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RELATÓRIO DA

ADMINISTRAÇÃO
BNDESPAR
2º trimestre de 2019
Sumário
1. BNDESPAR ......................................................................................................................................................................... 3
2. Pronunciamento CPC nº 48/2016 – Instrumentos Financeiros ................................................................................... 3
3. Cenário Macroeconômico ...................................................................................................................................................... 4
4. Desempenho Econômico-Financeiro ................................................................................................................................... 6
4.1. Principais Indicadores ......................................................................................................................................................... 6
4.2. Resultado .............................................................................................................................................................................. 7
4.2.1. Resultado com Participações Societárias .................................................................................................................... 7
4.2.2. Resultado com Operações Financeiras ...................................................................................................................... 10
4.2.3. Outras Despesas, líquidas ............................................................................................................................................ 11
4.2.4. Tributação sobre o Lucro .............................................................................................................................................. 11
4.2.5. Outros Resultados Abrangentes/Lucro Líquido Abrangente ................................................................................... 11
4.3. Posição Financeira ............................................................................................................................................................ 12
4.3.1. Disponibilidades .............................................................................................................................................................. 12
4.3.2. Debêntures ...................................................................................................................................................................... 12
4.3.3. Participações Societárias .............................................................................................................................................. 12
4.3.4. Gerenciamento da Carteira de Investimentos ............................................................................................................ 13
4.3.5. Outras Obrigações ......................................................................................................................................................... 14
4.3.6. Patrimônio Líquido ......................................................................................................................................................... 14
5. Controles Internos ................................................................................................................................................................. 14
6. Instrução CVM 381/2003 ..................................................................................................................................................... 15
7. Agradecimentos..................................................................................................................................................................... 15

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1. BNDESPAR

A BNDESPAR é uma sociedade por ações, subsidiária integral do Banco Nacional de


Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem por objeto social: realizar operações
visando à capitalização de empreendimentos, observados os planos e políticas do BNDES;
apoiar o desenvolvimento de infraestrutura e sociedades que reúnam perspectivas de eficiência
econômica, tecnológica e de gestão adequadas ao retorno para o investimento, em condições
e prazos compatíveis com o risco e a natureza de sua atividade; apoiar o desenvolvimento de
novos empreendimentos, em cujas atividades se incorporem novas tecnologias; contribuir para
o fortalecimento do mercado de capitais, por intermédio do acréscimo de oferta de valores
mobiliários e da democratização da propriedade do capital de empresas; administrar e gerir
carteira de valores mobiliários, próprios e de terceiros; apoiar e estruturar processos de
Desestatização de iniciativa da União e de outros Entes da Federação; apoiar e estruturar
processos de Parceria Público-Privada no âmbito da União e de outros Entes da Federação;
apoiar e estruturar soluções financeiras, em processo de iniciativa da União e de outros Entes
da Federação com iniciativa privada; e prestar consultoria especializada, que objetive dar
suporte e subsidiar administradores e gestores de fundos de investimento em direitos
creditórios, em suas atividades de análise e seleção de direitos creditórios para integrarem a
carteira dos respectivos fundos.

2. Pronunciamento CPC nº 48/2016 – Instrumentos Financeiros


A partir de 1º de janeiro de 2018, as informações financeiras da BNDESPAR passaram a
refletir os efeitos da adoção do Pronunciamento CPC nº 48 – Instrumentos Financeiros
(Deliberação CVM nº 763/2016), que alinha o tratamento de ativos e passivos financeiros à
norma internacional (IFRS 9 – Financial Instruments).

Os principais impactos da adoção desse Pronunciamento nas informações financeiras da


BNDESPAR são verificados em (i) resultado de alienação de participações societárias; (ii)
provisão para perdas em investimento (impairment) e para perdas de crédito; (iii) ajustes

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decorrentes de taxa efetiva dos ativos financeiros relacionados a instrumentos de dívida; e (iv)
impactos tributários decorrentes dos itens anteriores.

