Você está na página 1de 187

TEOLOGIA E

LIDERANÇA

CENTRO BATISTA DE EDUCAÇÃO, SERVIÇO E PESQUISA.


INTRODUÇÃO

•Desafios da liderança cristã


✓Crise de integridade.
✓Pragmatismo religioso
✓Novos estilos de culto
Numa análise do que chama "a Igreja do Futuro",
Ralph W. Neighbour destaca que a "Igreja do Presente"
se caracteriza por ser tridimensional: tem largura,
comprimento e profundidade, mas não possui poder
espiritual para dar à luz outra geração de cristãos.

A "Igreja do Futuro", além dessas dimensões, tem mais uma:


altura, ou seja, vive num mundo físico, de três dimensões
como a outra, mas vive em acréscimo num ambiente
espiritual onde "principados, potestades, príncipes do
mundo destas trevas, hostes espirituais da iniquidade" são
diariamente enfrentados.
A Igreja e sua liderança não são significativas pelo que
possuem, mas porque são usadas por Deus.
• Essa Igreja vive na quarta dimensão, sem qualquer alusão à ideologia
esposada pelo pastor coreano David (antes Paul) Yongi Cho.
• Humanos, somos seres tridimensionais; mas como povo de Deus, e
ainda mais, liderança desse povo, temos por conceito o sublime e
urgente dever de ser quadridimensionais.
• Afinal, é nessa dimensão que o poder de Deus se revela e Satanás é
vencido (cf. Jo 3.3; Ef 2.18,19). Onde se enfatizam as três dimensões, a
liderança trabalha para o povo; nas quadridimensionais, a liderança
trabalha com o povo.
Ver a Deus, por exemplo, é experiência em primeira
mão:
• Noé teve uma experiência sensorial com Deus e tornou-se o arauto divino para
o arrependimento do seu povo (Gen. 6.13);
• Abraão viu a Deus, e isso resultou num rompimento com a velha e surrada
vida no politeísmo de sua terra natal (Gen. 12.1ss);
• Jacó viu a Deus, e desde esse momento tornou-se "o príncipe de Deus" (Israel,
cf. Gen. 32.22-32);
• Moisés viu a Deus e isso fez diferença na sua vida (E 3. 1-12; 34.29-35);
• Gideão que teve um encontro transformador com o Todo-Poderoso (Jaz 6.11-
24);
• Elias recuperou-se de um processo de depressão para a vitória porque viu a
Deus (1Rs 19.8ss);
• Isaías nunca mais foi o mesmo depois da visão de Deus (Si 6.1ss);
• foi o caso de Paulo (At 9.1. ss). E "ver a Deus" dá novas energias.
• Quando se experimenta pessoalmente o poder de Deus, não se
necessita ser aguilhoado para crer que todas as coisas são possíveis
por meio de Cristo Jesus.
• Um líder que tenha tido uma visão definida de Deus será capaz de
amar, terá todas as condições de repassar esperança, assim como
capacidade de comunicar a fé.
• Na verdade, só podemos influenciar e liderar outros até o ponto a
que nós mesmos chegamos.
• Nesse ponto, vai se revelar o líder espiritual em contraposição ao
líder natural.
Segundo Sanders, o paralelo entre estas duas
qualidades de líderes é o seguinte:
• O Líder Natural
✓ É autoconfiante
✓ Conhece os homens
✓ Toma as próprias decisões
✓ Usa os próprios métodos
✓ Gosta de comandar os outros (e ser obedecido)
✓ É motivado por questões pessoais
✓ É independente
Bem diferente, portanto, do Líder Espiritual, o qual:

✓ Confia em Deus
✓ Conhece os homens e conhece a Deus
✓ Faz a vontade de Deus
✓ É humilde
✓ Usa o método de Deus
✓ Busca obedecer a Deus
✓ É motivado pelo amor a Deus e aos homens
✓ Dependência de Deus
CAPÍTULO 1 - CHAMADOS E CAPACITADOS
É do conhecimento
geral, que o nosso
Senhor Jesus Cristo
não deixou nenhuma
igreja constituída,
como as conhecemos
hoje, tão pouco,
deixou escolas
específicas para a
formação de líderes!
✓Como então surgiram as igrejas?
✓Os seminários?
✓A obrigatoriedade de o líder frequentar uma escola
especial?
✓A formação teológica?
✓E outros aspectos semelhantes?
• É certo que alguém fomentou esta ideia e o
tempo encarregou de fazê-la chegar aos
nossos dias como a conhecemos.

• Entende-se, portanto, que os criadores das


primeiras igrejas foram pessoas comuns,
sem uma formação religiosa qualquer.
• A Bíblia mostra-nos que todos os seus grandes líderes
eram pessoas comuns, que foram chamadas e
comissionadas a fazerem a obra, por exemplo:
Abraão – Filho de uma família pagã, idólatra. Foi chamado e instruído por
Deus na solidão do deserto. Tornou-se o pai da fé.
Moisés – Instruído em todas as leis egípcias. Quando encontrado por Deus,
abriu mão de tudo e deixou-se encher pelo Espírito Santo. Suas obras todos
conhecem!
Davi – Originariamente, um pastor de ovelhas. Ungido rei, foi um homem
segundo o coração de Deus.
Paulo – É preciso parar um pouco mais na vida deste homem. Era
profundamente versado na Lei; estudou aos pés do mestre Gamaliel (doutor
na lei judaica, fariseu), recebeu toda uma instrução que o capacitava a ser
também um mestre da lei (At 22.3; 23.6,5; Fp 3.5; Gl 1.14).
• Antes de qualquer grande obra, os escolhidos do
Senhor são chamados à santificação;
• Ele exige que seus servos sejam santos (Lv 11.45;
20.7; Ef 5.8; Cl 3.12 e Rm 12.1), esta condição os
valida a serem instrumentos nas mãos do Pai.
• Sabemos que quando somos usados, é o Espírito
de Deus que nos capacita a fazermos a obra.
• Se for teu desejo ser um instrumento nas mãos do
Senhor, deves iniciar pela consagração real de tua
vida no altar. Eliminando, todos os desejos e atos
contrários ao proceder de um homem segundo
Jesus.
• A permanência num agir errôneo incapacita ao
servo ser um vencedor na batalha contra as forças
do mau, mesmo que tenha uma formação
acadêmica!
Se o teu desejo é servir a Deus, o primeiro passo é a
santificação!
A santidade é necessária para:
> Pregação: Lc 12.12
> Adoração: Sl 24.3,4
> Comunhão: 2Co 5.15
> Na obra: 2Tm 2.21
> Na Vida: 1Pe 1.16; Hb 12.14
Esteja ainda preparado para o embate contra as forças
do mau.
O homem quando se entrega e santifica-se totalmente
ao Senhor, torna-se como “farol”, que pode ser visto a
grande distância pelas forças do mau; logo elas se
organizam e com grande furor procuram apagá-lo.
A promessa do Senhor para ti é: “Sujeitai-vos, portanto,
a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. ”
(Tg 4.7) e verás a vitória!
Afinal:
• ”...Os que esperam no Senhor renovam as suas forças,
sobem com asas como águias, correm e não se
cansam, caminham e não se fatigam. ” (Is 40.31).

O Espírito de Deus, te ungirá no tempo oportuno para


desempenhares a obra.
Aí então, prepara-te, para melhor realizar a obra do
Senhor, onde ele mesmo designar!
CAPÍTULO 2 - LIDERANÇA DE NEEMIAS COMO
EXEMPLO
Liderança espiritual, á um assunto por
demais abrangente e são necessários dois
recursos: tempo e experiência, para abrangê-
lo em sua totalidade.

Neste primeiro momento veremos o


exemplo de Neemias que do ponto de vista
prático, é o líder mais contextualizado com
nossa realidade.

Em primeiro lugar é preciso olhar para a


natureza do chamado de Neemias.
• 1 - O Chamado de Neemias ( Ne. 1:1-4;2:4,5)
✓a) Um chamado "natural" ( v.2
✓b) Um chamado “desafiador"(2;13b,17)
✓O chamado de Neemias para servir a Deus é um
acontecimento relatado por judeu, como algo
natural que acontece na vida de um homem
Deus.
• Não há nada de “místico”, "esotérico" ou
“extraordinário”, na forma como Deus chama Neemias.
• Aliás, esta é uma característica da maioria dos
chamados de Deus na Bíblia de pessoas, para liderar o
seu povo, vejam por exemplo, o chamado de Abraão
(Gn. l2:l ), ou mesmo o chamado de Moisés ( Êx,3:1),
• No Novo Testamento também encontramos essa
mesma perspectiva da parte de Jesus, ao escolher seus
discípulos (Mc. 1:16-20; Jo.1:39) “...Vinde, e vede.
• Nós também temos diante de nós uma realidade
desafiadora de "construir" uma nova geração de
líderes cristãos: mulheres e homens de Deus, que
respiram sua Palavra que cultivam intimidade
com Ele e que sabem discernir sua vontade nos
acontecimentos mais corriqueiros da vida como o
soube Neemias.
2 – O compromisso com a oração (2:4)

• Neemias era o líder, ele mais do que ninguém, tinha a


obrigação de erguer a voz e pedir misericórdia.
• A oração é a marca do líder que confia em Deus, como bem
dizia Lutero: "quem não tiver fé verdadeira não saberá orar",
ou como expressa Calvino "A oração protege-nos do
ceticismo que insinua ser o objeto da fé mera ilusão ou
projeção de nossos anseios apenas".
Liderança sem oração gera ministério sem poder.
• Como bem dizia um grande missionário: “Muita oração,
muito poder, pouca oração pouco poder, nenhuma oração
nenhum poder".
• Seria muito importante, reavaliarmos nossa vida de
oração diante da obra que Deus tem nos chamado a
desenvolver.
• "A questão não é orar até que Deus nos ouça o que lhe
pedimos, mas até entender aquilo que Ele nos pede"
(Sóren Kierkegaard).
a) O conteúdo da oração de Neemias (1:5-7)
Qual foi o conteúdo da oração de Neemias?

Precisamos reconhecer que a causa dos


problemas, muitas vezes está primeiramente
em nós "...pois eu tenho pecado (1:7c).
• É bonita e profunda uma expressão do Gandhi, sobre a oração:
"Na oração, é melhor ter um coração sem palavras do que
palavras sem coração".

• E isso é extremamente bíblico "Onde estiver o vosso tesouro aí


estará o vosso coração "(Mt. 6:21).

