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UNIVERSIDADE DE UBERABA

WLADIMIR SILVA VALLADARES

Estudos Independentes

Curso de Pedagogia

PÓLO BELFORD ROXO- RJ

2013
WLADIMIR SILVA VALLADARES

RESENHA:

ESTUDOS INDEPENDENTES

Trabalho apresentado á Universidade

de Uberaba, como parte das exigências

á conclusão da disciplina de

Estudos Independentes da

4ª etapa do Curso de Pedagogia

Orientador: Aurora Flores da Silva

PÓLO BELFORD ROXO

2013
O PRIMO BASÍLIO

Título original: O Primo Basílio

Lançamento: 10/08/2007

Direção: Daniel Filho

Coprodução: Globo Filmes, Lereby Produções, Miravista, Total Entretainment

Distribuição: Buena Vista Intenational

Elenco: Débora Falabela (Luísa), Fábio Assunção (Basílio), Glória Pires (Juliana),
Reynaldo Gianecchini (Jorge), Guilherme Fontes (Sebastião), Simone Spoladore
(Leonor), Zezeh Barbosa (Joana), Gracindo Junior (Castro), Ancelmo Vasconcelo
(Policial), Ana lucia Torres (Vizinha), Laura Cardoso (Vitória)

INTRODUÇÃO

Na São Paulo do fim dos anos 50. A jovem e sonhadora Luisa, vivida por (Débora
Falabella), casada com Jorge, vivido por (Reynaldo Gianecchini), um engenheiro
que está envolvido na construção de Brasília. Quando Luisa reencontra o primo
Basílio (Fábio Assunção), sua paixão de juventude e Jorge é chamado a trabalho
para Brasília, Luísa fica em casa apenas com a companhia das empregadas Juliana
(Glória Pires) e Joana (Zezeh Barbosa). Basílio passa a visitá-la frequentemente,
conquistando-a com as histórias de suas viagens. Logo as saídas de ambos viram
fofoca na vizinhança. Até que Juliana encontra as cartas de amor trocadas entre os
primos e, de posse delas, passa a chantagear Luísa para conseguir uma generosa
aposentadoria.
COMENTANDO O FILME

A história escrita por Eça de Queiroz em "O Primo Basílio", clássico da literatura
portuguesa realista, trazendo, como pano de fundo histórico e gancho narrativo, a
construção de Brasília. A jovem Luísa está casada com o engenheiro Jorge, muitas
vezes ausente do lar por estar envolvido exatamente no sonho da nova cap. O
reencontro de Luísa e seu primo Basílio (Fábio Assunção), sua paixão dos tempos
de menina-moça, que a abandonara à época para viver na Europa e agora retorna
cheio de histórias e seduções, coloca o casamento dessa jovem romântica,
sonhadora e entediada em risco. Ela, até então uma pacata dona de casa, cortejada
por Basílio, na ausência do marido, tenta se conter, mas Leonor, mulher casada e
mal-falada por seus casos extra conjugais, resolve botar lenha na fogueira,
incentivando Luísa a se entregar para o primo bonitão. Luísa acaba cedendo e
traindo o marido com o primo, num tórrido romance. Juliana, a governanta da casa,
a quem Luísa sempre tratara mal, descobre o romance proibido e torna a vida dela
um martírio, ameaçando revelar o adultério ao marido traído, exigindo uma boa
quantia para permanecer calada, como uma justa aposentadoria, além de não
querer mais realizar as obrigações domésticas.

Chantageada, Luísa praticamente passa de patroa a empregada, tornando-se refém


da empregada, que possuía uma prova concreta da traição: um bilhete de Luíza
para Basílio. Luísa, orientada por Leonor, quase se vende a um figurão em troca do
dinheiro necessário para calar Juliana, mas não consegue consumar o ato. Jorge
exige a demissão de Juliana. Luíza tenta conseguir o dinheiro com o marido, a título
de prêmio para a empregada, pelos serviços prestados , mas Jorge não aceita.

Luísa, já desesperada, numa tentativa de solucionar o problema, conta tudo a


Sebastião, um amigo de Jorge que, com a ajuda de um polícia seu conhecido,
consegue tirar a carta das mãos da criada. Juliana sofre um ataque cardíaco e
morre. Luísa enche de alegria ver acabados os seus tormentos.

