Você está na página 1de 43

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP


INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

Levedura ativa e ureia protegida em suplementos para bovinos de

corte em pastejo

Diego Cordeiro de Paula

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação


em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso,
Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências
para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.
Área de concentração: Zootecnia.

Sinop, Mato Grosso


Maio de 2014
DIEGO CORDEIRO DE PAULA

Levedura ativa e ureia protegida em suplementos para bovinos de

corte em pastejo

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação


em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso,
Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências
para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.
Área de concentração: Zootecnia.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Henrique Bevitori Kling de


Moraes

Sinop, Mato Grosso


Maio de 2014

ii
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

iii
iv
AGRADECIMENTOS

A Deus, sobre tudo, pela vida, saúde e por guiar meus passos.

À Universidade Federal de Mato Grosso/Campus Sinop, pela oportunidade de

realização do curso de mestrado.

À Capes e a Pró-Reitoria de Pós-graduação da UFMT, pela concessão da bolsa de

estudos.

À Alltech do Brasil pela concessão do produto avaliado no presente trabalho, para a

realização deste experimento.

A todos os professores, da Pós-Graduação em Zootecnia pelos valiosos ensinamentos.

Agradeço em especial ao meu Orientador Professor Dr. Eduardo Henrique Bevitori

Kling de Moraes, por sua dedicação, sabedoria, exemplo de ética profissional, além da

paciência e grande cordialidade para comigo. Obrigado Professor, suas intervenções foram de

grande valia para o aprimoramento desta dissertação.

Ao professor Dr. André Soares de Oliveira e professora Dra. Kamila Andreatta Kling de

Moraes pela co-orientação na execução deste trabalho.

Aos professores Dr. Douglas dos Santos Pina e Dr. Victor Rezende Moreira Couto por

aceitarem participar da banca de defesa.

A minha família pelo apoio, incentivo, amor e confiança depositada em mim.

Ao Sr. Antônio Chiuche Neto, proprietário da fazenda Uirapuru por ceder a estrutura e

os animais para realização deste trabalho.

A todos os funcionários, Luiz Humberto, Thiago, Bruno, João e Alessandro. Pela troca

de experiência, ajuda com as coletas, no tratamento dos animais e na mistura dos

suplementos.

v
A todos os amigos do mestrado, Andreia, Marcia, Daniely, Keithon, Mircéia, Riciely,

Thuanny, Ubiara, Celina, Leonardo, Wile, Lucas, Alvair, Joyce, Fagner, Tiago “Pato Branco”.

Pelos momentos de descontração, discussão e aprendizado, obrigado.

Ao técnico do Laboratório de Nutrição, Célio.

Aos professores, Dr. André, Dr. Douglas e Dr. Eduardo, que sempre tiveram prontos em

me ajudar com minhas dúvidas. Ao meu amigo de análises, Leonardo, que apesar de tudo

sempre estava de bom humor e pronto em me ajudar. Ao Ubiara, Alvair, Tiago, Daiane,

Tatiane, Suziane, Fernanda, Nykita, Lucas, Fagner e aos estagiários, obrigado. Pois sem

vocês, as análises seriam bem difíceis.

Aos amigos de república, Ubiara, Kaio, Edeon, Lucão e nosso agregado Tafarel. Pelos

momentos, de descontração, alegria e de ajuda quando precisei obrigado.

Agradeço a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização

deste objetivo, especialmente àquelas que, de uma forma ou de outra, acreditaram ser possível

que eu estivesse aqui hoje.

vi
BIOGRAFIA

Diego Cordeiro de Paula filho de Luiz Humberto de Paula e Elisia Regina Cordeiro de

Paula , nasceu em Salto do Céu, Mato Grosso, em 29 de março de 1985.

Em dezembro de 2011, graduou-se em Zootecnia pela Universidade do Estado de Mato

Grosso.

Em março de 2012, iniciou o Curso de Mestrado em Zootecnia, na Universidade

Federal de Mato Grosso, concentrando seus estudos na área de Nutrição e alimentação animal,

submetendo-se à defesa de dissertação em 15 de maio de 2014.

vii
RESUMO

PAULA, Diego Cordeiro. Dissertação de Mestrado (Zootecnia), Universidade Federal de


Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, maio de 2014, 33 f. Levedura ativa e ureia
protegida em suplementos para bovinos de corte em pastejo. Orientador: Prof. Dr.
Eduardo Henrique Bevitori Kling de Moraes. Coorientadores: Prof. Dr. André Soares de
Oliveira e Prof. Dr. Kamila Andreatta kling de Moraes.

Resumo - Objetivou-se avaliar os parâmetros nutricionais e o desempenho de bovinos de


corte sob pastejo recebendo suplementos proteico-energéticos contendo ureia protegida e
levedura ativa durante o período das águas. Para avaliação de desempenho foram utilizados
75 bovinos Nelore, não castrados, com idade e peso médio inicial de 24 meses e 410 kg,
respectivamente, estruturados em delineamento inteiramente cazualizado (DIC). Para
avaliação dos parâmetros nutricionais utilizaram-se cinco novilhos Nelore, não castrados com
peso médio de 390 kg organizados através de delineamento em quadrado latino (5x5). Os
suplementos avaliados foram: mineral (Controle), protéico-energético (PE), PE com levedura
(PE+L), PE com ureia protegida (PE+UP), PE com levedura ativa e ureia protegida
(PE+LUP). A suplementação PE propiciou maior consumo e digestibilidade dos nutrientes,
balanço de compostos nitrogenados em desempenho que a suplementação mineral. A inclusão
de levedura ativa e/ou ureia protegida no suplementos PE não apresenta efeitos sobre os
parâmetros nutricionais e o desempenho dos animais. Bovinos de corte em pastejo durante o
período das águas não apresentam melhorias quanto ao consumo e digestibilidade de
nutrientes e desempenho diante da adição de levedura ativa e/ou ureia protegida.

Termos para indexação: desempenho, parâmetros nutricionais, suplementação.

viii
ABSTRACT

PAULA, Diego Cordeiro de. Dissertação de Mestrado (Zootecnia), Universidade Federal de


Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, maio de 2014, 33 f. Active yeast and
protected urea in supplements for beef cattle at pasture. Adviser: Prof. Dr. Eduardo
Henrique Bevitori Kling de Moraes. Co-adivisers: Prof. Dr. André Soares de Oliveira and
Prof. Dra. Kamila Andreatta kling de Moraes.

Abstract – It was evaluated the nutritional parameters and performance of beef cattle at
pasture receiving protein-energy supplements containing active yeast and/or protected urea
during the rainy season. For performance evaluation 75 Nellore with initial weight of 410 kg,
structured in a completely randomized design (CRD) were used. To evaluate the nutritional
parameters five Nellore, with average weight of 390 kg arranged in latin square design (5x5)
were used. The supplements were: mineral (Control), protein-energy (PE), PE with yeast, PE
with protected urea, PE with active yeast and protected urea. The PE supplementation led to
higher intake and digestibility of nutrients, nitrogen balance and performance that mineral
supplementation. The inclusion of active yeast and/or protected urea in PE supplements has
no effect on nutritional parameters and performance of animals. Beef cattle grazing during the
rainy season have no improvements in intake and digestibility of nutrients and performance
with the addition of active yeast and/or protected urea in supplements.

Index terms: performance, nutritional parameters, supplementation

ix
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................................................. 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................... 3

3. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 11

4. CAPITULO 1 ............................................................................................................................. 16

4.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 16


4.2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................................. 17
4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................................. 22
4.4. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 27
4.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 27

x
1. INTRODUÇÃO GERAL

O uso de suplementação tem sido, utilizado além do período seco também na estação

chuvosa, quando há maior oferta de forragem, na tentativa de se potencializar o desempenho

dos animais. No período das águas, apesar de não serem consideradas deficientes em proteína

bruta (PB), as forrageiras tropicais possibilitam desempenhos inferiores aos observados em

pastagens de clima temperado por situar-se aquém dos requerimentos nutricionais dos

animais. Embora os níveis de proteína das gramíneas tropicais sejam altos nos estágios

iniciais de crescimento, há considerável variação na fração efetivamente degradada.

Em condições brasileiras, as gramíneas tropicais sob pastejo apresentam, na época das

águas, 40% do total de proteína na forma de proteína insolúvel em detergente neutro (PIDN),

o que pode comprometer a utilização da energia, pois, sob condições de carência de

compostos nitrogenados na dieta, parte dos substratos energéticos deixa de ser efetivamente

utilizada por deficiência dos sistemas enzimáticos microbianos (MINSON 1990; PAULINO

et al., 2002).

O fornecimento da suplementação energética não eliminaria por si só a deficiência de

energia por não atender às exigências de proteína. Por outro lado, tanto a deficiência de

energia como a de proteína podem ser eliminadas apenas pela correção na deficiência

protéica.

O uso de suplementação concentrada, complementando a necessidade de proteína, pode

gerar melhor aproveitamento da forrageira disponível, e aprimorar o desempenho animal.

Suplementos protéico-energéticos melhoram o uso de pastagens, principalmente se a relação

entre nutrientes digestíveis totais (NDT) e proteína bruta (PB) for superior a 7:1 (MOORE et

al., 1999).

Resultados de pesquisas indicam que os principais efeitos da suplementação proteica,

em volumoso de baixa qualidade, estão relacionados com melhorias na eficiência da

1
fermentação ruminal, velocidade de degradação ruminal da fibra e no consumo de volumoso.

Essas respostas podem ser maximizadas pela otimização da relação entre o consumo de

proteína bruta degradável no rúmen e o consumo de matéria orgânica digestível na dieta

consumida pelos animais (Köster et al., 1996; Mathis et al., 2000; Bodine e Purvis., 2003).

A utilização da ureia, como fonte de nitrogênio não protéico (NNP) têm sido uma

alternativa para suprir o déficit de proteína das forragens. No entanto, a quantidade de ureia

que pode ser utilizada é limitada, devido à sua rápida hidrólise em nitrogênio amoniacal no

rúmen. Se esta hidrólise ocorrer numa velocidade maior que a disponibilidade de energia para

capacitar a conversão do nitrogênio amoniacal em microbiota ruminal, haverá acúmulo e

escape de amônia no rúmen. Por esse motivo, a ureia será melhor utilizada como fonte de

nitrogênio para síntese protéica, quando houver sincronismo entre liberação de energia e

nitrogênio ( HENNING et al., 1993; HOOVER AND STOKES, 1994; AKAY et al., 2004).

