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ELEMENTOS DE MÁQUINAS
SUMÁRIO
1 – Introdução .........................................................................................................................03
2 - Parafusos ...........................................................................................................................04
5 - Chavetas .............................................................................................................................28
7- Molas ...................................................................................................................................40
8 – Mancais .............................................................................................................................47
12 - Acoplamentos...................................................................................................................75
13 – Engrenagens ...................................................................................................................80
14 - Anexo / Tabelas................................................................................................................88
Elementos de Máquinas
1 – Introdução
Neste curso será visto os principais tipos de elementos de máquinas, incluindo os elementos
de fixação e os elementos de transmissão.
Tipos de União
União tipo permanente: É um tipo de união feito para uma vez montada a peça, não
ser possível mais a sua desmontagem sem causar danos. Incluem nesta união os rebites, e a
solda.
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Elementos de Máquinas
2 - Parafusos
ROSCAS
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Elementos de Máquinas
Os filetes das roscas apresentam vários perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão nome às
roscas e condicionam sua aplicação.
Dependendo da inclinação dos filetes em relação ao eixo do parafuso, as roscas ainda podem
ser direita e esquerda. Portanto, as roscas podem ter dois sentidos: à direita ou à esquerda.
Nomenclatura da rosca
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Elementos de Máquinas
Rosca Métrica
Rosca polegada Whitworth
Rosca polegada Unificada
Rosca Métrica
A rosca métrica ISO normal e rosca métrica ISO fina são normalizadas pela norma NBR 9527
da ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas.
As roscas normais, também chamadas de série grossa, são as mais utilizadas. As roscas de
passo fino são utilizadas onde ocorrem problemas de afrouxamento do parafuso.
A rosca métrica fina possui um passo da rosca menor, e proporciona uma melhor fixação da
rosca, evitando que o parafuso se afrouxe, por este motivo ela é utilizada onde ocorre vibração
na máquina, por exemplo, em veículos.
As principais medidas da rosca do parafuso e porca podem ser calculadas pelo seguinte
formulário:
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Elementos de Máquinas
No sistema whitworth, a rosca normal é caracterizada pela sigla BSW (British Standard
Whitworth - padrão britânico para roscas normais). Nesse mesmo sistema, a rosca fina é
caracterizada pela sigla BSF (British Standard Fine – padrão britânico para roscas finas).
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Elementos de Máquinas
A rosca normal é caracterizada pela sigla UNC, e a rosca fina pela sigla UNF.
1
Ex: Rosca x 20 UNC ( significa rosca com diâmetro ¼”, com 20 fios por polegada, normal)
4
Exemplo - Calcular o diâmetro menor de um parafuso (d1) para uma rosca M10, com
diâmetro externo (d) de 10 mm e passo (p) de 1,5 mm.
Cálculo: d1 = d - 1,2268 · P
Substituindo os valores dessa fórmula:
d1 = 10 - 1,2268 · 1,5
d1 = 10 - 1,840
d1 = 8,16 mm
PARAFUSOS
Parafusos são elementos de fixação, empregados na união não permanente de peças, isto é, as
peças podem ser montadas e desmontadas facilmente, bastando apertar e desapertar os
parafusos que as mantêm unidas.
Os parafusos se diferenciam pela forma da rosca, da cabeça, da haste e do tipo de
acionamento.
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Elementos de Máquinas
Os parafusos podem ser classificados quanto a sua função em quatro grandes grupos:
parafusos passantes, parafusos não-passantes, parafusos de pressão, parafusos prisioneiros.
Parafusos passantes
As dimensões dos furos broqueados e da rosca para parafusos não passantes podem ser
realizadas conforme a tabela a seguir:
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Elementos de Máquinas
2. d
d
3.d
2. d Exercícios
Parafusos de pressão
Parafusos prisioneiros
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Elementos de Máquinas
Tipos de Parafusos
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Elementos de Máquinas
A figura a seguir mostra um comparativo entre diversos tipos de parafusos, incluindo o tipo
fenda cruzada, conhecido como parafuso Phillips.
Tipos de Porcas
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Elementos de Máquinas
Em que:
A = d = altura da cabeça do parafuso;
e = 1,5 d = diâmetro da cabeça;
t = 0,6 d = profundidade do encaixe da chave;
s = 0,8 d = medida do sextavado interno;
d = diâmetro do parafuso.
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Elementos de Máquinas
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Elementos de Máquinas
O fator de segurança depende do tipo de produto, tipo de carga, os riscos, e muitas vezes é
definido pela norma técnica da ABNT referente ao produto.
σadm = F A = π d1 2 d1 = d - 1,2268.P
A 4
Onde:
σadm = Tensão admissível de tração em [N/mm2]
F = Força aplicada [ N]
A = Área da seção transversal menor do parafuso [mm]
d1 = diâmetro interno da rosca do parafuso [mm]
d = diâmetro do parafuso.
σ admtração
τ admcis = , que pode ser arredondado para a seguinte fórmula:
3
F
F
τadm cis = F A = π d2
A 4
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Elementos de Máquinas
Neste caso tem-se duas áreas simultâneas de cisalhamento do parafuso ( seção AA e BB),
então faz-se a área do parafuso vezes dois, da seguinte forma:
τadm cis = F_ A = π d2
2A 4
Em que:
τadm = Tensão admissível de cisalhamento em [N/mm2]
F = Força aplicada [ N]
A = Área da seção transversal menor do parafuso [mm2]
d = diâmetro do parafuso [mm]
Muitas vezes uma máquina tem os parafusos apertados com o torque controlado com
torquímetro, como motores a combustão, estruturas, flanges.
Nesse caso, a relação entre o torque e a força de aperto do parafuso, para parafusos em bom
estado, segundo Shigley é:
MT = 0,2 x Fi x d
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Elementos de Máquinas
Em que:
MT = Torque em [ N.m]
d = diâmetro nominal do parafuso em [ m]
Fi = Força de aperto do parafuso em [ N ]
A força de aperto Fi recomendada para parafusos que podem ser desmontados, pode atingir
75% da resistência de prova, sem o coeficiente de segurança. Nesse caso considera-se que se
o parafuso não romper durante o aperto, dificilmente irá romper em trabalho.
