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WEBER, Max. A “Objetividade” do Conhecimento nas Ciências Sociais.

A revista se ocupa com as análises de fenômenos socioeconômicas;


 Fenômenos socioeconômicos se vinculam ao fato básico de que as experiências
físicas e as satisfações das necessidades mais ideais dos homens (sujeitos),
defrontam-se com a limitação quantitativa e a insuficiência qualitativa dos meios
externos, que demandam a previsão planejada e o trabalho, a luta com a natureza
e a associação com homens. (79)
O caráter de fenômeno socioeconômico de um evento não é algo que lhe seja
“objetivamente” inerente.
 O caráter socioeconômico de um evento está condicionado pela orientação do
nosso interesse (conforme o significado cultural que atribuímos ao evento) de
conhecimento;
 O caráter socioeconômico de um fenômeno é atribuído pelos pesquisadores de
acordo com o interesse da pesquisa;
 O objeto da sociologia é a pesquisa do alcance do fato básico.
Entre os problemas econômico-sociais podemos estabelecer distinções. (79)
 Quando o significado cultural repousa no aspecto econômico e as instituições
foram criadas ou são usadas conscientemente para fins econômicos, podemos
chamar estes objetos de eventos ou instituições econômicas;
 Quando os fenômenos não têm primordialmente um significado econômico,
como os acontecimentos da vida religiosa, mas podem adquirir um significado
econômico sob o ponto de vista de eventos ou instituições econômicas,
chamamos estes objetos de fenômenos economicamente relevantes;
 Fenômenos não econômicos são aqueles cujo efeitos econômicos pouco ou
nenhum interesse oferecem para a análise sociológica, mas que podem ter sofrido
influências de motivos econômicos (Ex.: arte), chamamos de fenômenos
economicamente condicionados;
 O âmbito das manifestações econômicas é fluido e não pode ser delimitado com
rigor;
 Um fenômeno só conserva a sua qualidade de econômico na medida em que o nosso
interesse está centrado no seu significado para luta material pela existência;
A pretensão da revista é abranger a totalidade dos eventos culturais, econômicos ou não. (81)
 Motivos especificamente econômicos atuam sempre onde a satisfação de uma
necessidade, envolve a utilização de meios externos limitados.
 Fenômenos economicamente condicionados influenciam indiretamente as
relações sociais, que são submetidas à pressão de interesses “materiais”,
estendendo-se por todos os domínios da cultura;
 Motivos economicamente relevante são aqueles onde o conjunto de todos os
fenômenos e condições de existência de uma cultura historicamente dada influi
sobre a configuração das necessidades materiais e sobre os modos de satisfazê-
las.
Na medida em que a nossa ciência, pela regressão causal atribui causas individuais – de
caráter econômico ou não – a fenômenos culturais econômicos, ela busca um
conhecimento “histórico”. Na medida em que persegue um elemento específico dos
fenômenos culturais – neste caso o elemento econômico – através dos mais variados
complexos culturais, no intuito de discernir o seu significado cultural, ela busca uma
interpretação histórica sob um ponto de vista específico. (81)
 Regressão causal  atribui causas individuais a fenômenos culturais;
 Regressão causal  persegue um elemento específico dos fenômenos culturais no
intuito de discernir o seu significado cultural;
Interesses da revista
 Desenvolvimento histórico de determinada constelações de interesses e de conflitos,
nascidos na economia dos modernos países civilizados;
 Não se limita aos problemas práticos e do desenvolvimento histórico (a questão
social);
 Analisar todos os problemas culturais modernos criados pela natureza particular dos
fundamentos econômicos da nossa cultura e, portanto, dela específicos;
 Preocupa-se com as diversas condições de vida em parte “economicamente
relevantes” e em parte “economicamente condicionadas” das classes sociais, e
examinar sob um ponto de vista histórico as relações entre elas  método
comparativo;
O campo de trabalho característico da revista é a pesquisa científica do significado cultural
geral da estrutura socioeconômica da vida social humana e das suas formas de
organização históricas. (82/83)
 Ciência Social pertence a categoria das disciplinas que estudam os acontecimentos
da vida humana a partir da sua significação cultural (Ciências da cultura);
Sublinhar o aspecto econômico-social da vida cultural constitui uma delimitação sensível
dos temas da revista. (83)
 O ponto de vista econômico ou materialista a partir do qual se considera a vida
cultural revela-se parcial;
 A parcialidade é intencional  crítica a formulação de leis gerais que “garantiriam
a imparcialidade”;

