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HIDROLOGIA GERAL
NOTAS DE AULA
HIDROLOGIA
BIBLIOGRAFIA :
1. Hidrologia (Ciência e Aplicação). Ed. ABRH/USP. Organizador: Carlos Eduardo Morecci Tucci.
2. Hidrologia Aplicada – Ed. McGraw Hill – Swami M. Villela & Arthur Mattos
3. Hidrologia Básica – Ed. Edgard Blücher Ltda. - Nelson de Souza Pinto.
INTRODUÇÃO
A água é um mineral líquido formado por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio (H2 O). Devido à
sua capacidade de solubilização de gases e de erosão dos continentes, a água não se encontra pura na
natureza, e sim como uma dissolução aquosa de sais e matéria orgânica.
O APARECIMENTO DA “URBE”
Os primeiros grupos humanos sobre a Terra eram nômades e viviam da coleta. Como desenvolvimento
das tecnologias de caça, vestuário e abrigo, o número de indivíduos que atingia a idade adulta aumentava
e assim, a população. O modo de vida nômade não mais atendia às necessidades do grupo e foi
necessário estabelecer agrupamentos em áreas que fornecessem condições de vida, água abundante e
terras férteis, para agricultura e pecuária.
1-3
UM POUCO DE H ISTÓRIA
Apesar de não possuírem o conhecimento teórico dos fenômenos hidráulicos, os povos antigos realizaram
notáveis obras de engenharia.
Século XV;
• Leonardo da Vinci explicou a salinidade dos mares pela ação das águas continentais que ao se
infiltrarem e escoarem carregavam os sais para os mares;
Século XVII;
• Abade Perrault mediu durante três anos a precipitação na bacia do Rio Sena. Medindo o
escoamento superficial e conhecendo a área de drenagem, demonstrou que a precipitação era suficiente
para suprir a vazão do rio;
• Mariotte mediu a velocidade da vazão do rio e com as medidas da seção transversal do rio
conseguiu medir a descarga do rio;
• Halley mediu a taxa de evaporação do mar Mediterrâneo e demonstrou que a quantidade evaporada
seria suficiente para garantir a vazão dos rios que desembocavam na região
1-4
Século XVIII;
• Bernoulli piezômetro
• Pitot tubo de Pitot
• Chézy fórmula ( V = C RH i )
Século XIX;
Século XX;
• 1a metade: Hidrologia Experimental Teórica (EUA); foram construídos canais, barragens, sistema de
irrgação e proteção contra enchentes.
• 2a metade: Hidrologia Estocástica; o acesso mais fácil aos computadores digitais permitiam o
desenvolvimento de vários métodos estatísticos de manipulação de dados temporais.
1-5
O SOL A TERRA
Ao transladar ao redor do Sol com órbita eliptíca a Terra se aproxima (periélio) e se afasta (afélio) do Sol.
Sua trajetória de translação atravessa o plano de translação do Sol (ecliptica), formado por seu
deslocamento no espaço em direção a estrela Vega, da constelação da Lira.
Este plano forma com um plano imaginário passando pelo Equador da Terra um ângulo ora mais, ora
menos 23o 27’, conforme a posição da Terra em seu próprio movimento de translação.
São assim definidos quatro pontos notáveis em sua órbita de translação. Esses pontos são dois solstícios
e dois equinócios, pontos que definem o início e o fim das estações do ano.
1-6
♦ Equinócio de outono no hemisfério sul. A linha que separa a zona iluminada da escura passa
exatamente pelos pólos. O dia e a noite duram 12 horas em toda a Terra. Ocorre a 21 de março.
♦ Solstício de inverno no hemisfério sul (21 de junho). Neste caso, onde é inverno, temos a noite mais
longa do ano.
♦ Equinócio de primavera no hemisfério sul, ocorre em 23 de setembro.
♦ Solstício de verão no hemisfério sul (21 de dezembro). Neste caso, temos a noite mais curta do ano.
Em seu movimento de rotação ao redor de seu eixo (reta imaginária que atravessa os pólos), no sentido de
oeste para leste, a Terra oferece sempre apenas um hemisfério à radiação eletromagnética do Sol.
A forma "quasi" esférica da Terra, a inclinação do seu eixo de rotação em relação eclíptica e a órbita
descrita pelo seu movimento de translação ao redor do Sol, são os principais responsáveis pelas
diferenças de temperatura entre o equador e os pólos, pela existência das quatro estações do ano e
consequentemente pela existência de variados climas na superfície do globo terrestre.
♦ Afélio – ponto de máximo afastamento da órbita da Terra em seu movimento de translação ao redor
do Sol.
♦ Periélio – ponto de menor afastamento da órbita da Terra em seu movimento de translação ao redor do
Sol.
Além dessas variações ao longo do ano na recepção de radiação eletromagnética do Sol, devido à
distância e ponto de incidência, a radiação solar atravessa a atmosfera e pode encontrar, ao chegar na
superfície, oceano ou solo. No solo, a topografia do planeta está longe de ser homogênea e os tipos de
solo da superfície são muito diferentes.