Fi = 0,75 x σprovax A
Em que:
σprova = resistência/tensão de prova do parafuso, tabelado [N/mm2]
A = Área menor da seção do parafuso. [mm]
EXERCÍCIOS
2) Uma união é fixada por 1 parafuso sextavado classe 5.8 com corpo liso na região
cisalhante, conforme figura.
a) Calcular o diâmetro do parafuso para suportar a força,
com um fator de Segurança = 2,5
F=30 KN
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Elementos de Máquinas
3) Uma união com quatro parafusos sextavados classe 4.6 deve suportar uma força F.
Dado F= 60 KN
F= 10 KN
6)Um cilindro sob pressão contém uma tampa flangeada, que deverá ser parafusada com seis
parafusos M10 classe 9.8 com torque de aperto controlado. Calcular o torque de aperto (em
Nm) para cada parafuso com uma força de fixação Fi igual a 75% da resistência de prova do
parafuso.
Fi Fi
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Elementos de Máquinas
3 – Pinos e Contrapinos
Os pinos e cavilhas têm a finalidade de alinhar ou fixar os elementos de máquinas, permitindo
uniões mecânicas, ou seja, uniões em que se juntam duas ou mais peças, estabelecendo, assim,
conexão entre elas.
utilização
forma
tolerâncias de medidas
acabamento superficial
material
tratamento térmico
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Elementos de Máquinas
Pinos
Os pinos são usados em junções resistentes à vibrações. Há vários tipos de pino, segundo sua
função.
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Elementos de Máquinas
Para especificar pinos e cavilhas deve-se levar em conta seu diâmetro nominal, seu
comprimento e função do pino, indicada pela respectiva norma.
Exemplo: Um pino de diâmetro nominal de 15mm, com comprimento de 20mm, a ser
utilizado como pino cilíndrico, é designado:
Pino cônico 10 x 60 DIN 1.
A cavilha é uma peça cilíndrica, fabricada em aço, cuja superfície externa recebe três entalhes
que formam ressaltos. A forma e o comprimento dos entalhes determinam os tipos de cavilha.
Vantagem:
Permite fixação diretamente no furo aberto por broca, dispensando-se o acabamento e
a precisão do furo alargado.
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Elementos de Máquinas
Contrapino ou cupilha
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Elementos de Máquinas
4 – Anéis Elásticos
O anel elástico, também conhecido como anel de retenção é um elemento utilizado em
eixos e furos, tendo como principais funções:
Podem ser utilizados para fixar engrenagens, rodas, polias, rolamentos, evitando o
deslocamento axial sob o eixo.
Deslocamento axial é o deslocamento no sentido longitudinal ( do comprimento) do
eixo.
Os anéis são fabricados em aço mola, e tem a forma de um anel incompleto, que se
aloja em um canal circular construído conforme normalização.
As grandes vantagens no uso dos anéis são a sua simplicidade, custo reduzido, e a
facilidade de montagem e desmontagem.
Tipos de Anéis
São aplicados em eixos com diâmetro de 4 a 1000 mm e são padronizados pela norma
DIN 471.
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Elementos de Máquinas
São aplicados para furos com diâmetro entre 9,5 e 1 000 mm, e são padronizados pela
norma DIN 472.
Outros anéis
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Elementos de Máquinas
O tipo de anel utilizado é definido pelo diâmetro do eixo, ou do furo, por exemplo:
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Elementos de Máquinas
EXERCÍCIOS
Dai40 Dai 32
Dae 20 Dae 15
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Elementos de Máquinas
Dai 60 Dai 52
Dae 30 Dae 25
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Elementos de Máquinas
5 – Chavetas
A chaveta é um elemento de fixação mecânico fabricado em aço. Sua forma, em geral,
é retangular ou semicircular. A chaveta se interpõe numa cavidade de um eixo e de uma peça
e tem por finalidade ligar dois elementos mecânicos.
Classificação
chavetas de cunha;
chavetas paralelas;
chavetas de disco.
Chavetas de cunha
As chavetas têm esse nome porque são parecidas com uma cunha.
Uma de suas faces é inclinada, para facilitar a união de peças.
As chavetas de cunha classificam-se em dois grupos:
Chavetas longitudinais, e chavetas transversais.
Chavetas longitudinais
São colocadas na extensão do eixo para unir roldanas, rodas, volantes etc.
Podem ser com ou sem cabeça e são de montagem e desmontagem fácil.
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Elementos de Máquinas
As chavetas longitudinais também podem ser do tipo tangenciais, formadas por um par de
cunhas posicionadas a 120°, e são utilizadas para transmitir altas cargas, nos dois sentidos.
Chavetas transversais
Quando as chavetas transversais são empregadas em uniões permanentes, sua inclinação varia
entre 1:25 e 1:50. Se a união se submete a montagem e desmontagem freqüentes, a inclinação
pode ser de 1:6 a 1:15.
É o tipo mais comum de chaveta, indicado para cargas pequenas e médias, estas
chavetas têm as faces paralelas, portanto, sem inclinação.
A transmissão do movimento é feita pelo ajuste de suas faces laterais às laterais do
rasgo da chaveta. Fica uma pequena folga entre o ponto mais alto da chaveta e o fundo do
rasgo do elemento conduzido.
As chavetas paralelas não possuem cabeça. Quanto à forma de seus extremos,eles podem ser
retos ou arredondados. Podem, ainda, ter parafusos para fixarem a chaveta ao eixo.
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Elementos de Máquinas
É uma variante da chaveta paralela. Recebe esse nome porque sua forma corresponde a um
segmento circular.
É comumente empregada em eixos cônicos por facilitar a montagem e se adaptar à conicidade
do fundo do rasgo do elemento externo.
O ajuste da chaveta no eixo e no cubo deve ser feito de acordo com as características do
trabalho.
Ajuste forçado, com interferência no eixo e no cubo, com tolerância tipo P9, utilizado onde
tem-se cargas elevadas e inversão no sentido de rotação. É um ajuste de difícil montagem e
desmontagem.
Ajuste normal, tipo deslizante justo, utilizado na maioria das aplicações, utiliza no eixo
tolerância N9 e no cubo J9.