Uma outra alternativa, seria a utilização de culturas de leveduras. Pois, a grande

afinidade das culturas de leveduras por oxigênio, melhora as condições ruminais para os

microrganismos anaeróbios. Embora o conteúdo ruminal seja essencialmente anaeróbio,

pequenas concentrações de oxigênio dissolvido provenientes do alimento ou da saliva são

encontradas. Assim, na presença de cultura de levedura, é estimulado o crescimento das

bactérias ruminais, principalmente as celulolíticas. Consequentemente, a taxa de degradação

ruminal, a digestibilidade aparente da matéria seca (MS), especialmente da fibra, podem-se

elevar. A utilização de amônia, a síntese e o fluxo de proteína microbiana para o duodeno

também podem aumentar como consequência da maior atividade das bactérias do rúmen.

Promovendo, assim, uma melhora no consumo de MS, a eficiência do metabolismo

energético e o desempenho animal (NEWBOLD et al., 1996). Desta forma com este estudo,

objetivou-se avaliar a inclusão da ureia protegida e da levedura viva em suplementos proteico-

2
energéticos para bovinos de corte em pastejo durante o período das águas sobre os parâmetros

nutricionais e o desempenho animal.

O respectivo artigo foi formatado de acordo com as normas da Revista Produção

Agropecuária Brasileira (PAB).

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O Brasil possui o segundo maior rebanho comercial de bovinos do mundo, cerca de 211

milhões de cabeças, ocupando expansivamente a posição de destaque na pecuária de corte que

representa em torno de 79% do rebanho total, além de participar com valores expressivos no

mercado de produção e exportação de carne com 7,8 e 1,6 milhões de toneladas de

equivalente carcaça respectivamente (IBGE, 2012). Segundo a Food And Agriculture

Organization - FAO (2006), a pecuária brasileira explorava cerca de 170 milhões de hectares

de pastagens que se encontravam distribuídas por estabelecimentos agrícolas com diversas

atividades econômicas.

As pastagens quase sempre representam a forma mais prática e econômica para a

alimentação de bovinos, sendo a pecuária brasileira fundamentada desta forma. No entanto,

animais mantidos exclusivamente em pastagens não conseguem expressar todo o seu

potencial, atingindo baixas taxas de ganho ao longo do ano. A estacionalidade da produção de

forragem deve ser levada em consideração para um possível ajuste no fornecimento contínuo

de alimento ao longo do ano, pois mesmo a forragem estando disponível a qualidade da

mesma deixa a desejar, limitando assim o consumo e a digestibilidade.

A qualidade e a disponibilidade das forrageiras são influenciadas por uma série de

fatores, como a escolha da espécie e da cultivar, as propriedades químicas e físicas do solo, a

idade fisiológica da planta, as condições climáticas e pelo manejo a qual a forrageira é

submetida. Além disso, a maior eficiência na utilização das forrageiras só será alcançada pela

3
compreensão e manipulação eficiente de tais fatores; de modo a possibilitar tomadas de

decisão sobre manejo de maneira a maximizar a produção animal (EUCLIDES, 2000).

Segundo Van Soest (1994), nas regiões tropicais, ocorrem diferenças na composição

bromatológica das forrageiras, principalmente quando comparadas às de clima temperado.

Sendo assim, pastagens formadas por gramíneas tropicais apresentam valor nutritivo inferior

às de clima temperado, por apresentarem maior conteúdo da fração fibrosa, menores valores

de digestibilidade da matéria seca, da fração fibrosa e de proteína bruta. Por outro lado, as

forrageiras tropicais apresentam alta taxa de crescimento, o que permite considerar elevada

taxa de lotação, (GOES et al., 2004).

A Brachiaria é uma das forrageiras tropicais mais cultivadas no território brasileiro e

teve papel importante no desenvolvimento da região centro oeste, pois viabilizou a pecuária

de corte nos solos ácidos e de baixa fertilidade, predominantes nesta região de cerrados

(VALLE et al., 2000). Na maioria das situações, a forragem não contém todos os nutrientes

essenciais na quantidade adequada de forma a suprir as exigências dos animais em pastejo

(REIS et al., 1997; ROCHA, 1999; VOLTOLINI; MOREIRA; NOGUEIRA, 2009), diante

disso, é necessário utilizar formas de suplementação, buscando atender a demanda de

mantença e produção dos animais.

Atualmente a demanda é por animais mais jovens, que estejam aptos para o abate com

idade inferior aos três anos e carcaças com peso mínimo de 225 quilos. No entanto, no Brasil,

as pastagens de Brachiaria são as mais utilizadas para produção de bovinos de corte, contudo,

resultados de pesquisas indicam que essa gramínea não tem potencial para atender às

exigências nutricionais, para uma produção máxima no decorrer do ano (EUCLIDES et al.,

1997), a qual ficaria dependente de uma suplementação alimentar.

Atualmente, a suplementação alimentar dos rebanhos bovinos se encontra em amplo

crescimento, tendo em vista a necessidade da pecuária se tornar mais competitiva, tanto na

4
questão zootécnica quanto do ponto de vista econômico. Segundo Valadares Filho et al.

(2002), uma das grandes aplicações do conhecimento de nutrição de ruminantes no Brasil foi

a implantação da suplementação a pasto.

De acordo com os dados da Associação Nacional das Indústrias de Suplementos

Minerais (ASBRAM), em 2007 cerca de 50% do total do rebanho bovino brasileiro recebeu

algum tipo de suplementação. Porém, acredita-se que o percentual de animais consumindo

suplementos seja maior. Contudo, devido a erros de manejo, como falta de cochos, falta de

reposição dos suplementos nos cochos, entre outras falhas de manejo, tem-se, na maioria das

fazendas de corte, um consumo de suplementos abaixo do recomendado pelos fabricantes.

A utilização de suplementação tem por objetivo atender as exigências nutricionais dos

animais, complementando o valor nutritivo da forragem, a fim de se alcançar o desempenho

desejado, podendo alcançar melhores índices de produção (EUCLIDES; MEDEIROS, 2005).

Lana (2002) relata que as principais vantagens de suplementar, são: suprir os nutrientes

para os animais, utilizar as pastagens de modo mais adequado, evitar a subnutrição, melhorar

a eficiência alimentar, auxiliar na desmama precoce, reduzir a idade do primeiro parto, reduzir

o intervalo entre partos, diminuir a idade de abate, aumentar a taxa de lotação das pastagens e

auxiliar na terminação de animais de descarte.

Segundo Paulino et al. (2002), a suplementação não deve ser encarada como um sistema

de alimentação, mas sim um corretivo dos déficits que possam apresentar nossas pastagens

(naturais ou implantadas) em determinados períodos do ano e em determinadas atividades.

Fernandes et al. (2007), relata que em condições de pastagens tropicais, durante o período de

secas, ocorre tanto deficiência de proteína degradável no rúmen (PDR), quanto de proteína

não degradável no rúmen (PNDR).

Com isso, haveria necessidade de adição de fontes de proteína pouco solúveis, quando

da suplementação de animais recebendo dietas à base de forragens de baixa qualidade. Porém,

5
as concentrações de PDR devem ser primariamente consideradas na suplementação protéica,

para se obter a máxima degradação da forragem no rúmen (BANDYK et al., 2001). Segundo

Poppi e Mc Lennan (1995), baixos níveis de ganho de peso têm como consequência o fato de

impossibilitar que os ganhos de peso anuais dos sistemas de produção baseados em pastagens

tropicais sejam capazes de atender a um mercado que requer animais jovens com carcaças

pesadas.

No período das águas, é esperado que animais em pastejo possivelmente aumentam o

consumo de forragem, decorrente de sua melhora na digestibilidade e na sua qualidade

(NOLLER et al., 1996). Na época chuvosa, é esperado que não ocorra deficiência de proteína

bruta (POPPI e MCLENNAN, 1995), considera-se então que os valores superiores a 7-8% de

proteína suprem as necessidades dos microrganismos ruminais.

A suplementação no período das águas tem sido usada com maior ênfase após o sucesso

de seu uso no período de seca. No período chuvoso, em função do aumento das concentrações

proteicas das gramíneas e da alta taxa de degradabilidade ruminal desta fração, haveria um

aumento de nitrogênio em relação à disponibilidade de energia.

No período das águas, a suplementação passa a ter valor nutricional diferente, sobretudo

menor teor de ureia, devido à mudança sazonal das forrageiras no período das águas em

relação ao período de seca, com maiores teores de energia, proteína, minerais, vitaminas e

digestibilidade (BARBOSA e GRAÇA, 2009).

De acordo com Euclides (2001), nas pastagens bem manejadas, durante o período das

águas, as gramíneas tropicais são capazes de promover ganhos de peso entre 600 e 800 g/dia ,

entretanto (CARVALHO et al., 2003) trabalhando com com animais em engorda recebendo

suplementos, mostraram ganhos médios diários de 0,6 a 1,24 kg/cabeça/dia. Corsi (1993),

descreve que a média do ganho de peso vivo, nas águas é na faixa de 0,6 a 0,8 kg/animal/dia,

com capacidade de chegar até 1,0 kg/animal/ dia. Nesta situação, qualquer tentativa de

6
suplementação deve ser analisada em termos da meta a ser alcançada dentro de um

determinado sistema de produção de carne (S´THIAGO e SILVA, 2002).

Durante a maior parte do período das águas, a forragem disponível, apresenta teores

adequados de proteína, porém ocorre a deficiência de energia para a eficiente utilização do

nitrogênio para síntese de proteína microbiana no rúmen. Segundo Moore et al. (1999) o

fornecimento de energia prontamente disponível minimiza as perdas de nitrogênio da

forragem, obtendo-se um melhor sincronismo entre a disponibilidade de energia e a amônia

no rúmen, acarretando assim o aumento na síntese de proteína microbiana.

De maneira semelhante, o fornecimento de um suplemento energético para ruminantes

em pastejo, geralmente melhora o ganho de peso vivo e a condição corporal, diminui a

ingestão de forragem e a digestibilidade; onde baixos níveis de suplementação energética

podem aumentar valores destes parâmetros (CATON E DHUYVETTER, 1997). Porém

alguns aditivos utilizados na alimentação animal podem melhora os padrões de fermentação

ruminal. Os aditivos alimentares microbianos são definidos como fonte de microrganismos

vivos (viáveis) e incluem: bactérias, fungos e leveduras, dos quais os mais importantes e

comumente utilizados na dieta de ruminantes, são as leveduras ou cultura de leveduras e os

extratos fúngicos (GOES et al., 2005).

