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AUTOMOTIVA
AULA 3
O chefe de oficina
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TEMA 1 – ATRIBUIÇÕES DO CHEFE DE OFICINA
1.1 Introdução
Exercer a liderança de uma equipe, por menor que seja, não é tarefa
fácil. Algumas pessoas já nasceram com esse dom; outras o desenvolvem por
meio de muito trabalho e disciplina.
Sendo assim, a sugestão para quem assumir um posto de liderança em
uma oficina é seguir procedimentos à risca, acompanhar e cobrar a equipe
sobre as regras, metas e objetivos.
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demissões e contratações). Quanto menos se troca de funcionários na
oficina, melhor será a qualidade do serviço a ser realizado.
Supervisionar todo o pessoal da oficina (produtivos e auxiliares).
Supervisão significa acompanhar os serviços após a distribuição.
Zelar pela qualidade técnica dos serviços executados, examinando-os e
avaliando-os. Por exemplo: o mecânico lê a ordem de serviço na qual
consta uma revisão com troca de óleo e o comentário de que o “veículo
está puxando para o lado esquerdo”, havendo a necessidade de fazer
alinhamento da suspensão. Após o serviço concluído, é aconselhável
que o chefe de oficina trafegue com o veículo para confirmar se o
alinhamento ficou correto.
Planejar a distribuição da mão de obra adequadamente a fim de atender
à demanda do fluxo de serviços. O consultor técnico recebe os serviços,
os veículos, as revisões e abre a ordem de serviço. Na sequência,
encaminha esse serviço para a oficina, no caso para o chefe de oficina.
Alguns critérios devem ser avaliados na distribuição de serviços.
Podemos citar alguns exemplos, tais como: uma troca de óleo não deve
demorar mais do que uma hora. Trata-se de um serviço rápido e,
geralmente, o cliente fica esperando na oficina. No caso de uma revisão
mais completa, é aconselhável o veículo permanecer o dia todo na
oficina. O cliente deixa o automóvel pela manhã e busca-o no final da
tarde. Há outros serviços que podem levar mais tempo, mais de um dia,
como uma abertura de caixa de câmbio, troca de embreagem (veículo
importado), abertura de um cabeçote ou algum caso mais específico em
que falta a peça de reposição (encomenda).
Providenciar para que toda a informação contida em manuais técnicos,
boletins (em caso de concessionárias) e outras publicações estejam ao
alcance de todo o pessoal de oficina (mecânicos/produtivos). O chefe
de oficina não pode ser centralizador, guardar todo o conhecimento
para ele, esperando que todos venham lhe perguntar. Alguns acreditam
que, assim, vão se manter no trabalho. Isso é um engano, pois quanto
mais informações o chefe de oficina distribuir ou quanto mais
explicações ele der a respeito de determinados serviços, o trabalho vai
fluir de forma mais tranquila e rápida. O chefe de oficina deve ser um
multiplicador do conhecimento, passar sua experiência à equipe de
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mecânicos. Dessa forma, ele poderá concentrar-se em outras tarefas
igualmente importantes como distribuição de serviços, qualidade e
atingimento de metas.
Manter em condições de uso, juntamente à equipe de oficina, todos os
equipamentos e ferramentas necessários para a realização dos
serviços. Equipamentos e ferramentas são itens que têm custo para o
gerente ou proprietário da oficina. Além disso, um serviço para ser
executado com qualidade precisa, necessariamente, ter as ferramentas
corretas.
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Figura 3 – Oficina limpa e organizada
2.1 Introdução
2.2 Metas
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muito complexos, como a abertura de uma caixa de câmbio, tem um custo
maior (maior lucro para oficina), mas dependem da chegada de peças e isso
pode levar alguns dias, fazendo com que o veículo fique parado na oficina
ocupando espaço e sem faturamento. Oficinas multimarcas que atendem
veículo importados têm frequentemente esse tipo de situação.
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A maioria das empresas de manutenção automotiva trabalha com o
conceito de ticket médio diário. É a melhor forma de controlar a produtividade
em relação às vendas de serviços.
