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Gordilho
DEPRESSÃO
27/04/2017
Mas, se a tristeza é comum e normal, quando devemos ficar alertas para um possível
quadro de depressão? “A depressão é uma tristeza sem motivo que não passa. Ela pode
até ser desencadeada por algum dos eventos traumáticos que citei anteriormente, mas
ela tende a não melhorar normalmente com o passar do tempo, gerando um prejuízo ao
paciente que não é razoável, é desmedido. Quando esse estado deprimido começa a
atrapalhar a vida do indivíduo no trabalho, nos estudos, nas relação sociais,
quando ele não cuida mais de sua saúde ou ameaça tirar a própria vida por conta
desse sofrimento, fica mais claro o quadro de depressão” – afirma Dr. Gordilho.
Prevenção é fundamental
Não existe um modo de se prevenir efetivamente uma depressão. Hábitos saudáveis e
uma vida equilibrada ajudam, mas não garantem que um indivíduo não venha
desenvolver um quadro depressivo ao longa da vida. Assim, a prevenção está
relacionada a identificação dos sintomas na fase inicial da doença e realização de
um diagnóstico precoce, o que diminui os impactos provocados pela doença e o risco
de uma crise. “É importante identificar a doença o mais rapidamente possível e,
logo em seguida, iniciar o tratamento de forma correta. A educação do paciente
também é muito importante. Geralmente eles enxergam a psiquiatria com preconceito e
isso acaba dificultando o processo de tratamento. No ambiente de trabalho, por
exemplo, é fundamental que a empresa e os gestores fiquem atentos aos sinais de que
algo de errado está acontecendo com o funcionário, quando ele não rende o que
deveria, falta ou se atrasa com frequência, não se relaciona bem com os colegas,
são sinais de que algo está errado. É preciso que haja um espaço de diálogo
confiável entre a empresa e o funcionário, para que ele se sinta seguro e busque a
ajuda necessária” – afirma Gordilho.
Tratamento
O tratamento da depressão tem avançado bastante nos últimos anos. Os medicamentos
atuais permitem que grande parte dos pacientes consigam ter uma vida normal,
mantendo a doença controlada. O psiquiatra chama a atenção para a importância da
continuidade do tratamento, que tem mais efeito quando realizado
multidisciplinarmente. “O tratamento quase sempre envolve um aporte medicamentoso,
mas as psicoterapias e outros cuidados com a saúde são fundamentais para um melhor
desenvolvimento do quadro. Também é importante a constância do tratamento; muitos
pacientes, ao primeiro sinal de melhora, suspendem a medicação por acharem que não
precisam mais dela, e é aí que existe o risco de agravamento da doença”.
Gordilho ainda lembra que, para pacientes que por algum motivo não podem fazer uso
das medicações psiquiátricas (alérgicos, por exemplo), existem as terapias de
neuroestimulação. A Eletroconvulsoterapia e a Estimulação Magnética Transcraniana
são duas alternativas que apresentam bons resultados em pacientes depressivos. “A
eletroconvulsoterapia, também conhecida como eletrochoque, apesar de não ser uma
pratica recente apresenta grandes resultados no tratamento das depressões
profundas, aquelas que apresentam risco de suicídio para os pacientes. A
estimulação magnética também apresenta bons resultados no tratamento, além de ser
uma pratica menos invasiva que dispensa a aplicação de anestesia, senda realizada
com praticidade e com o paciente sentado confortavelmente em uma poltrona” –
finaliza.
CARACTERÍSTICAS DA DEPRESSÃO
Como toda doença, a depressão tem sintomas, duração e forma de evolução
característicos. A pessoa costuma apresentar tristeza ou anedonia associadas a
outros sintomas, como perda de apetite, de peso, insônia, diminuição da energia,
diminuição do apetite sexual. Além disso, esses sintomas precisam ter uma
continuidade de pelo menos 02 semanas para caracterizar uma depressão.
Na depressão, os sentimentos adquirem uma intensidade muito grande, o que fazem com
que eles tenham características essencialmente patológicas, como explica o
psiquiatra Luiz Fernando Pedroso, diretor clínico da Holiste.