Ajuste com folga, tipo livre,utilizado onde tem-se baixas cargas e peças móveis (deslizantes).
A figura mostra os três tipos de ajustes.
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Elementos de Máquinas
Para dimensionar o canal de alojamento do eixo e do cubo, deve-se utilizar a tabela contida no
anexo desta apostila, e seguir os seguintes passos:
σ esc
σ admtração=
F FS
MT
F=
raio
F
τ=
A A = b⋅L
h
L
b
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Elementos de Máquinas
EXERCÍCIOS
1) Definir a chaveta e dimensionar o alojamento do eixo e do cubo, para montagem tipo
normal, utilizando a tabela de chavetas do anexo da apostila.
Fazer a especificação das tolerâncias do canal do eixo e do cubo, para um eixo com
d=35mm. O cubo tem diâmetro interno de 35mm e externo de 60 mm
Chaveta:
Canal:
2) Refazer o exercício para um eixo com diâmetro d=25mm, com ajuste por interferência.
O cubo tem um diâmetro externo de 50 mm.
Chaveta
Canal:
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Elementos de Máquinas
3) Calcular uma chaveta para suportar com segurança um torque de Mt = 720 N.m,
dimensionar o canal do eixo e do cubo com as tolerâncias para um ajuste normal.
4) Responda as perguntas:
b) Qual a chaveta utilizada em eixos cônicos, e que permite uma facilidade de montagem
e desmontagem.
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Elementos de Máquinas
6 - Cabos de Aço
Conceito
Cabos são elementos de transmissão que suportam cargas (força de tração), deslocando-as nas
posições horizontal, vertical ou inclinada.
Os cabos são muito empregados em equipamentos de transporte e na elevação de cargas,
como em elevadores, escavadeiras, guindastes e pontes rolantes.
Componentes
O cabo de aço se constitui de alma e perna. A perna se compõe de vários arames em torno de
um arame central, conforme a figura.
Construção de cabos
Um cabo pode ser construído em uma ou mais operações, dependendo da quantidade de fios
e, especificamente, do número de fios da perna.
Por exemplo:
Um cabo de aço 6x19 (Lê-se 6 por 19) significa que contém 6 pernas com 19 fios cada.
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Elementos de Máquinas
6 Pernas
19 Fios
Cabo de Aço 6x 19
Existem vários tipos de distribuição de fios nas camadas de cada perna do cabo. Os principais
tipos são:
Distribuição normal
Os fios dos arames e das pernas são de um só diâmetro.
Distribuição seale
As camadas são alternadas em fios grossos e finos.
Distribuição filler
As pernas contêm fios de diâmetro pequeno que são utilizados como
enchimento dos vãos dos fios grossos.
Distribuição warrington
Os fios das pernas têm diâmetros diferentes numa mesma camada.
As almas de cabos de aço podem ser feitas de vários materiais, de acordo com a aplicação
desejada. Existem, portanto, diversos tipos de alma. Veremos os mais comuns: alma de fibra,
e alma de aço.
• Alma de fibra
É o tipo mais utilizado para cargas não muito pesadas. As fibras podem ser naturais
(AF) ou artificiais (AFA).
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Elementos de Máquinas
As fibras naturais utilizadas normalmente são o sisal ou o rami. Já a fibra artificial mais usada
é o polipropileno (plástico).
• Alma de aço
A alma de aço pode ser formada por uma perna de cabo (AA) ou por um cabo de aço
independente (AACI), sendo que este último oferece maior flexibilidade somada à alta
resistência à tração.
Tipos de torção
Os cabos de aço, quando tracionados, apresentam torção das pernas ao redor da alma. Nas
pernas também há torção dos fios ao redor do fio central. O sentido dessas torções pode
variar, obtendo-se as situações:
Torção regular ou em cruz
Os fios de cada perna são torcidos no sentido oposto ao das pernas ao redor da alma. As
torções podem ser à esquerda ou à direita. Esse tipo de torção confere mais estabilidade ao
cabo.
Torção regular
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Elementos de Máquinas
Guinchos 5
Talhas elétricas 7
Elevadores de obras 8 a 10
A carga de trabalho é definida pela força máxima no cabo Fcabo, e calculada pela
fórmula:
Em que:
Fcabo = Força Máxima que pode ser aplicada no cabo com
segurança. [ N ]
Carga de ruptura = Carga mínima de ruptura do cabo fornecida e tabelada
pelo fabricante, de acordo com o modelo e o diâmetro do
cabo. [ N ]
F.S. = Fator de segurança
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Elementos de Máquinas
Recomenda-se utilizar um cabo com arames externos finos quando estiver submetido a muito
esforço de fadiga de dobramento, e arames externos grossos quando submetido a desgaste por
abrasão.
O cabo tipo 6x 41 possui flexibilidade máxima e resistência a abrasão mínima, ao passo que o
cabo tipo 6x7 possui flexibilidade mínima e resistência a abrasão máxima.
Sugestão do cabo em função da aplicação:
Elevador de passageiros 8x19 Seale, AF, torção regular traction steel, polido
Guindastes e gruas 6x25 Filler , AACI ou 19x7, torção regular, EIPS, polido
Laços para uso geral 6x25 Filler,AF ou AACI, ou 6x41 Warrington Seale AF ou
AACI, polido
Cada tipo de cabo possui uma flexibilidade própria, e conseqüentemente um diâmetro mínimo
que ele pode ser dobrado.
Por este motivo existe um diâmetro da polia e do tambor ideal para cada tipo de cabo, estes
valores mínimos devem ser respeitados, principalmente quando um cabo é substituído por
outro modelo diferente.
A tabela a seguir mostra os diâmetros para alguns tipos de cabo.
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Elementos de Máquinas
EXERCÍCIOS
Ex 1). Calcular a força máxima que pode ser utilizado em um cabo tipo 6x19 AF, com
diâmetro de 1/2". O cabo será utilizado como cordoalha para içamento de carga.
