que ambos “matam” de certa forma. Seja no
sentido literal ou figurativo.
Ela também aborda uma discursão sobre a batalha pela sobrevivência analisando o
comportamento do assassino do filme. Jigsaw, não almejava a morte de suas vítimas, ele queria
que elas sobrevivessem a qualquer preço. Sendo assim, a sua crueldade passava a receber uma
dose de sofisticação, pois o sofrimento era prolongado por toda à vida, trazendo junto com ele
o despertar. Fazendo com que as pessoas sentissem a vida com mais intensidade, sentimento
que levava à autopreservação. Com isso, o triunfo de Jigsaw não estava diretamente no ato de
fazer sofrer, mas sim, no prolongamento do trauma da vítima. “O inimigo passa a ser seu próprio
juízo.”
Mais adiante, ela fala sobre a indústria cultural. Por mais que um apresentador fale que
um dos primórdios de sua emissora é promover cultura, educação ou informação, seu discurso
tende a ser incoerente, visto que ainda sendo um veículo de comunicação e entretenimento,
antes de tudo ela é uma empresa do mundo capitalista que tem como finalidade principal o
lucro. No entanto, se nem produtores nem telespectadores acreditem que o que é veiculado é
dotado de cultura, nós seguimos consumindo por conta do alívio imaginário que ele promove.