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MUNICíPIO DE CASCAVEL
SEcRETARTA MUNrctpAL DE pLANEJArTIENTo E GEsrÃo
Departamento de Gêstão de Compras e Administreção
ú

CASGAVEL Divisão de Licitações

ORIGEM:
Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão / Departamênto de Gestão de
Compras e Administraçâo / Divisão de Licitações

DESTINO:
Procuradoria Geral do Município / Procuradoria de Licitações e Contratos

PROCESSO:
Requisição ao Compras n.o 10í612019 - Processo Digital n.o 22115n019

Em atendimento ao disposto no art. 381, parâgraÍo único, da Lei n.o

8.666, de 2í de junho de í993, encaminhamos para análise e parecêr minuta de


edital na modalidade Tomada de Preços.
A minuta foi elaborada com base na Requisição ao Compras de n.o

1016/20'19, expedida pela Secrelaria Municipal de Educaçâo, a qual tem por fim a
Reforma do Centro Municipal de Educação lnfantit Darci Ângela Borges.
O valor máximo estimado para a licitaçáo foi fixado em: R$
1.223.397,48 (um milhão duzentos e vinte e três mil trezentos e noventa e sete reais
e quarenta e oito centavos).
A convocaçâo dos interessados, prevista no art. 2'l da Lei n.o 8.ô66/93,
será realizada após a aprovação da minuta de edital.

Cascavel/PR, 1 1 de abril de 2019.

Fernando M arcos
Supervisor de pe

1As
minutas de editais de licitâção, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser
previamente examinadas e aprovadas por assessoria juídica da Administraçáo. íRedacão dada oela Lei no
8.883. de 1994)-

Página í de í
GOVERNO MUNICIPAL

H CASCAVEL
Procu rddoriô Geral do Município

CERTIDÃO

Recebi o Processo Licitatório (a Requisição) ne loté /19 (Processo Digita I ne 2<ttslte


Cascavellt I o\ I t9
Horário Il hF min
Procuradoria de Licitações e Contratos

Distribuição e Encaminhamento
Ao(à) advogado(a)

para análise no prazo de 10 (dez) dias úteis.

Cascavel JlJ eU19-


Horário tG hcD min

Procuradoria de Licitaç ões e Contratos

unro fa rel

Estagiário

Recebimento do Advogado

Re ce b o P roc e sso LicitatóÍio s up a c ta do e m o


Horário  h,/2 min
Lt'5 )
GOVERNO MUNICIPAL
lJ
CASCAVEL
Procurddoria Geral do MunicíPio

PARECERJURÍDICO
Requisição de Serviço n". 1016/2019
Da: PROCURADORIA DE LICITAÇOES E CONTRATOS
Para: Secretaria de Municipal de Educação

Ref.: Tomada de Preços

EMENTA: Direito Administrativo' Tomada de Preços' Menor


PreçoGlobal.Reformadeescola.PossibilidadeJurídicaCaso
Observados Os Requisitos Legais'

I TÓRIO

I . Trata-se de processo licitatório oriundo da Requisição em epígrafe'

emitida em 25 de março de 2019 pela Secretdria Municipal de Educação. objetivando


,'reforma do centro de municipal infantil", na modalidade de licitação denominada "Tomada

de Preços", do tipo menor preço global, com valor máximo fixado em R$ 1.123.397'48 (um
milhão, cento e vinte e três mil, trezento§ e noventâ e sete reais e quarenta e oito
centavos).

2. Elaboradas as minutas de edital e contrato, vieram os presentes

autos para análise quanto aos aspectos legais, em cumprimento ao parágrafo único, do art. 38,

da Lei n' 8.6661931.

3. Compulsando os autos, constâtou-se:

i,) Requisição do objeto (fl. 02);


ii) Termo de Referência (fls. 06/21);
iiü Manifestação pelo Departamento de Gestão Orçamentiíria e
Secretaria de Finanças, respectivamente, informando que as despesas
solicitadas compatibilizam-se com o PPA e LDO e que há

| 'Aí. 3E. O procedimento da licitaçào será iniciado com a abeíuÍa de processo adminisralivo. devidamente autuado, prolocolado e N
.E
numerado- contendo a autoa?âçilc Íesp€ctirâ. a indicação sucinta de seu objeto e do recuÍso píôpÍio paÍa a despesÀ e âo quâl seràojunlados
o,
opoíunahentet (... )

Ptráptafo único. As nrinutas de editais de licitaçào. bem como as dos contratos, acordos- convàrios ou ajusles devem ser previamente
exaninadôs e aprovadLs poí assessoriajuridicâ da AdminisrÍaÇào.'-

PROCURADORIA DE LICITAÇÕIJS E CONTRATOS

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tb)
GOVERNO MUNICIPAL
c/,
H CASCAVEL
Procuradoria Gerat do MunicíPio

disponibilidade de recurso financeiro para pâgamento da despesa' bem


como a competente autorização paÍa a abertura da licitação
(fl' 03);
iv) Projetos (fls.40 a 64);
v) Composição de BDI (fl. 25);
vi) Planilha de quantidades e custos (fls. 26 a 38)',

vii) Cronograma fisico - financeiro (fl. 39)


uiri) Midias digitais (fl. 53);
ix) ARTs, e/ou RRTs (fls. 57a 58).
x) PoÍaria de designação dos fiscais e gestores de contrato (fls' 22
a24).

4. E o sucinto relatório. Passamos a ooinar

II - FUNDAM ENTACAO
a) Da modalidade de licitação e demais considerações iniciais.

