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Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 2
2. EVOLUÇÃO DO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO .................................................................................... 2
2.1 1824: Constituição Política do Império do Brasil .................................................................................................... 2
2.2 1891: Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil ............................................................................. 3
2.3 1934: Constituição Política da República dos Estados Unidos do Brasil ................................................................ 4
2.4 1937: Constituição dos Estados Unidos do Brasil ................................................................................................... 4
2.5 1946: Constituição dos Estados Unidos do Brasil ................................................................................................... 5
2.6 1967: Constituição da República Federativa do Brasil ............................................................................................ 5
2.7 1969: Emenda Constitucional Número Um ............................................................................................................. 7
2.8 1988: Constituição da República Federativa do Brasil ............................................................................................ 7
3. PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO.......................................................................................................................... 9
4. ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS ......................................................................... 9
5. RELAÇÕES DO DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................................... 9
6. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................. 9
7. CONSTITUIÇÃO ........................................................................................................................................................ 10
7.1 CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO ................................................................................................................. 10
7.2 ESPÉCIES ............................................................................................................................................................. 10
7.3 CLASSIFICAÇÃO CF/88 ..................................................................................................................................... 12
8. LEGISLAÇÃO CITADA ............................................................................................................................................ 13
9. LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................................. 14

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1. INTRODUÇÃO
Antes de analisar a Constituição Federal na sua parte material e processual, é necessário entender a
evolução do constitucionalismo no Brasil, assim como as formas e espécies existentes de Constituições.
Estes são os temas abaixo analisados.

2. EVOLUÇÃO DO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO


Ao longo da história do Brasil, houve oito constituições, sendo quatro promulgadas e quatro outorgadas.

2.1 1824: Constituição Política do Império do Brasil

Foi outorgada por Dom Pedro I por intermédio de uma carta, chamada de Carta de Lei de 25 de
Março de 1824. O contexto histórico era de afirmação da independência, conforme o artigo 1º, que diz:

Art. 1. O IMPERIO do Brazil é a associação Politica de todos os Cidadãos Brazileiros. Elles formam uma
Nação livre, e independente, que não admitte com qualquer outra laço algum de união, ou federação, que se
opponha á sua Independencia.

Na época, a forma de governo no Brasil era de monarquia e, ainda, era um Estado Unitário, sendo
divido em províncias, onde cada província teria um presidente nomeado pelo Imperador. O poder
realmente estava no Estado, havendo a centralização de poder, que apenas descentralizava a administração
e, mesmo assim, mantinha o poder de nomeação e dispensa do presidente de cada província.
O poder legislativo era bicameral, com a Câmara dos Deputados (eleitos para mandatos
temporários) e Câmara de Senadores, onde o Senado era composto por membros vitalícios e organizado
por eleição provincial.
Quanto à separação dos poderes, não havia judiciário, falando-se apenas em Imperador e
Assembleia Geral. Não havia justiça federal, uma vez que se tratava de Estado Unitário, e os juízes de
direito eram perpétuos. Como pode se destacar, o judiciário não encontrava-se em igualdade com os
demais poderes, podendo os juízes serem removidos mesmo a contragosto, para onde conviessem, uma vez
que, quem comandava o poder judiciário era o Imperador.
A separação de poderes era diferente a esta época, tendo em vista a presença do Poder Moderador,
que era a chave de toda organização política, sendo delegada somente ao Imperador, que não estava sujeito
a responsabilidade alguma de seus atos.
Ainda, a Constituição de 1824 trazia a liberdade de religião, alegando que a religião católica era a
oficial do Império, mas caso o cidadão não fosse desta, eram permitidas todas as outras religiões, desde que
seu culto fosse feito em casa e sem que transparecesse para os demais, pois qualquer publicidade de religiões
diversas da católica não era permitida.

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2.2 1891: Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil

Foi uma constituição promulgada em um momento cultural que buscava a democratização do país.
Essa constituição foi criada quando a constituição dos EUA já celebrava 100 anos, tendo forte influência
norte-americana, seguindo, inclusive, o modelo federado. Assim, as províncias são transformadas em
Estados com autonomia, preservando a centralidade de poder na União.
É neste momento que se inaugura no Brasil a forma republicana de governo.

