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DOBRAMENTO EMBRIONÁRIO

É o período no qual as principais estruturas internas e externas se estabelecem. Ao


fim dele, os principais sistemas de órgãos já iniciaram seu desenvolvimento. O
dobramento do disco embrionário trilaminar plano permite o estabelecimento da forma
do corpo do embrião.

DOBRAMENTO DO EMBRIÃO NO PLANO MEDIANO

Prega cefálica: as pregas neurais da região cefálica formam o primórdio do encéfalo. O


encéfalo anterior em desenvolvimento, cresce na direção cefálica colocando-se sobre o
coração. Ao mesmo tempo, o septo transverso, o coração primitivo, o celoma
pericárdico e a membrana bucofaríngea movem-se na superfície ventral do embrião. No
período do dobramento longitudinal, o intestino anterior é formado a partir da
incorporação de parte do endoderma do saco vitelino.

Prega caudal: o crescimento da parte distal do tubo neural leva ao dobramento da


extremidade caudal, levando à projeção da eminência caudal. Durante o dobramento,
parte da camada endodérmica é incorporada formando o intestino posterior. Sua porção
distal se dilata e forma a cloaca, que se rompe na 7ª semana criando uma abertura para o
ânus. A linha primitiva, que encontrava-se cranialmente à membrana cloacal, fica agora
caudal

DOBRAMENTO DO EMBRIÃO NO PLANO HORIZONTAL

Resulta do rápido crescimento dos somitos e da medula espinhal levando à formação


das pregas laterais direita e esquerda. O embrião torna-se cilíndrico. Com a formação
das paredes abdominais, parte da camada germinativa endodérmica é incorporada dando
origem ao intestino médio, a fusão ventral das pregas laterais reduz a região da
comunicação entre as cavidades celômicas intra e extraembrionárias. À medida que a
cavidade amniótica se expande o âmnio passa a formar o revestimento epitelial que
recobre o cordão umbilical.

CIRCULAÇÃO FETAL

Três estruturas vasculares importantes: ducto venoso, forame oval e ducto arterial.
Circulação fetal: o sangue oxigenado chega da placenta através da veia umbilical. Ao
se aproximar do fígado passa diretamente para o ducto venoso. Percorrendo a veia cava
inferior, chega no átrio direito e é direcionado através do forame oval para o átrio
esquerdo, neste compartimento o sangue com alto teor de oxigênio vindo da veia cava
se mistura com o sangue pouco oxigenado vindo das veias pulmonares. O ducto
arterial, ao desviar o sangue da artéria pulmonar para a artéria aorta, protege os
pulmões da sobrecarga e permite que o ventrículo direito se fortaleça para a sua total
capacidade funcional ao nascimento.

Placentas Indecíduas

Dizemos que uma placenta é indecídua quando durante a gestação, a mucosa uterina
permanece intacta, continuando assim no momento do parto.

Placenta Indecídua Difusa

Apresenta um grande número de vilosidades bem desenvolvidas e distribuídas


uniformemente por toda a superfície do córion. Não ocorrem modificações no epitélio
uterino, com isso, os vasos sanguíneos maternos e fetais, responsáveis pelas trocas de
substâncias, ficam distantes.

Placenta Indecídua Cotiledonária

Apresenta vilosidades agrupadas em pequenas saliências ou cotilédones. Ocorre a


destruição do epitélio uterino no nível das vilosidades coriônicas, promovendo o contato
direto entre o córion e o tecido situado abaixo da mucosa uterina.

Placentas Decíduas

Dizemos que a placenta é decídua quando a mucosa uterina é parcialmente destruída


durante a gestação. Nesse caso, a mucosa uterina se entrosa de tal modo com a placenta
que acaba sendo expulsa junto com ela no parto, originando uma ferida superficial.

PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS

A placenta é um órgão fetomaterno que separa o feto do endométrio. É o local onde


ocorrem as trocas gasosas e de nutrientes entre mãe e feto. Nutrientes e oxigênio passam
pela placenta da mãe para o feto, enquanto que o dióxido de carbono e excretas passam
do feto para a mãe. A placenta possui três funções principais: Metabolismo placentário:
é responsável pela síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos, utilizados como
fontes de energia e nutrientes para o embrião/feto. Transporte de substâncias: ocorre nos
sentidos feto-materno e materno-fetal. As substâncias transportadas são gases,
substâncias nutritivas, hormônios, eletrólitos, anticorpos maternos, produtos de
excreção. Secreção endócrina: hormônios proteicos sintetizados na placenta são o hCG,
somatotropina coriônica humana (ou lactogênio placentário humano), tireotropina
coriônica humana e corticotropina coriônica humana.

A placenta é constituída por:

Uma porção fetal, originária do saco coriônico – córion viloso (frondoso);

Uma porção materna, derivada do endométrio – decídua basal.

o saco amniótico cresce mais rápido do que o saco coriônico, resultando na fusão entre
o âmnio e o córion liso formando a membrana amniocoriônica.

