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Curso Preparatório Concurso Público Prefeitura Municipal de Cambuquira (2ª apostila)

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei n.º 9.394 de 20 de dezembro de 1996
Substituindo a Lei 5.692/71 (1º e 2º graus) e outras normas menores.
Art. 1º - educação compreendida como processo de formação humana
Art. 2º - educação é dever da família e do Estado. Tem por finalidade o pleno desenvolvimento
do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho
Art. 3º - princípios:
Igualdade acesso /permanência
Liberdade;
Pluralismo de idéias;
Tolerância;
Coexistência – público / privado;
Gratuidade do ensino público;
Valorização do profissional
Gestão democrática;
Padrão de qualidade;
Valorização extra-escolar;
Escola – trabalho – práticas
Dever do Estado (Art. 4º)
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso
na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
Modificados pela Emenda Constitucional 14/96:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive sua oferta gratuita para todos os que a
ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; inciso modificado pela Lei nº 12.061
(27/10/2009) – universalização do ensino médio gratuito
Continuação – art. 4º
III – atendimento especializado aos educandos com necessidades especiais;
IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
Continuação – art. 4º
Art. 5º e Art. 6º
Ensino Fundamental: direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos,
associação comunitária, organização sindical, entidade de classe... o Ministério Público, acionar
o Poder Público para exigi-lo.
Matrícula: é dever dos pais matricular os menores a partir dos 7 anos.
Modificado pela lei n.º 11.114/05:
MATRÍCULA A PARTIR DOS SEIS ANOS.
A Lei prevê uma distribuição de obrigação quanto ao ensino em seus diferentes níveis:
Educação Básica x responsabilidades
Educação Infantil ......... (creche e pré-escola que deixa de ser curso livre)
Ensino Fundamental ..... (pelo menos 9 anos)
Modificado pela Lei Federal n.º 11.274/06
Ensino Médio ................
Municípios
Prioridade dos municípios com a colaboração do Estado
Prioridade dos Estados
União deve prestar assistência técnica e financeira
Ensino Superior ......... UNIÃO.
São regras de atuação prioritária. Há mecanismos que vetam a atuação em outros níveis
enquanto não se der pleno atendimento no de sua responsabilidade
Gestão democrática:
Escolas
Docentes
(Art. 12 e 13)
Comunidade
(Art. 14)
Autonomia
(Art. 15)
Elaboração e execução da própria Proposta pedagógica –
Cumprimento do calendário (dias letivos e horas-aula – aumento do tempo do aluno dentro da
escola)
Prover meios para a recuperação do aluno
Articulação e integração com as famílias/comunidade (conselhos escolares)
Informar a família sobre frequência e rendimento do aluno e, a execução do PP. (Conselho
Tutelar quando + de 50% faltas – Lei 10.287 20/09/2001)
Pedagógica, administrativa e de gestão financeira.
Regras de organização da educação básica:
Pode organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, grupos não-seriados, com base
na idade, etc. (art. 23)
Carga-horária mínima anual: 800 horas e 200 dias de efetivo trabalho escolar (descontar
exames finais).
Classificação (exceto a primeira série do EF)
Avaliação do aluno: contínua
Frequência mínima: 75%
Históricos,declarações,certificados: responsabilidade da escola (art. 24)
Currículo na educação básica:
Base nacional comum e parte diversificada
Língua portuguesa, matemática, conhecimento do mundo físico e natural, da realidade social e
política, arte, educação física
Música – Arte – em todos os níveis Educação Básica (Lei nº 11.769, 18/08/08)
História e cultura afro-brasileira e africana (Lei nº 10.639/03)
Língua estrangeira: a partir da 5ª série/6º ano – obrigatória. Ensino Médio: opção de mais uma
língua
Currículo na educação básica:
Os conteúdos devem seguir as diretrizes: valores; direitos e deveres; orientação para o
trabalho; valorização da prática esportiva (Art. 26 e 27).
Ensino Religioso – escolas públicas – facultativo
Obrigatório inserir conteúdo direitos e deveres (ECA) no ensino fundamental
Filosofia/ Sociologia – obrigatório EM
Características dos níveis de ensino:
Educação Infantil: creche (0 a 3 anos) e pré-escola (4 a 5 anos); desenvolvimento integral da
criança, não existe reprovação
(Art. 29 a 31)
Ensino Fundamental: (mínimo 9 anos) objetivo de desenvolver a capacidade de aprender,
fortalecer os vínculos da família, da solidariedade e tolerância – pelo menos 4 horas de
trabalho diário. (Art. 32-34)
Ensino Médio: (mínimo 3 anos) aprofundamento dos estudos – tecnologia e preparação para o
trabalho (Art. 35-36)
Características das modalidades de ensino:
Educação de Jovens e Adultos
(Art. 37-38)
Educação Profissional
(Art. 39 a 42)
Educação Especial
(Art. 58 a 60)
(EJA – antigo supletivo): cursos e exames. Idade mínima para o Ensino Fundamental 15 anos;
para o Ensino Médio, 18 anos.
aptidões para a vida produtiva. Articulação com o ensino regular ou independente de
escolaridade.
atendimento aos portadores de necessidades especiais, preferencialmente na rede regular
(inclusão). Adaptação da escola e do currículo. Integração na vida em sociedade.
Profissionais da educação (Art. 61-67)
Associação entre teoria e prática (estágios) e aproveitamento de experiências (outros cursos)
Docentes: formação mínima em nível médio modalidade normal (antigo magistério) e nível
superior em licenciatura; Até o final da década de 2006 todos os professores deverão ter nível
superior.
* para outras funções – experiência como docente.
Valorização docente: ingresso por concurso público, formação contínua - EAD (colaboração do
governo), piso salarial, progressão na carreira, período para estudos, planejamento e avaliação,
condições adequadas de trabalho.
LDB define o que é gasto com educação: (Art. 70)
LDB define o que NÃO é gasto com educação: (Art. 71)
Pesquisa não vinculada à educação;
Subvenção a instituições assistenciais, desportivas e culturais;
Programas suplementares de alimentação, assistência médica, psicológica, e outras de
assistência social;
Obras de infra-estrutura da cidade;
Trabalhadores em educação em desvio de função
Disposições gerais e transitórias:
Educação indígena
Ensino à distância (Art. 80)
Art. 87. É instituída a Década da Educação:
Plano Nacional de Educação – 2001 a 2010
CONAE (2011 a 2020)