De acordo com a tabela do fabricante ( Anexo 1), a carga de ruptura para o cabo com
material tipo Improved Plow Stell é de :
Carga de ruptura = 97100 N
O fator de segurança de acordo com a aplicação:
F.S. = 4
Então, calculando a força no cabo;
Da tabela (anexo 1), para um cabo tipo 6x25 com capacidade de ruptura superior a
50000N, temos um diâmetro do cabo de 3/8” que tem uma carga de ruptura de 55300N
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Elementos de Máquinas
7 – Molas
Molas helicoidais
A mola helicoidal é a mais usada em mecânica. Em geral, ela é feita de barra de aço
enrolada em forma de hélice cilíndrica ou cônica. A barra de aço pode ter seção retangular,
circular, quadrada, etc. Em geral, a mola helicoidal é enrolada à direita. Quando a mola
helicoidal for enrolada à esquerda, o sentido da hélice deve ser indicado no desenho.
A mola helicoidal de compressão é formada por espiras. Quando esta mola é comprimida por alguma
força, o espaço entre as espiras diminui, tornando menor o comprimento da mola.
As molas helicoidais também podem ser do tipo cônica, veja suas aplicações em utensílios diversos.
Algumas molas padronizadas são produzidas por fabricantes específicos e encontram-se nos
estoques dos almoxarifados. Outras são executadas de acordo com as especificações do
projeto, segundo medidas proporcionais padronizadas.
A seleção de uma mola depende das respectivas formas e solicitações mecânicas.
Para poder ler e interpretar os desenhos técnicos de molas diversas é necessário conhecer suas
características.
Características das molas helicoidais
Molas planas
As molas planas são feitas de material plano ou em fita, podem ser do tipo simples, prato,
feixe de molas e espiral.
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Elementos de Máquinas
Mola prato
Feixe de molas
Mola espiral
A mola espiral tem a forma de espiral ou caracol. Em geral ela é feita de barra ou de lâmina
com seção retangular.
A mola espiral é enrolada de tal forma que todas as espiras ficam concêntricas e coplanares.
Esse tipo de mola é muito usado em relógios e brinquedos.
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Elementos de Máquinas
Para interpretar a cotagem da mola espiral, você precisa conhecer suas características.
Aço ABNT 6150 Aço liga Cromo Vanádio Utilizado onde requer condições de trabalho
mais severas, possui boa resistência à fadiga e é
recomendado para aplicações com choques.
Utilizado em válvulas de motores, suporta até
220°C
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Elementos de Máquinas
Representação de
molas em desenho
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Elementos de Máquinas
Constante k da mola
A constante k da mola é definida como a força necessária para produzir uma deflexão
(deformação) de 1mm na mola, então;
F=k • x
k =F
x
1 mm
Onde;
k = Constante da mola [ Kgf/mm] ; [N/mm]
F F = Força aplicada na mola [Kgf] ; [N]
x = Deflexão causada na mola [mm]
ex1) Uma mola deverá deformar 25 mm quando for aplicada uma força de 500 N.
a) Calcular a constante k da mola.
k =F
x
k = 500N k = 20 N/mm
25 mm
b) Para a mola calculada, qual deverá ser a força aplicada para a mola deformar 15
mm.
F =k⋅x
F = 20 N/mm x 15 mm F = 300 N
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Elementos de Máquinas
Exercícios
1) Dado a mola helicoidal da figura, diâmetro dm = 30mm e diâmetro da = 3,2 mm.
Calculara constante k e a deformação “x” da mola com 7 espiras ativas.
Dado: G = 80 GPa = 80000 N/mm2
F = 140N.
2) Dado a mola helicoidal de aço 1070, com 7 espiras ativas, diâmetro dm = 35mm e diâmetro
do arame da = 4mm.
Calcule:
a) A constante K da mola
b) A força na mola para uma deformação x = 8 mm
Dado: G = 80000 N/mm2
F=
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Elementos de Máquinas
8 - Mancais
O mancal pode ser definido como suporte ou guia em que se apóia o eixo, permitindo
que ele gire transmitindo torque.
Dependendo da aplicação e os esforços, os mancais podem ser de deslizamento ou de
rolamento.
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Elementos de Máquinas
- Materiais Utilizados
- Bronze ao chumbo, que é uma liga metálica contendo cobre, chumbo, níquel,
e zinco.
- Bronze ao estanho, é uma liga contendo cobre e estanho.
- Bronze vermelho, é uma liga de cobre e estanho com altos teores de estanho.
- Metal sinterizado, são metais fabricados através da metalurgia do pó, onde pó
de metal é prensado em alta pressão, e recebe um aquecimento para aumentar
sua resistência. Através desta técnica é possível adicionar pó de grafite ao
bronze e produzir o bronze grafitado.
- Ligas de alumínio, são utilizadas em mancais de motores a explosão, alguns
compressores, e equipamentos aeronáuticos.
- Ferro Fundido, material de baixa capacidade que deve ser utilizado para
poucas cargas, e baixas velocidades (rotações).
- Polímeros (plásticos), alguns polímeros como o nylon podem ser utilizados
quando não se tem lubrificação e as cargas são baixas, são muito utilizados na
indústria têxtil e alimentícia.
Mancal hidrodinâmico : Nesse tipo de lubrificação o eixo flutua acima do óleo sob pressão,
mesmo sendo alimentado simplesmente pelo efeito da gravidade, não entrando em contato
com a bucha durante o funcionamento. Exemplo: Eixo virabrequim, e de comando de
válvulas de motores à combustão.
Mancal hidrostático: O óleo é bombeado sob pressão para dentro do mancal, flutua no óleo e
não ocorre contato de metal com metal.
Lubrificação limite: Neste caso, devido à lubrificação insuficiente, ou a altas cargas, existe o
contato do eixo com a bucha, portanto gerando atrito de metal com metal.
Estes mancais são encontrados em aplicações simples, buchas de nylon, locais com
lubrificação por graxa com pouca ou nenhuma vedação.
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Elementos de Máquinas
O dimensionamento destes tipos de mancais depende das propriedades de desgaste dos metais
utilizados, da pressão e da velocidade de trabalho.