Art 1º - A Nação brasileira adota como forma de Governo, sob o regime representativo, a República
Federativa, proclamada a 15 de novembro de 1889, e constitui-se, por união perpétua e indissolúvel das
suas antigas Províncias, em Estados Unidos do Brasil.

A constituição traz, pela primeira vez, as características de Federação e, o artigo 63 atribui aos
estados recém-criados poder constituinte, desde que respeitado os princípios constitucionais da União.

CONCURSO PÚBLICO: normalmente pedem para discorrer sobre o princípio da simetria que, nada
mais é do que, no caso da constituição, os recém-estados, ao estipularem o seu sistema interno, devem
respeitar o modelo federal. O princípio surge justamente com a federação brasileira.

O legislativo continua sendo bicameral, entretanto, a eleição para senadores e deputados será em
todo o país. Os senadores, antes vitalícios, passam a ter mandato, assim como os deputados.
Com relação à separação dos poderes, o legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, com a
sanção do presidente da república. Já o executivo, quem exerce é o presidente da república, eleito pela nação.
O poder judiciário tem, em sua formação, a criação do Supremo Tribunal Federal, além de tantos
juízes (que eram vitalícios) e tribunais federais quantos o Congresso criar. Percebe-se que não se admitia que
o poder executivo pudesse criar novos cargos ou vagas para juízes, sendo essa uma decisão do poder
legislativo. A grande conquista dessa constituição foi o empoderamento do parlamento, do Congresso
Nacional, em relação ao poder executivo.
A responsabilização do presidente passa a existir, sendo este submetido a processo e julgamento. Ou
seja, a definição de impeachment vem desenhada ainda na constituição da primeira república.
Em 1891 já se começa a falar em controle de constitucionalidade, com a participação ativa do
poder judiciário, até então afastado da separação dos poderes como se conhece hoje. Nessa época, tinha um
tribunal (Supremo Tribunal Federal) competente para proteger a legislação federal de todo ou qualquer
ato que a desrespeitasse.
A liberdade de religião se torna mais ampla, onde todos os indivíduos e confissões religiosas
podem exercer pública e livremente seu culto, observadas as disposições do direito comum, conforme a

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constituição.

2.3 1934: Constituição Política da República dos Estados Unidos do Brasil

Constituição promulgada em momento em que o mundo já tinha percebido os efeitos da revolução


industrial. Clamavam por transição de modelo de Estado (Liberal para Social). Precisava-se de intervenção
do Estado, preocupação por parte deste com os direitos de segunda geração, com o direito do trabalho, onde
grande diversidade entre os cidadãos.
Manteve-se a forma republicana de governo, assim como o estado federado, com características
muito parecidas, assim como o legislativo bicameral. E, modificou-se determinados aspectos, trazendo
inovações como o voto secreto, a criação da justiça eleitoral e da justiça do trabalho (visto a
preocupação em harmonizar as relações entre cidadãos).
A separação dos poderes, legislativo, executivo e judiciário, independentes e coordenados entre si.
Pela primeira vez, o judiciário, que já vinha crescendo, passa a atuar em igualdade com poder executivo
e legislativo, e com garantias para a magistratura, como vitalicidade, inamovibilidade e irredutibilidade dos
vencimentos, além da vedação a filiação partidária.
Quanto à responsabilização do presidente, cria-se um tribunal especial para julgar os crimes de
responsabilidade, com a ideia de que a Câmara dos Deputados e o Senado participassem do julgamento.
Mantem-se o controle de constitucionalidade, onde o Supremo Tribunal Federal continuava com
a prerrogativa de controlar a constitucionalidade de leis e atos que desrespeitassem a lei federal e a
constituição.

