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Armindo J. G. Rosa
Guia do Extensionista
- 1995-
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O autor é Engº Téc. Agrº, especialista na área de rega. Actualmente é
Chefe de Divisão do Desenvolvimento e Gestão da produção na
Direcção de Serviços de Experimentação da DRAAG.
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REGA LOCALIZADA EM HORTICULTURA Pág.
INTRODUÇÃO…………………………………………………………………….…..5
1 - FUNDAMENTOS DO SISTEMA………………………….………………….…..5
2.4 - Emissores……………………………………………………………………….43
2.4.1 - Classificação dos emissores…………………………………………………..45
2.4.2 - Factores que afectam o funcionamento dos emissores……………………….46
2.4.3 - Escolha do emissor…………………………………………………….……..49
2.4.3.1 - Escolha do débito do emissor e tempos de rega diária……………………..50
2.4.4 - Instalação das linhas de rega………………………………………………....52
2.4.5 - Densidade dos gotejadores…………………………………………………...55
2.4.6 - Modos de fixação dos emissores aos tubos…………………………………..58
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2.7.1 - Torneiras…………………….……………………………………………….61
2.7.2 - Electroválvulas………………………………………………………………..62
Bibliografia…………………………………………………………………………..86
Fotos………………………………………………………………………………...90
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REGA LOCALIZADA EM HORTICULTURA
INTRODUÇÃO
Os sistemas de rega localizada mais conhecidos são os chamados gota a gota e, tal como
os conhecemos hoje, só muito mais tarde, depois da segunda guerra mundial, se
começaram a generalizar. As primeiras tentativas bem sucedidas ocorreram em
Inglaterra, utilizando microtubos em estufas e jardins. Depois, já na década de sessenta,
os técnicos israelitas aperfeiçoaram os sistemas, que a partir dai, coincidindo com o
desenvolvimento dos tubos de plástico, se generalizaram um pouco por todo o mundo.
1 - FUNDAMENTOS DO SISTEMA
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Fig. 1 - Bolbo húmido típico da rega gota a gota
A rega localizada tem bastantes vantagens, relativamente a outros sistemas de rega. Por
vezes surgem alguns problemas, que não são própriamente inconvenientes, derivando,
na maioria das vezes, de uma incorrecta utilização do sistema, pelo que se impõe uma
cuidada avaliação do seu funcionamento e utilização, para que possamos tirar dele o
máximo proveito.
Assim as regas devem ser frequentes, diárias ou cada dois três dias, aplicando apenas as
quantidades de água correspondentes às necessidades hídricas da cultura, dado a
eficiência de rega ser muito elevada. Esta forma de actuar, que permite regar muitas
vezes aplicando baixas dotações em cada rega, evita perdas por evaporação e drenagem,
estas últimas de temer em especial nos solos arenosos ou pouco profundos, bem como
os problemas de asfixia radicular que por vezes surgem nos solos mais pesados, com
excesso de água e carência de oxigénio.
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Acrescente-se ainda que a manutenção do solo, na zona de desenvolvimento radicular, a
um nível de quase saturação diminui o esforço da planta no seu trabalho de absorção, de
água e nutrientes, devido ao baixo valor de tensão da água retida pelo solo.
Comparado com outros sistemas, tanto tradicionais como por aspersão, a rega localizada
proporciona uma significativa poupança de água, que em alguns casos atinge os 50 % ou
mesmo mais, sendo esta talvez a característica que mais contribuiu para o grande
incremento que estes sistemas tiveram em regiões como a nossa, onde a água é um bem
a preservar visto não existir em abundancia. Todavia muitas mais vantagens se podem
obter, instalando um bom sistema de rega localizada, sendo de destacar as seguintes:
- O vento não interfere no sistema de rega, como na rega por aspersão, e as perdas por
evaporação, escorrência ou drenagem são diminutas.
- Possibilidade de regar com águas em que o valor da condutividade é mais elevado que
o recomendado para os sistemas tradicionais ou por aspersão e em solos com maiores
indices de salinidade, devido ao facto do solo, por estar sempre húmido, não atingir na
sua solução concentrações tão elevadas. Isso não seria possivel se o solo intercalasse,
estados de secura com a quase saturação, ou se a água molhasse a folhagem.
- Em climas de inverno chuvoso e verão seco, a planta fica menos sujeita às variações de
húmidade nos solo, que em determinadas condições podem conduzir ao atrofiamento de
algumas raízes na zona não regada.
- Aquando da ocorrência de ventos aumenta a estabilidade das plantas adultas, dado que
as raízes se estendem por uma área mais vasta do que na rega gota a gota.
- Ainda hoje o preço é relativamente elevado pelo que não se poderá aplicar a todas as
culturas, nomeadamente às extensivas, sendo de aconselhar que se estude préviamente a
rentabilidade do sistema, em função da cultura e condições especificas de cada situação.
- Os emissores podem obstruir-se por acção de partículas físicas ou devido aos sais,
contidos ou ministrados à água, pelo que o um uso incorrecto do sistema pode ocasionar
danos irreparáveis, à cultura e ao sistema.
- A utilização de nutrientes, com fósforo ou cálcio, exige cuidados especiais sob pena de
obstruir os emissores.
- Exige-se que o projecto de instalação seja bem dimensionado pois de contrario será
impossível uma correcta homogeneidade na distribuição da água e adubos.
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- Exige-se um bom sistema de filtragem da água e soluções nutritivas a aplicar.
- Nos pomares adultos o uso de rega gota a gota, ao localizar a água e os adubos ao
longo de uma estreita faixa, permanentemente humedecida, conduz ao atrofiamento das
raízes, diminuindo por consequência a sua resistência e estabilidade, em dias de
ventania.
Fig. 2 - Diferentes formas do bolbo húmido, num mesmo solo, e para idênticos tempos
de rega, mas com diferentes débitos do gotejador
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Fig. 3 - Diferentes formas do bolbo húmido em função do tipo de solo
A água que vai circular na rede de distribuição necessita uma determinada pressão. O
valor desta pressão, depois de deduzidas as perdas de carga ou os ganhos, devidos a
desníveis do terreno, deve ser igual à pressão exigida para o bom funcionamento dos
emissores. Dependendo do tipo de emissor ou do débito pretendido, a pressão pode
oscilar, como referimos anteriormente, entre os 0.5 e os 2.5 Kg/cm2.
Uma barragem ou um tanque de rega, situados numa zona elevada, são por vezes
suficientes para proporcionar a pressão exigida ao sistema de rega.
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Se assim não for temos que instalar uma bomba que forneça a água com as pressões e
caudais exigidos para um bom funcionamento do sistema. Neste caso podemos optar por
uma electrobomba ou por uma bomba acionada com um motor diesel, caso não
disponhamos de energia eléctrica. Em qualquer das situações a escolha deve ser
precedida de uma análise cuidada, com vista a obter o máximo rendimento com um
mínimo de custos.
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Em qualquer dos casos a bomba a eleger deve ser escolhida de acordo com o caudal e a
pressão a que vamos trabalhar. Relativamente à pressão é bom não esquecer que esta é a
soma do valor necessário ao funcionamento dos emissores, mais as perdas de carga na
rede, mais a diferença geométrica (entre o nível da água e o local de saída).
Q*H
W = --------- onde :
270 * η
Assim, por exemplo, se o caudal (Q) da bomba fosse de 20 m3/h à pressão (H) de 20
m.c.a. com um motor com 20 C.V. de potência (W), tínhamos um rendimento (η) de
apenas 7.4 %, valor considerado demasiado baixo, uma vez que em condições normais
se deve aspirar a valores da ordem dos 70 % ou mesmo superiores.
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Fig. 5 - Curvas de funcionamento de uma bomba
O cabeçal deve pois possibilitar a execução de certas operações como sejam o controle
da pressão e do caudal, a filtragem, a incorporação de adubos e o tratamento químico da
água, sempre que isso se justifique. Em geral só se utiliza um cabeçal de rega,
localizado normalmente à saída do furo ou tanque. No caso da exploração ser dividida
em sectores poderá resultar vantajoso a instalação de cabeçais secundários em cada um
deles, de modo a melhor controlar algumas operações. No cabeçal poderão ainda
instalar-se aparelhos que possibilitem automatizar a totalidade ou parte das operações de
rega.
2.2.1 - Filtros
Os filtros são elementos muito importantes num sistema de rega localizada e deles
depende, em grande medida, o êxito ou o fracasso de toda a instalação. São eles que
retêm as partículas sólidas, misturadas na água de rega, evitando assim o entupimento
dos emissores e outros órgãos sensíveis do sistema.
Os filtros diferenciam-se entre si, não só pela sua concepção básica, como também pelo
tipo de partículas que podem reter, pelos materiais de que são construídos etc., podendo
agrupar-se do seguinte modo:
a) - Filtros de pré-limpeza
A pré-limpeza da água consiste num conjunto de operações e cuidados, com vista a uma
primeira separação dos corpos estranhos existentes na água, e realiza-se sempre antes da
mesma chegar ao cabeçal de rega. Assim, se a água provem de uma barragem, de um
rio, ou de um ribeiro é conveniente instalar um decantador que faça uma primeira
separação das areias, calhaus e outros elementos grosseiros. No caso da água se
armazenar em tanques é aconselhável fazer a tomada de água um pouco acima do fundo,
e de preferência a partir de um depósito rustico cheio de gravilha, ou outro material
poroso, com suficiente volume, para deixar correr livremente o caudal exigido pela rede
de rega. Este depósito deverá ser protegido com uma rede, com possibilidade de
desmontagem para limpeza.
b) - Filtros hidrociclone
São filtros que, mesmo os de menor capacidade, permitem tratar elevados caudais
possibilitando a eliminação de mais de 95% das partículas sólidas arrastadas pela água.
Em geral são instalados antes do cabeçal de rega, logo a seguir à bomba. Baseados no
mesmo sistema de funcionamento existem também filtros de malha, para instalação no
cabeçal de rega, que se caracterizam por ser autolimpantes e actuarem conjugando o
efeito de hidrociclone com os de um normal filtro de malha.
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Fig. 6 - Filtro hidrociclone
c) - Filtros de areia
A água a filtrar entra pela parte superior, atravessa as camadas de areia e gravilha, onde
ficam retidas as partículas sólidas e sai por uma abertura na parte inferior do depósito.
Para limpeza faz-se a água circular em sentido contrário, tendo o cuidado de utilizar
água limpa. Por esse motivo é conveniente montar não um mas, no mínimo, dois filtros
de areia em paralelo e, à saída de cada um, um filtro de malha.
Os filtros de areia são bastante volumosos, pesados, relativamente mais caros que os de
malha ou lamelas, além de provocarem elevadas perdas de carga. São no entanto
absolutamente necessários no caso de águas com elevados teores em elementos finos,
algas ou matérias orgânicas.
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d) - Filtros de malha e lamelas
O corpo em material anticorrosivo, leva no seu interior um cartucho, composto por uma
ou mais redes de malha, formando cilindros concêntricos de aço inox ou material
plástico. Se existirem várias malhas, elas têm diferentes diâmetros, de maneira a que a
separação das partícula se processe por fases, circulando a água de modo a atravessar
primeiro as mais largas.
As redes utilizadas têm geralmente malhas com diâmetros entre 30 e 200 mesh.
A escolha de filtros com mais ou menos malhas, depende de vários factores, entre eles e
em especial o gotejador, pelo que deverá ser consultada a firma fornecedora sobre a
densidade de malhas (nº de mesh) mais aconselhável para cada situação. Na falta de
mais informação, refira-se que as malhas devem ter 1/10 do tamanho dos orifícios dos
emissores, ou seja se os gotejadores tiverem orifícios de 1mm de diâmetro, o filtro
deverá ser formado por malhas com 0.1 mm (155 mesh) (Quadro I).
