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Olá estudante de Direito, obrigado pelo download deste eBook

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é curto e muito valioso!

Devido a isso tivemos a ideia de reunir todo o nosso conhecimento para produzir um conteúdo organizado,
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Didática Organizada Aprendizado Rápido Linguagem Fácil

Matéria organizada e Aprenda direito e aprenda Nem sempre a formalidade e a


estruturada para ter uma linha rápido, não perca tempo com o linguagem rebuscada ajuda,
de raciocínio e o melhor que não traz resultado principalmente quando vamos
entendimento sobre o conteúdo aprender algo que ainda não
sabemos

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“O conhecimento quando compartilhado é muito melhor, pois, todos são beneficiados com novas formas de enxergar o mundo”

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DIREITO CIVIL
Antes de iniciar o conteúdo é importante nos localizarmos novamente na linha do tempo do estudo do Direito Civil:

No Direito Civil Parte Geral se estuda: Pessoa, Bem e Atos No Direito das Coisas ou Direito Real, estudamos o vínculo
Jurídicos (Atos Jurídicos “lato sensu; Aquisição e Extinção e entre pessoa e objeto
Negócios Jurídicos (Ato ilícito e Contratos)
No Direito da Família vamos estuda o vínculo entre pessoas e
No Direito das Obrigações se estuda a obrigação entre as pessoas ♥
pessoas
Especialmente nesse eBook de Direito de Família – Parte 1
No Direito Contratual ou Contratos em Espécie se estuda o estudaremos as raízes da família e como acontece um
vínculo das obrigações estipuladas entre pessoas casamento

PARTE 1 – Família e Casamento

O homem não é um ser isolado, viver é conviver, e a realização do homem só se consegue por meio do convívio com os outros, de
maneira que a família é a primeira comunidade em que naturalmente se integra

TÓPICO 1 – CONCEITO DE FAMÍLIA

A família é o elemento propulsor de nossas maiores felicidades e, ao mesmo tempo, é na sua ambiência em que vivenciamos as
nossas maiores angústias, frustrações, traumas e medos

Nesse contexto, fica claro que o conceito de família se reveste de alta significação psicológica, jurídica e social, impondo-os um
cuidado redobrado em sua delimitação teórica

O vocábulo família abrange todas as pessoas ligadas por vínculo de sangue e que procedem, portanto, de um tronco ancestral
comum, bem como as unidas pela afinidade e pela adoção. Compreende os cônjuges e companheiros, os parentes e os afins

O art. 226, caput da CF estabelece que a família é a base da sociedade, dispondo de especial proteção do Estado. Desta forma a
família é a “celular mater” (célula mãe) da sociedade

As normas protetivas do Direito de Família têm a sua NATUREZA JURÍDICA Jus Cogens por ser a célula mãe da sociedade, sendo
assim predominam as normas de ordem pública - Normas inderrogáveis pela vontade das partes, impondo antes deveres do que
direitos

O Direito de Família divide-se em QUATRO PARTES:

DIREITO PESSOAL

DIREITO PATRIMONIAL

UNIÃO ESTÁVEL

TUTELA E CURATELA

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Rege-se o Direito de Família pelos seguintes Princípios:

❖ Princípio do Respeito à Dignidade da Pessoa Humana

❖ Princípio da Igualdade Jurídica dos Cônjuges e dos Companheiros

❖ Princípio da Igualdade Jurídica de todos os filhos

❖ Princípio da Paternidade Responsável e Planejamento Familiar

❖ Princípio da Comunhão Plena de Vida, baseada na afeição entre os cônjuges ou conviventes

❖ Princípio da Liberdade de Constituir uma Comunhão de Vida Familiar

No Direito de Família não é possível que as partes voltem ao status quo (estado anterior), uma vez casado nunca mais será solteiro

Outra característica dos direitos de família é a sua natureza personalíssima, que são direitos irrenunciáveis e intransmissíveis por
herança

Diante disso a forma que parece ser a mais juridicamente tutelada é o casamento, por isso se inicia os estudos do Direito de Família
pelo casamento:

TÓPICO 2 - CASAMENTO

O casamento figura como Subtítulo I do Direito Pessoal

Segundo Clóvis Beviláqua: “O casamento é um contrato bilateral e solene e, pelo qual um homem e uma mulher se unem
indissoluvelmente, legalizando por ele suas relações sexuais, estabelecendo a mais estreita comunhão de vida e de interesses, e
comprometendo-se a criar e a educar a prole, que de ambos nascer”

