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Harmonia funcional é o estudo das sensações (emoções) que determinados acordes transmitem para o ouvinte.

Esse conceito ficará mais claro quando mostrarmos os exemplos. Primeiramente, saiba que as três principais
funções harmônicas são as seguintes:

1. Função tônica: transmite uma sensação de repouso, estabilidade e finalização. Promove a ideia de
conclusão.
2. Função dominante: transmite uma sensação de instabilidade e tensão. Promove a ideia de preparação
para a tônica.
3. Função subdominante: é o meio termo entre as duas funções anteriores. Pode-se dizer que gera uma
sensação de preparação, mas com menor intensidade, podendo migrar tanto para a função dominante
(intensificando a tensão) quanto para a tônica (repousando).

Harmonia funcional na prática


Para entender melhor o que estamos falando, experimente tocar repetidamente os seguintes acordes, na ordem em
que eles aparecem:

| G7M | C7M | D7 |

Ao tocar lentamente essa sequência, note como o acorde D7 transmite uma sensação de “preparação” para
retornar ao G7M. Esse som de instabilidade é característico da função dominante.

Ao retornar para o acorde G7M, há uma sensação de “alívio”, “resolução” e estabilidade. Isso é característico da
função tônica. Já o acorde C7M nesse contexto representou um meio termo (sem aquela angústia toda do D7,
mas também sem a estabilidade do G7M). Isso caracteriza a função subdominante.

O contexto que utilizamos nesse exemplo foi o campo harmônico de sol maior, onde G7M é o 1º grau, C7M é o
4º grau e D7 é o 5º grau.

Podemos generalizar esse experimento dizendo que, num campo harmônico maior qualquer: o 1º grau caracteriza
a função tônica, o 4º grau caracteriza a função subdominante e o 5º grau caracteriza a função dominante.

Como foi dito lá em cima que cada acorde representa uma harmonia funcional na música, vamos resumir
abaixo as funções de cada grau do campo harmônico maior:

Obs: o III grau também pode atuar como dominante, pois é o acorde relativo da função dominante, apesar de
não ter o trítono.

Muito bem, então as ideias que mostramos de “conclusão” e “preparação” podem existir não somente com os
graus I, IV e V, mas também com os demais graus, conforme essa tabela. Isso é muito importante! Vamos passar
a utilizar esse conceito de funções harmônicas para tudo a partir de agora nos próximos tópicos e módulos!

Portanto, é fundamental que você decore bem a função de cada grau do campo harmônico maior, identificando
logo quem é dominante, subdominante ou tônico.

Cada um desses graus também é classificado pela sua “qualidade funcional”. Essa qualidade funcional é o que
representa a força de cada grau em relação à sua função harmônica, ou seja, informa quais graus resolvem ou
preparam com mais ou menos força.
Os acordes de função principal (I, IV e V) são os denominados fortes; os acordes II e VII (que são substitutos do
IV e V, respectivamente) são denominados meio-fortes; e os acordes restantes de função tônica (III e VI) são
denominados fracos.

Quando falamos de graus substitutos, estamos dizendo que podemos trocar entre si acordes que possuem uma
mesma função harmônica.

Isso significa que podemos pegar os acordes de uma música e trocá-los por outros que possuam a mesma função
harmônica sem alterar a sensação da música! Observe abaixo, como exemplo, as funções do campo harmônico
de Dó maior:

Obs: alguns autores defendem que não existe função meio-forte, apenas forte e fraca (aquilo que não é forte é
fraco). 

Você pode brincar com uma música que esteja na tonalidade de Dó maior trocando de lugar os acordes que estão
na mesma linha dessa tabela. Por exemplo, no lugar do acorde de Fá que aparecer na música você pode colocar o
acorde Ré menor, e o mesmo ocorre para as demais funções.

Para testar esses conceitos, pegue músicas que você conhece e analise-as do ponto de vista de harmonia
funcional. Identifique cada acorde da música com o seu respectivo grau e sua função, conforme listamos aqui.

Tente identificar também a sensação da música naquele momento. Esse vai ser o seu “tema de casa”. Você
também pode experimentar substituir os acordes de mesma função harmônica; esse tópico é somente uma
introdução.

Como usar harmonia funcional para tirar músicas de ouvido


Você vai gostar de saber que as funções harmônicas são o grande segredo dos músicos que possuem um ótimo
ouvido. Nós explicamos mais detalhes sobre isso em nossa apostila completa de teoria musical; esse artigo é uma
versão parcial do tópico de nossa apostila.

Manipulando emoções com funções harmônicas


Além dessa aplicação, a harmonia funcional serve para manipularmos as emoções das pessoas.

Quem não fica angustiado com aquelas músicas características de filmes de suspense? Pois bem, elas nada mais
são do que um abuso de acordes dominantes, que ficam martelando sem nunca resolverem na tônica.

Por outro lado, propagandas de televisão procuram enfatizar sensações suaves e agradáveis (função tônica) para
que o cliente se sinta confortável e associe esse bem estar ao seu produto.
Artistas como Djavan, por exemplo, procuram manipular as funções harmônicas de acordo com a letra da
música. Se a letra está falando algo ruim ou preocupante, a sensação é de acorde dominante. Quando o tema da
letra se resolve e a música fica mais “feliz”, a harmonia acompanha essa evolução com a função tônica.

Dessa forma, a mensagem é duplamente experimentada pelo ouvinte, pois o sentido da letra e a sensação da
música se somam. Bons compositores, arranjadores e produtores costumam ser peritos nesse assunto.

Qualquer estudo sobre harmonia, improvisação ou composição vai abordar intrinsecamente o tema harmonia
funcional, por isso é necessário dominar desde já esse assunto.