Na rega localizada em geral não se utilizam filtros com mais de 155 mesh. Filtros com
200 ou mais "mesh", sujam-se rapidamente, exigindo por isso limpezas frequentes . Em
geral só se usam malhas mais apertadas em casos muito específicos e com águas
bastante limpas.
Por vezes é vantajoso que além dos filtros do cabeçal, se coloquem filtros de menor
capacidade, com malhas mais apertadas, à entrada de cada sector, o que nos dá maiores
garantias e evita limpezas tão frequentes dos filtros principais.
QUADRO I
Na maioria dos casos é necessário recorrer a mais que um tipo de filtro, para uma eficaz
limpeza da água de rega, sendo frequente a combinação de filtros de areia com filtros de
malha e, por vezes, também sistemas de pré filtragem.
A utilização de um ou mais filtros deve ser ponderada, caso a caso e de acordo com as
necessidades, dado que a instalação de vários tipos de filtros, se desnecessária, só
servirá para encarecer a instalação e provocar perdas de carga na rede.
Na escolha dos filtros devemos ainda ter em atenção que os caudais indicados para cada
filtro são geralmente referidos para águas limpas. O mesmo se passa em relação à perda
de carga, entre a entrada e a saída do filtro. Assim sendo, como norma de segurança,
deve trabalhar-se não com o caudal máximo, calculado para águas limpas, mas sim com
um caudal não superior a 50% desse valor. Deste modo em vez de um filtro único, que
no caso de grandes caudais seria bastante volumoso, o ideal será adquirir dois ou mesmo
mais filtros, com capacidade para filtrar o dobro do caudal previsto, o que como
também já referimos, tem a vantagem de possibilitar a limpeza dos filtros com água
limpa.
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A frequência das limpezas depende do grau de sujidade das águas, do volume de água a
filtrar, do próprio filtro pois, como já vimos, as malhas muito apertadas sujam-se mais
rapidamente, etc.. Na prática, e caso os factores acima referidos sejam constantes ao
longo do tempo, podemos ao fim de certo período aferir qual o número de dias ou
horas, ao fim dos quais se faz a lavagem dos filtros. Para maior seguridade o ideal será
colocar manómetros, à entrada e à saídas dos filtros, fazendo a limpeza sempre que a
diferença de pressões, descontadas as perdas de carga relativas ao próprio filtro, seja
superior a 300 g/cm2.
Na grande maioria dos casos a limpeza faz-se por inversão do sentido da corrente, pelo
que nestes casos será útil a instalação de dois ou mais filtros em paralelo, para que a
lavagem se faça sempre com água limpa. Nos filtros de malha ou lamelas, ao fim de
algum tempo, além destas limpezas de rotina, é conveniente fazer uma limpeza mais
profunda lavando manualmente as redes ou discos, se necessário, com o auxilio de uma
escova.
Refira-se também que estas operações de limpeza se podem automatizar, utilizando para
o efeito filtros autolimpantes, já pensados com essa finalidade ou instalando no sistema
válvulas eléctricas que podem ser comandadas a partir de programadores de rega mais
ou menos sofisticados.
2.2.2 - Adubadores
Vimos já que uma das vantagens da rega localizada reside na possibilidade de efectuar a
fertilização em simultâneo com a rega. Com esse objectivo instalam-se no cabeçal, ou
em distintos sectores de rega, adubadores que permitem incorporar à água de rega os
elementos nutritivos de que as plantas carecem. Estes equipamentos possibilitam ainda a
incorporação de fungicidas, nematodicidas, herbicidas, ácidos para limpeza do sistema,
etc. bastando para tal que sejam solúveis na água de rega.
Com vista a uma escolha cuidada, do equipamento mais adequado a cada situação, a
instalação destes elementos, deve ser precedida de um estudo prévio que tenha em
atenção um conjunto de factores, de que destacamos:
- Tanques de fertilização
- Adubadores tipo Venturi
- Injectores ou dosificadores
a) - Tanques de fertilização
Estes adubadores são fáceis de utilizar mas são pouco rigorosos, dado que a
concentração de adubo na água de rega vai diminuindo ao longo da mesma, não sendo
por isso possivel uma aplicação uniforme dos adubos.
Neste caso a saída do adubo é provocada pela força da água, que circulando entre os
dois depósitos, vai empurrando de cima para baixo, o adubo contido no interior do saco
flexível, obrigando então à saída da solução nutritiva. Estes modelos vêm providos de
uma "cabeça" com ponteiro regulável, que permite marcar com rigor a quantidade de
adubo a incorporar na água de rega (foto 7).
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b) - Adubadores Venturi
Nos adubadores que utilizam o principio de Venturi, a água entra num tubo, que sofre
um estrangulamento, imediatamente antes do ponto de ligação à tubagem de aspiração
da solução fertilizante. Este estrangulamento, dá origem a uma elevação da pressão à
entrada e a um abaixamento à saída, que provoca a sucção do liquido contido no
depósito. A sucção dos adubos pode ser doseada, variando o diâmetro do
estrangulamento, e é tanto maior quanto mais elevado o caudal que passa no venturi.
c) - Injectores ou dosificadores
Dentro das bombas injectoras temos as que funcionam com pequenos motores eléctricos
e permitem injectar a solução fertilizante a débito constante, independentemente do
débito na rede principal. Nestes casos as bombas são em geral de membrana, exigindo
baixas potências pois, ainda que a pressão de injecção entre 5 e 15kg/cm², tenha que ser
sempre superior à da rede, os caudais são baixos e variam entre os 20 a 250 l/h (foto
10).
Nestes adubadores, é possivel regular o caudal com a bomba em marcha, actuando sobre
um parafuso que roda sobre uma escala graduada. Possibilitam ainda adubar com
elevada precisão e são fáceis de automatizar. Têm como principal inconveniente, para lá
do custo elevado, a exigência de energia eléctrica para o seu funcionamento.
De entre os aparelhos que funcionam por acção da água sob pressão, damos preferência
aos que injectam a solução em função do caudal. Nestes casos a solução fertilizante é
injectada proporcionalmente ao caudal da rede, obtendo-se a cada momento a mesma
concentração de adubo independentemente das oscilações que possam ocorrer, no
caudal ou na pressão, da rede de rega. Dependendo do modelo estes adubadores, que
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funcionam com caudais desde 2,5 a 20 m3/h, injectam a solução fertilizante a
concentrações que oscilam entre os 0.5 a 10% do caudal principal, podendo em alguns
casos o mesmo aparelho apresentar várias possibilidades de variar a concentração. Se o
caudal for superior aos limites do doseador , podemos fazer uma ligação em “by-pass”,
mas perde-se a proporcionalidade directa e diminui a % de solução injectada, em função
do caudal na tubagem principal.
Para fertirrigação exige-se que os adubos, a injectar na rede de rega, sejam perfeitamente
solúveis e que ao mistura-se sejam não só compatíveis entre si mas também com os
sais contidos na água de rega. Como norma recomenda-se que não se misturem distintos
adubos e produtos químicos sem que antes se haja comprovado a não existência de
incompatibilidade e a solubilidade adequada (quadros II e III).
Os adubos são sais e como tal vão contribuir para o aumento da condutividade da água.
Quer isto dizer que eles, nas concentrações em que os aplicamos, podem em certos
casos salinizar as águas com efeitos negativos para a cultura, tanto mais quanto mais
elevada a condutividade da mesma. O ideal seria que os adubos não aumentassem mais
de 1 mmho/cm a CE da água. Por esse motivo recomenda-se fracionar o mais possivel a
distribuição dos adubos, procurando que, na água que chega às plantas, a soma da CE da
água mais a CE do adubo não exceda os 2-3 mmho/cm (1.28 - 1.92 g/l). O
fracionamento dos adubos resulta ainda mais vantajoso no caso dos azotados e, de certo
modo, dos potássicos em solos arenosos onde, de outro modo, as perdas seriam
elevadas, dado o fraco poder de retenção deste tipo de solos.
O pH da água é outro valor onde a influência dos adubos utilizados se faz sentir. Como
norma a fim de evitar precipitações, em especial do cálcio (carbonatos, hidróxidos,
fosfatos) que podem obstruir os orifícios de saída da água, o ideal será que o valor do
pH na água de rega se situe entre os 6 - 6.5 .
QUADRO II
------------------------------------------------------------------
ADUBOS (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)
------------------------------------------------------------------
Nitrato de Potássio (1) #
Nitrato de Cálcio (2) + #
Fosfato monoamónio (3) + * #
Sulfato de magnésio (4) + * + #
Ácido Nítrico (5) + + + + #
Ácido Fosfórico (6) + * + + + #
Nitrato de magnésio (7) + + + + + + #
Nitrato de amónio (8) + + + + + + + #
Oligoelementos ** (9) + + + + + + + + #
Quelatos de Ferro (10) + + * ? + * + + + #
-----------------------------------------------------------------
+ - Podem misturar-se
* - Não se devem misturar, excepto em soluções muito diluídas
? - Não dispomos de dados seguros
** - Excepto ferro (solúveis)
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QUADRO III
As quantidades de ácido a aplicar para acidificar a água de rega, dependem muito da sua
acidez inicial, que por sua vez é condicionada pela sua concentração em cálcio e
magnésio. Assim é de toda a conveniência realizar medições do pH a fim de estabelecer
para cada caso uma tabela de acidificação, como a que apresentamos na figura 8. Para
controlar a acidez, da solução e da água de rega, existem hoje medidores de pH, a preços
acessíveis e fáceis de operar, pelo que em muitos casos não será necessário recorrer ao
laboratório para esta operação.
Refira-se que a aplicação de ácidos exige a tomada de precauções, dado serem produtos
corrosívos, que podem causar queimaduras e danificar as peças metálicas da rede de
rega.
A obstrução dos emissores pode ainda ocorrer por acção de algas ou bactérias, cuja
actividade é estimulada pelos resíduos de adubo que possam ter ficado retidos no
interior da tubagem. Assim é recomendável programar a rega de modo a que a adubação
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ocorra, sempre que possivel, na fase intermédia, regando primeiro só com água, até
estabilizarem as pressões, depois faz-se a injeccção do adubo, reservando por último 10
a 15 minutos, para de novo regar só com água, a fim de limpar os restos de adubo que
possam ter ficado na tubagem ou nos emissores.
Para facilidade dos cálculos, podemos socorrer-nos de fórmulas que se podem encontrar
em numerosas revistas da especialidade. As questões a resolver são variadas assim
como variados são os caminhos que se podem tomar para a sua resolução.
Sem querer esgotar o tema, vamos apontar algumas pistas, escolhendo de entre as
situações que no dia a dia se deparam, algumas das que consideramos mais importantes
e frequentes.
Partindo da fórmula : - Ca = Cs * Ads/Vs, podemos calcular qualquer destes valores, se
considerarmos que:
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- Ca = concentração de adubo na água de rega (g/l)
- Cs = concentração da solução mãe na água de rega (%)
- Ads = quantidade de adubo a dissolver na solução mãe (g)
- Vs = volume da solução mãe, "água + adubo" (l)
. Cs = Ca * Vs / Ads
. Ads = Ca * Vs / Cs
. Vs = Cs * Ads / Ca
Exemplos
1) Supondo que desejamos uma concentração de 2.5 g/l de adubo na água de rega e
temos um adubador que injecta 1 l de solução mãe por cada 100 l (1%) de água de
rega. No caso de querermos dissolver 25 kg de adubo, calcular qual o volume da
solução mãe?
