abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 8 - nº 64 - Fevereiro/2007

Distribuição Gratuita

Antônio
de Pádua

Destaques:
Evolução e Reforma Íntima Ausência do Amor
Indiferença Quem segue com Jesus
Editorial
editorial
Que tipo de mudança nós precisamos?
Seareiro
Estamos vivendo em uma época em que um fato atrás do outro nos choca. Publicação Mensal
Doutrinária-espírita
Tempos atrás foram noticiados vários casos de filhos assassinando pais.
Ano VIII - nº 64 - Fevereiro/2007
Discutimos os rumos da educação oferecida pela família (ou a falta), Órgão divulgador do Núcleo de
principalmente a educação moral e a necessidade de imposição de limites. Estudos Espíritas Amor e Esperança
CNPJ: 03.880.975/0001-40
Depois foram os atos de violência organizada que atingiu o estado de São CCM: 39.737
Paulo, principalmente a capital, tendo como vítimas os policiais e as suas famílias.
Seareiro é uma publicação mensal,
Hoje ficamos chocados com mais um crime brutal. Falamos do caso ocorrido destinada a expandir a divulgação da
no Rio de Janeiro, vitimando uma criança que foi arrastada até ao desencarne. doutrina espírita e manter o intercâmbio
entre os interessados em âmbito mundial.
Sempre que um fato tão triste como este ocorre, bradamos por mudanças na lei, Ninguém está autorizado a arrecadar
no sistema judicial, na organização da polícia, na punição de culpados, etc. materiais em nosso nome a qualquer
Sem entrar nestes méritos, que não é o objetivo desta revista, alertamos por título. Conceitos emitidos nos artigos
assinados refletem a opinião de seu
outro tipo de mudança: a formação moral e religiosa das famílias. respectivo autor. Todas as matérias
De que adianta mudarmos todo o sistema de punição se continuarmos a podem ser reproduzidas desde que citada
“fabricar” monstros dentro dos nossos lares. a fonte.

Enquanto não assumirmos firmemente a educação moral de nossos filhos, Direção e Redação
estaremos deixando que eles dêem vazão aos seus instintos trazidos pelas Rua das Turmalinas, 56 / 58
Jardim Donini
experiências vividas anteriormente a esta reencarnação e que nós, no papel de Diadema - SP - Brasil
pais/mães temos a obrigação de modificar. CEP: 09920-500
Estes filhos, antes de serem nossos, são filhos de Deus, portanto, esta obrigação Endereço para correspondência
nós assumimos com Ele. Caixa Postal 42
Deste modo, precisamos mudar. Não é uma mudança coletiva, mas uma Diadema - SP
CEP: 09910-970
mudança individual, em que cada um de nós assuma uma posição mais Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa
responsável e mais ética perante o nosso semelhante. E-mail: contato@espiritismoeluz.org.br
Respeito ao próximo não se impõe através de leis, nasce do coração orientado Conselho Editorial
para o Bem. Ana Daguimar de Paula Amado
Fátima Maria Gambaroni
Enquanto não alcançarmos este grau de evolução, choraremos muito pelas
Geni Maria da Silva
barbaridades cometidas, mas Deus e Jesus estarão a amparar as vítimas da José Roberto Amado
crueldade dos homens. Oremos por elas. Marcelo Russo Loures
Equipe Seareiro Reinaldo Gimenez
Roberto de Menezes Patrício
Rosangela Neves de Araújo
Rosane de Sá Amado
INDÍCE Ruth Correia Souza Soares
Silvana S.F.X. Gimenez
GRANDES PIONEIROS: Antônio de Pádua - Pág. 3 Vanda Novickas
William de Paula Amado
EVANGELIZAÇ Ã O INFANTIL: O Futuro - Pág. 10 Wilson Adolpho
CLUBE DO LIVRO: Vozes na casa - Pág. 11
Jornalista Responsável
ENTREVISTA: Televisão - Pág. 11; Eliana Baptista do Norte
Aids - Pág. 12 Mtb 27.433

SONHOS: Intuições - Pág. 12 Diagramação e Arte

Reinaldo Gimenez
CONTOS: A fé de Isaías - Pág. 13 Silvana S.F.X. Gimenez
CANTINHO DO VERSO EM PROSA: Quem segue com Jesus - Pág. 14
Impressão
ATUALIDADE: Ausência do Amor - Pág. 15 Van Moorsel, Andrade & Cia Ltda
LIVRO EM FOCO: Palavras do Infinito - Pág. 15 Rua Souza Caldas, 343 - Brás
São Paulo - SP
FAMÍLIA: Indiferença - Pág. 16 CNPJ: 61.089.868/0001-02
TEMA LIVRE: Evolução e Reforma Íntima - Pág. 16 Tel.: (11) 6764-5700