5. Quanto à modalidade de licitação, registra-se a adequação do objeto

com esta ora eleita. eis que determinada em função do limite disposto no artigo 23, inciso I,
alinea "à", da Lei no 8.666193.

6. A tomada de preços2 é a modalidade de licitação utilizada para


um valor estimado médio, compreendidas, de acordo com
contratações que possuam
DECRETO N' 9.412, DE f8 DE JUNHO DE 2018' que atualiza os valores das

2O pngsloExtt oa nfpÚsl,lcl, no uso da aÍibuição que lhe confere o art. 84. caput, inciso Iv. da Constituição. e
tendo em vista o disposto no aí. 120 da Lei n'8.666, dc 2l de juúo de 1993. DECRETA:
Il
Art. l'Os valores €stabelecidos nos incisos I e do caput do an. 23 da Lei n" 8.666, de 2l de junho de 1993. ficam
atualiiados nos seguintes terÍnos:
I - paÍa obras e serviços de engenharia:
a) na modalidade convite - até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais);
b) n. modslidade tom8d8 de precos - até R§ 3.300.000.00 (três milhões e tr€zentos mil reais): e
c) na modalidade concorrência - acima de R$ 3.300.000.00 (três milhões e trezentos mil reais): e §
Il - para compras e serviços não incluídos no inciso I: {
a) na modalidade convite - até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais)i
b) ns modÍlidade tom.dr dc precos - âté RS 1.430.000.00 íum milhão. ouatrocentos e trinta mil ra.is): e
c) na modalidade concorrência - acima de R$ 1.430.000.00 (um milhão. quatrocentos e trintâ mil reais).
ArL 2o Este Decreto entra em vigor trinta dias após a data de sua publicação.
Brasília" | 8 dc junho de 2018; 197' da Independência e l30e da República.

PROCURADORIA DE LICITAçÕES E CONTRATOS

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GOVERNO MUNICIPAL d
CASCAVEL
Procuradoria Geral do MuniciPio

modalidades de ticitação de que trata o art. 23 da Lei n'8'666, de 2l de


junho de 1993

até o montante de R$ até R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e


trinta mil reais), para a

aquisição de materiais e serviços, e de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos


mil reais),

para a execução de obras e serviços de engeúaria.

'Art.23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do anigo


anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor
estimado da contratação:
I - para obras e serviços de engenharia:
(...)

b) tomada de preços - até RS 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);"


Vide Dec 4 de 2018

7. Dessa forma, a modalidade escolhida coaduna-se com o

disoositivo lesal acima mencionado.

8. Quanto à fiscalização e execução do contrato, insta salientar a


necessidade de ser observado por parte dos responsáveis pela fiscalização e execução do
contÍato e pela Gestão Orçamentiiria, o preenchimento dos requisitos elencados nos artigos 7'
e 8', da Lei de Licitações, exigidos para obÍÍts e prestação de serviços, in verbis'.

"Art. 7q As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços

obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:

I - projeto básico;
ll - projeto executiYoi
lll - execução das obras e serviços.

§ lq A execuçâo de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão e


aprovaçâo, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores,

à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente

com a execução das obÍas e serviços, desde que também autorizado pela
Administração.
6 2o As obras e os servicôs sôm te Doderão ser licitados ouendo:
f - houver oroi básico ebrôvâdo Dêls âüto de comDete[te e disponível para
exame dos interessados em participar do processo licitatório;

PROCURADORIA DE LICITAÇÔES E CONTRÁTOS

3/r
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GOVERNO MUNiCIPAL

H CASCAVEL
Procuradoria Gerdl do Município

II - existir orcamenao detrlhâdo em Dlânilhas que expressem a composição de


todos os seus custos unitários;

Ill - houver Drevisão de recursos orcsmentários que i§segurem o pagamento das

obrigações deconentes de obras ou serviços a serem executadas no exercicio


financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronogÍama;
IV - o oroduto dels esoerado estiver c oítemblâdo nâs metâs estabelecidas no

Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.

§ 3q E vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para


sua execuçâo, qualquer que seja a sua origem, exceto nos ca§os de empreendimentos

executados e explorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação


específica.

§ 4e É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fomecimento de materiais


e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quântitativos não correspondam às
previsôes reais do projeto básico ou executivo.

§ 5q É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem

similaridade ou de marcas, características e especificaçôes exclusivas. salvo nos


Çasos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais
materiais e serviços for feito sob o regime de administraçâo contratada. previsto e
discriminado no ato convocatório.

§ 6" A infringência do disposlo nesle artigo implicâ a nulidsde dos atos ou


contratos realizados e a r€sponsabilidâde de quem lhes tenhâ dsdo causâ.

§ 7q Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins de
julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obrigações de
pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do respectivo
pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabelecidos
obÍigatoriamente no ato convocatório.

§ Eo Qualquer cidadão poderá requerer à Adminisração pública os quantitativos das


obras e preços unitários de determinada obra executada.

§ 9e O disposto neste anigo aplica-se também, no que couber. aos casos de dispensa
e de inexigibilidade de liciraçâo."

"An. A execuçáo das obras e dos serviços dev€ programar-se, sempre, em sua
89

totalidsde. previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua


execução.
ic
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou
serviço. ou de suas parcelas. se existente previsão orçamenúria para
sua execução
total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica.

PR ocuRA D oR IA D E TA ÇóES co TRA TOS

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GOVERNO MUNICIPAL <J
H CASCAVEL
Pro:urddoria Gerdl do Município

justificados em despacro circunstanciado da autoridade a que se refere o art.26


desta Lei." (grifos nossos)

9. Orientamos o ue de acordo com o arti oo7o fo se o n do

nclso II da Lei 8.666/9 e ohriqatório ro ital da licitacão a existência de olanilha oue

demonstre a composição de todos os custos essenciais à prestacão de servico, pois diante da


não definição clara e precisa do objeto, toma-se impossível a apÍesentação de proposta firme e

precisa por parte do licitante.