.Vs = ?
.Cs = 1 % = 1 / 100 = 0.01
.Ads = 25 Kg = 25.000 g
.Ca = 2.5 g/l
- Vs = 25.000*0.01/2.5
- Vs = 100 l
.Ads = ?
.Ca = 2 g/l
.Vs = 1 l
.Cs = é um valor que podemos obter a partir do volume de solução mãe injectado na
água de rega.
Assim temos que, em cada hora, 200 l de solução mãe são misturados em 20.000 l de
água de rega. donde:
x=1l
Daqui se conclui que cada 100 l de água de rega recebem 1 l de solução mãe, ou seja, o
nosso valor Cs = 1 % = 0.01.
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.Ads = 2*1/0.01
.Ads = 200 g
.Ca = ?
.Ads = 30.000 g
.Vs = 200 l
.Cs = poderia também ser calculado aplicando a fórmula Cs = q * 100 / Q em que:
.Cs = (150/20.000)*100
.Cs = 0.75 % = 0.0075
.Ca = 0.0075*30.000/200
.Ca = 1,125 g/l
. Ads = Tf*Q*Ca/60
. Q = Ads*60/(Tf*Ca)
. Ca = Ads*60/(Tf*Q)
Para que o sistema de rega possa funcionar correctamente é necessário que todos os
emissores debitem idênticos caudais, sendo correcto admitir diferenças não superiores a
10%. Assim sendo torna-se necessário controlar as pressões e caudais, nos cabeçais
principal e secundários, bem como em diferentes sectores da rede de rega considerados
estratégicos. Neste trabalho vamos referir alguns dos elementos que permitem regular
ou controlar esses valores, destacando apenas aqueles que consideramos indispensáveis.
Ainda que possam ser utilizados isoladamente, para facilidade de exposição e porque
são também parte integrante do cabeçal, passamos a referi-los desde já.
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Manómetros
São pequenos aparelhos que permitem medir a pressão em diferentes pontos da rede de
rega (foto 12).
No mercado aparecem diversos modelos mas para rega localizada, trabalhando com
baixas pressões, é conveniente escolher aparelhos que tenham sensibilidade para a
medição de valores da ordem dos 100 g/cm² ou menos. Se utilizamos manómetros com
escalas de 0 - 10 Kg/cm² ou mesmo de 0 a 6 Kg/cm², teremos grande dificuldade em
determinar com precisão valores de 0.5 a 1 Kg/cm², valores de pressão entre os quais
trabalham muitos dos sistemas de rega localizada. Assim será melhor escolher aparelhos
com escala de 0 a 4 Kg/cm² ou menos, onde valores de 0.5 Kg/cm² representam já uma
ampla parcela da escala, permitindo assim um rigor aceitável.
O número de aparelhos a instalar numa rede de rega é variável com a sua dimensão e
esquematização. Deverão todavia colocar-se manómetros em todos os locais onde seja
necessário conhecer com rigor a pressão a cada momento. Também se pode optar por
instalar vários pontos de medição onde, dispondo de um único manómetro munido de
uma agulha própria para o efeito, se faz a verificação dos valores da pressão.
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São aparelhos que se intercalam no circuito com a finalidade de regular a pressão na
rede de rega (foto 13).
Estas válvulas, além de evitarem que a pressão exceda os valores desejados, permitem
de forma automática, mante-la constante, a partir do ponto em que se encontram
instaladas, ainda que a montante possam ocorrer oscilações, dentro de valores acima do
valor escolhido.
São constituídas por um corpo, metálico ou plástico, em cujo interior actua um pistom
que se imobiliza por acção de uma mola. A água atravessa a válvula e, quando a pressão
aumenta, vence a resistência da mola obrigando ao deslocamento do pistom o que por
sua vez diminui o tamanho do orifício de entrada da água na válvula. Desta forma
reduz-se também a pressão de saída da água. Quando a pressão equilibra a força da
mola, pára o movimento do pistom.
Existem muitas marcas e tipos, vindo uns modelos já regulados de fábrica, e outros em
que se pode regular a pressão que se deseja obter depois da válvula.
Deve ponderar-se se se justifica ou não a sua instalação dado que acarretam sempre
importantes perdas de carga.
Reguladores de caudal
A eficiência da rede de rega depende em muito dos meios disponíveis para controlar a
quantidade de água aplicada em cada rega.
Em muitas ocasiões o agricultor não actua com suficiente rigor, pois toma como base
para os seus cálculos, o caudal horário que se presume seja bombeado para a rede. Estes
dados por sua vez são fruto de um teste de caudal, na maior parte dos casos bastante
rudimentar e efectuado uma única vez, aquando da abertura do furo ou instalação da
bomba.
Outro método expedito, consiste em estimar o caudal com base no débito do emissor.
Neste caso sabendo o numero total de emissores instalados na parcela a regar, calcula-
se o tempo de rega, para que passe o volume de água desejado. Este método é todavia
também pouco rigoroso, e nem sempre possivel de aplicar, dado que os emissores
podem ter débitos irregulares, devido à pressão da rede nem sempre corresponder aos
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valores previstos, por haver entupimentos ou mesmo por deficiências de fabrico e,
noutras ocasiões, desconhece-se mesmo o seu débito real.
Em rega localizada exige-se maior precisão, dado que as regas são em geral curtas e
frequentes, implicando na maioria dos casos a aplicação de adubos ou pesticidas,
segundo doses bastante precisas onde a falta de rigor pode ocasionar perdas ou danos
avultados. Nestas condições, em que se exige elevado rigor no controle da rega, será
necessário considerar a instalação de contadores de água, semelhantes aos utilizados nas
redes domésticas de abastecimento de água (foto 15).
Em muitos casos bastará instalar um contador, no cabeçal de rega, a partir do qual se faz
todo o controle da água a aplicar. No caso de na rede existirem vários sectores, será
necessário instalar tantos contadores quantos os sectores a regar em simultâneo.
Para o caso de redes onde o volume de água a aplicar seja controlado por meios
automatizados, além dos mecanismos normais o contador terá ainda que dispor de um
emissor de impulsos ligado ao programador da rega.
- A baixa densidade
- A boa resistência química
- A simplicidade de instalação
- A possibilidade de aplicar acessórios de outros materiais
- A boa flexibilidade
- O bom comportamento ao golpe de aríete
- As baixas perdas de carga
- Os baixos custos de manutenção, quando enterradas
- Os preços do tubo são mais baratos que os metálicos ou de fibrocimento
- Têm melhor resistência à corrosão e boa estabilidade.
Do que acima foi dito resulta que estes tubos permitem a incorporação de adubos,
ácidos, pesticidas etc., sem perigo de danificar a tubagem.
Além disso, ao conduzirem mal o calor, protegem melhor a água que transportam contra
as variações de temperatura, verificando-se que a água gela com mais dificuldade numa
tubagem de plástico do que numa metálica. Por outro lado, ao serem mais elásticos e
flexíveis, quando a água gela podem dilatar-se mais e absorver o aumento de volume,
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que a água experimenta ao congelar, pelo que em zonas onde este problema se ponha
têm a vantagem de se poderem enterrar a menores profundidades que as tubagens
clássicas, o que pressupõe alguma economia, resultante de um menor trabalho a realizar.
No que se refere à dilatação térmica há que atender ao facto dos plásticos terem um
coeficiente de dilatação várias vezes superior ao dos metais, factor a ter em conta na
hora de projectar uma instalação.
O PVC rígido, por exemplo, tem um coeficiente da ordem dos 0.6 - 0.8 mm/metro de
longitude/10ºC de variação da temperatura. Logo, num tubo com 100 m de PVC , ao
passar de 10ºC a 30ºC, há uma dilatação de 12 a 16 cm. Nos tubos de PE o
alongamento ainda é maior, deformando-os, o que obriga por vezes a instalar elásticos
ou outros artifícios que mantenham as linhas de rega esticadas, de modo a que a água
não seja aplicada em zonas fora do alcance das raízes.
30
enterrar a tubagem principal e a totalidade ou parte da secundaria, deixando à superfície
as linhas regantes.
As linhas regantes, na maioria dos casos, utilizam tubos com diâmetro compreendido
entre a 1/2" e os 3/4", sendo em geral suficiente tubo de 2 Kg/cm2, muito embora se
possam utilizar tubos de 4 Kg/cm2, como forma de segurança a aumentos de pressão
que possam ocorrer na rede de rega.
QUADRO IV
31
Tubo resistente a pressões de 4 kg/cm²
------------------------------------------------------------
Diâmetro Diâmetro Diâmetro Peso Comprimento
Nominal Exterior Interior (Apróx.) dos rolos
( " ) (mm) (mm) (g/m) (m)
------------------------------------------------------------
16 mm 16 13 60 200/400
1/2" 17 14 70 100/300
5/8" 20 17 90 100/300
3/4" 25 20 165 100/200
1 " 33 27 265 50/100
1 1/4" 42 36 345 50/100
1 1/2" 50 43 480 50/100
2" 62 53 760 50/100
2 1/2" 75 64 1120 50/100
3" 90 78 1440 50/100
4" 110 96 2080 50
------------------------------------------------------------
Tubo resistente a pressões de 8 kg/cm²
------------------------------------------------------------
Diâmetro Diâmetro Diâmetro Peso Comprimento
Nominal Exterior Interior (Apróx.) dos rolos
( " ) (mm) (mm) (g/m) (m)
------------------------------------------------------------
1/2" 17 13 90 100/300
5/8" 20 15 130 100/200
3/4" 25 19 195 100/200
1 " 33 25 340 50/100
1 1/4" 42 31 590 50/100
1 1/2" 50 38 775 50/100
2" 62 47 1200 50/100
2 1/2" 75 56 1820 50/100
3" 90 72 50/100
4" 110 50
Microtubo 3 1.5
" 3 2.0
" 6.5 4.5
------------------------------------------------------------
Nestas situações os cálculos a efectuar são mais simples, e por outro lado, nem sempre
se justificará, ou será possível, recorrer a especialistas. Por esse motivo vamos referir
32
alguns casos prácticos que poderão auxiliar na resolução de problemas de menor
complexidade, onde não seja necessário um rigor tão elevado.
A maioria dos especialistas, como atrás referimos, admite que um sistema está bem
dimensionado quando a diferença de débito entre gotejadores, numa dada parcela, não
excede em mais de 10 % o valor nominal. Em termos prácticos isso pressupõe que a
diferença de pressão, entre o inicio e o final duma linha de gotejadores, não deve ser
superior a 20 % do valor da pressão à entrada da linha.
Dado que a maioria dos sistemas de rega localizada trabalham a baixas pressões, com
valores da ordem de 1 Kg/cm² ou mesmo menos, vamos fazer os nossos cálculos com
base neste valor.
X = 1 m = ∆H
H´= H - ∆H
_______________________________________________
H = 1 Kg/cm ² TUBO H´= 0.9 Kg/cm ²
2
∆H = 0,1 Kg/cm
______________________________________________
33
2 - Cálculo da perda de carga num tubo de comprimento conhecido
- Necessitamos agora saber qual o comprimento de tubo da linha regante que, vamos
supor, era de 30 m.
- O passo seguinte é saber qual a perda de carga, em metros por metro de tubo ( m/m ).
X = 0.033 m
Vemos pois que a perda de carga máxima admissível, por cada metro de tubo, são ∆H =
0.033 m/m.