No ramo da improvisação, é fácil compreender que, se a música está transmitindo tensão, o solo precisa destacar
tensão. Se a música está transmitindo tranquilidade, o solo também precisa destacar tranquilidade.

Um solista que segue bem o que a música impõe cria melodias muito agradáveis ao nosso ouvido, pois existe um
casamento perfeito entre melodia e harmonia.

Podemos comparar isso com um jogo de futebol, onde o lateral direito (harmonia) cruza a bola para a área e o
atacante (melodia) entra correndo e cabeceia a bola para o gol. Se o lateral recuasse a bola, o atacante deveria
correr para área e cabecear o vento? Da mesma forma, se o lateral cruzasse para a área o atacante não poderia
voltar para o meio de campo!

Apesar de óbvio, esse tipo de erro é muito comum em improvisos. Mas fique tranquilo, vamos trabalhar aqui
para que você jogue bem entrosado nesse time!

Nessa aula, aprendemos algumas nomenclaturas muito usadas para descrever os graus tonais. Dentro de uma
escala, podemos dar a seguinte nomenclatura para os graus:

1º grau: tônica

2º grau: supertônica

3º grau: mediante

4º grau: subdominante

5º grau: dominante

6º grau: superdominante

7º grau: sensível

De onde vêm esses nomes? Nós já conhecemos os nomes tônica, subdominante e dominante, afinal esses são os
nomes das funções harmônicas. Segue abaixo a explicação dos demais nomes:

– Supertônica: o termo “super” vem do latim e significa “acima de” ou “sobre”. Na prática, significa que “vem
depois da tônica”.

– Mediante: é o grau que está no meio do caminho entre a tônica e a dominante, por isso o nome “mediante”
(médio, meio).

– Subdominante: o termo “sub” significa “embaixo” ou “aquilo que vem antes”. Na prática, é aquilo que vem
antes da dominante.

– Superdominante: da mesma forma que a supertônica, significa aquilo que vem depois da dominante. Esse
grau também pode ser chamado de submediante, sobredominante ou relativo.

– Sensível: É o grau que traz a sensibilidade para resolver na tônica.


Obs: o sétimo grau se chama “sensível” quando está a um semitom do primeiro grau (exemplo: escala maior).
Quando o sétimo grau está a um tom do primeiro grau (exemplo: escala menor), esse grau é chamado de
subtônica.

O que você precisa memorizar é o seguinte: da mesma forma que os acordes possuem funções harmônicas, as
notas também possuem. Até agora falamos apenas de funções harmônicas no contexto de harmonia, faltou falar
no contexto de melodia.

As notas, portanto, que caracterizam as funções harmônicas são as seguintes:

I grau: função tônica

IV grau: função subdominante

VII grau: função dominante

Ou seja, tomando como exemplo a escala de dó maior, a nota dó representaria a função tônica, a nota fá
representaria a função subdominante e a nota si representaria a função dominante.

Talvez você esteja pensando:  “Por que a função dominante não é representada pelo quinto grau?”. No caso dos
acordes, o quinto grau possui um trítono. Quando analisamos melodicamente, a nota que melhor caracteriza a
função dominante é a sensível, pois ela está a um semitom de distância da tônica (caminha cromaticamente para
resolver na tônica). Por isso ela é a nota que melhor representa a função dominante.

O que é um Trítono?
Trítono é o intervalo de três tons inteiros entre duas notas. Ou seja, quando tocamos simultaneamente duas notas
que possuem três tons de distância entre si, estamos tocando um trítono. Um exemplo de trítono está
entre as notas Fá e Si.

Como já foi dito no artigo “harmonia funcional”, o acorde dominante possui uma sonoridade de tensão. Essa
tensão ocorre devido à existência de um trítono.

O efeito do trítono
O efeito do trítono proporciona uma das mais complexas dissonâncias da música ocidental. Sua sonoridade passa
a ideia de movimento, instabilidade, e quando ele não é acompanhado de um acorde de repouso, o ouvinte fica
angustiado, aflito, afinal o trítono “precisa” ser resolvido.

Por isso que muitas melodias de suspense em filmes de terror famosos contém apenas duas notas e fazem o maior
sucesso. Basta que você coloque trítonos tocando intermitentemente que a pessoa já começa a sentir medo.

Todo acorde dominante contém um trítono, afinal o trítono é o responsável pela sensação de “tensão” da função
dominante. Vamos analisar alguns acordes V7 (quinto grau com sétima menor) para você conferir.

Repare, por exemplo, nas notas que compõe o acorde G7: Sol, Si, Ré, Fá.

Entre Si e Fá temos 3 tons de distância.

Outro exemplo: confira as notas que compõe o acorde E7: Mi, Sol#, Si, Ré.

Entre Sol# e Ré temos 3 tons de distância.


Muito bem, já deu para perceber que nos acordes maiores com sétima existe um trítono entre os graus 3º e 7º.

Uma coisa importante de se destacar é o efeito cromático produzido por esse trítono. No caso de G7, que resolve
em Dó maior, as notas Si e Fá estão um semitom abaixo e acima, respectivamente, da fundamental e da terça de
Dó. Ou seja, há um efeito cromático que faz esse acorde “caminhar” para Dó, como se tivesse uma necessidade
de resolver nele.

Outro tipo de acorde com função dominante é o acorde menor com sétima e quinta bemol (lembra dele? Esse
acorde aparece no sétimo grau do campo harmônico maior, conhecido como acorde meio-diminuto).

Repare nas notas de Am7(b5): Lá, Dó, Ré#, Sol


Entre Lá e Ré# temos 3 tons de distância.

Obs: Nem sempre o acorde meio-diminuto atuará como dominante. Dependendo do contexto, ele poderá atuar
com outra função (veremos isso em estudos posteriores). No vídeo abaixo nós mostramos a sonoridade e o
intervalo do trítono na prática:

O som do diabo
Bom, talvez você esteja se perguntando: “Por que raios o
título desse tópico é o som do diabo??”. Calma, mataremos
sua curiosidade agora.