Mas o destino não quis que assim fosse. Basílio tinha recebido em França uma carta
de Luísa a pedir-lhe dinheiro, mais uma vez, à qual decide responder muito tempo
depois de a ter recebido. Nela promete enviar a quantia necessária para calar a
criada. Todavia, esta carta acaba por ser lida por Jorge que, naturalmente, exige
explicações à esposa.

Acuada e sem defesas, Luísa cai em depressão. Jorge não a abandona, mas ela se
torna uma mulher perturbada psicologicamente e passa a conviver com visões,
especialmente de Juliana.Luísa adoece e não resiste à morte, após a sua morte,
Jorge abandona a casa onde haviam vivido. Algum tempo depois, Basílio volta a
Lisboa e procura a prima. Ao ver a casa fechada, é informado que esta falecera.
Basílio responde com uma indiferença impiedosa à notícia.
CONCLUSÃO

Luísa representa a fragilidade da mulher de sua época. Um retrato da


transição do período narrado, ela encontra-se entre os sonhos de menina, de um
casamento romântico e idealizado. E a ânsia de romper suas limitações. Como
elemento provocador a amizade com Eleonora, uma mulher sexualmente
emancipada, que faz de sua vida o que deseja. Pagando por isso o desprezo e
desconfiança da tradicional sociedade paulista. Chegando a ser conhecida come
Eleonor maçaneta.
A imagem do amor do passado, que se apresenta como um aventureiro, um homen
do mundo repleto de casos e histórias. Que levam a jovem a construir sonhos de
liberdade e emoções.
Essas sensações, não deixam de evidenciar toda a infantilidade da
personagem. Que é contrastada com a vida prática que a oprime e a deprime, não
que ela não aspire a vida doméstica e a felicidade conjugal. Não Luísa não é uma
doidivana, uma devassa. Ela é apenas uma mulher levada por circunstâncias e
convenções que ela não controla, ao contrário ela foi moldada para a vida que a
cerca. Aliado a suas contradições, existe a figura de seu belo esposo, que acredita
que a vida conjugal deva ser a reprodução da vivida por seus pais.
O romance torna-se inevitável, dado a fragilidade da jovem, a inexperiência e
formalidade da relação conjugal, os conselhos permissivos da amiga de colégio
Eleonora e a malícia de seu primo, que levianamente, coloca o seu desejo pessoal
acima das convenções da época e o equilíbrio da prima. Ele de certo acredita que
oferece a prima o melhor a mais intensa experiência de vida. A figura da
empregada oportunista representa a cobiça, a inveja e incapacidade de se encarar a
felicidade aleia. Mas que ordenação moral a empregada busca a punição a dor e o
sofrimento de sua esposa. Tudo isso envolvido em uma falsa primícias de justiça
social. Ela busca a humilhação como forma de nivelamento. Porém suas intenções
mostram-se mesquinhas e pecuniárias. Uma vez que o que busca é o benefício
pessoal.
A reação do marido, traído e fragilizado pelo temor da exposição pública ao temor
que na dor descobre a verdadeira dimensão de seu amor pela esposa.
Duas cenas me chamaram a atenção nesta obra. A primeira é quando da
confissão para o grande amigo. Que passa a segurança necessária neste momento
de fragilidade, essa figura que posteriormente cria a delicada amalgama para a
posição do marido para que esse possa agir de forma solidária e inconscientemente,
amorosa e magnânima com a amada traidora e adoentada. Sempre precisamos de
pessoas que nos alente nos momentos de dor, quando nos deparamos com erros
que por vezes nos parecem irreparáveis. A segunda cena é quando o marido expõe
a carta que comprova a traição logo assim que ela se recobra da crise após a morte
da empregada. A dor mostrada pela personagem seguida do carinho do marido.
Demostra que o ser humano é capaz de gestos nobres e de um perdão durante as
nossas falhas. Na vida e no fazer pedagógicos por muitas vezes nos deparamos
com erros nossos e de outros para conosco. Mas a percepção que a lição esta não
no erro e sim na atitude que tomas dentro da situação é que servirão de baliza para
o proveito da lição vivida.

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