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TÉCNICA, HARMONIA e IMPROVISAÇÃO

MÓDULO 1

O INÍCIO

TOCANDO O TERROR
MÓDULO 1 – AULA 1

Harmonia e sua origem


O sistema tonal harmônico foi desenvolvido durante o período histórico considerado fim da
Renascença, final do século XIX, onde consolidou-se a harmonia como a área da música que
organiza e normatiza a relação de intervalos entre as
notas, a construção e encadeamento de acordes dentro do sistema tonal, formando
o campo harmônico das várias tonalidades, classificados e organizados de forma
onde cada elemento possui funções harmônicas específicas.
A harmonia funcional foi difundida pelo musicólogo alemão Hugo Riemann e no Brasil teve
como principal precursor o musicólogo alemão, naturalizado brasileiro,
Hans-Joachim Koellreutter.

A Música e a Física
A Nota musical, é um termo usado para identificar frequências sonoras geradas por um
modo único de vibração e textura de determinado elemento, assim, cada nomenclatura de nota
musical “traduz” uma frequência cuja unidade de representação utilizada é o hertz (Hz).
Relacionamos os nomes das notas musicais com as frequências em Hz pois sem essa “tradução” de
frequências para nomes de notas, as partituras por exemplo, seriam escritas com vários números
em Hz que identificariam cada frequência (som).

Tomando como exemplo um violão, as notas são geradas e diferenciadas pelo número de
vibrações, tensão e espessura da corda. A esse número de vibrações damos o nome de frequência,
que passará a ser uma nota musical representada por uma cifra musical. Para exemplificar,
chamamos de nota “Lá” (representada pela cifra “A”), uma nota produzida por uma frequência de
440hz (hertz), ou seja, uma corda de determinada espessura que ao ser tocada, completará um
ciclo de oscilação 440 vezes por segundo criando uma sonoridade que recebe na música o nome de
nota LÁ (Cifra: A).

Numa partitura, iremos representar as notas adicionando elipses de forma ordenada sobre
cinco linhas e entre seus intervalos. Acrescentaremos manualmente linhas nas elipses quando as
cinco linhas disponíveis não forem suficientes para representa-las. Essa estrutura de Linhas é
conhecida como Pauta ou Pentagrama:

TOCANDO O TERROR
Dentro do nosso sistema tonal, encontramos 7 notas que dão origem a uma Escala
Diatônica e são popularmente muito conhecidas:

C (Dó), D (Ré), E (Mi), F (Fá), G (Sol), A (Lá), B (Si)

Nos intervalos entre essas 7 notas, encontramos outras notas que classificaremos como
Sustenido (#) ou como Bemol (b). Quando efetuamos um movimento ascendente, a nota torna-se
SUSTENIDA, representada por “#” e ao efetuarmos o movimento contrário (descendente), essa
mesma nota torna-se BEMOL, representada por “b” minúsculo. Essas nomenclaturas são
conhecidas como “Acidentes”.

Sustenidos
C C# D D# E F F# G G# A A# B C
Bemóis
C Db D Eb E Fb F Gb G Ab A Bb B Cb C

Um C# (Dó sustenido) é também um Db (Ré bemol), o D# (Ré sustenido) é também um Eb


(Mi bemol). Essa ambiguidade demonstrada na tabela é conhecida na música como “Enarmonia”.

Abaixo temos a disposição de todas as 12 notas sobre a pauta gerando uma escala de
notas conhecida como Escala Cromática

C C# D D# E F F# G G# A A# B

No exercício prático do nosso sistema tonal, não utilizamos E# (Mi sustenido) nem B# (Si
sustenido), completando assim 12 notas do nosso sistema tonal.
As notas estão separadas por uma “Distância” entre elas, que pode ser de ½ tom, 1 tom ou
somatório dessas distâncias. Exemplos:

De Dó (C) até Ré (D), temos 1 tom.


De Ré (D) até Ré sustenido (D#), temos ½ tom.
De Mi (E) até Sol (G), temos 1 tom e ½.

1 tom 1 tom 1 tom 1 tom 1 tom 1 tom

C C# D D# E F F# G G# A A# B C
½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom

TOCANDO O TERROR
Altura das notas

Quando ouvimos o som da voz de um homem adulto e o som da voz de uma criança,
notamos que geralmente a voz do homem adulto é mais “grossa” e a voz da criança por sua vez é
mais “fina”.

Na música, classificamos esses sons como graves e agudos, ou seja: a voz “grossa”
classificamos como Grave e a voz “fina” classificamos como Aguda.