Existe uma crença de que o trítono foi proibido pela igreja


ocidental por causar demasiado efeito de tensão. Essa
dissonância seria vista pela igreja como maligna, pois
acreditava-se que a perfeição de Deus se traduzia em sons
harmônicos, não desarmônicos como o trítono.

Muita gente espalha o conceito de que, na Idade Média, o


trítono recebeu o nome de “diabolus in musica“, como se
fosse expressamente proibido de ser tocado (ameaçando
compositores de irem parar na fogueira).

De fato, o termo “diabolus in musica” existe em registros


históricos, mas não no sentido de proibição, e sim de
dificuldade. Era como um aviso de que esse intervalo era
difícil de ser reproduzido no canto, apenas isso.

A verdade é que essa teoria toda do “som do diabo” não


passa de um MITO. Não existe nenhuma comprovação histórica de que o trítono tenha realmente sido proibido
pela igreja católica. Muito menos relatos de compositores que foram para a fogueira por tocarem esse intervalo.

Inclusive, existem diversas músicas e cantos gregorianos da idade média praticados em cultos que utilizavam o
trítono. Isso prova que o conceito de que o trítono foi banido não passa de um boato ou mal entendido que
acabou se propagando e sendo repetido. Mas voltemos ao caso dos dominantes…

Dominante alterado e não alterado:


*Restrito. Para aprender o conceito, aplicação e relação entre os acordes dominantes alterados e não alterados,
confira nossa apostila completa de teoria musical. Esse artigo que você está lendo é uma versão parcial do
conteúdo da apostila.

Falando um pouco de ambiência, músicas carregadas de tensão possuem muitos trítonos, como o 1º movimento
da 5ª Sinfonia de Beethoven, por exemplo. O Heavy Metal é também um bom exemplo de estilo musical que
incorporou a função dominante em suas harmonias básicas.
Porém, os dominantes não se restringem a músicas pesadas; eles aparecem em diversos lugares, mesmo em
músicas mais tranquilas, seguidos de resoluções na tônica.

Utilizar o dominante para fazer modulações (mudanças de tonalidade) é outra aplicação extremamente comum, o


que torna esse tipo de acorde um dos mais explorados da música atual, e talvez o mais estudado pelos
acadêmicos.

Se você quer ser um bom músico, o acorde dominante precisa fazer parte de seu vocabulário e repertório. Você já
está dando um grande passo lendo esse artigo. A equipe Descomplicando a Música está aqui para te mostrar o
caminho! Continue estudando e aprendendo em nossa apostila e e você se tornará um músico completo.

Em nosso canal do Youtube, você também tem acesso a nossas videoaulas exclusivas sobre teoria musical.
Inscreva-se aqui para acompanhar.

Breve história da música moderna


Conteúdos

 Breve história da música moderna


 Escala Maior: a mais conhecida das escalas musicais
 Escala Menor: uma das mais importantes escalas musicais
 Outras escalas musicais interessantes
 Tablaturas das principais escalas musicais

No passado, a música era diferente de como a conhecemos. Instrumentos diferentes dos atuais ofereciam mais
sonoridades do que hoje.

A grande mudança aconteceu na Idade Média quando religiosos decidiram simplifica-la. Eles fecharam as
escalas musicais diatônicas.

Desde então, a música passou a ter sete notas acompanhadas de cinco “acidentes musicais”.

Quando um som está fora, mesmo que só por um Homem-Formiga de distância do que se espera, já pode ser
considerado errado.

Um ponto importante

Tudo isso nos explica por que violões possuem marcações, os trastes. Com eles, nunca tocaremos um acorde
errado se o violão estiver afinadinho (aprenda de vez a afinar aqui).

Agora que já sabemos a história, vamos direto aos estudos.

Escala Maior: a mais conhecida das escalas musicais


Mesmo que você não entenda nada de teoria musical, de escalas musicais e afins, você conhecerá, pelo menos,
uma das escalas maiores.

Até crianças sabem qual é, para vermos como é famosa. Refiro-me à escala maior de Dó:
Dó (C) – Ré (D) – Mi (E) – Fá (F) – Sol (G) – Lá (A) – Si (B)

Viu como o assunto vai ficando cada vez mais simples?

Escalas são sequências que produzem sons harmoniosos, gostosos de ouvir.

Uma escala maior é construída com base em intervalos, os espaços entre as notas.

A partir da nota principal, também chamada de tônica, fazemos os cálculos e chegamos à sua escala maior.

E é bem fácil! Você não precisa ser nenhum Tony Stark para acertar. Veja a tabelinha: (Se você não sabe o que
significam essas letras e símbolos leia primeiro: como ler cifras.)

A primeira linha diz respeito às sete notas que formam a escala. Você se lembra que o fim de cada escala
significa o começo de outra igual, certo? 

É justamente por isso que, se seguíssemos em mais um grau, teríamos a 8ª, a qual seria um novo Dó. A partir
dele, tudo seguiria igual: Ré, Mi, Fá, Sol, Si, e assim sucessivamente;

Traduzindo a tabela
 A segunda linha possui todas as sonoridades possíveis. Ali estão os tons principais e os acidentes. A
grande sacada é que nomeamos os acidentes com base na nota anterior. Quando fazemos isso, chamamos
de “sustenido” e colocamos o “#”;

Importante: ainda que chamemos de sustenido ou de bemol, a sonoridade da nota é a mesma, beleza?

As escalas musicais maiores de todos os tons

Nós já, já estudaremos os intervalos. Mas, antes, vamos conhecer as escalas maiores de todos os tons e acidentes.