34
φ interior do tubo ( mm )
∆ H (m / m) 13 14.5 16 17 20 22 25
0.10
0.09
0.08
0.07
0.06
0.05
0.04
0.03
0.02
0.010
0.009
0.008
0.007
0.006
0.005
0.004
0.003
0.002
0.001
- Exemplo:
13 mm 420 l/hora
17 mm 850 l/hora
35
- Para calcular o número de gotejadores vamos dividir o caudal máximo admissível pelo
débito do gotejador. O resultado dá-nos o nº máximo de gotejadores a instalar na linha,
sem ultrapassar as perdas de carga superiores a 10 % da pressão à entrada da linha.
Logo:
No caso de optarmos por instalar os gotejadores mais afastados não haveria problema, a
nível hidráulico, pois neste caso teríamos menos gotejadores, logo o caudal deminuia,
pelo que o funcionamento do sistema não seria prejudicado.
EXEMPLO:
3000 cm / 50 cm = 60 gotejadores
Vemos pelo exposto que o caudal obtido, 240 l/h, é inferior aos 420 l/h e 850 l/h,
valores máximos admissíveis, respectivamente, para os tubos de 13 e 17 mm φ.
Para outros exemplos o processo seria idêntico, tendo sempre em atenção o seguinte:
36
b) - Mantendo o caudal e o diâmetro do tubo, se necessitamos diminuir o intervalo entre
gotejadores, temos que utilizar gotejadores de menor débito.
Nos quadros V, VI e VII apresentam-se vários exemplos com dados relativos aos temas
expostos. Nestes exemplos tomamos como referência um valor da pressão ( H ), à
entrada das linhas, de 1 Kg/cm² e o supomos um terreno plano ou com uma inclinação
favorável não superior a ± 3 % .
QUADRO V
------------------------------------------------------------------
Comprimento Diâmetro interior do tubo (mm)
do ------------------------------------------ ∆H
tubo 13 14 15 16 17 19 20 m/m
------------------------------------------------------------------
20 m 520 620 750 920 1080 1500 1700 0.050
--------------------------------------------------------
30 m 420 480 600 720 850 1150 1300 0.033
--------------------------------------------------------
35 m 375 450 550 660 780 1050 1200 0.028
--------------------------------------------------------
40 m 350 440 520 620 730 980 1100 0.025
--------------------------------------------------------
45 m 330 390 470 580 680 900 1020 0.022
--------------------------------------------------------
50 m 310 370 450 540 650 850 1000 0.020
--------------------------------------------------------
55 m 290 350 420 500 600 800 930 0.018
--------------------------------------------------------
60 m 270 320 400 480 560 780 860 0.016
-----------------------------------------------------------------
37
QUADRO VI
-----------------------------------------------------------------
Comprimento Débito Diâmetro do tubo (mm)
do do ----------------------------------------------
tubo gotejador 13 14 15 16 17 19 20
-----------------------------------------------------------------
2 l/h 260 310 375 460 540 750 850
-------------------------------------------------------
4 l/h 130 155 187 230 270 375 424
-------------------------------------------------------
20 m 5 l/h 104 124 150 184 216 300 340
-------------------------------------------------------
6 l/h 86 103 125 153 180 250 283
-------------------------------------------------------
8 l/h 65 77 93 115 135 187 212
-----------------------------------------------------------------
2 l/h 205 240 300 360 425 575 650
-------------------------------------------------------
4 l/h 102 120 150 180 212 287 325
-------------------------------------------------------
30 m 5 l/h 82 96 120 144 170 230 260
-------------------------------------------------------
6 l/h 68 80 100 120 141 191 216
-------------------------------------------------------
8 l/h 51 60 75 90 106 143 162
-----------------------------------------------------------------
2 l/h 175 220 260 310 365 490 550
-------------------------------------------------------
4 l/h 87 110 130 157 182 248 275
-------------------------------------------------------
40 m 5 l/h 70 88 104 124 146 196 220
-------------------------------------------------------
6 l/h 58 73 86 103 121 163 183
-------------------------------------------------------
8 l/h 43 55 65 77 91 122 137
-----------------------------------------------------------------
2 l/h 155 185 225 270 325 425 500
-------------------------------------------------------
4 l/h 77 92 112 135 162 212 250
-------------------------------------------------------
50 m 5 l/h 62 74 90 108 130 170 200
-------------------------------------------------------
6 l/h 51 61 75 90 108 141 166
-------------------------------------------------------
8 l/h 38 46 56 67 81 106 125
-----------------------------------------------------------------
2 l/h 135 160 200 240 280 375 430
-------------------------------------------------------
4 l/h 67 80 100 120 140 187 215
-------------------------------------------------------
60 m 5 l/h 54 64 80 96 112 150 172
-------------------------------------------------------
6 l/h 45 53 66 80 93 125 143
-------------------------------------------------------
8 l/h 33 40 50 60 70 93 107
-----------------------------------------------------------------
38
QUADRO VII
-----------------------------------------------------------------
Comprimento Débito Diâmetro do tubo (mm)
do do ----------------------------------------------
tubo gotejador 13 14 15 16 17 19 20
-----------------------------------------------------------------
2 l/h 7.7 6.5 5.4 4.4 3.7 2.7 2.4
-------------------------------------------------------
4 l/h 15.4 12.9 10.7 8.7 7.4 5.4 4.7
-------------------------------------------------------
20 m 5 l/h 19.3 16.2 13.4 10.7 9.3 6.7 5.9
-------------------------------------------------------
6 l/h 23.3 19.5 16.0 13.1 11.2 8.0 7.1
-------------------------------------------------------
8 l/h 30.8 25.9 21.5 17.4 14.8 10.7 9.5
-----------------------------------------------------------------
2 l/h 14.7 12.5 10.0 8.4 7.1 5.3 4.6
-------------------------------------------------------
4 l/h 29.5 25.0 20.0 16.7 14.2 10.5 9.3
-------------------------------------------------------
30 m 5 l/h 36.6 31.3 25.0 20.9 17.7 13.1 11.6
-------------------------------------------------------
6 l/h 44.2 37.5 30.0 25.0 21.3 15.7 13.9
-------------------------------------------------------
8 l/h 58.9 50.0 40.0 33.4 28.3 21.0 18.6
-----------------------------------------------------------------
2 l/h 22.9 18.2 15.4 12.9 11.0 8.2 7.3
-------------------------------------------------------
4 l/h 46.0 36.4 30.8 25.5 22.0 16.2 14.6
-------------------------------------------------------
40 m 5 l/h 57.2 45.5 38.5 32.3 27.4 20.4 18.2
-------------------------------------------------------
6 l/h 69.0 54.8 46.5 38.9 33.1 24.6 21.9
-------------------------------------------------------
8 l/h 93.0 72.7 61.6 52.0 44.0 32.8 29.2
-----------------------------------------------------------------
2 l/h 32.3 27.1 22.3 18.6 15.4 11.8 10.0
-------------------------------------------------------
4 l/h 65.0 54.4 44.7 37.1 30.9 23.6 20.0
-------------------------------------------------------
50 m 5 l/h 80.7 67.6 55.6 46.3 38.5 29.5 25.0
-------------------------------------------------------
6 l/h 98.0 82.0 66.7 55.6 46.3 35.5 30.2
-------------------------------------------------------
8 l/h 131.1 108.7 89.3 74.7 61.8 47.2 40.0
-----------------------------------------------------------------
2 l/h 44.5 37.5 30.0 25.0 21.5 16.0 14.0
-------------------------------------------------------
4 l/h 89.5 75.0 60.0 50.0 42.9 32.1 28.0
-------------------------------------------------------
60 m 5 l/h 111.1 94.8 75.0 62.5 53.6 40.0 34.9
-------------------------------------------------------
6 l/h 133.3 113.2 90.9 75.0 64.5 48.0 42.0
-------------------------------------------------------
8 l/h 182.0 150.0 120.0 100.0 85.8 64.2 56.1
-----------------------------------------------------------------
39
2.3.2 - Comprovação da uniformidade da parcela a regar
E = CU * Ks
Para aplicação desta fórmula indicam-se no quadro VIII os valores de Ks, propostos por
Vermeiren, en função do tipo de solo.
QUADRO VIII
---------------------------------------------------------------
CU = 100 * q25 / qn
Sendo: q25 - A média dos caudais de 25% dos caudais medidos mais baixos
40
Antes de iniciar as operações, com vista ao cálculo do CU, é conveniente assegurar-mo-
nos que o sistema funciona sem problemas, para o que se devem verificar os filtros e
comprovar se o caudal médio no sector é aproximadamente igual ao caudal teoricamente
calculado.
Depois temos que escolher os pontos de medição dos caudais, para o que podemos
seguir o recomendado por Vermeiren, e que consiste no seguinte:
1º emissor
ultimo emissor
Fig. 10 - Escolha das linhas de rega a utilizar para medição dos caudais
-----------------------------------------
90% a 100% Excelente
89% a 80% Bom
79% a 70% Aceitável
< 70% Inaceitável
-----------------------------------------
41
Exemplo: - Supondo que, numa instalação de rega, temos um sector onde medimos os
caudais em 16 pontos, de acordo com o indicado anteriormente, tendo obtido os valores
indicados no quadro IX.
QUADRO IX
---------------------------------------------------------------------------------------------
1º Emissor 1/3 Emissor 2/3 Emissor Ultimo Emissor
---------------------------------------------------------------------------------------------
1ª linha 4.8 4.5 4.4 4.9
---------------------------------------------------------------------------------------------
Linha a 1/3 2.9 4.3 4.9 4.7
---------------------------------------------------------------------------------------------
Linha a 2/3 4.0 4.0 4.4 3.8
---------------------------------------------------------------------------------------------
Ultima Linha 3.1 3.0 3.9 3.7
---------------------------------------------------------------------------------------------
Com base nos valores do quadro IX determina-se o valor do caudal médio (média dos
16 pontos), Qn = 4.08, e o valor do caudal médio de 25% dos caudais medidos mais
baixos, q 25 = 3.17. Depois, determinamos o CU, aplicando a fórmula, Cu = q 25 / Qn *
100.
O resultado obtido mostra que, neste sector, o CU é aceitável uma vez que se situa entre
os valores 70% e 79% .
2.4 - Emissores
Para que possamos tirar o máximo partido dos emissores, sejam eles miniaspersores,
gotejadores ou fitas de rega, é necessário que reúnam, entre outras, as seguintes
características:
- Que sejam baratos, mas com elevada uniformidade de fabrico, de modo a permitir uma
distribuição homogênea da água e adubos pelas parcelas a regar
Os caudais, nos gotejadores e fitas, podem variar dos 0.5 l/h aos 10 l/h, mas os débitos
mais utilizados situam-se entre os 2 a 4 l/h. Nos minisapersores, os débitos são em geral
mais elevados, oscilando, dum modo geral, entre os 35 l/h e os 120 l/h.
Sendo "x" um factor que permite caracterizar cada emissor, e definir o seu regime de
escoamento, podemos estabelecer a seguinte classificação:
Ainda que nalguns casos, os folhetos com informação técnica relativa aos emissores e
revistas da especialidade o possam referir, na maioria das vezes esta informação é
omitida, o que impede o técnico de rapidamente classificar o emissor, de modo a decidir
se ele se adequa à situação pretendida. Nestas situações, em que não dispomos do valor
de x, podemos determina-lo, medindo os caudais Q1 e Q2, obtidos mediante a aplicação
ao emissor das pressões H1 e H2, com o que se obtém:
Log (Q1/Q2)
x = -----------------
Log (H1/H2)
Para conseguir pequenos caudais são necessários orifícios de saída também pequenos,
portanto a fabricação deve ser muito precisa, dado que pequenas diferenças no diâmetro
dos orifícios podem dar lugar a importantes variações de caudal.