ECA
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) está contido na Lei nº 8069/ 1990, que dispõe
sobre a proteção e amparo, ambos integrais, a crianças e adolescentes.
O ECA teve sua primeira versão em 1990 e, posterior a esse ano, passou por modificações e
atualizações no texto integral. Apesar destas modificações, o teor continuou o mesmo, que é
a garantia aos direitos básicos a indivíduos nessa faixa etária.
Mas de qual faixa etária estamos falando? Conforme o ECA, uma criança é a pessoa até doze
anos de idade incompletos, e o adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade (Art. 2).
Cabe à família, à comunidade, à sociedade em geral e ao poder publico zelar por este grupo
com absoluta prioridade, garantindo a eles acesso à: saúde, alimentação, educação, esporte,
lazer, cultura, profissionalização, dignidade, liberdade, convivência familiar e comunitária e
respeito (Art. 4).
As crianças e os adolescentes não podem ser objeto de qualquer forma de negligênciae, caso
isso ocorra, o responsável pelo ato será punido conforme a lei determina (Art. 5). O ECA
considera que pessoas nesse estágio da vida, estão em pleno desenvolvimento e, para tanto,
precisam ter assegurado o cumprimento de direitos e deveres, tanto os individuais quanto os
coletivos (Art. 6).
A referida legislação preza pela proteção à vida e à saúde das crianças e adolescentes. Para
concretizar essa meta, há políticas públicas que garantem o nascimento e o desenvolvimento
sadio destas pessoas, dando a elas condições dignas de existência, e assegurando as mulheres
planejamento reprodutivo e atendimento adequado às gestantes. Nesse aspecto, o papel do
SUS (Sistema Único de Saúde) é fundamental (Arts. 7, 8, 11, 12).
A lei também prevê como medida de proteção a garantia de que as gestantes ou as mães que
queiram entregar seus filhos para adoção sejam encaminhadas, sem constrangimento, a
Justiça da Infância e da Juventude (Art. 13).
É garantido também o direito à liberdade, ao respeito e a dignidade, sendo dever de todos
esta garantia. Afinal de contas, o Estatuto busca salvaguardar crianças e adolescentes para que
não sofram qualquer tipo de tratamento que cause danos (físicos ou psicológicos). O candidato
poderá estudar esses aspectos nos artigos 15, 17, 18.
Fica garantido a convivência dos menores com pai ou mãe privado de liberdade, por meio de
visitas periódicas (Art. 19). É dever dos pais sustentar, guardar e educar os filhos menores, e no
caso de atender estes deveres os pais são obrigados a cumprir as determinações judiciais. É
garantido que pai, mãe ou responsáveis direitos iguais e responsabilidades compartilhadas
(Art. 22).
Questões como colocação em família substituta são feitas mediante guarda, tutela ou adoção
(Art. 28), mas é preciso lembrar – e o ECA ressalta isso – que a guarda/ adoção ou tutela obriga
a prestação de assistência necessária, garantindo ao menor o pleno desenvolvimento de sua
pessoa, bem como o preparo para o exercício pleno da cidadania (Art. 29 a 39).
Outro aspecto importante abordado no ECA, que se mantém atual, é a proibição de qualquer
tipo de trabalho a menores de quatorze anos de idade, exceto na condição de aprendiz (que é
uma modalidade de trabalho que respeita as demandas escolares dos menores e por meio de
legislação garante os direitos básicos a eles) (Art. 60 a 68).
Fica incumbido a todos o dever de prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da
criança e do adolescente (Art. 70). E as medidas de proteção devem ser aplicadas, caso os
direitos previstos no ECA sejam violados (Art. 98).
Outras determinações contidas no ECA, que são bastante úteis na resolução de provas de
concursos:
- A proibição de venda/comercialização e até mesmo o acesso a produtos que possam causar
danos ao menor (bebidas alcoólicas, armas, revistas de conteúdo inadequado, bilhetes
lotéricos e equivalentes ou qualquer produto em que componentes possam causar
dependência de qualquer tipo) (Art. 81);
- Autorização necessária para viajar com menor fora da comarca onde o mesmo reside (Art.
83);
- Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal(Art. 110), e
as medidas socioeducativas (advertência, obrigação de reparo ao dano, serviço comunitário,
liberdade assistida, trabalho em semi- liberdade, internação em estabelecimento educacional)
se fazem necessárias e exigidas no ECA (Art. 112 a 128);
- Os pais ou responsáveis também serão advertidos e obrigados a tomar medidas cabíveis
(Arts. 129 e 130);
- O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, e é encarregado pela sociedade de
zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes, conforme definidos na
referida lei (Art. 131 a 140);
- Os estados e o DF podem criar varas especializadas e exclusivas para tratar questões da
infância e da juventude, e o Poder Judiciário deverá dota-las de estrutura e dispor sobre o
atendimento da mesma (Art. 145);
-Os crimes cometidos contra o menor, os quais estão definidos nesta Lei são de ação pública
incondicionada (Art. 227);
- Existem (por obrigatoriedade) versões populares do texto integral desta lei, que é necessária
para que o acesso a tal seja garantido (Art. 265).