As definições apresentam o casamento como união entre homem e mulher, ou seja, entre duas pessoas de sexo diferente. Tal
requisito, todavia, foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça, que reconheceu expressamente a inexistência de óbice relativo à
igualdade de sexos (uniões homo afetivas)

A NATUREZA JURÍDICA do Casamento é explicada por 3 TEORIAS:

1) Teoria Contratualista ou Individualista – Entende que o casamento possui a natureza jurídica de um contrato, sendo um
acordo de vontades com a finalidade de criar, modificar ou extinguir direitos

2) Teoria Institucionalista ou Supraindividualista – No casamento as partes não podem escolher as cláusulas do “contrato
matrimonial”, desta forma o casamento é uma instituição de direitos e não um contrato

3) Teoria Eclética – O ato de se casar tem natureza contratual, mas as consequências jurídicas da vida é uma instituição. Essa
Teoria é a mais aceita pelos Doutrinadores

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Os ELEMENTOS ESSENCIAIS para o matrimônio:

A ausência de um desses elementos ocorre a inexistência do matrimônio (é um nada jurídico, uma encenação), sendo assim,
necessita ter:

1) DUALIDADE DE PESSOAS (Anteriormente era dualidade de sexo, entretanto não é mais um elemento necessário, devido ao
julgado do STJ sobre o casamento de sexo igual)
2) MANIFESTAÇÃO DE VONTADE – Dizer: Aceito a Veruska/Verusko como minha/meu esposa/esposo
3) CELEBRAÇÃO – Tem que fazer a festa rapaz!

PROCESSO DE HABILITAÇÃO para o casamento

O processo de habilitação para o casamento é o procedimento preliminar para a celebração

Primeiro analisa a capacidade para o casamento, posteriormente os documentos necessários, devendo observar o procedimento
que deve ser seguido

CAPACIDADE PARA O CASAMENTO

Prevista nos art. 1517 a 1520 CC, os pressupostos da capacidade matrimonial são:

Idade mínima

A capacidade deve ser demonstrada no processo de habilitação, fixando em 16 anos a idade mínima, denominada idade núbil,
tanto para o homem quanto para a mulher

Se ocorrer o casamento sem ter a idade de 16 anos, pode acontecer a anulação, mediante iniciativa própria ou de seus
representantes legais (art. 1550, I CC)

EXCEÇÃO DO SUPRIMENTO JUDICIAL DA IDADE – Será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil nos casos
em que for para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez
O homem e a mulher menor de 16 anos podem casar, desde que obtenham autorização de ambos os pais, ou de seus
representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil (Art. 1517 CC)

A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo Juiz

Existência de casamento anterior

Diante de um fato destes impede a união conjugal com qualquer outra pessoa (art. 1521, VI CC). Isso ocorre para combater a
bigamia

Prazo de viuvez, para a mulher

O decurso do prazo de 10 meses de viuvez para novo casamento é requisito imposto somente à mulher, estabelecido no novo
Código Civil como “causa suspensiva” (art. 1.523, II CC). O objetivo é evitar dúvida sobre a paternidade. É claro que tal requisito
pode ser suprido com um exame com a negativa de gravidez

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS

O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho ou por procurador,
devendo ser instruído com os seguintes documentos (art. 1525 CC):

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Certidão de nascimento

Autorização por escrito de pessoas sob cuja dependência legal estiverem

Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecer os nubentes e que afirmem não existir
impedimentos

Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos

Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado,
ou do registro da sentença de divórcio

PROCEDIMENTO PARA A HABILITAÇÃO

O procedimento tem a finalidade de comprovar que os nubentes preencham os requisitos que a lei estabelece para o casamento

Esta Medida Preventiva deve constatar:

▪ A capacidade para a realização do ato


▪ A inexistência de impedimentos matrimoniais ou de causa suspensiva
▪ Dar publicidade, por meio de editais, à pretensão manifestada pelos noivos, convocando as pessoas que saibam de algum
impedimento para que venham opô-lo

A ORDEM DO PROCEDIMENTO se dá da seguinte maneira:

1º - Os noivos devem requerer a instauração do referido processo no Cartório de seu domicílio