3. Cenário Macroeconômico

O primeiro semestre de 2019 foi caracterizado por um cenário internacional menos desafiador
para as economias emergentes que aquele observado ao longo de 2018. Com a intensificação
da contenda comercial entre EUA e China e o aumento das tendências protecionistas no
intercâmbio mundial, a desaceleração do comércio internacional se intensificou, contribuindo
para a redução no ritmo de crescimento mundial. Esse menor dinamismo econômico global
acompanhado da ausência de tendências inflacionárias nas principais economias do planeta
implica na manutenção das taxas de juros internacionais em patamares baixos e, assim, a
continuidade do panorama de liquidez global elevada. A política monetária norte-americana,
que ao longo de 2018 foi progressivamente mais restritiva, reverteu neste primeiro semestre
suas perspectivas de evolução. De fato, além da taxa básica de juros nos EUA manter-se
inalterada e em níveis relativamente baixos ao longo do período, as projeções dos investidores
envolvem hoje expectativas de uma política monetária mais acomodativa, com dois cortes no
patamar de juros até o final do ano.

No cenário doméstico, no que tange ao nível de atividade, o resultado do PIB do 1T/2019


mostrou contração de 0,2% frente ao 4T/2018, ajustado aos efeitos sazonais. Desta forma, o
PIB manteve sua trajetória de desaceleração iniciada no segundo semestre do ano passado,
consolidando a percepção de que 2019 também será um ano de crescimento modesto. Não
há, por hora, nenhum componente autônomo da demanda agregada da economia capaz de
impulsionar os gastos no curto prazo e, assim, retomar o ritmo de expansão da atividade. Não
obstante, há a perspectiva de que o cenário doméstico apresente melhora a partir da
aprovação de uma reforma da previdência robusta o suficiente para uma alteração da trajetória
da dívida pública.

No mercado de trabalho, a taxa de desemprego segue em trajetória de queda, embora ainda


encontre-se em patamar elevado (12,3% no trimestre encerrado em maio de 2019), as
medidas mais amplas – que conjugam subocupação por insuficiência de horas trabalhadas
com a força de trabalho potencial – ainda mostram um quadro preocupante: cerca de 25% da

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força de trabalho brasileira está subutilizada. Além disso, houve piora da qualidade dos postos
de trabalho gerados, com ganho de participação da informalidade.

No cenário inflacionário, passados os efeitos da greve dos caminhoneiros, o IPCA encerrou o


primeiro semestre de 2019 em baixa, com 3,37% no acumulado dos últimos doze meses. A
perspectiva para 2019 continua benigna, com expectativa de encerramento do ano no patamar
de 3,8%, abaixo, portanto, da meta de 4,25%. O arrefecimento recente dos preços
administrados (gasolina e energia), a devolução do choque agrícola do início do ano, a recente
apreciação cambial do real com queda do dólar e a manutenção dos núcleos de inflação em
trajetória favorável, contribuirão para que inflação feche o ano de 2019 abaixo da meta. A
conjugação de uma recuperação lenta com a boa dinâmica inflacionária traz perspectivas de
redução da Selic pelo Bacen. O mercado estima hoje uma Selic de 5,5% para o fim de 2019.

No cenário fiscal, o resultado primário do setor público consolidado acumula o valor positivo de
R$ 7 bilhões até maio. Por outro lado, o baixo dinamismo da economia vem reduzindo a folga
para o cumprimento da meta para 2019, gerando a necessidade de contingenciamento no
orçamento. A relação dívida bruta/PIB ficou em 78,7% do PIB em maio, ligeiramente abaixo do
índice de abril (79,0%), maior valor da série histórica. Fora os dados de curto prazo, a agenda
de reformas continua em destaque. A reforma da previdência segue avançando nas etapas
legislativas, enquanto o Plano de Auxílio aos Estados finalmente foi apresentado. Como
assinalado acima, o encaminhamento dessas questões será fundamental para sustentar o
crescimento nos próximos anos.

Por fim, as contas externas continuam com bom desempenho. O saldo comercial vem se
reduzindo mas, por conta do baixo dinamismo da atividade, essa diminuição tem sido lenta e
gradual, mantendo-se o resultado em patamar confortavelmente positivo (US$ 26,0 bilhões no
primeiro semestre de 2019 ante US$ 30 bilhões observados no primeiro semestre de 2018). Já
os investimentos diretos no país (IDP), da ordem de US$ 96,6 bilhões líquidos no acumulado
de 12 meses encerrados em maio de 2019 (máxima da série histórica) serão mais do que
suficientes para o financiamento do déficit em transações correntes, projetado em junho de
2019 pelo Banco Central em US$ 19,3 bilhões. Para o segundo semestre de 2019, espera-se
uma discreta aceleração do ritmo de crescimento da economia.

