Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O NT, apesar de sua evidente intenção cristológica, não ignora a Mãe do Senhor. Nesse
sentido, de fato apresenta um testemunho sóbrio, porém extremamente denso a respeito
de Nossa Senhora. Ora, isso fica latente quando verificamos os diferentes níveis de
apresentação do tema nos Sinóticos (Mt, Mc e Lc-At), em João e Paulo. Em trechos
pontuais, estes autores apresentam Maria na singularidade de sua vocação e missão,
marcada pela intensidade de relação com a Trindade, com o Filho, com Israel e com a
Igreja. De fato, a partir de uma leitura atenta de alguns textos do NT, podemos
confirmar que Maria na Escritura manifesta a Escritura em Maria, uma vez que, de certo
modo, tudo o que Deus quer realizar no ser humano, Ele realizou em Maria; assim
como, tudo o que o ser humano pode oferecer a Deus, Maria ofereceu a Deus.
2. João - No Evangelho de João, Maria é citada ora de forma indireta, ora de forma
direta. Vemos que Maria aparece com destaque - e ainda assim, sem sequer ter seu
nome mencionado - apenas em dois textos do Evangelho: Bodas de Caná (Jo 2,1-12) e
aos pés da Cruz (Jo 19, 25-37) e mesmo nas ocasiões em que a Maria se faz algum tipo
de referência indireta, fica ressaltada a extraordinária intervenção divina em sua vida,
bem como a humildade de sua condição e aquela fé inabalável na pessoa de seu Filho,
como pode ser verificado em Jo 1, 11-13; 6,42; 7,1-10. Já no texto de Ap 12, 1-17, ela
aparece como a mulher vestida de sol, que à imagem dos discípulos de Jesus, enfrenta
lutas e perseguições, mas confiam na superação destas pela providencial libertação
promovida pelo filho de Maria.
4. Marcos - Maria aparece duas vezes durante todo o seu relato. As citações são poucas,
mas muito significativas. Ela é apresentada como a discípula fiel que faz parte essencial
da família de Jesus porque cumpre a vontade do Pai e a mulher que acolhe a todos como
filhos e irmãos de Jesus (Mc 3, 20-21. 31-35: A FAMÍLIA DE JESUS e Mc 6, 1-6:
JESUS DE NAZARÉ)
5. Mateus - Maria é apresentada como a mãe virginal de Jesus que o concebe pela ação
do Espírito Santo sem intervenção humana, mostrando a gratuidade da iniciativa divina.
De fato, o Evangelho de Mateus amplia bastante a imagem de Maria. Ela aparece na
narrativa da origem e da infância de Jesus (Mt 1-2) e em alguns textos referentes à vida
pública de Jesus (Mt 12, 46-50 e Mt 13, 53-58).
Esperamos, com esta reflexão, ajudar aos irmãos a respeito de possíveis dúvidas sobre
como os apóstolos, evangelistas e primeiros cristãos percebiam a participação de Nossa
Senhora na vida e obre de Jesus. Em diversas ocasiões, os católicos são acusados de um
exagero na sua relação com Maria, no entanto, como pode ser verificado pelas
passagens acima citadas, nosso amor e devoção por Maria reproduzem e desenvolvem o
amor e devoção que por ela possuíam os primeiros discípulos de Jesus. Quem lê, medita
e aprofunda com atenção as Escrituras, não pode deixar Nossa Senhora fora de sua fé.
Assim, terminamos essa nossa primeira postagem sobre Nossa Senhora no mês de maio,
com aquela que é tida, por muitos, como uma das mais antigas orações a ela dirigida,
retirada to texto de um de um fragmento de papiro que remonta ao século III, e que foi
encontrado no ano de 1927, no Egito:
“À vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas
em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e
bendita!”.