TERCEIRA IDADE: O Drama - Pág. 18 Tiragem

12.000 exemplares
KARDEC EM ESTUDO: A Cólera - Pág. 19

2 Seareiro
Grandes Pioneiros
grandes pioneiros

Antônio de Pádua
Após milênios dos para que o povo sentisse
acontecimentos que não só indução a
envolveram a Terra, milagres, mas o
desde a crucificação do trabalho verdadeiro na
Mestre Jesus, passou e fé viva solidificada
passa a Humanidade a pelos Espíritos
fortalecer, ao longo do S u p e r i o r e s ,
tempo, o seu potencial confirmando a
de fé cristã. continuidade da vida
D e s d e a pela reencarnação.
antiguidade, valorosos Um desses enviados,
espíritos aqui extraordinário médium
reencarnaram para que, como outros se
trazerem a evolução dedicaram a uma
espiritual a fim de que Ordem Religiosa, para
a Terra se torne um dia t r a z e r m a i s
o planeta da tranqüilidade a um povo
Regeneração. tão sofrido, teve sua
Antes do encarne vida repleta de
do Cristo, imperava acontecimentos, alguns
sobre a humanidade o agradáveis e outros
culto aos chamados terríveis.
deuses pagãos. Seu nome, mais
Animais e até mesmo c o n h e c i d o
seres humanos eram principalmente pelos
sacrificados para o católicos fervorosos, é
atendimento dos Santo Antônio de Pádua
poderosos e guerreiros (local de seu
em defesa de valores desencarne) ou de
materiais. Lisboa (local de seu
Mesmo após a reencarne). Nasceu ele
vinda do Cristo, as na pequena cidade (na
religiões e seus líderes época) de Lisboa. Sua
disputavam a população era uma
autoridade sobre a vida mistura de árabes,
de seus adeptos, que se romanos e alguns dos
tornavam escravos das povos pagãos, antes do
religiões que mais se faziam presentes, perante o Império Cristianismo.
Sacerdotal. Era evidente que católicos, budistas, Seus pais eram portugueses, de família nobre, o senhor
maometanos, protestantes, fizessem de suas palavras a Martim Afonso de Bulhões e sua mãe dona Maria Teresa
Verdade, obscurecida pelo fanatismo. Aqueles que se Taveira. Essa criatura, que se tornaria mais tarde conhecido
projetassem a desvendar o futuro ou profetizassem, através pelos seus méritos e dedicação à laboriosa luta junto às
da mediunidade, eram tidos como feiticeiros, pois a Doutrina edificações mediúnicas, recebeu o nome de Fernando
Espírita ainda não havia se tornado conhecida. Não havia Martim de Bulhões e Taveira Azevedo. Era o dia 15 de
como entender a vidência, a comunicação dos espíritos etc. agosto de 1195, em Lisboa.
Eram realmente desconhecidos esses “feiticeiros ou A infância de Fernando fora sob o aspecto de uma criança
adivinhadores”, portanto, perigosos para os mais matreiros calma e por muitas vezes causava preocupações aos pais, por
no aspecto da ambição política, que sempre existiu no vê-lo em atitudes contemplativas, parecendo-lhes que se
mundo, porque os espíritos são eternos. Isto hoje sabemos. ausentava da vida física.
Mas, após o retorno do Mestre ao seio do Pai, prevendo a Entre seus familiares, todos católicos, havia um tio de
necessidade em dar andamento à obra iniciada, reencarnam nome Fernando, que era frei, clérigo da Ordem de Santo
na Terra os enviados sublimes, médiuns que seriam Agostinho.
portadores de realizações comprovadas em muitos fatos, O tio Fernando achava a preocupação dos pais
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança 3
exagerada, por ser ele o único filho do casal. O frei Fernando,
pelo contrário, achava o menino esperto e muito inteligente,
Vista atual da cidade de Lisboa, Portugal.
pois dava-lhe aulas de Latim e Teologia. Também ouvia o
menino falar com entusiasmo sobre o Cristo e o respeito e
amor por Nossa Mãe Santíssima, Maria de Nazaré. Quem
sabe, dizia o frei Fernando, nosso pequeno poderá no futuro
ser um representante de Deus, seguindo a fé de seu coração!
Os pais do menino Fernando conservavam, numa
pequena sala da suntuosa residência que habitavam, um
nicho com a imagem de Nossa Senhora, Mãe de Jesus,
segurando em seus braços o Mestre criança. Fernando ficava
horas em contemplação a Virgem. Tinha profunda
admiração por essa imagem.
Os primeiros anos de sua juventude, Fernando de Lisboa
viveu entre sua cidade de origem e Coimbra, onde procurava
aperfeiçoar seus estudos, principalmente os tratados
teológicos e científicos das Sagradas Escrituras. Era ele tão
afeiçoado aos estudos, que seus colegas, embora o respeito
que lhe dedicavam por tantos esforços no aprendizado, o
chamavam de “Arca do Testamento”. Mas, essa forma de
designá-lo era também por ele preferir trancar-se em seu
quarto, onde havia uma pequena biblioteca com compêndios
de vários títulos. Ou então preferia estar entre os já alunos
que cursavam graduação para debater com esses seu assunto
preferido que era sobre as religiões. Ou ainda, sua
preferência recaía em ficar na solidão de uma Capela, para
orar e, como dizia, confabular com a Virgem de Nazaré, sua
protetora.
Após dois anos, definiu-se Fernando em pedir sua
Vista atual do Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, Portugal.
4 Seareiro
transferência para o Mosteiro de Santa Cruz e ficar em
Coimbra, pois já não suportava mais a intromissão de seus
parentes por virem constantemente visitá-lo em Lisboa. No
Mosteiro de Coimbra, conseguiu ordenar-se padre e
abandonar definitivamente os prazeres mundanos e os bens
materiais de sua família, que, apesar de católicos fervorosos,
não concebiam a idéia de sua renúncia à fortuna da família.
Fernando, agora padre, estava mais junto aos problemas
vividos pela igreja e os propósitos daqueles que eram
considerados os líderes do catolicismo. Ele não concebia a
idéia de tirar proventos daqueles que confiavam em sua fé
perante o Cristo, sendo por isso molestados a pagar dízimos
para um local tão rico, com altares onde o ouro predominava.
Acompanhou de perto a luta do rei D. Sancho I, que
escrevera ao Papa Inocêncio III, queixando-se do luxo, da
ostentação e de toda a soberba existente no clero em geral.
Tudo em vão. Para Fernando, essa falta de vontade dos
poderes políticos e religiosos não fazia parte de seu
temperamento. Aquela hipocrisia
inquietava seu coração. A religião
que existia em seu interior era a de
aplicar-se a moral cristã, segundo o
Evangelho do Cristo e não de uma
religião mesquinha, mantida pelos
homens mercenários da fé. Seus
pensamentos nessas horas
voltavam-se ao abnegado
Francisco de Assis, que todos a esse
tempo chamavam de “o louco da
Itália”. Compreendia Fernando Rei D. Sancho I
agora porque Francisco de Assis era
tachado dessa forma perante a igreja e formulou em sua
mente o desejo de conhecê-lo. Seus propósitos eram os
mesmos. Sabia que Francisco de Assis amava a Natureza e
falava com os pássaros, que era muito mais prudente que
falar as línguas dos homens. Tudo faria para poder estar um
dia com Francisco de Assis, o escolhido de Jesus.
Fernando sentiu que teria muito sofrimento pela frente
para poder realizar seus ideais, pois a religião predominante
era a Católica Romana e os templos abertos eram os da Igreja
de Roma. Mas, se Deus o havia criado para servi-lo, fosse
qual fosse o local, ele tudo faria para, com a ajuda dos
emissários divinos, realizar a sua missão na Terra.
As guerras tomavam vulto por toda a Europa. As
cruzadas faziam vítimas por onde passassem. Eram gregos
contra maometanos e contra todos os povos em nome da paz,
do amor e do perdão de Jesus Cristo. Os escândalos entre o
papado e as intrigas políticas eram cada vez mais aviltantes.
Ninguém podia abrir a boca para protestar, pois todos seriam
excomungados, enviados para as masmorras até a morte ou
iam para as fogueiras inquisidoras, por condenação pelas leis
clericais.
Foi por essa ocasião que os discípulos de Francisco de
Assis se propuseram a regenerar os transviados do Bem, em
nome, daí sim, de Jesus. Para tanto, em 1217, a rainha D.
Urraca, esposa de Afonso II, funda em Olivais, Coimbra, um
Convento para ajudar esses frades vindos da ordem
Franciscana, para se hospedarem e se refazerem para o
grande combate que iriam enfrentar. Esse local ficou sendo o
“Convento de Santo Antônio dos Olivais”. Após algum
tempo, já preparados para a missão de catequese, partiram
 para a África. Foram
inúmeros os fenômenos
mediúnicos ali realizados
pelos frades Franciscanos do
Convento de Santo Antônio
dos Olivais.
Quando viajavam para
converter os muçulmanos em
Marrocos, na África, foram
avisados, pela materialização
de Francisco de Assis, ainda
na vida terrena, que se
dedicassem à causa cristã a
Rainha D. Urraca qual foram enviados, pois
haveria um grande massacre
em Marrocos. Isso aconteceu e os restos mortais desses
frades voltaram a Portugal, para serem enterrados como
heróis, por ordem do infante, D. Pedro, que por essa época
estava na África e ficara sabedor desse ato. E, pelo amor à
causa cristã, Fernando chorou amargamente por toda essa
maldade e quis, fortalecendo ainda mais seu desejo, entrar na
Ordem Franciscana, mantendo seu ideal de conhecer
Francisco de Assis, o defensor dos pobres.
E no verão de 1220, ele se transfere para o Convento de
Santo Antônio dos Olivais e adota o nome de Antônio, pois
esse era o nome do mentor desse convento, considerado
pelos monges o mártir que vivera nos séculos III e IV, época
martirológica da religião romana.
Antônio, assim ficara conhecido nos meios monásticos,
fazia todo empenho de ir para a África. Gostaria de tentar
catequizar os muçulmanos como os enviados de Francisco
de Assis. Soubera pela voz corrente do povo do fenômeno
mediúnico acontecido aos freis heróis. Quem sabe isso
também aconteceria com ele e dessa forma conheceria
Francisco de Assis e com ele seguir seu caminhos de lutas
cristãs?
Porém, Antônio não conseguia convencer seus
superiores. Achavam-no ainda sem experiência para tão
importante obra e, além do mais, seu aspecto físico também
não ajudava. Era muito franzino e simples, com seus trajes
puídos pelo tempo. Seria ele acolhido por outros monges?
Porém, seu estado interior o advertia que ele estava certo,
deveria sim insistir em sua partida e com essas roupas pobres
e envelhecidas, pois ele iria em nome de Deus, aplicar o amor
verdadeiro do coração e não o amor ditado pelo ódio, pela
morte através de armas que feriam não só o corpo mas
deixavam marcas profundas no coração.
Naturalmente seu desejo fora realizado após longas idas e
vindas. Partiu alegre e feliz o agora Antônio de Lisboa, assim
denominado pelos monges. Em 1220, desembarcou em
Marrocos, na África. Porém, após sua chegada foi ele
acometido de muita febre. Uma enfermidade apossara-se de
seu corpo, e o deixou acamado por todo o inverno. Como sua
melhora não acontecia, mandaram-no de retorno a Portugal.
Mas, Deus o queria em outro local, talvez atendendo a seu
pedido, pois os fortes ventos levaram a nau para outro rumo,
na Sicilia, Itália. Daí fora removido para Messina, onde
permaneceu por dois meses, até recuperar-se.
Quando Antônio de Lisboa ou Pádua tomou
conhecimento do sucedido, alegrou-se até as lágrimas. Sim,
Deus o estava auxiliando e seu desejo de ir ao encontro de
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Francisco de Assis estava próximo de se concretizar. Daí
embarcou para Assis, para realizar seu grande sonho.
Antônio sabia que haveria uma grande reunião em
Porciúncula, e que certamente os frades da Ordem
Franciscana lá estariam. Embora ainda convalescente,
obteve permissão para acompanhar os frades que iriam
participar desse evento. Soubera que quem iria presidir a
assembléia seria Francisco de Assis.
Era Antônio de Pádua um desconhecido, acompanhava a
caravana por ser ele admitido na Ordem como cozinheiro e
lavador de pratos. Antônio era muito humilde, não fazia
questão de aparecer, de mostrar sua eloqüência em várias
línguas, seu profundo conhecimento teológico e outros
assuntos, ele apenas queria continuar seus conhecimentos a
respeito da criatura perante Deus.
A sua aproximação com Francisco de Assis foi
comovente e enternecedora. Francisco abriga o jovem
Antônio de Lisboa ou de Pádua, sabendo estar em seus
braços um grande discípulo de Jesus. Entendia a sua
renúncia, por ser humilde e sem afetação. Desse memorável
encontro, dizia Francisco de Assis a Antônio de Pádua: “Sei
quem és tu. Breve o mundo terá notícias de sua grande
missão sobre a Terra. Continua confiante em teu propósito”.
Antônio sentia as lágrimas correrem pelo seu abatido rosto e,
numa atitude de gratidão, sem conseguir falar, abaixa-se e
beija os pés descalços do “pobre de Assis”. Esse, de
imediato, ergue-o e fala-lhe: “Faça isso beijando apenas os
pés do Mestre Jesus”.
Terminada a assembléia, Francisco de Assis e outros
membros da Ordem designam as tarefas a serem cumpridas
em outras regiões. Antônio a tudo acompanhava de longe,
pois sentia que ainda não era o momento aprazível para
começar a sua luta. Entendera o recado de seu aliado
espiritual. Por isso agradecia a Jesus a abençoada
oportunidade em poder exercitar a paciência e pôr em prova
a sua vaidade, favorecendo seu espírito em maiores
verdades.
Antônio continuava a esforçar-se através de sua
humildade a favorecer os carentes com suas orações,
mostrando ocultamente seus dons mediúnicos, curando
algumas pessoas doentes. Porém, o Mestre ainda tinha
outros planos que viriam com o tempo.
Chega então o momento em que Antônio começaria a ser
reconhecido. Haveria um
encontro em Forli, cidade
próxima a Rimini, ao
norte da Itália. Antônio,
sem o saber, seria o
pregador do sermão.
Acompanhando frei
Graciano, fora convidado
por este a ajudar no que
fosse necessário. Seria Convento de Santo Antônio dos
Olivais durante uma escavação
u m a i m p o r t a n t e arqueológica. Frei Antônio de Pádua
a s s e m b l é i a d e morou no sítio do convento, nesta
f r a n c i s c a n o s e época não passava de uma estrutura
com cerca rudimentar, cisterna junto
d o m i n i c a n o s , n e s s a à Capela do Espírito Santo, uma
cidade, onde, sob a densa mata e cabanas de ramagens
emadeiradas espalhadas pela cerca.
ordenação desses novos O edifício de alvenaria foi edificado
padres, seria efetuada a quase três séculos depois da
passagem de frei Antônio de Pádua
pregação evangélica. por Coimbra.
5
 Estavam todos reunidos sob o comando do prelado local.
A ordenação desenvolveu-se sem maiores novidades. Após
isso, foram todos convidados para o almoço e dirigiram-se
para o refeitório.
Antes de ser servido o almoço, um dos freis que pertencia
à Ordem local, pediu aos freis novatos que fizessem uma
pregação em torno do Evangelho, como uma antecipação ao