10. Neste ponto, destacamos que foi apresentada planilha de serviços


assinada pelo engenheiro responsável. conforme folhas 26 a 38.

I I . Alertamos para o fato de que o nivel de detalhamento exige a


definição não apenas dos valores referen:es às diversas etapas de execução do objeto e

compreende a discriminação de todos os custos unitiiLrios do orçamento, com a definição dos


respectivos quantitativos necessários de cadir menor parte componente do todo.

12. Além do que, referida discriminação de custos teria o condão de


repetir, já no julgamento das propostas, aquelas manifestamente inexequíveis ou eventual
superfaturamento, evitando infortúnios futuros como recurso quanto à inexequibilidade /
superfaturamento, jogo de planilhas, pedidos de revisão do equilíbrio econômico-financeiro

do contrato, pedido de aditivo de quantitativr sem saber sobre qual valor ou quantidade básica
incidiria, bem como evitaria prejuízos deconentes de onerosidade excessiva à Administração.

l3.Ainda, quanto aJ cronograma fisico _ financeiro, prevendo as


etapas de execução (cronograma fisico) e os respectivos valores estimados de pagamento
(cronograma financeiro), a secrelaria apresentou o documento de fl.
39.

b) Sobre o BDI.

PROCURADORIA DE LICITA ÇOES E CONTRATOS

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GOVERNO MUNICIPAL

CASCAVEL
Procuradoria Gerãl do l"lunicípio

14. A determinação dos preços é uma das etapas primordiais do

planejamento e da gestão de um serviço e obra pública. Em licitações. devido à impoÍância

de se identificar e controlar os custos para a determinação de preços, a aplicação do método de

formação de preço baseado nos custos é uma exigência legal para a contratação de obras
públicas, prevista na Lei 8.666/1993, a qual determina a elaboração de orçamentos detalhados
3, e
e com a discriminação de todos os custos envolvidos (art. 6', inciso IX, alínea f art. 7o, §

2', inciso II a).

15. A par disso. o Tribunal de Contas da União tem orientado não

apenas para a existência de planilhas contemplando todas as despesas unitiirias e diretas do

objeto a ser licitado, mas também aquelas que envolvem a aplicação de recursos no próprio
objeto executado (todos os custos do particular).

l5.Nessa senda, os orçamentos devem levar em consideração o


"beneficios e despesas indiretas - BDI" ou "lucros e despesas indiretas - LDI" 5, que nada
mais é do que um elemento orçamentário destinado a cobrir as despesas não diretamente
relacionadas à execução do objeto contratado, como a cobertura de riscos eventuais do
construtor. É ele elemento essencial no processo de formação de preços, pois representa
parcela relevante no seu valor final.

I Art. 6P Para os fins desta Lei. consid€ra-se:


(...)
IX ' Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes. com nível de precisão adequado. pata ca'?lcteÍiilLr
obra ou serviço, ou complexo dc obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos^
lécnicos preliminares. que.§segurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacro ambiental do
empreendimento, e que possibilite a avaliaçâo do custo da obra e a deíinição dos métodos e do prazo de execuçâo, dcvendo
conter os §eguintes elementos:
(... )
f) oçamento detalhado do custo global da obra. fundamentado em quantitativos de seniços e fomecimentos propriamente
avaliados:

1
41. 7e As licitaçôes para a exçcução de obras e para a prestaçâo de sen,iços obedecerão ao disposto neste artigo e. em
parlicular. à seguinte seqüência:
(. .)
§ 2a As obras e os serviços somente podcrão ser licitados quando:
(. .)
n - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composiçâo de todos os seus custos unitários
5
-
BDI Bonificações/beneficios e Despesas Indiretas: é uma porcentagem correspondente às despesas indiretas e ao lucro
que. aplicada ao cuslo direto de um empreendimento (materiais, mâo de ãbra,equipimentos),
eleva-o ao seu valor final.

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Procuradoria Gerdl do l.4unicípio

17. O acórdão 262212013 Plenário/TCU, citando a doutrina de Eliseu

Martins e Wellington Rocha (2010, p. 32la\, classificam os custos diretos e indiretos


conforme a seguir:
"a) custos diretos são aqueles que podem ser identificados e mensurados a cada

objeto a ser custeado de forma direta e objetiva por meio de alguma unidade de
medida (quilogramas de mateÍiais consumidos, horas de mão de obra utilizadas etc.).

Esses custos podem ser apropriados diretamente ao objeto de custeio de forma

individual, ou seja, sâo custos individualizáveis; e


b) custos indiretos são aqueles que somente podem ser atribuídos a cada objeto de
custeio por meio de estimativas e aproximações, cuja precisão da mensuração pode

conter algum grau de subjetividade e ser inferior a dos custos diretos. São custos
gerais do setor de produção ou custos comuns a diversos objetos de custeio alocados

indiretamente por meio de critérios de rateios."

18. A classificação acima deve ser adequada às obras públicas. Em


âmbito federal. o Decreto 7.98312013 estabeleceu os componentes mínimos que devem fazeÍ
paÍe da composição de BDI de orçamentos de obras públicas e Írs regras para análise dos
custos dos serviços previstos nos orçamentos de referência.