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4. Desempenho Econômico-Financeiro

4.1. Principais Indicadores


Resultado (R$ milhões) 1S19 1S18 ∆ (%) 2T19 2T18 ∆ (%)
Resultado com Participações Societárias (RPS) 8.062 992 712,9 590 327 (80,4)
Resultado com Operações Financeiras (711) 1.134 (162,7) (1.347) 2.101 (164,1)
Outras Despesas, líquidas (437) (231) (89,3) (226) (133) (70,9)
Tributação sobre o Lucro (1.872) (665) (181,8) 178 (802) 122,2
Lucro (prejuízo) Líquido 5.041 1.232 309,1 (805) 1.494 (153,8)
Outros Resultados Abrangentes 4.984 4.818 (3,4) (1.014) (1.805) 43,8
Lucro (Prejuízo) Abrangente 10.025 6.050 (65,7) (1.819) (311) (485,1)
1/
Resultado Ajustado (R$ milhões) 1S19 1S18 ∆ (%) 2T19 2T18 ∆ (%)
1
Resultado com Participações Societárias Ajustado 12.611 5.116 146,5 837 3.128 (73,2)
Resultado com Operações Financeiras (711) 1.134 (162,7) (1.347) 2.101 (164,1)
Outras Despesas, líquidas (437) (231) 89,3 (226) (133) 70,9
Tributação sobre o Lucro Ajustado (3.498) (2.183) 60,3 90 (1.830) (104,9)
1
Lucro (prejuízo) Líquido Ajustado 7.964 3.838 107,5 (646) 3.267 (119,8)
Posição Financeira (R$ milhões) 30/06/2019 31/12/2018 ∆ (%) 30/06/2019 31/03/2019 ∆ (%)

Ativo Total (AT) 111.765 107.065 4,4 111.765 119.644 (6,6)


Disponibilidades 27.429 22.391 22,5 27.429 31.695 (13,5)
Debêntures 1 5.394 6.524 (17,3) 5.394 6.732 (19,9)
2
Participações Societárias (PS) 75.628 69.524 8,8 75.628 77.414 (2,3)
Não Coligadas 64.482 58.672 9,9 64.482 66.462 (3,0)
Coligadas 9.160 9.121 0,4 9.160 9.109 0,6
Fundos de Participações de Renda Variável 1.987 1.730 14,8 1.987 1.843 7,8
Outros Ativos 3.315 4.523 (26,7) 3.315 3.803 (12,8)
Ativos Não Circulantes Mantidos para Venda - 4.103 (100,0) - -
Obrigações por Emissão de Debêntures - 1.963 (100,0) - 2.013 (100,0)
Outras Obrigações 10.619 12.057 (11,9) 10.619 13.401 (20,8)
Patrimônio Líquido (PL) 101.146 93.046 8,7 101.146 104.230 (3,0)
Indicadores Financeiros (%) 30/06/2019 31/12/2018 30/06/2019 31/03/2019
Patrimônio Líquido/Ativo Total (PL / AT) 90,50% 86,91% 90,50% 87,12%
3
Participações Societárias/Ativo Total (PS / AT) 67,67% 68,77% 67,67% 64,70%
Rentabilidade (%) 1S19 1S18 2T19 2T18
4
Retorno s/ Ativos (LL / ATmédio) 15,58% 4,27% -4,73% 10,27%
Retorno s/ PL (LL / PLmédio) 4 14,92% 4,05% -4,50% 9,74%
Rentabilidade ajustada pelas alienações (%) 1S19 1S18 2T19 2T18
4
Retorno s/ Ativos (LL / ATmédio) ajustado pelas alienações 24,61% 13,19% -3,80% 22,28%
Retorno s/ PL (LL / PLmédio) ajustado pelas alienações 4 23,57% 12,51% -3,62% 21,13%
1
O Resultado com participações societárias e o lucro líquido ajustados consideram o efeito das alienações que deixou de ser reconhecido no resultado líquido do
exercício, a partir de 2018 com a adoção do CPC 48 (Instrumentos Financeiros).
2
Líquidas de provisão.
3
No cálculo do indicador financeiro "Participações Societárias/Ativo Total", o saldo de participações societárias contempla o saldo de ativos não circulantes mantidos
para venda, tendo em vista que este trata-se de participação societária.
4
O cálculo do retorno considera como média dos ativos e patrimônio líquido a soma dos saldos iniciais e finais dos respectivos períodos dividida por 2 e exclui os
ajustes a valor de mercado (líquido de tributos no caso do retorno sobre PL).