Sermão final no período da tarde, quando a assembléia teria
seu encerramento.
Nenhum dos freis novatos convidados quis falar sobre a
catequese evangelizadora, dizendo em uníssono que não
estavam preparados para tal acontecimento. Em tom irônico,
um deles sugeriu que chamassem Antônio de Pádua ou de
Lisboa, fosse quem fosse, para dizer alguma coisa, já que,
pelo que diziam, ele só sabia lavar panelas. Todos riram.
Frei Graciano que, por muitas vezes tecera longas
conversas com o humilde frei Antônio, foi realmente buscá-
lo na cozinha, pois era onde ele gostava de ficar quando
participava dessas assembléias. Com naturalidade toda sua,
Antônio negou-se. Dizia que não tinha capacidade para falar
diante de freis tão sábios. Porém, frei Graciano conseguiu
convencê-lo, tinha certeza que a surpresa para todos seria
assustadora.
Meio constrangido, frei Antônio começou a falar sobre a
importância dessa assembléia, que fora iniciada com o nome
de Deus. Aos poucos, sua voz foi se elevando e seu
entusiasmo crescendo. E seu ponto culminante deu-se com
sua eloqüência em torno das Escrituras Sagradas.
Emocionou os participantes, quando tocou, com toda
maestria de seu coração, na prática do Cristianismo. Falou da
dor secreta de cada criatura que era perseguida, por crer e dar
testemunho da existência de um Ser
Superior, sem precisar pagar dízimos ou
sacrificar seres para ser agradável a esse
senhor, que, de certa forma, era injusto e
mau, pois, na verdade, não poderia ser o
Pai de Amor e Justiça.
Enquanto falava, Antônio não percebia
que, de suas mãos, saltava aos olhos de
todos chuviscos luminosos, que
chegaram a umedecer as roupas dos
participantes. Não havia mais do que
duvidar, frei Antônio deixou todos
pasmos, principalmente com os
fenômenos mediúnicos que
aconteciam uns após os outros,
pois, além dos chuviscos, luzes e
efervescências das águas nos
jarros também se fizeram.
Para os presentes, Antônio
era portador de milagres.
Frei Antônio de Lisboa ou de
Pádua passou a ser profundamente
respeitado e todo esse acontecimento
foi informado de imediato ao frei
Francisco de Assis, que recebeu com
alegria e nomeou frei Antônio como
Catedrático da Ordem Franciscana
em Teologia.
Passou ele a lecionar e pregar a
catequese evangelizadora, no sul da
Francisco de Assis
6 Seareiro
França, por três anos, e fazendo as curas que chamavam de
milagres. Por todo esse período, Antônio morou no
Convento de Limoges, ocupando o cargo de Custódio, que
lhe deu a oportunidade de ir para a cidade de Assis, na Itália
(berço de seu amado mestre, como o chamava, Francisco de
Assis), para participar do Capítulo Geral da Ordem
Franciscana, convocado por frei Elias, no dia 30 de maio de
1227. Foi então eleito Provincial de Romanha e, em 1230,
resolveu morar com os freis Franciscanos, perto da cidade de
Pádua, no Convento de Arcella, em Camposampiero.
Por esta sua estada em Pádua e seu intenso trabalho em
favor dos pobres é que lhe ficou o nome de Antônio de Pádua.
Há um acontecimento interessante na trajetória física de
Antônio de Pádua, quando sua fama começou a se ampliar
por todos os recantos, levando milhares de criaturas a ouvir
suas sábias pregações. Na cidade de Rimini, os hereges
proibiam o povo de ir ouvir as pregações de Antônio, que
diziam ser enviado de Satanás e com isso aqueles que o
acompanhassem seriam enviados à fogueira.
Ao saber disso, os espíritos protetores que guiavam frei
Antônio em sua missão sobre a Terra apareceram-lhe em
vidência e pediram-lhe que seguisse a intuição que lhe seria
enviada. Antônio agradeceu e esperou.
Alguns dias depois, sentiu a necessidade de ir à costa do
Adriático. Em frente ao mar, rodeado por algumas pessoas,
começou ele a pregar, voltado sempre para o mar.
Repentinamente, os peixes começaram a pular para fora e
retornaram, mas com as cabeças fora da água. Um grande
número de peixes se fez presente causando admiração ao
povo que ali permaneceu, chamando a atenção até mesmo
dos hereges que, envergonhados, não sabiam descrever a
cena, mas acabaram por reconhecer que frei Antônio era
realmente milagroso, pois não fora constatado nenhum peixe
morto após ficarem horas com a cabeça e metade do corpo
fora da água. Só retornaram ao fundo depois que Antônio
terminou a pregação.
A Ordem Franciscana prosperava rapidamente, porém
Francisco de Assis, já muito doente, vem a desencarnar,
deixando a ordem em grande progresso e com muitos do
prelado querendo dirigi-la. Frei Elias assumiu a direção da
Ordem Franciscana, deixando frei Antônio de Pádua muito
preocupado. Ele já havia sido alertado pelos espíritos
superiores para que se acautelasse, pois poderiam modificar
as medidas puras e o seu verdadeiro caminho, já instituído
por Francisco de Assis.
Assumindo a direção da Ordem Franciscana, frei Elias
resolveu alterar inteiramente o Estatuto, que já vinha
fraudando ocultando. Isso porque achava ele um absurdo,
uma tolice, ser ela voltada somente para a pobreza. Poderia
arrecadar muito dinheiro com o nome já tão conhecido e
fazer os freis Franciscanos trabalharem em nome da Ordem,
fazendo-os entender que resultaria em maiores benefícios
aos carentes. Porém, todos já sabiam dos novos
regulamentos escandalosos que aconteciam, pelos desvios
dos bens, que passavam para as mãos de frei Elias.
Ninguém se manifestava, pois sabiam das
conseqüências. Mas Antônio e um outro frei inglês, que viera
de Londres para adquirir mais conhecimento sobre a obra de
Francisco de Assis, não tardaram em alertar os freis para que
os ajudasse a fazer voltar a paz e a honestidade entre todos,
pois muitos já estavam sendo contaminados pela tentação
que o frei Elias oferecia em troca do silêncio: a promoção
dentro da Ordem Franciscana.
Antônio e o frei Adão, o inglês, foram perseguidos e
tachados de trazer a desunião entre os freis.
Quando frei Antônio sentiu que nada poderia fazer, foi
intuído por um dos espíritos superiores a procurar o Papa
Gregório IX, que substituíra Inocêncio III e era muito ligado
à Ordem, pois aprendera a
admirar os feitos de Francisco
de Assis e a ele muito admirara,
auxiliando-o sempre que
possível, junto ao clero.
Conseguiu Antônio, com a
ajuda do Alto, ficar frente a
frente ao Capítulo Geral em
Roma, que colocava frei Elias a
confrontar-se com frei Antônio.
Este não se intimidou e mostrou
Papa Gregório IX
a todos que ali se encontravam a
ganância, o exercício da autoridade sob ameaças aos
inferiores, o conforto em que vivia apoderando-se do que
não lhe pertencia, indo ao contrário do que dizia fazer e,
principalmente, por ser hipócrita diante dos humildes que o
respeitavam. E, para terminar, frei Antônio de Pádua fez
questão de afirmar que o pior era que frei Elias caminhava ao
contrário da simplicidade do Cristo e pelo qual frei Francisco
de Assis tanto lutara, que era para a Ordem Franciscana viver
na pobreza.
Gregório IX ouviu a tudo calado. Sabia que as palavras
do frei Antônio lhe caíam como uma luva. Ele também era
autoritário e orgulhoso e, ainda mais, era rico e vivia
confortavelmente, mas não relutou um segundo e destituiu
frei Elias da Ordem Franciscana, voltando a ser um prelado
sem funções especiais, até que devolvesse tudo à Ordem
Franciscana, favorecendo as famílias carentes. Chegou o
autoritário Gregório IX a elogiar o clamor defensivo de frei
Antônio à causa, apertando-lhe as mãos respeitoso, pois
dizia estar na presença de um grande “doctor”, mas das
causas divinas.
Gregório IX nomeou frei Antônio como Pregador,
passando-lhe o titulo de Leitor Geral e deu-lhe plena
liberdade para que ocupasse o tempo tão precioso para ele
em cuidar da salvação das almas, sem obrigações
conventuais.
Frei Antônio reconheceu naquele instante o quanto o Alto
lhe favorecera, pois sem essa assistência ele nada
conseguiria, pois estava diante dos mais “poderosos” no
plano físico.
Diante desse compromisso com o Convento liberado, frei
Antônio ainda sofreu inúmeras perseguições por parte de frei
Elias que tudo fez para encarcerá-lo perpetuamente numa
cela do próprio Convento. Mas nada conseguindo resolveu
pedir sua remoção para um Convento de Portugal, mas como
simples frei, sem funções definidas como determinara
Gregório IX.
As mediunidades de frei Antônio estavam cada vez mais
evidentes. Certa feita, como era de praxe no Convento em
Roma em que exercia suas funções de participar do coral,
para as preces do novo dia, fora ele convidado para o Sermão
da Quinta-Feira Santa na Igreja de São Pedro Quadrévio, em
Limoges, na França. O horário do Sermão era o mesmo das
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
preces cantadas no Convento de Roma. Para frei Antônio não
houve problema, pois na hora exata em que ele cantava o
solo, ele apresentou-se materializado em espírito, deixando
seu corpo inerte no Púlpito da Igreja na França, por alguns
minutos, que para todos não causou pânico, pois Antônio
volta e de posse do corpo termina o Sermão, que sempre
emocionava a quem o ouvia citar o Evangelho.
Os freis que conviviam com Antônio de Pádua, embora
não conseguissem entender as ausências dele quando
conversavam, nas quais Antônio repentinamente parava de
falar ou o ouviam falar sozinho, já não se espantavam,
porque acreditavam que o frei apresentava algo diferente e
com isso frei Antônio era sempre procurado para resolver
qualquer problema.
Estando Antônio de Pádua em Brive, na França,
participava ele das orações matinais na Igreja pertencente ao
Convento do local, quando foram buscá-lo para atender a um
caso que estava se repetindo no campo, onde hortaliças eram
plantadas para servir de alimentação aos freis. Acontece que
esse campo era atacado todas as noites por pessoas más que
destruíam as plantações, porém não conseguiam, por mais
que quisessem, prender ninguém, pois ao amanhecer não
encontravam vestígios e nem pegadas de pessoas ou de
animais. Precisavam da ajuda de Antônio de Pádua. Esse,
revigorado em preces, vai ao campo à noite e vê que muitos
espíritos, munidos de objetos pesados, agrediam as
plantações, arrancando-as por vezes com as próprias mãos.
Antônio, com as mãos erguidas, como que abençoando-
os, começou a falar em Jesus, citando a multiplicação dos
peixes e dos pães. Luzes clarearam todo o campo, pétalas de
rosas começaram a se espalhar por sobre todos os espíritos
desequilibrados que ali estavam. Pararam de imediato com o
ato destruidor e jogaram-se de joelhos ao redor de Antônio.
Esse abençoou-os e rogou-lhes que aceitassem o retorno aos
lugares de paz, onde alcançariam o perdão às faltas
cometidas. Muitos deles voltaram-se às plantações,
repondo-as à terra. No dia seguinte, o campo estava
mostrando o verde mais perfeito das hortaliças revigoradas
pelo amor do grande defensor das “causas perdidas”.
O pai de frei Antônio de Pádua, o senhor Martim de
Bulhões, era muito conceituado em Lisboa, onde trabalhava
junto aos assuntos relacionados ao rei. Pagava e recebia
dinheiro em altas quantias. Mas sua honestidade, certa vez,
quase o mandou para a prisão, pois, por não se acautelar e
exigir recibos de que havia pago as quantias devidas, foi
chamado à presença do rei. Este fora imbuído por calúnias e
ciúmes de muitos que gostariam de ocupar o lugar do senhor
Cidade de Pádua, Itália.
7
Bulhões, e que insinuaram ao monarca que o senhor Martim
havia desviado o dinheiro, pois os agentes das quantias
queriam o ressarcimento das dívidas. Sem ter como provar
os pagamentos, foi ele levado à Justiça Régia, da Câmara da
Cidade para dar as devidas prestações de contas aos oficiais.
Antônio de Pádua encontra-se em Milão, na Itália, e
repentinamente recebe os aflitos pensamentos de seu pai,
que, em soluços, diz que naquela hora tão grave não tinha
ninguém a quem recorrer a não ser à ajuda de Deus.
Imediatamente, o frei Antônio deixou seu corpo e,
desdobrado, apareceu perante os oficiais do rei e deu-lhes
todos os detalhes dos pagamentos feitos, inclusive a hora, o
local, a moeda em espécie repartida em pequenas quantias.
Todos esses fatos foram averiguados e, comprovada a
inocência do senhor Bulhões, foram presos os caluniadores
pelas descrições do filho do senhor Martim, que, chorando,
abraçava o filho amado, por ajudá-lo em hora tão crítica.
Em outra ocasião, novamente o pai de frei Antônio viu-se
em apuros. Vizinho de sua casa, havia um moço que não saia
da residência do senhor Bulhões, pois dizia-lhe querer muito
bem. Numa noite na qual o senhor Martim de Bulhões
encontrava-se ausente do lar, o moço vizinho, metido numa
briga de jovens, vem a matar um deles. Sem saber como fazer
para livrar-se da culpa, escondeu o cadáver no quintal da
casa do senhor Martim. Ao chegarem os policiais e sendo
ainda recente o crime, o corpo foi encontrado e o senhor
Martim apontado como autor do delito. Sem saber como
explicar o corpo ser encontrado em seu quintal, foi ele
processado e condenado à morte, juntamente com o moço
seu vizinho, que se omitiu de falar a verdade.
Antônio estava fazendo suas pregações em Pádua, na
Itália, quando em transe, novamente pelos pensamentos
desesperados de seu pai, que iria ser decapitado, parou de
falar e seu corpo ficou inerte no púlpito, dando a impressão
para quem o ouvia, que ele havia adormecido. Apareceu ele
em Lisboa, mais precisamente no pátio da Sé, onde estava
sendo sepultado o jovem assassinado. De imediato, frei
Antônio parou o cortejo e junto do caixão fez com que se
materializasse o espírito da vítima.
Diante do espanto de todos, frei Antônio pediu ao espírito
que contasse a verdade e apontasse o criminoso. E assim
aconteceu, o povo estava de boca aberta, pois em seguida o
espírito voltou a ser cadáver. Dessa forma, passado o susto e
a confirmação dos fatos, o senhor Martim, tão atordoado
como todos, novamente abraça o filho, mas ainda para ele
Basílica de Santo Antônio de Pádua, em Pádua, Itália.
8 Seareiro
não havia explicação, pois sabia que frei Antônio estava em
Pádua. E como todos afirmavam, acreditava também que seu
filho era realmente Santo, vindo à Terra para socorrer as
criaturas oprimidas e confusas como o senhor Martim.
Após o término desse socorro, toma frei Antônio seu
corpo e continua o Sermão iniciado, pedindo desculpas pela
demora que, daquela vez, fora de grande intervalo, pois o
acontecimento envolvendo seu pai fora muito grave.
O caso tomou vulto, pois o clero quis se certificar de que
isso de fato acontecera. Foram mandados a Portugal vários
prelados e oficiais do reino que voltaram estupefatos com o