2.4 1937: Constituição dos Estados Unidos do Brasil

Conhecida como constituição Polaca, outorgada por Getúlio Vargas, no período do Estado Novo,
com Estado autoritário, forte e com presidencialismo empoderado. Foi mantida a forma republicana de
governo e o Estado federado.
O legislativo continua sendo bicameral, mas com uma mudança muito importante: a substituição do
Senado Federal pelo Conselho Federal, tendo grandes implicações na separação dos poderes. O poder
legislativo é o grande alvo desta constituição, uma vez que o presidente outorga e chama para si uma
parcela maior de poder, diminuindo o poder do legislativo.
Havia a participação do poder executivo no poder legislativo, uma vez que o presidente tinha a
iniciativa e sanção de projetos de leis e promulgação de decretos-leis, como também dominava o poder de
agenda do Congresso Nacional, indicando os temas de cada pauta. De acordo com a constituição autoritária,
o presidente podia mandar suspender o trâmite de qualquer processo legislativoe mandar um projeto
seu, substituindo-o, devendo ter 1/3 de assinaturas de deputados ou de membros do conselho.

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Havia a possibilidade de responsabilização do presidente, por impeachment, entretanto, o Conselho
Federal era composto por 10 conselheiros indicados pelo presidente e a Câmara era por meio indireto.
Assim, a possibilidade de responsabilização não era real.
Em relação ao controle de constitucionalidade, este se tornou limitado, pois só por maioria
absoluta de votos que os tribunais poderiam declarar inconstitucionalidade de lei ou ato do presidente.
No caso de ser declarada a inconstitucionalidade de uma lei, que a juízo do presidente fosse necessária ao
bem-estar do povo, este poderá submetê-la novamente ao exame do parlamento, e, caso este a confirmasse
por dois terços dos votos em cada uma das Câmaras, ficaria sem efeito a decisão do tribunal.
Algumas inovações são as eleições indiretas para presidente, a pena de morte e a exclusão do
direito de greve.

2.5 1946: Constituição dos Estados Unidos do Brasil

Esta constituição foi promulgada após a 2ª Guerra Mundial, ao fim da Era Vargas, demonstrando
aquilo que o povo não mais queria e demonstrando o grande desejo pela democracia, trazendo, assim, uma
ampliação nos direitos e garantias fundamentais do povo.
A república e Federação foram mantidas, mas trouxe um recado importante, já em seu artigo 1º,
demonstrando que o poder é do povo:
Art 1º - Os Estados Unidos do Brasil mantêm, sob o regime representativo, a Federação e a República.
Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido.

O poder legislativo continua sendo bicameral, exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da
Câmara dos Deputados e do retorno do Senado Federal, sendo, os deputados, eleitos como representantes
do povo e, os senadores, como representantes dos estados.
Os poderes voltam a ser equilibrados entre si, com a total equalização entre poder executivo e
poder legislativo. Há o empoderamento do poder legislativo, com uma maior força do Congresso Nacional,
uma vez que, ainda com o veto do presidente em algum projeto de lei, o Congresso pode rejeitá-lo e publicar
a lei. Quanto ao poder judiciário, o STF volta a agir com força, prevendo-se, também, o Tribunal
Federal de Recursos.
A responsabilidade do presidente retorna a ser aquilo que tinha sido conquistado anteriormente, ou
seja, retorna o processo de impeachment, assim como o controle de constitucionalidade volta a ser forte, sem
a possibilidade de rejeição da inconstitucionalidade.

2.6 1967: Constituição da República Federativa do Brasil

Com a outorga da Carta de 67, o Brasil já conhecia a experiência dos atos institucionais. Lembre-se
que a outorgada foi precedida pelo golpe de 64, onde foi feito o ato institucional número 1, onde há a

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ruptura com o sistema que existia anteriormente.
A análise a seguir de determinados artigos do Ato Institucional 1, primeiro ato pós golpe, demonstra
que o eixo central da Constituição passa a ser o poder executivo.

A revolução vitoriosa se investe no exercício do Poder Constituinte.

Fica, assim, bem claro que a revolução não procura legitimar-se através do Congresso. Este é que recebe
deste Ato Institucional, resultante do exercício do Poder Constituinte, inerente a todas as revoluções, a sua
legitimação.