Para dimensionar estes mancais, utiliza-se o valor da pressão média admissível, da seguinte
forma:
Pm = Força Área = d . b
Área
Então, tem-se:
Pm = Força
d.b
Em que:
Pm = Pressão média no mancal em [ N/mm2 ]
F = Força no mancal [ N ]
d = diâmetro do mancal [ mm ]
b = largura do mancal [ mm ]
π ⋅d ⋅n
V=
1000 ⋅ 60
Onde:
V = Velocidade do eixo [ m/s ]
d = diâmetro do eixo [ mm ]
n = rotação do eixo [ rpm ]
Deve-se verificar se:
FOFO 4 1,75
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Elementos de Máquinas
Os rolamentos podem ser classificados de acordo com as forças que eles suportam.
Radiais
Fr Fr
50
Elementos de Máquinas
Axiais
- Suportam somente forças axiais, que são
aquelas apontadas no sentido do eixo,
conforme a figura.
Fa
- Não podem ser submetidos a cargas radiais.
Impedem o deslocamento no sentido axial, isto
é, longitudinal ao eixo.
Mistas ou combinadas
Fr
É o mais comum dos rolamentos. Suporta cargas radiais e pequenas cargas axiais e é
apropriado para rotações mais elevadas.
Sua capacidade de ajuste angular é limitada. É necessário um perfeito alinhamento
entre o eixo e os furos da caixa, isto os torna ideal para serem montados em uma peça (caixa)
única, usinada com precisão.
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Elementos de Máquinas
É um rolamento de duas carreiras de esferas com pista esférica no anel externo, o que
lhe confere a propriedade de ajustagem angular, ou seja, de compensar possíveis
desalinhamentos ou flexões do eixo.
Ideal para montagens em caixas separadas, onde o alinhamento é difícil.
Admite cargas axiais somente em um sentido e deve sempre ser montado contra outro
rolamento que possa receber a carga axial no sentido contrário.
O formato da pista de rolamento inclinado possibilita que recebam cargas mistas,
radial e axial.
São muito utilizados em máquinas ferramentas e rodas de automóveis.
Na figura a seguir temos um exemplo de montagem do rolamento de esferas de
contato angular, observe que a montagem um invertido em relação ao outro permite que o
eixo receba cargas axiais nos dois sentidos.
Ambos os tipos de rolamento axial de esfera (escora simples e escora dupla) admitem
elevadas cargas axiais, porém, não podem ser submetidos a cargas radiais.
Para que as esferas sejam guiadas firmemente em suas pistas, é necessária a atuação
permanente de uma carga axial.
Observe na figura que a montagem do rolamento axial junto com rolamentos radiais
permite que o eixo receba cargas mistas radiais e axiais.
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Elementos de Máquinas
É apropriado para cargas radiais elevadas. Seus componentes podem ser separáveis, o
que facilita a montagem e desmontagem.
Normalmente este tipo de rolamento não suporta cargas axiais.
Em função da existência de rebordos nos anéis existem os tipos NU, NJ, NUP, N e
NF, influenciando na forma como eles são montados e desmontados. Maiores detalhes
deverão ser observados na figura do catálogo em anexo.
É um rolamento adequado a serviços pesados, cargas com impactos. Possuem uma alta
capacidade de carga radial e suportam cargas axiais médias nos dois sentidos.
Devido à oscilação entre rolos e pistas, permite um ajuste angular, ajustando os
problemas de desalinhamento.
Podem ter o furo cônico ou cilíndrico, podendo ser instalado em eixo cônico ou eixo
cilíndrico, utilizando buchas de fixação e desmontagem.
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Elementos de Máquinas
Além de cargas radiais, os rolamentos de rolos cônicos também suportam cargas axiais
em um sentido, torna-se necessário montar os anéis aos pares, um contra o outro.
São indicados onde se tem uma combinação com grandes cargas radiais e axiais, como
eixo da roda de caminhões, eixos de árvores de máquinas ferramentas.
h) Rolamento de agulha
Possui uma seção transversal muito fina em comparação com os rolamentos de rolos
comuns.
É utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado, podem ser fornecidos
com anel interno ou sem anel interno.
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Elementos de Máquinas
55
Elementos de Máquinas
Exercícios
1) Explique o que é :
4) Quais as vantagens e quando não deve ser utilizado um rolamento rígido de esferas?
6) Qual o tipo de rolamento ideal para eixos que trabalham desalinhados, porque?.
7) Dado os conjuntos compostos de um cubo e um eixo, onde são montados dois rolamentos
rígidos de esferas, cotar os desenho de acordo com as dimensões padronizadas no catálogo de
rolamentos.
56
Elementos de Máquinas
1000000 C r
3
L 10 h = ⋅ Para rolamentos de esferas
60.n P
1000000 C r
3, 33
L 10 h = ⋅ Para rolamentos de rolos
60.n P
Onde:
L10h = Vida nominal do rolamento em horas de trabalho.
n = rotação em rpm.
Cr = Capacidade de carga do rolamento tabelada [N].
P = Carga equivalente sobre o rolamento.[N].
P = Fr
Em que:
57
Elementos de Máquinas
C or
- Calcular o valor de e definir a linha na tabela
Fa
Fa
- Calcular o valor de ,e verificar se é menor ou maior
Fr
que o valor tabelado de “e”.
- Definir qual a coluna e o valor de X, Y.
Exercícios:
1) Dado o rolamento 6005, com uma força radial aplicada de 800N, e uma rotação de
1750 rpm.
Calcule a vida nominal do rolamento em horas de trabalho.
Fr = 800N P = Fr = 800 N
Cr = 10100N
1000000 C r
3
1000000 10100 3
L 10 h = ⋅ L 10 h = ⋅
60.n P 60.1750 800
2) Dado o rolamento 6209, com uma força radial de 3000 N e uma força axial de 1400N.
Calcular uma vida nominal do rolamento em horas de trabalho, a rotação é 1100 rpm.
Fr = 3000 N Da tabela de rolamentos
C or 20400 N
= = 14,57 X = 0,56
Fa 1400 N
Y = 1,64
Fa = 1400 N Fa 1400 N
= = 0,467 Cr = 31500 N
Fr 3000 N
P = X.Fr + Y. Fa
P = 3976 N
1000000 C r
3 3
1000000 31500
L 10 h = ⋅ L 10 h = ⋅
60.n P 60.1100 3976
L10h = 7534,4 horas
58
Elementos de Máquinas
3) Dado um rolamento 6009 com uma força radial aplicada de Fr = 3000N e uma força axial
de Fa = 1000 N.
