Venho do morro, do Engenho, Das selvas, dos cafezais, Você sabe de onde eu venho ? Da boa terra do coco, É de uma Pátria que eu tenho Da choupana onde um é pouco, No bôjo do meu violão; Dois é bom, três é demais, Que de viver em meu peito Venho das praias sedosas, Foi até tomando jeito Das montanhas alterosas, De um enorme coração. Do pampa, do seringal, Deixei lá atrás meu terreno, Das margens crespas dos rios, Meu limão, meu limoeiro, Dos verdes mares bravios Meu pé de jacaranda, Da minha terra natal. Minha casa pequenina Lá no alto da colina, Estribilho Onde canta o sabiá. Por mais terras que eu percorra, Não permita Deus que eu morra Estribilho... Sem que volte para lá; Sem que leve por divisa Venho do além desse monte Esse "V" que simboliza Que ainda azula o horizonte, A vitória que virá: Onde o nosso amor nasceu; Nossa vitória final, Do rancho que tinha ao lado Que é a mira do meu fuzil, Um coqueiro que, coitado, A ração do meu bornal, De saudade já morreu. A água do meu cantil, Venho do verde mais belo, As asas do meu ideal, Do mais dourado amarelo, A glória do meu Brasil. Do azul mais cheio de luz, Cheio de estrelas prateadas Eu venho da minha terra, Que se ajoelham deslumbradas, Da casa branca da serra Fazendo o sinal da Cruz ! E do luar do meu sertão; Venho da minha Maria Estribilho... Cujo nome principia Na palma da minha mão, Braços mornos de Moema, Lábios de mel de Iracema Estendidos para mim. Ó minha terra querida Da Senhora Aparecida E do Senhor do Bonfim!