Direitos Humanos são os direitos inerentes a toda pessoa humana, seja homem, mulher,
criança ou idoso.
São baseados no respeito à individualidade e liberdade e têm como princípio a universalidade.
Conceito
Os Direitos Humanos partem da premissa que são direitos para todos os seres humanos
independente de sua condição cultural, econômica, social, orientação sexual e religião.
Desta maneira, todos aqueles países que fazem parte da ONU, devem aceitar a Declaração dos
Direitos Humanos e incorporá-los nos seus princípios.
Os Direitos Humanos servem como um objetivo a alcançar, de fazer que a humanidade seja
cada vez mais tolerante e justa.
O filósofo brasileiro Cláudio Ulpiano (1932-1999) define o tema como "a vontade constante de
perpétua e dar a cada indivíduo o que é seu".
O reconhecimento universal da igualdade, contudo, nem sempre foi entendido como nos dias
atuais. Nas sociedades escravistas, o escravo era visto como uma mercadoria e alguém inferior
aos que tinham liberdade.
Mesmo hoje, não são todas as nações que garantem a igualdade de direitos aos cidadãos.
Declaração Universal dos Direitos do Homem
Somente em 24 de outubro de 1945, ao fim da Segunda Guerra Mundial, as Nações Unidas
agiram para garantir os direitos das gerações futuras.
O objetivo principal era evitar novas experiências como as ocorridas no conflito tais quais o
genocídio de judeus, homossexuais, comunistas, etc.
O primeiro esboço do documento foi apresentado na Assembleia Geral da ONU em 1946 e
repassado à Comissão de Direitos Humanos a fim de possuir um caráter universal.
Em 1947, representantes de oito países ficaram responsáveis pela elaboração do termo em um
comitê coordenado por Eleanor Roosevelt (1884-1962), viúva do presidente
americano Franklin Roosevelt.
A assinatura do texto final contou com delegados de 50 países. A Declaração foi adotada em 10
de dezembro de 1948.
As bases do documento estão na defesa contra a opressão e a discriminação. Pela declaração,
todos são iguais e têm direito à dignidade e liberdade fundamentais sem a existência de
discriminação por raça, cor, gênero, nacionalidade, religião ou política.
O documento garante o direito à vida e à liberdade de expressão, além da educação,
desenvolvimento e trabalho.
Aspecto da Declaração Universal dos Direitos do Homem
Características
Os Direitos Humanos têm as seguintes características:
Universais: são para todos os seres humanos;
Indivisíveis: temos que ser contemplados com todos os direitos, sem exclusão de nenhum;
Interdependentes: cada direito depende do outro e gera outro que lhe complementa.
Artigos
Destacamos os primeiros 5 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Artigo 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e
de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2.º
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente
Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião
política ou outra, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou outro estatuto.
Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou
internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território
independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