As leveduras são fungos unicelulares eucariontes, isto é, organismos com núcleo

organizado, pertencentes ao Reino Protista. Por serem organismos aclorofilados, são

heterótrofos. Estes podem viver tanto na presença como na ausência de oxigênio,

reproduzindo-se rapidamente quando o meio é rico em oxigênio (TORTORA et al., 2000).

Quanto à morfologia, as leveduras podem ser ovais (Hansenula), redondas (Saccharomyces),

cilíndricas (Kloeckera), triangulares (Trigonopsis), apiculares (Kloeckera) e ogivas

(Bretanomyces). As leveduras, principalmente do gênero Saccharomyces, são utilizadas em

vários produtos e processos: panificação (cultivados a partir do melaço da cana-de-açúcar),

7
cervejaria, vinícola, farmacêutica (produção de riboflavina e outras vitaminas do complexo b),

álcool combustível (etanol), fermentações em geral, produção de ácido cítrico, sendo

importantes também como suplemento alimentar (MARTINEZ, 2008).

Cultura de levedura são células vivas de S. cerevisiae, ainda contaminadas com o meio

de cultura e alguns produtos de seu metabolismo, possui contagens variáveis de células vivas

e concentração baixa de unidades formadoras de colônias (UFC) e são utilizadas em doses

médias (4 a 100 g/cab/dia). Já concentrado de leveduras vivas, são células vivas de S.

cerevisiae, lavadas e sem qualquer resíduo do meio de cultura ou metabólitos produzidos

durante o seu crescimento, é um produto seco, com alto número de UFC/g de produto,

constituído de uma única cepa e utilizado em doses baixas (GRAHAM E MCCRACKEN,

2006).

O efeito do uso de leveduras para ruminantes se dá pela modificação do ambiente

ruminal conforme os seguintes mecanismos: fatores estimulatórios para microbiota ruminal,

controle do pH ruminal, diminuição da concentração de oxigênio no rúmen. A soma destes

fatores contribui para o maior consumo e melhor aproveitamento da dieta pelos animais, uma

vez que ocorre aumento da eficiência de utilização da energia e dos nutrientes no rúmen, isso

tem impacto positivo no metabolismo do animal e determina melhores resultados em

desempenho produtivo (ZANETTI et al., 2010).

Outra maneira de compensar esse déficit protéico é a utilização de nitrogênio não

protéico. Porém sua grande solubilidade no rúmen pode causar intoxicação. Entretanto,

maiores níveis de inclusão de ureia têm sido utilizados sem que haja comprometimento do

desempenho dos animais. Dessa forma, o nível máximo de inclusão de ureia nas rações e seus

efeitos sobre a síntese microbiana, o consumo, a degrabilidade da dieta, o ganho de peso e as

características de carcaça ainda não estão totalmente definidos (VALADARES FILHO et al.,

2004).

8
Em suplementos proteicos-energéticos, a ureia é amplamente utilizada pelo seu baixo

custo por unidade de equivalente proteico, sendo utilizada na substituição parcial de fontes de

proteína verdadeira. Porém, sua alta taxa de hidrólise se torna um problema pela rápida

liberação de amônia e, consequente, acúmulo de N-NH3 no rúmen, que é absorvido e levado

ao fígado para metabolização e conversão em ureia, forma pela qual é excretada pela urina ou

reciclada pela parede ruminal e saliva. Entretanto, este processo gasta energia, diminuindo a

disponibilidade de energia para o animal. Quando absorvida em grande quantidade, a amônia

pode exceder a capacidade hepática de detoxificação, acumular-se no sangue e causar

intoxicação, podendo levar à morte do animal. Por tudo isso se torna necessário um período

de adaptação dos animais por ocasião da inclusão de ureia na dieta (AZEVEDO et al. 2008).

A utilização do nitrogênio não-proteico de liberação gradativa no rúmen pode ser uma

estratégia para diminuir a utilização das fontes de proteína verdadeira em dietas para

ruminantes e tem como vantagens a capacidade de diminuir os riscos de intoxicação por ureia,

aumentar o espaço para inclusão de ingredientes na dieta, substituir fontes de proteína

verdadeira de alto custo e/ou disponibilidade limitada, podendo ainda melhorar o sincronismo

de nutrientes no rúmen sem comprometer o desempenho produtivo de animais. Com isso,

dietas que proporcionem nitrogênio não-proteico e proteína verdadeira no rúmen podem

melhorar a nutrição dos diferentes grupos de microrganismos ruminais, maximizando a

produção de proteína microbiana (SOUZA et al., 2010).

Observando a preocupação dos pesquisadores, no sentido da adaptação dos animais à

ureia e com base na hipótese de sincronização das taxas de degradação de nutrientes no

rúmen, desde a década de 60, tem-se buscado uma fonte de nitrogênio que mantenha os níveis

de amônia ruminal constantes ao longo do dia. Esse problema pode ser superado usando as

fórmulas de nitrogênio não protéico de liberação lenta, proporcionando assim uma maior

9
eficiência ao metabolismo animal, com economicidade e aumento da produtividade

(FERREIRA et al. 2005).

Os pesquisadores têm buscado cada vez mais o controle de liberação de N oriundo da

ureia, a fim de permitir maior sincronização com a degradabilidade dos carboidratos, sendo

estes mais aproveitados pelas bactérias ruminais, aumentando a eficiência e o fluxo de

proteína microbiana, reduzindo as necessidades de fontes proteicas verdadeiras e

consequentemente melhorando o desempenho animal (EUSTÁQUIO FILHO et al., 2008).

Com a implantação de novas tecnologias, ao decorrer dos últimos 30 anos foram

desenvolvidos produtos que visam o controle da liberação de NNP, com intuito de reduzir os

custos das dietas e melhorar a conversão do nitrogênio em proteína microbiana. Foi

desenvolvida uma ureia encapsulada por uma cera, capaz de promover a liberação lenta de

nitrogênio (ureia protegida)). Esta liberação lenta de nitrogênio pode chegar até 24 a 36 horas

após ingestão, proporcionando um melhor sincronismo com a liberação de energia da dieta,

tornando mais eficiente a conversão do nitrogênio em proteína microbiana (AKAY et al.,

2004).Assim, devido a menores dispêndios energéticos para reciclagem de amônia, pode se

dizer que os animais utilizam essa sobra energética para maiores taxas de crescimento

(ZIGUER ET al., 2012).

Os ensaios de liberação de amônia in situ são favoráveis ao uso do produto, pois

comprovam uma liberação mais gradual (FERREIRA et al., 2005), assim como trabalhos de

avaliação metabólica. No entanto, em experimentos de consumo, digestibilidade desempenho

não têm sido verificadas vantagens no uso de ureia de liberação lenta se comparado à ureia

comum (GALO et al., 2003).

10
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AKAY, V.; TIKOFSKY, J.; HOLTZ, C. et al. Optigen®1200: Controlled realease of non-
protein nitrogen in the rumen. Proceedings of the 20th Alltech Symposium, p. 179-185,
2004.

ASBRAM – Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais, 2007.

AZEVEDO, E.B; PATIñO, H.O; SILVEIRA, A.L.F. et al. Incorporação de ureia encapsulada
em suplementos protéicos fornecidos para novilhos alimentados com feno de baixa
qualidade. Revista Ciência Rural, Santa Maria, v.38, n.5, p.1381-1387, ago, 2008.

BANDYK, C.A. et al. Effect of ruminalvspostruminal administration of degradable protein on


utilization of low-quality forage by beef steers. Journal of Animal Science, v.79, p.225-
231, 2001.

BARBOSA, F. A. GRAÇA, D. S. Suplementação de bovinos de corte em pastagem na


época das águas. 2009.Disponível em:
<http://www.agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_suplementacao_bovinos.htm>
acessado dia 20 de abril de 2014.

BODINE, T.N.; PURVIS, H.T. Effects of supplemental energy and/ or degradable intake
protein on performance, grazing behaviour, intake, digestibility, and fecal and blood
indices by beef steers grazed on dormant native tallgrass prairie. Journal of Animal
Science, v.81, p.304-317, 2003.

CARVALHO, F.A.N. BARBOSA, F.A. McDOWELL, L.R. Nutrição de bovinos a pasto.


Belo Horizonte. 2003. 425p.

CATON, J.S.; DHUYVETTER, D.V. Influence of energy supplementation on grazing


ruminants: requeriments and responses. Journalof Animal Science, v.75, p.533-542,
1997.

CORSI, M. Parâmetros para intensificar o uso das pastagens. Bovinocultura de corte:


fundamentos da exploração racional. Piracicaba: FEALQ, 1993. p. 209-231.

EUCLIDES, V. P. B. Alternativas para intensificação da produção de carne bovina em


pastagem. Campo Grande: Embrapa gado de corte, 2000. 65p.

11
EUCLIDES, V. P. B. et al. Alternativas de suplementação para redução da idade de abate
de bovinos em pastagem de Brachiariadecumbens. Campo Grande: Embrapa-CNPGC,
1997. 25p. (Circular Técnica, 25).

EUCLIDES, V. P. B. Suplementação de bovinos de corte. In: Encontro Nacional da Indústria


de suplementos minerais, 2. Anais... São Paulo/SP, ASBRAM, 2001, CD-ROM.

EUCLIDES, V. P. B.; MEDEIROS, S.R. et al. Suplementação animal em pastagens e seu


impacto na utilização da pastagem. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM,
22, 2005, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Fealq, 2005. p.33-70.

EUSTAQUIO FILHO, A; SANTOS, P.E.F; YAMAMOTO, S.M. Utilização de ureia como


fonte de nitrogênio não protéico (NNP) para ruminantes. PUBVET, Londrina, V. 2, N. 32,
Ed. 43, Art. 335, 2008. Disponível em:
http://www.pubvet.com.br/artigos_det.asp?artigo=335. Acesso em: 20 de abril de 2014.

FAO – FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION. Livestosck’s long shadow:


environmental issues and options. Net Rome, 2006. Disponível em: <
http://www.fao.org/docrep/010/a0701e/a0701e00.htm>. Acesso em: 20 de abril de 2014.

FERNANDES, L.O. et al. Efeito da suplementação no desempenho de novilhos nelore


manejados em pastagem de Brachiariabrizanthacv. Marandu. In: REUNIÃO ANUAL DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 44., 2007, Jaboticabal. Anais...
Jaboticabal: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2007. CD-ROM

FERREIRA, R.N., et al. Liberação de nitrogênio amoniacal no rumen com o uso de ureia
encapsulada com polímero (Optigen 1200) (1), Reunião Anual da Sociedade Brasileira
de Zootecnia. Anais, 2005.