2º - Se domiciliados em Municípios diversos, processar-se-á o pedido perante o Cartório do Registro Civil de qualquer deles, mas o
edital será publicado em ambos

3º - O oficial afixará os proclamas em lugar ostensivo de seu Cartório e fará publicá-los pela imprensa local, se houver. É necessária a
audiência do MP. A habilitação só será submetida ao Juiz se houver impugnação (Art. 1.525 CC)

OBS.: Decorrido o prazo de 15 DIAS, a contar da afixação do edital em cartório, o oficial, se não houver oposição de impedimentos
matrimoniais, entregará aos nubentes certidões de que estão habilitados a se casar dentro de 90 DIAS, sob pena de perda de sua
eficácia

IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS

Os impedimentos são circunstâncias ou situações de fato ou de direito, expressamente especificadas na lei, que vedam a realização
do casamento

Não deve se confundir IMPEDIMENTO com INCAPACIDADE:

IMPEDIMENTO – O impedido apenas não está legitimado a casar com determinada pessoa

INCAPACIDADE – O incapaz não pode casar-se com nenhuma pessoa, porque há um obstáculo intransponível
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ESPÉCIES DE IMPEDIMENTOS

• Impedimento resultantes do parentesco


• Impedimento resultante de casamento anterior
• Impedimento decorrente de crime

Os impedimentos visam preservar: a eugenia (pureza da raça) e a moral familiar, não sendo possível casamento entre parentes e
consanguíneos, por afinidade e adoção (art. 1521, I a IV CC); visa preservar a monogamia, não sendo possível o casamento de
pessoa já casada (art. 1521, VI CC); e por fim, evitar uniões que tenham raízes de crime (art. 1521, VIII CC)

IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS do casamento acontece de 2 Maneiras:

IMPEDIMENTOS DIRIMENTES PÚBLICOS

Diante desses impedimentos, ocorre a NULIDADE do casamento e NÃO produz efeitos jurídicos (Art. 1521 CC):

I. Não pode casar os Ascendentes com os Descendentes


Relações sexuais entre parentes caracteriza o incesto. Descendentes são os filhos, netos, bisnetos até o último descendente, e
ascendentes a mesma coisa
II. Não pode casar os Afins em Linha Reta
Parentesco por afinidade é o que liga um cônjuge ou companheiro aos parentes do outro. São os Sogros/sogras,
enteados/enteadas
III. Não pode casar o Adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi adotante
O pai adotivo ou mãe adotiva não pode casar com a viúva/viúvo do filho(a) adotivo(a)
IV. Não pode casar os Irmãos. Não pode casar os unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau
OBS¹.: Tios com sobrinhos NÃO podem casar, excepcionalmente tem o Decreto Lei nº 3.200/41, sendo que caso queiram casar
deverá ser nomeado 2 médicos para analisar geneticamente se podem, fazendo o exame pré-nupcial
OBS².: Primo com primo pode se casar, pois são colaterais de quarto grau
V. Não pode casar o Adotado com o Filho do adotante
VI. Não pode casar as Pessoas Casadas
VII. Não pode casar o Cônjuge sobrevivente com o Condenado por homicídio ou tentativa de homicídio com o seu consorte
Para ser aplicado o art. 1521, VII exige sentença penal transitada em julgado

CAUSAS SUSPENSIVAS

Causas suspensivas são determinadas circunstâncias ou situações capazes de suspender a realização do casamento
Interessam mais diretamente aos nubentes e ocorrendo a infração terá uma penalidade (Art. 1523, I a IV, CC) - Regime de Sanções

OBS.: Se as causas de suspensão forem invocadas antes do casamento, NÃO será possível celebrar o matrimônio enquanto não
sanadas as causas. Se forem invocadas após a celebração do casamento, será válido o matrimônio, porem o regime será da
separação de bens

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Art. 1523, Incisos:

NÃO DEVEM CASAR

I. Viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos
herdeiros
Objetivo: Evitar confusão de patrimônios
Sanções: A não ser que prove inexistência de prejuízo aos herdeiros: art. 1641, I, CC (regimes da separação dos bens) e art.
1489, II CC (hipoteca legal)
II. Viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou
da dissolução da sociedade conjugal
Objetivo: Impedir a confusão de sangue e conflito de paternidade (art. 1598, CC)
Sanção: Regime da Separação de bens (art. 1641, I CC)
III. O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal
Objetivo: Evitar confusão de patrimônio
Sanção: Regime Obrigatório da Separação de bens (art. 1641, I CC) salvo se provar inexistência de prejuízo aos herdeiros (art.
1523, § único CC)
IV. Tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou
curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas
Objetivo: Impedir matrimônio de alguém que se acha em poder de outem e que por isto poderia conseguir um
consentimento não espontâneo
Sanção: Regime obrigatório da separação de bens (art. 1641, I) salvo art. 1523, § único CC

Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos
incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e
para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de
gravidez, na fluência do prazo

OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS e das CAUSAS SUSPENSIVAS

A OPOSIÇÃO DE IMPEDIMENTO é a comunicação escrita feita por pessoa legitimada, antes da celebração do casamento, ao Oficial
do Registro Civil perante a qual se processa a habilitação, ou ao Juiz que preside a solenidade, sobre a existência de um dos
empecilhos mencionados na lei

As pessoas legitimadas que podem opor os impedimentos dirimentes públicos:

a) O Oficial do Registro Civil (ex oficio)

b) Pelo Juiz que presidir a celebração (art. 1522, § único CC)

c) Qualquer pessoa maior e capaz até o momento da celebração (art. 1522 e 1529 CC)

d) Ministério Público

Posto isso, os impedimentos podem ser opostos ATÉ O MOMENTO DA CELEBRAÇÃO do casamento por qualquer pessoa capaz. Se o
Oficial do Registro Civil ou o Juiz que preside a celebração saber de algum impedimento é obrigatório declarar de ofício

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Efeitos da oposição dos impedimentos

a) impossibilitar a obtenção do certificado de habilitação

b) adiar o casamento

OBS.: Os impedimentos devem ser opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a
indicação do lugar onde possam ser obtidas

OBS².: Aos nubentes é assegurado o direito de requerer o prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos alegados, para
promover as ações cíveis/criminais contra o oponente de má fé

A OPOSIÇÃO DAS CAUSAS SUSPENSIVAS se dá com as circunstâncias ou situações capazes de suspender a realização do casamento

Podem opor as causas suspensivas da celebração:

a) Os parentes em linha reta (ascendente ou descendentes)

b) Os colaterais em segundo grau (irmãos e cunhados) (art. 1524 CC)

As causas suspensivas devem ser articuladas no curso do processo de habilitação, até o decurso do prazo de 15 DIAS da publicação
dos proclamas

OBS.: Se o casamento se realizar com a possibilidade de alguma causa suspensiva, será válido, mas os nubentes sofreram as sanções

OBS².: As causas de suspensão devem ser opostas em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou
com a indicação do lugar onde possam ser obtidas (igual a oposição de impedimento)

CARACTERÍSTICAS COMUNS DA AÇÃO DE CONHECIMENTO que visam reconhecer vícios que torne NULO ou ANULÁVEL o
CASAMENTO (a ação NÃO pode ser incidental):

a) Tem por objeto direito indisponível – A pessoa não pode abrir mão do estado de casado, no caso de processo para anular
o casamento, se o réu não contestar, não terá os efeitos da revelia, pois não há presunção de veracidade na petição inicial,
devendo a autora provar muito bem para ocorrer a anulação

b) A decretação de nulidade de casamento pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo
Ministério Público

c) Não se opera os efeitos da revelia (art. 345, II CPC), tampouco incide o ônus da impugnação específica dos fatos (art. 341,
II CPC)

d) O foro competente é no domicílio do guardião de filho incapaz ou no último domicílio do casal, caso não haja filho
incapaz; ou no domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal. (art. 53, I, “a”, “b” e “c” CPC)

e) Pode ser precedida de ação cautelar de separação de corpos (art. 1562, CC)

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CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO

O casamento é um verdadeiro RITUAL ۞, com incidência de normas de Ordem Pública

A celebração do casamento sem o atendimento dos rigores da lei torna inexistente o ato, salvo casos excepcionais de dispensa, no
casamento nuncupativo e na conversão da união estável em casamento

Os nubentes, depois de cumpridas as formalidades preliminares e munidos da certidão de habilitação passada pelo oficial do
registro, devem peticionar à autoridade que presidirá o ato, requerendo a designação do “dia, hora e local” de sua celebração (art.
1.533 CC)

O LOCAL DA REALIZAÇÃO da cerimônia em geral é a sede do próprio Cartório onde se processou a habilitação, mas pode ser
escolhido outro, público ou particular, como clubes, salões de festas, templos religiosos, casa de um dos nubentes etc.