Veremos ainda outras escalas musicais importantes e, num piscar de olhos, desvendo tudo para você. Então fique
ligado!

Observação: se tiver estranhado o Cb, dê um pulinho no guia sobre campos harmônicos que preparamos. Lá eu
explico direitinho o motivo.
Prontinho! Aqui estão todas as escalas musicais maiores para todas as notas possíveis. Não precisa decorar. Mas
ter a tabelinha em mãos pode agilizar bastante a construção de acordes.

Vamos seguir vendo as escalas e, daqui a pouco, colocamos fim ao mistério dos intervalos. Combinado?

Escala Menor: uma das mais importantes escalas musicais


Se você sonha um dia tornar-se um compositor, deveria gastar horas e horas estudando as escalas musicais
menores conosco.

Em todos os estilos musicais possíveis, profissionais dedicam muito carinho às escalas menores.

Elas possuem um ar mais sombrio e melancólico, enquanto as maiores são mais alegres. Por essa razão, o
Rock, as variações de Metal e mesmo o sertanejo as exploram bastante.

Vejamos a construção da escala de Mi menor, muito utilizada por bandas como Metallica e Iron Maiden:

Por enquanto, vamos desenvolver juntos a tabela com todos os tons em suas escalas musicais menores. Vamos lá.

Aqui, já podemos perceber que o resultado é bem diferente da escala maior.

Ficará ainda mais claro quando compararmos as escalas musicais maior e menor da mesma nota.

As escalas musicais menores de todos os tons

Assim como com as escalas musicais maiores, ter esta tabela em mãos pode facilitar muito na hora de construir
acordes:

Variações da escala menor: novos horizontes para a improvisação

Guarde-a com carinho e continuemos nosso aprendizado.

As escalas musicais menores podem se desenvolver de diferentes formas.

Uma delas já conhecemos, e a chamaremos de “menor natural” — essa que já estudamos.

Porém, além dela, existem outras variações muito bonitas, utilizáveis em solos e arpejos, os quais engrandecem
demais as músicas que tocamos.
Vamos ver?

Escala menor harmônica

Durante toda a história da música, experimentar sempre foi a chave de ouro. Isso possibilitou que as músicas
ficassem cada vez mais ricas e bonitas.

Um desses experimentos fez nascer a escala menor harmônica.

Esta escala musical parece bastante com a menor natural, mas possui uma variação. Isso faz toda diferença.

Em algum momento de sua vida, você já deve ter ouvido Jazz ou Bossa Nova. Estou certo? Nem que fosse num
elevador ou sala de espera.

Escala menor melódica

Quando falamos sobre as escalas musicais menores melódicas, são justamente esses os estilos que vêm à nossa
mente.

Ela se parece muito com a escala maior, mas sofre uma variação e, com isso, dá um novo brilho quando aplicada.
Vejamos:

Antes de passarmos de uma vez para os intervalos, vamos descobrir algumas novas escalas musicais.

Outras escalas musicais interessantes


Escala cromática

Talvez você já tenha ouvido esse termo. Sim, existe um tipo de gaita que possui todas as sonoridades e é bem
difícil de tocar. Seu nome é justamente “gaita cromática”.

Do mesmo modo que na gaita cromática, a escala cromática usa todos os semitons.

Solos muito elaborados ou mesmo progressões de baixo brincam com ela para engrandecer a música.

E é tão simples que parece mentira: ela tem doze notas. Veja:

Escala de tons cheios

Esta também é conhecida como “escala de tons inteiros” e “hexatônica” — enquanto só possui seis notas.

Funciona exatamente como o nome anuncia: não há intervalos de semitons na execução. Veja:

Escala diminuta 
Também presente no Jazz e Bossa Nova, trata-se de uma escala bem diferente e com sonoridade única. Confira:

Reparou que há oito notas, mas a oitava não corresponde à tônica oitavada? Eis a surpresa escondida nessa
escala.

Pentatônica Menor e a “Pentablues”

Em muitos estilos, a pentatônica menor é rainha. Formada por cinco notas, simplicidade e beleza são seu
sobrenome.

Ela foi muito explorada pelo Rock, em seu início, e ganhou o blues com uma pequena alteração.

Vamos conhecer?

 Pentatônica menor

 Pentablues

Intervalos: o segredo para dominar as escalas musicais

Não duvidaria se você dissesse que comecei o assunto “tarde demais”. Todos os blogs que você visitar tratarão os
intervalos logo de cara, não é verdade?

Acontece que nós não queremos te passar “receita de bolo”. Nossa intenção é que você aprenda mesmo! Não nos
é interessante ver você apenas decorando coisas.

Já imaginou um bebê estudando gramática antes de aprender a falar? Ou uma criancinha estudando ortografia
antes de começar a escrever?

Seria absurdo, não concorda? Por isso, segui o modo natural de aprendizado para que você realmente fique
parrudo no assunto.

Como no caso do bebê que está aprendendo a falar, ainda que não esteja dominando o tema, você já sabe:

 o que são escalas;


 como são formadas;
 existem várias escalas na música;
 elas são parecidas, mas as pequenas diferenças as tornam únicas;
 cada uma tem sua aplicação.

Viu que magnífico? O caso todo, agora, será explicar por que elas funcionam assim.

E, como você já sabe de muita coisa, afinal falamos antes, este momento te permitirá entender em vez de
simplesmente decorar. Valeu a pena, não?

O que são intervalos

As notas correspondem a frequências. Isso não é novidade.


O importante é compreender como essas frequências ganham nome. E é tarefa bem simples.