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4.2. Resultado
A BNDESPAR registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 647 milhões no 2T19, ante um lucro
líquido ajustado de R$ 3.266 milhões registrado no mesmo trimestre de 2018, impactado,
principalmente, pela piora no resultado com operações financeiras.

No acumulado do 1S19, a BNDESPAR apresentou um lucro líquido ajustado de


R$ 7.964 milhões, um crescimento de 107,5% diante do lucro líquido ajustado de R$ 3.838
milhões apresentado no mesmo semestre de 2018, explicado, principalmente pelo resultado
com alienações de participações societárias, atenuado pela resultado negativo com operações
financeiras.

4.2.1. Resultado com Participações Societárias

(R$ milhões)
2T18 2T19
3.128
2.801

837
509 591
413 327
220 246 151
- 0 - 69 1 30

-216 -73 -26 -160


Perdas por Dividendos e Equivalência Alienações de Alienações de Fundos de Derivativos de Ações Resultado com Resultado com
Impairment JCP Patrimonial coligadas e instrumentos Renda Variável Renda Variável Bonificadas e participações participações
outros financeiros Outros societárias societárias
(registrados em (registrados no ajustado
resultado) PL)

(R$ milhões)
12.611
1S18 1S19

8.062

5.995
5.116
4.549
4.122

967 652 994


467 435 520 181
- 1 19 0

-111 -20 -52


Perdas por Dividendos e Equivalência Alienações de Alienações de Fundos de Derivativos de Ações Resultado com Resultado com
Impairment JCP Patrimonial coligadas e instrumentos Renda Variável Renda Variável Bonificadas e participações participações
outros financeiros Outros societárias societárias
(registrados em (registrados no ajustado
resultado) PL) Página 7 de 15
O resultado com participações societárias no 2T19 foi um lucro de R$ 591 milhões e, acrescido
do resultado com alienações de instrumentos financeiros de R$ 246 milhões registrados
diretamente em lucros acumulados, gerou um resultado com participações societárias ajustado
de R$ 837 milhões, representando uma queda de 73,2% diante do resultado com participações
acionárias ajustado de R$ 3.128 milhões registrado no segundo trimestre do exercício anterior.
Essa queda é explicada principalmente por redução no resultado com alienações de
instrumentos financeiros (registrados diretamente no patrimônio líquido), que diminuiu 91,2%
na comparação entre os períodos.

Importante destacar que as alterações introduzidas com a adoção do novo normativo contábil
referentes ao reconhecimento do resultado com alienações de participações societárias
atingiram apenas as alienações de participações societárias mensuradas a valor justo
(participações em sociedades não coligadas e cotas de fundos de investimentos). O resultado
com alienações dos investimentos em sociedades coligadas continua sendo reconhecido na
demonstração de resultado.

O resultado com participações societárias no 1S19 foi um lucro de R$ 8.062 milhões e,


acrescido do resultado com alienações de instrumentos financeiros de R$ 4.549 milhões
registrados diretamente em lucros acumulados, gerou um resultado com participações
societárias ajustado de R$ 12.611 milhões, o que representou um crescimento de 146,5 %
diante do resultado ajustado de R$ 5.116 milhões registrado no mesmo período do ano
anterior, sustentado basicamente pelo aumento no volume de desinvestimentos.

No acumulado do 1S19, considerando registros feitos diretamente em lucros acumulados, o


resultado com alienações de ações no 1S19 foi de R$ 10.534 milhões, um aumento de 157%
em relação ao 1S18. Esse aumento é explicado essencialmente pelo resultado com alienações
de participações societárias, em função de relevante operação de incorporação de Fibria pela
Suzano e de ganho com venda de ações da Petrobras e de Vale, reconhecidos no 1T19.

No 2T19, a alienação mais relevante foi a venda total da participação na empresa Linx, que
gerou um ganho bruto de R$ 235 milhões.