A HORA DO CASAMENTO, pode ser realizada durante o dia ou à noite, e em qualquer dia, inclusive aos domingos e feriados,
contanto que a celebração não ocorra de madrugada ou em altas horas noturnas — O que dificultaria a presença de pessoas que
pretendessem oferecer impugnações

A PRESENÇA DAS TESTEMUNHAS é IMPRESCINDÍVEL. O art. 1.534, caput, do Código Civil exige a presença de pelo menos duas,
afirmando que podem ser parentes ou não dos contraentes

A AUTORIDADE COMPETENTE para celebrar o casamento é o Juiz de casamentos

Dá para ser gratuita a celebração, desde que as partes declarem pobreza

Momento da Celebração

O comparecimento dos nubentes deve ser simultâneo, sendo necessário que a vontade de casar seja manifestada no ato da
celebração

Art. 1535 CC: “Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do
registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará
efetuado o casamento nestes termos: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes
por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados’” ♥ ♥ ♥

♥ ♥ O momento da celebração ocorre quando no momento que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade

de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados ♥ ♥

Suspensão da Cerimônia

A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:

▪ Recusar a solene afirmação da sua vontade


▪ Declarar que não está com livre e espontânea vontade
▪ Manifestar-se arrependido

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Diante disso se acontecer a suspensão, não será admitido a retratar-se no mesmo dia

Então... não pode haver “brincadeiras” na hora de dizer se aceita ou não o casamento, pois a autoridade competente poderá
suspender a cerimonia e não poderá ser feita mais no mesmo dia.

Casamento por Procuração

O casamento pode ser celebrado “mediante procuração, por instrumento público”, que outorgue “poderes especiais” ao
mandatário para receber, em nome do outorgante, o outro contraente – Art. 1542 CC

Esta procuração pode ser outorgada tanto a homem como a mulher para representar qualquer um dos nubentes

Se ambos não puderem comparecer, deverão nomear procuradores diversos, pois irá gerar um conflito de interesses

O Instrumento tem que ser público, feito para pessoa específica e a eficácia da procuração tem validade de 90 DIAS. Se a pessoa
não tinha mais poderes para manifestar a vontade o casamento será inexistente

O mandato pode ser revogado somente por instrumento público, entretanto se o representado vier a falecer, também ocorre a
revogação do mandato

Se a revogação foi feita antes do casamento e só depois é cessada a procuração, o casamento é inexistente e cabe ação de
indenização

A procuração NÃO precisa ser ad judicia (por advogado), entretanto geralmente é feita por advogado

Casamento Religioso com Efeitos Civis

O casamento religioso pode ser de 2 Espécies:

• Com Prévia Habilitação – Art. 1516, §1º • Com Habilitação posterior à celebração religiosa – Art.
1516, §2º

Em ambas, portanto, exige-se o processo de habilitação. Somente a celebração é feita pela autoridade religiosa da religião
professada pelos nubentes.

Casamentos religiosos podem por todas aquelas religiões que são sociais e moralmente aceitas

Todos os impedimentos e causas suspensivas deverão ser observados (art. 1521 a 1524 CC), bem como a capacidade matrimonial
(art. 1516 CC)

Para que surta efeitos civis, o casamento religioso deverá, a pedido do casal, ser registrado no registro público (art. 226, §2º CF)

No atual sistema, há duas modalidades de casamento religioso com efeitos civis:

a) O precedido de habilitação para casamento (art. 71, Lei 6.015/73 e art. 1516, §2º CC), que terá prazo de 90 dias de
validade (art. 1532 CC) e deverá ser apresentado à autoridade eclesiástica que realizará o ato nupcial. Dentro do prazo
decadencial de 30 dias, o ministro ou o interessado poderá requerer sua inscrição no Registro Civil (art. 73, § 1º, 2º e 3º, da
Lei 6.015 c.c art. 1516, §1º CC)

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b) Casamento religioso não precedido de habilitação para matrimônio: O casamento religioso poderá ser registrado perante
o oficial do registro civil desde que os nubentes, juntamente com o requerimento de registro apresentem a prova do ato
religioso e os documentos exigidos pelo art. 1525 CC, onde então será procedida a habilitação com a publicação de editais,
etc.