Calcular a vida nominal em horas para uma rotação de 1500 rpm.
4) Calcular a vida nominal dos rolamentos trabalhando com uma rotação de 800 rpm.
Fr = 2000 N Fr=800 N
6905 6305
150 100 90
Exercício
1) Selecionar o rolamento rígido de esferas para trabalhar em um rodízio montado com 2
rolamentos, com capacidade de trabalho total de 5000 N, trabalhando em piso com
imperfeições, em uma situação quase estática (pouca rotação).
59
Elementos de Máquinas
9 - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO
Acoplamento
Redutor
Dimensionamento
Relação de Transmissão i :
Dado um conjunto composto por um par de polias ou engrenagens:
n2 n1 n2
n1 Mt2 Mt1 Mt2
Mt1
D1 Z1
D2 Z2
60
Elementos de Máquinas
i = d2 i = n1 i = Z2 i = Mt2
d1 n2 Z1 Mt1
Em que:
d2 = diâmetro da polia ou engrenagem movida
d1 = diâmetro da polia ou engrenagem motora
n1 = rotação do pinhão
n2 = rotação da coroa
Z1 = engrenagem motora
Z2 = engrenagem movida
Como pode ser observado existe uma relação direta entre o tamanho das polias e engrenagens
e a rotação e o momento torçor, e esta relação será melhor estudada adiante.
Exercícios:
i = d2 4 = d2 d2 = 340 mm
d1 85
D1 D2
D1 D2
61
Elementos de Máquinas
Momento Torçor Mt
O momento torçor (Mt), também chamado de torque, ou conjugado de uma força, é definido
como o produto entre a força e a distância até o ponto de giro da peça.
distancia
Mt = F x dist.
Mt = 9550 x Pot
n
Onde:
Mt = Momento torçor [ N.m]
Pot = Potência do motor [Kw]
n = rotação
1 CV = 0,736 Kw
Uma vez calculado o momento torçor de um eixo acionado por motor é possível determinar a
força aplicada através da fórmula Mt = F x dist, fazendo-se:
MT
F=
dist
Onde:
MT = Momento torçor no eixo.
dist.= distância do centro do eixo até a força aplicada
62
Elementos de Máquinas
z2 60
i1 = => i1 = => i1 = 2,857
z1 21
eixo III:
z3 15
n3 = n2 ⋅ => n3 = 609 ⋅ => n3 = 152,25 rpm
z4 60
z4 60
i2 = => i2 = => i2 = 4
z3 15
b) itotal :
nentrada 1740
Também é possível calcular itotal fazendo: itotal = => itotal = => itotal = 11,428
nsaida 152,25
63
Elementos de Máquinas
10 – Polias e Correias
Os tipos de polia são determinados pela forma da superfície na qual a correia se assenta. Elas
podem ser planas ou trapezoidais. As polias planas podem apresentar dois formatos na sua
superfície de contato. Essa superfície pode ser plana ou abaulada.
A polia plana conserva melhor as correias, e a polia com superfície abaulada guia melhor as
correias. As polias apresentam braços a partir de 200 mm de diâmetro. Abaixo desse valor, a
coroa é ligada ao cubo por meio de discos.
Correia Dentada
Outra correia utilizada é a correia dentada, para casos em que não se pode ter nenhum
deslizamento, como no comando de válvulas do automóvel.
A correia dentada também é muito utilizada em mecanismos, manipuladores, onde os
movimentos devem ser bem coordenados, com precisão, e sem deslizamento.
Na correia do tipo dentada tem-se um perfeito sincronismo entre as duas polias.
A polia trapezoidal, também chamada de polia em V, recebe esse nome porque a superfície na
qual a correia se assenta apresenta a forma de trapézio. As polias trapezoidais devem ser
providas canais e são dimensionadas de acordo com o perfil padrão da correia a ser utilizada.
64
Elementos de Máquinas
As correias em V devem ser usadas somente quando se tiver um perfeito paralelismo entre os
dois eixos, já as correias planas podem ser utilizadas em árvores paralelas ou reversas
(inclinadas).
O rendimento de uma transmissão com correia tipo V é de 0,95 a 0,98 e a relação de
transmissão ideal é de até i = 8, podendo chegar até i =15.
Normalmente as correias em V são utilizadas na saída do motor, onde a rotação é alta e o
momento torçor é baixo.
Os canais da polia são normalizados de acordo com o padrão da correia trapezoidal, na figura
a seguir temos as dimensões da polia para quatro tipos de perfis trapezoidais.
Observe que a tabela mostra o diâmetro mínimo recomendado para a polia, dependendo do
tamanho padrão da correia, A, B, C, D, E.
65
Elementos de Máquinas
Os materiais que se empregam para a construção das polias são ferro fundido (o mais
utilizado), aços, alumínio, ligas leves e materiais sintéticos. A superfície da polia não deve
apresentar porosidade, pois, do contrário, a correia irá se desgastar rapidamente.
Correias
Na transmissão por polias e correias, para que o funcionamento seja perfeito, é necessário
obedecer alguns limites em relação ao diâmetro das polias, o número de voltas pela unidade
de tempo, e a capacidade de transmissão da correia.
66
Elementos de Máquinas
Costumamos usar a letra i para representar a relação de transmissão. Ela é a relação entre o
número de rotações das polias (n), e também a relação entre seus diâmetros.
i = d2 i = n1 i = Mt2
d1 n2 Mt1
A velocidade tangencial (V) é a mesma para as duas polias, e para a correia, e é calculada pela
fórmula:
π .d .n
V = Onde:
1000 V = Velocidade em [m/min]
d = diâmetro da polia [mm]
n = rotação da polia [rpm]
Arco de contato α
60.( D2 − D1 )
α = 180 0 −
C
C
67
Elementos de Máquinas
Pot motor ⋅ fs
QtdeCorr =
Pcorreia ⋅ fcc ⋅ fcac
Em que:
Especificação da correia: A correia é especificada pelo tamanho (A, B,C) e pelo comprimento
em polegadas.