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No 1S19 não houve necessidade de constituição ou reversão de provisão para perdas por
impairment para coligadas. Em decorrência da adoção do CPC 48, a partir de 1º de janeiro de
2018, não há mais reconhecimento de impairment para as participações acionárias em não
coligadas.

A receita com dividendos e juros sobre capital próprio no 2T19 teve como destaque os
dividendos recebidos da CEG, Petrobras e Eletrobras no montante de R$ 88 milhões,
R$ 109 milhões e R$ 141 milhões, respectivamente, representando 66% do total recebido no
período. No acumulado, obteve-se um montante de R$ 520 milhões no 1S19, 19,5% superior
ao resultado alcançado no 1S18.

O resultado com equivalência patrimonial no 1S19 apresentou uma melhora em relação ao


1S18, passando de um resultado negativo de R$ 111 milhões no 1S18 para um resultado
positivo de R$ 967 milhões (971,6%) no 1S19. As empresas que mais contribuíram para o
resultado positivo de equivalência patrimonial, no 1S19, foram Marfrig e JBS, cujo ganho foi de
R$ 746 milhões e R$ 216 milhões, respectivamente.

O ganho de R$ 151 milhões com derivativos de renda variável no 2T19 foi decorrente
basicamente, dos efeitos oriundos dos derivativos embutidos em debêntures, que geraram uma
perda de R$ 160 milhões no 2T18. No 1S19 houve uma queda de 129% no resultado com
derivativos de renda variável em relação ao 1S18, devido, principalmente a uma baixa do saldo
de um derivativo isolado por ocasião da realização de exercício de opção de venda, ocorrida no
1T19. A receita de venda associada a este exercício se encontra na rubrica de alienação de
instrumentos financeiros.

O resultado com ações bonificadas e outros no semestre foi impactado, positivamente, pelo
valor de R$ 622 milhões, referente à diferença entre o custo das ações de Fibria e o valor de
mercado da Suzano, quando da troca de ações ocorrida no processo de incorporação da
Fibria.

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4.2.2. Resultado com Operações Financeiras

(R$ milhões)

2T18 2T19
2.101
1.281
859

(39) (35)
(557) (755)
(1.347)
Receitas de Operações Financeiras Despesas de Operações Financeiras
Provisão para Risco de Crédito Resultado de Operações Financeiras

(R$ milhões)

1S18 1S19
1.134
590 628

(84) (85) (55)

(711) (571)
Receitas de Operações Financeiras Despesas de Operações Financeiras
Provisão para Risco de Crédito Resultado de Operações Financeiras

O resultado com operações financeiras no 1S19 foi negativo em R$ 711 milhões, uma queda
de 162,7% em relação ao 1S18. No 2T19, esse resultado também foi negativo em R$ 1.347
milhões, uma redução de 164,1% em relação ao 2T18. Essas quedas são explicadas
principalmente pelo provisionamento de 100% de alguns ativos em virtude da Recuperação
Judicial, gerando um ajuste a valor de justo negativo sobre debêntures e um aumento da
despesa com provisão para redução ao valor recuperável sobre outros créditos. Por outro lado,
as operações compromissadas originaram um resultado positivo de R$ 927 milhões no
semestre, atenuando a perda no período.

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4.2.3. Outras Despesas, líquidas
Abaixo destacamos as principais variações ocorridas nos trimestres e semestres em outras
despesas, líquidas:
Queda de R$ 58 milhões (58,0%) da despesa com provisões trabalhistas e cíveis na
comparação entre 1S19 e 1S18, influenciada por um aumento dessa despesa no 1S18
ocorrida em função de atualização do valor da condenação de um processo civil contra
a BNDESPAR com chance de perda provável;
Crescimento de R$ 17 milhões (18,9%) da despesa com pessoal no 2T19 em
relação ao 2T18, devido ao aumento do percentual de rateio da BNDESPAR, de 21%
em 2018 para 23% em 2019, nas despesas de pessoal do Sistema BNDES (aumento
de R$ 28 milhões da despesa com pessoal no 1S19 em relação ao 1S18) . O
percentual de rateio atribuído às empresas do Sistema BNDES é calculado com base
no produto de intermediação financeira do exercício anterior e aplicável a todo
exercício corrente; e,
As despesas com tributos, referentes basicamente a PIS e COFINS, passaram de
um resultado positivo de R$ 34 milhões em 2T18 para um resultado negativo de R$ 49
milhões em 2T19. As despesas tributárias registradas no 1S19 acompanham a maior
receita financeira registrada no semestre.