19. A par disso. o Tribunal de Contas da União, por meio do Acórdão


2622/2013, estabeleceu metodologia para se definir os valores de referência para as taxas de
Bonificações e Despesas Indiretas - BDI das obras públicas, a qual, em resumo, consiste no
seguinte:

9.3. determinar ao Ministério do Plan€jamento, Orçamento e Gestâo que:


(omisso)

9.3.2. oriente os órgãos e entidades da Administração Pública Federal a:

9.3.2.1. discriminar os custos de administração local, canteiro de obras e

mobilização e desmobilizaçâo na planilha orçamentáÍia de custos diretos, por serem


passíveis de identificação, mensuração e discriminação, bem como sujeitos a
controle. mediçâo e pagamento individualizado por pane da Administração pública.
em atendimento ao princípio constitucional da transparênc ia dos gastos públicos, §
jurisprudência do TCU e com fundamento no art. 30. 6", e no art.40, inciso XIII,
§
da Lei n. 8.666/1993 e no art. l7 do Decreto n. 7.98312013;
9.3.2.2. (omisso)

PROCURADORIA DE LICITA ES E CON'IRATOS


1?,2 \
GOVERNO MUNICIPAL d_,
H CASCAVEL
Procuradoria Gerdl do Município

9.3.2.3. adotar, na composição do BDl, percentual de ISS compatível com a

legislação tributária do(s) município(s) onde serão prestados os serviços previstos da

obra (...);

9.3.2.4. estabelecer, nos editais de licitação, que as empresas sujeitas ao regime de


tributação de incidência não cumulativa de PIS e COFÍNS apresentem

demonstrativo de apuração de contribuições sociais comprovando que os percenluais


dos referidos tributos adotados na taxa de BDI correspondem à média dos

percentuais efetivos recolhidos em virtude do direito de compensaçâo dos créditos

previstos no an. 3o das Leis ns. l0,637/2002 e 10.833/2003, de forma a garantir que

os preços contratados pela Administração Pública reflitam os beneficios tributários


concedidos pela legislação tributária;

9.3.2.5. prever, nos editais de licitação, a exigência para que as empresas licitantes
optantes pelo Simples Nacional apresentem os percentuais de ISS, PIS e COFINS

discriminados na composição do BDI que sejam compatíveis com as alíquotas a que


a empresa está obrigada a recolher, pÍevistas no Anexo IV da Lei Complementar n.

12312006, bem como que a composição de encargos sociais não inclua os gastos

relativos às contribuições que essas empresas estão dispensadas de recolhimento


(Sesi. Senai. Sebrae etc.), conforme dispões o an. 13, § 3o. da referida Lei
Complementar;

9.3.2.6. exigir, nos editais de licitação. a incidência da taxa de BDI especificada no

orçamento-base da licitação para os serviços novos incluídos por meio de aditivos

contratuais, sempre que a taxa de BDI adotada pela contratada for injustificadamente

elevada, com vistas a garantir o equilíbrio econômico-financeiro do contrato e a

manutençâo do percentual de desconto ofertado pelo contratado. em atendimento ao

an. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e ao art. l4 do Decreto n. 7.9B3lZ0l3i,

20. Deve-se acrescentar que a inclusão, na composição do BDI


constante das propostas das licitantes, do Imposto de Renda pessoa Jurídica (lRpr) e da
contribuição social sobre o Lucro Líquido (csLL) não é vedada nem acarreta, por si só,
prejuízos ao erário, pois é legítimo que empresas considerem esses tributos quando do cálculo

da equação econômico-financeira de suas propostas. desde que os preços praticados estejam


de acordo com os paradigmas de mercado. o que se veda é a i.clusão do IRpJ e da csLL
no
orcamento estimativo da licitação (Acórdão 648/2016 plenário - Tomada de contas Especial,
Relator Ministro Benjamin ZymlerlTClJ 6).

6 Nesse
sentido. concruiu o relator que nào haveria iregalidade "no fato de a empresa contratada incl uir tais rubricas
na

PROCUPADORIA DE LICITA ÇÓES E CONTRÁTOS

B/rc
l?3 t
GOVERNO MUNlCIPAL <--,
H CASCAVEL
Procurddoria Geral do Município

21. Nesse senlido, todos os fatores de risco do empreendimento devem

estar previstos no BDI. em um único e próprio item, e não como custo direto da planilha
orçamentária obra 7, sob pena de infringir o art. 7o, § 4" da Lei 8.666/1993 8, por isso, não
pode haver rubrica genérica em sua composição (por exemplo serviços desconhecidos e sem
previsão de quantidades e).

Nessa toada há de se res que a inclusão do BDI nos


orçamentos, bem como seu detalhamento, é de caráter obrigatório nos editais de licitação de

composições de custos unitários de serviços, com a devida discriminação de cada componente


de custos, fundamental para conferir transparência e controle nas contratações públicas, o que
evita a ocorrência de lacunas dentro do orçamento e possibilita a verificação dos serviços e
preços efetivamente contratados e sua adequação aos valores praticados pelo mercado I0.

23. Dessa forma, recomendamos a observância do acima apontado,


pois, quando o preço de uma obra pública é determinado de forma desacertada, há um maior
risco de ocorrência de sobrepreço, superfaturamento, preços inexequíveis, 'jogo de planilha'.
pagamentos indevidos ou em duplicidade, combinação de preços, alterações contratuais além

dos limites legais, abandono das obras, execução do objeto com baixa qualidade. extrapolação

dos prazos, entre outros infortúnios.

c) Da qualiÍicaçâo técnica.