Art. 1º - São mantidas a Constituição de 1946 e as Constituições estaduais e respectivas Emendas, com as
modificações constantes deste Ato.

Art. 2º - A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República, cujos mandatos terminarão em trinta e


um (31) de janeiro de 1966, será realizada pela maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional,
dentro de dois (2) dias, a contar deste Ato, em sessão pública e votação nominal.

Art. 4º - O Presidente da República poderá enviar ao Congresso Nacional projetos de lei sobre qualquer
matéria, os quais deverão ser apreciados dentro de trinta (30) dias, a contar do seu recebimento na Câmara
dos Deputados, e de igual prazo no Senado Federal; caso contrário, serão tidos como aprovados.
Parágrafo único - O Presidente da República, se julgar urgente a medida, poderá solicitar que a apreciação
do projeto se faça, em trinta (30) dias, em sessão conjunta do Congresso Nacional, na forma prevista neste
artigo.

Art. 7º - Ficam suspensas, por seis (6) meses, as garantias constitucionais ou legais de vitaliciedade e
estabilidade.

Ao analisar os artigos, resta clara a ruptura do sistema. Deve-se atentar que, no momento do Ato
Institucional 1, o mandato do presidente estava em curso e, mesmo assim, foi determinada nova eleição -
indireta - em dois dias após a publicação do Ato, rompendo o mandato do presidente em exercício. Ainda,
atribui ao executivo a iniciativa de apresentar qualquer projeto de lei, com possível aprovação tácita,
demonstrando a disparidade entre os poderes.
Com a edição do Ato Institucional 4, publicado em 1966, dá-se a entender que houve a convocação
do Congresso Nacional para a legitimação do texto visivelmente programado pelo executivo e para o
executivo.

Art. 1º - É convocado o Congresso Nacional para se reunir extraordinariamente, de 12 de


dezembro de 1966 a 24 de janeiro de 1967.
§ 1º - O objeto da convocação extraordinária é a discussão, votação e promulgação do projeto de
Constituição apresentado pelo Presidente da República.
§ 2º - O Congresso Nacional também deliberará sobre qualquer matéria que lhe for submetida pelo
Presidente da República e sobre os projetos encaminhados pelo Poder Executivo na última sessão
legislativa ordinária, obedecendo estes à tramitação solicitada nas respectivas mensagens.
§ 3º - O Senado Federal, no período da convocação extraordinária, praticará os atos de sua
competência privativa na forma da Constituição e das Leis.

Ademais, embora o preâmbulo da nova constituição diga que foi promulgada, o contexto evidencia
que foi uma constituição outorgada. Manteve-se a forma republicana e o estado federado, além do
legislativo bicameral.

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Há ainda a separação dos poderes, com a centralização do poder no executivo, e a
responsabilização do presidente, com o julgamento de crimes comuns perante o STF, ou perante o
Senado Federal, em casos de crimes de responsabilidade.
O controle de constitucionalidade se manteve, mas os juízes não gozavam mais de garantias
constitucionais.

2.7 1969: Emenda Constitucional Número Um

Oriunda de um regime pouco democrático, basicamente se consubstancia numa depuração daquilo


que a Constituição de 67 não atingiu, e também foi convocada por Ato Institucional, trazendo em si as
mesmas características da de 67.
Foi outorgada, em um período em que o Congresso Nacional estava em recesso, pelo próprio
presidente, com a forma republicana e Estado federado mantidos, assim como o legislativo bicameral.
A separação dos poderes tem, agora, uma maior intensidade de participação do poder executivo
dentro do Congresso Nacional, com censura à manifestação política e pública dos integrantes do
parlamento.
A eleição de forma indireta e a responsabilidade do presidente, embora difícil de ocorrer, são
mantidas no texto constitucional, assim como o controle de constitucionalidade exercido pelo STF via
recurso extraordinário.
Uma grande novidade é o capítulo próprio da Segurança Nacional.