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2.5 Utilizando a lista de verificação
OFICINA XYXY
VERIFICAÇÃO AUTOMÓVEL OFICINA DATA:___/___/___
PLACA: AZT-
VEÍCULO: Vectra 7654 CLIENTE: Mauricio Costa
ITENS VERIFICAÇÃO OK NC
PASTILHAS DE FREIO DIANTEIRAS X
PASTILHAS DE FREIO TRASEIRAS X
SUSPENSÃO DIANTEIRA BUCHAS/BATENTES/AMORTECEDORES X
SUSPENSÃO TRASEIRA BUCHAS/BATENTES/AMORTECEDORES X
BALANCEAMENTO RODAS X
ALINHAMENTO SUSPENSÃO X
ESTADO DE RODAS E PNEUS X
CALIBRAGEM DE PNEUS X
ROLAMENTOS 4 RODAS X
BATERIA X
LUZ INDICADORA DE AVARIA NA INJEÇÃO X
LÂMPADAS FARÓIS/PISCAS/FREIO/RÉ X
FLUIDO ARREFECIMENTO X
FLUIDO DE FREIO X
ÓLEO MOTOR X
FILTRO DE ÓLEO X
FILTRO DE COMBUSTÍVEL X
FILTRO DE AR X
FILTRO DE CABINE/AR-CONDICIONADO X
VELAS X
CORREIA DENTADA MOTOR X
CORREIA MULTI V /DIR. HIDR./AR-COND. X
VAZAMENTOS X
PALHETAS LIMPADOR DE PARA-BRISA X
FLUIDO DO LIMPADOR DE PARA-BRISA X
ASSINATURA CLIENTE: CONSULTOR:
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Após a verificação, são detectados os itens que estão em não
conformidade. São eles:
3.1 Introdução
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A visão e o envolvimento do chefe de oficina a respeito desses assuntos
serão abordados nos tópicos a seguir.
3.3 Valorização
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Algumas empresas pagam um salário fixo aos seus produtivos,
independentemente dos serviços realizados. O salário é previamente acordado
com o colaborador no momento da contratação. Nessa situação, acreditamos
que, se o funcionário aceitou o salário, está satisfeito com a proposta e,
provavelmente, ficará um bom tempo na empresa. Infelizmente, o aspecto
negativo é que não terá nenhuma motivação aparente para aumentar a
produtividade, salvo o comprometimento pessoal com o chefe de oficina e os
colegas.
Atualmente, a maioria das empresas do ramo de manutenção/reparação
prefere pagar um salário fixo mais baixo e uma comissão por produtividade.
Esse tipo de pagamento ou salário é atrativo, pois está ligado diretamente à
produtividade. É mais fácil motivar e convencer uma equipe a atingir metas,
pois o salário, sendo variável, vai aumentar proporcionalmente ao faturamento.
Normalmente, a parte fixa do salário está relacionada com o piso da
categoria (mecânico) e o variável é, geralmente, um percentual da mão de obra
vendida pelo mecânico ao longo do mês (entre 6% a 10%, por exemplo).
Algumas empresas incluem um percentual de peças, mas não é muito
comum. Há casos em que o funcionário/mecânico faz serviços de diagnóstico
automotivo (avaliação de problemas elétricos e mecânicos) e consertos mais
demorados. Então, a produtividade não é muito alta no que tange a revisões.
Nesse caso, opta-se por um salário fixo ao mecânico.
Cada oficina tem um critério de motivação em relação à remuneração. O
mais importante é criar procedimentos que possibilitem ao funcionário se sentir
valorizado. Essa é uma preocupação na área de reparação automotiva: a
motivação do funcionário. Um mecânico motivado fica na empresa por muitos
anos.
Quando uma oficina contrata um mecânico/produtivo, leva certo tempo
para que ele se adapte à forma de trabalho, aos procedimentos e, no caso de
uma concessionária autorizada, às características dos veículos da marca.
Dessa forma, o chefe de oficina exige produtividade, não estimula ou valoriza o
trabalho, não ouve a opinião ou alguma solicitação do funcionário. É certo que
logo esse mecânico vai embora. É uma perda para a oficina que dará início a
uma nova contratação e também um treinamento para o novo funcionário.
Portanto, é muito importante motivar o produtivo.
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3.4 Expectativa dos clientes
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TEMA 4 – DISCIPLINA, HIGIENE E LIMPEZA
4.1 Introdução
4.2 Princípios do 5S
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automotivas defeituosas prevendo a reutilização ou a retirada de componentes.
