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1.

No contexto contratualista o que une e divide os autores Hobbes e


Spinoza?
Tanto para Spinoza, como para Hobbes, embora com uma
motivação diversa, o pacto social consiste num acordo para a
constituição de um poder comum. O que, quando muito,
distingue Spinoza de Hobbes é que, enquanto para Hobbes o
pacto de união pode ser configurado como um contrato em favor
de um terceiro, para Spinoza o próprio pacto de união prevê a
transferência do poder natural de cada um para a coletividade da
qual cada um é parte.

2. Hobbes foi teórico do absolutismo e o primeiro entre os


contratualistas, como era sua visão a respeito do estado de
natureza e, segundo ele, o que o homem deveria renunciar para
a realização do contrato social para a quebra efetiva desse
estado?

3. Na concepção de locke, diferentemente da de Hobbes, o


estado de natureza é positivo. Então porque que ele via o
contrato social como algo necessário? O que falta no estado de
natureza para o pleno funcionamento social? Os indivíduos
renunciam algum direito com a efetivação desse contrato?

4. Qual argumento é usado por Spinoza para afirmar a existência


de uma incoercitividade da liberade de pensamento?
Para ele, o Estado, por mais que faça, não pode impedir um
indivíduo de pensar o que pensa (pode apenas impedir de dizer o
que pensa); e, de qualquer modo, não há sanção de que disponha
que seja capaz de convencer um filósofo a não crer naquilo em que
crê. Isso é corroborado também por causa que, para dar
continuidade à sua própria natureza, o Estado não deve realizar
nenhuma ação que faça desaparecer o respeito dos súditos e
provoque revolta.

5. Hobbes, diferentemente de locke,


Montesquieu e Rosseau, afirma que o poder
soberano deve ser indivisível e condena como
teoria sediciosa a tese contrária. No que se
baseia sua teoria de governo?
O que ele rechaça é a teoria do governo misto, ou seja, a teoria
que afirma como governo ótimo aquele em que o poder soberano
está distribuído entre órgãos diversos em colabração entre si,
representados cada um por três diversos princípios de qualquer
regime (o monarca, os melhores, o povo).

6. O que locke defende em sua teoria da


divisão dos poderes? E no que se difere tanto
da teoria hobbesiana de governo?
Quando Locke defende a teoria da divisão dos poderes, o que ele
acolhe não é absolutamente a teoria do governo misto, mas sim a
teoria segundo a qual os três poderes através dos quais se explicita
o poder soberano -o poder legislativo, o poder executivo e o poder
judiciário (mas, na realidade os poderes que Locke leva sobretudo
em conta são apenas dois, o legislatico e o executivo) -, devem ser
exercidos por organismos diversos. Do ponto de vista da unidade
que preucupa Hobbes, o Estado de Locke tem em mente não é
menos unitário do que o Estado hobbesiano: é verdade, decerto,
que o poder executivo e o poder legislativo são atribuídos a dois
órgãos diversos, respectivamente o rei e o parlamento, mas é
igualmente verdade que o poder executivo deve permanecer
subordinado ao primeiro.

7. Como houve, segundo o modelo


aristotélico, a origem do Estado enquanto
pólis ou cidade?
Valendo-se não de uma construção racional, mas de uma
reonstrução histórica das etapas através das quais a humanidade
teria passado das formas primitivas às formas mais evoluídas de
sociedade, até chegar à sociedade perfeita que é o Estado.

8. Como se dá a doutrina jusnaturalista do


Estado?
Ela se baseia não só em uma teoria racional do Estado, mas
também em uma teoria do Estado racional. Isso quer dizer que ela
desemboca numa teoria da racionalidade do Estado, na medida
em que constrói o Estado como ente de razão por excelência, único
no qual o homem realiza plenamente sua própria natureza de ser
racional.

9. No que consiste as críticas de Hegel no fim


do jusnaturalismo?
Com Hegel, o modelo jusnaturalista chegou à sua conclusão. Em
diversos momentos da sua obra, Hegel critica as teorias do Direito
Natural Moderno. Um aspecto central destas teorias é a elaboração
ficcional da condição humana num suposto estado de natureza.
Para Hegel, esta ficção incorre na confusão entre aquilo que o
homem é segundo o seu conceito e a sua condição natural,
empírica, imediata. Se é possível falar de um começo - diz Hegel -
ele se apresenta como um "estado de injustiça, de violência, de
tendências não reprimidas, de atos e de sentimentos não
humanos" O filósofo chama atenção para a suposta primitiva
harmonia natural do estado de natureza (Naturzustand) como uma
condição que não é um estado de inocência, mas um estado de
brutalidade, uma condição animal, um estado onde reinam os
apetites, a barbárie, no qual o homem não é como ele deve ser.
Como se vê, o julgamento do filósofo do homem natural é bastante
depreciativo, pois, quem obedece às suas paixões e instintos está
submetido ao império do apetite, da brutalidade, do egoísmo, tem
uma vida de dependência, de medo e quer apenas realizar instinto.
Enfim, o homem natural não é livre em relação a ele mesmo e à
natureza. A liberdade começa, precisamente, quando a condição
natural do homem é negada.

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