Ela pode iniciar-se com uma pequena dor e evoluir a uma dor insuportável. Uma dor
grave, mas diferente das dores que estamos acostumados a sentir no nosso corpo. É
uma dor na alma, uma dor moral, uma dor existencial. A pessoa se sente infeliz,
desmoralizada, inferiorizada, incapaz, incompetente… Ela sabe tudo que deve ser
feito, tudo que deveria ser feito e teme que as pessoas não estejam acreditando que
ela esteja doente”.
TIPOS DE DEPRESSÃO
A depressão pode ser classificada como leve, moderada e grave, também conhecida
como depressão maior.
DIAGNÓSTICO ESPECIALIZADO
O diagnóstico da depressão é feito por um psiquiatra durante a consulta. A doença
causa sintomas emocionais e físicos, podendo se manifestar inicialmente com uma
crise de vômito ou dores em diversos órgãos, que a princípio pode indicar ser uma
doença clínica, porém não é apontada em nenhum exame clínico.
Mudanças no humor
Oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima
Perda de interesse em realizar atividades cotidianas que antes eram prazerosas
Perda de prazer
Distúrbios do sono ou de apetite.
Mas, o que causa a depressão? Muitas pessoas procuram a resposta pra essa pergunta
mas a verdade é que não há um gatilho único que possa causar depressão.
A depressão é um questão que tem chamado cada vez mais atenção pois tem se tornado
uma doença bastante comum em vários países e isso tem deixado a OMS em alerta.
Outro problema que a entidade aponta é o não reconhecimento da depressão como uma
doença. Muitas vezes, a depressão é encarada como um estado passageiro de tristeza
e isso dificulta a busca por ajuda médica por quem demonstra os sintomas. Quem
sofre com depressão se sente inseguro para pedir ajuda e isso só faz com que a
doença se agrave cada vez mais.
O primeiro passo é compreender que a depressão é uma doença e que seus funcionários
podem tê-la e que você deve respeitá-los assim como respeita quem não tem. Pronto?
Após isso, é essencial conversar com áreas como recursos humanos e treinamento e
desenvolvimento de pessoas, pois estas devem construir um plano que inclua
assistência para colaboradores com depressão. Esse planejamento deve considerar:
Não é por acaso que a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que, até 2020, a
depressão passará da 4ª para a 2ª colocada entre as principais causas de
incapacidade para o trabalho no mundo. Estima-se que 121 milhões de pessoas sofram
com a doença, sendo 17 milhões só no Brasil.
E por mais que não se possa afirmar que o trabalho é a causa exclusiva da
depressão, já que vários motivos também desencadeiam a doença – como fatores
genéticos, biológicos e psicossociais -, mesmo assim o trabalho contribui de forma
decisiva para o início ou agravamento do quadro.
Os ambientes negativos podem surgir por influências internas ou externas, que vão
desde crises econômicas até má gestão. É comum encontrar funcionários insatisfeitos
e inseguros com relação ao futuro, conversas de corredor e fofocas cada vez mais
tóxicas e um clima de pessimismo generalizado. Em um cenário como esse, os
empregados não assumem responsabilidades além das que já possuem e, mesmo assim,
temem pelos resultados. O sentimento geral é de que nada vai dar certo, mesmo com o
esforço de todos.
Nos ambientes neutros, o que impera é a apatia. Ninguém se importa em saber para
onde as coisas estão caminhando. A ordem é fazer apenas o que você tem para fazer e
não se envolver demais, seja com o trabalho ou com as pessoas. Críticas e elogios
são objetos raros de se encontrar, já que o sentimento principal é o de que “não
tenho nada a ver com isso”.
Só pelas descrições é possível perceber qual ambiente gera mais problemas para o
trabalhador. A OMS diz que “a adesão aos princípios dos ambientes de trabalho
saudáveis evita afastamentos; minimiza os custos com saúde e com a alta
rotatividade; e aumenta a produtividade em longo prazo, bem como a qualidade dos
produtos e serviços”. Além disso, um estudo realizado na University of Manchester’s
Business School mostrou que as pessoas que se relacionavam com líderes com traços
psicopatas ou narcisistas tinham menor satisfação no trabalho e tiveram pontuação
alta em uma medida clínica de depressão.
