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'Será que não está na hora de

termos um ministro no Supremo


Tribunal Federal evangélico?', diz
Bolsonaro em evento religioso
Presidente disse que a Corte está legislando por
equiparar homofobia a crime de racismo. Declaração
foi dada em evento da Assembleia de Deus Ministério
Madureira, em Goiânia.
Por Vitor Santana, G1 GO
31/05/2019 11h31 Atualizado há 2 horas

Jair Bolsonaro questiona se não está na hora do STF ter um ministro


evangélico
Jornal GloboNews edição das 10h
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Bolsonaro é aplaudido após questionar se STF não deveria ter um ministro
evangélico

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que os ministros do Supremo


Tribunal Federal (STF) "estão legislando" ao discutir a equiparação de
homofobia ao crime de racismo, e questionou nesta sexta-feira (31) se
não estaria na hora de a Corte ter um magistrado evangélico.
“Com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, eu pergunto: existe
algum, entre os 11 ministros do Supremo, evangélico? Cristão assumido?
Não me venha a imprensa dizer que eu quero misturar a Justiça com
religião. Todos nós temos uma religião ou não temos. E respeitamos, um
tem que respeitar o outro. Será que não está na hora de termos um
ministro no Supremo Tribunal Federal evangélico?”, disse.
A declaração do presidente recebeu aplausos do público de um
evento na Assembleia de Deus Ministério Madureira, em Goiânia.
No último dia 23, o STF formou maioria para enquadrar a homofobia e
a transfobia como crimes equivalentes ao racismo. Na ocasião, chegou a
seis o número de ministros da que votaram nesse sentido. Ainda
restam cinco votos, e o julgamento deve ser retomado na próxima
quarta-feira (5).
As ações analisadas pelo Supremo pedem a criminalização de todas
as formas de ofensas, individuais e coletivas, homicídios, agressões e
discriminações motivadas pela orientação sexual e/ou identidade de
gênero, real ou suposta, da vítima. Os ministros que já votaram de
acordo com o pedido são: Celso de Mello, Edson Fachi, Alexandre de
Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux.
Bolsonaro criticou a pauta da Corte. “O Supremo Tribunal Federal
agora está discutindo se homofobia pode ser tipificado como racismo.
Desculpe aqui o Supremo Tribunal Federal, que eu respeito e jamais
atacaria o outro poder, mas, pelo que me parece, estão legislando [...].
O estado é laico, mas eu sou cristão”, afirmou o presidente.
Próximas vagas
Durante os quatro anos do mandato de Bolsonaro, devem ser abertas
duas vagas com as aposentadorias dos ministros Celso de Mello e
Marco Aurélio Mello. Isso porque a legislação obriga membros da
Corte a se aposentar aos 75 anos.
Neste mês, Bolsonaro disse em entrevista que firmou um compromisso
para indicar Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, "para a primeira
vaga que tiver" no STF.
A Corte tem 11 ministros. A indicação dos integrantes é de
competência do presidente da República, mas o nome deve passar
por sabatina no Senado.

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