OBS.: Se um dos contraentes falecer antes da inscrição, tal fato não obstará o registro

OBS².: Casamento religioso sem registro civil, pode servir apenas como prova de união estável

EFEITOS JURÍDICOS DO CASAMENTO

EFEITOS SOCIAIS

Criação de família legítima (art. 226, §1º e 2º CF, art. 1513, Emancipação do consorte menor de idade (art. 5º, §1º, II
CC) CC) – Emancipação é irreversível, a pessoa casa com 16
anos, se torna maior de idade, se com 17 anos divorciar, não
Estabelecimento de vínculo de afinidade entre cada
será considerada menor de idade novamente.
cônjuge com os parentes do outro (art. 1595, §1º e 2º)
Constituição do estado de casado

EFEITOS PESSOAIS

Fidelidade mútua Velar pela direção moral e material da família (art. 1568 CC)

Coabitação ou vida em comum no domicílio conjugal (art. Dirigir a comunidade doméstica (art. 1643, 1644, 1565 e
1566, II, 1511, 1797, I, todos do CC e 988, VI do CPC) 1568 CC)

Mútua assistência (arts. 1566, III e 1573, III do CC) Adotar, se quiser, o nome (vulgarmente conhecido como
sobrenome) do consorte (art. 1565, §1º CC)
Respeito e consideração mútuos (arts. 1566, V e 1573, III
CC) Litigar em juízo civil, salvo se a ação versar sobre direitos
reais imobiliários (outorga uxória) (art. 10 CPC e art. 1647, II
Exercício da direção da sociedade conjugal (arts. 1567 e
CC), podendo contratar advogado, propor separação judicial
1570 CC)
e divórcio, requerer a interdição do consorte (art. 1768, II
Representação legal da família (arts. 1634, V e 1690 CC) CC)

Fixar o domicílio da família (arts. 1569 e 1567, § único CC) Sustentar, guardar e educar os filhos (arts. 1566, IV, 1568,
1634, I a VIII CC, art. 244, 245, 246 e 247 CP)
Colaboração nos encargos (arts. 1565, 1567 e 1568 CC)

Não perder, o genitor, que contrai novas núpcias, o direito ao poder familiar com relação aos filhos menores do leito anterior
(arts. 1588 e 1636, § único CC)

Observar-se, na separação ou divórcio litigioso, o disposto nos arts. 1584, 1589, 1579 e 1703 CC)

Deliberarem na separação ou divórcio consensual, a respeito da guarda dos filhos (art. 1583 CC e 1121, II

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EFEITOS PATRIMONIAIS

Do Regime Matrimonial de Bens – É o conjunto de normas aplicáveis às relações e interesses econômicos resultantes do casamento

Princípios fundamentais do regime de bens:

• Princípios da VARIEDADE DE REGIME DE BENS: A norma NÃO impõe um só regime matrimonial de bens aos nubentes, pois
oferece QUATRO modelos diferentes – VAMOS ESTUDAR ESSES REGIMES NO PRÓXIMO EBOOK DE DIREITO DE FAMÍLIA

• Princípios da LIBERDADE DOS PACTOS ANTENUPCIAIS: Decorre do primeiro princípio pois permite-se aos nubentes a livre
escolha do regime a ser adotado, inclusive combinando-os para formar um regime misto ou estipular cláusulas, desde que
respeitem os princípios de ordem pública, os fins e a natureza do matrimônio (art. 1639 CC). Necessita ser por escritura
pública (art. 1653 CC)

• Princípios da MUTABILIDADE JUSTIFICADA DO REGIME ADOTADO (art. 1639, §2º CC): Admite-se a alteração de regime de
bens desde que haja autorização judicial, atendendo a um pedido motivado de ambos os cônjuges, após a verificação da
procedência das razões invocadas e da certeza de que tal alteração não causará qualquer gravame a interesses de terceiros

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Nosso conteúdo de Direito Civil sobre Direito de Família – Parte 1 encerra aqui

Esperamos que este eBook ajude em seus estudos. O objetivo desta didática é fazer com que o entendimento
do mundo jurídico fique muito mais fácil e que seu aprendizado seja rápido

Desta forma você estará acelerando o seu conhecimento, economizando um tempo valioso e se preparando
para ser um excelente profissional

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