2.8 1988: Constituição da República Federativa do Brasil

Apenas um panorama geral, pois será estudada ao longo das aulas e módulos.
Promulgada, chamada de constituição cidadã, em que manteve a forma republicana e Estado federado
e o legislativo bicameral, com a separação dos poderes equilibrada, em que se equalizam os poderes, mas se
mantém a possibilidade da legislação de urgência, podendo o presidente editar medidas provisórias. Ainda,
ampliam-se os direitos fundamentais. A responsabilidade do presidente é mantida por processo de
impeachment, e o controle de constitucionalidade é muito mais intenso.

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CONSTITUIÇÃO 1824 1891 1934 1937

Origem Outorgada Promulgada Promulgada Outorgada

Forme de Governo Monarquia República República República

Estado Unitário ou Unitário Federado Federado Federado


Federado

Separação dos Poder Empoderamento do Três poderes em Centralização poder


Poderes Moderador parlamento igualdade executivo

Legislativo Bicameral Bicameral Bicameral Bicameral


Conselho Federal

Responsabilidade Irresponsabilidade Impeachment Impeachment Impeachment


Presidente do Imperador apenas em tese

Controle Const. - STF STF Restrito

Voto secreto, Justiça Eleição indireta,


Inovações Liberdade religiosa Liberdade religiosa Eleitoral e do pena de morte, fim
restrita ampla Trabalho do direito de greve

CONSTITUIÇÃO 1946 1967 1969 1988

Origem Promulgada Outorgada Outorgada Promulgada

Forme de Governo República República República República

Estado Unitário ou Federado Federado Federado Federado


Federado

Separação dos Equilibrado Centralização poder Centralização poder Equilibrado


Poderes executivo executivo

Legislativo Bicameral - retorno Bicameral Bicameral Bicameral


Senado

Responsabilidade Impeachment Impeachment Impeachment em Impeachment


Presidente tese

Controle Const. STF STF STF STF - muito intenso

Retirada garantias
Inovações Ampliação direitos constitucionais Segurança Nacional Ampliação direitos
fundamentais magistratura fundamentais

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3. PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO
O preâmbulo nos dá um indicativo do modelo de Estado adotado. É onde se encontram os grandes
valores compartilhados pela nação. O STF já disse que o preâmbulo não condiciona a atuação do
intérprete, mas dá um caminho de interpretação, trazendo valores subjacentes ao texto que se outorga ou
se promulga.

“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”.

4. ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS


O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias representa um diálogo entre o poder
constituinte que está inaugurando um novo sistema jurídico e aquilo que precisa ser modificado com
mais tempo do que tão só a chegada de um novo texto constitucional, pois é importante que a transição
entre um regime e outro ocorra de forma gradual. Assim, todo e qualquer ADCT serve como ponte de
transição entre o regime que se encerra e o regime que se inicia.

5. RELAÇÕES DO DIREITO CONSTITUCIONAL


Refere-se à dinâmica entre o direito constitucional e todas as outras disciplinas do sistema
jurídico, sendo de direito público ou privado. Todas as disciplinas têm relação direta com o Direito
Constitucional. Um exemplo é o direito ambiental, onde toda a sua base é fundamentada no texto
constitucional, a partir do artigo 225, CF1.
O Direito Constitucional se relaciona com todos os ramos do direito. A ideia principal é que todos os
ramos do direito devem encontrar algum fundamento de validade no texto constitucional.

6. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL


A fonte primária do Direito Constitucional sempre será o texto constitucional em vigor. Ademais,
1
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as
presentes e futuras gerações.

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a jurisprudência, quando se tratar de decisão do STF com eficácia vinculante, também deve ser considerada
uma fonte primária, tendo em vista que nestes casos, o Supremo Tribunal Federal não está apenas
interpretando o texto constitucional, como também vinculando toda a administração pública e o poder
judiciário àquela interpretação.
A jurisprudência não vinculante do STF e a doutrina são fontes secundárias do Direito
Constitucional, sendo que esta serve para auxiliar na interpretação do magistrado ou legislador, mas não o
vinculando.