• A pergunta que devemos fazer aqui é: “Quanto de nosso ser


está dedicado a esse empreendimento”?
• Se não temos o coração na obra, não temos nada na
obra.
• Na Bíblia o coração não é só o órgão vital da vida
biológica, nem tão pouco somente a sede das emoções.
• Ele é acima de tudo a sede das decisões do ser
humano.
• Onde ele decide amar, odiar, sofrer pelo outro (ter
paixão) morrer se necessário for para que o outro
tenha vida.
• Essa é a dimensão da paixão que queremos destacar
como vindo do coração e da totalidade do ser humano:
"...sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu
coração porque dele procedem as fontes da vida"'
(Pv 4:23).
É essa integralidade de Neemias na obra do Senhor, que
lhe permitia perceber seu pecado, mas deixava-o
sensibilizado diante dos seus liderados ( Ne.4:4), que
deve estar presente também em nossos ministérios e
corações como líderes.
• Talvez tivéssemos que gastar muito tempo falando
da vida apaixonada de Neemias, Moisés, Josué, Davi
e tantos outros líderes que a Bíblia apresenta.
• Uma coisa iríamos encontrar neles "paixão" pelo
povo que eles lideravam.
Com respeito aos líderes Bíblicos Sanders comenta: "Não foram
líderes devido ao brilho de seus pensamentos nem devido a terem
recursos inexauríveis, nem devido à cultura magnífica, ou aos dons
naturais, mas por causa do poder da oração - pelos seus liderados -
através da qual comandam o poder de Deus".
3 - O compromisso de Neemias

Qual foi o preço que Neemias teve de pagar?

a)Auto sacrifício (Ne. 1:11; 2:1ss; 5:5). Não foi uma


opção de Deus tirar-lhe a posição social ou
profissional.
b)Neemias decidiu consciente e voluntariamente sair
da sua função, ele pediu demissão do cargo. (Ne.
2:5).
Qual foi o preço que Neemias teve de pagar?
a) O Auto sacrifício (Ne. 1:11; 2:1ss; 5:5).
• Não foi uma opção de Deus tirar-lhe a posição
social ou profissional.
• Neemias decidiu consciente e voluntariamente
sair da sua função, ele pediu demissão do cargo.
(Ne. 2:5).
O compromisso de Neemias pode ser notado em dois níveis
diferentes:

• a) o compromisso vertical (com Deus Ne. 2:12-18ª)


De um lado podemos observar o quanto Neemias valorizava
os encontros secretos com Deus sem fazer alarde ou
propaganda para chamar a atenção sobre sua
espiritualidade, do outro lado, a clareza com que Neemias
percebe sua relação com Deus como aquele que “estivera”
sempre com ele. (V.18ª).
• b) O compromisso horizontal (com o outro Ne.2:1-3,10)
• Por outro lado, esse compromisso com Deus só encontra
sentido para Neemias, na medida em que serve para
ajudar seus irmãos e concidadãos.
• A tarefa de liderar não era apenas um ato de cidadania,
mas, sobretudo, o resultado do seu encontro com o Deus
que sempre está atento ao clamor do seu povo (Ne.1:11),
para levantar alguém que o possa liderar.
- Os custos da liderança – outro momento fundamental
no modelo de liderança de Neemias diz respeito ao custo
da liderança. (Ne.2:17-18).

• Se alguém não estiver preparado para pagar um preço,


maior do que seus contemporâneos e colegas estejam
dispostos a pagar, não haverá aspirar à liderança no
trabalho de Deus.
• Não importa quanto tempo se leve para compreender
isso, Deus é paciente, mas nunca indolente (desleixado,
descuidado), para essa exigência.
• A verdadeira liderança exige custo elevado, a ser
cobrado do líder e, quanto mais eficiente a liderança,
maior o custo. (Ne. 2:19; 6:1-4; Mc. 10:38).
• Hogg, fundador do Instituto Politécnico de Londres,
investiu nesse empreendimento grande fortuna.
• Quando lhe perguntaram quanto lhe havia custado a
construção de tão grande instituição, ele respondeu:
“não muito, simplesmente o sangue de uma pessoa”.
• O apóstolo Paulo, comentando sobre as cicatrizes do
seu ministério, fala delas como marcas autênticas da
liderança do povo de Deus, as quais ninguém pode
jamais nos tirar, ele diz: “quanto ao mais, ninguém me
moleste; porque trago no corpo as marcas de Jesus”
(Gl.6:17) “...trazendo sempre no corpo o morrer de
Jesus para que também a sua vida se manifeste em
nosso corpo...” (2Co.4:11).
Amy Wilson Carmichael escreve um poema que diz:
“Não tens cicatrizes. Nenhuma cicatriz escondida, no pé, na mão, ou no lado?
Ouço-as sendo cantadas, pela terra,
Ouço-as saudando a brilhante estrela da manhã. Não tens cicatrizes?
Não tens ferimentos? Contudo, fui ferido pelos arqueiros.
Encostaram-me numa árvore, para morrer, E rasgado por bestas vorazes, que me
rodeiam, Desfaleci:
Não tens ferimento? Nenhum ferimento? Nenhuma cicatriz? Sim, seja o servo
como seu Senhor; Os pés que me seguem são traspassados.
Contudo, os teus pés estão íntegros.
Teria seguido até bem longe, Aquele que não tem ferimento? Nenhuma
cicatriz?”
Qual foi o preço que Neemias teve de pagar?

b) Solidão (Ne.2:11-20).
• Existe uma diferença entre solidão e ser solitário.
• A primeira é uma condição que tem a ver com um certo “ermo”,
“deserto” ou com um “estado” psicológico, em que o líder se
encontra frente as condições reais da liderança.
• A segunda aponta para um abandono de todos, uma ausência de
companhia e perspectiva.
• Neemias está “só”, mas nunca é solitário, ele é solidário.
A solidão do líder não precisa ser um ostracismo, ele
pode ter esse momento como uma dádiva de Deus
para crescer na direção dos outros, como fez Neemias:
“Tendo ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e
lamentei por alguns dias...” (1:4).
Qual foi o preço que Neemias teve de pagar?

c) Pressão e Perplexidade (Ne. 4:10; 6:5-9,11)


Aqueles que nunca se viram numa posição de liderança poderiam
pensar que uma experiência maior, e uma comunhão mais longa com
Deus, resultariam em maior facilidade para discernir-se a vontade de
Deus, em situações perplexas.
Mas, o texto de Ne. 6, mostra que, o contrário que é verdade, com
frequência.
Depois de muitos ataques sofridos, foi que Neemias pôde discernir a
voz de Deus, a despeito de toda intimidade que ele demonstra ter com o
Senhor.
Aqui Hudson Taylor nos dá outra lição muito importante.
• Ele disse, certa vez, que quando jovem, as coisas eram
definidas, tão mais claramente e rapidamente.
• “Contudo – disse ele – agora depois de tanto tempo,
após Deus ter me usado mais e mais, pareço um
homem caminhando pela neblina densa. Não sei o que
fazer”.
• Foi essa basicamente a situação de Neemias em 6:9b;
13:31.
Qual foi o preço que Neemias teve de pagar?

• d - Encarnação da sua responsabilidade (Ne.6:1)


Finalmente, é preciso apontar a disposição para encarnar a
responsabilidade do trabalho de Deus.
Quando temos certeza de estarmos onde Deus nos quer, a
melhor coisa que fazemos é enfrentar todos os inimigos
que se levantam diante de nós, e respondermos a Deus
“...eis-me aqui envia-me a mim...Is.6:8.
O desafio está ai, a cidade está “assolada”, o
rebanho precisa de pastor, o chamado de Deus é
constante, o que fazer?
Como bem expressa Horatius Bonar em seu livro
“Um recado para os ganhadores de alma”: “Vá,
trabalhe enquanto é dia, uma noite escura cairá
sobre o mundo...”
CAPÍTULO 3 - COMO EXERCER A LIDERANÇA
EFICAZ
De acordo com Mário
Persona em
entrevista à Revista
Mobile sobre os
desafios da Liderança
no século XXI.
Segue na íntegra, a
entrevista:
Revista Mobile: Quais são os desafios da liderança no século 21
e quais as maneiras mais eficientes para gerentes de lojas e
proprietários de lojas exercerem a liderança, resultando em
uma equipe mais "afinada" e em uma empresa mais
competitiva?

• Mario Persona: “A liderança é apenas uma das funções de um gerente. As


outras são planejar as ações ou a direção a ser tomada, organizar ou criar
os processos e fazê-los funcionar e controlar para assegurar os resultados
pretendidos. Nesse quadro todo, liderar é ajudar sua equipe a enxergar a
direção a seguir, motivar e entusiasmar seus colaboradores e estimular o
empenho e o comprometimento de cada um. Neste aspecto o líder tem
muito de um treinador esportivo na hora do jogo, e nos outros aspectos ele
é mais um estrategista e contabilista de resultados.
• As características de um líder são sua energia e tenacidade em enfrentar
desafios, confiança em suas habilidades, criatividade, conhecimento do
negócio onde atua, facilidade em identificar comportamentos e
interpretar as informações que recebe continuamente, flexibilidade para
mudar com facilidade e principalmente ética, integridade e honestidade.
Se no passado alguns até consideravam aceitável que um líder usasse de
todos os meios possíveis, lícitos ou ilícitos, para atingir seus fins, hoje já
ficou provado que um comportamento assim leva ao deterioramento de
toda a equipe.
• As empresas que buscam líderes que sejam leais à organização, porém
desonestos para com o mercado, acabam descobrindo que os desonestos
tendem a ser assim em todas as direções.
• Os desafios de um líder estão em fazer justamente isso:
desafiar.
• Ele deve estar sempre colocando em questão os processos para
fazer com que cada um dê o máximo de si. O líder deve ter
também um espírito pioneiro, para experimentar novos
caminhos, encorajar a inovação e também apoiar pessoas que
lhes tragam boas ideias.
• Ouvi dizer que Michel Dell tem um desses tratorzinhos tipo
rolo compressor de brinquedo em sua mesa para lembrá-lo de
nunca atropelar pessoas que entram em sua sala trazendo novas
ideias.
• Outro desafio do líder é demonstrar entusiasmo naquilo que
ele faz e nas conquistas da equipe. O líder desanimado ou que
não reconhece o progresso de sua equipe, não inspira os outros
e nem comemora os resultados logo deixará de ser exemplo
para seus liderados. É importante ele entender que liderar não é
mandar as pessoas fazerem as coisas, mas sair na frente
servindo de exemplo e de norte para sua equipe.
• O líder antigo era o vaqueiro, que tocava a boiada.
• O líder do século 21 é o pastor, que caminha à frente do
rebanho. Liderar hoje é um trabalho que envolve muita emoção,
sentimentos e consideração para com as pessoas.
Ele precisa também detectar e desenvolver os talentos
que encontra na equipe, incentivando e descobrindo em
que atividade cada um se encaixa melhor. Um bom líder
é capaz de reconhecer um bom talento e o lugar mais
adequado para ele.
Gerentes inexperientes pensam que todas as pessoas
servem para todos os postos, o que é um engano.
Há pessoas que desempenham melhor em determinadas
atividades ou ambientes de trabalho.
Outra função do líder hoje é a de identificar as redes de
relacionamento entre as pessoas de sua equipe e se aproveitar
disso.
Todas as pessoas têm amigos e conhecidos que podem ser os talentos
que estão faltando na equipe e o líder deve saber extrair esse
conhecimento das pessoas com as quais trabalha.
Deve também procurar criar em seus colaboradores não apenas um
senso de equipe, mas de relacionamento, fazendo com que a equipe se
transforme numa rede de relacionamento onde exista harmonia e
auxílio mútuo, mas onde seja estimulada também uma competição
saudável para que todos busquem sempre criar novos patamares de
excelência. ”
O líder e a vida de oração
• Referências gerais: 1 Cr 16.11; Lc 18.1; 1 Ts 5.17; Ef 6.18.
• 1. Tenha em mente o que tem nos levado a orar tão pouco nos
últimos dias.
• Dentre muitas, as maiores causas de impedimento à oração são:
luta pela sobrevivência; falta de amor; tranquilidade gerada
pela tecnologia; darmos mais lugar à carne; ativismo na igreja
(por incrível que pareça); inversão de valores: é mais
importante fazer do que ser; não nos disciplinamos - não
estabelecemos um método de oração...
2. Prepare-se para orar
• Orar é manter uma relação de amor com Deus. Na relação de amor
humana é preciso preparo...
• a) Preparo Físico: esteja descansada; arrume um lugar confortável; evite
lugar onde há barulho; leve ferramentas para a oração: Bíblia, um Cantor
Cristão, lenço, travesseiro, almofada, caderno, caneta, toca fita, etc.
• b) Preparo Emocional: Concentre-se em Deus.
• c) Preparo Espiritual: Não pense em Deus como um homem de negócios;
como médico; como Assistente Social ou como Papai Noel. Pense em Deus
como Pai. Esteja ciente de quem você é do ponto de vista espiritual.
Lembre-se de que sua oração pode se centrar em três pessoas: Deus, você
mesmo, e os outros.
3. Confesse seus pecados, em oração!
• Referências gerais: (Sl 66.18; Pv 28.13; 1 Jo 1. 7-9).
• O pecado nos leva a nos cansar na oração e até a fugir dela. Não
vamos deixar para confessarmos mais tarde.
• Não usemos nossa posição como desculpa para não confessar.
• Deus é onisciente, portanto, sejamos sinceros.
• Deus está disposto a revelar nossos erros com amor.
• Quem teve uma vida de oração deve vencer o pecado e uma das
formas de se ter vitória sobre ele é confessando-o ao Senhor. É
muito perigoso deixar de fazer isso, pois quando abrigamos um
pecado em nosso coração ele aumenta.
4. Ouça Deus enquanto você ora!
• a) O que significa ouvir Deus em oração?
• Significa aquietar nosso espírito, silenciar nossa
alma, reter nossa boca. Há pessoas que quando
oram gritam bastante e sem parar, não param um
pouco em quietude para ouvir Deus. Nem sempre
gritaria é sinônimo de unção.
• Quem quer ter uma vida de oração deve falar com
Deus.
Orar não é “conversar com Deus? ”

• Ninguém conversa sozinho!