Enfim, toda essa variedade faz com que a capacidade de retenção e reflexão de radiação, dos diferentes
pontos da superfície do planeta seja extremamente variável. Essa variabilidade leva à temperaturas
também extremamente variáveis.
1-7
OCEANOS FLORESTAS
DESERTOS SAVANAS
TUNDRA MONTANHAS
Essas diferentes temperaturas, que variam ao longo do dia, provocam diferentes pressões e daí, resulta o
vento. É o vento, que aliado à evaporação provocada pela temperatura, que faz circular o vapor d’água
pela atmosfera.
1-8
A UMIDADE
Evaporação – É quando moléculas de vapor de água vão para o ar aumentando a umidade do ar. O
aumento da temperatura aumenta a entropia e, conseqüentemente, o número de choques entre as
partículas. Assim, as moléculas trocam mais quantidade de movimento e, eventualmente, uma molécula
supera a película formada pela tensão superficial e é lançada na atmosfera.
Ar
Atmos – vapor.
Sfera – esfera.
Mar
CAMADAS DA ATMOSFERA
A atmosfera é constituída de cinco camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera.
O ar se torna mais rarefeito quanto mais a gente sobe, e é por isso que os alpinistas normalmente levam
oxigênio com eles quando escalam altas montanhas. A troposfera é a única camada em que os seres vivos
podem respirar normalmente.
Troposfera - As condições climáticas acontecem na camada inferior da atmosfera, chamada troposfera.
Essa camada se estende até 20 km do solo, no equador, e a aproximadamente 10 km nos pólos.
Estratosfera - A estratosfera chega a 50 km do solo. A temperatura vai de 60ºC negativos na base ao
ponte de congelamento na parte de cima. A estratosfera contém ozônio, um gás que absorve os
prejudiciais raios ultravioleta do Sol. Hoje, a poluição está ocasionando "buracos" na camada de ozônio.
Mesosfera - O topo da mesosfera fica a 80 km do solo. É muito fria, com temperaturas abaixo de 100ºC
negativos. A parte inferior é mais quente porque absorve calor da estratosfera.
Termosfera - O topo da termosfera fica a cerca de 450 km acima da Terra. É a camada mais quente, uma
vez que as raras moléculas de ar absorvem a radiação do Sol. As temperaturas no topo chegam a 2.000ºC.
Exosfera - A camada superior da atmosfera fica a mais ou menos 900 km acima da Terra. O ar é muito
rarefeito e as moléculas de gás "escapam" constantemente para o espaço. Por isso é chamada de exosfera
(parte externa da atmosfera).
1-9
De uma forma geral, os desertos e a “Rain Forests” existem, não por causa das diferenças de temperatura,
e sim pela existência, ou não, de umidade na troposfera (camada da atmosfera mais próxima do solo).
Na troposfera, o gradiente de pressão é hidrostático (quanto maior a altura, menor a pressão).
CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA
Rotação da Terra: Aceleração de Coriolis.
Esta aceleração provoca padrões de circulação de ar na atmosfera. Esses ventos transportam umidade. A
quantidade de precipitação depende da altitude, localização, vegetação e relevo. (Ex.: Monções da Índia,
El Niño)
Durante a época das grandes navegações os portugueses, com o uso da bússola e do astrolábio eram
capazes de identificar a latitude do ponto onde estavam, mas a dificuldade para estabelecer a longitude era
enorme. Assim, começaram a reunir informações generalizadas sobre os locais onde navegavam. Essas
informações incluíam a direção dos ventos e das correntes marítimas, a cor e a salinidade do mar, a
presença de aves, algas e quaisquer outras coisas que pudessem caracterizar um local.
Esse volume de informação levou à confecção dos altamente valiosos mapas sinóticos figurativos
chamados de “portulanos” que davam aos capitães das naus portuguesas uma grande vantagem
competitiva em relação aos seus adversários ingleses, holandeses, espanhóis e franceses. Os portugueses
haviam descoberto que existe um padrão de circulação global na atmosfera terrestre.
1-10
UMIDADE ABSOLUTA
Definição: Quantidade de vapor d’água existente por unidade de volume na atmosfera.
UMIDADE R ELATIVA
Definição: É a razão entre a umidade existente no ar e a quantidade de vapor d’água necessário para
saturá-lo.
PONTO DE O RVALHO
Definição: É a temperatura na qual ocorre a saturação de uma massa de ar quando ela é resfriada sem
adição ou remoção de vapor d’água..
NÚCLEOS HIGROSCÓPICOS
Definição: Partículas, também chamadas de núcleos de condensação, de dimensões microcópicas, em
suspensão na atmosfera que agregam umidade. Pólen, sais, poeira, microorganismos, maresia, nuvens são
reservatórios de umidade. São fundamentais para formação de nuvens.
FORMAÇÃO DE NUVENS.