que apuraram.
Dizem os historiadores que havia uma rua em Lisboa, a
que fora dado o nome de “Rua do Milagre de Santo
Antônio”, onde o acontecimento tivera o final feliz para o
seu pai, o senhor Martim de Bulhões.
Assim foi a curta existência de frei Antônio de Pádua ou
de Lisboa na Terra. Veio para viver junto de outra figura
respeitada e querida pelos feitos realizados aos carentes de
toda espécie, frei Francisco de Assis, tendo como alcunha o
mesmo que Francisco de Assis, de “Antônio de Pádua, o Pai
dos Pobres”.
Antônio de Pádua reencarnou para propalar a
mediunidade como auxílio aos necessitados. Mostrou pela
Lei do Amor a tarefa redentora, sem nada querer para si, mas
para ensinar as criaturas a vencer as dificuldades, estando
voltadas para o Evangelho Cristão.
O corpo, embora jovem de Antônio de Pádua, mostrava a
fragilidade que a doença transparecia em seu rosto. Estava
com 36 anos incompletos. Mas, enquanto sentia forças que
mais eram hauridas pelos espíritos que o amparavam,
continuava a pregar e a fazer curas, fazendo muitas criaturas
reagirem e viverem com os pensamentos equilibrados,
voltados para a recuperação física e espiritual.
Não suportando mais a fraqueza que invadiu seu físico,
resolveu retirar-se para o campo. Entretanto, seu espaço de
tempo na Terra já estava findo e no dia 13 de junho de 1231,
veio a desencarnar em Arcella, nos arredores de Pádua.
Seu desprendimento foi tranqüilo, acompanhado por
espíritos superiores que vieram ao seu encontro, para que,
junto dos braços de frei Francisco de Assis, pudesse partir e
juntar-se às caravanas espirituais de todos aqueles a quem
frei Antônio socorrera na Terra.
Os frades dos conventos locais tentaram ocultar o
desencarne de Antônio de Pádua. Tinham receio que as
criaturas, desesperadas por sabê-lo morto, tentassem invadir
o local onde seu corpo ficara, na Igreja de Arcella. Mas os
espíritos, prevendo e achando essa atitude de puro egoísmo,
aproximaram-se das crianças que brincavam na rua e
intuíram-nas de que o “Pai dos Pobres” morrera. Uma das
crianças, por curiosidade, entra lépida na Igreja e vê o frei
sendo levado para a sacristia. Ela então sai gritando e logo
um coro infantil se forma à porta da Igreja, gritando todos:
“morreu o frade Santo, venham todos rezar para o Santo frei
Antônio de Pádua”. E uma multidão logo se formou para
entrar, mas os frades já haviam recrutado a guarda oficial e
todos foram barrados. Alguns conseguiram vencer a
barreira, mas logo eram retirados pelos guardas.
Parece incrível, mas contam os historiadores que se fez
uma luta ferrenha entre os frades de Portugal, França e
Pádua, em disputa pelo corpo de frei Antônio de Pádua.
Todos tinham interesse em enterrá-lo, pois sabiam de
quantos “milagres” estariam acontecendo entre os fiéis.
Portanto, o dízimo estaria garantido.
O regresso de Antônio de Pádua à espiritualidade
facilitou ainda mais o seu intercâmbio com o mundo físico.
Onde a dor se faz presente, os corações aflitos ou até mesmo
os incrédulos, aí esteve, está e estará esse espírito
trabalhador, na ajuda incessante para os que fazem suas
orações dirigidas a ele.
Antônio de Pádua é pouco conhecido nos meios
espirituais e pouco citado, pois está claro que sua maior
divulgação nos meios populares é o de Santo casamenteiro
ou o descobridor das coisas perdidas, pois é só fazer uma
oração apropriada para o caso e o objeto aparecerá. A Igreja
faz relatos milagrosos feitos por ele, mas não o cita, como é
natural, como um grande médium. Suas curas eram
realizadas pelos fluidos saídos de seu coração e mente
sempre voltados para o Bem e para o perdão daqueles que o
caluniavam e o perseguiam.
Nada disso, porém, deteve o trabalho grandioso que ele
veio realizar na Terra. Deixou seu firme propósito de
propagar a mediunidade de todos os tipos que faziam parte
de seus dons: vidência, transfiguração, transporte físico,
cura. Usou-as sempre de graça, favorecendo a todos sem
distinção.
Grande lição dada principalmente no meio em que viveu.
Analisemos os chamados “milagres” realizados pelo frei
Antônio de Pádua, que, segundo os historiadores religiosos
da época, não se encontravam explicações e, por isso, foi ele
declarado santo e, um ano após sua morte pelo papa Gregório
IX, em 1232. Ao realizarem a exumação do corpo de Antônio
de Pádua, foi constatado que sua língua estava intacta e que,
até nos dias de hoje, ela assim permanece, tendo sido
colocada em uma redoma de vidro, na “Basílica de Santo
Antônio de Pádua”, onde também estão seus restos mortais.
Vindo frei Antônio desencarnar por uma doença de nome
“Hidropsia Maligna” (inchação em todo o corpo por
retenção de líqüidos), tinha ele muita febre, quando seu
estado físico piorava. Contam os freis do Convento de
Arcella (onde desencarnou) que ele conversava
normalmente, sentava-se na cama, olhava e gesticulava
como se alguém ali o estivesse visitando, pois até no final ele
estendia a mão num sinal de cumprimento, como se essa
pessoa estivesse indo embora. De outras vezes, ele erguia as
mãos numa atitude de abençoar e dizia, repetindo o sinal da
Cruz, “Jesus te curou”. Após o seu desencarne, e o povo,
sabendo desses fatos, fez-se aumentar muito mais as curas.
Ainda em vida, frei Antônio foi convidado a inaugurar
uma sala no Convento de Varese, na Itália, pois seria o local
da catequese das crianças, filhos dos católicos que
freqüentavam a Igreja do Convento. Após o término do seu
Evangelho em ampla sala, que ficara repleta de fiéis, frei
Antônio caminhou até o fundo do terreno, pois soube que
ali estavam abrindo uma cisterna, para que a água fosse
abundante, já que seria grande seu uso. Antônio, olhando o
trabalho árduo dos homens que ali se esforçavam para
cumprir o trabalho contratado, abençoou-os, dizendo-lhes
que, por todo o esforço que doavam com amor, aquelas
águas seriam fluidificadas continuamente, devolvendo a
saúde a quem as bebesse.
Passado o tempo e o desencarne de frei Antônio, uma
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
pessoa moradora em Arcella, local do Convento, ficou
gravemente enferma, com febre altíssima. Alguém da
família lembrou-se do boato, que se fizera evidente, de que
as águas da cisterna do Convento curavam. O doente foi
levado até o local e os frades do Convento de Varese
constataram sua febre e autorizaram que ele fosse levado
para uma das celas e banhado pelas águas da cisterna. Uma
semana depois, o doente passeava pelas ruas e fez questão de
ir à Basílica de Pádua, para agradecer o “milagre” alcançado
pelo frei Antônio.
Há também mais um acontecimento, dentre muitos
direcionados às curas desse médium. Comemorava-se o
aniversário de uma criança e, como em todas as festas, foram
servidos salgadinhos, bolos, guloseimas e outras coisas.
Passadas horas, os convidados começaram a sentir náuseas e
o banheiro se tornou a peça mais importante da casa. Com
tanta confusão, pessoas apressando-se em ir para casa, outras
para o hospital, quando a dona da casa pediu silêncio e falou:
— Meus amigos, não sabemos o que ocasionou esse
transtorno, mas somos devotos de Santo Antônio de Pádua.
Por favor, vamos todos segurar um copo de água nas mãos e
oremos para que ele venha em nosso socorro.
E a senhora, comovidamente, foi acompanhada em sua
oração por todos os que ali permaneceram e com o copo de
água juntaram-se em preces. E, pasmas, as pessoas ali
presentes viram as águas tornaram-se efervescentes e a sala
inundada por tênue fumaça que exalava o aroma de um fruto
cítrico. A pedido da senhora, no final da prece, todos
tomaram a água fluidificada e, logo mais, a festa continuou
com os comentários dos convidados que, curados,
agradeciam o “milagre”.
Para o Espiritismo, esses fenômenos nada mais são do
que a dedicação do médium em seu potencial sublimado, isto
é, a sua comunhão com o poder do Alto. Sabemos que nada
acontece se Deus não permitir, portanto, aqui não há filhos
privilegiados de Deus. Há o esforço de cada um em redimir
seus erros, em nome do Amor.
Deus, não oferece monopólios às religiões. Mediunidade
existe em todas as criaturas, necessário será discernir sobre
como usá-la, não fazendo disso um meio de vida, tornando-
se uma profissão. Antônio de Pádua, Francisco de Assis,
Eurípedes de Barsanulfo, Francisco Cândido Xavier e tantos
outros que deram de graça o que de graça receberam, é que
foram os verdadeiros baluartes da Verdade do Cristo, pois
foram seus seguidores na Terra. Foram os exemplos da fé
viva e da Caridade onipresente. Vieram cumprir a missão de
trazer para a humanidade o auxílio
mútuo dos Espíritos Superiores,
firmando a revelação dos poderes da
Vida Universal, para instituir na Terra o
caminho da Paz, para nos tornarmos um
dia habitantes do planeta da
regeneração.
Para entendermos melhor todos os
processos mediúnicos de Antônio de
Pádua, é bom consultarmos “A Gênese
de Allan Kardec”, desde o capítulo XIII
até o capítulo XV, onde está toda a
dinâmica de milagres, fluidos, curas e
uma gama de assuntos, cujos temas se
Livro “A Gênese” tornam, para acreditarmos com a fé
9
 raciocinada, como nos recomendou
Jesus, nO Evangelho Segundo o
Espiritismo, no capítulo sobre “A Fé
transporta Montanhas”.
Raciocinemos sobre algumas
frases pregadas por Antônio de
Pádua em seus sermões:
— “É viva a palavra quando são
as obras que falam”.
— “A paciência é o baluarte da
alma, ela a fortifica e a defende de
toda perturbação”.
Papa Pio XII — “Ó Senhor Jesus, eu estou
pronto a seguir-Te, mesmo no
cárcere, até a morte, a imolar a minha vida por teu amor,
porque sacrificaste a tua vida por nós”.
— “Como os raios que se desprendem, assim também os
espíritos pregadores emanam obras maravilhosas. Disparam
os raios, enquanto cintilam os milagres dos superiores.
Retornam os raios quando esses pregadores não atribuem a si
mesmos as grandes obras que fazem, mas sim dão graças a
Deus”.
— “Quem não pode fazer grandes coisas, faça ao menos o
que estiver na medida de suas forças, certamente não ficará
Evangelização Infantil
evangelizacao
O Futuro
“O futuro a Deus Pertence …”
Uma das frases que talvez mais escutamos em nosso dia-a-
dia. Porém, deve-se tomar o cuidado para não ser encarada
com o zelo do desculpismo, comodismo ou fatalismo. A ação
é imperativo do que será encontrado adiante.
Constantemente a dizemos ao próximo tentando esconder-
nos de nossas responsabilidades e imperfeições as quais
ainda temos a corrigir.
Focalizando a idéia da família e responsabilidades , a frase
já carrega o peso de palavras que nos mostram o quão grande
e importante é a tarefa de pessoas que tem sob a sua guarda
companheiros próximos. Visando ao lado espiritual com a
concepção de palavras como : “Quem é minha mãe e quem
são meus irmãos” (Cap. XIV, Item 5 a 7, Evangelho), vemos
o quanto é grande nossa jornada na Terra.
Em busca do esclarecimento, entramos com o principal
ponto em questão: A criança e seu futuro. Como visamos ao
melhor para nossas crianças devemos priorizar a
responsabilidade de educá-las sabendo que esta tarefa
começa desde a gestação.
Educação Intelectual - visando ao bem estar do menor e a
oportunidade de um futuro onde esteja mais preparado para
enfrentar as dificuldades a superar.
Educação Espiritual - visando ao desenvolvimento moral
para que esta, ao crescer, tenha bases firmes para sustentar
esse conhecimento, estando consciente da idéia de que
somos todos irmãos.
Ambas tem sua devida importância e compete aos pais,
professores e a todos que convivem no meio social, dentro de
10
sem as recompensas que lhe serão devidas”.
Antônio de Pádua foi indicado pelo papa Pio XII com o
título de “Doutor do Evangelho” em 16 de janeiro de 1946.
Os espíritos reconhecem em Antônio de Pádua o fiel
seguidor, enquanto na Terra, de Francisco de Assis. Juntos na
espiritualidade continuam na árdua tarefa de redimir as
criaturas desorientadas e portadoras das doenças físicas e
espirituais.
A eles, pois, nosso eterno agradecimento.
Eloisa
Bibliografia
! A Gênese - Allan Kardec - FEB - 16ª edição - 1973
! Antônio de Pádua - Almerindo M. de Castro - FEB - 6ª edição - 1983
! Francisco de Assis - João Nunes Maia - Editora Espírita Cristã Fonte
Viva - 9ª edição - 1994
! O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Karde - Tradução
Roque Jacintho - Editora Luz no Lar - 2ª edição - 1988
! Imagens:
" 198.62.75.4/opt/xampp/custodia/wp-
content/plugins/exhibitimg/exhibit10f.php?navid=5279
" digilander.libero.it
" it.wikipedia.org
" pt.wikipedia.org
" www.fraticappuccini.it/santachiara/privilegium.htm
" www.trekearth.com/gallery/Europe/Germany/photo130988.htm
infantil
suas respectivas proporções, aplicá-las.
A Evangelização Infantil é salutar ao desenvolvimento das
crianças, se constituindo em prática a ser orientada, desde a
tenra idade.
Através dela, a criança já recebe um conhecimento que,
embora muitas vezes não se compreenda a devida seriedade,
com certeza, influenciará em toda sua vida. Assim como, via
de regra, os responsáveis devem se esforçar para que seus
tutelados não deixem de ir à escola , também o devem no trato
da educação espiritual, não podemos esperar que a criança
decida se quer se evangelizar.
Mais tarde, no devido nomento, quando esta passar por
alguma dificuldade, e isso sabemos que faz parte do nosso
aprimoramento espiritual, perceberá o valor destes
ensinamentos e o quanto aquelas palavras ajudarão a servir
de sustento para a superação dos obstáculos encontrados.
Grande número de pessoas desenvolvem sua condição
espiritual sem qualquer instrução, através do convívio,
dificuldades e experiências. Muitas vezes até mesmo como
provas trazidas de reencarnações passadas, muitas vezes, a
vida em si já os faz criar defesas para a superação de algumas
mazelas.
Entretanto, é necessário esclarecer os pensamentos,
lembrando que pessoas sem conhecimento da doutrina, ou de
pouca instrução, precisam compreender o que estão lhes
oferecendo, a fim de que não se iludam por palavras bonitas,
mas talvez vazias.
A diferença entre as situações é que, com a educação,
podemos diminuir as dificuldades da vida, abreviar as dores
com o entendimento completo sobre a Misericóridia Divina,
e assim, abreviar as dores, pois, “O que não vai pelo Amor vai
pela Dor”.
Seareiro
 Esclarecidos quanto a esta diferença de situações, reeducarem seus espíritos e se fortalecerem na fé
podemos optar ao que desejamos ao futuro de nossos entes raciocinada, sem fantasias.
queridos, dando às nossas crianças a oportunidade de Marcelo e Rosangela

Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”

Livros básicos da Doutrina Espírita.
Temos os 414 livros psicografados por Chico
Xavier, romances de diversos autores, revistas e
jornais espíritas. Distribuição permanente de
edificantes mensagens.
Praça Presidente Castelo Branco
Centro - Diadema - SP
Telefone (11) 4043-4500 com Roberto
Horário de funcionamento: 8 às 19h30
Segunda-feira à Sábado

Clube do Livro
clube do livro

Vozes na casa
No mês de outubro, os
associados do Clube do
Livro receberam a obra de
Josephine Almés Campbell
Leslie, irlandesa que usou o
pseudônimo R.A. Dick, para
publicação de seus livros. A
tradução é de Wallace Leal V.
Rodrigues, autor de vários
livros editados pela Casa
Editora O Clarim.
A estória já foi adaptada
para o cinema e se tornou
seriado de televisão. Os
Entrevista
entrevista
R.A. Dick
Tradução Wallace Leal V Rodrigues
Editora O Clarim - 170 páginas
leitores antigos deparam com uma edição de roupagem
nova. A capa é ilustrada com cores vivas e remete aos
personagens e ao cenário.
É um romance de narrativa leve, texto fácil de
compreender e acompanhar, apresentando ao leitor que se
inicia no tema espírita um atrativo com bases sérias.
A obra nos exemplifica o quanto corremos o risco de nos
ligarmos à matéria, a ponto de, mesmo após desencarnados,
continuarmos preocupados com o mundo material que
deixamos.
Podemos tirar boas lições. É ler e conferir. Também é
uma boa dica para presentear os amigos que se iniciam ou
simpatizam com o tema espírita!
Rosangela e Marcelo