O comprimento L, medido na linha neutra (centro) em mmm da correia é calculado por:
( D 2 − D1) 2
L = 2 ⋅ C + 1,57 ⋅ ( D 2 + D1) +
4⋅C
68
Elementos de Máquinas
Exercícios:
1) Um ventilador é acionado por polia e correia. Calcular o número de correias tipo A
necessárias para o acionamento.
C= 250
( D 2 − D1) 2
L = 2 ⋅ C + 1,57 ⋅ ( D 2 + D1) +
4⋅C
(204 − 85) 2
L = 2 ⋅ 250 + 1,57 ⋅ (204 + 85) +
4 ⋅ 250
D 2 − D1 204 − 85
= = 0,48
C 250
fcac = 0,93
- Quantidade de correia:
3CVx1,1
QtdeCorr. = QtdeCorr. = 1,78
2,37 x0,93 x0,84
QtdeCorr. = 2
69
Elementos de Máquinas
α 100 250
C= 320
3) O motor do compressor de ar tipo pistão gira a 1730 rpm, acionado por um motor de
indução assíncrono trifásico com potência de 2 CV. Sabendo que a rotação no pistão
deve ser de 810 rpm. Calcular:
a) A polia maior
b) A quantidade de correias tipo
A
Dados:
70
Elementos de Máquinas
Eixos fixos atuam como suporte para o elemento giratório girar, como exemplo temos o eixo
de bicicleta, que é fixo e a roda gira. Na figura abaixo temos alguns exemplos de eixos fixos.
Quando se trata de eixo-árvore giratório, o eixo se movimenta juntamente com seus elementos
ou independentemente deles como, por exemplo, eixos de afiadores (esmeris), rodas de trole
(trilhos) , eixos de máquinas-ferramenta, eixos sobre mancais.
Quanto ao tipo, os eixos podem ser roscados, ranhurados, estriados, maciços, vazados,
flexíveis, cônicos, cujas características estão descritas a seguir.
Eixos maciços
A maioria dos eixos maciços tem seção transversal circular maciça, com degraus ou apoios
para ajuste das peças montadas sobre eles. A extremidade do eixo é chanfrada para evitar
rebarbas. As arestas são arredondadas para aliviar a concentração de tensão.
71
Elementos de Máquinas
Eixos vazados
σF = MF
WF
Onde:
σF Tensão devido à flexão [ N/mm2]
MF Momento fletor máximo, obtido geralmente do gráfico de
momento fletor e esforço cortante. [ N.mm]
WF Módulo de resistência à flexão [ mm3]
Em alguns casos pode ser necessário calcular também o cisalhamento do eixo, principalmente
em eixos curtos, ou com força aplicada próxima a fixação do eixo. O cálculo do cisalhamento
é feito através da seguinte fórmula:
τ=F
A Onde:
τ Tensão devido ao cisalhamento [N/mm2]
F Força aplicada no local, obtido do gráfico de
esforço cortante V
A Área da seção transversa. [ mm2]
Para maiores detalhes sobre cálculo de flexão e cisalhamento em eixos fixos devem-se
pesquisar em materiais, livros, apostilas sobre resistência dos materiais.
72
Elementos de Máquinas
W P = π . d3
16
MT
τ admT =
π ⋅d3
16
16.M T
d =3
π .τ admT
Onde:
d Diâmetro do eixo [ mm ]
τadmT Tensão admissível à torção [ N/mm2]
MT Momento Torçor [ N.mm]
73
Elementos de Máquinas
2 2
16 ⋅ M T + M F
d= 3
π ⋅ τ admT
Onde:
d Diâmetro do eixo [ mm ]
τadmT Tensão admissível à torção [Kgf/mm2] [ N/mm2]
MT Momento Torçor [Kgf.mm] [ N.mm]
MF Momento fletor máximo, obtido geralmente do gráfico de
momento fletor e esforço cortante. [Kgf.mm] [ N.mm]
Exemplo:
1) Um eixo redondo maciço, fabricado em aço ABNT 1040 laminado deverá transmitir um
torque de Mt = 300 N x m. Calcular o diâmetro do eixo considerando o efeito da torção.
Dado:
τadmT = 45 N/mm2
16.M T
d =3
π .τ admT
substituindo na fórmula:
16 ⋅ 300000
d =3
π ⋅ 45
d = 32,4 mm
74
Elementos de Máquinas
12 - ACOPLAMENTOS
Acoplamento é um conjunto mecânico, empregado na transmissão de movimento de rotação
entre duas árvores ou eixo-árvores.
Os acoplamentos são utilizados em diversos equipamentos, na figura abaixo temos um
exemplo de utilização em uma bomba d’água.
Classificação
Os acoplamentos podem ser fixos, elásticos e móveis.
Acoplamentos fixos
Os acoplamentos fixos servem para unir árvores de tal maneira que funcionem como se
fossem uma única peça, alinhando as árvores de forma precisa.
Como são um tipo de junta rígida não pode haver desalinhamento entre os eixos, sob risco de
ocorrer uma quebra dos eixos ou rolamentos.
Por motivo de segurança, os acoplamentos devem ser construídos de modo que não
apresentem nenhuma saliência.
Acoplamentos elásticos
Esses elementos tornam mais suave a transmissão do movimento em árvores que
tenham movimentos bruscos, e permitem o funcionamento do conjunto com desalinhamento
paralelo, angular e axial entre as árvores.
75
Elementos de Máquinas
Acoplamento perflex
Os discos de acoplamento são unidos perifericamente por uma ligação de borracha
apertada por anéis de pressão. Esse acoplamento permite o jogo longitudinal de eixos.
76
Elementos de Máquinas
Apesar de esse acoplamento ser flexível, as árvores devem estar bem alinhadas no ato de sua
instalação para que não provoquem vibrações excessivas em serviço.
Na figura a seguir temos um exemplo de acoplamento elástico de fita de aço.
Os acoplamentos são utilizados para corrigir pequenas variações angulares entre eixos, de até
6 graus, conforme o modelo.
Para aplicações onde ocorre uma maior variação angular entre eixos, podem se utilizados uma
junta homocinética ou cruzetas.