A nuvem é o resultado da condensação do vapor d’água existente na atmosfera. Os núcleos higroscópicos,
ou de condensação, atraem as moléculas de vapor d’água condensadas e dispersas no ar, agrupando-as à
sua volta até constituir uma diminuta gota. O mesmo processo, multiplicado milhões de vezes, origina as
massas de umidade concentrada que chamamos de nuvens.
São núcleos higroscópicos, partículas de argila, pólen, matéria orgânica, sais marinhos, cristais de gelo
etc.
TIPOS DE N UVENS :
STRATUS CUMULUS-NIMBUS
CIRRUS
2-1
TIPOS DE PRECIPITAÇÕES
As precipitações podem ser convectivas, orográficas e ciclônicas/frontais.
CONVECTIVAS
Definição : O aquecimento desigual da superfície do solo provoca a elevação da massa de ar sobre essas
regiões. Ao subirem, se resfriam e precipitam (chuva violenta, de curta duração e de grande intensidade,
sobre área pequena).
OROGRÁFICA
Definição: Ventos quentes e úmidos que sopram na direção da terra, vindos do mar, são elevados ao
encontrarem obstáculos (montanhas). Ao subirem, resfriam e precipitam (chuva fraca, de média duração e
de pequena intensidade, sobre extensa área).
FORMAS DE PRECIPITAÇÃO:
CHUVA CHUVISCO
NEVOEIRO NEVE
2-3
GRANIZO SARAIVA
ORVALHO GEADA
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Oceanos 13.200,000
Calotas polares e geleiras 292,000
Água subterrânea 84,000
Lagos doces 1,300
Lagos salgados, mares 1,000
Umidade do Solo 0,900
Vapor d’água na atmosfera 0,130
Cursos d’água 0,013
Água livre circulante 13578,800
Observa-se no quadro acima que, de toda a água existente no planeta, somente 2,7% é água doce. E que
desta, cerca de 98% é água subterrânea.
Da água que se precipita sobre as áreas continentais, estima-se que de 60% a 70% se infiltra. Assim, a
parcela que escoa para os riachos e rios é de cerca de 40% a 30%. É esta água que se infiltra que mantém
os rios fluindo, mesmo quando acontece longos períodos de estiagem.
3-1
H IDROLOGIA
DEFINIÇÃO (United States Federal Council for Science and Technology):
“É a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação e distribuição, suas propriedades físicas
e químicas, e suas reações com o meio ambiente, incluindo suas relações com a vida”.
DEFINIÇÃO (Associação Brasileira de Recursos Hídricos): É o ramo da Geografia Física que trata das
águas terrestres (rios, riachos, lagos, lençóis subterrâneos etc), sua distribuição, propriedades, fenômenos
e leis naturais. Estuda as leis de ocorrência e distribuição das águas na superfície do solo, na atmosfera
terrestre, nos estratos geológicos, bem como suas relações com problemas de engenharia sanitária,
irrigação, hidroeletricidade, regularização das ondas de cheia e águas de navegação, drenagem, proteção
do solo contra erosão etc. Sendo, portanto, uma ciência de grande importância econômica e social.
- Abastecimento público;
- Consumo industrial;
- Irrigação;
- Recreação;
- Geração da energia elétrica;
- Navegação;
- Depuração (capacidade que possuem os corpos d’água de receberem matéria orgânica);
- Preservação da Flora e a Fauna.
Os registros históricos medidos dos dados hidrometeorológicos na Hidrologia são quase sempre
“errados”, pois estas medidas são pontuais, mas representam as informações hidrológicas de uma grande
área. Os instrumentos de medição também são imprecisos.
O C ICLO HIDROLÓGICO
Def.: O Ciclo Hidrológico é um fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície
terrestre e a atmosfera, impulsionado, fundamentalmente, pela energia solar associada à gravidade e a
rotação da Terra.
superfície do solo contribui para o aumento da infiltração, quando se opõe ao escoamento superficial.
A vegetação também reduz a energia cinética de impacto das gotas de chuva no solo (“splash”),
minimizando a erosão. Com raras exceções, a água escoada pela rede de drenagem mais estável
destina-se aos oceanos.
A B ACIA HIDROGRÁFICA
Def.: A Bacia Hidrográfica é uma área definida topograficamente, drenada por um curso d’água ou um
sistema conectado de cursos d’água tal que toda vazão efluente é descarregada através de uma simples
saída, o EXUTÓRIO . O DIVISOR TOPOGRÁFICO só cruza o rio em um ponto.
OS DIVISORES D’ÁGUA
O DIVISOR TOPOGRÁFICO
A bacia hidrográfica é necessariamente contornada por um divisor d’água, assim chamado por ser a linha
de separação que divide as precipitações que caem em bacias vizinhas e que encaminha o escoamento
superficial resultante para um outro sistema fluvial. O divisor segue uma linha rígida unindo os pontos
de cota máxima entre bacias, o que não impede que no interior de uma bacia possam existir picos isolados
com cota superior a qualquer ponto do divisor (A linha cheia na figura acima). O DIVISOR TOPOGRÁFICO
só cruza o rio em um ponto.