Weber é contra qualquer forma de determinismo/generalizações/leis gerais


O domínio do trabalho científico não tem por base as conexões “objetivas” entre as “coisas”,
mas as conexões conceituais entre os problemas. (83)
 Conceito de “social”, que parece ter um sentido muito geral, adquire, logo que seu
emprego é submetido a um controle, um significado muito particular e específico,
embora geralmente indefinido;
 O que há de geral nele deve-se a sua indeterminação;
 Os conceitos serão usados após serem submetidos a um controle que definirão
seu significado particular para a pesquisa, negando seu aspecto generalizante;
 Negação das generalizações/Leis gerais;
 Negação da análise materialista determinista (marxista) que colocaria a cultura como
determinada pelas condições puramente econômicas e materiais de uma sociedade
dada (determinismo dogmático);
 A cultura é influenciada, não determinada, pelas condições econômicas e
materiais;
 Incentivo às análises dos fenômenos sociais e eventos culturais sob a perspectiva de
seu condicionamento e alcance econômico, enquanto livre das inibições dogmáticas;
 Critica o Positivismo pela tendência acrítica das “teorias da sociedade” baseadas nas
ciências da Natureza;
Na nossa revista, seguiremos de muito perto o desenvolvimento da investigação
antropológica, sempre que se revele importante para os nossos pontos de vista. (85)
Em nenhum domínio dos fenômenos culturais pode a redução unicamente a causas
econômicas ser exaustiva, mesmo no caso específico dos fenômenos “econômicos”. (86)
 Redução a causas econômicas dos fenômenos culturais é negado (é contra as
generalizações e as leis gerais);
 A análise econômica não é arbitrária enquanto oferecer um conhecimento de relações
que demonstrem ser valiosas para a atribuição de causas a determinados
acontecimentos históricos concretos;
 Interpretações puramente econômicas (deterministas) constituem um caso especial
de um princípio de validade muito generalizada para o conhecimento científico da
realidade cultural.  Weber é contra qualquer forma de determinismo;
A “objetividade” pura na análise da vida cultural não existe
Não existe qualquer análise científica puramente “objetiva” da vida cultural, ou dos
“fenômenos sociais”, que seja independente de determinadas perspectivas especiais e
parciais. (87)
 Não existe análise científica puramente objetiva da vida cultural ou dos fenômenos
sociais;
 As análises científicas dos fenômenos sociais dependem das perspectivas especiais e
parciais dos pesquisadores;
 As manifestações culturais ou os fenômenos sociais podem ser selecionados,
analisados e organizados na exposição, enquanto objeto de pesquisa (pela escolha do
pesquisador);
 O pesquisador escolhe seu objeto de pesquisa, da vida cultural ou dos fenômenos
sociais, a partir de seus interesses e sua ideia de valor (que valha a pena analisar),
nesse sentido, a objetividade da análise depende da subjetividade do pesquisador;
Pretendem praticar uma ciência social da realidade.  A realidade é infinita, por isso não
pode ser totalmente conhecida. (88)
 Compreender a realidade da vida que nos rodeia e na qual nos encontramos situados
naquilo que tem de específico;
 A realidade é infinita, por isso não conseguimos compreendê-la totalmente;
 Só podemos tornar como objeto da compreensão científica um fragmento
limitado da realidade de cada vez;
 Esse fragmento se trona objeto de análise (essencial), quando é digno de ser
conhecido;
*A realidade é infinita somos seres finitos  só podemos conhecer um fragmento limitado
da realidade tornando-a objeto da compreensão científica  esse fragmento é essencial pois
é digno de ser conhecido.
Segundo que principio se isola esse fragmento da realidade? (88)
 Acreditava-se poder encontrar o critério decisivo na repetição regular, conforme
“leis”, de determinadas conexões causais (formulação de leis gerais ao qual os
eventos observados seguiriam a mesma formula);
 Acreditava-se que o conhecimento alcançaria um sistema de proposições das quais
seriam possíveis deduzir a realidade;
 A validade das leis gerais (até na astronomia) permanece na sua aplicação ao
contexto individual  relação entre ciências puras e as ciências aplicadas
(nomotéticas e ideográficas);
 Características generalizantes (leis gerais) sem aplicação a uma realidade individual
não possuem qualquer sentido para Weber;
 Interesse pelas ciências sociais reside na configuração do real (individual) da vida
sociocultural que nos rodeia;
 Mesmo quando queremos compreender a vida sociocultural no seu contexto
universal e no seu desenvolvimento a partir de outros estados socioculturais, teremos
em vista a questão específica, individual, sem a pretensão de formular modelos ou
leis gerais para explica-la e/ou generalizá-la.