IDEOLOGIA E EDUCAÇÃO -
Ideologia segundo o Dicionário Aurélio (2009) é o conjunto de idéias, de crenças e de doutrinas
típicas de uma época, características de uma sociedade ou de uma classe, entretanto, Marilena
Chauí aponta que a ideologia é um ideário histórico, social e político que oculta à realidade, e
que esse ocultamento é uma forma de assegurar e manter a exploração econômica, a
desigualdade social e a dominação política (2008), ou seja, constitui uma série de preceitos que
tem como objetivo influenciar e direcionar as atitudes, opiniões e pensamentos dos indivíduos,
beneficiando aqueles que detêm o poder. Essa influência procura moldar e transmitir os
valores vigentes em cada sociedade, os meios de disseminação são desde histórias infantis,
programas de televisão, lendas folclóricas até livros didáticos. A educação mostra-se um valioso
meio de propagação das ideologias de uma sociedade. Os livros didáticos estão cheios de
valores, morais e idéias sociais formadoras de uma consciência coletiva, o mundo globalizado,
regido pelo sistema capitalista, para manter seu status quo direciona a população para uma
homogeneização de pensamento, as diferenças são evitadas para ser parte da sociedade, os
indivíduos devem ser globais e não regionais, porém é fundamental que a educação seja
inserida no contexto regional dando ênfase a suas origens e características. Tradicionalmente
os estudantes ao entrarem na vida escolar lhe é ensinado que através da educação é possível
mudar de vida financeiramente quando adquirem um titulo acadêmico ou uma formação
profissional, o que deixa de lado a absorção de conhecimentos e a formação de um senso
crítico, pois a educação estará apenas formando profissionais liberais para o mundo capitalista.
O processo de trabalho de uma sociedade é repassado aos outros seres humanos através da
educação, todos os conhecimentos técnicos científicos elaborados anteriormente por
pesquisadores são impostos de forma didática por meio de manuais, com o intuito de formar
profissionais para operar maquinas do sistema capitalista seja administrativa ou não, o discurso
ideológico é perfeito educação serve para evolução da sociedade, pois gera capital intelectual e
financeiro para os ditos educados, um exemplo disso é os físicos que trabalham na indústria de
guerra, onde todo seu conhecimento técnico e cientifico é aplicado a um fim ideológico. A
educação também poder outro papel muito importante na vida humana, através dela o
conhecimento crítico é estimulado e inculcar a ação revolucionária que sejam, uteis e benéficas
para a emancipação sociopolítica, ou seja, educação versus ideologia ela é única arma humana
que pode mostrar a ideologia no seu verdadeiro contexto, e assim dando a possibilidade de
driblar seus conceitos impostos. A prática educativa pode contribuir para evolução humana
dependendo da forma com ela é aplicada muitos autores, defende um sistema educacional que
estimule o senso crítico do individuo.