O DIVISOR FREÁTICO
O divisor freático (hidrogeológico) é, em geral, determinado pela estrutura geológica dos terrenos e,
estabelece os limites dos reservatórios de água subterrânea de onde é derivado o deflúvio básico da bacia
(A linha tracejada na figura acima).
Calha ou Leito Menor: é a escavação produzida pela corrente líquida, dentro de cujos limites ela escoa
quando não há transbordamento.
Calha ou Leito Maior: é a região marginal que contém o transbordamento das cheias até as elevações
longitudinais naturais mais próximas. É a planície de inundação, ou várzea do rio.
“As calhas caracterizam grandezas hidráulicas, como a área molhada, o perímetro molhado e o raio hidráulico, comuns a
qualquer seção de escoamento e importantes para a definição e o cálculo da vazão”.
Margem: é definida no ponto onde o rio passa de sua calha menor para sua calha maior (onde está a mata
ciliar, planície de inundação).
Batente: são os pontos de contato da superfície da água com o perímetro molhado. Os batentes variam
de acordo com as oscilações do nível d’água.
Profundidade : é a distância vertical entre a superfície da água e o fundo da calha em um ponto qualquer
da seção. Profundidade Máxima é a que corresponde ao talvegue. Profundidade Média é um
parâmetro de cálculo, quociente entre a área molhada e a largura superficial.
4-4
Perenes – São aqueles que têm água o tempo todo. A cota do lençol freático é sempre maior que a cota
do talvegue (lugar geométrico dos pontos de menor cota).
Intermitentes – Nesses rios, em determinadas épocas, a cota do lençol freático fica abaixo da cota do
talvegue.
Efêmeros – São rios cujo escoamento está diretamente relacionado com a chuva. Ou seja, só têm água
durante, e até pouco após o fim da chuva.
Critério de Horton/Strahler : “Dois canais de ordem n unem-se para formar um canal de ordem n+1.”
5-1
L
Dd = ; onde:
A
L − comprimento total de todos os cursos d’água,
A − Área plana da bacia.
FORMA DA BACIA
Obs.: Uma bacia com forma mais alongada tem uma probabilidade menor de ter cheias, pois é, também,
menor a probabilidade de toda a tormenta precipitar dentro da bacia.
5-2
()
Definição: É a relação entre a largura média L , obtida quando se divide a área pelo comprimento da
bacia, e o comprimento do curso d’água mais longo, desde a desembocadura até a cabeceira mais distante
na bacia ( L) .
A A
L= ; donde K f = 2
L L
OBS .: Uma bacia com um fator de forma baixo é menos sujeita a enchentes que outra de mesma área
porém com maior fator de forma. Isto se deve ao fato de que em uma bacia estreita e longa, com fator de
forma baixo, há menos possibilidade de ocorrência de chuvas intensas cobrindo simultaneamente toda sua
extensão; e também, em uma tal bacia a contribuição dos tributários atinge o curso d’água principal em
vários pontos ao longo do mesmo, afastando-se, portanto, da condição ideal, para cheias, de bacia
circular.
RELEVO DA BACIA
O relevo de uma bacia hidrográfica tem grande influência sobre os fatores meteorológicos e hidrológicos.
♦ Velocidade do escoamento superficial ⇒ f (declividade do terreno);
♦ Temperatura/Precipitação/Evaporação ⇒ f (altitude da bacia).
Obs.: Deve-se desprezar os trechos extremos se estes apresentarem declividades discrepantemente altas
(cabeceiras) ou muito baixas (perto da seção de saída).
Declividade de álveo
Definição: É a razão entre a diferença de altitude de dois pontos e a distância horizontal, medida pelo
perfil, entre eles.
∆h
S=
∆l
5-3
n
∆Ι
∑ω ai
i =1
S = i
; onde:
nA
As características do relevo têm grande influência sobre os fatores meteorológicos e hidrológicos, pois é a
declividade do terreno que influi mais diretamente na velocidade do escoamento superficial. A
temperatura, a evaporação e a precipitação são funções da altitude da bacia. Aqui devemos recordar que a
umidade se distribui na atmosfera segundo um gradiente hidráulico.
FEIÇÕES FLUVIAIS
Os rios são uma das maiores forças que modelam a paisagem. Próximo às nascentes, a declividade do rio
é alta. Ele escava seu canal, formando vales em forma de V e profundas gargantas. Quedas-d’água e
cachoeiras se formam onde o rio deixa atrás rochas resistentes e passa a escoar sobre rochas friáveis, mais
facilmente erodidas.
Mais a jusante, podem formar-se meandros e a erosão lateral predomina, dando origem a um vale fluvial
amplo. Por vezes o rio corta o colo de um meandro e forma um lago de meandro abandonado. Os
sedimentos depositados no fundo do vale pelos rios meandrantes e durante as cheias ajudam a formar a
5-4
planície de inundação. As cheias também podem depositar sedimentos nas margens dos rios, dando
origem aos diques marginais.