A PLACENTA

a placenta apresenta duas porções: um componente fetal que contém o sangue materno;
e um componente materno. A porção materna e porção fetal, encontram-se fortemente
aderidos.

Circulação uteroplacentária

Mãe – feto

As artérias e veias endometriais da decídua basal, se abrem diretamente na capa


citotrofoblástica através de fendas, fazendo com que o sangue materno chegue ou seja
drenado do espaço interviloso, o fluxo sanguíneo é pulsátil e lançado em jatos por força
de pressão. Esse sangue altamente oxigenado e cheio de nutrientes terá pressão mais alta
que a do espaço interviloso, sendo jorrado em direção à placa coriônica. Com a
diminuição dessa pressão, o sangue flui lentamente, garantindo a troca de produtos
metabólicos e gasosos com o sangue fetal. Note que a veia umbilical transporta sangue
ricamente oxigenado e rico em nutrientes da placenta para o feto.

Feto – mãe

O sangue pouco oxigenado e rico em excretas deixa o feto através do cordão umbilical e
é transportado por duas artérias umbilicais. O sangue fetal então, passa dos capilares das
vilosidades coriônicas para o espaço interviloso, sendo captado pelas veias endometriais
e retornando para a circulação materna.

Membrana placentária

A membrana placentária é uma estrutura responsável em separar o sangue materno do


fetal. A membrana placentária age como barreira somente quando a molécula é de
tamanho, configuração e carga específicos.

ANEXOS
Cordão umbilical

Sua ligação à placenta geralmente fica no centro da superfície fetal da mesma, mas nada
impede que essa aderência ocorra em qualquer ponto. Possui duas artérias e uma veia
cercados por um tecido conjuntivo.

Âmnio e líquido amniótico

O âmnio forma o saco membranoso, cheio de fluido, que envolve o embrião e depois o
feto. Este fluido é o líquido amniótico, que desempenha papel fundamental no
crescimento e desenvolvimento do embrião, é secretado inicialmente em pouca
quantidade pelas células amnióticas. O líquido amniótico é deglutido pelo feto e
absorvido pelos tratos digestivo e respiratório. Trata-se de uma solução aquosa na qual
material não dissolvido se encontra suspenso O líquido amniótico tem várias funções:
atua como uma barreira contra infecções; permite o desenvolvimento normal dos
pulmões fetais e o crescimento externo simétrico do embrião; impede a aderência do
âmnio ao feto; acolchoa o feto contra lesões; auxilia no controle e manutenção da
temperatura corporal do embrião; participa da manutenção da homeostasia dos fluidos e
eletrólitos; permite uma movimentação livre do feto.

Vesícula umbilical – saco vitelino

A vesícula umbilical sofre atrofia e raramente persiste durante toda a gravidez. Sua
presença é essencial por várias razões: desempenha papel na transferência de nutrientes
para o embrião, seu endoderma é incorporado pelo embrião para formação do intestino
primitivo, o mesoderma extraembrionário que cobre a parede do saco vitelino é o local
onde ocorre a formação inicial de sangue; é no revestimento endodérmico da parede do
saco vitelino onde as células germinativas primordiais aparecem.

Alantóide

O alantoide é importante para a formação sanguínea inicial que ocorre em suas paredes,
seus vasos sanguíneos persistem como as artérias e veias umbilicais, e sua porção
intraembrionária passa do umbigo para a bexiga, formando mais tarde o úraco. Após o
nascimento, o úraco torna-se um cordão fibroso, que se estende do ápice da bexiga ao
umbigo.

Mecanismo do parto

O estresse fetal associado com a maturidade hipotálamo-hipófise-adrenal é o fator que


controla o início do parto. A ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal fetal
promove aumento na liberação de cortisol fetal. A maturação progressiva da hipófise
culmina na secreção de ACTH que aumenta a atividade de enzimas que promovem a
conversão de progesterona em cortisol. O cortisol induz a produção de enzimas que
sintetizam estrógenos a partir de progesterona, diminuindo seus níveis. A conversão da
progesterona em estrógenos aumenta a concentração de estradiol, culminando no
aumento da sensibilidade dos receptores uterinos a ocitocina, com isso ocorre a lise do
corpo lúteo gestacional pela luteolisina, com isso a uma queda nos níveis de
progesterona e a ação miocontrátil uterina, com a baixa da progesterona a um
predomínio de estrógenos na circulação com aumento da contração da parede uterina, o
feto então é lançado de encontro a cervix, que geram impulsos nervosos que agem nos
centros medulares e são transmitidos ao hipotálamo que responde produzindo e
liberando grandes quantidades de ocitocina.

Distocia: parto não segue os padrões esperados, resulta no atraso da involução uterino e
do retorno a ciclicidade normal.

Eutocia: parto ocorre de forma natural ou fisiológica, de acordo com os padrões


esperados para a espécie, resulta na rápida involução uterina e retorno a ciclicidade
normal.

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