O que fazer
Há alguns anos, as doenças psiquiátricas eram ignoradas pelas empresas, que não
reconheciam a gravidade e a enxergavam apenas como uma tristeza passageira ou como
falta de interesse. Os profissionais sofriam em silêncio e acabavam demitidos por
algo que não podiam controlar. Em muitos lugares, o tema segue como um tabu e
muitos funcionários ainda precisam se esconder para evitar a incompreensão dos
chefes.
Esse cenário, porém, tem mudado. As empresas passaram a entender melhor a doença e
a lidar melhor com os funcionários que convivem com ela. O ponto mais importante
diz respeito à criação de um ambiente de trabalho saudável. Investir em programas
de qualidade de vida, incentivar a realização de atividades físicas e criar
ferramentas para denunciar os abusos são apenas algumas das ferramentas que podem
ser usadas para criar um bom clima organizacional.
Se você tem depressão, é primordial estar sob tratamento adequado. Além disso, se
você está trabalhando, considere adotar as seguintes estratégias para facilitar seu
desempenho:
Coloque sua saúde em primeiro lugar - mesmo em dias atribulados, seu bem-estar não
deve estar em segundo plano. Tente fazer pausas para caminhar por alguns minutos.
Saiba reconhecer os sintomas do seu problema e como lidar com eles se aparecerem
durante o expediente.
Peça ajuda - é sua decisão contar ao seu empregador sobre a depressão. Mas, se você
se sentir sobrecarregado, peça ajuda a um colega ou converse com seu supervisor.
O Fórum Qualidade de Vida nas Organizações: Gestão de Saúde e Bem estar é uma
realização do programa de relacionamento com empresas do Sesc Pompeia. O evento
busca possibilitar às organizações encontrarem novas ferramentas para melhorar as
condições de trabalho, além de abrir um espaço para discutir quais ações podem ser
realizadas pelas empresas com essa finalidade. Para fazer sua inscrição no
encontro, clique aqui.
A depressão é uma doença que se caracteriza por um período mínimo de duas semanas
em que a pessoa se sente triste, melancólica ou “para baixo”, com sensações de
aperto no peito (angústia), inquietação (ansiedade), desânimo e falta de energia. O
indivíduo sente-se apático, perde a motivação, acha tudo sem prazer ou sem sentido,
torna-se pessimista e preocupado. Tal estado afeta o organismo como um todo e
compromete o sono, o apetite e a disposição física. O risco de adoecimento ao longo
da vida é de 10% para homens e 15% para mulheres. Estamos, portanto, falando aqui
de uma doença no sentido médico, provavelmente relacionada a uma alteração do
metabolismo cerebral, e não de uma tristeza ou reação de luto ligadas diretamente a
um fator desencadeante. Estudos epidemiológicos nos diferentes países e classes
sociais, mostram que hoje no mundo cerca de 350 milhões de pessoas sofrem com uma
depressão.
Existe uma associação quase que óbvia entre depressão e qualidade de vida. Estudos
internacionais das duas ultimas décadas indicam que a qualidade de vida piora com o
aumento da gravidade dos sintomas depressivos, havendo portanto uma relação
inversamente proporcional entre ambas.
No dia 07 de abril é comemorado o Dia Mundial da Saúde, data que coincide com a
fundação da Organização Mundial da Saúde, entidade ligada à ONU. O objetivo é
conscientizar a população sobre questões relacionadas à qualidade de vida e
aspectos que envolvem a saúde. Todo ano a entidade lança uma campanha para chamar a
atenção para um tema. Em 2017, o assunto é a depressão.
Depressão não é frescura
A condição é definida pela OMS como transtorno mental comum caracterizado pela
tristeza persistente, falta de interesse em realizar atividades, ausência de
prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, distúrbios do
sono ou do apetite, além de sensação de cansaço e falta de concentração. A
depressão pode afetar pessoas de qualquer idade em qualquer etapa da vida, podendo
também ser de longa duração ou recorrente. Na sua forma mais grave, pode levar ao
suicídio.