• Não podemos ficar só falando.
• Espere em Deus (Si 40.31).
• Fique em silêncio (em estado de quietude) na
presença de Deus (Sol 46.1,2, 10 e 11 – veja o “selá”.
• Ouça Deus falar ao seu coração.
b) O que Acontece quando ficamos em silêncio na
presença de Deus?

• Sentimos o seu amor; percebemos que ele nos examina; notamos que ele
nos prepara; preparar-se para a oração.
• Orar não é “conversar com Deus”?
• Se orar é conversar com Deus não podemos falar direto sem ouvir quem
está do outro lado da “linha”: nosso Pai celestial.
• Quem faz uma ligação telefônica e fala sozinho?
• Por isso, depois de orarmos algum tempo é preciso ficar em silêncio para
que o nosso espírito ouça Deus. Daí a vantagem da oração feita na
madrugada. Muitos se cansam na oração porque não ouvem a Deus!
c) Precisamos vencer a dificuldade de estar quietos na
presença do Senhor:
• Uma das maiores dificuldades de nossa carne é ficar quieta;
acomodada. Por natureza o ser humano é irrequieto.
Quando oramos o inimigo faz tudo para nós dispersarmos
nossa atenção.
• Nós só conseguimos pensar em Deus quando nos
concentramos n’Ele. E isso só é possível quando nos
aquietamos na presença de Deus. Você já começou a orar,
lutando com sua mente para ela prestar a atenção em Deus?
Veja o que o salmista disse no Sl 131.1-3.

✓Quem não se acomoda, se cansa na hora da oração e não


consegue orar muito! Há certas coisas que não vão cair do
céu, nós temos que agir e lutar por elas.
✓Quando se trata de uma vida de oração, aí o líder vai
conseguir manter a vida devocional de quem consegue se
aquietar na presença de Deus!
d) A Bíblia recomenda-nos confiar em Deus, e quietude:

• Leiamos: a esperança é silenciosa Lm 3:26;


• Moisés desafiou o povo, nesse sentido (Ex 14.13).
• Jesus nos proibiu de nos inquietar (Lc 12:29); para não estar inquieto a
melhor atitude é orar; as consequências são maravilhosas (Fp 4.6);
• espere em Deus (Is 40.31);
• Fique em silêncio (em estado de quietude) na presença de Deus.
• Ouça Deus falar ao seu coração. O que Acontece quando ficamos em
silêncio na presença de Deus? Sentimos o Seu amor... percebemos que
ele nos examina... notamos que ele nos prepara.
A liderança de Jesus
• Quando iniciou o seu ministério, Jesus chamou quatro
pescadores do mar da Galiléia e lhes disse: "Vinde após mim, e
eu farei que vos torneis pescadores de homens" (Mc 1.17).
• Naquele dia, Jesus assumiu um sério e ousado compromisso.
• Até então aqueles homens nunca haviam pensado em
ministério religioso. Não conheciam a mente de Deus nem a
psicologia humana. Não tinham preparo teológico, missionário
ou acadêmico. Não amavam o suficiente nem eram pacientes.
O sucesso absoluto de Jesus como preparador e treinador de
pescadores de homens veio através das seguintes
providências:
• 1. CONVIVÊNCIA
• 2. ESTÁGIOS
• 3. CORREÇÕES
• 4. ASSIMILAÇÃO

• Jesus, de fato, transformou aqueles pescadores de


peixes em pescadores de homens, exatamente de
acordo com o compromisso assumido às margens do
mar da Galileia.
CAPÍTULO 4 – A SAÚDE DO MINISTRO
• Com as constantes notícias sobre crises ministeriais e a
vida muitas vezes nebulosa de tantos líderes
espirituais, ficamos perguntando o que está há de
errado com os pastores.
• O fato é que há muita doença envolvida em todas as
áreas profissionais e os pastores não são isentos de
enfermidades e patologias da alma, da mente e do
corpo, por isto Paulo já admoestava Timóteo: “cuida de
ti mesmo e da doutrina”.
Precisa cuidar da doutrina e de si mesmo.

• Roberto Clinton, do Fuller Theological Seminary, fez


um exaustivo estudo dos líderes espirituais da Bíblia e
afirmou que apenas 1/3 deles terminaram bem sua
história, todos os demais se envolveram em
escândalos e muitos morreram longe de Deus. Esses
dados são assustadores
• Recentemente uma estatística da Igreja Presbiteriana
do Brasil, ( IPB) que demonstra que nos últimos 10
anos, 325 pastores foram despojados do ministério e a
maioria por envolvimento sexual, e apenas 189 foram
jubilados.
• A jubilação ocorre quando a pessoa completa 35 anos
de ministério, completa 70 anos ou por motivo de
saúde
• Outra pesquisa sobre o tema é a do Instituto Francis Schaeffer,
que revelou que, no último ano (2012) , cerca de 1,5 mil
pastores têm abandonado seus ministérios todos os meses por
conta de desvios morais, esgotamento espiritual ou algum
tipo de desavença na igreja.
• Em uma das maiores denominações pentecostais do país, a
Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), cerca de 70 pastores
saíram da igreja por mês desde o ano passado. Atualmente as
regras sofreram pequenas mudanças na IPB (Igreja
Presbiteriana do Brasil,)
• Se olharmos os números acima veremos que a mesma
tendência dos tempos bíblicos ainda se aplica
atualmente.
• Pastores que chegam ao final do ministério e jubilam,
ainda constituem um número menor do que os que
param no meio do caminho.
• As três estatísticas acima estão intimamente
conectadas à saúde do pastor.
• É a propriedade de um sistema aberto, especialmente dos seres vivos,
de regular o seu ambiente interno, de modo a manter uma condição
estável mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico, controlados
por mecanismos de regulação inter-relacionados), mas deve ser
definida como uma condição de bem estar físico e mental, que envolve
todos os aspectos do ser humano.
• O dicionário define saúde como “estado de equilíbrio dinâmico entre o
organismo e seu ambiente, o qual mantém as características estruturais
e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma
de vida e para a sua fase do ciclo vital, estado de boa disposição física e
psíquica; bem-estar”.
Podemos falar da saúde pastoral nas seguintes áreas:
Física, Espiritual, Intelectual, Emocional e Financeira.
• A maioria das pessoas possui vida sedentária. Com a chegada
dos computadores, automóveis confortáveis,
• controle remoto, temos cada vez menos facilidade em praticar
esportes.
• A tendência é de termos uma sociedade mais obesa e com menos
saúde. Comemos demais, andamos pouco, nos acomodamos e
isto traz danos sensíveis à saúde física.
• O pastor tem ainda outros agravantes: Ele não tem um horário
fixo de trabalho.
O segredo para o cuidado físico, está em manter
hábitos saudáveis, dentre estes podemos enumerar:

• a. Exercícios físicos moderados e constantes


• b. Descanso.
• c. Exames de rotina.
• d. Alimentação adequada
II. ESPIRITUALIDADE
• É fácil sermos absorvidos por uma agenda tão exigente que
sacrificamos coisas essenciais como a vida devocional, estudo
da palavra e oração.
• Como pastores podemos nos acostumar com as coisas
espirituais e dessacralizar o sagrado; nos tornarmos como
Finéias e Hofni.
• As coisas de Deus se tornam comuns e nos acostumamos com
o sagrado a ponto de não mais sermos impactados com as
coisas de Deus.
• Brennam Manning certa vez foi visitar um velho
sacerdote que lhe disse: “Eu nunca pedi a Deus
popularidade, riqueza, fama, prosperidade, mas
sempre pedi que não tirasse de mim a capacidade do
assombro”.
• Esta era a experiência da igreja primitiva. “Em cada
alma havia espanto, temor”.
A presença de Deus os marcava.
Na área espiritual podemos falar de três aspectos:
• Valorize a meditação na Palavra.
• Valorize a oração. Orar não é fácil.
Russel Shedd afirma: “A verdade é que os santos da história oravam por
horas que pareciam minutos, e nós oramos por minutos que parecem
horas”. Tire tempo para ficar a sós com Deus.
• Valorize exercícios piedosos.
Solitude
Jejum
Frugalidade
Estabilidade
• Há muitos pastores Quando Dr. John Stott veio ao
Brasil em 1989, numa entrevista a
desequilibrados, disfuncionais
um grupo de pastores e lideres ele
e neuróticos, que adoecem foi interrogado sobre o segredo de
toda a comunidade por causa sua vitalidade espiritual e
de sua instabilidade respondeu quatro coisas:
emocional, ou por causa de 1.Leio a Bíblia todo dia
seus programas e constantes 2.Oro todos os dias
mudanças de projeto e planos 3. Não me ausento da comunidade
4. Sempre participo da ceia.
na vida da igreja.
• Na verdade, todas estas práticas parecem simples
demais.
• O problema é que deixamos de praticá-las e o resultado
tem sido danoso para nossa alma pastoral.
• Para um aprofundamento nestes tópicos, recomendamos
o livro de Richard Foster. “Celebrando as disciplinas
espirituais”, um clássico devocional profundo e
equilibrado sobre o assunto.
III.VIDA INTELECTUAL
• O pastor precisa exercitar-se na piedade, deve cuidar
bem do seu corpo como templo do Espírito Santo, mas
precisa também estar atento ao seu preparo intelectual
para, como diz o apóstolo Pedro:
• “Antes, santificai a Cristo nos vossos corações, estando
sempre preparados, para dar razão da esperança em
Cristo Jesus” (1 Pe 3.15).
Precisamos ser homens preparados.
• Paulo afirma a Timóteo: “aplica-te à leitura”.
• Na verdade ele estava falando das Escrituras Sagradas, mas o
homem de Deus precisa estar preparado para as questões
existenciais e teológicas com as quais há de se deparar.
• Schaeffer afirma que não é justo dizer ao descrente: “Creia
somente”, mas precisamos dar “respostas honestas a
perguntas honestas que são feitas”.
• Vivemos num mundo globalizado e midiático e
corremos o risco de termos uma geração que vai para
a universidade, discute questões éticas, filosóficas e
polêmicas todo o tempo, sem ter um púlpito que seja
capaz de responder as questões que estão sendo
levantadas dia a dia.
• Isto gera alienação num mundo globalizado, e uma
liderança ingênua.
Diante disto sugerimos algumas atitudes
• Veja os filmes e livros que os jovens de sua igreja estão vendo.
• Faça reciclagem periódicas.
• Viaje! Certamente os recursos são sempre limitados, mas ouvir colegas de
outras regiões, conversar sobre outros assuntos pode ajudá-lo a sair da
caixinha da tradição e da repetição.
• Leia! Livros que não sejam teológicos e livros teológicos
• Se puder fazer uma faculdade, mesmo que seja via EAD, vale a pena
considerar.
“A pessoa que eu sou está tão presente na minha estante quanto a pessoa
que eu quero ser” (Cora Rónai).
IV. SAÚDE EMOCIONAL
• O Dr. Pérsio Gomes de Deus afirma que “há maior incidência de
doenças mentais entre pastores que na população geral (...)
Religiosos católicos possuem índice de stress superiores aos
profissionais de segurança”. Não é este um dado assustador?
• Recentemente o Brasil ficou assustado com vários pastores de
diferentes comunidades suicidando.
• A exortação paulina reverbera em nossa mente: “Cuida de ti
mesmo e da doutrina!”.
• Quais são os problemas mais comuns na desestabilização
emocional de um pastor?
• Paixão
• Paixão tem destruído famílias, tem gerado morte, tem
trazido tristeza desgraça a famílias, tem sido a agente de
uma geração cheia de ódio.
• Veja quantas desgraças se seguem a uma paixão dentro
da história de nossa própria família. Tem destroçado
almas, tem gerado profundas depressões familiares, tem
levado pessoas ao inferno, tem trazido dores à igreja de
Cristo.
• Pv 9.13 afirma: “A loucura é mulher apaixonada, é
ignorante e não sabe coisa alguma”.
A paixão tem ainda outra característica: Ela é ignorante.
Já viram uma pessoa apaixonada o que faz?
Ela ignora os perigos, ignora as ameaças, se torna tola.
Gente apaixonada precisa de amigos que advirtam do perigo que
corre porque ele mesmo não sabe quão grave despenhadeiro se
encontram.
O texto diz ainda que não sabe coisa alguma.
Ai da pessoa que se torna presa de uma paixão direcionada ao
objeto errado. Ignora os aspectos mais essenciais de sua
existência.
Ressentimento
• Uma das grandes forças da vida é o ressentimento, a amargura,
o ódio, a ira. Muitos pastores estão contaminados e infestados
por este sentimento e dominado por ele.
• O ressentimento vai tirando o potencial criativo, a alegria, a
possibilidade de crescer na comunhão com o Senhor.
• Com amargura, ninguém avança emocionalmente na vida.
Pessoas marcadas pela amargura patinam na vida.
• Tornam-se fantasmas de si mesmas, prisioneiras de seus
afetos, e não conseguem avançar.
O ódio é mau conselheiro, todos aqueles que resolvem
prestar atenção à sua amargura, padecem dores terríveis
na vida.
“Ódio é você tomar um copo de veneno pensando que o
outro vai morrer”
Gente que não perdoa vive prisioneira de uma outra
força, a vingança.
Centenas de pastores vivem assim.
• Erick Erickson afirma que há duas formas de envelhecermos
na vida: com celebração, gratidão e contentamento ou com
amargura e desistência.
• Um dos grandes fracassos da vida é sermos desqualificados.
• Falamos tanto de vitória em Cristo, da alegria do Espirito Santo,
de paz interior, serenidade e graça mas estamos contaminados
na nossa fonte. Nosso coração não se guardou.
• “De tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração porque
dele procedem todas as fontes da vida” (Pv 4.23).
Repressão

• Repressão é um mecanismo de defesa que envolve a colocação


de pensamentos incômodos em áreas relativamente
inacessíveis da mente, o inconsciente.
• Assim, quando as coisas ocorrem de forma que somos
incapazes de lidar no momento, nossa tendência é afastá-las,
planejar lidar com elas em outro momento ou esperar que elas
vão desaparecer sozinhas.
• Boa parte do problema dos pastores reside exatamente ai.
Líderes assim não trataram e não conversaram sobre o assunto,
decidiram enterrar o problema vivo. Na verdade uma ira
reprimida volta em formas de ansiedade e depressão, brota
em formas de sintomas, que vão desde o desequilíbrio
emocional até um casamento destruído.
• Muitos pastores precisam procurar terapia e cuidado
emocional, não só em razão dos problemas pastorais em si,
mas porque já trouxeram consigo questões mal resolvidas de
casa, da educação, da formação familiar.
Depressão
• Coloco em quarto lugar, a depressão. Não porque seja menos
importante, mas talvez por ser o desfecho de tudo o que até agora
tratamos na questão da saúde emocional do pastor. Os problemas
mais comuns na depressão pastoral são citados assim pelo Dr. Pérsio:
1.Problemas com a organização / 2.Problemas conjugais / 3.Problemas
financeiros
4.Mágoa da esposa / 5.Instabilidade / 6.Falta de horário definido
7.Atividades emocionais dispares
8.Solidão ministerial.
9.Depressão está diretamente associada ao suicídio.
O problema da depressão é que, como afirmou o Dr. John
White, no seu livro “As máscaras da melancolia”, é que ela
tem muitas faces.
• Depressão pode ser decorrente de um desequilíbrio hormonal,
• Depressão também pode ser causada por perdas significativas,
neste caso as causas são emocionais.
• Existem ainda as causas espirituais. Pecado não perdoado,
culpa, acusações do diabo, opressão, possessão, enfim, uma
variedade imensa de obras malignas que geram profunda
angústia.
• A graça de Deus, a confissão pessoal, a aceitação e
cuidado dos irmãos e a obra do Espirito Santo,
podem nos resgatar destes sentimentos de morte
tão avassaladores e destrutivos que nos sobrevém.
V. SAÚDE ECONÔMICA E FINANCEIRA
• Depois da área sexual, o desequilíbrio financeiro tem sido o maior
problema dos pastores.
• Infelizmente não temos no currículo das escolas do Brasil uma
matéria importante como Economia Financeira.
• Muitos nasceram em lares indisciplinados financeiramente, e
receberam pouca ou nenhuma formação e treino para lidar com
esta área.
• O efeito, muitas vezes é trágico, muitos pastores terminam o seu
ministério sem terem feito qualquer provisão ou planejamento
para sua aposentadoria.
• Certamente muitos dirão que se trata de uma questão
de quanto se ganha, mas a verdade é que não é assim.
• Alguns ganham relativamente bem e não se
organizaram, e outros, com baixo salário, conseguiram
se organizar e se programar.
• Afirma-se que João Calvino, instruía a sua comunidade
a viver com 80% do que ganhava. 10% deveria ser
destinado à obra de Deus, e 10% para um investimento
ALGUNS PRINCÍPIOS SÃO ADEQUADOS NESTA
ÁREA:
• Moderação -A moderação do pastor, em aprender viver
contente em toda e qualquer situação, orienta a forma de
viver. Parcimônia, equilíbrio, bom senso, são boas
referências quando se trata da administração do dinheiro,
e isto inclui, não gastar mais do que ganha e viver dentro
do salário que recebe, entendendo que a fidelidade de
Deus para com sua vida, vai capacitá-lo a viver com
pouco ou com muito.
• A moderação nos livra da ostentação.
• Outro aspecto a ser considerado quando o assunto é dinheiro
é planejamento. Se a despesa for maior que a receita, nenhum
orçamento se sustém.
• Portanto, faça uma planilha de gastos, despesas obrigatórias,
investimento.
• Se o dinheiro não for suficiente, só existem dois caminhos:
Aumentar a receita ou diminuir a despesa.
• Se não há como aumentar a receita, deve-se estudar como
efetivar cortes.
Mordomia
• De certa forma não precisaria falar sobre isto, já que o assunto é
a vida do pastor, mas lamentavelmente existem pastores que
são infiéis quando o assunto é a contribuição para a obra de
Deus.
• Pastores lamentavelmente tendem a se tornar pessoas pouco
generosas com seus recursos e muitas vezes infiéis quando o
assunto é dinheiro. Não entregam seus dízimos, não investem
em missões, mas a verdade é que Deus pede de nós a nossa
fidelidade. “Honra ao Senhor com teus bens, e se encherão
fartamente os teus lagares”.
Este é um princípio divino.
• Muitas vezes ensinamos isto, mas será que estamos contribuindo
para o reino de Deus?
• Estamos confiando que Deus nos dará a provisão? Que ele é, de
fato, o Jeová-Jireh?
• Baseado nas promessas de Deus, quero perguntar aos pastores e
líderes.
• Você aplica os princípios da mordomia espiritual na sua vida?
• Não estou dizendo que todo aquele que investe no reino nunca
passará por privação.
RISCOS – PODEMOS FALAR DE ALGUNS RISCOS
QUANDO O ASSUNTO É O DINHEIRO:

• a. Competição
• b. Ostentação
• c. Prestação
• d. Retenção
Síndrome de burnout

• A síndrome de burnout (do inglês, burn out, esgotar,


apagar) ou esgotamento é uma condição que vem
sendo investigada pela psicologia há cerca de 50 anos.
• O esgotamento das pessoas, causado por sua
ocupação ou atividade é uma situação cada vez mais
comum, e vem recebendo da psicologia e medicina o
nome de Síndrome de Burnout, significando
combustão completa.
• Você se sente estressado? Nada do que faz traz
realmente a mesma satisfação que sentia?
• Está irritado, desanimado, com problemas
relacionais e não consegue mais dar a atenção
que dava às atividades diárias?
• Está com fadiga, dores generalizadas e evita o
contato social?
• Talvez você esteja com a síndrome de Burnout.
• Para além de dados impessoais e frios, a convivência e as
conversas informais e privadas com colegas de ministério
indicam que muitos estão à beira da exaustão, se já não se
apagaram completamente.
• No centro dessa condição, encontra-se o desequilíbrio entre
“dar” e “receber”.
• Como pastores/líderes do rebanho, corremos o risco de ir a
extremos para atender a todas as demandas, sejam elas quais
forem, a fim de não permitir a frustração de membros,
familiares, superiores ou até de nós mesmos.
• Como resultado, podemos nos tornar líderes apáticos, frios,
desmotivados, insatisfeitos e que perderam o sentido do
ministério e da vida. Mas quem é o pastor, afinal?
• O pastor não é uma entidade: cada pastor ou líder tem suas
necessidades e características específicas, embora algumas
sejam comuns ou pertinentes a todos.
• O pastor/líder enquanto pessoa é sujeito a todas as questões
humanas, tendo, por conseguinte, necessidades, físicas,
emocionais e espirituais, entre outras.
• O antídoto contra o burnout está na busca intencional
por uma vida equilibrada Para isso, é necessário
reconhecer que o equilíbrio da vida passa pelo
domínio do tempo.
• Salomão afirmou: “para tudo há uma ocasião certa; há
um tempo certo para cada propósito debaixo do céu”
(Ec 3:1).
• Se quisermos fazer tudo em todo tempo, em breve não
faremos nada em tempo algum!
Por isso, reflita sobre estas perguntas:
• Quanto tempo você dedica à sua vida espiritual (oração, estudo da
Bíblia, reflexão)?
• Quanto tempo você investe em seu relacionamento familiar?
• Quanto tempo você destina ao desenvolvimento de amizades
edificantes?
• Quanto tempo você gasta no cuidado com a saúde?
• Quanto tempo você separa para momentos de lazer e descanso?
• Quanto tempo você aplica em seu desenvolvimento intelectual?
• Quanto tempo você dedica às atividades ministeriais?
VOCÊ TEM SÍNDROME DE BURNOUT?
FAÇA O TESTE!
• Segundo pesquisas realizadas, a Síndrome de Burnout (do inglês
to burn out queimar por completo), resume-se em esgotamento
profissional, ou seja, é mais um reflexo de consequências do
estresse dentro do campo do trabalho.
• Afastamento das pessoas com quem se trabalha aliados pela
exaustão física e emocional, depressões, comportamentos
agressivos, irritações repentinas, entre outros.
• O trabalho nem sempre é sinônimo de realização profissional,
quando o ambiente organizacional tende a proporcionar
insatisfação.
• ÍNDICE DE BURNOUT
Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo,
precedido de esgotamento físico e mental intenso. Faça o teste e avalie seu
risco de ter burnout:
Avaliação: Nunca (1) Raramente (2) Às vezes (3) Todo tempo (4) Com
muita frequência (5)
• PERGUNTAS DE AVALIAÇÃO Nota
• 1. Você se sente deprimido (a) como se sua energia física e emocional
estivesse exaurida(o)
• 2. Você acha que está propenso (a) a pensar negativamente sobre seu
emprego?
• 3. Você se considera mais frio (a) e/ou menos sensível com as outras
pessoas do que possivelmente merecem?
• 4. Você fica irritado (a) facilmente com os pequenos
problemas ou com seus colegas de trabalho e sua equipe?
• 5. Você se sente incompreendido (a) ou desconsiderado
(a) pelos seus colegas de trabalho?
• 6. Você sente que não há nada para conversar?
• 7. Você acha que está realizando menos do que deveria?
• 8. Você se sente em um nível incômodo em relação á
pressão para obter êxito.
• 9. Você sente que está conseguindo o que quer fora de seu emprego
• 10. Você sente que está na empresa ou profissão errada?
• 11. Você está ficando frustrado(a) com partes de seu trabalho
• 12. Você sente que a burocracia e a política organizacional frustram sua
habilidade de realizar um trabalho?
• 13. Você sente que há mais trabalho do que você tem habilidade de
realizar na prática?
• 14. Você sente que não tem tempo para realizar muitas coisas
importantes e fazer um trabalho com qualidade
• 15. Você acha que não tem tempo para planejar tanto quanto gostaria?
• Total de Pontos
• AVALIE A SUA PONTUAÇÃO
• 15 – 18 - Nenhum sinal de burnout.
• 19-32 - Pequeno sinal de burnout, a menos que alguns
itens (pontuação) estejam particularmente altos.
• 33-49 - Cuidado, você corre o risco de burnout,
principalmente se muitos ítens estiverem altos.
• 50-59 - Você corre um grande risco de burnout. Faça algo
a respeito, urgentemente.
• 60-75 - Você está com enorme risco de burnout. Faça algo
a respeito urgentemente.
• CONCLUSÃO:
• Pastores / Líderes precisam cuidar de sua saúde e isso envolve a
forma como lidamos com nosso bem estar físico, espiritual
,emocional, mental e financeiro.
• Estas áreas atingem a família e a igreja , e geram a homeostase ou
equilíbrio tão necessário para gerar o que chamamos de bem estar.
• As coisas se harmonizam . Isto se reflete na igreja, que passa a
respeitar mais o seu pastor, isto orienta a vida.
• isso, precisamos urgentemente de cuidar de nossa saúde , na apenas
doutrinária , mas pessoal . deus planejou isso para cada um de nós e
orientou na sua palavra os princípios necessários para vivermos
uma vida mansa e tranquila, que lhe agrada.
CAPÍTULO 5 - MENTORIA E DISCIPULADO
• Uma das mensagens mais claras de Deus para esta geração é:
• MEU POVO PRECISA DE PAIS E MENTORES! PESSOAS QUE
POSSUAM A HABILIDADE DE CONFIAR, CORRER O RISCO
E DAR RESPONSABILIDADES A ALGUÉM MAIS JOVEM
E/OU INEXPERIENTE.
• Os discípulos de Jesus precisam de alguém que lhes ensine
COMO ganhar almas, COMO receber o enchimento do Espírito,
COMO orar pelos enfermos, COMO ministrar com fé, e etc.
• Nós precisamos de alguém que nos dê constantes
oportunidades para ministrar.
Todos nós somos chamados para discipular.
• “Ide e fazei discípulos... ensinando...” (Mateus 29.18).
• Mentoria ou paternidade espiritual é apenas um outro nome
para discipulado; porém, com uma ênfase maior no
relacionamento entre o discipulador e o discípulo.
• O discipulado, portanto, é parte vital no crescimento espiritual
dos filhos de Deus. Há muitos crentes “orfanados”, sem pais
espirituais que ajudem em seu crescimento.
• O discipulado fornece pais espirituais para estes crentes.
II–DEFININDO DISCIPULADOR (MENTOR),
DISCIPULADO (MENTORIA) E DISCÍPULO
• A – DISCIPULADOR OU MENTOR
• O discipulador ou mentor é aquele que faz discípulos. Ele é um
conselheiro confiável, um tutor, um pai. Um discipulador
providencia um modelo, a supervisão especial, a ajuda
individualizada em muitas áreas, a disciplina, o encorajamento, a
correção, a confrontação e o chamado para ser responsável que
todo crente precisa.
• O discipulador é um mentor ou pai espiritual que toma outros sob
as suas “asas”, treina-os e ensina-os o que ele mesmo tem
aprendido.
B – DISCIPULADO OU MENTORIA
• Discipulado ou mentoria é o relacionamento entre alguém mais
experiente e outro menos experiente e o subsequente treinamento
deste último. Discipulado é mentoria.
• Paul Stanley e Robert Clinton definem mentoria como “um
processo relacional no qual um discipulador, alguém que tem
alguma experiência ou alguma coisa para ensinar a alguém,
transfere estas coisas (sabedoria, informação, experiência,
confiança, visão, etc.) para o discípulo, no tempo e da maneira
apropriada, de modo a facilitar o desenvolvimento e a capacitação
do discípulo”.
C–DEFININDO O DISCÍPULO DE CRISTO
• Um discípulo é alguém que crê em tudo o que Jesus falou e faz tudo o que Ele
mandou. Um discípulo de Cristo é alguém que:
• - Renuncia a sua própria vida, toma a cruz e segue a Cristo (Lc 9.23; 14.26-27).
• - Ama mais a Cristo do que aos outros (Lc 14.26).
• - Entrega todos os seus bens a Cristo e torna-se apenas um administrador destes
bens (Lc 14.33).
• - Permanece na Palavra (João 8.31-32).
• - Ama aos irmãos (João 13.34-35).
• - Dá muito fruto (João 15.8).
• - Faz outros discípulos (Mateus 28.19-20).
• - Procura ser em tudo como o Seu Senhor (Mateus 10.25; Rm 8.29; 1 Co 11.1).
D–DEFININDO O “MEU” DISCÍPULO
• Aquele que recebe o discipulado de um instrutor ou
discipulado é um discípulo, pupilo ou aprendiz.
• Ele entra no relacionamento de discipulado como um
protegido e um filho.
• Ele é, antes de tudo, um discípulo de Cristo, mas também é
“meu” discípulo.
• Assim, eu preciso transmitir os valores de Cristo mais do que
os meus próprios.
E–EXEMPLOS BÍBLICOS DESTE TIPO DE
RELACIONAMENTO
• ELIAS E ELISEU
• JETRO E MOISÉS
• MOISÉS E JOSUÉ
• SAMUEL E SAUL
• JESUS E OS APÓSTOLOS
• BARNABÉ E PAULO
• BARNABÉ E JOÃO MARCOS
• PAULO E TIMÓTEO
• PAULO E TITO
• PRISCILA/ÁQUILA E APOLO
III – TIPOS DE DISCIPULADO
• O tipo de discipulador e discipulado que estamos procurando
é muito importante.
• Antes de entrar no relacionamento de discipulado, tanto o
discipulador quanto o discípulo precisam definir que tipo de
relacionamento eles esperam ter.
• A seguir, apresentamos alguns tipos de relacionamento de
discipulado e o papel do discipulador nestes tipos de
relacionamentos:
A – DISCIPULADO INTENSIVO
• Este tipo de relacionamento pode durar semanas, meses ou a vida inteira.
• O discipulador pode funcionar como:
• Mentor – providenciando direção quanto a seguir a Cristo, normalmente por
ajudar um novo convertido a desenvolver disciplinas ou hábitos espirituais.

• Guia espiritual – o discipulador ajuda o cristão em qualquer ponto de sua


vida cristã, desenvolvendo nele os pontos fortes e tratando com as fraquezas.
o relacionamento é de responsabilidade e a perspectiva é que o discípulo se
torne semelhante a Cristo em todas as áreas da vida.

• Técnico ou treinador – o discipulador concentra-se em ensinar ao pupilo


como fazer alguma coisa.
B – DISCIPULADO OCASIONAL
• Este tipo de relacionamento pode funcionar por um tempo
específico, quando houver necessidade, e depois parar, o mentor
pode funcionar como:
• Conselheiro – ele age oferecendo conselhos em situações
específicas. ele ajuda outros a ver os eventos e decisões
específicas à luz de um “todo”.
• Mestre – ajuda o discípulo a aprender e compreender um assunto
em particular, motivando-o a usar seu conhecimento.
• Patrocinador – seleciona líderes potenciais e providencia
encorajamento, treinamento, ferramentas de liderança e recursos
para que eles sejam bem sucedidos
C – DISCIPULADO PASSIVO
• Neste tipo de relacionamento não existe proximidade pessoal
entre o discipulador e o discípulo. Há dois modelos principais:
• Modelo Contemporâneo – o mentor indiretamente motiva e
transmite valores por servir de modelo para a vida, ministério
ou profissão. este discipulado pode ser realizado através de
livros, fitas de vídeo e áudio, cartas pastorais, etc.