GALO, E. et al. Effects of a polymer-coated urea product onnitrogen metabolism in lactating


holstein dairy cattle. JournalofDairy Science, v.86, n.6, p.2154-2162, 2003.

GOES, R. H. T. B.; MANCIO, A. B.; LEÃO, M. I. et al. Efeito da frequência da


suplementação no desempenho de novilhos Nelore recriados em pasto de
Brachiariabrizantha, na região Amazônica. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 41, 2004, Campo Grande. Anais... Campo Grande:
SBZ, 2004. (CD-ROM).

12
GOES, R.H.T.B.; ALVES, D.D.; VALADARES FILHO, S.C.; MARSON, É.P. Utilização de
aditivos alimentares microbianos na alimentação de bovinos de corte e leite: Revisão.
Arquivo ciência veterinária zool. UNIPAR, 8(1): p. 47-56, 2005.

GRAHAM, H.; McCRACKEN, K. Yeasts in animal feeds. In: Recent Advances in Animal
Nutrition 2005.Garnsworthy, P.C.; Wiseman, J. (ed.). Nottingham University Press,
Nottingham, UK.p.169-211, 2006.

HENNING, P.H.; STEYN, D.G.; MEISSNER, H.H. Effect of synchronization of energy and
nitrogen supply on ruminal characteristics and microbial growth.Journal of Animal
Science, v. 71, p. 2516-2528, 1993.

HOOVER, W.H. and STOKES, S.R. Balancing carbohydrates and protein for optimum
rumen microbial yield. Journal of Dairy Science, v. 74, p.3630-3644, 1994.

IBGE . Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário 2012.


<http://www.ibge.gov.br> .

KÖSTER, H.H.; COCHRAN, R.C.; TITGEMEYER, E.C. Effect of increasing degradable


intake protein on intake and digestion of low-quality, tallgrass-prairie forage by beef
cows.Journal of AnimalScience, v.74, p.2473-2481, 1996.

LANA, R. P. Sistema de Suplementação Alimentar para Bovinos de Corte em Pastejo.


Simulação. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.31, n.1, p.223- 231, 2002.

MARTIN, S.A.; NISBET, D.J. Symposium: direct-fed microbials and rumen fermentation.
Journal of Dairy Science, v.75, n.6, p.1736-1744, 1992.

MARTINEZ, M. Levedura. 2008. Disponível em: http://www.infoescola.com/reino-


fungi/levedura/>. Acesso em 20 de abril de 2014.

MATHIS, C.P.; COCHRAN, R.C.; HELDT, J.S. et al. Effects of supplemental degradable
intake protein on utilization of medium-to-low quality forages. Journal of Animal
Science, v.78, p.224-232, 2000.

MINSON, D.J. Forage in ruminant nutrition. Academic Press: New York, 1990. 483p.

MOORE, J.E.; BRANT, M.H.; KUNKLE, W.E. et al. Effects of supplementation on


voluntary forage intake, diet digestibility, and animal performance.Journal of Animal
Science, v.77, n.2, p.122-135, 1999.

13
NEWBOLD, C.J.; WALLACE, R.J.; McINTOSH, F.M. Mode of action of the yeast
Saccharomyces cerevisiae as feed additive for ruminants.British Journal of Nutrition,
v.76, n.2, p.249- 261, 1996.

NOLLER, C. A.; NASCIMENTO Jr., D.; QUEIROZ, D. S. Exigências nutricionais de


animais em pastejo. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGENS, 13, 1996,
Piracicaba. Anais... Piracicaba: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, 1997.
p.151-184.

PAULINO, M.F.; ZERVOUDAKIS, J.T.; MORAES, E.H.B.K. et al. Bovinocultura de ciclo


curto em pastagens. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 3.2002,
Viçosa, MG. Anais... Viçosa, MG: SIMCORTE, 2002. p.153-196.

POPPI, D.P.; McLENNAN, S.R. Protein and energy utilization by ruminants at


pasture.Journalof Animal Science, v. 73, n.1, p. 278-290, 1995.

REIS, R.A., RODRIGUES, L.R.A., PEREIRA, J.R.A. Suplementação como estratégia de


manejo de pastagem. In: Simpósio sobre manejo de pastagem, 13, p.123-150, Anais...
Piracicaba, 1997.

ROCHA, M. G. Suplementação a campo de bovinos de corte.. In: Produção de bovinos de


corte. Porto Alegre, 1999, p. 77-95.

SOUZA, V.L.; ALMEIDA, R.; SILVA, D.F.F. et al. Substituição parcial de farelo de soja por
ureia protegida na produção e composição do leite. Arquivos de Medicina Veterinária
Zootecnia, v.62, n.6, p.1415-1422, 2010.

S'THIAGO, L. R. L.; SILVA, J. M. da. Suplementação a pasto: uma estratégia necessária para
a produção do novilho precoce. IN: DIA DE CAMPO PARDO-SUÍÇO CORTE 2002,
Campo Grande - MS: Embrapa Gado de Corte. abr. 2002. Disponível em: <
http://www.cnpgc.embrapa.br/eventos/2002/dcpardo/022introducao.html>. Acesso em 20
de abril de 2014.

TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. 827 p.

VALADARES FILHO, S.C.; MORAES, E.H.B.K.; MAGALHÃES, K.A. et al. Alternativas


para otimização da utilização de ureia para bovinos de corte. In: SIMPÓSIO DE
PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 4., 2004, Viçosa, MG. Anais... Viçosa, MG:
Universidade Federal de Viçosa, 2004. p.313-338.

14
VALADARES FILHO, S.de C.; PAULINO, P.V.R.; MAGALHÃES, K.A. et al. Modelos
nutricionais alternativos para otimização de renda na produção de bovinos de corte. In:
SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 3, Viçosa, MG. Anais... p. 197-
254, 2002.

VALLE, C.B.; EUCLIDES, V.P.B.; MACEDO, M.C.M. Características das plantas


forrageiras do gênero Brachiaria. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGEM,
17., Piracicaba, 2000. Anais... Piracicaba: FEALQ, 2000, p.21-64.

VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2ª ed. New York: Cornell
University Press, 1994. 476 p.

VOLTOLINI, T. V.; MOREIRA, J. N.; NOGUEIRA, D. M.; et al. Fontes proteicas no


suplemento concentrado de ovinos em pastejo. Animal Sciences, Maringá, v. 31, n. 1, p.
61-67, 2009.

ZANETTI, G; ROSI JÚNIOR, P; FERNANDES, S. R; SCHMIDT, P. Uso de leveduras


como probióticos na alimentação de bovinos de corte. 2010. Disponível
em<:http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/nutricao/uso-de-leveduras-como-
probioticos-na-alimentacao-de-bovinos-de-corte-68365n.aspx>. Acesso em 20 de abril de
2014.

ZIGUER, E.A; ROLL, V.F.B; BERMUDES, R.F. et al. Desempenho e perfil metabólico de
cordeiros confinados utilizando casca de soja associada a diferentes fontes de nitrogênio
não-proteico. Revista Brasileira de Zootecnia, v.41, n.2, p.449-456, 2012.

15
4. CAPITULO 1

4.1. Introdução

O Brasil é um dos países de maior potencial de produção pecuária em pasto,

determinado principalmente pelas suas condições climáticas e vasta extensão territorial. As

plantas forrageiras, tal como qualquer outra planta de interesse econômico, necessitam estar

bem nutridas para que apresentem uma boa produção, conjugada com adequado valor

nutritivo, visando ao atendimento das exigências dos animais (Costa et al. 2005).

Com base, no consumo reduzido e no baixo valor energético da maioria das forrageiras,

a energia seria um dos fatores limitante para atender as exigências nutricionais. Porém, a

energia tem sido considerada um fator de segunda importância, já que a correção da

deficiência de proteína das forrageiras tem recebido maior atenção (Goes et al., 2009).

Diante da competição por produtos tradicionais na suplementação animal, como soja e

milho, estratégias devem ser implantadas a fim de substituir total ou parcialmente esses

produtos sem afetar o desempenho animal. Com esse intuito, a inclusão de aditivos como

ureia protegida e leveduras vivas para melhorar a fermentação ruminal, são estratégias para

otimizar o aproveitamento dos alimentos e melhorar seu desempenho produtivo. Segundo

Martin & Nisbet (1992), as culturas de leveduras podem atuar modificando a fermentação

ruminal basicamente de duas formas: fornecendo fatores estimulatórios para as bactérias do

rúmen principalmente as celulolíticas e absorvendo o oxigênio que entra no ambiente ruminal.

Embora o conteúdo ruminal seja essencialmente anaeróbico, pequenas concentrações de

oxigênio dissolvido provenientes do alimento e da saliva podem ser encontradas.

Por outro lado a utilização da ureia protegida com taxa de liberação de nitrogênio

amoniacal (N-NH3) mais lenta aumenta-se o sincronismo do nitrogênio (N) com a

disponibilidade energética, o que pode permitir melhor utilização do N da dieta. Devido a essa

liberação lenta e constante, talvez a substituição da proteína verdadeira por NNP (nitrogênio

16
não proteico) possa ser maior, extrapolando as recomendações tradicionais para o uso da

ureia.

Nesse sentido, objetivou-se avaliar a inclusão da levedura ativa e da ureia protegida em

suplementos proteico-energéticos para bovinos sob pastejo quanto ao: consumo e

digestibilidade de nutrientes, concentração de nitrogênio amoniacal, eficiência de síntese de

proteína microbiana, balanço de compostos nitrogenados e desempenho produtivo.

4.2. Material e Métodos

O experimento foi conduzido na Fazenda Uirapuru, localizada no município de Alta

Floresta-MT, durante o período de transição águas-seca entre os meses de março a junho de

2013.

Para avaliação dos parâmetros nutricionais, a área experimental foi constituída de cinco

piquetes, com área de 0,25 hectares (ha) cada, formados com Brachiaria brizantha cv.

Marandu, providos de bebedouros e comedouros. Foram utilizados cinco novilhos Nelore,

não-castrados, com peso médio inicial de 390 kg. O experimento foi estruturado em

delineamento quadrado latino (5x5), sendo composto por cinco períodos experimentais com

15 dias de duração, sendo os sete primeiros destinados à adaptação dos animais.