Na notação musical, as notas são organizadas de forma a iniciar nas notas graves e seguir
para as notas agudas. Quando tocamos as teclas de um piano da esquerda para direita ou no braço
do violão em direção ao corpo do instrumento, as notas ficam gradativamente mais agudas,
criando assim a Oitava, ou seja, após executar todas as notas de uma escala no instrumento,
repetimos essa mesma escala, porém com uma sonoridade mais aguda.

Vejamos um exemplo da escala de dó maior na pauta, distribuída em duas oitavas:

2ª Oitava

1ª Oitava

Acima, temos a escala natural de Dó maior em uma oitava e em seguida a mesma escala
numa oitava mais aguda, dizemos que a segunda escala está “uma oitava acima”.

TOCANDO O TERROR
Leitura de notas e acordes no braço do
instrumento

Identificação dos adereços usados para melhor entendimento


Não tocar a corda sinalizada

Corda solta permitida para se tocar

Pestana utilizando o primeiro dedo

Sugestão de dedos da mão de digitação a serem utilizados

Número das casas

Identificação das cordas e afinação

Consideramos a afinação mais comum do violão/guitarra


de 6 cordas:

1ª corda: Mi prima (primeira corda de baixo pra cima)


2ª corda: Si
3ª corda: Sol
4ª corda: Ré
5ª corda: Lá
6ª 5ª 4ª 3ª 2ª 1ª 6ª corda: Mi bordão)

TOCANDO O TERROR
Acordes usados na primeira aula

LÁ MAIOR – Representado pela cifra “A” (Letra A maiúscula) ou acompanhado de um M maiúsculo:


“AM”

Acorde de Lá maior com diferentes combinações de dedos da mão de digitação

RÉ MAIOR – Representado pela cifra “D” (Letra D maiúscula) ou acompanhado de um M maiúsculo:


“DM”

Acorde de Ré maior com diferentes combinações de dedos da mão de digitação

TOCANDO O TERROR
MI MAIOR – Representado pela cifra “E” (Letra E maiúscula) ou acompanhado de um M maiúsculo:
“EM”

Acorde de Mi maior com diferentes combinações de dedos da mão de digitação

TOCANDO O TERROR
MÓDULO 1 - AULA 2

COMPASSO
Possivelmente, você já se pegou batendo o pé ao ouvir uma música ou já reparou em um
baterista contando antes de começar a música: “1, 2, 3, 4” e percebeu que em várias situações, a
cada vez que a música chega no “4” há uma mudança de acorde.
Instintivamente, você está contando os tempos dentro de cada compasso da música.

Compasso é uma espécie de grupos de tempos que nos auxilia na organização da métrica e
entendimento da música.

A forma mais comum de fórmula de compasso é conhecida como 4/4 (quatro


por quatro), o que basicamente, significa que temos 4 tempos (pulsações) dentro de cada
compasso. Exemplo:

1º Compasso 2º Compasso 3º Compasso 4º Compasso etc...


1 2 3 4 ꓲ 1 2 3 4 ꓲ 1 2 3 4 ꓲ 1 2 3 4

Tempos/Pulsos

Vejamos a progressão harmônica abaixo, onde cada acorde ocupa um compasso. Podemos
marcar os tempos do compasso contando os pulsos de 1 a 4 durante cada acorde:

Compasso 1 Compasso 2 Compasso 3 Compasso 4

1 2 3 4 ꓲ 1 2 3 4 ꓲ 1 2 3 4 ꓲ 1 2 3 4

Tempos/Pulsos

Agora, vamos aplicar uma levada rítmica em cima de cada acorde executado no
instrumento, conforme indicação da direção das palhetadas ( Para cima Para baixo)

1 2 3 4 ꓲ 1 2 3 4 ꓲ 1 2 3 4 ꓲ 1 2 3 4

Tempos/Pulsos

TOCANDO O TERROR
ASA BRANCA – LUIZ GONZAGA
LÁ MAIOR LÁ COM SÉTIMA MI COM SÉTIMA RÉ MAIOR

Rítmo / levada:

A D

Quando olhei a terra ardendo

A E7 A

Qual fogueira de São João

A7 D

Eu perguntei a Deus do céu, ai

E7 A

Por que tamanha judiação

A7 D

Eu perguntei a Deus do céu, ai

E7 A

TOCANDO O TERROR
Por que tamanha judiação

MÓDULO 1 - AULA 3

TABLATURA

A tablatura representa as cordas do instrumento através de linhas horizontais. Em cada


corda, anotamos o número da casa que deve ser pressionada pela mão da digitação no braço do
instrumento, no caso de corda solta, representamos com a notação 0 (Zero). Além disso, temos
também a indicação da direção da palhetada pela mão rítmica ( Palhetada para baixo,
Palhetada para cima).
Na partitura que acompanha a tablatura, há numerações ao lado de cada nota, essa
numeração indica a sugestão de dedo a ser usada pela mão de digitação no braço do instrumento

Dedos da mão de digitação no instrumento (1, 2,3,4).