Gestão participativa na escola e os desafios a serem alcançados


1 - Introdução
Os novos paradigmas educacionais que despontaram com o século XXI, reconhecem que os
desenvolvimentos das ações empreendidas para a melhoria da gestão educacional ao longo
dos anos foram feitas sem a devida preocupação de interpretar, analisar e registrar seus
resultados, corroborando para a descontinuidade desse processo.
A escola do século XXI deve ser reestruturada para abranger a formação do indivíduo para a
vida; cuja vivência denote democracia, tomando por base a cidadania e o respeito para com o
próximo.
Com isso formar-se-á pessoas para dizer sim, para dizer não; argumentar e cobrar seus direitos.
Pessoas conscientes do mundo, de seus deveres, de uma nova vida. Escola esta que terá como
função emancipar pessoas, com políticas consistentes e definidas; já que ela é a nossa
instituição mais representativa da democracia; sendo assim, os registros das ações
empreendidas tornam-se imprescindíveis para a continuidade dos processos educativos.
Lück (2008, p. 31) aponta que os processos de gestão pressupõem a ação ampla e continuada
que envolve múltiplas dimensões, tanto técnicas, quanto políticas e que só se efetivam, de
fato, quando articuladas entre si.
Nesse sentido, uma boa gestão educacional requer a formação de parceria entre escola e
comunidade para que aquela seja de fato inclusiva e democrática. Parindo desse pressuposto, a
figura do gestor deve ser pautada na construção de relacionamentos em que ações do tipo:
ouvir pessoas, aceitar sugestões, articular com a equipe as decisões e saber “lidar” com
pessoas diversas e adversas ganhem um dinamismo de seriedade, assiduidade e compromisso.
A complexidade da educação necessita de um trabalho em equipe colaborativo e integrado.
Um gestor deve conhecer os processos de administração, planejamento, estrutura
organizacional, direção, avaliação e prática docente, para a partir daí tomar decisões conjuntas.
Como postulou Freire (1996, p. 135): é na coerência entre o que se faz e o que se diz que nos
encontramos. Isto significa que algumas mudanças requerem reflexões e ações conjuntas para
não se perpetuarem por caminhos desencontrados.
A escola do século XXI precisa ser administrada por pessoas que ordene com os demais,
porque quando o processo participativo se instala nas instituições escolares, a qualidade do
ensino melhora. Gestão democrática não apenas inclui pessoas, mas dá vez e voz aos excluídos.
Conforme Freire (1996, p. 98): é necessário compreender que a educação é uma forma de
intervir no mundo. Nesse caso, gestão participativa consta que a escola deva reunir entre si, a
família dos alunos, os pais, os professores e funcionários para que juntos, com espírito de
coletividade e responsabilidade cooperem para a formação do cidadão. Esse é o grande desafio
a ser alcançado pelos diretores das escolas, já que o processo de democratização implica
mudanças na tarefa de gerir; implica também, autonomia da escola, vinculada a uma política
geral do estado para não perder o sentido público. Se é pública é de todos e todos devem
participar ativamente da gestão escolar.
No contexto atual, não basta que o indivíduo vá para escola, mas que esta propicie a
construção de conhecimento e meios de socializá-los para a comunidade; que se disponha a
aceitar os diferentes; as diferentes opiniões e a manter o diálogo; já que a democracia existe
para melhorar a vida das pessoas. Nosso trabalho compreenderá as abordagens de Lück (2006;
2008) cujas ideias refletem concepções acerca dos processos de gestão escolar democrática.
Nessa perspectiva este artigo apontará os caminhos trilhados pela escola até a chegada da
gestão democrática e os aspectos relevantes para que de fato, o desafio de tornar a gestão na
escola, participativa, seja alcançado.
2 - A Evolução da Gestão Escolar
O início do século XX é marcado por grandes movimentações políticas: industrialização,
ideologias e com isso cresce a pressão por uma virada democrática. Investe-se no ensino e o
governo de Getúlio Vargas cria o Ministério de Educação e Saúde Pública.
A partir do golpe de 64, o país passa por um intenso processo de centralização do trabalho
pedagógico docente, nos diferentes níveis do sistema público de ensino.
Os conteúdos vinham programados pelo governo, era a chamada tecnocratização da educação.
Na concepção tecnicista a direção é centralizada numa pessoa, as decisões vêm de cima para
baixo, bastando cumprir um plano previamente elaborado, sem participação dos envolvidos.
Segundo Lück (2008, p.77): “A centralização da autoridade e, consequentemente, da
responsabilidade pela tomada de decisão está associada a modelo de administração
caracterizado pelo distanciamento entre os que formulam políticas e programas de ação e os
que as executam, sua clientela/usuários”.
A resistência a ditadura militar gerou movimentos de luta democrática. A década de 80 reflete
essa ação, o que resulta no retorno ao Estado Democrático em seguida a instalação da
Constituinte.
Os diferentes setores da sociedade se organizaram para garantir o direito de influência no
processo de mudança que fica mais forte no país. Reuniram-se em defesa da escola pública
para colocar no capítulo de Educação na Constituição, princípios que garantissem uma escola
plural, aberta, igualitária e democrática.
A luta pelo processo de gestão democrática na Educação acompanha o ritmo do país; o
momento é de manifestação com a afirmação dos direitos da democracia.
A democratização necessita de uma autonomia da escola vinculada a uma política geral do
Estado.
Na concepção democrático-participativa, o processo de tomada de decisão se dá de forma
coletiva e participativa. A direção pode assim, está centrada no indivíduo ou no coletivo. O
alcance dos objetivos almejados por uma escola vai depender da concepção que o gestor tem
de gestão escolar.
O processo de democratização é um conjunto de estratégias para gestão da escola, por isso é
necessário a participação dos estudantes, famílias, da comunidade que cerca a educação.
Implica mudança de atitudes de todos os atores na tarefa de gerir a educação. A escola
brasileira para ser de qualidade precisa ser democrática. É nela que se constrói uma visão
crítica da sociedade, do mundo.
A gestão democrática deve consolidar a democracia se materializando no caráter público e
gratuito da educação e na busca permanente de qualidade de ensino socialmente diferenciada
para agir socialmente na conquista da transformação da estrutura da escola e da própria
sociedade.
Sendo assim Lück (2008, p. 35) salienta que: Gestão educacional corresponde ao processo de
gerir a dinâmica do sistema de ensino com um todo e de coordenação das escolas em
específico, afinado com as diretrizes e políticas educacionais públicas, para a implementação
das políticas educacionais e projetos pedagógicos das escolas compromissados com os
princípios da democracia e com métodos que organizem e criem condições para um ambiente
educacional autônomo (...).
A efetivação da participação na escola não se dá por decreto, portarias ou resolução, mas
através da concepção de gestão participativa que temos.
Ter definida a concepção de gestão democrática que se quer é fundamental para efetivar ou
não o processo de participação e decisão.
A gestão democrática se efetivará na elaboração de um projeto político-pedagógico coletivo, o
qual norteará ações de cunho democrático.
3 - Gestão Democrática - Como Se Faz?
Os discursos acerca da gestão democrática estão muito presente no meio educacional. O
grande problema é romper os modelos do conceito de gestão que sobrevive há séculos.
Gestão democrática pressupõe a efetivação de novos meios de organização e gestão baseados
num dinamismo que auxilie os processos de decisão e participação.
Uma gestão democrática se alicerça com a aprendizagem e exercício da participação, com a
autonomia da escola e a escolha dos diretores. Sendo assim, a gestão democrática trata-se de
um processo a ser construído coletivamente, implicando o entendimento da cultura da escola e
de suas ações, bem como articulá-los com as relações sociais mais amplas.
Na construção desse processo baseiam-se as relações de cooperação, respeito, diálogo, e
liberdade de expressão a serem efetivados no cotidiano escolar, pois como postulou Freire
(2005, p.94): “Falar em democracia e silenciar o povo é uma farsa”. A democratização da escola
e na escola é um desafio que há muito tempo vem se tentando alcançar e devemos enfrentar
esse desafio com determinação, comprometimento e competência.
De acordo com Lück (2008 p.31/32): “Os processos de gestão pressupõem a ação ampla e
continuada que envolve múltiplas dimensões tanto técnicas quanto políticas e que só se
efetivam, de fato, quando articuladas entre si”.
Fazer uma gestão democrática nos dias atuais é estar atrelado aos processos da construção da
cidadania, conhecendo que a gestão democrática da escola e dos sistemas é um dos princípios
constitucionais do ensino público conforme o artigo 205 e 206 da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1998. O conhecimento da legislação visa garantir reais possibilidades de
participação que são fundamentais para a garantia da democratização das relações e do poder
na unidade escolar.
“Uma escola democrática não é aquela em que todos fazem o que querem, mas sim aquela em
que todos fazem o que é bom para todos, na concepção Kantiana de liberdade”. (AMARAL,
2008, p.98).
As novas tendências sociais, econômicas e tecnológicas exigem da escola novas atribuições.
Sendo assim, o papel do gestor escolar, em uma visão democrática de gestão está diretamente
ligado ao conhecimento da comunidade na qual a escola está inserida; convidando-a para
participar do processo educativo, já que a própria sociedade, embora muitas vezes não tenha
bem claro de que tipo de educação seus jovens necessitam, não está mais indiferente ao que
ocorre nos estabelecimentos de ensino.
A efetivação da gestão democrática escolar deve considerar a necessidade de se repensar a
organização escolar, englobando homem e sociedade que dela participam. Paro (2011, p.29)
enfatiza a importância de temos uma escola voltada para emancipação e a participação
democrática:
A evidência da influência positiva da organização escolar sobre o comportamento das pessoas
pode ser percebida quando se comparam escolas que foram introduzidas inovações que
provocaram maior democratização dos contatos humanos, com situações anteriores, em que
as relações eram de mando e submissão.
Podemos observar que quando todos participam e se comprometem em fazer uma boa
educação à escola sai ganhando e a gestão torna-se um aprendizado coletivo. Há melhoria no
relacionamento entre gestor, escola e seus usuários; lembrando que a tarefa essencial da
escola é educar os alunos para os valores da democracia.
Ao incorporar a democracia, a escola traz à tona os valores de inclusão, justiça, participação e
diálogo, essenciais à democracia; democracia esta que reconhece a diversidade dos seus
membros os inclui e abre as portas para participação; procurando fazer com que as pessoas se
integrem ao processo educativo.