Isso acaba por ocupar espaço na oficina. Deve-se utilizar apenas o que é
necessário, o que realmente é importante. Assim, temos um ganho de espaço
e mais facilidade de limpeza e organização das ferramentas da oficina. Por
outro lado, podemos ter uma visão mais ampla do que está faltando, no caso
de equipamentos e ferramentas.
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3. Seiso (senso de limpeza)
Hoje em dia não cabe mais a imagem de uma oficina com chão sujo,
mecânicos com uniforme surrado e ambiente desorganizado. Nenhum cliente
deseja que um mecânico com uniforme sujo entre em seu automóvel para fazer
um determinado serviço.
Atualmente, as oficinas oferecem uniforme aos seus produtivos, mais de
uma muda de roupa, sendo que existem regras para troca durante a semana.
Algumas empresas determinam dias para a troca do uniforme que ocorre, no
mínimo, das vezes na semana.
Para os mecânicos não trabalharem nos carros dos clientes com as
mãos sujas, principalmente no interior do veículo, muitas empresas fornecem
luvas. Ferramentas e equipamentos sempre limpos denotam qualidade na
oficina.
Outra vantagem de aplicação do Seiso é a questão da segurança física
do produtivo em relação a acidentes no ambiente de trabalho, pois um piso de
oficina sempre limpo, sem óleo lubrificante no chão ou outros equipamentos,
diminui o risco de quedas.
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ordem deve ser a disciplina de cada um, a vontade de trabalhar de forma
correta e o respeito aos procedimentos e à hierarquia da empresa.
5.1 Introdução
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tempo, porém tem um custo para oficina manter um equipamento moderno e
atualizado. Então, esse é o valor médio aplicado no mercado.
O valor da hora de serviço depende muito da região que a oficina está
instalada e da concorrência, pois não adianta levarmos em conta o quanto
vamos vender por hora de serviço se a oficina ao lado pratica um valor de mão
de obra até 40% menor, por exemplo.
A qualidade é um item muito importante. Ter clientes fiéis aos seus
serviços é fundamental, mas o preço praticado ainda é levado em consideração
na escolha da oficina de manutenção automotiva.
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Na tabela, foram citados exemplos de alguns serviços realizados no dia
a dia. Não colocamos serviços de abertura e desmontagem de motor, por
exemplo, que levam um tempo bem maior.
O objetivo é mostrar que há no mercado tabelas de tempo completas e
que estão acessíveis a quem vai abrir uma oficina (um empreendedor) ou
quem vai trabalhar no ramo de manutenção automotiva.
No caso da revisão geral da caixa de câmbio manual, por exemplo,
serve para demonstrar o quanto retirar de um automóvel uma caixa de câmbio,
abri-la, remover o lubrificante e conferir o estado de todos os componentes
internos, substituindo o que está quebrado, é um trabalho demorado.
Quanto você paga pela peça que vai utilizar no carro do cliente? Inclua
o frete, se tiver.
Como vimos na tabela anterior, estime ou calcule o tempo de mão de
obra para a realização do serviço.
Analise custos fixos como aluguel, luz, água, internet e manutenção de
equipamentos.
Veja quanto se gasta com salários de outros profissionais da oficina
(administrativo, limpeza e consultor técnico).
Um escritório de contabilidade poderá ajudar muito na questão dos
custos trabalhistas (folha de pagamento).
Dependendo do porte da oficina, entra a questão do marketing, da
propaganda da empresa.
Investimentos em novas ferramentas ou reposição (itens com desgaste
ou quebrados) também pesam no orçamento da empresa/oficina.
Precisamos pensar, em primeiro lugar, em vender serviços e peças,
aumentar o número de clientes. Não adianta vender muito e gastar
bastante.
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Devemos ter a visão voltada à redução de custos, em todas as áreas e
setores. A reposição de ferramentas é um exemplo. Nem sempre uma
ferramenta desgasta por uso. Às vezes, é a forma como ela é utilizada.
Então, cabe ao gerente ou chefe de oficina o acompanhamento sobre
como estão sendo utilizadas as ferramentas e os equipamentos.
Os custos fixos podem ser reduzidos, principalmente a energia elétrica,
afinal setores não utilizados da oficina não precisam ter lâmpadas
ligadas. Empresas que utilizam compressores na rede de ar (para
ferramentas pneumáticas) devem ser desligados após cada jornada de
trabalho.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
SEWELL, C.; BROWN, P. B. Clientes para sempre. São Paulo: Harbra Ltda.,
1993.
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