Dedos da mão rítmica (dedilhados) no instrumento (p,i,m,a).

Cordas do violão/Guitarra Número da casa e respectiva corda a ser tocada

Palhetada para baixo Palhetada para cima

TOCANDO O TERROR
 Na não de digitação, o polegar raramente é usado para pressionar alguma corda, em geral
é usado como apoio atrás do braço do instrumento
 Na mão rítmica/dedilhado, o dedo 4 (mínimo ou mindinho) é menos utilizado. Para essa
mão, é comum notações que usam as letras iniciais dos nomes dos dedos ao invés de
números: P I M A (polegar, indicador, médio e anelar)

EXERCÍCIOS DE DIGITAÇÃO

EXERCÍCIO 1

TOCANDO O TERROR
EXERCÍCIO 2

EXERCÍCIO 3

TOCANDO O TERROR
EXERCÍCIO 4

TOCANDO O TERROR
TRECHO MELÓDICO DE “ASA BRANCA –
LUIZ GONZAGA”

TOCANDO O TERROR
TRECHO MELÓDICO DE “JESUS ALEGRIA
DOS HOMENS – J. S. BACH”

TRECHO MELÓDICO DE “PARABÉNS PRA


VOCÊ – BERTHA CELESTE”

TOCANDO O TERROR
MÓDULO 1 - AULA 4

NOVOS ACORDES

SOL MAIOR LÁ MENOR RÉ MENOR DÓ MAIOR

EXERCÍCIOS COM NOVAS PROGRESSÕES RÍTMICAS

Exemplo 1

Exemplo 2

TOCANDO O TERROR
Simboliza pausa. Na aula, relaxamos a mão sobre as cordas pausando momentaneamente a
levada rítmica.

Exemplo 3

TOCANDO O TERROR
MÓDULO 1 - AULA 5

DEDILHADOS

Exercícios de dedilhados propostos na AULA 5:

Ordem mais comum de posicionamento dos dedos da mão rítmica sobre os acordes:

TOCANDO O TERROR
EXERCÍCIOS COM DEDILHADOS

Dedos da mão de digitação no instrumento (1, 2,3,4).

Dedos da mão rítmica (dedilhados) no instrumento (p,i,m,a).

Cordas do violão/Guitarra Número da casa e respectiva corda a ser tocada

Palhetada para baixo Palhetada para cima

TOCANDO O TERROR
EXERCÍCIOS PROPOSTOS NA AULA 5

Exercício 1 - Dedilhados sobre os acordes de A (Lá maior), E (Mi maior) e D (Ré maior)

Exercício 2 - Dedilhados sobre os acordes de A (Lá maior), E (Mi maior) e D (Ré maior)

Exercício 3 - Dedilhados sobre os acordes de C (Dó maior), G (Sol maior), Am (Lá menor) Em (Mi
menor)

Exercício 4 - Palhetando sobre os acordes de A (Lá maior), E (Mi maior) e D (Ré maior)

TOCANDO O TERROR
Exercício 5 - Palhetando sobre os acordes de A (Lá maior), E (Mi maior) e D (Ré maior)

Exercício 6 - Palhetando sobre os acordes de C (Dó maior), G (Sol maior), Am (Lá menor) Em (Mi
menor)

TOCANDO O TERROR
MÓDULO 1 - AULA 6

Localização de notas da 1ª a 12ª casa no braço do instrumento

Localização de notas da 1ª a 24ª casa no braço do instrumento

OITAVAS

Tomando como exemplo a nota Fá:

Ao tocarmos Fá na sexta corda, encontraremos a mesma nota uma oitava acima pulando uma
corda e uma casa para frente.

Ao tocarmos Fá na quarta corda, encontraremos a mesma nota uma oitava acima pulando uma
corda e duas casas para frente.

TOCANDO O TERROR
Ao tocarmos Fá na quinta corda, encontraremos a mesma nota uma oitava acima pulando uma
corda e uma casa para frente.

Ao tocarmos Fá na quarta corda, encontraremos a mesma nota uma oitava acima pulando uma
corda e duas casas para frente.

O mesmo raciocínio simétrico ocorrerá com as outras notas pelo braço do instrumento.