Uma gestão democrática se constrói estabelecendo elos entre os interesses individuais e


coletivos porque sem eles não há escola. A gestão democrática promove o discurso e o debate,
através dela é permitido concordar, discordar e debater desde que haja respeito pelas
diferentes opiniões e um envolvimento construtivo.
4 - Aspectos Relevantes para uma Gestão Democrática e Participativa
A participação se caracteriza por uma farsa de atuação na qual os membros de uma escola
exercem influência nas decisões dessa instituição e nos seus resultados. Uma gestão
democrática de educação requer a participação da sociedade nos processos educativos para
opinar, avaliar, formular e fiscalizar. Colaboram para o envolvimento de pais, alunos,
professores e funcionários desta instituição.
O gestor deve proporcionar no ambiente escolar, ações que viabilizem a participação de todos,
de forma compartilhada, como também garantir a formação continuada de seus profissionais,
contribuindo para a qualificação da prática pedagógica.
Para gerir democraticamente faz-se relevante dividir o trabalho com os demais e garantir ações
conjuntas para que todos se sintam atores principais do processo educativo. “O processo
educacional se assenta sobre o relacionamento de pessoas, orientado Poe uma concepção de
ação conjunta e interativa”. (LÜCK, 2008, p.98). A participação é um processo que envolve
vários cenários e muitas possibilidades de organização. É na tomada de decisões que ela deve
se fazer presente, consolidando as ideias e efetivando uma nova relação entre a educação,
escola e democracia.
O projeto político - pedagógico ocupa um papel central na construção de processos de
participação e, portanto, na implementação de uma gestão democrática. Na sua elaboração
devem-se envolver os diversos segmentos que representam a escola. De acordo com Lück
(2006, p.41):
A representação é considerada como uma forma significativa de participação: nossas ideias,
nossas expectativas, nossos valores, nossos direitos são manifestados e levados em
consideração por meio de um representante acolhido como pessoa capaz de traduzi-los em um
contexto organizado para esse fim.
Essas representações são necessárias nas escolas porque como um grande grupo social, não
abarca a participação de todos numa reunião que converge para sugestões, debates, entre
outros. Então por meio do voto, formam-se organizações participativas como; conselhos
escolares, grêmios estudantis, associações de pais e mestres, entre outros.
A participação implica no envolvimento dinâmico dos processos sociais com responsabilidade e
empenho para conseguir os resultados propostos e almejados. Como ressalta os artigos 14 e 15
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as normas de gestão democrática são
definidas pelos sistemas de ensino cujos princípios estão atrelados a participação.
“A gestão participativa se fundamenta em, e reforça uma série de princípios interligados, que
se expressam de forma subjacente nos vários momentos e expressões da participação”. (LÜCK,
2006, p.54).
A participação é uma necessidade humana que faz o homem atuar no social e se comprometer
com o coletivo, tendo uma visão global do processo educacional. Gerir democraticamente
instaurando um processo participativo não é tarefa fácil, ainda mais nas escolas onde as
interferências políticas são presentes e os diretores são indicados. Requer do dirigente, ações
conjuntas e certa habilidade para lidar com pessoas diversas e adversas como: professores,
equipe técnico-pedagógica, funcionários, pais e comunidades porque todos, não apenas fazem
parte do ambiente cultural, mas o formam e constroem, pelo seu modo de agir. É da interação
desse pessoal que dependem a identidade, o papel e os resultados da escola na comunidade.
Colocar a aprendizagem e formação dos alunos como o foco de todas as atenções da escola e
deis profissionais, promovendo comunicação aberta e relacionamento interpessoal amistoso e
cordial para com todos facilitará o processo educativo.
Lück (2006, p.89) nos faz refletir sobre a promoção de ambiente participativo: A criação de um
ambiente e de uma cultura participativa constitui-se em consequência das questões analisadas,
em importante foco de atenção e objeto de liderança pelo gestor escolar, pelo qual,
gradualmente, tem-se promovido mudanças significativas na organização e orientação de
nossas escolas.