No nosso sistema musical diatônico, os doze sons possíveis desenvolvem-se como já vimos antes. A relembrar:

C – C#/Db – D – D#/Eb – E – F – F#/Gb – G – G#/Ab – A – A#/Bb – B – C

E o que percebemos, ainda que não soubéssemos explicar? Que não existe uma nota exclusiva E#, nem Fb,
muito menos B# ou Cb. Um E# é, na verdade, um F. Um Fb é um E. Um Cb, B. Um B# é um C. E tudo toma
forma:

Não existe, na música moderna — e só ela importa para nós —, acidente algum entre B e C, nem entre E e F.

Não existe mesmo!

Enquanto o C está na terceira casa da corda A, e o D está apenas na quinta casa da mesma corda, o B está na
segunda e, já de cara, temos o C.

Com isso, sabemos que, segundo a matemática, precisamos fazer adaptações quando consideramos as escalas.
Afinal, temos que pensar nessas exceções para acertarmos.

Tal conhecimento nos entrega que:

 entre C e D há UM TOM INTEIRO, ou seja, precisamos passar do C, pular o C#/Db e, então,


chegamos ao D;
 entre D e E há UM TOM INTEIRO, ou seja, precisamos passar do D, pular o D#/Eb e, então,
chegamos ao E.

Porém:

 entre E e F só há UMA CASA do braço, o que significa que não pulamos nenhuma nota, já que não
existe. Ou seja: a distância em E e F é de um semitom.

E voltamos:

 entre F e G há UM TOM INTEIRO;


 entre G e A há outro TOM INTEIRO;
 entre A e B também há UM TOM INTEIRO.

No entanto:

 entre B e C, novamente, só há UMA CASA do braço, sendo distantes por um semitom.

Dica monstro

Mi e Si terminam com a vogal “i”, certo? Todas as demais terminam com “a”, “e” ou “o”, não é verdade?

Por isso, para memorizar com mais facilidade, lembre:

Se o nome da nota termina com “i”, então ela está a meio tom da próxima.

Você começou a entender, não foi? Vamos tomar novos exemplos.

A fórmula da escala maior de Dó

Assim que começamos a estudar, a escala maior de Dó foi guia. Ela funciona porque, como disse antes, até
crianças a conhecem.
Vamos, portanto, resumir tudo em uma tabela matadora, a qual acabará com qualquer dúvida.

Note que a letra “T” maiúscula significará que precisamos contar UM TOM INTEIRO a partir da nota, e “st”
significará distância de SEMITOM até a próxima:

Viu como faz sentido? Entre C e D há um tom inteiro. Entre D e E há um tom inteiro. Entre E e F há meio
tom. Entre F e G há um tom inteiro. Entre G e A há um tom inteiro.

Entre A e B há, também, um tom inteiro. Mas, entre B e a oitava de C há, apenas, meio tom. Assim, temos:

Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom – Tom – Semitom

A isso chamamos “intervalo”. A regrinha serve de base para qualquer tônica, se estivermos falando de uma
escala maior.

Visite novamente a tabela de todas as notas e confira como funciona. Foi justamente por isso que numerei as
casas 1, 3, 5, 6, 8, 10 e 12.

A fórmula da escala menor

Da mesma forma, podemos reduzir a escala menor de qualquer nota a uma pequena fórmula. E vamos fazer isso
com base na nota C também. Apenas recorde a tabela:

Portanto, teremos a seguinte fórmula mágica:

Tom – Semitom – Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom

Com isso, assim que paramos para analisar, sabemos que as principais diferenças entre a escala maior e a menor
natural são:

Viu que a terceira nota virou bemol (recuou uma nota) na escala menor?

Viu que o mesmo aconteceu com a sexta e a sétima notas, se comparamos com a escala maior?

Aí está todo o mistério das escalas musicais, meu querido amigo.

É disso que falamos quando mencionamos os tão famosos intervalos: a matemática da música.

Tabela com as principais escalas

E como seriam as fórmulas de todas as escalas das que falamos organizadas na mesma tabela? Bora fazer?
As principais escalas
em fórmulas

Está vendo como você é meu aluno predileto?

Vou moldar todas as escalas mostradas antes em fórmulas para você guardar na carteira. Acompanhe:

Escala maior

Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom – Tom – Semitom

Escala menor natural

Tom – Semitom – Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom

Escala menor harmônica

Tom – Semitom – Tom – Tom – Semitom – Tom + Semitom (um tom e meio) – Semitom

Escala menor melódica

Tom – Semitom – Tom – Tom – Tom – Tom – Semitom

Escala cromática

Semitom – Semitom – Semitom – Semitom – Semitom – Semitom – Semitom – Semitom – Semitom –


Semitom – Semitom – Semitom

Escala hexatônica

Tom – Tom – Tom – Tom – Tom

Escala diminuta

Tom – Semitom – Tom – Semitom – Tom – Semitom – Tom – Semitom


Pentatônica menor

Tom + Semitom (um tom e meio) – Tom – Tom – Tom + Semitom (um tom e meio)

Pentablues

Tom + Semitom (um tom e meio) – Tom – Semitom – Semitom – Tom + Semitom (um tom e meio)

Sabe o que é mais incrível?

Essas aí nem são todas as escalas musicais, jovem Padawan. Embora as principais estejam aqui, ainda há muito
para explorar.

Desse modo, você possui todas as ferramentas necessárias para que conquistar sozinho as próximas patentes.

Mas sabe por que você deveria me considerar seu melhor professor?

Porque, ainda que já tenha contado todos os segredos, anunciado todos os truques e artimanhas místicas, eu ainda
não terminei: vou passar todas essas escalas em tablaturas.

Com elas, você poderá treinar de uma maneira muito mais rápida, conquistando terrenos quase que
instantaneamente.

Tablaturas das principais escalas musicais


Vamos, agora, reproduzir toda a teoria em tablaturas. Que bônus, não? Com elas, você conseguirá melhorar sua
digitação e também treinar a flexibilidade da mão esquerda.