Para avaliação do desempenho, foram utilizados 75 novilhos Nelore, não castrados, com

idade e peso médio inicial de 24 meses e 410 kg, respectivamente. O experimento foi

estruturado em delineamento inteiramente casualizado sendo cinco tratamentos e quinze

repetições. O experimento foi constituído de três períodos de 37 dias, totalizando 111 dias. A

área experimental destinada aos animais de desempenho, foi constituída de cinco piquetes,

contendo 11 ha cada formados com gramínea Brachiaria brizantha cv. Marandu, providos de

bebedouros e comedouros.

17
Para minimizar a possível influência da variação na disponibilidade de MS de pasto

entre os piquetes, procedeu-se o rodízio dos animais entre os piquetes a cada 15 dias,

mantendo-se a aplicação dos mesmos tratamentos pré-designados a eles.

No início dos trabalhos e a cada 15 dias foram efetuadas amostragens do pasto por meio

de dois métodos. Pelo primeiro método, amostras de forragem foram coletadas, através do

corte a 10 cm do solo de cinco áreas delimitadas por um quadrado metálico de 1,0 x 1,0 m,

escolhidas aleatoriamente em cada piquete experimental para estimar a disponibilidade total.

O segundo método constituiu na amostragem do pasto consumido pelos animais em

desempenho, realizada via simulação manual de pastejo, possibilitando uma estimativa

aceitável da dieta selecionada por animais em regime de pastejo (Moraes et al., 2005).

Das amostras destinadas à estimativa da disponibilidade total de MS de forragem, foi

calculado o percentual de MS potencialmente digestível (MSpD) ofertada aos animais. Esse

resultado foi obtido por intermédio do resíduo insolúvel em detergente neutro avaliado após

incubação in situ das amostras por 240 horas (Casali et al., 2008), segundo a equação descrita

por Paulino et al. (2006): MSpD = 0,98x(100 − FDN) + (FDN − FDNi) em que: 0,98 = coeficiente de

digestibilidade verdadeira do conteúdo celular; FDNi = FDN indigestível.

Todas as amostras de forragem foram pré-secas em estufa com ventilação forçada a

65ºC por 72 horas e, posteriormente, moídas até atingirem granulometria de 1,0 mm, exceto

para as análises de FDNi que foram moídas em peneira de 2,0 mm de diâmetro.

Os suplementos fornecidos aos animais foram: suplementação mineral (Controle),

protéico-energético (PE), protéico-energético com levedura (PE+L), protéico-energético com

ureia protegida (PE+UP), protéico-energético com ureia protegida e levedura (PE+LUP)

(Tabela 1), sendo ofertados diariamente às 10:00 horas, em quantidade de 1,0 kg.animal-1.

Para avaliação do desempenho os animais foram pesados a cada 37 dias.

18
Nas amostras do pasto e suplementos, foram analisados as concentrações de matéria

seca (método Nº 934.01), matéria orgânica (MO, método Nº 942.05), proteína bruta (PB,

método Nº 954.01) e extrato etéreo (EE, método Nº 920.39) de acordo com a AOAC (1990).

Por outro lado as determinações de FDN e FDA seguiram os métodos de Van Soest e

Robertson (1985). As amostras foram tratadas com alfa-amilase termo-estável sem uso de

sulfito de sódio, (Mertens, 2002) e para o resíduo de compostos nitrogenados (Licitra et al.,

1996).

As análises de FDN foram realizadas em sistema Ankon, utilizando sacos de TNT

(tecido-não-tecido), com dimensões de 5 x 5 cm, mantendo-se relações médias de 20 mg de

MS por cm2 de tecido (Nocek, 1988), e 100 mL de detergente neutro.g-1 de amostra seca ao ar

conforme preconizado por Mertens (2002). Os teores de carboidratos não-fibrosos foram

calculados conforme proposto por Hall (2000).

O fornecimento do indicador aos animais, para estimar a excreção fecal, foi realizado

entre o terceiro e 12o dia experimental, sendo fornecidos 15,0 g de óxido crômico por dia. O

indicador foi acondicionado em cartuchos de papel e introduzido diretamente no esôfago dos

animais às 11:00 horas.

Amostras de fezes foram coletadas entre o 9º e o 13º dia do período experimental

seguindo distribuição: 9° dia (16:00 h), 11º dia (12:00 h), e 13° dia (8:00 h). As fezes foram

coletadas diretamente no reto dos animais (aproximadamente 200g).

Após as coletas, as amostras fecais foram pré-secas em estufa de ventilação forçada a 65

ºC por 72 horas, quando então foram moídas até atingirem granulometria de 1,0 mm, exceto

para as análises de FDNi que foram moídas em peneira de 2,0 mm de diâmetro.

Foram realizadas coletas de amostras “spot” de urina (10 mL), em micção espontânea

dos animais, e do sangue realizadas aproximadamente quatro horas após o fornecimento do

suplemento. Após as coletas, as amostras de urina foram diluídas em 40 mL de H2SO4 0,036

19
N e congeladas a -20 oC para posterior determinação dos teores de creatinina, acido úrico,

alontoína e ureia, segundo Barbosa et al. (2006). As amostras de sangue foram coletadas ao

final do período de coleta de urina utilizando-se tubos de vacuntainer, sendo as amostras

imediatamente centrifugadas e o soro congelado.

As amostras de líquido ruminal foram coletadas quatro horas após o fornecimento dos

suplementos, para estimar a concentração de amônia, onde foi separada uma alíquota de 50

mL, que foi fixada com 1,0 mL de H2SO4 (1:1), sendo acondicionada em recipiente de

plástico, identificada e congelada a -20 °C para posterior análise laboratorial.

A excreção fecal foi estimada utilizando-se o óxido crômico (Burns et al. 1994),

aplicado em dose única diária (15 g.animal-1), entre o terceiro e décimo terceiro dia

experimental, sendo calculada com base na razão entre a quantidade do indicador fornecido e

sua concentração nas fezes. As estimativas do consumo voluntário foram obtidas

empregando-se como indicador interno a fibra em detergente neutro indigestível (FDNi),

utilizando-se a seguinte equação: CMS = [(EF × CIF ) − IS ] + CMSS , em que: EF = excreção fecal
CIFO

(kg.dia-1); CIF = concentração do indicador nas fezes (kg.kg-1); IS = indicador presente no

suplemento (kg.dia-1); CIFO = concentração do indicador na forragem (kg.kg-1) e CMSS =

consumo de matéria seca de suplemento (kg.dia-1).

Para relacionar o consumo ao peso corporal (PC) dos animais foi utilizado como

referência o peso médio no período, estimado pela média entre os valores inicial e final de

cada período.

As amostras de urina foram analisadas quanto aos teores de nitrogênio e de

creatinina, empregando-se kits comerciais. O cálculo do volume urinário diário foi feito

empregando-se a relação entre a excreção diária de creatinina (EC), proposta por Barbosa et

al. (2006), e a sua concentração nas amostras spot. As análises de alantoína e de ácido úrico

na urina foram feitas pelo método colorimétrico, conforme método de Fujihara et al. (1987),

20
citados por Chen & Gomes (1992). A excreção total de derivados de purinas foi calculada

pela soma das quantidades de alantoína e ácido úrico excretadas na urina, expressas em

mmol.dia-1. As purinas absorvidas (Y, mmol.dia-1) foram calculadas a partir da excreção de

derivados de purinas (X, mmol.dia-1) por intermédio da equação: Y= (X – 0,301*

PV0,75)/0,80, em que 0,80 igual à recuperação de purinas absorvidas como derivados de

purinas e 0,301*PV0,75, a contribuição endógena para a excreção de purinas.

A síntese ruminal de compostos nitrogenados (Y, g Nmic.dia-1), foi calculada em função

das purinas absorvidas (X, mmol.dia-1), utilizando-se a equação descrita por Chen & Gomes

(1992): Y = 70X/0,93*0,137*1000, em que 70 é o conteúdo de N nas purinas (mg N.mmol-1),

0,93 a digestibilidade verdadeira das purinas e 0,137 a relação N purinas: N-total media nas

bactérias isoladas no rúmen (Barbosa et al., 2011). O balanço dos compostos nitrogenados

(BN) foi obtido pela diferença entre o total de N ingerido e o total de N excretado nas fezes e

na urina.

Os resultados foram submetidos à análise de variância e à comparação entre médias por

intermédio da decomposição da soma de quadrados relacionada a esta fonte por intermédio de

contrastes ortogonais: Suplemento mineral versus suplemento proteico-energético;

Suplemento proteico-energético sem levedura ativa versus Suplemento proteico-energético

com levedura ativa; Suplemento proteico-energético sem ureia protegida versus suplemento

concentrado com ureia protegida, Interação ureia protegida e levedura ativa no suplemento

proteico-energético. Os dados foram analisados por meio de modelos mistos do SAS, versão

9.0. Para todos os procedimentos estatísticos adotou-se α = 0,10 como limite máximo

tolerável para o erro tipo I.

21
4.3. Resultados e Discussão

O pasto apresentou teor médio de PB de 8,80% (Tabela 2), sendo superior ao valor de

7,0% relatado por Minson (1990), como mínimo necessário para que os microrganismos

tenham condições de utilização dos substratos energéticos fibrosos da forragem ingerida.

A oferta de MSpd foi de 75,0 g.kg-1 de PC, valor que encontrou-se acima de 40 a 60

g.kg-1 de PC para otimização do desempenho de bovinos de corte em pastejo sugerido por

Paulino et al. (2008), demonstrando que a quantidade ofertada não foi entrave para a

capacidade seletiva dos animais e consequentemente a maximização do consumo de pasto.

No entanto, verificou-se incremento (P<0,10) no consumo de nutrientes e MS de pasto

nos animais que receberam suplementos concentrados em relação aos que receberam

suplementação mineral. Este maior consumo de MS do pasto se deve ao fato de uma melhora

na digestibilidade da MS, permitindo um maior esvaziamento ruminal o que pode estar

relacionado com os melhores efeitos associativos dos suplementos concentrados.

Segundo Detmann et al. (2010), o efeito interativo da suplementação com compostos

nitrogenados seria caracterizado por eventos em cadeia, nos quais a maior disponibilidade de

nitrogênio promoveria a síntese de enzimas para a degradação da fibra. Por sua vez, a maior

degradação da fibra implicaria maior disponibilidade de energia para produção animal.

Newbold et al. (1996), constataram que as leveduras (Saccharomyces cerevisiae),

removem o oxigênio que chega ao rúmen através do alimento e saliva, proporcionando

aumento no número de bactérias celulolíticas, e as bactérias que utilizam ácido lático são

estimuladas pela presença de ácidos dicarboxilicos. Com maior número de bactérias

celulolíticas, pode-se ter maior digestibilidade da MS, o que poderia refletir em maior

consumo de forragem. No entanto, a inclusão de levedura ativa e ureia protegida nos

suplementos, não teve efeito significativo (P>0,10) sobre o consumo de nutrientes e MS do

pasto (Tabela 3).