• Modelo Histórico – alguém do passado que ensina princípios


dinâmicos e valores acerca da vida, ministério e/ou profissão.
Isso normalmente acontece através de suas autobiografias.
• Ao compreender estes tipos de mentoria ou discipulado, aquele que
deseja entrar no relacionamento discipulador/discípulo precisa levantar
algumas questões primárias para decidir que tipo de relacionamento
será mais proveitoso para si:
• -Que nível de discipulado eu estou procurando/oferecendo?
• - O que eu espero ganhar com este relacionamento? é conhecimento? é
experiência? é mudança de atitudes?
• - Pode esta pessoa suprir minhas expectativas apesar dos fatores de
distância, agenda cheia e etc.?
• - Nós somos compatíveis em personalidade, porém não tanto que isto
atrapalhe o desenvolvimento da habilidade de se relacionar com alguém
diferente?
• - Não estou disposto a fazer o que quer que seja necessário para ver o
relacionamento ser nutrido?
IV – QUALIDADES DE UM VERDADEIRO
DISCIPULADOR
• A – UM FORTE MODELO PARA SER SEGUIDO
• Este modelo tem que começar a ser visto em sua própria casa
(1 Tm 3.4-5; Gn 18.19).
• B – A HABILIDADE DE COMPARTILHAR SUAS
EXPERIÊNCIAS DE VIDA
• O discipulador deve ser transparente com o discípulo a
respeito de suas experiências.
• C – UM BOM DISCIPULADOR DEVE MANTER ALTOS
PADRÕES DE PIEDADE
• O discipulador deve ter altos padrões de integridade,
honestidade, moralidade, ética, etc.
• D – UM BOM DISCIPULADOR SERÁ UM BOM OUVINTE
Ser um bom ouvinte implica em 5 coisas:
• - Mostrar respeito pelo discípulo
• - Mostrar tanto interesse no assunto quanto em quem fala
• - Prestar atenção sem distração
• - Permitir amplo tempo para expressão
• - Exercitar verdadeira paciência
• E – A HABILIDADE DE DESENVOLVER SEU PUPILO SEM
FAZER DELE UM CLONE.
• Talvez este seja um dos principais perigos da mentoria.
• Existe uma tendência muito forte de fazer do discípulo um
clone ao invés de ajudá-lo a desenvolver seus dons e talentos
singulares.
• O bom discipulador não controlará os dons do discípulo; ao
contrário, ele desenvolverá e maximizará estes dons.
• O bom discipulador não forçará o seu estilo sobre o discípulo,
mas desenvolverá o estilo particular do seu pupilo.
F – UM BOM DISCIPULADOR TERÁ UMA HABILIDADE
DIVINA PARA ENSINAR AOS OUTROS E REPRODUZIR A SI
MESMO NA VIDA DOS OUTROS

• O verdadeiro sinal de um discipulador não é o que ele faz


externamente, mas sim o que ele edifica internamente na vida de
outros.
G – UM BOM DISCIPULADOR TERÁ O ESPÍRITO DE SABEDORIA
(TIAGO 3.17-18)
Este espírito de sabedoria se revela em:
• - Pureza no coração
• - Ser pacífico
• - Gentil – o discipulador não “morderá” você
• - Facilmente tratável – você pode se aproximar dele
• - Cheio de misericórdia
• - Cheio de bons frutos
• - Sem parcialidade
• - Sem hipocrisia
H – UM BOM DISCIPULADOR TERÁ UMA HABILIDADE
INATA PARA EDIFICAR E ENCORAJAR OUTROS

• O discipulador deve ser um inspirador.


• As suas palavras e ações devem encorajar o pupilo para crescer
e desenvolver-se.
• I – UM BOM DISCIPULADOR USARÁ DO
“TATO”, MAS TAMBÉM SERÁ DIRETO.
• O discipulado não deve “atirar entre os olhos” do seu
discípulo.
• O discípulo não precisa de alguém que saiba como
criticar seus erros criticando também a sua pessoa.
• O bom discipulador “tocará” seu discípulo com amor
e o corrigirá sem condenação.
• J – UM BOM DISCIPULADOR TERÁ A HABILIDADE DE DAR
CONSELHOS E AFASTAR-SE.
• O discipulador deve dar ao seu pupilo a liberdade de decidir por
si mesmo.
• O discipulador deve respeitar as opiniões e decisões do seu
protegido, mas não se furtará do dever de dar conselhos e apontar
a direção.
• No entanto, após o aconselhamento, o discipulador deverá
afastar-se, dando ao pupilo a oportunidade de decidir por si só.
• Depois, o discipulador deverá aproximar-se novamente, seja para
elogiar as decisões acertadas ou para corrigir as decisões erradas.
L – UM BOM DISCIPULADOR TERÁ UM BOM SENSO
DE HUMOR.

• Mentores sem senso de humor geram líderes pobres.


• O reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo.
• O bom discipulador sabe rir dos seus próprios erros, o que
também ensinará aos seus discípulos a rirem dos erros
deles.
• M – UM BOM DISCIPULADOR AJUDA AO
DISCÍPULO A ESTABELECER OBJETIVOS
PIEDOSOS
• O discípulo deverá ser ajudado a estabelecer objetivos
de curto, médio e longo prazo.
• Porque o coração do discipulador é voltado para o
desenvolvimento do seu discípulo, ele trabalhará em
cima de alvos realistas e de propósitos claros para que
seu pupilo possa atingi-los.
• N – UM BOM DISCIPULADOR CORRERÁ O RISCO DE
EXPOR SEU PUPILO A UMA NOVA COMPREENSÃO DA
VERDADE
• O discipulador verdadeiro não está competindo com ninguém.
• Ele também não é um “superprotetor”, negando ao pupilo o
desafio de aprender e discernir por si mesmo.
• Por isso, ele não temerá expor seu discípulo a livros, apostilas,
vídeos ou fitas de áudio com novos entendimentos sobre
verdades bíblicas. Ele não temerá que seu discípulo seja exposto
a diferentes dons e ministérios.
• O – UM BOM DISCIPULADOR SERÁ CAPAZ DE
DAR CONSELHOS EFICAZES.

• Os conselhos de um verdadeiro discipulador são


práticos e testados pela experiência.
V – QUALIDADES DE UM BOM DISCÍPULO
A – POTENCIAL
• POTENCIAL É A HABILIDADE LATENTE DE ALGUÉM, ALGO QUE JÁ EXISTE,
MAS NÃO APARECE, NÃO ESTÁ DESENVOLVIDO, NÃO ESTÁ FUNCIONANDO
AINDA.
• NO CASO DE LÍDERES, TODO BOM DISCIPULADOR PROCURA DISCÍPULOS
QUE POSSUEM ALGUM POTENCIAL PARA CRESCER EM ALGUMA ÁREA
ESPECÍFICA DE MINISTÉRIO.
• POR EXEMPLO, UM DISCIPULADOR QUE É MÚSICO BUSCARÁ UM DISCÍPULO
COM POTENCIAL PARA MÚSICA.
• SE O DISCÍPULO NÃO TIVER UM TALENTO POTENCIAL PARA MÚSICA, NO
MÍNIMO, ELE DEVERÁ TER UM ARDENTE DESEJO NESTA ÁREA.
V – QUALIDADES DE UM BOM DISCÍPULO

B – ENSINÁVEL
• Um bom pupilo deverá ser faminto pelo aprendizado.
• Além do mais, ele deverá estar aberto para receber
novos ensinamentos e revelações.
C – AUTOMOTIVADO
• Nenhum discipulador quer gastar tempo e energia com
um discípulo que não está motivado para entrar em ação.
• Sem automotivação por parte do discípulo, dificilmente o
relacionamento de discipulado será desenvolvido.
V – QUALIDADES DE UM BOM DISCÍPULO

D – ORIENTADO POR OBJETIVOS


• Um bom discípulo terá uma determinação na mente.
• Um discipulador pode ajudar o discípulo a definir seus
objetivos, mas o discípulo, por si mesmo, deverá ser capaz
de compreender e estar disposto a desenvolver as
estratégias do seu crescimento espiritual.
• Sem objetivos, nenhuma estratégia pode ser planejada e
nenhum progresso pode ser feito.
V – QUALIDADES DE UM BOM DISCÍPULO

E – RESPONSÁVEL
• Um verdadeiro discípulo deverá ser responsável em
palavras, atos e atitudes.
• Ele chegará na hora para as reuniões, disposto a ajudar em
alguma coisa e a cumprir suas tarefas.
• O bom pupilo aceita responsabilidades e está disposto a
cumpri-las com diligência.
VI – OBSTÁCULOS A MENTOREAÇÃO

Há diversos obstáculos que podem impedir, atrasar ou arruinar o


processo de discipulado. Nós precisamos estar atentos a estes
obstáculos e aprender como contorná-los.
A–RECONHEÇA QUE ENCONTRAR UM
DISCIPULADOR/DISCÍPULO LEVA ALGUM TEMPO
Não se deixe vencer pela impaciência.
O discipulado é um processo de relacionamento entre pessoas,
portanto, deve ser bem trabalhado, o que pode levar tempo para ser
desenvolvido.
VI – OBSTÁCULOS A MENTOREAÇÃO

B – EVITE EXPECTATIVAS IRREAIS.


• Desapontamentos e sentimentos feridos podem surgir se o
discípulo possuir expectativas irreais sobre o relacionamento
de discipulado.
• Portanto, o discipulador deve deixar bem claro o que irá e
poderá oferecer antes do discípulo se comprometer com o
processo.
VI – OBSTÁCULOS A MENTOREAÇÃO

C – DISCIPULAR NÃO SIGNIFICA CONTROLAR


• Um discipulador deve dar ao discípulo o direito e a
liberdade de fazer escolhas por si mesmo, apesar das suas
escolhas levá-lo ao erro.
• O discipulador deve ser um servo e não um mestre.
• Portanto, os limites do discipulado devem ficar bem claros
tanto para o discipulado quanto para o discípulo.
VI – OBSTÁCULOS A MENTOREAÇÃO

D–DISCORDAR SEM CRIAR UM DESASTRE NO


RELACIONAMENTO.
• Haverá ocasiões quando o discipulador discordará do discípulo e
o discípulo do seu discipulador.
• Por isso é importante reconhecer as diferenças de opiniões e saber
lidar com elas.
• As discordâncias deverão ser vistas como oportunidades de
aumentar a habilidade de comunicação entre as partes. Contudo, é
preciso evitar que o outro seja ferido, seja por palavras, posturas
ou pelo tom da voz.
• Nunca falar em tom de ameaça.
VI – OBSTÁCULOS A MENTOREAÇÃO

E–RECONHEÇA QUE NUNCA HÁ TEMPO SUFICIENTE.


• Tempo sempre é o maior obstáculo num relacionamento de
discipulado.
• Tanto o discipulador quanto o discípulo devem deixar claro
quanto tempo podem empregar para desenvolver o
relacionamento de discipulado, pois, do contrário, as
expectativas de ambos quanto ao tempo que deveria ser
usado para o desenvolvimento do processo pode gerar
grande frustração.
VI – OBSTÁCULOS A MENTOREAÇÃO

F – PERDER A MOTIVAÇÃO
Um dos grandes obstáculos do discipulado é que o processo pode começar com um
tremendo “fogo” e depois esfriar, inclusive levando o discípulo a desistir de
concluir o processo. Para evitar isso, o discípulo deve lembrar-se continuamente dos
benefícios e recompensas do relacionamento.
Permanecer focalizado nas questões mais importantes também evita que o
discipulado termine antes do tempo adequado. É importante identificarmos e
tratarmos das coisas que levam à perda da motivação:
- Falta de tempo para dedicar-se ao relacionamento
- Tarefas não cumpridas
- Outras coisas se tornam mais importantes
- Uma ofensa tem sido ocultada ao invés de ser resolvida
VI – OBSTÁCULOS A MENTOREAÇÃO

G – EVITE A COMPETIÇÃO E A INVEJA


• Cada discipulador deverá estar atento e esperar que seu pupilo ultrapasse-o
em conhecimento e habilidade. Jesus encorajou seus discípulos para fazer
maiores e melhores coisas do que Ele mesmo (João 14.12).
• Um discipulador deve resistir a tentação de abrigar sentimentos de
competição e inveja acerca do sucesso do seu discípulo.
• Atenção mentor! Você está disposto a continuar falando bem do seu
discípulo apesar dele estar fazendo bem melhor as coisas que ele aprendeu
com você? Você continuará a vê-lo como um companheiro de jugo do reino
de Deus ou passará a vê-lo como um “competidor”?
• Você está mais interessado em multiplicar o reino de Deus ou em dividi-lo?
VI – OBSTÁCULOS A MENTOREAÇÃO

H – LUTAR PARA TERMINAR BEM


• Algumas pessoas resistem ao discipulado com medo do
relacionamento terminar mal, o que pode realmente
acontecer. Por isso, é preciso lutar para começar e terminar
bem.
• Terminar bem não significa alcançar a perfeição, mas sim
continuar avançando para conquistá-la.
Alguns estudiosos descobriram 5 chaves para o sucesso dos
líderes que terminaram bem seus relacionamentos de
discipulado e ministérios:

• Eles tiveram perspectivas que os capacitaram a permanecer no foco.