4.2.4. Tributação sobre o Lucro


No 2T19, houve aumento de receita impostos diferidos principalmente em função dos já citados
ajuste a valor justo negativo de Debêntures e aumento de provisão para para redução ao valor
recuperável, provocados por Recuperação Judicial. No acumulado do 1S19, houve um
aumento da despesa com impostos correntes principalmente em função do elevado resultado
com alienações do 1T19.

4.2.5. Outros Resultados Abrangentes/Lucro Líquido Abrangente


Os principais componentes dos outros resultados abrangentes no 2T19 são o resultado com
alienações de participações em sociedades não coligadas no montante de R$ 158 milhões e os
ajustes a valor justo negativo dessas participações, que totalizaram R$ 1.006 milhões, líquidos
de tributos. No 1S19, o impacto do resultado com alienações de participações em sociedades

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não coligadas foi de R$ 2.923 milhões e dos ajustes a valor justo positivo dessas participações
foi de R$ 2.032 milhões, líquido de tributos.

4.3. Posição Financeira


O ativo total da BNDESPAR atingiu R$ 111.765 milhões em 30/06/19, uma queda de
R$ 7.879 milhões (6,6%) em relação a 31/03/2019, decorrente principalmente da redução no
valor de R$ 4,3 bilhões nas disponibilidades em virtude do pagamento de Dividendos e
vencimentos de Debêntures emitidas. Houve também decréscimo no valor das debêntures
como consequência do ajuste a valor justo negativo de debêntures e Participações e queda do
valor das participações societárias a valor justo por redução do valor de mercado das ações.

4.3.1. Disponibilidades
A redução de R$ 4.266 milhões (13,5%) no 2T19 foi decorrente, principalmente, do pagamento
de dividendos complementares e, do vencimento no 2T19 de debêntures emitidas.

4.3.2. Debêntures
A queda de R$ 1.338 milhões (19,9%) da carteira de debêntures foi influenciada basicamente,
pelo ajuste negativo no valor justo.

4.3.3. Participações Societárias


A queda de R$ 1.786 milhões (2,3%) no 2T19 foi influenciada principalmente pela carteira de
participações em sociedades não coligadas, com destaque para a desvalorização das ações de
Suzano, Petrobras, e Eletrobras.

Em 30/06/19, o valor contábil das participações societárias em não coligadas, representado


pelo valor justo, superava o seu custo de aquisição, em 77,6% (R$ 28.183 milhões). Em
31/03/19, o valor justo era superior ao custo de aquisição em 82,1% (R$ 29.959 milhões).

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4.3.4. Gerenciamento da Carteira de Investimentos
O gerenciamento da carteira de investimentos da BNDESPAR enfatiza a diversificação e o giro
de ativos. Em 30 de junho de 2019, tal carteira compreendia títulos de emissão de 113
empresas (incluindo ações em 84) e de 41 fundos, com valores concentrados principalmente
nos setores de petróleo e gás, mineração, energia elétrica, alimentos e bebidas, papel e
celulose e bens de capital, conforme demonstrado na tabela abaixo:

Distribuição setorial da Carteira de Investimentos


Derivativos
Setor Ações Debêntures Fundos Total
Isolados

Petróleo e Gás 32,5% 0,0% 0,0% 0,0% 30,2%

Mineração 20,7% 27,8% 0,0% 0,0% 20,6%

Energia Elétrica 15,3% 51,0% 0,0% 0,0% 16,8%

Alimentos/Bebidas 16,9% 0,0% 0,0% 0,0% 15,6%

Papel e Celulose 7,2% 15,2% 0,0% 0,0% 7,5%

Fundos de Investimento 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 2,3%

Bens de Capital 1,4% 0,0% 0,0% 100,0% 1,3%

Sucroalcooleiro 1,2% 0,0% 0,0% 0,0% 1,1%

Tecnologia da Informação 0,9% 5,1% 0,0% 0,0% 1,0%

Cadeia Automobilística 1,1% 0,0% 0,0% 0,0% 1,0%

Logística/Transporte 0,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,6%

Outros 2,1% 0,8% 0,0% 0,0% 2,0%

Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Adicionalmente, nesta mesma data, a BNDESPAR tinha representantes em 13 Conselhos


Fiscais e em 32 Conselhos de Administração no universo de 84 empresas em que mantinha
participação acionária, além de Acordo de Acionistas em 46 empresas.