7. CONSTITUIÇÃO

7.1 CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO

A concepção sociológica traz a ideia de que o texto constitucional representa todos os valores,
ideologias e fontes de poder existentes em determinado contexto, momento histórico-cultural, onde a
representação política fala em nome das minorias e seus representados.
Já a concepção política afirma que a CF é o resultado das associações políticas representadas
dentro da Assembleia Nacional Constituinte, além de atribuir à realidade a forma como ela realmente
acontece, resultante daquilo que o momento político determina que ela seja.
Por fim, existe a concepção jurídica, que tem a visão metodológica e pura do texto constitucional
herdada de Hans Kelsen, com a teoria pura do direito. A ideia é de que o texto constitucional é bastante em
si mesmo, resultante e tópico de uma estrutura normativa, não se apegando a valores. Essa concepção trata a
norma como fim em si mesma.

7.2 ESPÉCIES

» Quanto ao Conteúdo
Podem ser normas materialmente constitucionais, que são aquelas normas que precisam estar na
CF, pois são sua essência. Ou, podem ser normas formalmente constitucionais, que não precisavam estar na
CF, mas foram inseridas no texto constitucional.
As normas formalmente constitucionais não são menos importantes que as materialmente
constitucionais. Uma vez inseridas na Constituição Federal, toda norma tem o mesmo nível hierárquico.

» Quando à Forma
A forma da constituição pode ser escrita, como a Constituição Federal de 88, ou, ainda, não escrita,
como a constituição do Reino Unido, que é um texto baseado em costume e vincula judiciário, legislativo e
executivo, o parlamento e a cidadania.

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» Quando ao Modo de Elaboração
São dogmáticas as constituições fruto do trabalho do poder constituinte, seja ele legítimo ou
ilegítimo. Enquanto que as constituições históricas herdam costumes e são concebidas a partir dos anos e
séculos, sendo muito mais estáveis.

» Quanto à Origem
Uma constituição promulgada é aquela que possui grande lastro democrático, ou seja, que o texto
constitucional foi produzido por uma Assembleia Nacional Constituinte e constituída de forma legítima.
Já a constituição outorgada possui pouca ou nenhuma democracia. Pouca quando o representante
eleito democraticamente, abusa o poder e chama para si o poder constituinte que não lhe foi outorgado.
Exerce poder constituinte originário, outorgando nova constituição quando não lhe foi dado o poder
para tal.

» Quanto à extensão
Constituições sintéticas tem pouca amplitude de texto constitucional. O grande exemplo é a
americana, que possui 07 artigos. Já as constituições analíticas possuem uma amplitude do que é tratado
no texto constitucional, como a Constituição Federal de 1988, com mais de 230 artigos.

» Quanto à Dogmática
A constituição de dogmática ortodoxa prestigia basicamente o poder exercido no momento.
Normalmente decorrente de uma constituição outorgada. Enquanto que, as constituições ecléticas tentam
trazer todas as vertentes ideológicas de uma nação em determinado momento histórico-cultural.

» Quando à Flexibilidade
Em relação à flexibilidade, as constituições podem ser flexíveis, semirrígidas, rígidas ou imutáveis.
As flexíveis são constituições em que seus artigos seriam facilmente manipuláveis e alterados pelo
Congresso Nacional ou parlamento. Leis ordinárias são flexíveis, pois é necessário a maioria simples para ser
aprovada, sem a necessidade de presença de todos os membros. Uma constituição flexível segue o mesmo
pensamento.
Já as semirrígidas apresentam um procedimento um pouco mais sofisticado. Como a lei
complementar, que só se considera aprovada se obtida a maioria absoluta de votos.
As constituições rígidas têm o procedimento de alteração bem mais sofisticado. A EC é um
exemplo, onde é necessário 3/5 de votos na Câmara e 3/5 de votos no Senado, além da dupla votação.
E, por fim, as imutáveis que, como o próprio nome já diz, são aquelas que não podem ser
alteradas em momento algum.

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CONSTITUIÇÃO SUPER RÍGIDA: existe uma opinião doutrinária, de Alexandre de Moraes, que
sugere uma classificação específica para a nossa CF/88, dizendo ser super rígida, pois existem normas
que podem ser modificadas, que requerem um procedimento sofisticado. Mas, em contrapartida,
existem normas que não podem ser modificadas - as cláusulas pétreas.