TOCANDO O TERROR
MÓDULO 1 - AULA 7

Aprenderemos agora, as formas base para acordes no braço do instrumento. Veremos aqui
4 formas ou desenhos:

Forma para acordes maiores utilizando a nota da sexta corda como referência

Forma para acordes menores utilizando a nota da sexta corda como referência

Forma para acordes maiores utilizando a nota da quinta corda como referência

Forma para acordes menores utilizando a nota da quinta corda como referência

PADRÕES DE PESTANAS MAIORES INICIANDO NA SEXTA CORDA

Ao executarmos o Acorde de Mi maior conforme o desenho abaixo, contamos com as


cordas soltas em sua afinações pre-estabelecidas. Ao elevarmos esse mesmo desenho de acorde
meio tom acima, sairemos do acorde de Mi para FÁ, seguindo a sequencia de notas da escala (C,
C#, D, D#, E, F, F#,G, G#,A, A#,B). Mas neste caso, as cordas soltas utilizadas para formar o Mi
Maior, permanecem “paradas” e precisamos eleva-las também a meio tom acima para
acompanhar as demais que estão sendo transpostas, assim, utilizamos o primeiro dedo da mão de
digitação para formar uma pestana.

Todas as notas que formavam o acorde de Mi maior foram elevadas meio tom acima e
formam o acorde de Fá maior.

ACORDE DE MI MAIOR (E) ACORDE DE FÁ MAIOR (F)

Podemos formar qualquer outro acorde maior mudando apenas a casa onde formaremos a
pestana e tomando como referência a sexta corda para identificar a nota tônica do acorde.

TOCANDO O TERROR
Como exemplo, podemos montar o acorde de SOL MAIOR iniciando esse padrão de
pestana na terceira casa e sexta corda (nota sol)

ACORDE DE SOL MAIOR (G)

TOCANDO O TERROR
PADRÕES DE PESTANAS MENORES
INICIANDO NA SEXTA CORDA

Ao executarmos o acorde de Mi menor e o elevarmos meio tom acima com o auxílio da


pestana, teremos um padrão de pestanas para acordes menores que poderá ser utilizado em
qualquer casa do instrumento tendo as notas da sexta corda como referência para tônica do
acorde

ACORDE DE MI MENOR (Em) ACORDE DE FÁ MENOR (Fm)

No exemplo abaixo, montamos o acorde de Lá menor (Am) utilizando o padrão de pestana


menor, tomando como referência a nota Lá (A), localizada na quinta casa e sexta corda:

ACORDE DE LÁ MENOR (Am)

TOCANDO O TERROR
PADRÕES DE PESTANAS MAIORES
INICIANDO NA QUINTA CORDA

Ao executarmos o Acorde de Lá maior conforme o desenho abaixo, contamos com as


cordas soltas em suas afinações pre-estabelecidas. Ao caminharmos pelo braço do instrumento
com esse desenho de acorde acrescentando a pestana, podemos tocar qualquer acorde maior,
tomando como referência a nota tônica localizada na quinta corda.

ACORDE DE LÁ MAIOR (A) ACORDE DE LÁ SUSTENIDO MAIOR (A#)

No exemplo abaixo, montamos o acorde de Dó maior (C), tomando como referência a nota
localizada na terceira casa e quinta corda (Nota dó).

ACORDE DE DÓ MAIOR (C)

TOCANDO O TERROR
PADRÕES DE PESTANAS MENORES
INICIANDO NA QUINTA CORDA

Ao executarmos o Acorde de Lá menor conforme o desenho abaixo, contamos com as


cordas soltas em suas afinações pre-estabelecidas. Ao caminharmos pelo braço do instrumento
com esse desenho de acorde acrescentando a pestana, podemos tocar qualquer acorde menor,
tomando como referência a nota tônica localizada na quinta corda.

ACORDE DE LÁ MENOR (Am) ACORDE DE LÁ SUSTENIDO MENOR (A#m)

No exemplo abaixo, montamos o acorde de Ré menor tomando como referência a nota


localizada na quinta corda e quinta casa (Nota RÉ):

ACORDE DE RÉ MENOR

TOCANDO O TERROR
EXEMPLO: MESMO ACORDE, PADRÕES DE
FORMAÇÃO DIFERENTES

ACORDE DÓ MAIOR (C) FORMAÇÃO COM CORDAS SOLTAS

ACORDE DE DÓ MAIOR (C) FORMAÇÃO COM PESTANA DE QUINTA CORDA

ACORDE DE DÓ MAIOR (C) FORMAÇÃO COM PESTANA DE SEXTA CORDA

TOCANDO O TERROR

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