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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU

FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED


CURSO DE JORNALISMO
DISCIPLINA: Sociologia
Prof: Mariana Cortês

Sara Oliveira Camelo Costa Morais – 11711JOR031

VIANA, Sílvia. Rituais de Sofrimento. 2011. Cap. 1.

A autora começa seu texto abordando uma linguagem figurativa, fazendo menção á dois
palcos simultâneos que o Reality Show pode criar. Para caracterizar de forma bastante sucinta,
o primeiro palco está relacionado à realidade em si, o que vivemos diariamente, nosso cotidiano.
O outro palco por ela citado vem a ser o imaginário, aquilo que criamos como realidade mas
que de fato não é. O que não nos impede de viver na falsa realidade também. Dessa forma ela
critica a deformação do real que os realities reproduzem, é como se eles maquiassem o nosso
cotidiano e transmitissem de uma forma mais interativa e modificada.

Logo depois, ela cita trechos do filme “Jogos Mortais” fazendo relação ao Big Brother
Brasil. Ela compara o mandante carrasco do Jogos Mortais com a população que vota para a
eliminação dos participantes do reality, afirmando que ambos “matam” de certa forma. Seja no
sentido literal ou figurativo.

Ela também aborda uma discursão sobre a batalha pela sobrevivência analisando o
comportamento do assassino do filme. Jigsaw, não almejava a morte de suas vítimas, ele queria
que elas sobrevivessem a qualquer preço. Sendo assim, a sua crueldade passava a receber uma
dose de sofisticação, pois o sofrimento era prolongado por toda à vida, trazendo junto com ele
o despertar. Fazendo com que as pessoas sentissem a vida com mais intensidade, sentimento
que levava à autopreservação. Com isso, o triunfo de Jigsaw não estava diretamente no ato de
fazer sofrer, mas sim, no prolongamento do trauma da vítima. “O inimigo passa a ser seu próprio
juízo.”

Mais adiante, ela fala sobre a indústria cultural. Por mais que um apresentador fale que
um dos primórdios de sua emissora é promover cultura, educação ou informação, seu discurso
tende a ser incoerente, visto que ainda sendo um veículo de comunicação e entretenimento,
antes de tudo ela é uma empresa do mundo capitalista que tem como finalidade principal o
lucro. No entanto, se nem produtores nem telespectadores acreditem que o que é veiculado é
dotado de cultura, nós seguimos consumindo por conta do alívio imaginário que ele promove.

Outro ponto bastante curioso na discursão da autora, é o de que a essência dos


participantes dos realities é convertida em lucro para a emissora. Como se suas personalidades,
sentimentos e atitudes fossem transformadas em capital à medida de que são expostos. A
pergunta que fica é: de que forma personalidades podem ser medidas, afim de eleger um
vencedor? Nos realities, os participantes de veem como gatos e ratos ao mesmo tempo.

O capitalismo nos proporciona um modo de viver “encantado”. Apesar de sabermos que


todos os produtos que conhecemos ou até mesmo consumidos passaram por toda um ciclo de
fabricação ainda temos fetiche sobre eles. Nós conhecemos a realidade mas optamos por viver
na ilusão da realidade.

Contudo, é possível perceber vários rituais de sofrimento em casa reality. O jogador


precisa ter uma estratégia, mas nem suas habilidades eu qualidades podem garantir a obtenção
do prêmio. Ele não pode ser exagerado mas também não muito na dele, e muito menos um
meio termo. O que a autora quer nos mostrar é que não existe receita para a obtenção do prêmio,
assim como na realidade que vivemos. Cada jogador tem que se acostumar com casa ritual de
sofrimento proposto porque não há outra saída a não ser a derrota.

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