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CURSO DE ACORDEON

Módulo 1

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O ACORDEON
- Origem e evolução
- Conhecendo o acordeon

CAPÍTULO 1

EXERCÍCIOS INICIAIS, ESTUDOS E PRIMEIRAS MÚSICAS.


- Mão direita e o teclado........................................................................... 6
Digitação da mão direita
Escala Maior
- Noções de teoria..................................................................................... 7
Campo harmônico
Formação de acordes
Tríades
- Exercícios para a mão direita................................................................ 8
Exercícios com as notas C, D, E, F e G
- Mão esquerda, Baixos e Acordes.......................................................... 9
Digitação da mão esquerda
Triângulo nos baixos
- Exercícios preparatórios para os baixos e acordes............................ 10
Ritmos
- Estudo Nº. 1
Baião
Asa branca – Luiz Gonzaga
- Estudo Nº. 2..............................................................................................11
Xote
Sala de reboco – Luiz Gonzaga

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O ACORDEON
A Origem

Foi há aproximadamente 2.700 anos antes de Cristo, que foi inventado na China um
instrumento denominado Cheng, que era uma espécie de órgão portátil tocado pelo sopro
da boca. O Cheng era dividido em 3 partes:

1. Recipiente de ar

2. Canudo de sopro

3. Tubos de bambu

O Cheng é o percursor do Harmónio e do Acordeon, pois foi o primeiro a ser idealizado


e construído na família dos instrumentos de palheta. Séculos depois com o advento da
escala cromática, foi realmente que acordeon ou pelo menos o mais próximo do que
conhecemos hoje teve sua forma melhorada, capaz de produzir qualquer melodia ou
harmonia e inúmeros fabricantes o aperfeiçoaram colocando registros, tanto na mão direita
quanto na esquerda, para maior variedade de sons. É na Itália que se fabricam os melhores
acordeões, tendo sido os primeiros construídos em 1863.

O Acordeon no Brasil

O primeiro Acordeon que chegou ao Brasil chamava-se concertina, um acordeon


cromático de botão com 120 baixos. O Acordeon tornou-se popular principalmente no
nordeste, centro-oeste e sul do Brasil. Os primeiros gêneros (fado, valsa, polca, bugiu, caijun
etc.) retratavam o folclore dos imigrantes portugueses, alemães, italianos, franceses e
espanhóis.

Porém, no Nordeste onde o acordeon é conhecido como sanfona, desde o início do


século XX, mais precisamente com a construção da malha ferroviária brasileira pelos
ingleses, deu-se início a um novo ritmo, o forró, característico do nordeste brasileiro, no qual
um dos principais instrumentos musicais é o Acordeon.

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Como Funciona um Acordeon?

Há dois tipos de acordeon, o diatônico ou piano e o cromático, apresentando botões


dos dois lados, sendo que no lado direito a disposição dos botões segue a ordem das escalas
cromáticas. Além desses tipos, hoje existe o acordeon de baixo solto que é construído com
o campo esquerdo do piano, sendo possível formar acordes mais sofisticados.

O instrumento consiste em duas caixas retangulares dispostas em posição vertical


ligadas entre si por um fole de cartão plissado. Dentro das caixas estão as palhetas que,
acionadas pela agitação de dois tipos de teclado, emitem som pela vibração da passagem
do ar que é empurrado através dos movimentos do fole. O peso do acordeon pode variar de
dois a dezesseis quilos.

O que são os Baixos?

Os baixos são botões tocados com a mão esquerda que exercem função ou de baixo
(como a tuba numa banda ou a mão esquerda em uma valsa para piano), tocando notas e
acordes em ritmo determinado pelo estilo de música. O numero de baixos pode variar entre
8 e 120.

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E os Registros?

Registos são teclas que modificam o som, alternando quais oitavas são tocadas.
Localizam-se acima das teclas, no caso do teclado ou então próximos ao fole ou na parte
de trás do Acordeon, no caso dos baixos. Os registros mais comuns são: Master (obrigatório,
sendo o registo principal, com o som de Acordeon), Bassoon, Piccollo, Musette, Clarinete,
Bandoneon, órgão, Violino, Flauta, Flautim, Oboé, Saxofone entre muitos outros, podendo
ter até mais de 30 teclas, repetindo alguns registros para melhor alcance durante a execução
da música.

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Mão direita e o teclado

Digitação da Mão direita

Para tocar o teclado do acordeon


devemos usar os cinco dedos da mão direita, e
para devemos atribuir um numero de um a cinco
para cada dedo, assim como indica a figura.

Escala

Escala é uma organização de sons em


sequencia, considerando o espaço de oito notas
musicais e elas podem ser ascendentes e
descendentes. Observando o teclado a escala
de dó maior reúne apenas as notas das teclas
brancas.

Escala Maior

A escala Maior é formada por oito graus (notas) e todas têm um intervalo de semitom
entre o 3º e o 4º grau e entre o 7º e o 8º grau.

