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A) PENAL
1. O erro sobre elementar de tipo incriminador sempre exclui o dolo. O erro, se inevitável,
não permite a punição a título de culpa, ficando afastada a tipicidade. Se o erro for evitável,
permite a punição por culpa, caso haja previsão legal do crime na forma culposa.
3. Culpa imprópria é a que deriva de descriminante putativa por erro de tipo evitável
(inescusável). Assim, apesar de dolosa a conduta do agente, se tal conduta se dá em razão de
erro de tipo permissivo inescusável, e sendo o crime previsto na forma culposa, deverá o
agente ser punido a título de culpa.
B) PROCESSO
2. Em regra, são de ação penal privada (artigo 145, caput, do Código Penal). Se o ofendido for
o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro, a ação penal passa a ser pública
condicionada à requisição do Ministro da Justiça. Em caso de ofensa contra funcionário
público, em razão de suas funções, e de injúria qualificada pela referência a cor, raça, etnia,
religião, origem ou condição de pessoal idosa ou portadora de deficiência (artigo 140, §3º, do
Código Penal), a ação será pública condicionada a representação do ofendido. Na primeira
hipótese, no entanto (crime contra a honra de funcionário público em razão da função), há
na realidade uma dupla legitimidade (Súmula 714 do STF): o processo pode ser iniciado tanto
por denúncia do Ministério Público, desde que tenha sido oferecida tempestivamente a
representação (ação penal pública condicionada à representação), quanto por queixa-crime
do próprio ofendido (ação penal privada). No caso de injúria real da qual resultem lesões
corporais, conforme o texto da lei, a ação seria sempre pública incondicionada. Todavia, a
doutrina atualmente sustenta que, caso sejam leves as lesões, a ação deve ser publica
condicionada à representação, por força da disciplina introduzida pelo artigo 88 da Lei
9.099/95.
3. Nos casos de contravenções penais, será a ação pública incondicionada, conforme dispõe
artigo 17 da Lei de Contravenções Penais. Em se tratando, porém, de contravenção de vias de
fato, prevalece atualmente que a ação deverá ser pública condicionada. Isto porque, nos
termos do artigo 88 da Lei 9.099/95, será pública condicionada a ação penal nos casos de
lesões corporais leves e lesões culposas; assim, sendo as vias de fato menos graves, por mais
razão deve-se proceder mediante representação.
5. Será de ação pública condicionada à representação, nos termos do artigo 182, inciso II, do
Código Penal, desde que a vítima não seja idosa (artigo 183, inciso III, do Código Penal).
C) PENAL
2. Diz-se branca a tentativa que não resulta em lesão ao bem jurídico; cruenta, a que lesiona
o bem, sem, por óbvio, alcançar a consumação.
b) Crimes culposos, e preterdolosos, pois se o agente não quer o resultado, jamais o resultado
deixará de ser alcançado por circunstância alheia a sua vontade. Exemplo: homicídio culposo,
lesão corporal seguida de morte.
c) Crimes habituais, pois prevalece não ser possível tentar ter um hábito. Exemplo:
rufianismo.
e) Crimes de atentado, pois a tentativa é ínsita ao próprio tipo penal, de modo que o tipo
prevê a própria tentativa como crime consumado. É impossível tentar a tentativa. Exemplo:
delito de evasão.
D) PROCESSO
1. Será de competência da Justiça Federal julgar furto contra a Caixa Econômica Federal,
tendo em vista cuidar-se de empresa pública federal, nos termos do artigo 109, inciso I, da
Constituição Federal. Não fazendo tal dispositivo referência às sociedades de economia mista,
como é o Banco do Brasil, a competência, nesse caso, será da Justiça Estadual. Nesse sentido
é a súmula 42 do STJ.
2. Será de competência da Justiça Federal, conforme dispõe o artigo 109, inciso IX, da
Constituição Federal, sendo indiferente estar a aeronave pousada ou em voo.
4. Será competente a Justiça de primeira instância. A Súmula 394 do STF previa a permanência
do foro por prerrogativa de função mesmo depois de cessado o mandato eletivo. Em 2001,
no entanto a súmula em questão foi cancelada. Em 2002, introduziu-se no Código de Processo
Penal o §1º do artigo 84 que repetia o texto da súmula cancelada. E por fim, em 2005, o Pleno
do STF, julgando a ADIN 2797, considerou inconstitucional o dispositivo em questão,
abolindo, portanto, a possibilidade de foro privilegiado a quem não mais se encontra no
exercício da função.
E) PENAL
1) No furto mediante fraude a mentira é utilizada para afastar a vigilância da vítima. A mentira faz com
que a vítima descuide na vigilância, permitindo a subtração. Neste caso, a vítima não quer que o agente
leve a coisa como se fosse sua.
No estelionato a mentira serve para que a vítima se iluda e entregue a coisa ao agente, que não a subtrai.
O estelionatário não a tira de forma clandestina ou com dissenso, mas sim com a concordância do iludido,
que está em erro.
2) Roubo impróprio (art. 157, §1º, do CP) é aquele em que a violência ou a grave ameaça é empregada
logo após a tirada da coisa, para garantir a sua detenção ou a impunidade do crime. É o inverso do roubo
próprio, em que a violência ou grave ameaça ocorrem antes da subtração. Seu momento consumativo
ocorre, para a doutrina majoritária, com o emprego da violência ou grave ameaça após a subtração da
coisa. Por isso há forte entendimento no sentido de que o roubo impróprio não admite tentativa. Ou
ocorreu a violência / grave ameaça, e nesse caso há roubo impróprio consumado, ou não ocorreu, e nesse
caso há furto consumado.
3) A conduta daquele que, por exemplo, detém a vítima para obrigá-la a efetuar saques em caixas
eletrônicos ou a fazer compras se subsume ao tipo previsto no art. 158, §3º, do CP.
4) Prevista no art. 180, §3º, do CP, a receptação culposa pode ocorrer nas hipóteses em que se adquire
ou recebe coisa que, por sua natureza (bem que em si não poderia estar ali, p.ex.: coroa da rainha da
Inglaterra; pedaço de Marte), ou pela desproporção entre o valor e o preço (que pudesse ensejar
desconfiança sobre a procedência escusa do bem), ou pela condição de quem a oferece (comprar relógio
de ouro de um camelô), deve presumir-se obtida por meio criminoso.
F) PROCESSO
1) Sim e ela se chama internação provisória, conforme previsão do art. 106 do ECA.
2) 45 dias, conforme previsão do art. 108, caput, do ECA.
3) Remissão, conforme previsão dos art. 126 a 128 do ECA, é uma faculdade que pode ser concedida pelo
Ministério Público antes da propositura da representação (este é o nome da peça acusatória) ou pelo
magistrado após iniciado o processo. Tem como finalidade suspender ou excluir o processo, atendendo
às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente
e sua maior ou menor participação no ato infracional. A remissão não implica necessariamente o
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes,
podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação
em regime de semiliberdade e a internação, as quais poderão ser revistas a qualquer tempo a pedido do
adolescente, seu representante legal ou do Ministério Público.
4) Conforme previsão do art. 112 do ECA, são elas: advertência; obrigação de reparar o dano; prestação
de serviços à comunidade; liberdade assistida; semiliberdade; internação.
5) 6 meses para a prestação de serviços à comunidade (art. 117, caput, do ECA); 3 anos para a internação
(art. 121, §3º, do ECA); 3 anos para a semiliberdade (art. 120, §2º, c/c art. 121, §3º, do ECA); 3 anos para
a liberdade assistida (prazo utilizado por equiparação).
Exame de Ordem
Damásio Educacional
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