24. No que tange à qualificação técnica exigida dos licitantes. ao


longo do item 9.1.2 do edital, insta salientar que o art. 37, xx, da constituição Federal,

composiçào do seu BDI. desde quc os preços praticados estejam em consonância com os paladigmas
de mercado '. Por fim-
acrescentou quc -lanto a Súmula TCU n" 254/2010 como o an. 9ô, do Decreto 7.gg3i
2013 , vedam a inclusão de tais rubri
apenas nô orÇamento-base da licitaçào. nào sendo lais entendimenlos
7
aplicáveis aos preços ofcÍtados pelos privados,'
Acórdào 48 /2016 P narion'Cu. Tomada d e Contas Especial. Relator Minislro BenjaJnin Zymler
§ 4e E vedada. ainda. a inclusão no obieto da liciraçâo. de fomecimento de materiais e serviços sem previsão
de
quantidades ou cujos quantitativos nâo correspondam às previsôcs
reais do projeto básico ou executivo
'çAcórdão 648/201 ó ptenário/TctJ Relaror Ministro Benjamin ZJ mlcí
rn
Nessc senrido: acórdào 162212011 TCtl/PIenário

PROCURADORIA DE LICI'TA ÇÓES E CCNTv|TOS

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GOVERNO MUNICIPAL
,l)
q-)
H CASCAVEL
Procuradoria GeÍal do Município

permite que se estipulem somente requisitos que sejam indispensáveis à garantia do

cumprimento das obrigaçõesl I.

25. Ainda, paÍa cercar-se de tais garantias, a Administração poderá


valer-se anenas e tiio somente dos documentos ex ssamente elen cados no taxativo rol do art.

30 da Lei n". 8.666/93 , in verbis'.

'An. 30. A documentação relativa à qualificaçào tecnica ljIqi!4E§gli â:

I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;


II - comprovaçâo de aptidão para desempenho de atividade peninente e compatível
em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das
instalaçôes e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponiveis para a

realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos

membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

lll - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e,

quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das

condiçôes locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitaçâo;

IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

§ lo A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso


das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fomecidos por

pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas


entidades profissionâis competentes, limitadas as exigências a:

I- capacitação técnico-proÍissional: comprovação do licitante de possuir em seu


quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível

superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente. detentor de


atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de
caracteristicas semelhantes, limitadas estas exclusivamente à parcelas de maior
relevância e valor significativo do objeto da licitação. vedadas as exigências de
quantidades minimas ou prazos máximos;

ll - (Vetado).
a) (Verado).

ri -An i7 (... )

XXI - ressahados os sasos especiÍicados na legislação. as obras. serviços,


compms e âlienações seÍão contÍatados mediante processo de
licilaçâo pública que Àssegure igualdade de condições â lodos os
coícoÍÍentes côm cláusulôs que estabelcçam obrigâçôcs de patamenro,
man(idas Às condiçôes efetivas da proposta_ nos rermos da lei. qual
o som.nte p.rmiti rá ,s tlisôncias d. oualificrcao técíicl e cconômica
indkocnsÍvcis À prrrl|tia do cutllprimento dss obripâcô€s.,. (gÍifamos)

PROCURADORIA DE LICITA çOES E CONTRATOS

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ú,
GOVERNO MUNICIPAL

H CASCAVEL
Procuradoria Geral do MunicíPio

b) (Vetado).

§ 2" As parcelas de maior relevância técnica e de valoÍ significativo, mencionadas


no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório

§ 3" Será sempÍe admitida a comprovação de aptidão aÍavés de certidôes ou

atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional

equivalente ou superior." (grifamos)

26. Sobre o tema, impoÍante destacar acerca da imprescindibilidade


da motivacão de todas as exigências de qualificação técqiça.

27. Ouanto ao ltem 9.1.2. "II": (certificado de registro de pessoa


jurídica junto ao CREA/CAU): a exigência encontra fundamento no aÍ. 30, I da Lei de
Licitações, art. 15 da Lei 5194/1996 12, art. 4o da Resolução 336/89 Confea rr e Lei
Ia
12.37812010 e demais legislação esparsa.

28. A necessidade de registro da empresa responsável pela execução


da obra no conselho profissional competente é requisito indispensável à licitação, nos teÍnos
do art. 30, I da LLC. O edital deverá indicar quais os registros necessários, com fundamento
nos projetos básico e executivo.

29. Destaca-se que para fins de habilitação, não se pode exigir a

comprovação do registro ou visto junto ao conselho regional do local da realização da


licitaçãors ou da obra relativamente a empresa registrada em outra unidade da federação,
salvo por ocasião da celebração do contrato. PoÍanto, a exigência, para licitante de outro

E Art. 15. Sâo nulos de pleno


direito os contratos referentes a qualquer ramo da engenhüi4 arquitetura ou da agronomia.
inclusiv-e a elaboraçâo de projeto. direção ou execuçâo de obras. quando firmados
fol cnridade pública ou paniãular com
pessoa fisica oujurídica nào legalmente habilitada a pratica, a atividade nos têrmos desta lei.

t'!
- A pessoa juríd.ica enquad.rad.a ewr qualquer uv,aa d.as classes d.o Art. aô só terá cond,ições
Aí+. 4o
legais para o início d.a sua ativid,ad,e técníco -profissional, dpós ter o seu registro efetivad.o no
l)-
Conselho Regional de Éngenharia, Arquitetura e A7ronotutía.
rr Lei que regulamenta o exercício da Arquitetura e l]rbanismo e cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Bra-sil e dol
Estados c do Dislíilo Fcdcral C^(r S

r5
TCU, Decisão n. 348/1999-plenário, Item 8.1

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t\ /t9

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- ao vencedor da
Estado, de visto do registro profissional pelo CREA local aplica se apenas
ticitaçãor6

30 Ouânto ao ltem 6.1.2. "V": (ceÍificado de registro do

no
profissional técnico responsável junto ao cREA/CAU): a exigência encontra fundamento
r7.
art.30, II, infineelY da Lei 8.666/ 1993 c/c arts. 2', a, b, c e parágrafo único bem como
aÍ.
15, ambos daLei 519411996 18
e art. 50 da Lei 12.37812010
te e Lei 12.378t2010 20 e demats
legislação esparsa.