• Eles se regozijaram com a intimidade de Cristo e experimentaram
repetidas ocasiões de renovação.
• Eles foram disciplinados em importantes áreas da vida.
• Eles mantiveram uma positiva atitude de aprendizado em suas
vidas.
• Eles tiveram uma rede de significativos relacionamentos e diversos
importantes discipuladores durante seu tempo de vida
VII – O PRINCIPAL INIMIGO DO DISCIPULADO

• O principal inimigo do discipulado é o espírito de independência.


Muitos crentes querem fazer as coisas do seu jeito, andar de
acordo com os seus próprios pensamentos e etc. Eles querem ser
independentes; não querem ninguém “pegando no pé”; querem
ser “livres”.
• No entanto, a verdadeira liberdade só existe dentro dos limites de
Deus.
• Deus coloca limites nas coisas para que elas possam funcionar
corretamente.
VII – O PRINCIPAL INIMIGO DO DISCIPULADO

• Todas as coisas, para que funcionem bem, precisam estar sujeitas aos limites
estabelecidos por Deus.
• Na igreja isto não é diferente.
• A independência de cabem, quando disse “acaso sou eu tutor do meu
irmão?” (Gn 4.9) deve ser quebrada com um ressonante “sim! Você é tutor
do seu irmão!”
• Portanto, para que o discipulado funcione, o espírito de independência deve
ser quebrado.
• Uma pessoa independente não se sujeitará ao relacionamento de
discipulado. Ela não desejará prestar contas de suas atitudes e ações.
Quais são as evidências de um espírito independente?
• Uma pessoa com espírito de independência sempre desejará saber quais são
os seus direitos.
• Um espírito independente usará as outras pessoas para realizar suas
próprias ambições.
• Uma pessoa com espírito independente sempre desejará ser compensada
por tudo que realizar.
• Uma pessoa independente não trabalhará pelos objetivos do corpo. Ele
buscará apenas a realização dos seus objetivos pessoais.
• Um espírito independente eventualmente se tornará descontente e atrairá a
outros para este mal.
• Um espírito independente apenas terá uma visão de curto prazo, buscando
respostas imediatas, mas um verdadeiro discípulo buscará resultados à
longo prazo.
Existe um processo de crescimento no discipulado.
Nós passamos por três fases:

• Fase do servo – nós aprendemos a servir


• Fase do pastor – nós aprendemos como cuidar dos outros
• Fase do pai – nós aprendemos a nos tornar pais para os outros
• Se nós formos independentes, não poderemos passar por
estas fases com sucesso (sucesso segundo Deus).
• Um espírito de independência jamais aceitará ser um
discípulo ou servo, portanto, não poderá caminhar para
tornar-se um pastor ou pai.
Como quebrar o espírito de independência?

• Renuncie à rebelião e à obstinação (1 sm 15.23)


• Saiba dar ouvidos à conselhos (Pv 12.15)
• Seja manso e humilde (Mt 11.29)
• Submeta-se aos irmãos (1 Co 16.16; Ef 5.21)
• Seja submisso aos líderes (Hb 13.17)
No volume 2 da série “fazei discípulos”, há um comentário
muito importante sobre a questão do espírito insubmisso:
• “Há crentes que são constantemente aconselhados, mas fecham seus ouvidos
e seguem os seus próprios conselhos. Outros, quando corrigidos ou
admoestados, se justificam com muitas argumentações. Todos estes colhem o
amargo fruto do seu procedimento, mas, mesmo assim, não enxergam. Não
aprendem nunca, porque são obstinados e orgulhosos. É impossível
discipular quem não se submete. Na verdade, um discípulo não é
insubmisso. Ele é uma ovelha e não um bode. Ele aceita a repreensão e ama a
correção. Os discípulos devem buscar conselho e ensino, ouvir e praticar”.
• Submissão, de fato, é a chave do discipulado. Submissão é a atitude que diz:
“eu vou obedecer porque é meu dever fazê-lo, não importa as
consequências”.

O Propósito Eterno de Deus, pg. 27, Série “Fazei


Discípulos”, Volume 2.)
A submissão é a disposição interior de fazer o que lhe é
ordenado.
Porém, submissão não é apenas uma ação de obediência;
submissão é uma atitude, aquela que reconhece a autoridade na
pessoa que ordena, independente dos méritos pessoais da
pessoa.
O discipulado somente funciona onde há pessoas submissas,
não na aparência, mas de fato e de verdade.
VIII – O QUE O DISCIPULADOR OFERECE AO DISCÍPULO?

Nós devemos distinguir claramente entre três coisas:


• A palavra do Senhor. Ela é a autoridade final em todas as questões. Ela é a nossa única
regra de fé e prática. O discípulo deve ser absolutamente submisso à Palavra de Deus.
Quando o discipulador dá a Palavra de Deus e o discípulo não a recebe, está sendo
rebelde e pode até ser disciplinado se não se arrepender.
• Nossos conselhos. Um conselho, mesmo quando baseado no nosso conhecimento da
Palavra de Deus, ainda é um conselho. Ele pode ser seguido ou não. Ele não é um
mandamento de Deus. Não é uma palavra absoluta do Senhor. –
• Nossas opiniões. Opinião não tem nenhum peso no discipulado e procedem de nossas
preferências pessoas.
• Nenhum discípulo deve ser submisso às nossas opiniões. Precisamos evitar dar muitas
opiniões, especialmente no treinamento do discípulo nas disciplinas cristãs (adoração,
contribuição, meditação a palavra, oração, etc.).
O que, então, devemos dar aos discípulos?
• Ao invés de opiniões, nós devemos dar a nós mesmos (João 13.1; 1 Ts 2.8), nosso tempo,
amizade, interesse e etc. Devemos nos envolver, zelar, orar pelos discípulos, etc.
• Devemos partilhar nossa casa, nosso amor, nosso pão, nossa vida!
• Quando aconselharmos, devemos dar também o exemplo (João 13.15), assim como
devemos ser exemplos em tudo.
• Não é pretensão dizer: “faça como eu faço”, se isto for bom e verdadeiro.
• - Devemos dar a Palavra de Deus (João 15.3; 17.14). É por meio dela que podemos mostrar
constantemente à vontade de Deus em todas as circunstâncias.
• Não devemos falar da Palavra de Deus somente no templo, ou nas reuniões de células,
mas em todo lugar.
• Nós devemos ensinar os discípulos a guardar todos os mandamentos de Jesus (Mateus
28.19-20).
IX – DIFERENÇAS ENTRE UM VERDADEIRO
DISCIPULADOR E UM LÍDER RELIGIOSO
IX – DIFERENÇAS ENTRE UM VERDADEIRO
DISCIPULADOR E UM LÍDER RELIGIOSO
X – DICAS ESSENCIAIS PARA UM BOM
RELACIONAMENTO PAI-FILHO
• Enquanto durar o período de discipulado, o discípulo deve
aprender a servir ao líder com um coração comprometido,
leal e amoroso.
• A visão pessoal do discípulo deve morrer até o fim do
discipulado (Lc 16.12).
• O pupilo dirá as mesmas coisas que seu pai na fé (1 Co 4.17).
• Um verdadeiro filho aceitará a reprovação ou correção de
Deus através do seu discipulador.
X – DICAS ESSENCIAIS PARA UM BOM
RELACIONAMENTO PAI-FILHO

• Filhos ou discípulos deverão ter o mesmo sentimento do


discipulador (Fp 2.20).
• Verdadeiros filhos na fé servirão com o coração de servo e não por
causa do serviço ou dever.
• Ao escolher um mentor/pai espiritual, tenha fome de estar ao
redor de homens de Deus.
• Deixe suas necessidades serem conhecidas pelo seu mentor.
• Espere que Deus coloque em sua vida pais espirituais que
correrão o mesmo tipo de corrida.
CAPÍTULO 6 - A EFICÁCIA DO LÍDER NA
ORGANIZAÇÃO

• Os líderes formam e desenvolvem


equipes, transmitem credibilidade,
oferecem a colaboração, fortalecem o
pessoal através de transferência de
poder, capacitam, inspiram e motivam.
O que é liderar?
Podemos confirmar isso de acordo com as citações de alguns
autores:
• Cecília Bergamini (1994) descreve a existência de duas abordagens
na definição do termo liderança:
• Preocupação com o que o líder é: alguns autores associam
liderança com características pessoais, como carisma e firmeza.
• Preocupação com aquilo que o líder faz: um segundo grupo de
pesquisadores concentrou seus esforços na investigação de
diferentes estilos de liderança.
Bergamini (1994:103) aponta dois aspectos comuns às
definições de liderança:
• Em primeiro lugar, elas conservam o denominador comum de que a
liderança esteja ligada a um fenômeno grupal, isto é, envolve duas ou
mais pessoas.
• Em segundo lugar, fica evidente tratar-se de um processo de
influenciação exercido de forma intencional por parte dos líderes sobre
seus seguidores".
• O que é relevante considerar, no estudo da liderança, é sua relação com
o aspecto de motivação dos trabalhadores.
• Talvez o termo "influenciação" utilizado por Bergamini não reflita
exatamente o que as modernas concepções acerca de liderança têm
proposto.
• Bennis e Nannus (1988:15), ao discorrerem sobre a questão,
propõem que líderes são aqueles que "delegam poder aos
empregados, a fim de que eles procurem novas maneiras de
atuar".
• Guerreiro Ramos (1989:146), ao modelar a nova organização
como uma interação de homens parentéticos, apresenta o líder
como "um agente capaz de facilitar o desenvolvimento de
iniciativas livremente geradas pelos indivíduos, passíveis de se
amalgamarem sob a forma de configurações reais". Em outras
palavras, um agente de motivação.
• Max De Pree (1989) refere-se ao líder como um servidor da
organização e das pessoas que trabalham com ele.
O líder e a motivação

• Todas estas concepções possuem um traço em comum: o líder


deve proporcionar ao seu liderado o apoio necessário à
motivação no trabalho.
• Em outras palavras, não cabe ao líder influenciar o liderado a
alcançar um dado objetivo.
• A motivação para o alcance do objetivo deve ser intrínseca ao
trabalhador. Ao líder, cabe o papel de facilitador.
A própria Bergamini (1994:105), ao
analisar a relação entre liderança e
motivação, constata que "esses dois
termos, a partir de um determinado
momento, parecem definitivamente
unidos na teoria e na prática por uma
relação de causa e efeito".
A autora salienta, entretanto, que a
função do líder não é motivar seus
liderados, pois a motivação é uma
força intrínseca, mas cabe ao líder
manter seus liderados motivados.
• Esta proposta baseia-se na premissa de que "quando aceitam um
novo emprego, as pessoas, em geral, estão cheias de esperanças e
acalentam expectativas, sendo, por isso, depositárias de um rico
manancial de motivação”.
• Entretanto, não é sempre que o líder irá se deparar com uma equipe
voluntariamente motivada. Muitas vezes, ele precisa saber criar um
ambiente no qual o trabalhador possa despertar o seu potencial
motivacional.
• É certo que esta tarefa é muito mais difícil do que apenas manter o
trabalhador motivado. Por isso, todo esforço no sentido de não
desmotivar um trabalhador é fundamental no processo de liderança.
Assim, é possível dizer que ao líder cabem dois papéis
fundamentais:

• Auxiliar na alavancagem da energia motivacional nos


liderados. Não se trata aqui de incentivar os trabalhadores
ao alcance do objetivo proposto.
• O papel do líder é, antes de tudo, desenvolver um
ambiente de trabalho no qual o trabalhador possa acionar
sua motivação intrínseca.
Conforme foi proposto anteriormente, isto pode ser conseguido
através de três ações conjuntas: despertar no funcionário o
sentido do trabalho, estimular sua participação e proporcionar-
lhe educação.
Manter a energia motivacional dos liderados.
• Se, por um lado, é impossível motivar alguém, por outro lado é
muito fácil desmotivar uma pessoa.
• O líder, através fundamentalmente, de uma comunicação
correta e de um adequado esforço de reconhecimento, precisa
estar constantemente preocupado em manter a motivação do
seu liderado.
Mantendo a motivação

• A partir das análises feitas, é possível, então, conceituar


liderança como a capacidade de acionar e manter a
motivação dos trabalhadores para o alcance dos objetivos
propostos pela organização.
• Pode-se, assim, conceber o líder como o administrador
empenhado em promover o crescimento de seus
subordinados rumo à participação e à criatividade,
utilizando-se, para tanto, da delegação e tornando-se, assim,
nas palavras de Max De Pree, um servidor.
• De acordo com Hersey e Blanchard (1986:106),
"na teoria da administração científica ou clássica, a função do
líder era, obviamente, a de estabelecer e fazer cumprir
critérios de desempenho para atender aos objetivos da
organização. O líder concentrava-se nas necessidades da
organização, e não nas da pessoa".
O líder mantendo autoridade
• Robert R. Blake e Jane S. Mouton
(1989) procuraram representar os
vários modos de usar autoridade ao
exercer a liderança através do Grid
Gerencial.
• Esta representação possui duas
dimensões: preocupação com a
produção e preocupação com as
pessoas.
• A preocupação com a produção refere-se ao enfoque dado
pelo líder aos resultados, ao desempenho, à conquista dos
objetivos. O líder com este tipo de preocupação empenha-se
na mensuração da quantidade e da qualidade do trabalho de
seus subordinados.
• A preocupação com as pessoas diz respeito aos pressupostos e
atitudes do líder para com seus subordinados. Este tipo de
preocupação revela-se de diversas formas, desde o esforço em
assegurar a estima dos subordinados e em obter a sua
confiança e respeito, até o empenho em garantir boas
condições de trabalho, benefícios sociais e outras vantagens.
• Grid Gerencial ou Managerial Grid Model, conhecido
também como grid da liderança, é um quadro que
demonstra as possíveis ações de um líder de acordo com
a suas preocupações com tarefas, classificadas em dois
grandes blocos voltados “às pessoas” e “à produção”
O Grid Gerencial Blake e Mouton (1989:13) onde o inter-
relacionamento entre as duas dimensões do Grid Gerencial
expressa o uso de autoridade por um líder.
• Por exemplo, quando uma alta preocupação com as pessoas se
associa a uma baixa preocupação com a produção, o líder
deseja que as pessoas se relacionem bem e sejam 'felizes', o
que é bem diferente de quando uma alta preocupação com as
pessoas se associa a uma alta preocupação com a produção.
• O líder, aqui, deseja que as pessoas mergulhem no trabalho e
procurem colaborar com entusiasmo (Blake e Mouton,
1989:14).
Estilos de liderança

Cinco estilos básicos de uso de


autoridade são definidos por Blake e
Mouton, a saber:

1. A preocupação máxima com a


produção e mínima com as pessoas
caracteriza o líder que se utiliza da
autoridade para alcançar resultados.
2. A preocupação máxima com as pessoas e mínima com a produção
caracteriza o líder que faz do ambiente do trabalho um clube
campestre.
3. A preocupação mínima com a produção e com as pessoas
caracteriza o líder que desempenha uma gerência empobrecida.
4.O meio-termo, ou seja, a preocupação média com a produção e com
as pessoas caracteriza o líder que vê as pessoas no trabalho dentro
do pressuposto do homem organizacional.
5.A máxima preocupação com a produção e com as pessoas
caracteriza o líder que vê no trabalho em equipe a única forma de
alcançar resultados...
Atingindo os objetivos
• Blake e Mouton caracterizaram este último estilo como o mais
apropriado para o atingimento dos objetivos das
organizações.
• Os treinamentos realizados por eles em programas de
Desenvolvimento Organizacional visavam a fazer com que os
líderes adotassem o estilo (9,9).
• Entretanto, pesquisas empíricas têm revelado que nem sempre
este tipo de estilo de liderança é o mais indicado para a
eficiência e eficácia dos resultados.
• Baseados em observações acerca da eficácia dos estilos de
liderança, Paul Hersey e Kenneth Blanchard (1986),
pesquisadores do Center of Leadership Studies, Califórnia,
EUA, desenvolveram o modelo da Liderança Situacional, o
qual parte da premissa de que a liderança eficaz é uma função
de três variáveis: o estilo do líder , a maturidade do liderado e
a situação.
Níveis de motivação

• Segundo Hersey e Blanchard (1986:187),


"maturidade é a capacidade e a disposição das
pessoas de assumir a responsabilidade de dirigir
seu próprio comportamento".
• A capacidade está relacionada com o conhecimento
e a habilidade necessários, ou seja, com o aspecto
de saber o que fazer e como fazer, o que pode ser
conseguido através de comunicação e treinamento.
• A disposição está relacionada com a confiança e o
empenho, com o querer fazer, com a motivação.
É possível, assim, estabelecer quatro tipos de maturidade:
• M1 - pouca capacidade e rara disposição;
• M2 - alguma capacidade e ocasional disposição;
• M3 - bastante capacidade e frequente disposição; e
• M4 - muita capacidade e bastante disposição.
O nível de maturidade pode ser aplicado a indivíduos ou a
grupos.
Cada nível de maturidade suscita um estilo adequado de liderança:
• M1: Estilo de liderança E1, onde o líder deve fornecer instruções específicas
e supervisionar estritamente o cumprimento da tarefa.
• O estilo deve ser de determinar. A decisão deve ser tomada pelo líder.
• M2: Estilo de liderança E2, onde o líder deve explicar suas decisões e
oferecer oportunidades de esclarecimento. O estilo deve ser de persuadir.
• A decisão deve ser tomada pelo líder com diálogo e/ou explicação.
• M3: Estilo de liderança E3, onde o líder deve apenas trocar idéias e facilitar
a tomada de decisões. O estilo deve ser de compartilhar. A decisão deve ser
tomada pelo líder/liderado, com incentivo pelo líder.
• M4: Estilo de liderança E4, onde o líder deve transferir para o liderado a
responsabilidade das decisões e da sua execução. O estilo, neste caso, deve
ser de delegar.
Cada estilo de liderança é uma combinação de comportamentos de tarefa
e de relacionamento.
As seguintes relações podem ser feitas:
• E1: Tarefa alta e relacionamento baixo.
• E2: Tarefa alta e relacionamento alto.
• E3: Tarefa baixa e relacionamento alto.
• E4: Tarefa baixa e relacionamento baixo.
Para promover o crescimento do indivíduo para o
nível de maturidade mais alto (M4), não basta apenas
que o líder determine o nível de maturidade de seu
liderado e aplique o estilo de liderança mais
adequado.
• Este é um requisito necessário mas não suficiente.
• O líder precisa conduzir um processo de
amadurecimento do liderado, que deve ser lento e
gradual, sempre no sentido M1 M2 M3 M4.
Da Liderança Situacional

• A chave da utilização da Liderança


Situacional consiste em avaliar o nível
de maturidade dos liderados e
comportar-se de acordo com o modelo.
• Na Liderança Situacional está implícita a
ideia de que o líder deve ajudar os
liderados a amadurecer até o ponto em
que sejam capazes e estejam dispostos a
fazê-lo.
Esse desenvolvimento dos liderados deve ser realizado ajustando-se o
comportamento de liderança, ou seja, passando pelos quatro estilos [...]
(p.193).
• A Liderança Situacional baseia-se na premissa de que para pessoas com
pouca capacidade e disposição (M1) é preciso mais controle e estruturação
das tarefas.
• À medida que a pessoa vá se tornando capaz (M2), o controle deve ir
diminuindo e o apoio sócio-emocional deve ir aumentando.
• Uma vez que a capacidade e a disposição tornam-se ainda maiores (M3), o
líder deve diminuir ainda mais seu controle e também seu comportamento
de relacionamento
• Finalmente, para pessoas com alta maturidade (M4), já não é mais
necessário apoio sócio-emocional.
CONCLUSÃO

• A liderança deve desempenhar um papel essencialmente


educadora, levando as pessoas a se desenvolverem, a
sintonizarem idéias, a disseminarem adequadamente valores.
• As mudanças para ampliar a eficácia exigem que os líderes
abandonem modelos empíricos que estão geralmente
contaminados pela excessiva valorização da figura de
autoridade, passando a se basear em conceitos e práticas das
ciências humanas adequadas a liderança eficaz.
BIBLIOGRAFIA

BÁEZ-CAMARGO, Gonzalo. Princípios e Método da Educação Cristã. Rio de Janeiro: Conf. Evangélica do Brasil, 1961.

BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da Liderança Eficaz. São Paulo: Editora Vida, 2005.

BENNIS, Warren & NANUS, Burt. Líderes: estratégias para assumir a verdadeira liderança. São Paulo: Harbra, 1988.

BERGAMINI, Cecília W. O que não é motivação. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, vol.21, n.4, p. 3-8, out./dez.1986.

BLAKE, Robert R. & MOUTON, Jane S. O Grid Gerencial III. São Paulo Editora Pioneira, 1989.

BOFF, Leonardo. E a Igreja se fez Povo. Petrópolis: Vozes, 1986

COLLINS, Garry R. Aconselhamento cristão. Edição século 21. São Paulo: Vida Nova, 2004

COMBLIN, José. Educação e Fé: Os princípios da Educação Cristã. São Paulo, Herder, 1962.

HERSEY, Paul & BLANCHARD, Kenneth H. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da liderança situacional. São Paulo: EPU, 1986.

LOTUFO NETO, F. Psiquiatria e religião: a prevalência de transtornos mentais entre ministros religiosos. São Paulo, 1997. Tese (livre docência) – Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo. Departamento de Psiquiatria. Disciplina de Psiquiatria.

MARTINS, José Cássio. Psicoterapia com líderes religiosos, 2008. In: BRUSCAGIN, Claudia [et all]. Religiosidade e psicoterapia. São Paulo: Roca, 2008.

OLIVEIRA, Roseli M. Kühnrich de. Cuidando de quem cuida: um olhar de cuidados aos que ministram a Palavra de Deus. 3. ed. São Leopoldo: Sinodal, 2007.

OPERATION WORLD, 21st Century Edition. Cumbria, UK: Paternoster Lifestyle, 2001.

PREE, Max De. Liderar é uma arte: vencendo a crise e a inércia com uma administração inovadora. São Paulo: Best Seller, 1989.

RAMOS, Alberto G. A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das nações. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989.

SILVA, Jetro Ferreira da. O burnout pastoral na perspectiva da teologia prática: definições, causas e prevenção. São Paulo, 2006. Tese (doutorado) – Pontifícia Faculdade de
Teologia Nossa Senhora Assunção.

https://www.youtube.com/watch?v=bKdilGlzsyI Liderança cristã

https://www.youtube.com/watch?v=h72CfcoWkxk Compromisso da Liderança Cristã

https://www.youtube.com/watch?v=UglgO2n3MoQ Liderança Situacional

A SAÚDE DO PASTOR - Pesquisador: Paulo Ramos dos Santos file:///D:/Documentos/Downloads/84-1-307-1-10-20160629%20(3).pdf

Você também pode gostar