Você está na página 1de 2

Atividade I da Disciplina Metodologia de Pesquisa

em Arte, Filosofia e Ciência

Júlia de Sousa Pires Cordeiro

Para entender todas as camadas existentes no filme “O nome da


Rosa” é necessário estar ciente do contexto social no qual ele se passa: A
Alta Idade Média. Esse período histórico foi de grande conturbação entre o
clero e vários pensadores e filósofos que surgiam na eminencia do
Renascentismo, que resgatou os valores racionais e antropocêntricos. O
conhecimento racional era extremamente abominado pela igreja porque
fazia com que as pessoas questionassem as leis divinas, que se utilizava do
medo para o controle social. Umas das falas mais marcantes do filme é
justamente sobre isso: “ O riso mata o temor e sem temor não pode haver
fé”. A conservação do clero se dava através do medo.
É nesse contexto que o padre jesuíta chega, representando toda a
revolução política e de pensamentos que estavam acontecendo na Europa,
confrontando as ideias dogmáticas e de verdades absolutas. O filme traz
considerações importantes acerca da importância do conhecimento como
forma de libertação e como sua retenção foi e ainda é usada como forma de
controle social por parte das altas camadas da sociedade.
O filme pode se passar na Idade Média, mas as discussões levantadas
nele são bem atuais. O poder do conhecimento na sociedade e como ele
pode transformar e libertar as pessoas, afinal, é através dele que todas as
grandes revoluções mundiais e conquistas da humanidade aconteceram,
porque quando alguém obtém conhecimento também adquire entendimento
de si mesmo e da sua situação e atuação no mundo, podendo transforma-lo.
Daí a importância da democratização e da disseminação de informações.
Umas das maiores problemáticas encontradas atualmente é
justamente a questão da propagação do conhecimento para as camadas
sociais mais marginalizadas, principalmente quanto se diz respeito ao
conhecimento produzido academicamente. É extremamente perigoso reter
o conhecimento exclusivamente aos membros acadêmicos e à própria
academia, porque as consequências são verdadeiros prejuízos a sociedade
quando se diz respeito a democratização da informação. É dever das
universidades procurar meios de difundir e fazer com que o conhecimento
acadêmico chegue às várias camadas sociais existentes.
As universidades devem estar sensíveis e atentas aos acontecimentos
e as circunstancias sociais, buscando ao máximo envolver-se aos problemas
da comunidade, levantando discussões e até estudando soluções,
principalmente se a Universidade em questão for pública. É dever da
instituição pública promover um “retorno” a sociedade, com projetos que
atinjam as pessoas que não fazem parte do círculo acadêmico. E é bom
sempre lembra que não há universidade sem sociedade.

Você também pode gostar