3 1. Itens 9.1.2. "III", do edital, devem efetivamente caracterlzar as

parcelas de maior relevância e de valor significativo do objeto, sobretudo. em regra,

respeitando o limite de aÍé 50yo e não limitando a comprovação através de número mínimo de
atestados. Neste sentido, o Informativo de Licitações e Contratos n'.10412012 do Tribunal de

Contas da União divulgou o seguinte posicionamento pacificado pela Corte:

'É ilícita a exigência de número mínimo de atestâdos de capacidade técnica,


assim como a tixâção de quantita tivo mínimo nesses atestâdos superior a 507o
dos qüantitativos dos bens ou serviços pretendidos, a nao roueâ
licidode do o de o estabe e Íâis utst

(grifamos)

r6
TCU, Acórdão r9o8/zoo8 Plenário e Decisão 279lrgg8.
r7 Art. 2" O exercicio, no Pais. da proÍissão de engenheiro, arquiteto ou engenheiro-agrônomo. observadas as condiçôes de
capacidade e demais exigências legais, é assegurado:
a) aos que possuam. devidamenle registrado. diploma de faculdade ou escola superior de engenharia arquitetura ou
agronomia- oficiais ou reconhecidas. existentes no Paisl
b) aos que possuam, devidaÍnente revalidado e registrado no Pais, diploma de faculdade ou escola estrangeira de ensino
superior de engenharia, arquitetura ou agronomia. bem como os que tenham êsse exercício amparado por convênios
internacionais de intercâmbio:
c) aos estrangeiros qontratados quc. a critério dos Conselhos Fcderal e Regionais de Engenhari4 Arquitetura e Agronomia-
considerados a escassez de proÍissionais de determinada especialidade e o inteÉsse nacional. tenham seus lirulos registrados
temporàriamente.
Parágrafo único. O exercicio das atividades de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo é garan(ido. obedecidos os
limites das respectivas licenças e cxcluídas as expedidas, a título precário. até a publicação desta Lei. aos que. nesta data.
estejam registrados nos Conselhos Regionais.
13
Aí. 15. São nulos de pleno dircito os conúatos referentes a qualquer ramo da engenhaliô. arquitetura ou da agronomiÀ
inclusive a elaboração de projeto, direção ou execução de obras. quando tirmados por entidade pública ou panicular com
pessoa fisica ou jurídica não legâlmentc habilitada a praticar a atividade nos têrmos desta lei.
r" An. 5e Para uso do titulo
de arquiteto e urbanista e pam o exercício das atividades profissionais privativas correspondentes,
é obrigâtório o registro do profissional no CAL, do Estado ou do Distrito Federal.
,,, Lei que regulamenta o exercicio da Arquitetura e Urbarismo e cria o C--onselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasii e d
Estados e do Dislrito Federal- CALI'S.

C.

L PROCURADORIA DÉ I,ICITAÇÕES E CONTRATOS

12i19
tol
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32. Sobre este mesmo assunto, o colendo Tribunal de Contas da União

recentemente exarou o seguinte entendimento, assim publicado em seu Informativo de


Licitações e Contratos no. 115. de 17 e 18 de julho de 2012:.

"É indevida a proibição de somatório de atestados, para efeito de comprovação


de qualificação técnico-operacional, quândo a aptidão ds licitânte puder ser
sâtisfatoriâmente demonstrad, por mais de um atestado (...)" (destacamos)

33. Deste modo, insta reiterar que a fixação de quantitattvos


superiores a 507o dos quantitativos dos serviços, assim como de número mínimo de atestados,
somente podem ocorrer em casos absolutamente excepcionais, tecnicamente fundamentados
pela unidade requisitante.

34. A Administração Pública deve se abster de estabelecer número


mínimo de atestados de capacidade técnica, a não ser que a especificidade do objeto o

recomende, situação em que os motivos de fato e de direito deverão estar devidamente


explicitados no pÍocesso administrativo da licitação.

35. Nesse sentido, Jessé Torres Pereira Junior e o Tribunal de Contas


da União, respectivamente, expõem que:

"A entidade que promove a licitação deve fundamentar adequadamente a exigência

da capacidade técnica, demonstrando de forma inequívoca suâ


imprescindibilidade e pertinência em relaçâo ao objeto licitâdo, de modo â
afastar cve[tuâl possibilidade d€ restriçáo ao câráter competitivo do
certâme...". (PEREIRÁ JUNIOR, Jessé Torres. Comen!ários à lei de licitações e
contratações da administração pública. 7 ed revista, atualizada e ampliada. Rio de

Janeiro: Renovar, 2007, p 391.)

"As exigências de capacidade técnica têm fundamento constitucional e não


configuram. por si só, restrição indevida ao caráter competitivo do cename, porém,
devem ser sempre fundamentadas l€cnicamente, de forma a llemonstrar
lneoülv ocâmellte süâ imnrescindih ilidade e ne rtinência em relação ao objeto

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t3/rq
6)
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licitado." (TCU. Pleniírio, AC-2934-42114-P, TC-000'345/2010-5, Rel. Marcos


Bemquerer, sessão em 29.10.2014) (gÍifa-se).

