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CASO UROLOGIA CIRÚRGICA

Masc., 3anos. Apresenta choro ao urinar e manipulação do pênis há 3 dias. Mãe observou odor “forte” da
urina e coloração turva. Há 1 dia apresentou febre alta de 39ºC não responsiva a antitérmicos, mal-estar
geral, inapetência, vômitos e dor abdominal.
EF: criança pouco ativa, pálida, pulso=140bpm, febril=39°C
Orofaringe, tórax, otoscopia: sem alterações
ABD: ligeiramente distendido, descompressão brusca negativa, RHA presentes. Dor à palpação profunda de
hipogástrio e abdominal à direita
GTU: prepúcio hiperemiado e não permeável à glande
QUESTÕES
1 – Qual a principal HD e quais os exames subsidiários necessários?
A principal HD é ITU, e os exame subsidiários são Urina 1 e Urocultura.

2 – Qual sua CD para este caso? Quais parâmetros são relevantes para a escolha do antibiótico?
Considerando paciente toxemiado, com náuseas, vômitos, desidratação e acometimento do estado
geral, a ATB dever ser feito via EV por 10 dias com Ceftriaxona 75mg/kg de 12/12h

3 – Você realizaria algum exame radiológico complementar? Por que?


Sim (USG abdominal), por conta que em crianças ITU em qualquer idade bem documentada está
frequentemente associado a anomalias do trato urinário, com isso o exame visa detectar condições
predisponentes da infecção e das recidivas, avaliar presença de lesão renal e estabelecer conduta. US avalia
a dinâmica das vias de drenagem e da micção.

4 – Quais as patologias urológicas que poderiam estar envolvidas neste caso?


Balanopostite e Fimose.

5 – Caso fosse identificado refluxo vesicoureteral como tratar em linhas gerais e quais as complicações
associadas?
Em caso de RVU pode ocorrer resolução espontânea na maioria dos casos, principalmente nos casos
de baixo grau. Pode ser utilizado profilaxia com ATBs ou Quimioterápicos por longo prazo e
acompanhamento regular com exames de Imagem, também pode ser escolhido uma abordagem cirúrgica
convencional ou por via endoscópica. As complicações estão relacionadas a persistência do refluxo e
raramente ocorre obstrução.
6 – Como tratar a Balanopostite na criança? E no adulto?
Na criança a principal etiologia é irritativa ou decorrente de infecção de Estreptococos pyogenes. O
tratamento pode ser com higiene, ou corticoterapia tópica (hidrocortisona) por 1 semana, ou Amoxicilina ou
ATB tópico (bacitracina ou mupirocina) se sinais de infecção e para evitar infecção secundária.
No adulto a principal etiologia é fungica. O tratamento se dá por higienização com água, manter a
região seca, e tratamento antifúngico tópico e/ou oral Fluconazol 150mg em dose única com tratamento
concomitante da parceira ou Cetoconzol de 12/12h por 10-14dias.

7 – Quais as indicações para postectomia? Definição e tratamento de parafimose?


Indicação absoluta é a presença de fimose secundária. As indicações para cirurgia precoce, em caso
de fimose primária, decorrem de balanopostite e/ou ITU recorrente sem anormalidades do aparelho urinário.
Parafimose é caracterizada por prepúcio retraído com anel constritivo localizado ao nível do sulco balano-
prepucial. O tratamento se dá por compressão manual do tecido edemaciado com solução salina ou gelo,
com uma tentativa subsequente de retração do prepúcio sobre a glande. Pode ser necessário incisão dorsal
do anel constritivo ou circuncisão imediatamente ou secundariamente.

8 –No caso de ser um lactente, a apresentação clinica seria semelhante? E o tratamento?


No caso da ITU, a apresentação poderia ser diferente apresentando somente febre. O tratamento
seria igual. Já para fimose, a apresentação clinica seria a mesma. O tratamento seria conservador com
corticoide tópico por 1 mês a partir de 1 ano se ausência de postite prévia, exposição parcial da glande e sem
fibrose importante do orifício prepucial, se ineficaz a postectomia deve ser feita aos 1 anos e antes dos
18meses.

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