22
Maiores digestibilidades (P<0,10) para MS e MO foram observadas nos animais que

receberam suplementação concentrada em relação à suplementação mineral (Tabela 4). Isso

pode ser explicado pelo maior aporte de aminoácidos aos microorganismos, como também

uma melhor sincronia de aproveitamento da amônia oriunda da ureia convencional em função

da qualidade do pasto. Contudo não foi observado efeito (P>0,10) da inclusão de levedura

ativa e ureia protegida nos suplementos concentrados sobre a digestibilidade dos nutrientes.

Da mesma forma, Cabrera et al. (2000), trabalhando com animais cruzados em

pastagens tropicais recebendo 2 kg de concentrado.cabeça-1 por dia, não encontraram

diferenças para os valores de digestibilidade de FDN e FDA com o uso de levedura na dieta.

Corroborando os resultados Pereira et al. (2001), avaliando o efeito da Saccharomyces

cerevisiae (10g.dia-1) também não encontraram diferenças significativas na digestibilidades de

MS, MO, PB, e FDN. Por outro lado, Desnoyers et al. (2009), relataram que a digestibilidade

da matéria orgânica (MO) foi aumentada pela suplementação com leveduras vivas.

Na Tabela 5 são apresentados os valores para as concentrações de nitrogênio amoniacal

ruminal (NH3; mg.dL-1), nitrogênio ureico no soro (NUS; mg.dL-1), consumo de nitrogênio

(CN; g.dia-1), excreção fecal de nitrogênio (EFN; g.dia-1), excreção urinária de nitrogênio

(EUN; g.dia-1), balanço nitrogenado aparente (BN; g.dia-1) e eficiência de síntese de proteína

microbiana (EFM; g PB microbiana.kg-1 de MOD) em função dos suplementos.

Não houve diferença (P>0,10) em relação ao nitrogênio ureico no soro (NUS), entre os

tratamentos que receberam suplementação concentrada independente da fonte de proteína

utilizada, o que pode ser explicado pelo fato da proteína dietética ter sido similar para todos os

tratamentos. Os valores encontrados para o NUS, ficaram próximos à margem mínima

considerada normal para bovinos, que variam de 10 a 30 mg.dL-1 (Swenson & Reece, 1996),

fato que indica melhor eficácia no uso da proteína dietética pelos animais. Segundo Staples et

al. (1993), estas concentrações são indicadores da proteína não utilizada pelo animal. Por

23
outro lado valores inferiores (P<0,10) foram encontrados nos animais que receberam

suplementação mineral. Isso pode ser explicado pelo fato que os animais sob suplementação

mineral, apresentaram menor consumo de PB (Tabela 3), estando de acordo com a afirmação

de Valadares et al. (1999), que a concentração sérica de ureia está positivamente relacionada à

ingestão de nitrogênio.

A concentração de amônia ruminal foi menor (P<0,10) nos animais que receberam

apenas suplementação mineral (Tabela 5). Isso pode estar associado a maior quantidade de

proteína consumida pelos animais que receberam o suplemento concentrado.

Os valores médios encontrados em cada tratamento estão acima do valor considerado

por Satter e Slyter (1974) como limitante para adequada fermentação ruminal (5 mg.dL-1 de

N-NH3), indicando, desta forma, que a amônia ruminal não limitou o crescimento microbiano

em nenhum dos tratamentos.

Porém, nos animais suplementados estas concentrações não foram superiores aos 23,0

mg.dL-1 de líquido ruminal recomendados por Mehrez et al. (1977) como ideais para a

maximização da taxa de fermentação ruminal. Leng (1990) afirmou que, em condições

tropicais, são necessários mínimos de 10 mg.100 mL-1 e 20 mg.100 mL-1 para maximização

da digestão e do consumo de MS, respectivamente.

Neste sentido, como as concentrações ruminais de N-NH3 não diferiram entre os

suplementos, os aditivos avaliados não influenciaram a disponibilidade de N-NH3 no rúmen.

A inclusão de levedura nos suplementos não proporcionou efeito (P>0,10) na

concentração de N-NH3, resultado que corrobora os resultados de Gattas et al. (2008), Zeoula

et al. (2011) e Prohmann et al. (2013), os quais também não observaram mudanças no N-NH3

ruminal, quando incluíram a levedura nos suplementos.

Muitos trabalhos encontrados na literatura reforçam que a adição de cultura de levedura

em dietas ricas em concentrado e em volumoso não tem influenciado a concentração média de

24
N-NH3 ruminal (Malcolm & Kiesling, 1990; Mutsvangwaet al., 1992; Mir & Mir, 1994;

Pereira et al., 2001; Franco et al., 2004).

A eficiência de síntese microbiana (EFM), não sofreu influência (P>0,10) dos

suplementos estudados. Para todas as outras variáveis houve diferença significativa quando se

comparou a suplementação proteica energética versus suplementação mineral (P<0,10).

Quando se comparou as mesmas variáveis entre os diferentes tratamentos protéico energéticos

não houve diferença significativa (P>0,10).

A eficiência de síntese de proteína microbiana depende da disponibilidade de

carboidratos e de nitrogênio no rúmen (NRC, 2001). Assim, o crescimento microbiano é

maximizado pela sincronização entre a disponibilidade da energia fermentável e o N

degradável no rúmen (Dewhurst et al., 2000). Como não houve efeito com relação ao tipo de

suplementação oferecido aos animais sobre a eficiência microbiana (P>0,10) infere-se, desta

forma, que não houve restrições significativas de carboidratos e proteínas que limitassem o

crescimento microbiano.

Considerando a importância da fermentação microbiana na digestão em ruminantes, é

importante a avaliação do N disponível para a absorção pelo animal. De acordo com Silva &

Leão (1979) o balanço de compostos nitrogenados (BN) é um método de avaliação dos

alimentos e do estado nutricional do corpo do animal e consiste em determinar a ingestão de

nitrogênio e todas as suas perdas pelo corpo, inclusive na pele e nos pelos. Neste contexto, o

balanço de nitrogênio (BN) superior (P<0,10) para os animais que receberam a suplementação

protéica, o que retrata possivelmente o maior aproveitamento do N dietético. O consumo de

MS superior (P<0,10) dos animais que foram suplementados com concentrado é resultado de

uma melhor disponibilidade e eficiência na utilização de nitrogênio favorecendo a população

de bactérias ruminais e aumentando a taxa de passagem dos alimentos. Este fato se confirma

25
pelo balanço de nitrogênio, que apesar de ter sido positivo em todos os tratamentos, foi

superior (P<0,10) nos animais que consumiram suplementos protéico-energético.

O melhor desempenho dos animais que consumiram suplementos proteico-energéticos

(Tabela 6) pode estar relacionado ao maior consumo de MS de pasto e de PB e CNF, uma vez

que o desempenho animal depende diretamente do consumo de matéria seca digestível

(Mertens, 1994; Moore, 1999).

Dessa forma houve diferença (P<0,10) para o PC final (PCF), ganho de peso total

(GPT) e ganho médio diário (GMD), quando se comparou a suplementação mineral com

suplementação proteico-energética (Tabela 6).

Por outro lado, a inclusão de levedura ativa e ureia protegida não melhoraram o

desempenho dos animais em comparação com a suplementação proteico-energética (Tabela

6). Desnoyers et al. (2009), observaram que quanto maior o consumo de MS e maior a

proporção de concentrado na dieta, maior o efeito positivo da adição de levedura no controle

do pH ruminal e o efeito negativo na concentração de ácido lático tende a ser acentuada pela

maior proporção de concentrado na dieta. Assim segundo Wallace (1994), os efeitos da

utilização de leveduras são altamente dependentes da dose e da dieta fornecida.

O efeito benéfico da levedura ocorre apenas em dietas com alto teor de carboidratos

solúveis e de parede celular altamente digestível, corroborando a hipótese de que o ambiente

ruminal é melhorado com o uso deste aditivo (Santos et al., 2006). No entanto, vários fatores

podem afetar o desempenho animal à suplementação com leveduras, destacando-se a presença

de fatores causadores de estresse, nível de produção almejado, fase de desenvolvimento do

animal, tipo de forragem disponível, estratégia de alimentação e proporção

volumoso:concentrado da dieta.

Apesar do valor de PB da forragem (Tabela 3), estar um pouco acima do mínimo

necessário (7%), para garantir a fermentação dos carboidratos estruturais no rúmen (Minson,

26
1990), é sabido, que parte dessa PB encontra-se em fração indisponível para a degradação dos

microorganismos. No entanto o fornecimento de suplementos permite suprir os requerimentos

em proteína degradada no rúmen (PDR) para crescimento microbiano e atividade fermentativa

adequada (Dove, 1996).

Cabrera et al. (2000) trabalhando com animais cruzados em pastagens tropicais

recebendo suplementação não encontraram diferenças no ganho médio diário, na ingestão de

matéria seca e digestibilidade de FDN e FDA com o uso de levedura na dieta.

Segundo Wallace (1994), os efeitos da utilização de leveduras são altamente

dependentes da dose e da dieta fornecida, sendo o estímulo ao crescimento microbiano central

da ação benéfica das culturas de levedura no rúmen.

4.4. Conclusão

1. O fornecimento de suplementos proteico-energéticos proporciona maior consumo de

matéria seca de pasto e melhor balanço de compostos nitrogenados que reflete em maior

desempenho de bovinos a pasto no período de transição aguas-seca.

2. Bovinos de corte em pastejo durante o período de transição aguas-seca não apresentam

melhorias quanto ao consumo e digestibilidade de nutrientes e desempenho diante da adição

de levedura ativa e ureia protegida.

4.5. Referências bibliográficas

AOAC 1990. Official Methods of Analysis, 15th ed. AOAC International, Arlington.
BRODY, T. Nutritional biochemistry. San Diego: Academy Press, 1993. 658p.
BARBOSA, A.M., VALADARES, R.F.D., VALADARES FILHO, S.C., PINA, D.S.,
DETMANN, E., LEÃO, M.I. Endogenous fraction and urinary recovery of purine derivatives
obtained by different methods in Nellore cattle. Journal of Animal Science, v.89, p.510-519,
2011.