Tristes números
De acordo com dados da OMS, mais de 300 milhões de pessoas sofrem do mal, o que
equivale a 4,4% da população mundial. O número de casos de transtornos mentais
comuns tem crescido a cada ano, principalmente em países de baixa renda. Isto
porque a população está crescendo e mais pessoas alcançam as idades em que a
depressão e a ansiedade são mais frequentes.
“Let’s talk” ou “Vamos conversar” em português é o lema escolhido pela OMS para a
campanha. A intenção é disseminar a informação como forma de encarar o problema e
diminuir o estigma que gira em torno dele. Muitas pessoas não buscam ajuda médica,
até mesmo por desconhecimento.
Depressão x trabalho
A investigação dos transtornos mentais não é tarefa fácil. A depressão pode ser
desencadeada por fatores diversos que atuam concomitantemente. Uma pessoa que já
apresenta predisposição e é submetida a condições de trabalho estressantes, por
exemplo, pode vir a desenvolver a doença. Hoje sabemos que é cada vez maior a
exigência por longas jornadas de trabalho, permanência de conexão por longos
períodos em instrumentos tecnológicos, pressões por resultados e competitividade.
Algumas profissões são mais conhecidas pelas cobranças no dia a dia, como as
ligadas ao mercado financeiro, controladores de voo, dos profissionais da área de
segurança, jornalistas, médicos e enfermeiros etc.
Nos casos em que o trabalho constitui fator responsável por desencadear o problema,
o empregador pode vir a ser responsabilizado. É que, pela lei, ele tem o dever de
manter um ambiente de trabalho seguro e saudável para os seus empregados. Nesta NJ
especial, veremos alguns casos apreciados pelo TRT de Minas e as soluções adotadas
diante do que prevê a legislação e a jurisprudência. Vamos fazer um apanhado de
como a questão vem sendo abordada na Justiça do Trabalho de Minas.
A pressão excessiva do mundo moderno pode gerar uma série de problemas de ordem
emocional, como depressão, estresse, ataques de ansiedade ou síndrome do pânico.
Essas doenças, muitas vezes, têm suas causas no trabalho, estando associadas ao
isolamento, pressão psicológica, ritmo agressivo de trabalho, dificuldades ou
desentendimentos no ambiente de trabalho ou, ainda, carga horária excessiva.
Esses problemas de ordem emocional não são encarados com a seriedade que merecem,
pois, à primeira vista, podem até ser imperceptíveis. Entretanto, quando
negligenciados, são devastadores para a vida do profissional, a ponto de se
tornarem irreversíveis e de levarem ao afastamento definitivo do trabalhador de sua
atividade.
Como não poderia deixar de ser, a síndrome de burnout tem sido objeto de inúmeras
ações trabalhistas. Os profissionais, muitas vezes os mais dedicados, após ficarem
doentes, esgotados, ou mesmo totalmente incapacitados para o trabalho, procuram a
Justiça pretendendo receber dos empregadores indenização pelos prejuízos
decorrentes dos elevados níveis de pressão e estresse aos quais foram submetidos em
sua lida diária.
A conclusão do perito foi acolhida pela Turma que, com fundamento no instituto da
responsabilidade civil previsto no inciso XXVIII do artigo 7º da Constituição
Federal de 1988, entendeu que o banco empregador é responsável pelo pagamento de
indenização decorrente da doença ocupacional da reclamante. É que, para os
julgadores, o empregador foi negligente em relação às normas de segurança do
trabalho ou de seu dever geral de cautela, contribuindo, com culpa, para a doença
da bancária. A afirmação de uma testemunha de que poderia haver a perda da comissão
no caso de não-atingimento de metas também contribuiu para mostrar a pressão
psicológica a que se submetia a bancária. Portanto, foi mantida a condenação
imposta na sentença, apenas sendo reduzido o valor da indenização de 30 mil para 20
mil reais. (02430-2013-044-03-00-7. Acórdão em 17/02/2016).