Lembre-se que todas as notações terão Dó como fundamento.

E, se você não souber ler tablaturas, dê um pulinho na nossa matéria sobre como ler tablaturas e vire mago no
assunto:

Escala maior

Escala menor “natural”


Escala menor harmônica

Escala menor melódica

Escala cromática

Escala hexatônica

Escala diminuta

Pentatônica menor

“Pentablues”
Pronto! Agora já você já conhece as principais escalas musicais, os intervalos para gera-las e até a digitação
delas no braço do violão.

E, de quebra, ainda saiu com excelentes tabelas para revisitar sempre que quiser. Uma com todos as escalas
musicais maiores, outra com todas as escalas menores e, ainda, outra com todos os intervalos.

Eu quero muito que, caso tenha ficado alguma dúvida, você fale com a gente aqui na caixa de comentários.
Combinado?

Esperamos que tenha gostado e tenho certeza que você vai deixar o seu comentário. Não marque bobeira!

Esperamos você por aqui novamente, viajante das escalas.

O conceito de harmonia
Conteúdos

 O conceito de harmonia
 O campo harmônico maior de Dó
 Aplicando o campo harmônico maior dos demais tons
 A matemática por trás de tudo
 A escala maior como régua do campo harmônico maior
 Curiosidades sobre o sétimo grau do campo harmônico maior
 Campo harmônico menor natural, menor harmônico e menor melódico

Em primeiro lugar, o próprio termo já deixa o assunto mais fácil de entender.

Harmonia, ideia básica aqui, possui vários significados, mas sempre remete a consonância, ao “soar junto” de
uma realidade, de modo belo e ordenado.

Na música, campo harmônico corresponde a uma sequência lógica dos acordes.

Com base no tom de uma melodia, ou seja, seu acorde principal, devemos esperar uma sequência preestabelecida
dos demais acordes variando entre maiores e menores.

Parece muito complicado, mas nada melhor que um exemplo para esclarecer.

Veja também: nossa análise sobre aulas de violão online.

O campo harmônico maior de Dó


Como já sabemos, a escala maior de Dó desenvolve-se em Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si.

Essa sequência de notas é invariável. Porém, se a tocarmos apenas com acordes maiores no violão, o resultado
será terrível.

Isso acontece porque, no campo harmônico, lidamos com acordes.

Eles são mais complexos que notas isoladas, já que inicialmente formados por tríades.

Dessa forma, para reproduzirmos o campo harmônico de Dó maior, faremos da seguinte maneira:

 A nota Dó da escala maior vira o acorde Dó maior (C), formado pelas notas Dó, Mi e Lá;
 A nota Ré da mesma escala vira o acorde Ré menor (Dm), formado pelas notas Ré, Fá e Lá;
 A nota Mi converte-se no acorde Mi menor (Em), formado por Mi, Sol e Si;
 A nota Fá vira o acorde Fá maior (F), formado pelas notas Fá, Lá e Dó;
 A nota Sol vira o acorde Sol maior (G), formado por Sol, Si e Ré;
 A nota Lá torna-se o acorde Lá menor (Am), formado por Lá, Dó e Mi;
 A nota Si, por fim, torna-se o acorde Si menor com quinta diminuta (Bm(b5)), formado por Si, Ré e
Fá.

Se você não entendeu o que são essas letras na frente do nome dos acordes,  aprenda como ler cifras.

Desse modo, temos os seguintes acordes para explorar numa música cujo tom seja Dó (C): C, Dm, Em, F, G,
Am e Bm(b5). Belle de Jour, de Alceu Valença, é um excelente exemplo do uso deste campo harmônico.

Aplicando o campo harmônico maior dos demais tons


Analisando o desenvolvimento harmônico de Dó, podemos abstrair a seguinte regra. Temos:

1º grau Maior, 2º menor, 3º menor, 4º Maior, 5º Maior, 6º menor e 7º menor com quinta diminuta.

Agora, basta posicionarmos regra e tons numa tabela para desenvolvermos os campos correspondentes. Vamos
juntos?

Mas veja: você não precisa decorar essa tabelinha, hein? Muito pelo contrário.

Primeiro porque, com o tempo, ela se tornará natural para você.

E, em segundo lugar, porque vamos te explicar direitinho como descobrir qual nota fica em cada posição e por
que ela deve ser maior ou menor.

Então continue acompanhando, concentrado como se fosse o Gavião Arqueiro.

Observação: Seus olhos podem ter sangrado ao ler Cb (Dó bemol) no campo harmônico de Gb. Mas é isso
mesmo. Em música, não podemos ter B e Bb ao mesmo tempo na escala, por exemplo.

Isso ocorre para não atrapalhar os músicos quando a notação é em partitura. Se uma nota já apareceu, seu nome
não pode se repetir.
Por isso, em casos como esse, que não haveria outro modo, temos a permissão para dizer Cb, B#, Fb e E#, afinal
um Cb nada mais é do que um Si, não é?

Campo harmônico maior aplicado

Ninguém vive só de teoria, não é verdade? Justamente por isso, vamos juntos ver na prática o campo harmônico
maior.

Lembra que, há pouco, eu comentei que “Belle de Jour” é um exemplo perfeito? Então vejamos:

C – Em (várias vezes) — Am – Em (4x) – F – G

É uma canção muito simples. Quase que não há variações.

Apesar disso, é lindíssima pelo modo como o artista executa o dedilhado dos acordes.

No entanto, viu só como cada um dos acordes faz parte do campo harmônico maior de Dó?

A grande questão é: nem todos os acordes possíveis foram utilizados.

E isso é normal. Apenas atente-se e compare-a com o campo harmônico:

Quando alguém compõe, a grande tarefa é conseguir algo bonito e inovador dentro de uma quantidade pequena
de possibilidades.