No campo das ciências sociais o que nos interessa é o aspecto qualitativo dos fatos. (90)
 É impossível deduzir a realidade da vida por meio das leis (leis gerais);
 Leis gerais não compreendem a diversidade do real, são demasiado abstratas e
por isso não contribuem para o conhecimento da realidade social de forma
correta;

Utilização das leis e dos conceitos gerais nas ciências sociais

 As leis e os conceitos são os meios para atingir o conhecimento da realidade social


e não fins, como se acreditava no positivismo;
 Limite do alcance das “leis gerais”:
 A configuração dos fenômenos culturais são significados através das ideias de
valor a ele atribuído pelo pesquisador (só pesquisamos o fenômeno cultural a
qual atribuímos algum valor ou importância);
Conceito de cultura é um conceito de valor
 A realidade empírica é “cultura” para nós porquê e na medida em que a relacionamos
a ideias de valor. (92);
 Abrange aqueles componentes da realidade que através desta relação tronam-se
significativos para nós;
 Uma parcela ínfima da realidade individual que observamos é matizada pela
ação do nosso interesse condicionado por essas ideias de valor;
 Analisamos os fragmentos da realidade individual que nos interessa
condicionados pela ideia de valor que temos dela, ou seja, analisamos o que
achamos importante;
 É a comprovação desta significação (que nós damos ao
fato/realidade/acontecimento) que constitui a premissa para que algo se converta em
objeto de análise;

O significativo não se confunde com as leis gerais:


 Realidade + ideias de valor que lhe conferem uma significação ≠ análise da realidade
levada a cabo para conhecer suas leis e a ordenar segundo conceitos gerais;
 Ambas as modalidades de pensamento ordenadores do real não mantêm relações
lógicas necessárias;

Só é possível conhecermos uma parte finita da realidade, mas ainda assim não é
possível conhece-la totalmente

 Só adquire sentido lógico a ideia de um conhecimento dos fenômenos individuais,


mediante a premissa de que apenas uma parte finita da infinita diversidade dos
fenômenos é significativa;
 Mesmo com o conhecimento de todas as leis do devir uma explicação causal de um
fenômeno individual seria praticamente impossível de se fazer, pois o fenômeno é
múltiplo, não é possível fazer uma descrição exaustiva do mais ínfimo fragmento da
realidade;
 Número e a natureza das causas que determinam qualquer acontecimento individual
são sempre infinitos  não é possível conhecer totalmente, mesmo que um
fragmento da realidade.
 A realidade é múltipla e infinita, não é possível conhecê-la totalmente de maneira
objetiva, mesmo que analisemos apenas um pequeno fragmento dela.

O conhecimento “livre de pressupostos” é impossível:


 Somente um segmento da realidade individual possui interesse e significado para
nós (para a análise sociológica) relação com as ideias de valor cultural com que
abordamos a realidade;
 Só tem interesse para a nossa investigação alguns aspectos dos fenômenos
particulares infinitamente diversos, precisamente aqueles a que conferimos uma
significação geral para a cultura, que são o objeto da explicação causal;
 Não é possível capitar a plena realidade do fenômeno, mesmo através dessa
explicação causal (a realidade é inatingível);
 Apenas pomos em relevo as causas a que se podem atribuir, num caso concreto,
os elementos “essenciais” de um acontecimento. (94)  só conseguimos capitar
as causas dos elementos essenciais dos acontecimentos;
 Individualidade de um fenômeno  causalidade não incide sobre as leis 
causalidade incide sobre as conexões causais concretas;
 “(...) não se trata de saber a que fórmula se deve subordinar do fenômeno a título
de exemplar, mas sim a que constelação deve ser imputado como resultado.
 Conhecimento das leis da causalidade não poderá constituir um fim, mas antes
um meio de estudo.