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Noções de teoria

Campo harmônico

É um conjunto de acordes formados a partir de uma determinada escala. Tome como


exemplo a escala de dó maior: C, D, E, F, G, A, B. Para cada nota dessa escala, iremos
montar um acorde. Vamos ter, portanto, sete acordes, que serão os acordes do campo
harmônico de dó maior.

Tríades

Para cada nota da escala, o acorde respectivo será formado utilizando o primeiro, o
terceiro e o quinto graus (contados a partir dessa nota, em cima dessa mesma escala).
Vamos começar com a nota C. O primeiro grau é o próprio C. O terceiro grau, contando a
partir de C, é E. O quinto grau, contando a partir de C, é G.

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Exercícios para mão direita

Exercício 1.1
Execute o exercício conforme exemplificado abaixo, utilizando o dedo indicado para
tecla especifica.

1 2 3 1 2 3 4 1 2 3 1 2 3 4 5

Exercício 1.2
Execute o exercício conforme exemplificado abaixo, utilizando o dedo indicado para
tecla especifica.

3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

1 1 1 2 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 2

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Mão esquerda, Baixos e Acordes

A principal configuração de Baixos é o sistema Stradella, na qual as duas primeiras


fileiras são notas, sendo a segunda o baixo fundamental, que determina a tonalidade dos
acordes e a primeira o intervalo de terça a partir da fundamental. As outras quatro fileiras
são os acordes maiores, menores, de sétima dominante e sétima diminuto, organizados em
colunas a partir da nota de sua fileira. A sequência das diagonais dos baixos também segue
uma lógica. A sanfona “sobe em quinta” e “desce em quarta”, ou seja, para cada baixo
fundamental a nota imediatamente acima é a sua quinta e a nota imediatamente abaixo
a sua quarta. Repare na figura:

O triângulo nos Baixos do Acordeon

O triangulo é uma maneira muito característica dos acordeonistas de usar a


baixaria, é uma forma simples para executar o instrumento explorando todos os seus
recursos interagindo muito mais os baixos com o teclado. Ganha-se com isso mais
agilidade e precisão, tanto em escala quanto em harmonia.

Triângulo em tom maior

Triângulo em tom menor

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Exercícios preparatórios para os Baixos e Acordes

Estudo Nº. 1 - Baião

Asa Branca – Luiz Gonzaga

C F C7 F Fm
Quando oiei a terra ardendo Espero a chuva cair de novo
C G C G C
Com a fogueira de São João Pra mim vortá pro meu sertão
C7 F Fm F
Eu perguntei a Deus do céu, ai Quando o verde dos teus óio
G C C G C
Por quê tamanha judiação Se espaiá na prantação
F C7 F Fm
Que braseiro, que fornaia Eu te asseguro, num chore não,
C G C viu?
Nem um pé de prantação G C
Que eu vortarei, viu, meu coração
C7 F Fm
Por farta d'água perdi meu gado
G C
Morreu de sede, meu alazão
C F
Inté mesmo a asa branca
C G C
Bateu asas do sertão
C7 F Fm
Entonce eu disse, adeus Rosinha
G C
Guarda contigo meu coração
F
Hoje longe muitas léguas
C G C
Numa triste solidão

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Estudo Nº. 2 - Xote

Sala de reboco – Luiz Gonzaga


Dm Gm6
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
A7 Dm
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco
Dm Gm6
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
A7 Dm
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco

G7 C7 F
Enquanto o fole tá tocando, tá gemendo
G7 C7 F
Vou dançando e vou dizendo meu sofrer pra ela só
Em7 A7 Dm
E ninguém nota que eu estou lhe conversando
Bb7 A7 Dm
E nosso amor vai aumentando pra que coisa mais melhor

Dm Gm6
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
A7 Dm
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco
Dm Gm6
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
A7 Dm
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco

G7 C7 F
Só fico triste quando o dia amanhece
G7 C7 F
Ai, meu Deus se eu pudesse acabar a separação
Em7 A7 Dm
Pra nós viver igualado a sanguessuga
Bb7 A7 Dm
E nosso amor pede mais fuga do que essa que nos dão

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Estudo Nº. 2 - Xote D
E amarga que nem jiló
D C#7 A
Se a gente lembrar só por Mas ninguém pode dizer
F#m A7 D D7
Lembrar Que me viu triste a chorar
D E G A7
O amor que agente um dia Saudade, o meu remédio é
A A7 D D7
Perdeu Cantar
G C#7 F#m G A7
Saudade inté que assim é bom Saudade, o meu remédio é
B7 Em D D7
Pro cabra se convencer Cantar
A7 D
Que é feliz sem saber
A7
Pois não sofreu
D C#7 F#m A7
Porém se a gente vive a sonhar
D E7
Com alguém que se deseja
A A7
Rever
G C#7 F#m
Saudade intonce aí é ruim
B7 Em
Eu tiro isso por mim
G A7 D
Que vivo doido a sofrer
A
Ai quem me dera voltar
D
Pros braços do meu xodó
A
Saudade assim faz roer

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