Inclusive, muitas vezes a harmonia de duas músicas é igualzinha. A diferença fica por conta do ritmo, letra e da
melodia vocal.

Confira um vídeo do canal RipTard no qual 22 músicas são tocadas usando os mesmos quatro acordes:

São eles: G, D, Em e C/G (Dó com baixo em Sol). Em menos palavras: o campo harmônico maior de G.

A matemática por trás de tudo


Quase nada na vida é por acaso. Na teoria musical, muito menos.

Isso nos dá muita tranquilidade, afinal sabemos que basta estudar para descobrirmos o motivo de uma fórmula.

Contamos a você como é o campo harmônico maior de todos os tons. Mas isso não é o bastante.

Chegou o momento de descobrir como desenha-lo sozinho.

E, por mais complexo que tenha parecido até agora, a realidade é bem diferente. Apenas continue prestando
muita atenção.

A escala maior como régua do campo harmônico maior


Pouco fará sentido se você não tiver lido nosso guia definitivo de escalas. Juro! Será bem mais difícil
compreender.

Porém, ainda assim, farei todo o esforço possível para que você entenda da melhor forma possível.

O mais importante é que você aprenda, não é mesmo? Então vamos:


O campo harmônico maior de Dó segue os mesmos intervalos da escala maior. A saber:

Tom – Tom – Semitom – Tom – Tom – Tom – Semitom

Justamente por isso, temos C, D, E, F, G, A e B. E repare: não há um único acidente.

Como na escala maior de Dó, não temos nenhum sustenido ou bemol entre as notas fundamentais.

Isso nos entrega que, quando falamos de um relativo maior da nota Dó, acidentes sequer existem. Esteja atento!

Todo acorde básico é formado por uma tríade, ou seja, a junção harmoniosa de três notas correspondentes ao
1º, 3º e 5º graus da escala.

No caso do acorde C, temos: C – E – G.

Nenhum acidente. Dó, Mi e Sol são tons principais, não é mesmo? A escala maior está perfeitamente aplicada
aqui.

Agora, por motivos de teste, vamos analisar o acorde de Ré maior:

 corda D solta;
 segunda casa da corda G: A;
 terceira casa da B: D;
 segunda casa da corda e: F#.

Temos D – A – F#:

Sustenido é acidente, meu caro. Existe algum acidente na escala maior de Dó? Não, verdade? E como tratar?

Ora, basta recuar esse acidente, atingindo uma nota que pertence à escala maior de Dó. Se voltamos meio tom, o
F# vira F.

A grande questão repousa aqui: quando recuamos meio tom na terça de Ré, o acorde vira um Dm (Ré menor).
Guarde isso!

Analisando os demais acordes no campo harmônico de Dó

Você já entendeu o segredo. Mas vamos, juntos, dar uma passada de olho pelos demais acordes. Isso ajudará a
fixar a lógica e, claro, servirá como treino de teoria.

O caso de Mi

Assim como no caso de Ré, o acorde de Mi maior possui acidente. Olhe só:

 E solta;
 A na segunda casa: B;
 D na segunda casa: E;
 G na primeira casa: G#;
 B solta;
 e

Como já sabemos, acidentes não são bem vindos. Por isso, para corrigir, basta voltar um semitom no acidente. E,
ao fazer isso, o que acontece? Ora, o acorde vira um Mi menor (Em).
A vez de F, G e A

Nos casos de F e G, a vida fica bem mais fácil. Nesses dois acordes, as notas da tríade são naturalmente
adequadas à escala maior de Dó. Confira:

 F: a tríade (1º, 3º e 5º graus) é composta por Fá – Lá – Dó;


 G: a tríade é composta por Sol – Si – Ré;

Em A, por sua vez, temos o mesmo probleminha de D e E. Sua tríade é formada por Lá – Dó sustenido – Mi.
Revertendo o acidente, temos o acorde de Am.

Si: o caso mais curioso de todos

Quando apontei a tabelinha do campo harmônico maior de Dó, você olhou bem para o acorde Si?

Além de ser menor por conta de um acidente no 3º grau, precisa ser menor com a quinta diminuta: Bm(b5).

Isso é necessário porque há outro acidente no 5º grau. Compare as tríades de B, Bm e você entenderá:

 B: a tríade é composta por B, D# e F#;


 Bm: a tríade é composta por B, D e F#.

Assim, precisamos também corrigir o segundo acidente. Fazendo isso, teremos a tríade B – D – F, ou seja,
Bm(b5).

Corrigimos o primeiro acidente, gerando um acorde menor, mas também alteramos o 5º grau meio tom para
trás. A formação desse acorde é essa:

 segunda casa da corda A pressionada com o indicador: B;


 terceira casa da corda D pressionada com o médio: F;
 quarta casa da corda G pressionada com o mindinho: B;
 terceira casa da corda B pressionada com o anelar: D.

Não se esqueça que as cordas Mi não devem ser tocadas, beleza?

Curiosidades sobre o sétimo grau do campo harmônico maior


Acordes diminutos no sétimo grau

Você encontrará por aí teóricos afirmando que o sétimo grau do campo harmônico maior de um acorde será um
acorde diminuto. Mas será que isso é verdade? Vamos analisar para descobrir.

Quando desmonto o acorde B° (Si diminuto), tenho o seguinte resultado: B – D – F – G#.

Ora ora, não temos um G# ali no acorde? Já estamos carecas de saber que não cabem acidentes no campo
harmônico maior de Dó.

Não estou certo? Então por que alguém sugeriria o B° como sétimo grau do campo harmônico? E vou te
explicar:

Se olharmos para o B° unicamente do ponto de vista de tríades, estará tudo bem.