Quando um rio deságua no mar ou em um lago, deposita grandes quantidades de sedimentos e pode
formar um delta. Um delta é um conjunto de barras de areia, pântanos e lagoas através dos quais o rio flui
em diversos canais chamados distributários o Delta do Parnaíba, por exemplo. Com freqüência o
aumento do nível do mar pode invadir a desembocadura do rio e formar um amplo estuário, uma seção
influenciada pelas marés, onde a água do mar mistura-se com a água doce.
GRAN CANYON
O VAPOR “ ARABIA ”
Em 1856 o navio a vapor ARABIA, que fazia o transporte de passageiros ao longo dos rio Missouri,
chocou-se com um tronco de árvore que flutuava pouco abaixo da superfície, a violencia do impacto
provocou um enorme buraco no casco da embarcação, que não possuindo compartimentos estanques,
nafragou em minutos.
Por sorte, a profundidade do rio não era muito grande e o barco apoiou-se sobre o lodo do fundo, o que
permitiu que todos fossem evacuados. No dia seguinte, apenas as partes superiores da embarcação eram
visíveis e em pouco mais de uma semana, o barco desapareceu completamente.
5-5
Começou a correr a estória que muitos dos passageiros voltavam da corrida do ouro na Califórnia que
haveria uma fortuna a bordo do barco. Muitos tentaram recuperar a carga e os valores deixados a bordo,
mas, com a tecnologia da época isto não era possível.
Passados muito anos, um século, e depois de várias tentativas frustadas, em 1987 foi iniciado um projeto
para encontrar o “Arabia”. Com tecnologia moderna e com maior compreensão do transporte de
sedimentos pelo rio, foi possível localizar o barco e, eventualmente, retirá-lo.
O Arabia foi encontardo no meio de um milharal, 800 metros a leste da margem do rio e a uma
profundidade de 15 metros. O trabalho de retirada da embarcação durou 18 meses.
Hoje o “Arabia” está aberto para visitação pública, como uma espécie de capsula do tempo, no “Mercado
Histórico do Rio”, na cidade de Kansas City, onde é possível ver como se vivia naquela época (“frontier
Arabia Steamboat Museum - 400 Grand Blvd - Kansas City, Mo. 64106, USA - (816) 471-1856
life”).
O VAPOR “ARABIA”
O SALVAMENTO
Nessa estória, pode-se perceber a enorme quantidade de sedimentos que um rio pode transportar, além da
capacidade erosiva de uma corrente. O leito do rio Missouri estará sempre em movimento, regido pelas
cheias naturais e por intervenções antrópicas.
6-1
PLUVIOMETRIA
PRECIPITAÇÃO
Definição: Entende-se por precipitação a água proveniente do vapor d’água da atmosfera depositada na
superfície terrestre.
Desde o instante da sua formação até atingir o solo, a precipitação é estudada pela METEOROLOGIA. Mas,
a partir do instante em que atinge o solo, ela torna-se um elemento básico para a HIDROLOGIA.
• Total
• Duração
§ Temporal
• Distribuição
§ Espacial
Obs.:
Este instrumento capta a precipitação através de um orifício localizado no centro e no fundo de um
MEDIDAS P LUVIOMÉTRICAS
Altura de chuva, (h)– é a espessura média da lâmina de água precipitada que recobriria a
região atingida pela precipitação, admitindo-se que nessa região não se infiltrasse, não se
evaporasse, e nem se escoasse fora dos limites da região (mm). ( h=1 mm ⇒ 1 l/m2 )
PLUVIÓGRAFO PLUVIÔMETRO
Vazamentos
Entupimentos
Fora do padrão
• Erros acidentais :
Exemplo:
Ano A B C D
1965 284.60 232.00 289.60 216.60
1966 129.00 139.00 122.70 117.50
1967 95.80 96.60 100.20 97.80
1968 89.80 80.00 92.70 131.10
1969 129.20 124.50 128.70 118.80
1970 158.60 149.80 174.60 150.00
1971 153.20 147.30 163.40 140.40
Média 148.60 138.46 153.13 140.18
Px = 83,52
O objetivo é examinar séries mensais ou anuais para verificar se houve alguma anormalidade
durante a operação da estação.
O método consiste em construir-se uma curva dupla cumulativa, na qual são relacionados os
totais anuais (mensais) acumulados de um determinado posto e a média acumulada dos totais
anuais (mensais) de todos os postos da região, considerada homogênea sob o ponto de vista
meteorológico.
Média dos Postos Média dos Postos Posto Examinado Posto Examinado
ANO
Y YAcumulado X XAcumulado
1965 22 22 30 30
1966 30 52 50 80
1967 60 112 70 150
1968 70 182 78 228
1969 86 268 83 311
1970 66 334 71 382
6-7
Quando o gráfico anterior formar uma reta quer dizer que o posto pertence àquela região
meteorológica.