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4.3.5. Outras Obrigações
O decréscimo de R$ 2.782 milhões (20,8%) no 2T19 deveu-se, sobretudo, ao pagamento dos
dividendos obrigatórios referentes ao lucro de 2018 no 1T19, no montante de R$ 1,4 bilhão, e à
redução de R$ 995 milhões nos tributos diferidos, decorrente sobretudo da desvalorização da
carteira de ações no trimestre.

4.3.6. Patrimônio Líquido


A diminuição de R$ 3.084 milhões (3,0%) do patrimônio líquido no 2T19 é explicada sobretudo
pelo pagamento de dividendos complementares no valor de R$ 1.929 milhões, pelo ajuste de
avaliação patrimonial negativo oriundo da desvalorização da carteira de participações
societárias em não coligadas, no valor de R$ 1.006 milhões, e pelo prejuízo ajustado de R$
647 milhões, que já considera as alienações registradas em lucros acumulados.

5. Controles Internos
A estrutura de gerenciamento de risco, controle interno e compliance do BNDES, comum a
todos os riscos, é composta por: Conselho de Administração (CA); Comitê de Riscos (CR);
Comitê de Auditoria (COAUD); Diretoria; Diretor de Riscos; Área de Integridade, Controladoria
e Gestão de Riscos (AICR); e Departamento de Validação (DEVAL), além de colegiados
especializados em cada um dos principais tipos de riscos a que o Sistema BNDES está
exposto.

O ambiente de controle da organização é pautado pelas disposições da Política Corporativa de


Gestão de Risco Operacional e Controle Interno do Sistema BNDES (PROCI), que, alinhada
aos requerimentos legais e às boas práticas aplicáveis, estabelece a observância do conceito
das três linhas de defesa ou camadas de controle.

Nesse sentido, a primeira camada é constituída pelos gestores dos processos que são
responsáveis por gerir riscos e manter controles adequados. A Área de Integridade,
Controladoria e Gestão de Riscos (AICR) atua como segunda camada, sendo responsável por
desenvolver metodologias para gestão de riscos, controles e compliance, apoiando os gestores
quanto à sua aplicação, monitorando o ambiente e a gestão desses temas, e reportando-se à
estrutura de governança. A segunda camada também é composta por outras Áreas que

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executam ações de monitoramento, gestão de riscos, controles e compliance vinculadas às
suas próprias atribuições.

A terceira camada é formada pela Auditoria Interna (AT), que tem a função de avaliar a
efetividade do processo de gestão de risco, controle interno e compliance, de maneira
independente, reportando-se ao COAUD e ao CA. Dessa forma, seus apontamentos também
podem contribuir para o aprimoramento dos controles internos e para a mitigação de riscos nos
processos.

No âmbito das atividades de apoio ao aprimoramento do gerenciamento de riscos do Sistema


BNDES no primeiro semestre de 2019, destacaram-se:
Formalização da Política de Gestão Integrada de Riscos;
Revisão anual da Política de Monitoramento de Riscos Integrados (PMRI), que define
limites integrados de riscos e seu monitoramento;
Início do Ciclo 2019 de identificação e avaliação dos riscos operacionais e controles
internos;
Desenvolvimento de metodologia para identificação, avaliação e tratamento dos
conflitos na segregação de funções envolvendo acesso aos sistemas de TI do BNDES;e,
Atualização da análise de riscos de continuidade de negócios e avaliação dos
principais controles associados.

6. Instrução CVM 381/2003


Em conformidade à Instrução CVM nº 381/03, a BNDESPAR vem declarar que não possui
qualquer tipo de contrato de prestação de serviços de consultoria com seus auditores
independentes, Grant Thornton Auditores Independentes, caracterizando, assim, a inexistência
de conflito de interesses ou comprometimento da objetividade desses auditores em relação ao
serviço contratado.

7. Agradecimentos
Agradecemos aos nossos colaboradores a dedicação e o talento, que nos permitem alcançar
resultados consistentes; aos nossos clientes, que nos motivam na incessante busca do
desenvolvimento de nossos serviços; e ao mercado, pelo apoio e confiança indispensáveis.

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