Os diâmetros variam de 0.3 a 1 mm, podendo em alguns modelos ir até aos 5.5 mm.
Quanto maiores são os diâmetros menores os riscos de obstrução, porém o caudal é em
geral também mais elevado. Por norma os miniaspersõres têm orifícios de saída maiores
e, nalguns casos, podem desmontar-se para limpeza.
Querer ao mesmo tempo orifícios de saída pequenos e emissores que não se obstruam
com facilidade, são duas características de difícil resolução e que se contrapõem. Por
44
esse motivo existem no mercado uma variedade imensa de modelos, que são o reflexo
da maneira mais ou menos engenhosa de controlar estes problemas.
* Fitas, com orifícios que debitam valores da mesma ordem dos gotejadores, mas que
são elas mesmas parte integrante das linhas de rega, não podendo delas ser separadas
(foto 19).
Dentro dos miniaspersores J. Beltrão, num trabalho sobre rega localizada considera
ainda que estes emissores podem ser dinâmicos (miniaspersores propriamente ditos) ou
estáticos (microaspersores)
Já " José A. M. San Juan" no livro "Riego por Goteo", recorre a uma classificação
bastante mais completa, onde se considera:
- Percurso longo
- Percurso curto
45
- Fitas perfuradas
* A forma de fixação
* O risco de obstrução
* A forma de limpeza
- Desmontáveis
- Não desmontáveis
- Autolimpantes
- Normais
- Autorreguláveis
Neste caso, por se tratar de um trabalho especifico sobre rega gota a gota, não vêm
referidos os miniaspersores.
Os emissores são fabricados para debitarem um dado caudal, em geral variável, com a
pressão de trabalho a que estão sujeitos. Todavia, em condições de trabalho, esse valor
sofre sempre uma serie de oscilações que podem ter origem no próprio emissor ou em
condições externas.
a) Defeitos de fabrico
b) Temperatura
- Partículas sólidas que a água leva em suspensão, algumas das quais, por serem
mais finas que a malha dos filtros, atravessam todo o sistema de filtragem. Geralmente è
matéria orgânica, células de microorganismos ou óxidos de ferro.
47
- Areias e algas, no caso de má escolha dos elementos filtrantes.
- Crostas que se formam no interior de algumas tubagens.
Quando as águas contêm certos elementos, como o cálcio e o magnésio, por si sós, ou
devido a reacções com os adubos aplicados, podem-se formar precipitados que vão
entupir os gotejadores, as fitas e, até os miniaspersores, em que os orifícios de saída da
água têm maior diâmetro. Mesmo as fitas porosas, que não têm orifícios, são afectadas
por estes elementos, em especial se não estão enterradas ou debaixo de um plástico de
"paillage", em virtude da água ao evapora-se deixar os precipitados, que a pouco e
pouco vão diminuindo a sua porosidade.
Também as águas muito sujas com algas, areias, argilas etc., podem ocasionar
entupimentos e danos nos emissores. Nas fitas porosas temos observado que algumas
argilas mais finas, que passam pelos filtros, se depositam no interior, formando uma
película impermeável que impede a saída da água.
No caso das obstruções de origem química com base no cálcio, o ideal será actuar
preventivamente, acidificando a água, de maneira a que o pH da água, tal como
anteriormente já foi referido, não seja superior a 6-6.5 . A rega com frequência ou a
utilização de "paillage" na cobertura do solo, mantêm durante mais tempo os
gotejadores húmidos o que dificulta também, dentro de certa medida, a formação dos
depósitos de calcário. Se a obstrução já ocorreu, antes de iniciar nova cultura, pode
empregar-se o ácido nítrico na proporção de 3 a 4 l por cada m3 de água, deixando
actuar durante cerca de 30 minutos, com água a correr a baixa pressão, destapando
depois as pontas dos tubos com a água correr à pressão normal, para que arraste o resto
das impurezas. Se os emissores forem desmontáveis podemos ainda retira-los dos tubos
e deixa-los submergidos numa solução fortemente acidificada, idêntica à anteriormente
referida, durante o tempo suficiente para desfazer os depósitos que têm agarrados.
Se as obstruções são devidas à existência de ferro utiliza-se o ácido sulfúrico nas doses
de 0.5% a 1% ou o permanganato de potássio a 0.6 mg/l, por cada mg/l de ferro.
48
No caso das algas, recomenda-se evitar a exposição da água à luz solar tapando os
reservatórios ou, caso isso não seja viável, adicionando à água sulfato de cobre na
proporção de 0.5 a 1 g/m3.
Refira-se no entanto que estes produtos, todos eles, se deverão aplicar o menos possível,
pois não só implicam custos como vão em geral diminuir a qualidade da água para as
plantas.
Ao escolher estes elementos devemos ter em atenção os diversos factores que nos
permitem selecionar a melhor opção para cada situação.
No caso concreto da nossa região os dois factores que, em nossa opinião, desde logo vão
condicionar a escolha do tipo de emissor a utilizar, prendem-se com o facto da cultura se
realizar ao ar livre ou em estufa.
Relativamente às fitas de rega é de registar o facto da sua manutenção não ser fácil dado
que, com o uso, se entopem com frequência tornando difícil a obtenção de caudais
uniformes ao longo das linhas de rega. Todavia, alguns modelos apresentam-se no
mercado bastante mais baratos que os gotejadores o que permite, em muitos casos,
utilizar as fitas uma única campanha, não se pondo então estes inconvenientes. Chama-
se ainda a atenção para as fitas vulgarmente designadas por "Manguinha" (foto 21),
ainda hoje utilizadas por alguns agricultores, mas que não devem ser confundidas com
as fitas antes referidas. Esta forma de regar não permite uniformidade e dificulta a rega,
impossibilitando que se façam regas curtas e frequentes, devido ao seu débito
demasiado elevado.
Já no caso das estufas de floricultura, onde temos culturas em vasos, será mais
aconselhável o uso de gotejadores com saídas múltiplas, tipo esparguete, que se podem
mover e deslocar para a posição mais conveniente. Também se poderão utilizar
microtubos, mas têm o inconveniente de se entupir com facilidade e do caudal ser muito
sensível às variações de pressão, sendo por isso de evitar em terrenos inclinados ou
quando as plantas a regar se encontrem a diferentes níveis. Estes emissores também se
recomendam em culturas tais como a bananeira ou outras, que ficam vários anos no
terreno, durante os quais, vão alterando de posição relativamente ao local de plantação.
49
Nas culturas ao ar livre a rega localizada aplica-se tanto em hortícolas como em
fruticolas, podendo então utilizar-se os sistemas de rega gota a gota ou os
miniaspersores.
À partida não podemos dizer que a escolha de uma ou outra opcção seja mais vantajosa
em relação à outra, desde que ambas sejam bem utilizadas, podendo em situações
semelhantes obter-se bons resultados com gotejadores ou com miniaspersores.
A decisão sobre o débito do gotejador a utilizar, não pode ser dissociado da cultura a
regar, mas depende principalmente da textura do solo a regar.
Assim vemos que a partir de um certo débito, maior ou menor consoante o tipo de solo
(figura 11), a que chamamos débito limite, começa a formar-se junto ao emissor uma
zona saturada de água. Caso se exceda o débito limite, para um dado solo, pode
acontecer que se forme uma poça de água junto ao gotejador . Se a isso se juntar um
tempo de rega excessivo, em especial nos solos mais leves, podem também ocorrer
perdas de água de certa gravidade, por drenagem, para camadas mais fundas fora do
alcance das raízes. Todavia, regar com débitos superiores ao valor limite, pode também
ser aproveitado, de forma positiva, para aumentar a mancha húmida à superfície de um
solo arenoso. O positivo desta situação resulta do facto de tal acção possibilitar, com
menos gotejadores, a obtenção de faixas húmidas ao longo das linhas de rega. Nestas
condições as regas devem ser sempre curtas mas frequentes, por forma a evitar as perdas
por drenagem.
50
----------------------------------------------------------------------------------------------------
TEXTURA Grosseira Média Fina
Granumelotria 200-300 u 100-200 u. < 100 u
Condu. hidráulica Elevada Média Fraca
Potencial hídrico Fraco Médio Elevado
Débito limite (ql) 2-3 l/h 1-2 l/h 1 l/h
----------------------------------------------------------------------------------------------------
Débito inferior
a ql
--------------------
Débito ligeiramente
superior a ql
--------------------
Débito muito
superior a ql
--------------------
Fig. 11 - Previsão da zona húmida a partir de uma aplicação pontual de água, segundo a
textura do solo e o débito do gotejador, para uma mesma duração da rega.
51
Recomenda-se ainda que para os solos pesados (argilosos) e culturas densas se escolham
os débitos mais baixos reservando-se os débitos mais elevados para os solos leves
(arenosos) e culturas espaçadas.
No caso dos miniaspersores os débitos podem variar, segundo os modelos, de 10 l/h a
mais de 150 l/h e o raio de alcance do jacto entre 0.5 e 5.0 m. Todavia, por razões
agronómicas e de dimensionamento das redes de rega, recomenda-se regar com débitos
não superiores a 40 l/h procurando que, se possivel, o jacto não molhe o tronco das
árvores.
Relacionando o débito dos emissores com a água a aplicar à cultura podemos estimar
depois o número de horas a regar diariamente. Na prática recomenda-se tomar como
referência o mês de maior consumo de água, projectando a rede com uma margem se
segurança que permita em caso de necessidade, aplicar mais 30 % de água.
Assim, ao nível do cabeçal de rega, para regas diárias, o sistema não deverá funcionar
mais de 18 h/dia, o que deixa livres 6 horas para utilizar em situações de emergência.
A prática tem também demostrado que o tempo de rega de cada sector deve ser
projectado de maneira a situar-se entre os seguintes valores:
Esta números, que são orientativos, terão depois que ser confrontados com outros
factores tais como o declive do solo, a textura e estrutura, o tempo disponível etc., pelo
que poderão variar para valores por vezes um pouco diferentes dos indicados.
Gotejadores
Em termos práticos, para a instalação dos gotejadores, podemos tomar como base duas
soluções:
- Uma linha continua colocada entre duas linhas de cultura. O seu uso só tem
algum interesse em horticultura, pois permite alguma economia ao nível do sistema de
rega. Todavia as linhas duplas, em especial no inverno, dificultam o arejamento da
cultura, não sendo por isso de aconselhar. Em fruticultura dificilmente terão aplicação.
Outras soluções se poderiam referir ( linhas em zig-zag, linhas com gotejadores tipo
cauda de porco etc ) mas, ou são de difícil execução, ou têm tendência a dificultar os
trabalhos, razão pela qual as situações já apontadas são na maioria dos casos as
preferidas por técnicos e agricultores. Na figura 12 apresentam-se alguns exemplos de
instalação das linhas de rega com gotejadores.
54
Miniaspersores
Com miniaspersores, cada emissor vai regar uma área mais ampla, que fica ao dispor
das raízes, facilitando a absorção e a fixação ao solo. Tal como no caso dos gotejadores
também aqui podemos optar por diferentes soluções, destacando-se entre outras as
seguintes:
- Um miniaspersor de 360º junto a cada árvore, de modo a formar um circulo
completo. Para aplicação em fruticultura tem o inconveniente de molhar o tronco, facto
que pode ter desvantagens no caso de plantas sensíveis è humidade nesse local. Todavia
o facto de utilizar um único emissor por planta torna o sistema mais económico.