27
BARBOSA, A.M.; VALADARES, R.F.D.; VALADARES FILHO, S.C.; VÉRAS,R.M.L.;
LEAO, M.I.; DETMANN, E.; PAULINO, M.F.; MARCONDES, M.I.; SOUZA, M.A. Effect
of urinary collection days, concentrate levels and protein sources on creatinine, urea and
purine derivatives excretions and microbial protein synthesis in Nellore cattle. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.35, n.3, p. 870- 877, 2006.
BURNS, J.C., POND, K.R., FISHER, D.S. Measurement of forage intake. In: FAHEY JR.,
G.C. (Ed.) Forage quality, evaluation, and utilization. Winsconsin: American Society of
Agronomy. p.494-532, 1994.
CABRERA, E.J.I.; MENDONZA, M.G.D.; ARANDA, I.E.; GARCÍA-BOJALIL, C.;
BÁRCENA, G.R.; RAMOS, J.J.A. Saccharomyces cerevisiae and nitrogenous
supplementation in growing steers grazing tropical pastures. Animal Feed Science and
Technology, v. 85, p.49-55, 2000.
CASALI, A.O.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C.; PEREIRA, J.C.;
HENRIQUES, L.T.; FREITAS, S.G.; PAULINO M.F. Influência do tempo de incubação e do
tamanho de partículas sobre os teores de compostos indigestíveis em alimentos e fezes
bovinas obtidos por procedimentos in situ. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.2, p.335-
342, 2008.
CHEN, X. B.; GOMES, M. J. Estimation of microbial protein supply to sheep and cattle
based on urinary excretion of purine derivatives—An overview of technical details.
International Feed Research Unit. Rowett Research Institute, Aberdeen, UK. (Occasional
publication), 1992, 21p.
COSTA, K.A.P; ROSA, B; OLIVEIRA, I.P; CUSTÓDIO, D.P; SILVA, D.C. Efeito da
estacionalidade na produção de matéria seca e composição bromatológica da Brachiaria
brizantha cv. Marandu. Ciência Animal Brasileira v. 6, n. 3, p. 187-193, jul./set. 2005.
DESNOYERS, M.; GIGER-REVERDIN, S.; BERTIN, G.; DUVAUX-PONTER, C.;
SAUVANT, D. Meta-analysis of the influence of Saccharomyces cerevisiae supplementation
on ruminal parameters and Milk production of ruminants. Journal of Dairy Science, v. 92, p.
1620-1632, 2009.
DETMANN, E.; PAULINO, M.F.; VALADARES FILHO, S.C. Otimização do uso de
recursos forrageiros basais. In: VII SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 7,
2010 Viçosa. Anais… SIMCORTE , 2010, p. 191-240.
DEWHURST, R.J.; DAVIES, D.R.; MERRY, R.J. Microbial protein supply from the
rumen. Animal Feed Science and Technology, v.85, p.1-21, 2000.
DOVE, H. The ruminant, the rumen and the pasture resource: nutrient interactions in grazing
animal. In: HODGSON, J.; JILLIUS, A.W. (Eds.) The ecology and management ingrazing
systems. 2.ed. London: CAB International, 1996. p.219-246.
FRANCO, G.L.; SILVA, F.S.; ROCHA, M.S.T.; FERREIRA, R.F.; RAMOS, A.K.B.;
CAIXETA, E. B.; MEDEIROS, L.Q. Efeito da suplementação com levedura e enzimas
fibrolíticas sobre os parâmetros ruminais pH e nitrogênio amoniacal em bovinos alimentados
com feno de coast-cross. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ZOOTECNIA, 41., 2004, Campo Grande. Anais... Campo Grande: Sociedade Brasileira de
Zootecnia, [2004]. (CD-ROM).
FUJIHARA, T.; ORSKOV, E.R.; REEDS, P.J.; KYLE, D.J. The effect of protein infusion on
urinary excretion of purine derivatives in ruminants nourished by intragastric nutrition. The
Journal of Agricultural Science, v.109, n.1, p.7-12, 1987.

28
GATTAS, C.B.A.; MORAIS, M.G.; ABREU, U.G.P.; FRANCO, G. L.; STEIN, J.; LEMPP,
B. Efeito da suplementação com cultura de levedura na fermentação ruminal de bovinos de
corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, p.711-716, 2008.
GOES, R.H.T.B.; MANCIO. A.B.; ALVES, D.D.; LANA, R.P.; CECON, P.R.; FREITAS,
T.B.; BRABES, K.C.S. Desempenho de novilhos mantidos em pastagens submetidos à
suplementação proteica e proteico-energética, durante a época seca. Revista Brasileira de
Saúde e Produção Animal, v.10, n.4, p.907-916, 2009.
HALL, M.B. Neutral Detergent-Soluble Carbohydrates Nutritional Relevance And
Analysis. Institute of Food and Agricultural Sciences, University of Florida. Bulletin 339,
2000.
LENG, R.A. Factors affecting the utilization of poor quality forages by ruminants particularly
under tropical conditions. Nutrition Research Reviews, v.3, n.1, p.277-303, 1990.
LICITRA, G.; HERNANDES, T.M.; VAN SOEST, P.J. Standardization of procedures for
nitrogen fractionation of ruminants feeds. Animal Feed Science and Technology, v.57,
p.347-358, 1996.
MALCOLM, K.J.; KIESLING, H.E. Effects of whole cottonseed and live yeast culture on
ruminal fermentation and fluid passage rate in steers. Journal of Animal Science , v.68, n.7,
p.1965-1970, 1990.
MARTIN, S.A.; NISBET, D.J. Symposium: direct-fed microbials and rumen fermentation.
Journal of Dairy Science, v.75, n.6, p.1736-1744, 1992.
MEHREZ, A.Z.; ØRSKOV, E.R.; McDONALD, I. Rates of rumem fermentation in relation
to ammonia concentration. British Journal of Nutrition, v.38, n.3, p.437-443, 1977.
MERTENS, D.R. Gravimetric determination of amylase treated neutral detergent fiber in
feeds with refluxing in beakers or crucibles: Collaborative study. Journal of AOAC
International. V.85, n.6, p.1212-1240, 2002.
MERTENS, D.R. Regulation of forage intake. In: FAHEY Jr., G.C.(Ed.) Forage quality,
evaluation and utilization. Lincoln:American Society of Agronomy, 1994. p.450-493.
MINSON, D.J. Forage in ruminant nutrition. Academic Press: New York, 1990. 483p.
MIR, Z.; MIR, P.S. Effects of the addition if live yeast (Saccharomyces cerevisae) on growth
and carcass quality of steers fed high-forage or high-grain diets and on feed digestibility and
in situ degradability. Journal of Animal Science, v.72, n.3, p.537-545, 1994.
MOORE, J.E.; BRANT, M.H.; KUNKLE, W.E.; HOPKINS, D.I. Effects of supplementation
on voluntary forage intake, diet digestibility, and animal performance. Journal of Animal
Science, v.77, n.2, p.122-135, 1999.
MORAES, E.H.B.K de; PAULINO, M.F.; ZERVOUDAKIS, J.T.; VALADARES FILHO, S,
C.; MORAES, K.A.K. Avaliação qualitativa da pastagem diferida de Brachiaria decumbens
Stapf., sob pastejo, no período da seca, por intermédio de três métodos de amostragem.
Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.1, p.30.35, 2005.
MUTSVANGWA, T.; EDWARDS, I.E.; TOPPS, J.H.; PATERSON, G.F.M. The effect of
dietary inclusion of yeast culture (Yea-Sacc) on patterns of rumen fermentation, food intake
and growth of intensively fed bulls. Animal Production, v.55, n.1, p.35-40, 1992.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC. Nutrient requirements of dairy cattle. 7 ed.
Washington, DC: Academic Press, 2001. 381p.

29
NEWBOLD, C.J.; WALLACE, R.J.; McINTOSH, F.M. Mode of action of the yeast
Saccharomyces cerevisiae as feed additive for ruminants. British Journal of Nutrition, v.76,
n.2, p.249- 261, 1996.
NOCEK, J.E. In situ and other methods to estimate ruminal protein and energy digestibility: a
review. Journal of Dairy Science, v.71, p.2051-2069, 1988.
PAULINO, M. F.; ACEDO, T.S; SALES, M.F.L.; FIGUEIREDO, D.M.; MORAES,
E.H.B.K. Suplementação como estratégia de manejo das pastagens. In: Volumosos na
produção de ruminantes: Valor alimentício de forragens. Jaboticabal. Anais... p.87-100. 2003.
PAULINO, M.F.; DETMANN, E.; VALENTE, E.E.L. BARROS, L.V. Nutrição de bovinos
em pastejo. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO ESTRATÉGICO DA PASTAGEM, 4, 2008,
Viçosa. Anais... Viçosa: DZO-UFV, 2008. p.131-169.
PAULINO, M.F.; MORAES, E.H.B.K.; ZERVOUDAKIS, J.T.; ALEXANDRINO, E.;
FIGUEIREDO, D.M. Fontes de energia em suplementos múltiplos de auto-regulaçãode
consumo na recria de novilhos mestiços em pastagens de Brachiaria decumbens durante o
período das águas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.3, p.957-962, 2005.
PAULINO, M.F.; ZAMPERLINI, B.; FIGUEIREDO, D. M.; MORAES, E.H.B.K.;
FERNANDES, H.J.; PORTO, M.O.; SALES, M.F.L.; PAIXÃO, M.L.; ACEDO, T.S.;
DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C. Bovinocultura de precisão em pastagens. In:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 1., Viçosa, MG.
Anais… 2006, p.361-411.
PEREIRA, E.S.; QUEIROZ, A.C.; PAULINO, M.F.; CECON, P.R.; VALADARES FILHO,
S.C.; MIRANDA, L.F.; ARRUDA, A.M.V.; FERNANDES, A.M.; CABRAL, L.S. Fontes
nitrogenadas e uso de Saccharomyces cerevisiae em dietas à base cana-de-açúcar para
novilhos: consumo, digestibilidade, balanço nitrogenado e parâmetros ruminais. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.30, n.2, p.563-572, 2001.
PROHMANN, P.E.F.; BRANCO, A.F.; JOBIM, C.C.; CECATO, U.;TEIXEIRA, S.; PARIS,
W.; GOES, R.H.T.B.; OLIVEIRA, M.V.M.; GRANZOTO, F. Suplementação e cultura de
levedura na alimentação de bezerros de corte em pastagem de aveia e azevém. Arq. Bras.
Med. Vet. Zootec., v.65, n.4, p.1165-1175, 2013.
SANTOS, F. A. P., CARMO, C., MARTINEZ, J. C., PIRES, A. V., & BITTAR, C. M. M.
Desempenho de vacas em lactação recebendo dietas com diferentes teores de amido total,
acrescidas ou não de levedura (Saccharomyces cerevisiae). Revista Brasileira de Zootecnia,
35(4), 1568-1575, 2006.
SAS Institute Inc. (2002) Statistical Analysis System user's guide. Version 9.0. Cary,
Statistical Analysis System Institute. 513p.
SATTER, L.D.; SLYTER, L.L. Efectofammoniaconcentrationonrumen microbial protein in
vitro. British Journal of Nutrition, v.32, n.2, p.199-208, 1974.
SILVA, C.J.F.; LEÃO, M.I. Fundamentos da nutrição de ruminantes. Piracicaba:
Livroceres, 1979. 384p.
STAPLES, C.R.; GARCIA-BOJALIL, C.; OLDICK, B.S.; THATCHER, W.W.; RISCO, C.A
Protein intake and reproductive performance of dairy cows: a review, a suggested mechanism,
and blood and milk urea measurements. In: ANNUAL FLORIDA RUMINANT NUTRITION
SYMPSIUM, 4., 1993, Gainesville. Proceedings... Gainesville: University of Florida, 1993,
p.37-52.