As leis de causalidade são meios para o estudo dos fenômenos individuais e não um fim.
 A formulação de leis gerias, mesmo que não sirvam como um fim para as ciências
da cultura, tem uma justificação científica, até para as ciências da cultura;
 O conhecimento causal do historiador precisa do conhecimento das regularidades
das conexões causais para conseguir imputações válidas de qualquer resultado
individual;
 Para entendermos um fenômeno individual, é necessário sabermos a influência dos
elementos gerais (através das generalizações)  “efeitos adequados” com os
elementos causais;
 Essa imputação é feita pelo historiador através de sua imaginação metodicamente
educada ou com o auxílio de outras ciências;
 Na análise socioeconômica de Weber, as conexões causais, isto é, regras ou leis
gerias (utilização de generalizações), são possibilidades objetivas de análise
(relativismo histórico) e são os meios para atingir o conhecimento de um
fenômeno individual e não um fim;

Quanto maior a extensão do conceito genérico, maior o afastamento da análise da realidade


(é mais abstrato, para abranger o que há de comum entre os fenômenos);

O conhecimento de leis sociais não é um conhecimento do socialmente real, mas unicamente


dos diversos meios auxiliares que o nosso pensamento utiliza para esse efeito:
 Consideramos a cultura como uma ideia de valor;
 O indivíduo histórico está arraigado em ideias de valor;
 Ao consideramos a cultura como um ponto finito da análise da realidade infinita,
estamos comparando a nossa cultura (ideias de valor) com a cultura do outro;
 Somos homens de cultura e assumimos uma posição consciente perante ao
mundo, conferindo-lhe sentido  fazemos nossas avaliações dos fenômenos
sociais atribuindo-lhe um significado, uma posição (positiva ou negativa) 
significação cultural.
 Todos os fenômenos culturais que atribuímos sentidos é valioso para nossas
análises;

“(...) todo o conhecimento da realidade cultural é sempre um conhecimento subordinado a


pontos de vista especificamente particulares.” (97) A subjetividade da investigação
 Trabalhamos com a relação entre o geral e o particular  dos valores culturais
universais separamos um fragmento ínfimo que nos importa (que tem valor) e lhe
atribuímos sentidos, analisando-o cientificamente.
 O investigador necessita das ideias de valor para selecionar o que quer conhecer da
realidade de modo singular  é necessária a crença na significação de um conteúdo
cultural.
“O conhecimento científico-cultural tal como o entendemos encontra-se preso, portanto, a
premissas “subjetivas” (...)” (98)  nos ocupamos dos elementos da realidade que se
relacionam como os acontecimentos a que conferimos uma significação cultural.

 É indubitável que as ideais de valor são “subjetivas”. (99)


 Não devemos deduzir que a investigação científico-cultural apenas conseguiria
obter resultados “subjetivos”  “validos pra uns, mas não pra outros;
 Apenas as ideais de valor que dominam o investigador e uma época podem
determinar o objeto do estudo e os limites desse estudo;
 Método de investigação: é o ponto de vista dominante que determina a formação
dos conceitos auxiliares de que se utiliza;
HistóriaDevir constanteProblemas culturais renascem a cada instante sob aspectos
diferentesadquirem para nós importância e significaçãoconverte-se em individualidade
histórica.
 Pontos de partida das ciências da cultura continuarão a ser variáveis;

Questões metodológicas
 Para as ciências da natureza o essencial era descobrir as leis gerais, de forma
objetiva, através dos processos lógicos, desligado de qualquer ideia de valor;
 Para as ciências da natureza, os acontecimentos individuais eram tidos como
“tipos”, ilustrativo das leis gerais (era a aplicação das leis gerais);

Até onde se deve levar a teoria abstrata? (105)


Tipo ideal: pretende formar um juízo de atribuição. Não é uma hipótese, mas pretende
apontar o caminho para a formação e hipóteses.
 Não é a constituição da exposição da realidade, mas confere a ela meios
expressivos unívocos;
 Tipos ideais não podem ser encontrados empiricamente na realidade, pois são
utopias;
 Atividade historiográfica deve determinar, em cada caso particular, as
aproximações ou o afastamento entre a realidade e o quadro ideal;
 A realidade só pode ser representada pela avaliação do tipo ideal em conjunto
com a realidade;
*Devemos criar uma ideia, ou um conceito, do objeto de estudo (sob a forma de utopia);
 Reunir determinados traços (do objeto de análise) que se manifestam de modo
difuso;
 Acentuar de modo unilateral as suas consequências num quadro ideal não
contraditório;
 Referir-nos a uma expressão de pensamento que nele se manifeste.