36, A Secretaria reouisitante iustificou a necessidade das


exisências Drevistas nos itens 9.1.2 edital. conforme fls. ll5 a 121.

37. Ouanto ao item 9. 1.2 "IV". a Lei de Licitações veda-


expressamente, a imoosicão de ouantitativos mínim os ou prazos máximos para a
comprovaçào da capacidade técnico-profi ssional.

38. Nos termos do art. 30, § 1o, inc. I, da Lei n" 8.666193, a

capacitação técnico-profissional envolve a "comprovação do licitante de possuir em seu


quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior

ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de

responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes,


limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto
da licitação , tedadas as exiqências de quantidades minimas ou Drazos máximos".

39. No âmbito do TCU a CoÍe de Contas manifestou-se pela


impossibilidade de a Administração fixar quantitativos mínimos para a qualificação técnico-
profissional, conforme consta dos Acórdãos n's. 2.081/2007, 608/2008, 1.31212008,
2.585 l20l 0, 3.1 05 l20l 0 e 27 6/20 I 1. todos do Plenário.

40. Conoborando este entendimento, também loi o Acórdâo no

16512012 do Plenário do TCU, no qual restou consignado que "a exigência de quantitativo
mínimo, para fins de comprovação da capacidade técnico-profissional, contraria o
estabelecido no art. 30, § l', inciso I, da Lei 8.666/93',.

41. E de se destacar, que recentes decisões da Corte de Contas (TCU_


divulgou no seu Informativo de Licitações e contratos n" 177 o Acórdão n.3.070/2013),
segundo o qual "é legal, para a comprovação da capacidade técnico-profissional
da licitante, a

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t3P.)
GOVERNO MUN]CIPAL c/---J
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exigência de quantitativos mínimos, executados em experiência anterioÍ, compatíveis com o


objeto que se pretende contratar".

42. De acordo com o Relator, "a inlerpretação que mais se coaduna


com o inleresse da Administração de se resguardar quanto à real capacidade técnica da
licitante de prestar adequadamente os serviços pactuados é a que vincula a vedação de
exigências de quantidades mínimas ao número de atestados, e não aos serviços objeto dos
atestados fomecidos.

43. Em vista desse contexto, podemos aÍirmar que. atualmente, a

exigência de quantitativos mínimos em sede de qualiÍicação técnico-profissional não constitui


ponto pacífico na jurisprudência do TCU.

44. Inobstante o acima exposto, orientamos a administração petra que


se absteúa de exigir quantidades mínimas ou pftLzos máximos, quanto à comprovação da
capacidade técnico-profissional, assim como expressamente previsto no art. 30, § 1", inc. I, da

Lei n" 8.666/93.

45. A Secretaria requisitante justificou a necessidade das exigências


previstas nos itens 9.1.2. ,.IV", do edital, confo rme fls. 115 a l2l

46. ltem 9.1.2 "VI": Sobre o assunto. veJa-se o segulnte


entendimento, recentemente exarado pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná no
julgamento de representação referente a certame e ro ria Munici alidade:

"Comprovação de que, no mínimo, 0l Advogado, Ol Contador, com nível superior


em Contabilidade, e 0l Analista de Sistemas, penencem ao quadro de funcionários
da empresa".
(...)

C)bserve-se que a exigência acima foi realizada como requisito de habilitação,


portanto.a Administraçâo exigiu que os profissionais estivessem Íormalmente
vinculados à empresa licitante iá por ocasi:lo dâ fase de habilitâcão.
€ não

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2
t

somente qüando da sinrture do contra em contrsriedade ao comândo


contido n8 Lei n.'t.666/93 (...)
Trata-se, mais uma vez, de flagrante ofensa à legislação aplicável, acima transctita,

que igualmente implicâ em restriçâo indevida à competitividade. Note-se que o §

6" do artigo 30 da Lei n." 8.666i93 apenas autoriza que se exija relação explícita e
declaração formal da disponibilidade do pessoal técnico especializado. considerado

essencial ao cumprimento da obrigação, e nío a comprovscão de oue tais


orofissionais intesram o quadro da emDresa ou estão contrâtados Dar, â
Drcstâcão de servicos
E importante lembrar tambem que a Administração não pode fazer exigências

desarrazoadas. Ao contrário, as exigências de habilitação, para a comprovação da

qualificação técnica, devem ser devidamente iustilicadas no procedimento


licitâtório. de forma exDressa. e somente podem ser realizadas se imprescindíveis
para o cumprimento da obrigação, devendo guardar pertinência e comoatibilidade
com o objeto da licitação. Isso para que a exigência não configure restrição indevida

ao caráter competitivo do certame. (...)

c om o conse uênciâ dâs irresuleridades nrâticâdrs cumDre aDlicar aos

representados responsabilizados â multâ administrativa prevista no artigo 87, IV,

"g", da Lei Complementar Estadual n." ll3/2005 Lei Orgânica deste Tribunal de

Contas (...)" (Acórdão n'. 870/15 - Tribunal Pleno, Sessão de 05/03i 15) (grifos
nossos)

47. Desta forma, apesar de a indicacão do oessoal técnico (constante


da parte final do inciso II do art.30) não ser idêntica à comorovacão aDtidão Dara a
execu do ob eto disciplinada pelo § 1', inciso I, do mesmo artigo. insta observarmos.
novamente, a lição de Marçal Justen Filho2r, ao comentaÍ esta última

"A Lei exigiu que o profissional integre os 'quadros permanentes', expressào que
não foi objeto de definição. Deve reputaÍ-se que o quadro permanente de uma
empresa consiste no conjunto de pessoas vinculadas a ela com cunho de
permanência, sem natureza eventual ou precriria. (...) Tendo assumido deveres de

desempenhar suas atividades de molde a assegurar a execução satisfatória do objero


licitado, seria correto entender que os requisitos de qualificação técnica foram
atendidos? Responde-se de modo positivo. (...) O sujeito não compõe o quadro