CASOS TÍPICOS:
OK!
• Série de valores proporcionais, homogênea;
• Série confiável.
Pc = Pa +
Ma
(Po − Pa* )
Mo
onde:
SÍTIOS DE INTERESSE:
PRECIPITAÇÃO MÉDIA
(C HUVA EQUIVALENTE)
PRECIPITAÇÃO MÉDIA
Definição: Aceita-se a Precipitação Média como sendo uma lâmina de água de altura uniforme sobre
toda a área considerada associada a um período de tempo dado. (hora, dia, mês, ano).
Obs.: Isto é uma abstração, a chuva real não obedece a distribuições espaciais e/ou temporais conhecidas.
É um fenômeno aleatório.
∑P i
Pm = i=1
n
onde, n = número de pluviômetros
O Método de Thiessen
n
∑ (P A ) i i
Pm = i =1
n
∑A i
i =1
Essas áreas de influência (peso) são determinadas em mapas, unindo-se os postos adjacentes por linhas
retas e, em seguida traçando-se mediatrizes dessas retas formando polígonos. Os lados dos polígonos são
os limites das áreas de influência de cada posto.
Obs.: Embora mais preciso do que o método aritmético, também apresenta limitações, pois não considera
as influências orográficas.
7-2
Área Altura de
POSTO
Km2 Chuva (mm)
Belo Horizonte 16,50 6 99,00
Santa Bárbara 1117,20 26 29047,20
Rio Piracicaba 801,90 62 49717,80
Nova Era 656,70 43 28238,1
Antonio Dias 669,00, 16 10704,0
Cel. Fabriciano 272,25 10 2722,5
Pres. Vargas 437,25 17 7433,25
Cubas 136,95 8 1095,6
S. J. Goiabal 209,55 26 5448,3
D. Silvério 227,70 52 11840,4
Ouro Preto 255,80 13 3325,40
Σ 4800,80 Σ 149671,55
ISOIETAS
Definição: São curvas traçadas sobre mapas que representam linhas de igual precipitação. O traçado
dessas curvas é semelhante ao das curvas de nível, onde a altura de chuva substitui a cota do terreno.
A precipitação média sobre uma área é calculada ponderando-se a precipitação média entre isoietas
sucessivas, (normalmente fazendo a média dos valores de duas isoietas) pela área entre as isoietas,
totalizando-se esse produto e dividindo-se pela área total.
hi + hi +1
n −1
∑ Ai
Pm = i=1 n−1
2
∑ Ai
i=1
n – Número de isoietas.
7-5
Obs.: Os mapas mostram, claramente, que em termos de disponibilidade de água de chuva, o que importa é o volume de água precipitada
(altura de chuva). Segundo o mapa, na região do polígono das secas, o número de dias com chuva, não é muito menor do que, por exemplo,
na Amazônia.
8-1
OBS.: Aplicável para bacias hidrográficas pequenas e chuvas intensas. Na definição da equação das
chuvas de uma localidade devem ser usados os registros das chuvas realmente observados nesse posto.
K TRa
i= ; Onde :
( t +b )c
Para usar a equação é preciso definirmos o que é uma chuva intensa e o que é uma bacia pequena.
Duração (min) 5 10 15 30 60
Intensidade TR = 10 ANOS 130 116 85 70 42
(mm/h) TR = 25 ANOS 155 130 110 86 52
KTRa
i= → log i = log K + a. log TR − c. log (t + b )
anamorfose
(t + b ) c
8-2
•
log i ⇒ Y ;
•
log K + a. log TR ⇒ B ;
•
c ⇒ A;
•
log (t + b) = X .
Atribuindo-se valores a TR, as variáveis log i e log(t + b), correspondentes, configurarão a equação de
uma reta, cujo coeficiente angular é “c”, e cujo coeficiente linear é (log K + a log TR).
SEQÜÊNCIA DE PASSOS :
OBS .: Para os dois valores de TR, você vai obter o mesmo c o mesmo b . Se tal não acontecer, os dados
de chuva não são de boa qualidade.
Para a determinação dos parâmetros “K” e “a ”, forma-se um sistema de duas equações a duas incógnitas,
utilizandos-se as coordenadas conhecidas de dois pontos quaisquer, tomados um em cada reta obtida, para
cada TR.
∆ log I
c=
∆ log( t + b)
K TRa
Com a obtenção dos parâmetros da equação i= , podemos extrapolar o período total de
(t + b )c
observações. No gráfico acima, as curvas para TR = 50 ANOS e TR = 100 ANOS, representam uma
extrapolação da equação.
PMAX = R [a .t + b . log (1 + c . t )]
Onde:
Sendo:
TABELAS:
8-6
PRECIPITAÇÃO
M ÊS
M ÉDIA (mm/mês)
JAN. 136
FEV. 168
MAR. 148
ABR. 104
MAI. 72
JUN. 44
JUL. 28
AGO. 36
SET. 52
OUT. 80
NOV. 88
DEZ. 124
Os dados observados são ordenados em ordem decrescente e a cada um é atribuído o seu número de
ordem m ( m variando de 1 a n, sendo n o número de períodos de observação).