30
SWENSON, M.J.; REECE, W. Dukes: Fisiologia dos animais domésticos. 11.ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan. 1996. 856p.
VALADARES, R.F.D.; BRODERICK, G.A.; FILHO, S.C.V., CLAYTON, M. K. Effect of
Replacing Alfalfa Silage with High Moisture Corn on Ruminal Protein Synthesis Estimated
from Excretion of Total Purine Derivatives1. Journal of Dairy Science, v.82, n.12, p.2686-
2696, 1999.
VALLE, C. B.; EUCLIDES, V. P. B.; MACEDO. M. C. M. Características das plantas
forrageiras do gênero Brachiaria. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 17.,
2000, Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 2000. p. 65-108.
Van SOEST, P.J. e ROBERTSON, J.B. Analysis of forages and fibrous foods. Ithaca:
Cornell University, 202p, 1985.
WALLACE, R.J., NEWBOLD, C.J. Probiotcs for ruminants. In: FULLER, R. (Ed.).
Probiotics, thescientific basis.London. Chapman and Hall, p. 317-353, 1994.
ZEOULA, L. M.; BELEZE, J.R.F.; MAEDA, E.M.; SIMIONI, F.L.; GERON, L.J.V.;
RIGOLON, L.P. Levedura ou monensina na dieta de bovinos e bubalinos sobre a fermentação
ruminal e eficiência microbiana. Acta Scientiarum Animal Sciences, v. 33, n. j 4, p. 379-
386, 2011.

Tabela 1. Composição dos suplementos (% matéria natural).

Suplementos
Ingredientes
Mineral PE1 PE+L2 PE+Up3 PE+LUp4
Mineral 100,0 10,0 10,0 10,0 10,0
Ureia/SA (9:1) --- 2,0 2,0 2,0 2,0
Farelo de soja --- 57,5 57,0 18,0 17,5
Milho --- 30,5 31,0 64,0 64,0
Ureia protegida --- --- --- 6,0 6,0
Levedura ativa --- --- 0,5 --- 0,5
1
Protéico-energético, 2Protéico-energético com levedura, 3Protéico-energético com ureia protegida, 4Protéico-
energético com ureia protegida e levedura.

Tabela 2. Composição química dos suplementos e do pasto.


Item MM1 PE2 PE+L3 PE+UP4 PE+LUP5 Pasto
MS -- 90,64 91,1 91,33 91,34 44,86
MO -- 82,24 82,73 78,24 78,25 92,92
PB -- 34,66 34,65 34,62 34,57 8,80
EE -- 2,19 2,2 2,79 2,79 1,42
FDA -- 7,06 7,04 4,95 4,91 29,71
FDNi -- 1,15 1,15 1,09 1,09 25,69
Cinzas 100,00 17,76 17,27 21,76 21,75 7,63
1
Mistura mineral; 2Protéico-energético, 3Protéico-energético com levedura, 4Protéico-energético com ureia
protegida, 5Protéico-energético com ureia protegida e levedura.

31
Tabela 3. Consumo de matéria seca (MS), matéria seca do pasto (MSp), matéria orgânica
(MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra insoluvel em detergente neutro (FDN) e
carboidratos não fibrosos (CNF) em função dos suplementos.
Suplementos1 Valor – P
Item EPM 2
Mineral PE PE+L PE+UP PE+LUP Cont Lev3 Up4 LUp5
kg/dia
MS 7,97 9,81 9,78 9,71 9,61 0,58 0,0714 0,3483 0,4343 0,3198
MSp 7,96 8,91 8,86 8,8 8,7 0,53 0,0369 0,5589 0,3026 0,4078
MO 7,35 8,97 8,94 8,83 8,75 0,75 0,0484 0,4609 0,3246 0,2019
MOp 7,35 8,22 8,18 8,12 8,14 0,69 0,0678 0,2405 0,3591 0,5410
PB 0,82 1,23 1,21 1,22 1,23 0,14 0,0002 0,5464 0,6447 0,3224
FDN 5,44 6,32 6,23 6,16 6,17 0,47 0,0879 0,6135 0,5019 0,2686
% PC
MS 2,00 2,38 2,42 2,39 2,39 0,59 0,0898 0,4589 0,3809 0,4879
MSp 1,99 2,16 2,19 2,16 2,16 0,61 0,0786 0,5825 0,5963 0,6983
MO 1,84 2,17 2,21 2,17 2,17 0,47 0,0598 0,5897 0,6109 0,7531
MOp 1,84 1,99 2,02 2,00 1,99 0,59 0,0489 0,4783 0,6571 0,6314
FDN 1,37 1,51 1,54 1,51 1,58 0,42 0,0563 0,5390 0,7004 0,5931
1
Mineral=suplemento mineral, PE=suplemento proteico-energético, PE+L= PE + levedura ativa, PE+UP = PE +
ureia protegida, PE+LUP = PE + levedura ativa e ureia protegida; 2Suplemento mineral versus PE; 3PE sem
levedura ativa x PE com levedura ativa 4PE sem ureia protegida x PE com ureia protegida, 5Interação levedura
ativa e ureia protegida no PE

Tabela 4. Digestibilidade da matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB)
e fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) em função dos suplementos.
Suplementos1 Valor – P
Item EPM 2
Mineral PE PE+L PE+Up PE+LUp Cont Lev3 Up4 LUp5
MS 52,25 54,76 55,95 54,58 54,37 1,58 0,0971 0,1256 0,2458 0,1135
MO 58,93 64,84 63,37 63,55 63,82 2,18 0,0859 0,1930 0,1215 0,1193
PB 55,63 57,96 57,85 57,96 57,97 4,18 0,1289 0,5731 0,4617 0,3789
FDN 60,31 63,73 63,21 64,04 63,99 5,44 0,1237 0,1229 0,2172 0,7636
1
Mineral=suplemento mineral, PE=suplemento proteico-energético, PE+L= PE + levedura ativa, PE+UP = PE +
ureia protegida, PE+LUP = PE + levedura ativa e ureia protegida; 2Suplemento mineral versus PE; 3PE sem
levedura ativa x PE com levedura ativa 4PE sem ureia protegida x PE com ureia protegida, 5Interação levedura
ativa e ureia protegida no PE

32
Tabela 5. Concentrações de nitrogênio amoniacal ruminal (NH3; mg.dL-1) e de nitrogênio
ureico no soro (NUS; mg.dL-1), consumo de nitrogênio (CN; g.dia-1), excreção fecal de
nitrogênio (EFN; g.dia-1), excreção urinária de nitrogênio (EUN; g.dia-1), balanço nitrogenado
aparente (BN; g.dia-1) e eficiência de síntese de proteína microbiana (EFM; g PB
microbiana.kg de MOD-1) em função dos suplementos.
Suplementos1 Valor – P
Item EPM 2
Mineral PE PE+L PE+Up PE+LUp Cont Lev3 Up4 LUp5
NH3 8,90 13,98 13,37 13,85 13,67 2,58 0,030 0,216 0,154 0,341
NUS 9,15 10,26 12,66 11,04 11,60 6,78 0,031 0,369 0,462 0,510
CN 131,20 196,80 193,60 195,20 196,80 10,32 0,023 0,234 0,432 0,321
EFN 46,76 50,15 48,30 49,34 48,89 11,83 0,456 0,946 0,889 0,908
EUN 64,80 121,23 119,63 121,77 121,94 8,92 0,045 0,785 0,567 0,644
BN 19,64 25,42 25,67 24,09 25,97 6,44 0,039 0,776 0,876 0,894
EFM 105,67 112,38 109,14 111,34 113,06 9,65 0,451 0,595 0,753 0,734
1
Mineral=suplemento mineral, PE=suplemento proteico-energético, PE+L= PE + levedura ativa, PE+UP = PE +
ureia protegida, PE+LUP = PE + levedura ativa e ureia protegida; 2Suplemento mineral versus PE; 3PE sem
levedura ativa x PE com levedura ativa 4PE sem ureia protegida x PE com ureia protegida, 5Interação levedura
ativa e ureia protegida no PE

Tabela 6. Peso corporal final (PCF), ganho de peso total (GPT) e ganho médio diário (GMD)
dos animais recebendo diferentes suplementos.
Item Suplementos1 EPM Valor – P
Mineral PE PE+L PE+UP PE+LUP Cont2 Lev3 Up4 LUp5
PCF 496,13 505,33 507,45 502,60 506,13 7,37 0,084 0,59 0,70 0,89
GPT 86,20 95,60 98,00 92,60 96,73 3,84 0,032 0,40 0,58 0,82
GMD 0,77 0,85 0,87 0,83 0,86 0,03 0,039 0,40 0,56 0,81
1
Mineral=suplemento mineral, PE=suplemento proteico-energético, PE+L= suplemento proteico-energético +
levedura ativa, PE+UP = suplemento proteico-energético + ureia protegida, PE+LUP = suplemento proteico-
energético + levedura ativa e ureia protegida; 2Suplemento mineral versus suplemento proteico-energético;
3
Suplemento proteico-energético sem levedura ativa x Suplemento proteico-energético com levedura ativa
4
Suplemento proteico-energético sem ureia protegida x suplemento proteico-energético com ureia protegida,
5
Interação levedura ativa e ureia protegida no suplemento proteico-energético

33

Você também pode gostar