Televisão
Pergunta: Os programas infantis apresentados pela
televisão estão oferecendo uma mensagem de boa qualidade
para as nossas crianças?
Resposta: As emissoras de TV, via de regra, apresentam tão-
somente aquilo que o seu público pede ou comporta. Por
conseqüência, a qualidade é quase sempre mera expressão da
soma de seus telespectadores.
Pergunta: E as telenovelas, estão ofertando bom conteúdo
para os telespectadores?
Resposta: As telenovelas, como toda a programação da TV,
são decorrências das tendências do público. A TV,
explorando comercialmente a sua programação, quase
sempre fala a linguagem da massa popular e, por isso,
reproduz o gosto do público.
Pergunta: Quanto às telenovelas, sendo apresentadas em
horários em que a maioria das crianças está acordada, e
sendo difícil afastá-las do convívio dos pais quando estão em
frente à televisão, perguntamos: Como devem agir os pais
para evitar que os filhos absorvam as mensagens desses
programas?
Resposta: Se os pais assistem algo que não seja edificante,
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Entrevista concedida por Roque Jacinto
Fonte: Livro Perguntando e Aprendendo
de Waldenir Aparecido Cuin
não há o que lamentar se os filhos compartilhem de suas
preferências. Se as mensagens das telenovelas não são
dignas ou moralistas, cabe aos pais mostrarem aos seus
filhos, na vivência diária, através de seu próprio exemplo de
conduta, o que há de nobre dentro da vida.
Pergunta: A violência é um problema complexo. Assim
sendo, como pode cada cidadão contribuir para melhorar o
quadro social que aí está?
Resposta: A violência é uma loucura momentânea. Salvo os
casos patológicos, que deverão ser tratados por psicólogos
comportamentais ou psiquiatras verdadeiramente dedicados
ao reajuste do enfermo, a violência sofrerá um resfriamento
na alma da criatura, se esta se dedica a dissolver seus ímpetos
agressivos através de sua própria cristianização. É urgente
que ninguém se envergonhe de ser bom. Que jamais
esqueçamos que há mais coragem em resistir ao impulso do
revide de ofensas, do que em "não levar desaforos para casa".
Recordemos, por outro lado, que aquele que nos ofende é um
enfermo moral que desconhece as conseqüências de seus
próprios ímpetos tresloucados, e que, quase sempre, dá
corpo a sua agressividade, transformando-a numa
enfermidade educativa, como são as úlceras, o câncer e
11
outros freios auto-educativos, criações de nosso próprio
estado mental. Os lares ainda são palcos de muitas agressões
físicas e morais, tão-somente porque os princípios religiosos
genuínos não são de domínio efetivo das criaturas religiosas.
Religião é integração com o Pai Celestial. Portanto, se
estamos no seio do Criador, por que nos jogarmos contra
Aids
Pergunta: A Aids é um castigo de Deus para os que violam
os padrões morais da sociedade?
Resposta: Deus não castiga ninguém. O Pai Celestial,
através de seus colaboradores diretos, ampara-nos em todos
os lances de nosso crescimento, e a dor que nos visita é
sempre a reação natural de nossos desequilíbrios. A Aids,
doença de origem sobretudo venérea, é uma resposta das leis
da Natureza para os desequilíbrios que instalamos dentro de
nós mesmos, diante de nossos desvarios sexuais e afetivos.
Ela funciona como um sinal de alarme, para que sublimemos
as nossas qualidades virtuais, indicando-nos os desníveis
Sonhos
sonhos
Intuições
É comum, ao
dormirmos ou mesmo em
leve dormência (cochilo
curto ou longo),
despertarmos com uma idéia
nova em mente, algo que poderia
nos ser útil, como uma frase sábia
ou trechos que poderiam ser
utilizados para um poema ou uma
canção. Mas, normalmente, isso se
esvai de nossos pensamentos e, às vezes,
some completamente de nossa memória. Então, mesmo
tentando nos esforçar para lembrar, não conseguimos.
Como já estudamos anteriormente, o estado de dormência
do corpo nos possibilita a liberdade de espírito. Quando
adormecidos, ainda que ligeiramente, podemos nos
comunicar com o mundo ao qual chamamos de invisível e,
assim, escutar, conversar, ver e agir na esfera espiritual, como
espíritos que somos. E isso é facilitado justamente por
estarmos, nesses instantes, libertos da massa densa, pesada e
grosseira do nosso corpo.
Por isto, nosso espírito, com maior liberdade e visão, pode
ter idéias ou recebê-las por conta dos conselhos e orientações
que nos foram dadas por outros espíritos.
Neste particular, mais uma vez lembremos da importância
das atitudes e pensamentos praticados no dia a dia, porque
refletirão nestes momentos de desprendimento físico (o
Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª às 20 horas Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniões
3ª e 6ª às 15 horas Atendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas
Domingo às 10 horas Rua das Turmalinas, 56
Artesanato: Sábado das 9 às 16 horas Jardim Donini - Diadema - SP
12
aqueles outros seus filhos? Reajuste-se a família em torno do
cristianismo, e a agressividade dentro do próprio lar sofrerá
um recesso útil e necessário. Quem se depurar no cadinho do
lar, será um daqueles de boa vontade que se farão
embaixadores da paz genuína.
Entrevista concedida por Roque Jacinto
Fonte: Livro Perguntando e Aprendendo
de Waldenir Aparecido Cuin
que nos rebaixam ao subumano. Toda doença venérea é um
freio à nossa descida espiritual, e, salvo os casos de
contaminação por transfusão de sangue, ou por outras
formas de contágio, estamos diante de uma autodoença, que
visa a frenar-nos nos campos dos desequilíbrios, tal como
ocorre com as demais enfermidades similares, como o
cancro venéreo, a sífilis, etc.
Sejamos monogâmicos, convida-nos a própria natureza
biológica, e teremos os anticorpos que nos assegurarão as
energias para que sejamos completistas espirituais, ou seja,
para que vivamos o total da quota de nossas energias vitais.
sono).
Para termos bons encontros, bons conselhos e boas
idéias, devemos procurar viver no caminho do bem. A
tentativa já é um ponto positivo e é vista com alegria
pelos nossos mentores espirituais.
Se, na maioria das vezes, as idéias nos fogem da memória,
é porque, provavelmente, não eram necessárias ao momento e
virão à tona, oportunamente, em forma de intuição. Pode
acontecer, ainda, que as idéias esquecidas não tenham
utilidade à vida atual de quem as teve, por se tratar de assunto
que apenas interessaria ao mundo espiritual. Lembremo-nos
da pluralidade de existências. Não podemos nos restringir
apenas à vida presente. Nem tudo que vemos nos sonhos se
refere à existência atual.
Tudo no mundo, criado por DEUS, é perfeito. Basta
observar o percurso da natureza, que aguarda servindo sem
reclamar ou desistir, apenas prossegue. Nós é que damos nó
em nossos pensamentos, criando dúvidas e "encucando" com
coisas desnecessárias à continuação de nossas tarefas. Para
evitar esse quadro é que devemos insistir conosco mesmo
para obtermos e mantermos medicamentos de equilíbrio, tais
como, a calma, a serenidade, a paciência, a resignação, os
pensamentos otimistas e positivos.
Ao sonharmos e acordamos com indagações sobre o real
sentido das idéias ou o porquê de as esquecermos, perdemos
tempo precioso. E este tempo, quando bem aproveitado,
contribui para o florescimento das boas intuições,
cumprindo-se a rota Perfeita do Nosso Sábio Criador.
Rosangela
Imagem: Revista "Viva Mais", ano 7, n° 49 - Editora Abril S.A
Tratamento Espiritual: 2ª às 19h45
3ª às 14h45
4ª às 19h45
6ª às 14h45
Seareiro
Contos
contos
A fé de Isaías
Estamos no ano de 32 da Era Cristã, em Cafarnaum, à
beira do lago de Genesaré.
Filipe, o ferreiro, mora com sua família na cidade, há 5
anos, desde que se mudou de Jericó com Maria, sua esposa,
e Isaías, seu filho, hoje com 8 anos de idade.
O dia a dia de Filipe é de trabalho duro, onde a bigorna e
o martelo trabalham sem cessar para atender a todos os que
o procuravam.
Em Cafarnaum, entretanto, muito se tem ouvido do
Nazareno que todos vêm dizendo que seria o Messias, e
que ensina aos homens o caminho para o Reino de Deus.
Filipe, muito cético diante das notícias da Boa Nova,
preso aos seus afazeres profissionais, se mantinha distante
de querer buscar ir em busca das palavras de Jesus, apesar
de tomar conhecimento de que Ele se encontrava em
Cafarnaum.
Marta, sua esposa, sempre teve uma saúde precária,
diante de um mal adquirido na viagem de sua terra natal, e
que fazia com que tivesse tosses e cansaços constantes,
sem que conseguisse uma melhora, apesar de tantos
remédios que lhe foram indicados por muitos, e que ela
sempre procurou utilizar na esperança de melhora.
Filipe dizia não acreditar que sua esposa poderia ser
curada, sem que fosse por um remédio que ele visse,
materialmente, o que não havia ocorrido até aquele
momento. Desconfiava de todo e qualquer embuste de
curandeiros, já que há muito havia recorrido a alguns, e
sem sucesso de melhora para sua esposa, o que fez com que
proibisse que ela buscasse por qualquer outro que pudesse
aparecer.
Seu filho Isaías buscava sempre acompanhá-la nas
tentativas de cura que fazia. Isaías, quando ouviu sobre
Jesus e suas peregrinações, e até mesmo sobre as curas que
vinha fazendo, se dirigiu à sua mãe:
— Mamãe, busquemos ir até Jesus para curá-la!
Marta, preocupada com o ceticismo de Filipe quanto a
curandeiros, explicou ao filho que seu pai não consentiria,
e que não deveriam contrariá-lo.
Isaías se entristeceu, tendo
em seu íntimo que Jesus
poderia auxiliá-la a se curar de
seu problema de saúde.
Filipe, naquela noite, retorna
ao lar após um longo dia de
trabalho árduo, e Marta, após o
jantar, se dirige a Filipe,
comentando a presença de
Jesus na cidade, e relatando
sobre as curas que soube que
ele teria feito.
Filipe, irredutível,
esbraveja:
— Não quero que vá ao
encontro de mais um
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
embusteiro, como já fizemos no passado!
Marta tenta replicar, mas seu argumento é recebido com
frieza pelo companheiro, que busca encerrar o assunto,
mas Isaías exclama:
— Mas, pai, Jesus pode...
O filho é interrompido por Filipe, dizendo:
— Assunto encerrado! Não quero que vão atrás deste
Jesus!
Isaías se encolhe diante do tom de reprovação do pai, e
vai para o seu quarto em prantos, tendo como uma certeza
de que Jesus poderia cessar o sofrimento de sua mãe.
Dias depois, Marta amanhece numa crise séria de tosse,
que a impede de se levantar, quando Filipe já havia saído de
casa, tendo se dirigido ao seu trabalho.
Marta pede que Isaías vá até o seu pai para avisar sobre o
seu estado; ele corre em direção ao trabalho de Filipe, e
quando chega explica o ocorrido. Filipe retorna com o filho
à sua casa e encontra Marta bastante abatida, e tossindo
sem parar, o que lhe causa uma dificuldade em até respirar,
mantendo-se na cama, mas que lhe causa algumas
convulsões que passaram a assustar a todos.
Isaías, vendo a mãe naquele estado, ajoelha-se em frente
ao pai e clama:
— Pai, permite que vá buscar Jesus para ver a mamãe?
Filipe pronto a enbravejar com o filho, com a insistência
dele, vê sua esposa começar a desfalecer, diante do quadro
asmático que se encontrava.
Isaías, insiste:
— Papai, a mamãe vai morrer! Deixa eu chamar Jesus?
Filipe, cede então ao apelo do filho, por não ter outra
opção que pudesse auxiliar sua esposa, e permite que o
filho procure Jesus.
Isaías, esperançoso e com uma fé inabalável, sai pelas
ruas de Cafarnaum em busca de Jesus, e vê uma
movimentação de pessoas que se dirigiam para um dos
lados do lago de Genesaré, e segue a multidão na esperança
de encontrar Jesus.
Em seguida vê uma aglomeração de pessoas num
determinado lugar à frente, e crê que Ele lá estaria, rodeado
de pessoas que queriam ouvi-lo e vê-lo.
Chegando próximo, vê Jesus, e se dirige diretamente a
Ele, passando por todos que estavam à sua frente,
aproveitando-se de sua estatura
diminuta, abraçando-O e
dizendo:
— Jesus, sei que pode curar a
minha mãe!!!... Cure-a pra mim,
ela não pode morrer!!!...
Jesus olha para Isaías,
compadecido diante de sua dor,
pega-o no colo e diz a todos que
ali estavam:
— Em verdade vos digo que,
se tiverdes fé do tamanho de um
grão de mostarda, direis a um
monte para passar de um lugar a
outro, e ele passará, e nada vos
13
será impossível. Por isso, Isaías, retorne ao seu lar, e
encontrará sua mãe curada. A tua fé a curou!
Isaías ouve aquelas palavras de Jesus com uma
felicidade interior inexplicável, agradece ao Mestre em
lágrimas, e retorna rapidamente ao seu lar. Adentrando ao
lar, encontra seu pai ajoelhado, com sua mãe em seus
braços, adormecida, e ele em lágrimas se voltando ao alto
Cantinho do Verso em Prosa
cantinho
Quem segue com Jesus
Quem segue Jesus na vida
Guarda a paz desconhecida
Que nasce do amor cristão.
Perdoa a ofensa da estrada,
Esquece o espinho e a pedrada,
Olvida a desilusão.
Serve a todos, igualmente,
Sabe ser forte e contente,
Trocando o bem pelo mal.
Não perde a benção do dia,
Trabalha com alegria
No caminho fraternal.
Não condena, não critica,
Usa a fé, lúcida e rica,
No incentivo à paz e ao bem.
Tem bom ânimo na luta,
Mas não sustenta a disputa,
Nem grita contra ninguém.
Auxilia sem barulho,
Foge às mentiras do orgulho,
Ampara crentes e ateus.
Coopera com tino e tato,
Sabendo, feliz e grato,
Que tudo pertence a Deus.
Negando a si mesmo, aceita
As pedras da senda estreita
Nas dores da própria cruz.
Traça lições ao dever,
Guardando no próprio ser
A fonte da Eterna Luz.
Casimiro Cunha
Soneto de Casimiro Cunha - Livro “Trinta anos
com Chico Xavier” - Clóvis Tavares - Editora
Calvário - 1ª edição - 1967
14
como em prece, diante da melhora ocorrida com sua esposa
naquele momento. Isaías abraça ao seu pai, e lembra do
olhar de Jesus, o Filho de Deus.
Isaías ainda ouve de seu pai, em som baixo, e em meio a
soluços:
— Obrigado, Jesus, obrigado, Jesus!!!!...
Armando
Desenho: Adriana
do verso em prosa
Reconhecidamente aquele que procura ardentemente o refúgio nas
páginas do Evangelho, encontra a sustentação para continuar a lutar para
vencer as imperfeições.
Todos os seguidores do Cristo passaram pelas dores e por todos os
percalços da senda reencarnatória.
As ofensas, os espinhos, tudo que pudesse servir de entrave e dores,
eram transformados em louvor a Deus, pois era uma proposta de
testemunho e convite para caminhar com Jesus.
O “homem de bem”, tão altamente descrito n'O Evangelho Segundo o
Espiritismo, é o ideal daquele que se propõe a seguir Jesus.
A humildade foi sempre a principal alavanca dos prepostos do Cristo,
pois é ela que faculta as criaturas a silenciar diante do orgulho ofendido.
Sem alardes, esses incansáveis batalhadores da fé raciocinada
ensinaram com alegria e de bom ânimo a subida até Jesus, esquecendo-se
de si próprio e compartilhando com o semelhante sem a preocupação de
saber se é ele simples ou culto em suas experiências reencarnatórias.
Ninguém se deve orgulhar dos conhecimentos que se adquire na Terra,
pois são muito poucos e de visão precária. Esses conhecimentos poderão
ser iluminados se forem direcionados para Deus, pois a Ele devemos a
vida. Portanto, necessário será relacionarmos a existência amparados pela
sabedoria dos vanguardeiros do Cristo, que souberam fazer com que a luz
brilhasse de seus corações, para clarear as sombras da humanidade.
Para encontrarmos a fonte da Eterna Luz, será preciso saber usar os
instrumentos que Deus nos faculta. E o primeiro deles é reconhecer entre
todos que fazem parte da nossa família consangüínea os companheiros
que muitas vezes ficaram ao longo da estrada por não querer se perdoar.
São deveres e compromissos, aliados à tolerância e à compreensão,
oportunidades de reajuste, para conseguir-se uma união, carregando cada
um a sua cruz, mas irmanados em vencer o mal da censura e do
julgamento.
Por isso, os seguidores de Jesus vivem no Mundo Maior, e se
movimentam a todo instante para tornarem mais sublime o cenário do
mundo mental de cada criatura.
Para eles não existe a condenação dos erros cometidos, o que nos falta
é o entrelaçamento para vivermos em paz, procurando, segundo a máxima
de Jesus:
“Amar ao próximo como a si mesmo.”
Elielce
Seareiro
Atualidade
atualidade

Ausência do Amor
— Que falta ao ensino?
Modernamente, inúmeros simpósios e congressos são
realizados, congraçando mestres, pais e alunos, visando a
encontrar uma solução ajustada aos problemas do ensino.
Há um hiato entre lar e escola.
Há um grande vácuo entre professor e aluno.
Ao mesmo tempo, e até simultaneamente a tão nobilitante
empenho, incluem na pauta de trabalho e estudos, sem mais
cogitações, as reivindicações de classe, dando-lhes espaço
preferencial e regime de urgência, tomando considerável
tempo para as citações estatísticas e exibição de mapas da
situação precária dos mestres do ensino.
O clamor é respeitável.
O que falta no ensino, o que é ausente na medicina, o que é
indispensável na mecânica, o que nem sempre está presente
nas profissões, não é propriamente uma solução técnica mais
avançada, mas sim o amor da criatura ao trabalho que realiza.
Na ausência do amor, a falta do diálogo.
Na ausência do amor, a restrição da acuidade.
Na ausência do amor, a morte do gênio criativo.
Na ausência do amor, o desinteresse avassalante.
Na ausência do amor, o desalento destruidor.
Na ausência do amor, a falência da técnica.
O amor não é sentimento superado pelos conceitos
modernos e pela abundância dos recursos técnicos, porque,
quando ele se faz ausente nas realizações programadas,
estabelece-se o abismo entre a criatura e o objeto de sua
atividade. Sem a interação entre a criatura e o seu objetivo,
em que uma parcela de nós mesmos se transfere para o que
vamos realizando, perdemos inevitavelmente o interesse
essencial pelo trabalho e nossos atos entram em rotina,
gerando deficiência e promovendo o aparecimento do tédio e
da insatisfação.
O mestre deve amar seu discípulo.
O médico amará seu paciente.
O mecânico amará o que produz.
O marceneiro, provido de amor, fará obras de arte.
Toda atividade que desenvolvamos, quando banhada pelo
afeto profundo, enriquece-se em resultados, permitindo-nos
descortinar novas formas e nos transmitindo a indisfarçável
sensação de que somos co-criadores no panorama geral do
Universo, sem que experimentemos jamais a sensação
desintegradora da rotina em nossa vida.
Roque Jacintho