Segundo "Keller e Karmeli", especialistas deste tipo de questões, não é preciso molhar a
totalidade do solo sendo suficiente humedecer apenas cerca de 33 % do volume de solo
ocupado pelas raízes, no caso de culturas muito espaçadas entre si, como é o caso das
fruteiras, e cifras um pouco maiores no caso de culturas mais densas, como as
hortícolas.
55
O que parece comprovado é um aumento de produção quando se rega mais de 50 % do
solo ocupado pelas raízes pelo que, por segurança, iremos recomendar que se procure
respeitar este valor na maioria dos casos.
Fruticultura
100 * n * π * d ²
P= ---------------------
4*a*b
em que:
QUADRO X
Diâmetro médio do bolbo humedecido (d) pelo gotejador às pofundidades
Z, de 0 e 30 cm.
---------------------------------------------------------------------
Débito Textura/Profundidade
do ----------------------------------------------------------
gotejador Lo Mo MEPo Po MPo L30 M30 MEP30 P30 MP30
---------------------------------------------------------------------
1 l/h 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.3 0.6 0.8 1.1 1.3
2 l/h 0.3 0.4 0.5 0.6 0.8 0.5 0.8 1.0 1.2 1.6
4 l/h 0.4 0.6 0.7 0.8 1.0 0.7 1.0 1.3 1.4 2.0
6 l/h 0.5 0.7 0.9 1.0 1.3 0.9 1.2 1.6 1.7 2.2
8 l/h 0.6 0.8 1.1 1.2 1.5 1.2 1.6 1.8 2.0 2.5
12 l/h 0.8 1.0 1.3 1.5 2.0 1.5 2.0 2.3 2.5 3.0
---------------------------------------------------------------------
Textura - L (ligeira), M (mediana), MEP (medianamente pesada), P (pesada)
e MP (muito pesada)
Profundidade - Z = 0 m (o) ; Z = -0.3 m (30)
O número de gotejadores por arvore, teoricamente, pode também ser calculado a partir
da mesma fórmula:
P*4*a*b
n = ----------------------
100 * π * d ²
56
Na práctica, muitas vezes, há tendência a colocar menos gotejadores do que os
teoricamente necessários. Isto explica-se pelo facto de assim se diminuir o custo das
instalações. Contudo, ao instalar poucos gotejadores, podemos estar igualmente a
reduzir em demasia o sistema radicular.
O número de gotejadores por árvore é sempre mais elevado nos solos arenosos do que
nos solos argilosos e também maior nos pomares adultos do que nos jovens. Em muitas
instalações da nossa região é vulgar aplicar 2 gotejadores por árvore em pomóideas e
prunóideas, 2 a 4 nos citrinos e 1 gotejador por cepa nas vinhas, podendo depois o
número de gotejadores aumentar à medida que a árvore se desenvolve.
Como se poderá verificar, pela aplicação da fórmula anterior, este número é em geral
inferior ao requerido, variando com as características do solo, idade e compasso de
plantação, factores que nem sempre são levados em consideração na altura das decisões.
Quando as árvores são jovens, e não ocupam a totalidade da área disponível, podemos
igualmente usar o mesmo método para estimar o nº de gotejadores, tomando como
referência a % de solo efectivamente ocupado pelas raízes e diminuindo o nº de
gotejadores na mesma proporção.
Horticultura
57
Fig. 13 - Esquema de colocação dos gotejadores de modo a obter d > l > d/2
Actualmente, na maioria dos sistemas gota a gota, tanto os emissores em linha como em
derivação, ou já vêm incorporados ao tubo, caso dos gotejadores, ou fazem mesmo parte
dele como acontece com as fitas de rega. Nestas condições os fabricantes têm em
atenção os espaçamentos mais usuais, segundo o tipo de solo e débito do emissor, sendo
vulgar encontrar tubos com emissores instalados a distancias múltiplas de 30; 45; ou 50
cm, sendo então possivel obter espaçamentos de:
Igual procedimento se seguirá no caso das fitas de rega. Todavia podem também em
alguns casos ser instalados em casa, aproveitando alguns tempos mortos, como sejam os
dias de chuva que possam ocorrer na exploração.
Para unir entre si os diferentes elementos que constituem a rede de rega podem utilizar-
se peças de distintos materiais (ferro galvanizado, latão, PVC, polietileno). Deste modo
é possivel fazer derivações, ligar à tubagem elementos tais como filtros e adubadores,
unir entre si tubos de iguais ou diferentes diâmetros, saltar desníveis etc.
Por esse motivo muitas instalações utilizam acessórios de plástico, caso do PVC, que
não têm este problema, e podem ser roscados, colados, ou mistos. No primeiro caso os
acessórios unem-se, entre si e os elementos do sistema, por meio de roscas. Para os
acessórios lisos podem utilizar-se colas especiais para PVC e, nos acessórios mistos, as
59
peças são coladas de um lado e roscadas no outro. Este processo não permite todavia a
posterior separação das peças, o que em certas ocasiões pode ser um inconveniente.
Podem ainda utilizar-se acessórios de ligação em polietileno. Todavia com este plástico
não é possivel o uso de colas, dado que ele não a aceita. Por outro lado é em geral
demasiado brando e macio para permitir a existência de roscas, razão pela qual, salvo
casos pontuais, não é vulgar nem seguro utilizar acessórios roscados em polietileno.
Neste material o mais vulgar é que os acessórios venham com estrias, de ambos os
lados, sendo depois unidos aos tubos de polietileno por meio de calor e abraçadeiras.
Um dos inconvenientes destes acessórios de polietileno prende-se com o facto de se
quebrarem com relativa facilidade, não oferecendo por isso garantias de durabilidade e a
sua posterior substituição é difícil especialmente se os tubos estão enterrados.
Como o próprio nome indica são elementos que se intercalam no sistema com a
finalidade de proteger a rede de acidentes tais como roturas na tubagem, ou recuos da
água que vão contaminar a fonte de captação,
Em pontos elevados da instalação e outros locais tais como filtros, curvas, adubadores
etc., onde se pode acumular o ar, é conveniente a instalação de elementos que permitam
a sua saída e, no caso das ventosas, também a entrada de ar durante o enchimento e
vazamento das tubagens e depósitos (foto 23).
O seu corpo pode ser metálico ou de plástico e no seu interior encontra-se uma bóia. Se
circula água, esta empurra a bóia para cima fechando a saída. Quando se acumula o ar, a
pressão baixa e a bóia cai, deixando escapar o ar.
O corpo destes mecanismos, em bronze, latão ou outro material resistente, leva no seu
interior uma peça móvel que se abre quando a água se desloca no sentido da saída (foto
25). Quando cessa o movimento da água, esta peça fecha o circuito e impede o seu
recuo.
2.7.1 - Torneiras
As torneiras de esfera são outro tipo também com larga utilização. Neste caso o corpo
móvel tem a forma de uma esfera lisa que se move horizontalmente dentro de um corpo
fixo que contém vedantes em material sintéctico para melhorar a estanquicidade.
Geralmente o corpo é metálico e a esfera em aço inox mas também é possivel encontrar
torneiras de boa qualidade totalmente construídas a partir de misturas de materiais
plásticos de grande dureza. As areias e outros pequenos corpos sólidos, contidos na água
de rega, que possam ter passado pelos filtros, podem riscar a esfera e o vedante, o que
diminui a estanquicidade do conjunto.
Em águas com muito calcário, quando as torneiras ficam inactivas por longos períodos,
este pode acumular-se nas zonas por onde circula a água e impedir ou dificultar a
abertura ou fecho das torneiras. Nestas condições será conveniente desmontar as
torneiras e limpar o calcário acumulado utilizando uma solução ácida preparada com 1/4
de litro de ácido clorídrico dissolvido num litro de água. Para evitar estragos é
61
conveniente estar atento e retirar as peças logo que estejam limpas, lavando-as de
seguida com água limpa.
2.7.2 - Electrovalvulas
2.8.1 - Tensiómetros
São aparelhos que dão informações acerca do grau de secura ou de humidade num solo
regado, baseadas na leitura do valor da tensão da água no solo. Dado que medem
directamente a energia que as raízes devem empregar para utilizar a água retida pelo
solo, podem constituir excelentes auxiliares do agricultor, fornecendo indicações de
razoável precisão quanto ao momento e quantidades de água a fornecer às plantas.
63
2.8.1.2 - Instalação dos tensiómetros
Com água e um pouco de terra fina, sem pedras ou elementos grosseiros, prepara-se
uma espécie de "papa" não muito espessa. Com o auxilio de um tubo de ferro, com
diâmetro sensivelmente igual ao do tensiómetro, onde préviamente se marcou a
profundidade desejada, abre-se um orifício no solo. Depois, rodando ligeiramente para
ambos os lados, retira-se o tubo com cuidado de maneira a evitar a queda de torrões ou
elementos grosseiros para o interior do orifício. Em seguida molha-se a cápsula porosa
na "papa" de lama e enche-se o fundo do buraco com a lama restante até 4 a 5 cm de
altura e, com cuidado, rodando ligeiramente, vai-se introduzindo o tensiómetro até a
capsula de porcelana tocar no fundo e a lama jorrar à superfície.
Não é possivel indicar um número exacto porque as condições variam. Em muitos casos
pode ser suficiente um único local de instalação mas o ideal é haver no mínimo dois
locais para instalação de tensiómetros por cada parcela a regar.
64
Fig. 14 - Esquema de instalação de tensiómetros
O ponto ideal é todavia difícil de determinar com rigor, sendo por isso importante
escolher a melhor localização, atendendo por um lado ao afastamento lateral em relação
ao emissor de rega e por outro à profundidade de instalação da cápsula porosa.
Ensaios por nós realizados mostraram que os tensiómetros, quando instalados a pouca
profundidade, junto aos gotejadores, têm tendência a registar baixos valores de tensão
da água no solo, ainda que a água aplicada tenha sido diminuta. Nestas condições, para
manter os registos do tensiómetro dentro dos valores normalmente recomendados, as
regas tenderão a ser muito curtas e frequentes, podendo os valores registados sofrer
alterações bruscas, devido ao facto da pouca água aplicada ser rapidamente absorvida
pelo solo seco das zonas mais afastadas do gotejador. Afastando os tensiómetros do
gotejador ou, quando instalados a maior profundidade, aumentamos a sensibilidade de
medida, observando-se então que após uma rega, ainda que copiosa, o ponteiro do
tensiómetro não desce bruscamente, demora mais tempo a responder, sendo os valores
registados, por norma, bastante mais altos que os obtidos nas condições anteriormente
referidas. Depois, segue-se uma subida igualmente lenta e gradual até ao momento de
efectuar nova rega. Nestas condições, para manter os registos dentro dos parâmetros
recomendados, haverá tendência para efectuar regas mais copiosas e menos frequentes,
correndo-se então o risco de após as regas, nas zonas mais perto dos gotejadores,
ocorrerem períodos em que o solo apresenta elevada saturação. Assim, se os
tensiómetros forem instalados nestas condições, o ideal será trabalhar com valores de
referência mais elevados. Refira-se ainda que o afastamento do ponto de rega aumenta a
sensibilidade da medida mas aumenta também a hipótese de "desferrar", caso o intervalo
entre regas seja de tal modo elevado que permita a subida tensão acima de valores da
ordem dos 70 a 80 cb.
65
Em culturas regadas gota a gota, a nossa experiência bem como diversa informação
recolhida em literatura da especialidade, leva-nos a aconselhar que se instalem os
tensiómetros, perpendicularmente à linha de rega, afastados 15 a 30 cm do gotejador.