7.3 CLASSIFICAÇÃO CF/88

ANALÍTICA ECLÉTICA

ESCRITA RÍGIDA OU
SUPER RÍGIDA
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 88

FORMAL E DOGMÁTICA
MATERIALMENTE
CONSTITUCIONAIS PROMULGADA

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8. LEGISLAÇÃO CITADA

» Recomenda-se a leitura do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias;

» Constituição Federal de 1988:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...).

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...).

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a
partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao


jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.

» Recomenda-se a leitura dos Atos Institucionais 1 e 4.

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9. LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/TCU/Procurador MP – 2015) Acerca das Constituições e das normas constitucionais, assinale a


opção correta.
a) O uso da analogia em matéria constitucional pode ser visto como uma imposição do princípio da
isonomia.
b) Por ser uma Constituição analítica, a CF não admite lacuna de nenhuma espécie.
c) Por não ser dotado de caráter normativo, o preâmbulo da CF não pode ser utilizado pelo aplicador como
vetor de interpretação.
d) Entende-se por “silêncio eloquente" da Constituição um lapso do legislador constituinte que,
pretendendo deliberadamente contemplar determinada hipótese de fato, acabe omitindo, por desaviso, a
respectiva norma disciplinadora.
e) Em modelos de Constituição formal e rígida como o da brasileira, é inadequado falar-se em normas
constitucionais implícitas.

2. (TRT 16ª Região/ Juiz do Trabalho Substituto – 2015) Considerando as afirmações abaixo, assinale a
alternativa CORRETA:
I. Sob a perspectiva do liberalismo, entendia-se a lei como mecanismo de demarcação da esfera de
intervenção estatal, uma ferramenta de contenção da ideologia absolutista. Nessa época, a filosofia
positivista atribuía ao juiz o papel de mero ventríloquo, a quem cabia apenas enunciar o conteúdo
linguístico dos Códigos.
II. O papel do Judiciário altera-se significativamente com o declínio do paradigma liberal, de modo
especial a partir da expansão do constitucionalismo na segunda metade do século XX. As cláusulas
compromissórias próprias do Estado do bem estar social implicaram em atribuição de maior ênfase à
função do Poder Executivo no campo da realização dos direitos fundamentais. Mais adiante, a partir da
constatação do déficit de efetividade das cartas constitucionais em virtude da postura omissiva do poder
político, passou-se à construção de uma hermenêutica voltada ao incremento do papel do Judiciário nessa
seara.
III. A partir da expansão do constitucionalismo, o papel criativo do Judiciário no estabelecimento de
direitos passa a ser reconhecido por boa parte da doutrina contemporânea, já que a aplicação de princípios
requer uma postura ativa do juiz.
IV. O dogma do legislador negativo, consagrado entre nós pela Súmula 339 do STF (“não cabe ao Poder
Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento
de isonomia”), não encontra aplicação prática na era do pós-positivismo.
a) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
b) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.

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c) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
d) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

3. (COTEC/Prefeitura de Unaí - MG/ Procurador Jurídico - 2015) São características do nosso modelo
federativo, EXCETO
a) Pautado no modelo tricotômico
b) Existência de mecanismos de segurança contra ameaças sistêmicas – intervenção federal.
c) Existência de um órgão que manifeste a vontade dos entes federados – Câmara dos Deputados.
d) Constituição rígida que garante que a distribuição do poder prevista constitucionalmente – repartição de
competências – não sofra modificações por lei ordinária ou similar.

4. (VUNESP/ DPE-MS/Procurador Público - 2014) No que se refere à interpretação da natureza jurídica do


preâmbulo da Constituição, segundo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
a) o preâmbulo da Constituição é normativo, apresentando a mesma natureza do articulado da
Constituição e, consequentemente, serve como paradigma para a declaração de inconstitucionalidade.
b) o preâmbulo da Constituição não constitui norma central, não tendo força normativa e,
consequentemente, não servindo como paradigma para a declaração de inconstitucionalidade.
c) o preâmbulo da Constituição possui natureza histórica e política, entretanto, se situa no âmbito
dogmático e, consequentemente, serve como paradigma para a declaração de inconstitucionalidade.
d) o preâmbulo da Constituição possui natureza interpretativa ou unificadora e traz sentido às categorias
jurídicas da Constituição e, portanto, trata-se de norma de reprodução obrigatória nas Constituições
estaduais.