Livro em Foco
livro em foco

Palavras do Infinito
Esta obra psicografada
por Chico Xavier nos traz
mais crônicas de Humberto
de Campos, versos de vários
autores, sempre trazendo
exemplos, orientações,
mensagens de consolação,
esperança, raios de luz, aos
desafortunados, náufragos,
desesperados, nos
momentos da dúvida,
descrença, nas tempestades
da vida.
Francisco Cândido Xavier /
Humberto de Campos (espírito)
Relata-nos os trabalhos
Editora Lake - 6ª edição - 1982 intensos e constantes das
190 páginas coletividades espirituais
pelo progresso humano.
Traz-nos ensinamentos através de explicações, relatos, e
respostas sobre filosofia, ciência, política, economia,
administração.
Esclarece-nos sobre nossas dúvidas, como cremação,
primeiros momentos após a morte, comportamentos morais
e familiares.
Todo este compêndio de ensinamentos, sempre sob a Luz
do nosso mestre Jesus, através da Codificação do mestre
lionês, Kardec.
Seguem alguns trechos desta obra:
“Ide e pregai! Eu vos envio ao mundo como ovelhas ao
meio dos lobos, mas Eu não vim senão para curar os doentes
e proteger os desgraçados.
Ainda hoje, afigura-se-nos que a voz consoladora do
Cristo mobiliza as almas abnegadas... (página 58, Humberto
de Campos).”
“Não busque ser o gênio, sê o apóstolo. (página 69, Eça
de Queirós).”
“A economia dirigida é um erro? (pergunta feita pelo Sr.
Teixeira da Costa, gerente de banco, a Chico Xavier, página
79).”
“A mulher não precisa masculinizar-se. Precisa educar-
se dentro da sua feminilidade. (Emmanuel, página 92).”
“Enviadas mais três perguntas a Chico Xavier,
respondidas por Emmanuel, sobre ciência, cremação e qual a
impressão do homem no instante da morte? (páginas 87 a
91).”
Como podemos ver, embora tenha sido psicografado em
1935, continua atualíssimo, confirmando o quanto
relutamos em nossa “fé”.
Vamos ler, estudar e principalmente começar a por em
prática?
Família Amado