A participação não se decreta, nem se impõem, ela se constrói no coletivo com a tomada de
decisões partilhadas. As parcerias em prol da educação constituem-se num grande desfio para
os gestores escolares e exigem deles novas atenções, conhecimentos e habilidades, a fim de
que garantam formação competente de seus alunos, de modo que sejam capazes de enfrentar
com empreendedorismo, criatividade e espírito crítico, os problemas cada vez mais complexo
da sociedade.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo (1996). Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 41 ed. São Paulo. Paz e Terra, 2005
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Ministério da Educação. Disponível em:
LÜCK, H. Gestão educacional: uma questão paradigmática. Série cadernos de gestão. v, 1
Petrópolis: Vozes, 2006.
LÜCK, Heloisa. Liderança em gestão escolar. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2008.

Resumo PCNs

1- PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – PCNs – Conceito - Os PCNs são um referencial de


qualidade para a educação no Ensino Fundamental e Médio em todo o país.São referenciais
para que o país se organize para respeitar:“as diversidades culturais, regionais, étnias,
religiosas e políticas que atravessam uma sociedade múltipla, estratificada e complexa, a
educação possa atuar decisivamente, no processo de construção da cidadania, tendo como
meta o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cidadãos, baseado nos princípios
democráticos.” (PCN, 1997).

Funções dos PCN - A função dos PCN é a de ser “ um referencial comum para a formação
escolar no Brasil, capaz de indicar aquilo que deve ser garantido a todos, numa realidade com
características tão diferenciadas, sem promover uma uniformização que descaracterize e
desvalorize peculiaridades culturais e regionais”.

Natureza - De natureza aberta, configuram uma proposta flexível. Não configuram um modelo
curricular impositivo e homogêneo. Há a previsão de adaptações curriculares para o
atendimento das peculiaridades regionais e locais.

Importância - “...o estabelecimento de uma referência curricular comum para todo o País, ao
mesmo tempo que fortalece a unidade nacional e a responsabilidade do Governo Federal com
a educação, busca garantir, também, o respeito à diversidade que é marca cultural do País,
mediante a possibilidade de adaptações que integrem as diferentes dimensões de prática
educacional.”

Níveis de Concretização - 1°) Referência Nacional para o Ensino Fundamental - Estabelecem as


metas educacionais para quais as ações Políticas do MEC devem convergir. Assim, devem
subsidiar os projetos relacionados à análise e compra de materiais didáticos, livros, à formação
inicial e continuada de professores.

2°) Propostas Curriculares dos Estados e Municípios - Os PCNs são usados como subsídio para
adaptações ou elaborações de currículos realizados pelas Secretarias de Educação.

3°) Elaboração da proposta curricular de cada escola, contextualizada pelo Projeto Político-
Pedagógico (P). É por meio do P que os docentes e a equipe pedagógica organizam objetivos,
conteúdos e critérios de avaliação para cada ciclo. Esse processo pressupõe a participação da
equipe pedagógica, que contemplará a realidade social e cultural em que a escola está inserida.