PRECIPITAÇÃO
m M ÉDIA (mm/mês) A freqüência (relativa) com que foi igualado ou
1 168 superado um evento de ordem m , é:
2 148
3 136
4 124 m
5 104 F= ( Método da Califórnia)
6 88 n
7 80
8 72
9 52
10 44
11 36
12 28
9-2
Isto é, podemos dizer que a probabilidade de termos uma precipitação maior ou igual a 124 mm/mês é:
m 4
FR = =
n 12
Porém, o Método da Califórnia consideraria que a probabilidade de, no exemplo acima, termos uma
precipitação maior ou igual a 28 mm é de:
m 12
FR = = = 1,0
n 12
Ou seja, um evento certo, todos os meses teríamos uma precipitação de pelo menos, 28 mm. Como isto
não é correto, Kimbal propos uma pequena modificação, que para amostras grandes praticamente não
altera os valores, mas torna o método, conceitualmente, correto.
m
F= ( Método de Kimbal )
n +1
1 1
TR = ; FR =
FR TR
ATENÇÃO : Para períodos de recorrência bem menores do que o número de anos de observação, o valor
encontrado para a freqüência relativa (FR) pode dar uma boa idéia do valor real da probabilidade (P). Ou
seja, sempre que o tamanho da amostra for grande, estaremos assumindo que, “a freqüência relativa é
uma estimativa da probabilidade”.
1 1
TR = ; P=
P TR
1
QMAX (10000 anos ) ⇒ Vertedouro; Tr =
10.000
ATENÇÃO : É importante ressaltar, que freqüência, probabilidade ou tempo de recorrência, definem
características médias, isto é, uma chuva com um TR=25 anos poderá em um intervalo total de 50 anos
ocorrer duas vezes nos primeiros 5 anos e depois ficar 45 anos sem acontecer.
LEIS DA P RECIPITAÇÃO:
1) A intensidade das precipitações com o mesmo tempo de recorrência é inversamente proporcional à
sua duração.
2) A intensidade das precipitações com a mesma duração é diretamente proporcional ao seu tempo de
recorrência.
###################################################
TR <=> RISCO.
“∗ Em Hidrologia, o RISCO está diretamente associado à escolha do período de retorno.”
1 1
TR = ; mas, P = F , então: TR =
P F
9-4
RISCO:
Definição: É a probabilidade de uma determinada obra vir a falhar durante a sua vida útil.
Onde :
R Risco.
T Período de retorno.
N Vida útil da obra.
PERÍODOS DE RETORNO
Comercial Microdrenagem 5
Áreas com edifícios de serviço ao publico Microdrenagem 5
Aeroportos Microdrenagem 2-5
Áreas comerciais e artérias de tráfego Microdrenagem 5 – 10
Áreas comerciais e residenciais Macrodrenagem 50 – 100
Áreas de importância específica Macrodrenagem 500 - ….
FLUVIOMETRIA
Definição: É o setor da Hidrologia que trata das técnicas de medição de níveis d´água, velocidades e
vazões nos rios.
Objetivo: Conhecer o volume de água que escoa por uma seção transversal de um rio, em um
determinado intervalo de tempo. O ideal seria termos conhecimento, em tempo-real, da vazão a cada
instante. Todavia, isto, ainda não é possível. Portanto, procura-se conhecer a vazão durante um período
de tempo (campanha) e extrapolam-se os resultados obtidos para períodos de tempo maiores. Existem
várias metodologias de medição de vazões, cada uma delas com o índice de precisão diretamente
associado ao custo de obtenção dos dados.
10-2
A A
A
Q = v.A
h (cota)
Curva chave
(equivalente a uma parábola).
Q
10-3
É empregado para pequenos cursos d’água e canais, ou em nascentes. Consiste em derivar as águas para
recipientes volumétricamente calibrados, ou que tenham formas que facilitem a determinação de seus
volumes. A vazão será o quociente do volume do recipiente pelo tempo de enchimento cronometrado.
V ( volume)
Q(vazão) =
t (tempo)
b) MÉTODO DOS TRAÇADORES
C − C1
Q=q
C1 − C0
Onde:
C – Concentração de sal injetado,
C1 − Concentração de sal em regime permanente,
C0 – Concentração natural de sal do rio.
q – Vazão injetada.
Radioativos – Em geral esses traçadores são utilizados para medições em rios violentos, encachoeirados,
ou seja, rios que possam apresentar riscos de vida para a equipe de fluviometria. O manuseio do material
radioativo é perigoso e exige pessoal especializado, sendo portanto mais dispendiosa a sua utilização.
A leitura é feita em uma “escala limnimétrica”, uma régua em geral denteada, construída em madeira ou
metal esmaltado e “amarrada” à um RN (referencial de nível), ou através de um limnígrafo.