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos

Espíritas Amor e Esperança 15
Família
familia
Indiferença
A quantas anda o nosso relacionamento com os nossos
familiares? Esta pergunta, nós nos esforçamos para não
responder, numa tentativa de esconder de nós mesmos a
nossa indiferença para com eles (os familiares).
No papel de maridos ou esposas, esquecemos daquelas
conversas longas em que cada um dava a sua opinião sobre
determinados assuntos enquanto o outro prestava atenção e
debatia, colocando também o seu ponto de vista.
Neste clima de troca de idéias, os problemas caseiros
eram solucionados rapidamente, sem necessidade de
atitudes drásticas ou traumáticas.
Os filhos estavam sempre ao lado, merecendo a atenção
tão preciosa e necessária.
Quantas vezes, durante uma brincadeira infantil, um filho
agredia o outro, ou até tomava todos os brinquedos como
seus. Mas os pais, atentos a tudo, corrigiam a criança
equivocada, sufocando a semente da violência ou do
egoísmo, mostrando como é bom ter respeito ao próximo.
As crianças não tinham receio de pedir aos pais, que
sempre chegavam cansados do trabalho, para participarem
de uma de suas brincadeiras infantis (cavalinho, jogos ou
leituras de histórias), pois os pais estavam com o coração
aberto para, nesta oportunidade, além de brincar, poderem
educar e estabelecer laços de confiança, tão necessários para
a fase da adolescência.
No papel de filhos, esquecemos a gratidão que devemos
aos nossos pais por oferecerem, com a permissão de Deus, a
oportunidade dos resgates dos erros do passado.
Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”
Receba mensalmente obras
selecionadas de conformidade
com os ensinamentos espíritas.
Tema Livre
tema livre
Evolução e Reforma Íntima
Procurando ampliar nossos conhecimentos a respeito da
evolução e da necessidade de nossa reforma íntima,
encontramos estes assuntos em alguns livros que os abordam
de maneiras diferentes, mas que se entrelaçam, mostrando-
nos que as Leis de Deus são imutáveis e que a elas estamos
atrelados porque somos partes integrantes da Criação
Divina.
Temos em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”,
capítulo “Há muitas moradas na casa do meu Pai”, o
esclarecimento do Espírito Agostinho sobre a progressão dos
mundos, que abaixo segue:
16
Esquecemos as noites de vigília, quando estávamos
doentes e eles, não sendo médicos ou enfermeiros, velavam
em nossa cabeceira, oferecendo o único remédio que eles
conheciam, que era o conforto da sua presença e o carinho.
Quantas vezes os recursos não eram suficientes frente a
todas as necessidades materiais que se apresentavam
(alimentação, vestimenta, cadernos, livros, etc.), mas eles se
desdobravam no trabalho em horas-extras ou trabalhos
extras para que o básico não faltasse.
Gostávamos tanto quando os pais chegavam e traziam
uma pequena guloseima, uma bala, um pirulito ou um doce
simples, mas que faziam a nossa alegria.
Não sabíamos por que uma simples bala tinha aquela
magia, pois não entendíamos que ela vinha carregada de
emanações do amor dos corações de nossos pais.
Para quanta coisa boa ficamos indiferentes!
Usamos a desculpa de que hoje em dia a vida é mais
corrida, não sobrando tempo para darmos a atenção
necessária aos familiares, mas se encararmos a realidade,
veremos que o dia continua tendo 24 horas e que nós é que
desejamos nos distanciar daqueles que moram conosco por
puro comodismo e preguiça.
Esperamos que os quadros de felicidade descritos neste
texto possam acordar os sentimentos adormecidos e que
brote em cada coração a vontade de abraçar carinhosamente
o seu pai, a sua mãe, o seu filho, o seu irmão e dizer:
“Agradeço a Deus por me colocar ao seu lado; vamos
caminhar juntos as estradas desta vida, unidos pelos laços do
respeito e do amor.”
Que Deus, na sua infinita misericórdia, nos dê forças para
seguir adiante.
Wilson
Informe-se através:
" Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP
" (11) 4044-5889 (com Eloísa)
" E-mail: contato@espiritismoeluz.org.br
" www.espiritismoeluz.org.br
O progresso é uma das leis da natureza.
Todos os seres da Criação, animados ou inanimados,
estão sujeitos à lei do progresso, pela bondade do Pai
Celestial, que deseja que tudo se engrandeça e prospere.
A própria destruição, que parece ao homem ser o termo
final das coisas, nada mais é que um meio de levá-las, pela
transformação a um estágio mais aperfeiçoado, uma vez que
todas as coisas morrem para renascer e nada sofre o
aniquilamento.
Ao mesmo tempo em que os seres vivos evoluem
moralmente, os mundos que eles habitam progridem
Seareiro
materialmente.
Se você pudesse acompanhar um mundo em suas
diversas fases, desde o instante em que os primeiros átomos
se agregaram para constituí-lo, você o veria percorrer uma
escala incessantemente progressiva. Esses graus
percorridos, no entanto, são imperceptíveis para cada
geração de seres vivos, embora ofereçam aos seus
habitantes uma morada mais agradável, à medida que eles
mesmos avançam na senda do progresso.
Coisa alguma na natureza permanece estacionada.
Paralelamente ao progresso do homem, progridem os
animais domésticos, os vegetais e a forma de suas
habitações.
Quão grande é está idéia e quanto é digna da majestade
do Criador! E quanto, ao contrário, é pequena e indigna de
seu poder, a idéia que concentra a sua solicitude e a sua
providência sobre o imperceptível grão de areia que é a
Terra e que restringe a Humanidade apenas aos poucos
homens que habitam o nosso mundo.
A Terra, segundo a lei do progresso, já desfrutou um
estágio material e moral inferior ao em que hoje se acha.
Atingirá igualmente, tanto no aspecto material quanto
moral, um grau mais avançado.
A Terra chegou a um desses períodos de transformação.
De mundo de expiação, ela passará a um mundo de
regeneração, onde os homens serão mais felizes, porque a
26 a 31 de
Março 2007
19h30 - Passe
20 horas - Palestra
26/03 - Considerações sobre a pluralidade da
existência - Aziz Cury
27/03 - Faculdades morais e intelectuais do homem -
Claudio Augusto Camargo Pinto
28/03 - Felicidade e infelicidade relativas - Luiz
Armando de Freitas Ferreira
29/03 - O Livre Arbítrio: Lei da Liberdade - Homero
Morais Barros
30/03 - Relações familiares - Eugenivaldo Silva Fort
31/03 - 17 horas - Prece de Encerramento na Banca
de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)” -
Praça Presidente Castelo Branco - Centro -
Diadema - SP
Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Diadema - SP - (11) 4044-5889
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
lei de Deus nela imperará soberanamente.
Seguindo este esclarecimento, separamos um trecho do
livro “Os mensageiros” de André Luiz, que dá amplitude ao
assunto segundo um espírito de condição moral elevada
denominado Telésforo, que esclarece: — Nossa tarefa é
enorme, precisamos disseminar ensinamentos novos,
relativamente à preparação dos que habitam nossa colônia,
considerando os esforços e realizações do presente e do
porvir.
É indispensável socorrer os que enfrentam, corajosos, as
profundas transformações do planeta.
As transições essenciais da existência na Terra
encontram a maioria dos homens absolutamente distraídos
das realidades eternas. A mente humana abre-se, cada vez
mais, para o contato com as expressões invisíveis dentro das
quais funciona e se movimenta. Isso é uma fatalidade
evolutiva.
Desejamos e necessitamos auxiliar as criaturas
terrestres; todavia, contra a extensão de nosso concurso
fraterno operam dilatadas correntes de incompreensão.
Não podemos, porém, perder tempo no exame da
teimosia alheia. Temos serviços complexos e dilatados. E,
como dizíamos, a Humanidade terrestre aproxima-se, dia a
dia, da esfera de vibrações dos invisíveis de condição
inferior, que a rodeia em todos os sentidos. Mas, segundo
reconhecemos, esmagadora percentagem de habitantes da
Terra não se preparou para os atuais acontecimentos
evolutivos. E os mais angustiosos se verificam no sendal
humano. A ciência progride vertiginosamente no planeta, e,
no entanto, à medida que se suprimem sofrimentos do corpo,
multiplicam-se as aflições da alma. Os jornais do mundo
estão cheios de notícias maravilhosas quanto ao progresso
material. Segredos sublimes da natureza são surpreendidos
nos domínios do mar, da terra e do ar. Mas as estatísticas dos
crimes humanos é espantosa. Os assassínios da guerra
apresentam requintes de perversidade muito além dos que
foram conhecidos em épocas anteriores. Os homicídios, os
suicídios, as tragédias conjugais, os desastres do
sentimento, as greves, os impulsos revolucionários da
indisciplina, a sede de experimentação inferior, a inquietude
sexual, as moléstias desconhecidas, a loucura, invadem os
lares humanos. Não existe, em país algum, preparação
espiritual bastante para o conforto físico. Entretanto, esse
conforto tende a aumentar naturalmente. O homem
dominará cada vez mais, a paisagem exterior que lhe
constitui moradia, embora não se conheça a si mesmo.
Atendido, porém, o corpo revelará a necessidade da alma e
vemos agora a criatura terrestre assoberbada de problemas
graves, não só pelas deficiências de si própria, senão
também pela espontânea aproximação psíquica com a
esfera vibratória de milhões de desencarnados, que se
agarram à Crosta Planetária, sequiosos de renovar a
existência que menosprezaram sem maior consideração aos
desígnios do Eterno.
A Humanidade terrena, atualmente, é como um grande
organismo coletivo, cujas células que são as personalidades
humanas, se envolvem no desequilíbrio entre si, em processo
mundial de reajustamento e redenção.
Abordando de uma outra forma o assunto, Roque
Jacintho, no livro “Doutrina e Diálogos”, traz no capítulo
“Automação” o seguinte esclarecimento:
17
 As máquinas substituem o esforço humano. O homem,
chamado ao campo de trabalho, vem experimentando, pelo
avanço das ciências um gradual aumento de seu tempo de
repouso. Já não se sente escravizado às atividades de ordem
material, com total empenho de suas energias. A própria
legislação que lhe rege direitos e deveres no campo da
operosidade remunerada cuida de assegurar-lhe uma
crescente faixa de disponibilidade. Se, para alguns, essa
ausência de emprego total de suas energias em labores
profissionais poderá parecer a geratriz de muitas questões
sociais, para o Espiritismo é a concretização do Homem
Espiritual.
O repouso físico traz, conseqüentemente, a descoberta
da criatura por ela mesma. É um encontro marcado com a
realidade interior. Momento de sua auto-afirmação, com
liberação de suas qualidades e virtudes de alma eterna.
— Nem só de pão vive o homem- ajuizou o Mestre.
O Espiritismo, explicador do Evangelho, ao estudar as
leis do trabalho em “O Livro dos Espíritos”, toma uma
posição de vanguarda. Interessado em que o homem se
compreenda a si mesmo, embora as naturais subversões que
sentirá nessa alforria quando vai espiritualizando as suas
necessidades e, em decorrência, tornando menos material o
seu trabalho, consagra a automação como limiar da
espiritualidade na face da Terra.
Eis a questão 682 em que o tema é definido:
P - Sendo uma necessidade para todo aquele que
trabalha, o repouso é também uma Lei da Natureza?
R - Sem dúvida. O repouso serve para reparação das
forças do corpo e também é necessário para dar um pouco
mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima
da matéria.
O progresso material não conduz apenas ao bem estar
físico. É instrumento, também, de espiritualização do
homem que, dessa forma, disporá de energias para
empregar-se em atividades outras que não a mera conquista
da sobrevivência orgânica.
Como podemos observar o assunto é tratado de formas
diferentes e também em épocas diferentes, mas, de suma
importância, chamando nossa atenção para um processo do
qual não estamos dispensados, pelo contrário, se desejamos
Terceira Idade
terceira
O Drama
Quantos dramas se vêem envolvidos aqueles que chegam
à terceira idade?
São familiares que não os querem mais, a sociedade que
os vê como pessoas inúteis, o corpo que não mais
corresponde aos chamados do espírito para uma vida mais
ativa, etc.
Diante de tantas barreiras os idosos se sentem sozinhos e
abandonados ao serem jogados em asilos ou casas de
repouso. E assim cada um pergunta: Não serviu para nada a
experiência obtida no decorrer de todos esses anos?
É doloroso acreditar, porém, muitos não conseguem ver o
idoso como uma pessoa que tem muito a nos ensinar. Ser
18
crescer moralmente e fazer parte da Obra Divina que é a
redenção humana na face da Terra, é necessária a nossa
reforma interior para continuarmos a habitar este planeta que
deixará de ser de provas e expiação e passará a ser de
regeneração, um estágio mais espiritualizado do que agora é;
caso insistamos a permanecer em nossos erros, seremos
convocados a habitar um mundo inferior, para que lá
possamos continuar a nossa expiação com novas
oportunidades de aprendizado e assim talvez nos redimirmos
finalmente.
Para deixar claro que o exposto acima não são opiniões
ou conclusões pessoais, abaixo segue um trecho do capítulo
“Bem aventurados os que tem puro o coração” de “O
Evangelho segundo O Espiritismo”:
Sendo assim, dirão, o mal é necessário e durará sempre,
porquanto, se desaparecesse, Deus se viria privado de um
poderoso meio de corrigir os culpados. Logo, é inútil cuidar
de melhorar os homens. Deixando, porém, de haver
culpados, também desnecessário se tornariam quaisquer
castigos. Suponhamos que a humanidade se transforme e
passe a ser constituída de homens de bem; nenhum pensará
em fazer o mal ao seu próximo e todos serão ditosos por
serem bons. Tal a condição dos mundos elevados, donde o
mal já foi banido; tal virá ser a da Terra, quando houver
progredido bastante. Mas ao mesmo tempo que alguns
mundos se adiantam, outros se formam, povoados de
Espíritos primitivos e que, além disso, servem de habitação,
de exílio e de estância expiatória a Espíritos imperfeitos,
rebeldes, obstinados no mal expulsos de mundos que se
tornaram felizes.
Observando então todos esses esclarecimentos,
chegamos a um ponto em comum, do qual ninguém se
eximirá, que é a reforma íntima; ou a assumiremos pela
iniciativa própria no propósito de evoluirmos mais
rapidamente, ou então, através da dor, na colheita de
resultados, por erros praticados deliberadamente por nós
mesmos, funcionando sempre o nosso livre arbítrio.
Roberto Cunha
Material consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan
Kardec - tradução de Roque Jacintho - Ed. Luz no Lar
Missionários da Luz - Francisco Cândido Xavier / André Luiz - FEB
Doutrina e Diálogos - Roque Jacintho - Ed. Luz no Lar
idade
idoso não quer dizer que se está doente, é necessário mostrar
para os mais jovens o quanto ainda são eles capazes.
Não importa o lugar onde estão vivendo ou com quem
estão conversando, o importante é que são filhos de um só
Pai (Deus) que é o criador de todos e ampara seus filhos sem
olhar idade, raça ou cores.
Devemos viver cada dia no plano físico agradecendo as
oportunidades que nos são dadas para o aperfeiçoamento
espiritual.
Sentindo-se as dificuldades e indiferenças de todos, crê-
se cada vez mais na máxima: “A felicidade não é deste
mundo”, como afirma Jesus. E assim, poder-se-á voltar a
pátria espiritual com a certeza de que valeu a pena ter se
chegado ao longo de uma vida física.
Geni
Seareiro
Kardec em Estudo
kardec em
A Cólera “O orgulho induz vocês a se julgarem mais do que são.”
Ao lermos a palavra cólera, colocamo-la muito distante
de nosso coração. Parece que só conhecemos o ódio, aquele
que vemos, lemos e ouvimos, mas, em nosso dicionário
temos: ”impulso violento contra o que nos ofende e indigna”.
Falamos continuamente sobre a necessidade de estarmos
atuantes numa religião. Não importa qual seja, desde que nos
mostre as verdades do Cristo e não a troca de favores ou a paz
da ociosidade.
Repetimos sempre sobre a necessidade da prática do
Evangelho no lar, que trará a união da família e o estudo de
suas lições.
Por que insistimos nesse assunto?
O afastamento das luzes de Jesus Cristo nos remete a
valores diferenciados da realidade. Passamos a dar o valor
em “orgulho”.
Assim passamos a nos sentir superiores. Julgamos nossos
companheiros de trabalho como incompetentes. Nessa hora
o orgulho nos diz: “quem deveria estar no lugar dele, era
eu..” Manifesta-se aí a cólera, revestida de injustiça.
Em nossa família, passamos a entender tudo, mais que
todos. Meus pais não me compreendem... quero ter toda
liberdade, afinal a vida é minha... A cólera abre suas asas
cobrindo a verdadeira intuição da paternidade, que nos induz
ao caminho do bem.
Em visita rápida e obrigatória aos nossos avós, logo após
aquela sensação de carinho, vem de imediato ao nosso
pensamento: eles estão fora da realidade da vida...não sabem
de nada... As luzes da cólera se acendem não permitindo
receber a gama de experiências, guardadas em corações tão
frágeis pela longa vida.
E assim a cólera, ou seja, acessos de demências, se
pronuncia a cada minuto de nossa vida, sem que a
percebamos.
E não falamos sobre as impaciências, intolerâncias, etc.
Falta-nos a lucidez da “ Porque não há boa árvore que dê
mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. Porque cada
árvore se conhece pelo seu próprio fruto, pois não se colhem
figos dos espinheiros, nem se colhem uvas dos abrolhos.O
homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem,
porque da abundância do seu coração fala a boca. (cap. XXI -
ítem 1 - Lucas).
Despojemo-nos de nosso disfarce de bondade , uma vez
que não foi essa centelha divina que Deus colocou em nosso
coração.
Necessitamos alongar nossa reflexão sobre todas as
nossas atitudes, quando estamos diante das contradições
mesmo quando cobertos de razão. Sempre haverá uma razão
de maior importância.
Conhecer o nosso íntimo, ver que frutos estamos dando,
para que possamos podar os galhos secos, arando a terra,
colocando o adubo da misericórdia Divina, e assim,
alicerçaremos nossa vida para o bem, com a maturidade
necessária.
Lembremos que só podemos doar aquilo que está dentro
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
estudo
de nosso coração.
A lição “Destinação da Terra” diz: “imaginemos a Terra
como sendo um pobre bairro de subúrbio, num hospital de
acidentados, numa penitenciária, numa região malsã e, na
verdade a Terra é tudo isso ao mesmo tempo e se
compreenderá porque as aflições se sobrepõem às alegrias”.
Como nos julgarmos superiores diante de tantas aflições,
dores do corpo e da alma! Não acusemos a Deus, mas assim
agradeçamos a oportunidade do trabalho no bem,
orvalhando o coração de todos com as nossas preces.
“Você será verdadeiramente prudente se, em todas as
circunstâncias, isolar a alma do corpo para ver com os olhos
do espírito”.
Estamos ainda muito limitados a tal visão, mas se faz
importante lutarmos muito para que isso aconteça, para
vermos nossos companheiros de trabalho, como irmãos de
conhecimento e experiências, nossos pais, como os braços
de Jesus a nos acalentar em sua proteção, ver nossos avós
como o agasalho de nossas almas, e assim ver em todos os
nossos semelhantes como prova de amor maior. Não
permitamos que o remorso ocupe o espaço em nosso
coração, destinado para a caridade e o amor.
Em várias lições do Evangelho, recebemos o convite à
superação dos nossos instintos primitivos, buscando na
evolução do espírito o caminho para o encontro com o Cristo
. Ele nos aguarda.
“O Espírita é convidado ao controle de si próprio por
outro motivo: a cólera é contrária à caridade e à humildade
cristã “ ( Um Espírito Protetor, Bordéus, 1863)
Jesus, ilumine cada vez mais esse Amigo Protetor.
Obrigado, Senhor.
Vanda
Material Consultado: O Evangelho Segundo o Espiritismo -
Capítulo IX “Bem-aventurados os Mansos e Pacificadores”- Item
9 - Allan Kardec - Tradução Roque Jacintho - Luz no Lar - 2004
VISITE NOSSO SITE
www.espiritismoeluz.org.br
Você poderá obter informações sobre o Espiritismo,
encontrar matérias sobre a Doutrina e tirar dúvidas sobre
Espiritismo por e-mail. Poderá também comprar livros
espíritas e ler o Seareiro eletrônico.
19
 Impresso
Especial
9912164885 - DR/SPM
SEAREIRO
. . . CORREIOS . . .
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
Caixa Postal 42
Diadema - SP
09910-970

Destinatário

PARA USO DOS CORREIOS

Mudou-se Falecido
Desconhecido Ausente
Recusado Não procurado
Endereço insuficiente
Não existe número indicado

Informação escrita pelo porteiro ou

síndico

Reintegrado no serviço postal em ___/___/___

Em ___/___/___
Responsável

FECHAMENTO AUTORIZADO - Pode ser aberto pela ECT