4°) Sala de aula - É o momento da realização das atividades planejadas de ensino e


aprendizagem em sala de aula, segundo o P da escola
Organização dos PCNs - a) Conteúdos – Considerados como meio para o desenvolvimento
amplo para do aluno. Os conteúdos são abordados em três categorias: conceituais (construção
das capacidades intelectuais), procedimentais (expressam o saber fazer) e atitudinais
(abordagem de valores, normas e atitudes).

b) Avaliação – Elemento que fornece a melhoria da qualidade da aprendizagem. É contínua e


sistemática. Para a escola, auxilia na definição de prioridades. Para o professor, fornece
elementos para refletir sobre a sua prática pedagógica. Para o estudante, é um instrumento
que proporciona informações sobre as suas dificuldades e conquistas. Assim: “A avaliação
contemplada nos Parâmetros Curriculares Nacionais é compreendida como: elemento
integrador entre a aprendizagem e ensino; conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste e a
orientação da intervenção pedagógica para que o aluno aprenda da melhor forma; conjunto de
ações que busca obter informações sobre o que foi aprendido e como: elemento de reflexão
contínua para o professor sobre sua prática; instrumento que possibilita ao aluno tomar
consciência de seus avanços, dificuldades e possibilidades; ação que ocorre durante todo o
processo de ensino e aprendizagem e não apenas em momentos específicos caracterizados
como fechamento de grandes etapas de trabalho.” (PCN, 1997)

c) Organização por ciclos – Os PCN orientam a organização em ciclos, cujo objetivo é superar a
fragmentação ocasionada pela seriação, além de buscar maior integração entre o
conhecimento. A adoção de ciclos permite a distribuição dos conteúdos de maneira mais
adequada ao processo de aprendizagem. Propicia uma apresentação menos fragmentada,
menos parcelada do conhecimento. Pretende-se, com os ciclos, evitar que o processo de
aprendizagem tenha obstáculos desnecessários, rupturas inúteis. Objetiva-se assegurar a
continuidade do trabalho educativo, dentro do ciclo e na passagem dele.

d) Opção por um tratamento específico das áreas. Áreas: Língua Portuguesa, Matemática,
Ciências Naturais, História, Geografia, Arte, Educação Física e Língua Estrangeira (esta última a
partir da 6° série – Ensino Fundamental de 9 anos).

Os PCN do Ensino Médio são organizados dessa forma: - Parte I: Bases legais; - Parte I:
Linguagens, códigos e suas tecnologias; - Parte I: Ciências da natureza, matemática e suas
tecnologias; - Parte IV: Ciências humanas e suas tecnologias.

Não se exige que os temas sejam tratados igualmente. Ao contrário, a diversidade existente no
país clama adaptações às reais necessidades da região ou mesmo na escola. Os PCN, ainda
orientam que sejam escolhidos temas locais para integrar os temas transversais. e) Temas
Transversais – As problemáticas sociais, isto é as questões do dia a dia da sociedade, são
integradas na proposta educacional dos PCNs como Temas Transversais. Os temas transversais
não constituem novas áreas, mas um conjunto de temas que aparecem transversalizados nas
áreas. Temas transversais (1º ao 5º ano do Ensino Fundamental de 9 anos) - Pluralidade
cultural, ética, meio ambiente, saúde e orientação sexual. Temas transversais (6º ao 9º ano do
Ensino Fundamental de 9 anos) - Pluralidade cultural, ética, meio ambiente, saúde e orientação
sexual, trabalho e consumo. A grande abrangência dos temas não significa que devam ser
tratados igualmente. Pelo contrário, exigem adaptações. É importante, ainda, que sejam
escolhidos temas locais para integrar os Temas Transversais. ATENÇÃO – Os Temas Transversais
não são componentes curriculares. Critérios para adoção dos Temas Transversais a) Urgência
Social b) Abrangência c) Possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental. d)
Favorecer a compreensão da realidade e a participação social.

Linhas gerais dos Temas Transversais: Ética – “O tema Ética traz a proposta de que a escola
realize um trabalho que possibilite o desenvolvimento da autonomia oral, condição para
reflexão ética.” Eixos do trabalho: Respeito mútuo, Justiça, Diálogo e Solidariedade.
Pluralidade Cultural – “O grande desafio da escola é investir na superação da descriminação e
dar a conhecer a riqueza representada pela diversidade etnocultural que compõe o patrimônio
sociocultural brasileiro”.

Meio Ambiente – É preciso refletir sobre como devem ser as relações socioeconômicas e
ambientais para se tornar decisões adequadas a cada passo, na direção das metas desejadas
por todos: o crescimento cultural, a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental.”

Saúde – “A formação do aluno para o exercício da cidadania compreende a motivação e a


capacitação para o autocuidado, assim como a compreensão da saúde como direito e
responsabilidade pessoal e social.”

Orientação Sexual – “A orientação Sexual nas escolas deve ser entendida como um processo de
intervenção pedagógica que tem como objetivo transmitir informações e problematizar
questões relacionadas à sexualidade, incluindo posturas, crenças, tabus e valores a ela
associadas”.

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