Acoplamentos móveis
São empregados para permitir o jogo longitudinal das árvores. Esses acoplamentos
transmitem força e movimento somente quando acionados, isto é, obedecem a um comando.
Os acoplamentos móveis podem ser: de garras ou dentes, e a rotação é transmitida por meio
do encaixe das garras ou de dentes.
Geralmente, esses acoplamentos são usados em aventais e caixas de engrenagens de
máquinas-ferramenta convencionais.
77
Elementos de Máquinas
Montagem de acoplamentos
Evitar a colocação dos flanges por meio de golpes: usar prensas ou dispositivos
adequados.
O alinhamento das árvores deve ser o melhor possível mesmo que sejam usados
acoplamentos elásticos, pois durante o serviço ocorrerão os desalinhamentos a serem
compensados.
Fazer a verificação da folga entre flanges e do alinhamento e concentricidade
do flange com a árvore.
Certificar-se de que todos os elementos de ligação estejam bem instalados
antes de aplicar a carga.
Esse tipo de junta é usado para transmitir movimento entre árvores que precisam sofrer
variação angular, durante sua atividade. Essa junta é constituída de esferas de aço que se
alojam em calhas.
78
Elementos de Máquinas
Dimensionamento de Acoplamentos
Mtacoplam. = Mt x FS
Em que:
Mt acopl = Momento Torçor do acoplamento, calculado para selecionar o
acoplamento no catálogo do fabricante. [N.m]
FS = Fator de Serviço, tabelado pelo fabricante de acoplamentos, de acordo
com a máquina a ser utilizada e o tipo de serviço.
Ex. 1- Dimensionar um acoplamento para ser utilizado em uma bomba, conforme a figura.
Dados:
Bomba do tipo rotativa
Motor = 5,5 KW - 1800 rpm
8 partidas/hora
20 horas funcionamento por dia
Temperatura = 60ºC
79
Elementos de Máquinas
Dados: Trefiladora
Motor 25 KW
1720 rpm
12 h trabalho/dia
15 partidas/hora
Temperatura = 800 C
13 - ENGRENAGENS
Engrenagens são rodas com dentes padronizados que servem para transmitir
movimento e força entre dois eixos. Muitas vezes, as engrenagens são usadas para variar o
número de rotações e o sentido da rotação de um eixo para o outro.
80
Elementos de Máquinas
Tipos de engrenagem
Existem vários tipos de engrenagem, que são escolhidos de acordo com a sua função.
Engrenagens cilíndricas
Engrenagens cilíndricas têm a forma de cilindro e podem ter dentes retos ou helicoidais
(inclinados). Observe duas engrenagens cilíndricas com dentes retos.
Os dentes helicoidais são paralelos entre si mas oblíquos em relação ao eixo da engrenagem.
As engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais transmitem também rotação entre eixos
reversos (não paralelos). Elas funcionam mais suavemente que as engrenagens cilíndricas
com dentes retos e, por isso, o ruído é menor.
81
Elementos de Máquinas
Engrenagens cônicas
Engrenagens cônicas são aquelas que têm forma
de tronco de cone, podem ter dentes retos ou helicoidais,
e transmitem rotação entre eixos concorrentes.
Eixos concorrentes são aqueles que vão se encontrar
em um mesmo ponto, quando prolongados.
Observe no desenho como os eixos das duas engrenagens
se encontram no ponto A.
Rosca sem-fim
Essa engrenagem é normalmente usada quando se deseja uma grande redução de velocidade
na transmissão do movimento, em um espaço reduzido.
Os dentes da coroa são côncavos, ou seja, são menos elevados no meio do que nas bordas.
82
Elementos de Máquinas
Cremalheira
Cremalheira é uma barra provida de dentes, destinada a engrenar uma roda dentada. Com esse
sistema, pode-se transformar movimento de rotação em movimento retilíneo e vice-versa.
83
Elementos de Máquinas
Quando, na vista lateral da engrenagem, aparecem representadas três linhas estreitas paralelas,
essas linhas indicam a direção de inclinação dos dentes helicoidais.
As engrenagens, sejam de perfis de dentes retos, helicoidais, coroa sem fim, dentes
cônicos, tem o seu perfil padronizado, o que facilita a sua fabricação e também o intercambio
de peças.
Na tabela, tem-se as características geométricas, com as dimensões das engrenagens e
o perfil do dente, que são utilizados para calcular as engrenagens.
84
Elementos de Máquinas
Ângulo de Pressão
Observe que quanto maior o ângulo de pressão, o dente fica mais pontudo, evitando assim
problemas de interferência no engrenamento.
85
Elementos de Máquinas
Módulo
0,3 a 1 0,1
1a4 0,25
4a7 0,5
7 a 16 1
16 a 24 2
24 a 45 3
45 a 75 5
Exercício:
1) Dado uma engrenagem cilíndrica de dentes retos com Z1 = 27 dentes , módulo m = 1,5
ângulo θ = 20º.
Calcular:
Altura do dente: h = a + b
86
Elementos de Máquinas
REFERÊNCIAS
SHIGLEY, Joseph. et al.. Projeto de engenharia mecânica. 7. ed. Porto Alegre: Bookman,
2005.
87
Elementos de Máquinas
ANEXOS
(TABELAS)
88
Elementos de Máquinas
89
Elementos de Máquinas
90
Elementos de Máquinas
91
Elementos de Máquinas
92
Elementos de Máquinas
CHAVETAS PLANAS
93
Elementos de Máquinas
94
Elementos de Máquinas
95
Elementos de Máquinas
96
Elementos de Máquinas
97
Elementos de Máquinas
ROLAMENTOS
98
Elementos de Máquinas
99
Elementos de Máquinas
100
Elementos de Máquinas
CORREIAS
101
Elementos de Máquinas
CORREIAS
102
Elementos de Máquinas
CORREIAS
103
Elementos de Máquinas
CORREIA
104
Elementos de Máquinas
CORREIA
Tabela de correia 6: Comprimento das correias
105
Elementos de Máquinas
ACOPLAMENTOS
106
Elementos de Máquinas
107
Elementos de Máquinas
108