5. (CESPE/TJ-SE/Analista Judiciário - 2014) A respeito da organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil, julgue os próximos itens.
O princípio da simetria relativiza a autonomia dos estados, do Distrito Federal e dos municípios ao fixar,
ainda que de maneira não absoluta, a obrigação, para esses entes, de reprodução do modelo de
organização e de relação entre poderes estabelecidos pela CF em âmbito federal.
Certo Errado

6. (VUNESP/TJ-SP/Titular de Serviços de Notas e de Registros – 2014) Com relação à Constituição brasileira


de 1891, é correto afirmar que:
a) adotou o sistema de governo consubstanciado no parlamentarismo.
b) previa a divisão em quatro poderes, a exemplo do período imperial.
c) adotou a República Federativa como formas de governo e de Estado.

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d) foi outorgada pelo Presidente Deodoro da Fonseca, sem prévia aprovação por uma assembleia
constituinte.

7. (FCC/TCE-PI/Assessor Jurídico - 2014) Em relação à natureza e classificação das normas constitucionais,


é correto afirmar:
I. o preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição
ideológica do constituinte e não apresentando, portanto, força normativa, nem criando direitos ou
obrigações.
II. o ADCT, ou Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, não tem natureza de norma
constitucional, tratando-se de mera regra de transição, interpretativa e paradigmática.
III. a interpretação conforme a Constituição pressupõe uma Constituição rígida e, em decorrência, a
supremacia hierárquica das normas constitucionais perante o ordenamento jurídico, normas essas que
obedecem ao princípio da presunção de constitucionalidade.

Está correto o que se afirma em:


a) III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
e) I e III, apenas.

8. (CESPE/STF/ Técnico Judiciário - 2013) Acerca das disposições constitucionais pertinentes ao Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), julgue o item a seguir.
Quanto ao modo de elaboração, a vigente CF é uma Constituição histórica, pois configura a retomada de
valores e preceitos constantes das Constituições democráticas de 1934 e 1946.
Certo Errado

9. (FCC/AL-SP/Procurador - 2010) Pela Teoria Geral do Estado, é INCORRETO afirmar:


a) No Estado Unitário, o ente provincial tem, dentre outras, soberania interna e externa, competência
legislativa própria, capacidade de auto-organização e subordinação vinculada.
b) As formas de Estado levam em consideração a composição geral do Estado, a estrutura do poder, sua
unidade, distribuição e competências no território do Estado.
c) O Estado Federal é aquele que se divide em províncias politicamente autônomas, possuindo duas fontes
paralelas de Direito Público, uma Nacional e outra Provincial.
d) Pelo fato de apresentar a centralização política, o Estado Unitário só tem uma fonte de Poder, o que não

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impede a descentralização administrativa.
e) Dentre as características do Estado Federal, tem-se a constância dos princípios fundamentais da
Federação e da República, sob as garantias da imutabilidade desses princípios, da rigidez Constitucional e
do instituto da Intervenção Federal.

10. (FEPESE/AL-SC/Técnico Legislativo – 2010) Analise o texto abaixo.


A primeira Constituição Brasileira foi _________ por D. Pedro I em 1824 e, entre outras normas, estabelecia
o regime seria monárquico e constitucional e a existência de quatro podres: Executivo, Legislativo, Judiciário
e ____________ .

Assinale a alternativa que preenche correta e sequencialmente as lacunas


a) escrita ; Moderador
b) outorgada ; Mediador
c) outorgada ; Moderador
d) promulgada ; Mediador
e) promulgada; Fiscalizador

GABARITO
1.a 2.a 3.c 4.b
5.certo 6.c 7.e 8.errado
9.a 10.c

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