O problema é que não se trata de um acorde formado por ter graus, mas por quatro. B° é, na verdade, uma
tétrade. “Tetra” significa “quatro” em grego, como tetracampeão.

Essa tétrade é formada por uma 3ª menor, uma 5ª diminuta e uma sétima diminuta. Essa sétima diminuta é
justamente o G# ou Ab, um acidente.
Por isso, não está correto dizer que B° é o sétimo grau do campo harmônico maior de Dó. O melhor e mais certo
é considerar o Bm(b5) por ser a tríade esperada, como mostramos antes.

Entendido?

Utilizando uma Tétrade no lugar de Bm(b5)

Outra diferença entre o que vimos e versões de outros teóricos é o uso de uma tétrade no sétimo grau.

Se falarmos de Dó, essa vertente utilizará o Bm7(b5) — Si menor com sétima e quinta diminuta.

Do ponto de vista da formação, não há qualquer problema, uma vez que a tétrade de Bm7(b) é B – D – F – A.

Todas são notas da escala maior de Dó e, portanto, podem estar num acorde do campo harmônico maior de Dó.

A grande diferença foi usar uma tétrade em vez de uma tríade, como em todos os outros graus.

Já do ponto de vista estético, um acorde com sétima soa como preparação e possui um som mais elaborado.

O ideal seria reservar essa opção para quando utilizarmos tétrades em outros graus também, como por exemplo,
C7M. De todo modo, experimente. Se gostar da sonoridade, tudo joia.

Campo harmônico menor natural, menor harmônico e menor


melódico
Como era de se esperar, o campo harmônico maior não é o único. Ainda que seja o mais utilizado e mais
necessário de estudar, há outros.

A grande sacada é que não precisamos falar deles aqui, afinal a base teórica é idêntica à da construção do campo
harmônico maior.

Você pegará a escala menor natural, harmônica ou melódica, considerará os intervalos característicos dessa
escala e analisará as tríades.

É uma excelente lição de casa, não?

Agora que você já tem toda a teoria detalhadinha, vários exemplos e tabelas incríveis, basta colocar o filhote no
colo e treinar, treinar e treinar.

Se ficou alguma dúvida ou se você quer colocar seu ponto de vista sobre algum dos assuntos que discutimos
aqui, deixe seu comentário no campo abaixo.

Aqui, junto com a gente, seu sonho de ser um paladino do violão se realizará muito em breve.

Acordes e variações de A:
CIFRA I III V VII
A7 Lá Dó # Mi  Sol
A m7 Lá Dó Mi Sol
A m7 (b5) Lá Dó Mi b Sol
A maj7 Lá Dó #  Mi Sol #
A# m7 Lá # Dó # Fá Sol #
A# m7 (b5) Lá # Dó # Mi Sol #
Ab 7 Lá b Dó Mi b Sol
Ab m7 Lá b Dó b Mi b Sol
Ab maj 7 Lá b Dó Mi b Sol

Acordes e variações de E:
CIFRA I III V VII
E7 Mi Sol # Si Ré
E m7 Mi  Sol  Si  Ré
E m7 (b5) Mi Sol Si b Ré
E maj 7 Mi Sol # Si Ré #
E# m7 Mi # Sol # Si # Ré #
E# m7 (b5) Mi # Sol # Si Ré #
Eb 7 Mi b Sol Si b Ré b
Eb m7 Mi b Sol b Si b Ré b
Eb maj7 Mi b Sol  Si b Ré

Acordes e variações de B:
CIFRA I III V VII
B7 Si Ré # Fá # Lá
B m7 Si Ré Fá # Lá
B m7 (b5) Si Ré Fá Lá
B maj 7 Si Ré # Fá # Lá #
B# m7 (b5) Si # Ré # Fá # Lá #
Bb 7 Si b Ré Fá Lá b
Bb m7 Si b Ré b Fá Lá
Bb maj 7 Si b Ré Fá Lá

Acordes e variações de F:
CIFRA I III V VII
F7 Fá Lá Dó Mi b
F m7 Fá Lá b Dó Mi b
F m7 (b5) Fá Lá b Si Mi b
F maj7 Fá Lá Dó Mi
F# 7 Fá # Lá # Dó # Mi
F# m7 Fá # Lá Dó # Mi
F# m7 (b5) Fá # Lá Dó Mi
F# maj7 Fá # Lá # Dó # Fá

Acordes e variações de C:
CIFRA I III V VII
C7 Dó Mi Sol Si b
C m7 Dó Mi b Sol  Si b
C m7 (b5) Dó Mi b Sol b Si b
C maj 7 Dó Mi  Sol  Si
C# 7 Dó #  Mi # Sol # Si
C# m7 Dó #  Mi Sol # Si
C# m7 (b5) Dó #  Mi  Sol  Si
C# maj 7 Dó #  Mi # Sol # Si #
Cb maj7 Dó b Mi b Sol b Si b
Acordes e variações de G:
CIFRA I III V VII
G7 Sol Si Ré Fá
G m7 Sol Si b Ré  Fá
G m7 (b5) Sol Si b Ré b Fá
G maj7 Sol Si Ré  Fá #
G# 7 Sol # Dó Ré # Fá #
G# m7 Sol # Si Ré # Fá #
G# m7 (b5) Sol # Si Ré Fá #
Gb maj7 Sol b Si b Ré b Fá

Acordes e variações de D:
Cifra I III V VII
D7 Ré Fá # Lá Dó
D m7 Ré Fá  Lá Dó
D m7 (b5) Ré Fá Lá b Dó
D maj7 Ré Fá # Lá Dó #
D# m7 Ré # Fá # Lá # Dó #
D# m7 (b5) Ré # Fá # Lá Dó #
Db 7 Ré b Fá Lá b Dó b
Db maj 7 Ré b Fá Lá b Dó

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