10-4
Definição: São métodos indiretos e se baseiam na equação da continuidade dos escoamentos líquidos;
Q = v. A
Quando o flutuador cruza a seção de montante, o auxiliar dá um sinal, para que o operador acione o
cronômetro. Quando o flutuador cruza a seção de jusante, é registrado o tempo de percurso. Repete-se o
procedimento várias vezes, em várias faixas longitudinais, e, assim define-se as diferentes velocidades
superficiais.
Pode-se, portanto, relacionar a velocidade superficial com a velocidade média da seção transversal.
O coeficiente K varia com a rugosidade da calha fluvial, com a geometria da área molhada (raio
hidráulico) e com a turbulência do escoamento.
O tubo de Pitot, em sua configuração mais simples é um tubo recurvado, com dois ramos em angulo reto.
Aplica-se a Equação de Bernoulli aos pontos 1 e 2 do escoamento da figura.
Equação de Bernoulli:
p v2
y+ + = C te
γ 2g
APLICAÇÃO:
p1 v12 p2 v22
h1 + + = h2 + + ; mas , h1 = h2 e v2 = 0; então :
γ 2g γ 2g
v12
= h ; ∴ v1 = 2 gh
2g
10-6
Procedimento:
(a) Faz-se o levantamento batimétrico da seção transversal selecionada para obter-se o perfil e a área da
seção;
(b) Divide-se a seção transversal do rio em um certo número de posições verticais para o levantamento do
perfil de velocidades;
(c) Mede-se as velocidades nessas verticais em pontos;
(d) Acha-se a velocidade média ponderada para perfil vertical;
(e) Determina-se a velocidade média aritmética para cada setor definido entre duas verticais;
(f) Calcula-se a vazão em cada setor, multiplicando-se a velocidade obtida no item (d), pela área do setor;
(g) A vazão total estimada será o somatório das vazões em cada um dos setores definidos na seção
transversal do rio.
O Molinete Hidrométrico:
Definição: É um aparelho que dá a velocidade local da água através da medida do número de revoluções
do hélice.
Molinete
Peso
MOLINETE HIDROMÉTRICO
Área molhada, (Am) é a área da seção transversal ocupada pela água, (m2 );
Perímetro molhado, (Pm) é o perfil da seção transversal em contato com a água, (m);
Raio hidráulico, (R): Rm = Am/Pm, (m);
_
Largura média, (Lm) Lm = (l- PI ), (m); onde l é a distância do PI até o PF.
Profundidade média, (h): h = Am/Lm, (m).
♦ 1 SINAL 10 ROTAÇÕES
TABELA COM VALORES MEDIDOS NOS PONTOS ASSINALADOS DE VERTICAIS DA SEÇÃO TRANSVERSAL:
NÚMERO DE
NO DO DISTÂNCIA PROFUNDIDADE NÚMERO TEMPO VELOCIDADE
AO PI (m) DO PONTO (m) (seg) ROTAÇÕES POR (m/s)
PONTO DE S INAIS
SEGUNDO (RPS)
1 2,10 0,00 0 0 0,0000 0,040
2 12,00 1,00 5 46,4 1,0776 0,175
3 20,00 2,00 12 42,8 2,8037 0,391
4 30,00 3,00 23 40,2 5,7214 0,769
5 30,00 5,00 24 40,6 5,9113 0,793
6 40,00 1,00 36 40,2 8,9552 1,191
OBS .: Se temos, 8 sinais emitidos em 72,4 segundos, para molinetes com 1 sinal a cada 10 rotações,
então, NRS = (8 x 10) / 72,4 = 1,105 RPS.
V B = 0,160 m / s
V C = 0, 414 m / s
d) Cálculo das Velocidades Médias nos Setores: e) Cálculo das Vazões nos Setores:
Q TOTAL
= ∑Q i
; onde: Qi é a vazão em cada um dos n setores da seção transversal.
i =1
10-10
É um instrumento que transmite ondas sonoras através da água. As partículas transportadas pela corrente
de água refletem o som de volta para o instrumento que percebe o eco através de sensores, fazendo com
que ele reconheça as diferentes profundidades e as velocidades das respectivas linhas de corrente através
do efeito Doppler. O ADCP pode utilizar diferentes freqüências para emitir o som, tais como: 75, 150,
300, 600, 1.200 e 2.400 kHz, dependendo do modelo.
O efeito Doppler refere-se à mudança de freqüência do sinal transmitido pelo sonar, causada pelo
movimento relativo entre o aparelho e o material em suspensão da água sob a ação do feixe das ondas
sonoras. Como o material em suspensão se desloca na mesma velocidade da corrente de água, a
magnitude do efeito Doppler é diretamente proporcional à essa velocidade. Medindo-se a freqüência dos
ecos que retornam do material em suspensão e comparando-a com a freqüência do som emitido, o ADCP
determina a velocidade da partícula que é a mesma da corrente da água (figura 2).