No caso das fruteiras a escolha da profundidade ideal é mais delicada. Convêm verificar,
se possivel com um corte feito nas próximidades dum ponto de rega qual a zona que
contem mais raízes. Quando elas são superficiais coloca-se a cápsula porosa a 25 - 30
cm de profundidade. Se as raízes são mais abundantes em profundidade coloca-se a
capsula porosa a 40 - 50 cm de profundidade, aumentando também a distancia lateral
em relação ao ponto de rega. Também aqui poderá ser interessante a instalação de um
tensiómetro a maior profundidade, em local abaixo da zona de maior desenvolvimento
radicular, para controle da água que eventualmente se infiltre para as camadas inferiores,
onde as raízes não abundam.
Muito do que acabamos de referir é também influênciado pelo tipo de solo, o qual
condiciona o local de instalação dos tensiómetros. Assim, nos solos arenosos, onde a
água apresenta uma maior velocidade de infiltração, com pouco deslocamento
horizontal e o bolbo húmido, junto ao ponto de rega, apresenta a forma alongada de um
"fuso", os tensiómetros devem ser colocados mais perto do ponto de rega. Já nos solos
pesados, onde a água se desloca mais na horizontal e menos na vertical, formando um
bolbo com a forma de uma "cebola", se aconselha a instalação dos tensiómetros um
pouco mais afastados do gotejador. Deste modo, tomando como referência os valores
anteriormente indicados, quer em relação ao afastamento lateral quer em relação à
profundidade, para instalação dos tensiómetros, aconselhamos que se escolham os
valores mais baixos para solos arenosos e os mais altos para os solos pesados, tipo
argiloso.
Caso tenhamos disponibilidade, o ideal será para cada tipo de solo ou situação, efectuar
um pequeno ensaio de campo com vista a determinar a localização mais correcta para
instalação dos tensiómetros, podendo então procede-se do seguinte modo:
Para obter bons resultados com a rega, tomando como referência os valores das leituras
observadas nos tensiómetros, é conveniente evitar que o solo seque demasiado,
efectuando regas curtas e frequentes, o que não é difícil, quando se dispõe de sistemas
de rega localizada. Assim, após a rega, a água reparte-se pelo solo formando um bolbo
húmido que, como já referimos, pode adquirir diferentes formas em função do tipo de
solo. Em qualquer dos casos, após uma rega, junto ao emissor observa-se sempre uma
zona muito saturada em água. No caso de dotação excessiva essa zona tende a aumentar
e, ao contrário, se a dotação é baixa tende a diminuir (figura 15). Deste modo os
tensiómetros colocados na periferia dessa zona podem detectar a evolução da humidade
no bolbo húmido possibilitando um eficaz controle das regas.
67
Regra geral as leituras devem efectuar-se diáriamente, de preferência sempre à mesma
hora logo pela manhã, pois é nessa altura que o movimento da água nas plantas e no
solo é quase nulo, existindo por isso condições muito próximas de um equilíbrio.
Após alguns dias de registos nestas condições é possivel observar a evolução da tensão
da água no solo, podendo então manifestar-se várias tendências:
- Os valores sobem, seja brusca seja progressivamente, dia após dia, o que
significa uma diminuição da zona húmida. Nestes casos é necessário aumentar os
períodos de rega.
- Os valores baixam, seja brusca seja progressivamente, dia após dia, o que
significa que a zona húmida tende a aumentar. Nestas condições é necessário reduzir os
períodos de rega.
A partir destas observações temos depois que decidir qual o momento mais oportuno
para efectuar as regas, operação que pode ainda ser condicionada por factores tais como
o tipo de solo, o clima, o método de rega etc., devendo por isso esta operação ser
decidida pelo agricultor de acordo com as suas próprias condições. A experiência e a
investigação fornecem também indicações gerais, muito uteis, que ajudam a interpretar
os resultados das leituras dos tensiómetros:
- 0 a 10 cb - O solo está saturado, podendo as raízes das plantas sofrer uma falta
de oxigenação. Nestas condições não é necessário regar. Se se teima em regar é certo
que a água aplicada se perderá.
- > 70 cb - Leituras acima deste valor indicam falta de água nos solo. È
recomendável, em rega localizada, regar muito antes do aparelho acusar valores desta
grandeza. Nestas condições, não só as plantas podem começar a sentir os efeitos da seca,
como o próprio tensiómetro pode dar resultados menos correctos, correndo mesmo o
risco de "desferrar".
(*) nota: - Os folhetos publicados pela DRAAG, referentes à rega de diversas culturas
hortícolas contêm dados que podem ser tomados como referência.
É importante que a tina esteja sempre limpa e cheia até 5 cm, por debaixo do bordo
superior; não devendo nunca permitir-se que o nível da água desça mais de 7.5 cm
abaixo do referido bordo.
A utilização dos dados assim estimados, sempre que possivel, deve ser complementada
pelas indicações dos tensiómetros, o que permite comparar os resultados e corrigir as
dotações de água a aplicar às culturas.
A partir dos valores da evaporação obtidos numa tina de classe A é possivel estimar a
quantidade de água a aplicar a diferentes culturas.
Eto = Epan * Kp
69
Epan - Evaporação na tina de classe A. Representa a perda de água por
evaporação na superfície de uma tina. Em mm/dia ou mm/período
QUADRO XI
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Mês JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Epan 1.7 2.1 3.2 4.5 5.7 7.0 8.3 8.7 6.5 4.5 2.2 1.8
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Etc = Eto * Kc
Na rega localizada, quer gota a gota quer por microaspersão, a área de solo molhado é
claramente menor que pelos métodos clássicos (alagamento, aspersão etc.). Assim na
práctica a evapotranspiração é menor quando se utilizam técnicas de microirrigação.
Nestas condições os valores de Etc não vão além de 70 a 90 % dos valores normalmente
aceites.
Esta diminuição de Etc é tanto maior quanto menor for a densidade dos distribuidores
de água e humidificação do solo em superfície. Actualmente, principalmente em estufas
utiliza-se também a cobertura do solo com plástico ("paillage") o que condiciona
igualmente a evaporação à superfície e a humidade do solo.
QUADRO XII
-------------------------------------------------------------------------------------------
Tipo de cultura e sistema de rega (p)
-------------------------------------------------------------------------------------------
Com microasperssores 0.90
Pomares clássicos com gotejadores 0.80
(1500 a 2000 gotejadores / ha)
Pomares de alta densidade com gotejadores 0.90
(mais de 2500 gotejadores / ha)
Tomate em estufa (regado gota a gota) 0.75
Tomate. berinjela, pimento; com solo nu 0.85
ao ar livre (regado gota a gota)
Morangos, pimentos, melão; com "Paillage" 0.70
plástica (regado gota a gota)
Citrinos 0.70
-------------------------------------------------------------------------------------------
Etc = Epan * Kc * p
p - Coeficiente de poupança de água. Este valor está ligado à práctica da rega
localizada, que provoca uma diminuição na evapotranspiração da cultura.
71
2.8.2.1.2 - Dados orientativos para a rega de algumas culturas
hortofrutícolas no Algarve (Campina de Faro)
72
Fig. 16 - Consumos de água registados em algumas culturas realizadas no CEHFP
QUADRO XIII
------------------------------------------------------------------------------
Grupo Culturas
------------------------------------------------------------------------------
1 Cebola, Pimento, Batata
2 Couve, Tomate, Ervilha, Banana, Vinha
3 Feijão, Melancia, Citrinos, Ananas
4 Milho, Beterraba, Oliveira
------------------------------------------------------------------------------
73
Fig. 17 - Consumos de água ao longo do período cultural
A época do ano é outro factor de grande influência sobre os consumos de água pela
planta. Para uma mesma espécie temos consumos baixos nos meses frios, em que a
evaporação é fraca, e consumos elevados nos meses quentes, quando a evaporação é alta
(figura 18).
mês J F M A M J J A S O N D
Epan (mm) 1.7 2.1 3.2 4.5 5.7 7.0 8.3 8.7 6.5 4.5 2.2 1.8
Para estimar a quantidade de água a aplicar em cada rega podemos tomar como
referência a evapotranspiração da cultura ou a humidade do solo. Como já foi referido,
ao falar da tina de classe A e dos tensiómetros, no primeiro caso os cálculos são feitos
com base na formula: - Rega = Eto * Kc * p , em (l/m²); no segundo caso, deixamos o
solo secar até um valor préviamente estabelecido, aplicando depois uma quantidade de
74
água que reponha a que foi consumida pela cultura. Na práctica os dois métodos
completam-se, podendo o agricultor tomar como referência os valores calculados com
base na evaporação, servindo depois os tensiómetros para os acertos e correcções que
seja necessário efectuar.
Como também já foi referido, calcular com exactidão a dotação de rega exige o
conhecimento e a determinação no local de inúmeros dados (evaporação, velocidade do
vento, humidade, valores de Kc e p, etc). Todavia, em grande parte dos casos estes
dados não existem e, estuda-los no local, não está ao alcance da grande maioria dos
agricultores e técnicos não especialistas nestas areas.
Por esse motivo julgámos pertinente a elaboração dos quadros XIV a XXII (Hortícolas)
e quadros XXIII a XXVI (fruteiras) onde se indicam valores médios das quantidades de
água a aplicar a algumas das principais culturas regadas, cultivadas na nossa região.
Refira-se todavia que os dados ai inseridos são meramente orientativos, não podendo
por isso, “em caso algum”, ser tomados como rígidos ou como "receita", aplicando-se
em especial às culturas realizadas nas zonas em redor de Faro, regadas com sistemas
tipo gota a gota. Na verdade cada exploração é sempre um caso particular, não sendo
por isso possivel esquecer que:
- Os valores da evaporação, que servem de base aos cálculos, são uma média de
vários anos, registadas no Centro de Experimentação Horto-fruticola do Patacão, pelo
que poderão ocorrer situações diferentes de ano para ano, muito em especial se o local a
regar se situar fora da referida zona.