Obtêm-se um tipo ideal mediante a acentuação unilateral de um ou vários pontos de vista, e


mediante o encadeamento de grande quantidade de fenômenos isoladamente dados, difusos
e discretos, que se podem dar em maior ou menor número ou mesmo faltar por completo, e
que se ordenam segundo os pontos de vista unilateralmente acentuados, a fim de se formar
um quadro homogêneo de pensamento. (106)

Separação do tipo ideal com da ideia de “exemplar”  tipos ideais não são exemplos da
realidade.
“(...) as construções de tipos ideais abstratos não interessam como fim, mas única e
exclusivamente como meio do conhecimento. ” (108)
 O historiador trabalha, e tem de trabalhar, com conceitos que via de regra apenas
podem ser determinados de modo preciso e unívoco sobre a forma de tipos ideias;
 Construções conceituais de períodos históricos são tipos ideias (feudalismo,
individualismo, etc.);
 Se queremos tentar uma definição genética do conteúdo do conceito (ex.:
feudalismo), apenas resta a forma do tipo ideal; (109)
 Trata-se de um quadro de pensamento, e não da realidade histórica, e muito menos
da realidade “autêntica”, e não serve de esquema no qual se pudesse incluir a
realidade à maneira de exemplar;
 Tem o significado de um conceito limite puramente ideal, em relação ao qual se mede
a realidade;
“(...) o tipo ideal é acima de tudo uma tentativa para apreender os indivíduos históricos ou
os seus diversos elementos em conceitos genéticos” (109);
 Os conceitos se tronam então tipos ideais, não se manifestam em sua plena pureza
conceitual, ou apenas de forma esporádica o fazem;

Outro aspecto dos tipos ideais que complica a sua significação:


 Pretender ser, ou são inconscientemente, tipos ideais no sentido lógico e no sentido
prático;
 Os conceitos tornam-se ideias a partir das quais se julga a realidade, avaliando-a,
perdendo-se assim a característica lógica e a capacidade de medir a realidade de
forma comparativa;
 Torna-se um juízo de valor;
 Se o tipo ideal reivindica uma validade empírica, o campo da ciência experimental é
abandonado e o conceito torna-se uma “profissão de fé pessoal”;
 É necessário um dever elementar do autocontrole científico (...) que nos convida a
realizar uma distinção estrita entre a relação que compara a realidade com os tipos
ideais em sentido lógico, e a apreciação avaliadora dessa realidade a partir de ideais.
(114)
 Tipo ideal é algo completamente diferente da apreciação avaliadora, pois nada tem
em comum com qualquer perfeição, salvo com a de caráter puramente lógico;

“O único caminho que nos permite superar a vacuidade retórica é o da determinação clara,
rigorosa e conceitual dos diferentes pontos de vista possíveis.” (125)
 É necessário definir os conceitos rigidamente para que eles não escapem aos seus
limites de análise;
 “Só mediante formulas conceituais típico-ideais é que se chega a compreender
realmente a natureza particular dos pontos de vista que interessam no caso particular,
graças a um confronto entre o empírico e o tipo ideal.” (125)
 “A validade objetiva de todo o saber empírico baseia-se único e exclusivamente na
ordenação da realidade dada segundo categorias que são subjetivas no sentido
específico de representarem o pressuposto do nosso conhecimento de que se ligarem
ao pressuposto de que é valiosa aquela verdade que só o conhecimento empírico nos
pode proporcionar.” (126)
 “(...) a possibilidade de um conhecimento dotado de sentido daquilo que, para nós, é
essencial na infinita certeza do devir, liga-se a à utilização ininterrupta de pontos de
vistas de caráter especificamente particular que, em última instância, são orientados
por ideias de valor” (126)
 “A “objetividade” do conhecimento no campo das ciências sociais depende antes do
fato de o empiricamente dado estar constantemente orientados por ideias de valor
que são as únicas a conferir-lhes valor de conhecimento, e ainda que a significação
desta objetividade apenas se compreenda a partir de tais ideias, não se trata de
converter isso em pedestal de uma prova empiricamente impossível da sua validade.”
(126)

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