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permanente qüando nâo estiver disponível pârâ prestar seus serviços de modo
permaI!ent€, durâIlte a execucão do obieto licitado
(...) o fundamental, para a Administração Pública, é que o prolissional esteja em
condições de efetivâmerte desemperhâr seos trâbalhos plj§!§iâ9lb_9gg!9
do futuro cortrato (...)
Aliás, essa é a int€rpretaçâo que se extrai do próprio ârt,30, quando estabelece
que as exigências acerca de pessoal qualificado devem reputar-se atendidas
mediante mera declaracáo de disoonibilidade apresentada oelo licitante. Como
iustiÍicsr entendimento diverso I DroDósito dos Drofissionâis de maior
exoeriênciâ? Nâo sê âfisürâ erisÍênlê âlsümâ resDostâ satisfâtória Dâra tal
indaeacâo." (grifamos)

48. Corroborando deste entendimento, os seguintes acórdãos da lavra


do TCU

"Da mesma forma, assiste razâo aos dirigentes quando defendem que exigir que a

empresa contratsda dete[ha em seu quâdro permânenle profissionais âplos a


executar o objeto â ser contratâdo, no momento da entresâ dos ertvelopes, Ed§
restrinsir ou comDrometer o c âráter comDeti tivo da licitacilo , infringindo assim
o disposto no an. 30 da Lei no 8.666/93" (Acórdão n". 870/15 - Tribunal pleno.
Sessão de 05/03/15) (grifos nossos)

"O relator anotou que, de acordo com a jurisprudência do Tribunal. as condições de


comprovação da capacidade técnico-profissional da licitante, previstas no anigo j0.
inciso II,
I", inciso I, da Lei 8.666/1993, nâo podem ser desarrazoadas a ponto
§

de comprometer o ambiertte concorrencial das licitâções. Nesse sentido,


acrescenlou que a qualificação técIlico-p rorissionâl devê li m itar-se à indicacão
de orofi ssional detertor do acervo técnico estabelecido no edital que, à data da
celebrâcÃo dâ avenca com a Administraçâo, gsteia vinculado à emoresa por
meio de contrâto de prestâção de serviços celebrado de acordo com a legislação
civil comum, sem. necessariamente, possuir liame com o quadro permanente da
empress licitânte. (...). Diante do exposto pelo relator, o Tribunal decidiu, no ponto,
rejeitar as -iustrticativas apresentadas pelo presidente da comissão de licitação,
aplicando-lhe a nrulta prevista no inciso ll do art. 5g da Lei g.443l92. e ainda
cientificar a Secretaria Municipal de Iníraestrutura de Manaus/AM da

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c/
À)
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irregularidade." (TCU, Acórdão 329'112014-Plenário, TC 006.576/2011-?, relatoÍ


Ministro Walton Alencar Rodrigues, 26.11.2014.)

49. Deste modo, recomendamos que não se exija a comprovação de


que as licitantes possuam tal profissional no momento da licitacão, e sim sua declaração de
que terá tal profissional disponível por ocasião da execução do contÍato, quando o vínculo
poderá ser comprovado por tais meios (registro em carteira, certidão do CREA, contrato
social ou contrato de prestação de serviço).

d) Das Minutas do Edital e Contrato

50. No que tange ao aspecto jurídico-formal da minuta epigrafada,


resalvado o acima exposto, denota-se que houve o preenchimento dos requisitos legais,
consoante se verifica através das cláusulas ali inseridas. em consonância com a Lei no

8.666t93.

51. Ainda, cumpre ressaltar que o procedimento licitatório deverá


observar todos os demais critérios elencados na Lei n' 8.666/93, especialmente o disposto no
artigo 9o, bem como as demais disposições legais relativas às normas de saúde e segurança do
trabalho e ambientais correlatas.

52. Nos termos do art. 9", III, da Lei n. 8.666/93, se um servidor


público for sócio ou funcioniirio de uma empresa, ela não poderá participar de licitações
realizadas pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado este servidor público o fato de o
servidor estar licenciado22 do cargo não afasta a referida proibição, considerando que, mesmo
de licença, ele não deixa possuir vinculo com a Administração pública.

53. Por fim. lembra-se que o original do edital deverá ser datado,
rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, consoante o disposto
no aÍ. 40, § 1". da Lei n" 8.666/93.

(S'l J. 2'Turma. REsp L6O? 7 ts-AL. Ret. Min. Herman Beniamin, iulgado em ?/3D01? 0nfo 602)
'??

pRocuRADoRtA DE LtctrAÇóEs E
coNTRAT1S

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III - CONCLU sÃo

54. Feita a análise inicial, ressalvada a competência da autoridade


superior para o exame do mérito das ustificativas e caso observado o ac

exposto, opina-se, pela aprovação deste processo, no que pertine à fase intema, prosseguindo-

se o feito nos termos da lei.

55. Por derradeiro, cumpre realçar que, caso a área técnica competente

discorde das orientações emanadas neste pronunciamento, deverá cârrear aos autos as
justificativasnecessáriasparaembasaracelebraçãodapretendidaâvençq@
de retorno do feito a esta ConsulÍorie iurídica.

56. E o parecer. salvo melhor juízo.

Cascavel, 15 de abril de 2019.

PAZ
unicípio de Cascavel
EAJUR - Matrícula 24.3l5-9
OAB/PR 54.6E5

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