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No campo das ciências sociais o que nos interessa é o aspecto qualitativo dos fatos. (90)
É impossível deduzir a realidade da vida por meio das leis (leis gerais);
Leis gerais não compreendem a diversidade do real, são demasiado abstratas e
por isso não contribuem para o conhecimento da realidade social de forma
correta;
Só é possível conhecermos uma parte finita da realidade, mas ainda assim não é
possível conhece-la totalmente
As leis de causalidade são meios para o estudo dos fenômenos individuais e não um fim.
A formulação de leis gerias, mesmo que não sirvam como um fim para as ciências
da cultura, tem uma justificação científica, até para as ciências da cultura;
O conhecimento causal do historiador precisa do conhecimento das regularidades
das conexões causais para conseguir imputações válidas de qualquer resultado
individual;
Para entendermos um fenômeno individual, é necessário sabermos a influência dos
elementos gerais (através das generalizações) “efeitos adequados” com os
elementos causais;
Essa imputação é feita pelo historiador através de sua imaginação metodicamente
educada ou com o auxílio de outras ciências;
Na análise socioeconômica de Weber, as conexões causais, isto é, regras ou leis
gerias (utilização de generalizações), são possibilidades objetivas de análise
(relativismo histórico) e são os meios para atingir o conhecimento de um
fenômeno individual e não um fim;
Questões metodológicas
Para as ciências da natureza o essencial era descobrir as leis gerais, de forma
objetiva, através dos processos lógicos, desligado de qualquer ideia de valor;
Para as ciências da natureza, os acontecimentos individuais eram tidos como
“tipos”, ilustrativo das leis gerais (era a aplicação das leis gerais);
Separação do tipo ideal com da ideia de “exemplar” tipos ideais não são exemplos da
realidade.
“(...) as construções de tipos ideais abstratos não interessam como fim, mas única e
exclusivamente como meio do conhecimento. ” (108)
O historiador trabalha, e tem de trabalhar, com conceitos que via de regra apenas
podem ser determinados de modo preciso e unívoco sobre a forma de tipos ideias;
Construções conceituais de períodos históricos são tipos ideias (feudalismo,
individualismo, etc.);
Se queremos tentar uma definição genética do conteúdo do conceito (ex.:
feudalismo), apenas resta a forma do tipo ideal; (109)
Trata-se de um quadro de pensamento, e não da realidade histórica, e muito menos
da realidade “autêntica”, e não serve de esquema no qual se pudesse incluir a
realidade à maneira de exemplar;
Tem o significado de um conceito limite puramente ideal, em relação ao qual se mede
a realidade;
“(...) o tipo ideal é acima de tudo uma tentativa para apreender os indivíduos históricos ou
os seus diversos elementos em conceitos genéticos” (109);
Os conceitos se tronam então tipos ideais, não se manifestam em sua plena pureza
conceitual, ou apenas de forma esporádica o fazem;
“O único caminho que nos permite superar a vacuidade retórica é o da determinação clara,
rigorosa e conceitual dos diferentes pontos de vista possíveis.” (125)
É necessário definir os conceitos rigidamente para que eles não escapem aos seus
limites de análise;
“Só mediante formulas conceituais típico-ideais é que se chega a compreender
realmente a natureza particular dos pontos de vista que interessam no caso particular,
graças a um confronto entre o empírico e o tipo ideal.” (125)
“A validade objetiva de todo o saber empírico baseia-se único e exclusivamente na
ordenação da realidade dada segundo categorias que são subjetivas no sentido
específico de representarem o pressuposto do nosso conhecimento de que se ligarem
ao pressuposto de que é valiosa aquela verdade que só o conhecimento empírico nos
pode proporcionar.” (126)
“(...) a possibilidade de um conhecimento dotado de sentido daquilo que, para nós, é
essencial na infinita certeza do devir, liga-se a à utilização ininterrupta de pontos de
vistas de caráter especificamente particular que, em última instância, são orientados
por ideias de valor” (126)
“A “objetividade” do conhecimento no campo das ciências sociais depende antes do
fato de o empiricamente dado estar constantemente orientados por ideias de valor
que são as únicas a conferir-lhes valor de conhecimento, e ainda que a significação
desta objetividade apenas se compreenda a partir de tais ideias, não se trata de
converter isso em pedestal de uma prova empiricamente impossível da sua validade.”
(126)