Assim sendo, estes valores devem ser alterados, sempre que deles resultem
carências ou excessos de água para a cultura. A título orientativo recomendamos:
No caso das fruteiras, ao utilizar estes dados, recomenda-se ainda que se tomem em
consideração também os seguintes aspectos:
QUADRO XIV
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fase de Mês
Desenvol- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1ª Fase 0.50 0.60 0.95 1.30 1.60 1.95 2.25 2.30 1.65 1.15 0.60 0.50
2ª Fase 0.60 0.75 1.20 1.65 2.10 2.50 2.90 2.95 2.10 1.45 0.75 0.65
3ª Fase 0.75 0.90 1.50 2.00 2.55 3.05 3.55 3.60 2.60 1.80 0.95 0.80
4ª Fase 0.80 1.00 1.60 2.15 2.80 3.30 3.85 3.95 2.85 1.95 1.05 0.90
5ª Fase 0.75 0.90 1.50 2.00 2.55 3.05 3.55 3.60 2.60 1.80 0.95 0.80
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores
1ª - da plantação à floração do 1º cacho médios da evaporação numa Tina Classe A
2ª - da floração do 1º cacho à floração do 3º cacho durante 4 anos
3ª - da floração do 3º cacho à floração do 4º cacho
4ª - da floração do 4º cacho a meio das apanhas
5ª - do meio das apanhas até final
76
QUADRO XV
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fase de Mês
Desenvol- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1ª Fase 0.60 0.75 1.15 1.60 2.05 2.55 3.00 3.15 2.35 1.60 0.80 0.65
2ª Fase 0.80 1.00 1.50 2.10 2.70 3.30 3.90 4.10 3.05 2.10 1.05 0.85
3ª Fase 1.00 1.20 1.85 2.60 3.30 4.10 4.80 5.05 3.80 2.60 1.30 1.05
4ª Fase 1.20 1.50 2.30 3.25 4.10 5.05 5.95 6.25 4.70 3.20 1.60 1.30
5ª Fase 1.00 1.20 1.85 2.60 3.30 4.10 4.80 5.05 3.80 2.60 1.30 1.05
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores
1ª - da plantação à floração do 1º cacho médios da evaporação numa Tina Classe A
2ª - da floração do 1º cacho à floração do 3º cacho durante 4 anos
3ª - da floração do 3º cacho à floração do 4º cacho
4ª - da floração do 4º cacho a meio das apanhas
5ª - do meio das apanhas até final
QUADRO XVI
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fase de Mês
Desenvol- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1ª Fase 0.50 0.60 0.90 1.30 1.65 2.05 2.40 2.50 1.90 1.30 0.65 0.50
2ª Fase 0.85 1.10 1.65 2.35 2.95 3.65 4.30 4.50 3.40 2.30 1.15 0.90
3ª Fase 0.70 0.90 1.40 1.95 2.45 3.00 3.55 3.75 2.80 1.90 0.95 0.75
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores
1ª - da plantação ao vingamento dos 1ºs frutos médios da evaporação numa Tina Classe A
2ª - do vingamento dos 1ºs frutos ao início das colheitas durante 4 anos
3ª - do início das colheitas até final
QUADRO XVII
77
QUADRO XVIII
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Fase de Mês
Desenvol- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1ª Fase 0.50 0.60 0.90 1.30 1.65 2.05 2.40 2.50 1.90 1.30 0.65 0.50
2ª Fase 0.60 0.70 1.10 1.55 1.95 2.40 2.80 2.95 2.20 1.55 0.75 0.60
3ª Fase 0.65 0.80 1.20 1.70 2.15 2.70 3.15 3.30 2.50 1.70 0.85 0.70
4ª Fase 0.70 0.90 1.40 1.95 2.45 3.00 3.55 3.75 2.80 1.90 0.95 0.75
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores
1ª - da plantação ao início da floração médios da evaporação numa Tina Classe A
2ª - do início da floração até cerca de 1-1.5 m de altura durante 4 anos
3ª - do 1-1.5 m de altura até ao início das colheitas
4ª - durante as colheitas
QUADRO XIX
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fase de Mês
Desenvol- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1ª Fase 0.40 0.50 0.75 1.10 1.35 1.70 2.00 2.10 1.55 1.10 0.50 0.45
2ª Fase 0.65 0.80 1.20 1.70 2.15 2.70 3.15 3.30 2.50 1.70 0.85 0.70
3ª Fase 0.80 1.00 1.55 2.15 2.75 3.40 3.95 4.20 3.15 2.15 1.05 0.85
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores médios da
1ª - da plantação ao início da floração evaporação numa Tina Classe A durante 4 anos
2ª - da floração ao início das colheitas
3ª - durante as colheitas
QUADRO XX
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fase de Mês
Desenvol- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1ª Fase 0.60 0.75 1.15 1.60 2.05 2.55 3.00 3.15 2.35 1.60 0.80 0.65
2ª Fase 1.00 1.20 1.85 2.60 3.30 4.10 4.80 5.05 3.80 2.60 1.30 1.05
3ª Fase 1.20 1.50 2.30 3.25 4.10 5.05 5.95 6.25 4.70 3.20 1.60 1.30
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores médios da
1ª - da plantação ao início da floração evaporação numa Tina Classe A durante 4 anos
2ª - da floração ao início das colheitas
3ª - durante as colheitas
78
QUADRO XXI
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fase de Mês
Desenvol- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1ª Fase 0.40 0.50 0.75 1.10 1.35 1.70 2.00 2.10 1.55 1.10 0.50 0.45
2ª Fase 0.60 0.70 1.10 1.55 1.95 2.40 2.80 2.95 2.20 1.50 0.75 0.60
3ª Fase 0.70 0.90 1.40 1.95 2.45 3.00 3.55 3.75 2.80 1.90 0.95 0.75
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores médios da
1ª - da plantação ao início da floração evaporação numa Tina Classe A durante 4 anos
2ª - da floração ao início das colheitas
3ª - durante as colheitas
QUADRO XXII
Rega localizada do feijão verde em estufa (água a aplicar em litros/m²/dia)
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fase de Mês
Desenvol- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1ª Fase 0.30 0.35 0.55 0.75 0.95 1.20 1.40 1.45 1.10 0.75 0.40 0.30
2ª Fase 0.55 0.70 1.10 1.50 1.90 2.35 2.75 2.90 2.20 1.50 0.75 0.60
3ª Fase 0.75 0.95 1.45 2.05 2.60 3.20 3.75 3.95 2.95 2.05 1.00 0.80
4ª Fase 0.70 0.90 1.40 1.95 2.45 3.00 3.55 3.75 2.80 1.90 0.95 0.75
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores médios
1ª - da sementeira à germinação da evaporação numa Tina Classe A durante 4 anos
2ª - da germinação ao início da floração
3ª - do início da floração ao início das colheitas
4ª - durante as colheitas
79
TABELAS ORIENTATIVAS PARA A REGA DE FRUTEIRAS
QUADRO XXIII
Rega localizada de citrinos (água a aplicar em l/m²/dia)
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fase de Mês
Desenvol- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1ª Fase a) 0.45 0.55 0.90 1.20 1.55 2.15 2.50 2.65 2.00 1.40 0.60 0.50
2ª Fase a) 0.50 0.65 1.10 1.55 1.95 2.60 3.10 3.25 2.45 1.70 0.75 0.60
3ª Fase a) 0.60 0.70 1.20 1.70 2.15 2.85 3.40 3.55 2.65 1.80 0.80 0.65
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1ª Fase b) 1.00 1.20 1.95 2.75 3.50 4.55 5.35 5.60 4.20 2.90 1.35 1.10
2ª Fase b) 0.85 1.05 1.75 2.45 3.10 4.05 4.80 5.00 3.80 2.60 1.20 0.95
3ª Fase b) 0.85 1.05 1.75 2.45 3.10 4.05 4.80 5.00 3.80 2.60 1.20 0.95
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base
1ª - árvores jovens cobrindo menos de 20 % da área total valores médios da evaporação numa
2ª - árvores cobrindo de 20 % a 60 % da área total Tina Classe A durante 4 anos
3ª - árvores cobrindo mais de 60 % da área total
a) - solo limpo de ervas b) - solo com infestantes
QUADRO XXIV
QUADRO XXV
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Mês
Situação -----------------------------------------------------------------------------------------------
MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Clima Húmido / Vento Ligeiro a Moderado a) ---- 1.35 1.90 2.55 2.85 2.90 2.00 1.05 0.50
Clima Seco / Vento Ligeiro a Moderado a) ---- 1.20 2.05 2.95 3.25 3.40 2.40 1.35 0.50
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Clima Seco / Vento Ligeiro a Moderado b) 0.50 1.20 2.05 2.95 3.25 3.15 2.00 1.20 0.50
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
a) - Vinhas Adultas, em regiões de geadas ligeiras; primeiras Nota: Os dados do quadro têm por
folhas em princípios de Abril, vindima em começos de base valores médios da evaporação
Setembro; a meio do periodo vegetativo a cobertura do numa Tina Classe A durante 4 anos
solo deve rondar os 30/35 %. Solo limpo de infestantes
Para estas tarefas o operador pode dispor de equipamentos simples como sejam as
válvulas volumétricas, que permitem controlar um dado volume de água, aos mais
sofisticados, como os programadores e computadores de rega que permitem em
simultâneo controlar várias operações.
81
2.9.1 - Válvulas volumétricas associadas a balão e pressostato
Estes aparelhos são constituidos por um corpo que na parte superior tem uma escala
graduada, em l ou m3 , sobre a qual roda uma peça que permite a abertura do circuito e a
prévia programação do volume de água a fornecer em cada rega (foto 29). A paragem da
rega é obtida por intermédio de um mecanismo hidráulico, existente no interior do corpo
da válvula, que se move por acção da passagem da água, fechando automáticamente o
circuito após a passagem do volume pré-programado.
Das válvulas disponiveis no nosso mercado podemos encontrar desde modelos com a
escala de 0 a 1 m3 até outras mais robustas que permitam programar regas de 0 a 50 m3 .
O caudal horário máximo e mínimo é também variável com o tipo de aparelho. Em geral
os modelos mais pequenos permitem marcar com rigor valores multiplos de 50 - 100 l
ao passo que nas válvulas maiores não é possivel programar com rigor regas inferiores a
multiplos de 500 l ou 1 m3.
Registe-se ainda que em alguns modelos junto com a válvula vem um contador de água,
constituindo ambos um corpo único (foto 31).
Sem querer esgotar o tema, e atendendo a que cada sistema vem acompanhado de
informação, onde são explicitadas as diferentes possibilidades e modo de programação,
de maneira a adapta-lo a cada situação especifica, iremos resumir, o mais sintéctico
possivel, algumas das operações mais comuns e com possibilidade se serem efectuadas
por estes equipamentos.
82
Assim, dependendo do tipo de equipamento, é possivel estabelecer programas de rega,
mais ou menos complexos, por intermédio dos quais podemos efectuar e controlar
diversas operações, sendo de destacar pela sua importância, entre outras, as seguintes:
- Dotação de rega
- Frequência da rega
- Intervalo entre regas em função dos dias da semana, (Ex: Segundas, Quintas,
Domingos) ou a partir de intervalos fixos (Ex: Rega diária, Rega cada 3 dias, Rega
semanal)
83
- Fertilização
É outra função que o programador pode controlar, sempre que não disponhamos da
fonte de água sob-pressão.
- Limpeza de filtros
84
- Controlos e alarmes
Assim, quando ocorre uma avaria nos elementos controlados por estes sensores ou
alarmes, o programador pode inclusive interromper o programa até que o regante corrija
a anomalia registada. Na maioria dos casos uma luz ou um sinal sonoro chamam a
atenção do regante e no écran do aparelho aparece indicado o tipo de avaria, sendo
mesmo possível saber quando e onde ocorreu.
85
BIBLIOGRAFIA
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86
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DOORENBOS J.e PRUITT W.O. : Las necessidades de água de los cultivos. Estudio
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Dir. Marketingg y rel. externas; Depto Técnico-Agronómico. FESA*ENFERSA 1981.
Evaluación de una instalación de riego por goteo. Servicio Técnico Agrário; La Rural -
Caja Rural de Almeria 1990.
89
Foto 1 - Bomba de eixo horizontal com impulsor fechado
91
Foto 5 - Filtros de lamelas
92
Foto 7 - Modelo de adubador funcionanado por diferenças de pressão
94
Foto 11- Bomba hidráulica “Dosatron” para injecção de adubos
95
Foto 12 - Manómetro utilizado para medir a pressão da água na rede de rega
96
Foto 14 - Reguladores de caudal
97
Foto 16 - Gotejadores
Foto 17 - Gotejadores
98
Foto 18 - Gotejadores
99
Foto 20 - Difusores
100
Foto 22 - Acessórios de ligação
101
Foto 24 - Válvulas de segurança
102
Foto 26 - Electroválvula
Foto 27 - Tensiómetro
103
Foto 28 - Tina de classe A instalada num posto meteorológico ao ar livre
104
Foto 30 - Sistema de balão e pressostato
105
Foto 32 - Programador de rega, ligado a computador, instalado no CEHFP
106