Como a auxiliar não tinha histórico de transtornos mentais, teve tempo hábil para
se tratar e foi afastada do trabalho. O perito avaliou que ela ficou saudável
depois e sem restrições do ponto de vista psiquiátrico. A Turma de julgadores
manteve a sentença que condenou a ex-empregadora ao pagamento de indenização
estabilitária e indenização por danos morais no valor de R$3 mil. (TRT da 3ª
Região; Processo: 0000476-30.2012.5.03.0092 RO; Data de Publicação: 08/11/2013;
Disponibilização: 07/11/2013, DEJT, Página 120; Órgão Julgador: Oitava Turma;
Relator: desembargador Sercio da Silva Pecanha; Revisor: desembargador Marcio
Ribeiro do Valle)
Trabalho de risco e sob tensão contribuiu para transtorno psíquico que levou à
aposentadoria por invalidez de vigilante
Relatórios médicos juntados aos autos dão uma ideia do quadro do vigilante, ao
registrarem termos como: “transtorno de personalidade com instabilidade emocional”,
“esquizofrenia paranoide”, “alucinações auditivas e visuais de cunho persecutório”,
“agitação psicomotora importante com ameaça à vida de terceiros”, “quadro de
delírio”, “desorganização psicomotora”.
Em sua avaliação, o perito médico não teve dúvidas de que o trabalho atuou como
concausa para a patologia do vigilante. Sobre a questão, a desembargadora explicou
que nem sempre uma patologia adquirida durante a vigência da relação de emprego é
suficiente para caracterizar a relação entre uma coisa e outra, o chamado “nexo de
causalidade”. As causas podem ser inúmeras, havendo casos em que o trabalhador está
vulnerável às doenças independentemente das condições de trabalho.
Com base nesse dispositivo, a decisão destacou que a doença decorrente de causas
múltiplas não perde o enquadramento como patologia ocupacional, se houver pelo
menos uma causa laboral que contribua diretamente para a sua eclosão ou
agravamento. No caso, o transtorno mental que acometeu o trabalhador foi
claramente desencadeado também em razão das condições de trabalho desenvolvido em
prol da instituição bancária, gerando a redução da capacidade permanente que levou
à aposentadoria por invalidez.
Por outro lado, a julgadora entendeu por bem reduzir a indenização por danos morais
para R$10 mil e a de danos materiais para R$50 mil. A Turma de julgadores,
acompanhando o voto, deu provimento ao recurso das reclamadas nesses aspectos.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010248-44.2016.5.03.0070 (RO); Disponibilização:
20/02/2017, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 599; Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator:
desembargadora Ana Maria Amorim Rebouças).
Já no caso examinado pela 6ª Turma do TRT-MG, uma bancária afirmou ter sido
destituída, injustificadamente, do seu cargo, sofrendo rebaixamento de atribuições
e responsabilidades. Segundo ela, a condição humilhante lhe causou grave depressão
psicológica, razão pela qual pedia a compensação por danos morais. No entanto, a
pretensão foi indeferida pelo desembargador Rogério Valle Ferreira, que deu
provimento ao recurso da instituição bancária para excluir a condenação por danos
morais deferida em 1º Grau.
Em primeiro lugar, o relator considerou que a perda da função não foi motivada por
perseguição ou qualquer conduta abusiva por parte do empregador, como confirmou uma
testemunha ouvida a pedido da própria bancária. Embora a perícia tenha registrado
que os fatos ocorridos no ambiente de trabalho atuaram como concausa para o
agravamento do quadro de depressão da reclamante, informou também tratar-se de
quadro preexistente, decorrente de histórico pessoal. O laudo concluiu que a
situação não se enquadrava como doença ocupacional e que não houve perda da
capacidade laborativa.
Na visão do relator, a conduta do banco foi lícita, não sendo devida nenhuma
reparação. “As circunstâncias relacionadas ao trabalho apenas agregaram dissabores
à sua vida, estes sim, dada a percepção pessoal da reclamante em relação aos fatos,
capazes de ensejar o agravamento de sua condição”, destacou. A Turma de julgadores
acompanhou o entendimento. (TRT da 3ª Região; Processo: 0000449-79.2010.5.03.0104
RO; Data de Publicação: 01/07/2013; Órgão Julgador: Sexta Turma; Relator:
desembargador Rogerio Valle Ferreira; Revisor: desembargador Jorge Berg de
Mendonça).