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Ângela Maria dos Santos

Obìnrin Dudu T’Àṣẹ: as interfaces do feminino sagrado nas


construções de gênero e identidade negra

CUIABÁ/MT
2018
Obìnrin Dudu T’Àṣẹ: as interfaces do feminino sagrado nas
construções de gênero e identidade negra

Monografia apresentada a Faculdade de


Sociologia

CUIABÁ/MT
2018
Saudação !

Iyami (Grandes Mães)

Oh! Assim seja


Oh! lyámi Oxoronga
As mães veneráveis do mundo antigo!
Que cria a sorte para mim perante Ifá
Assim Exu permite que Ifá nos salve!
Que as mães veneráveis criem sorte para nós!
Oh! Saudação as mães veneráveis!
As mães veneráveis do mundo antigo!
Oh! Senhoras do início do mundo
Senhoras do ebó ikorita que abrem a terra
Oh! Saudação as mães veneráveis
As mães veneráveis do mundo antigo!
Oh! Senhoras do início do mundo
Senhoras do ebó ikorita que abrem a terra
Oh! Saudação as mães veneráveis!
Oh! Senhora que detém o vermelho!
Oh! Senhora que detém o branco!
Oh! Senhora que detém o preto!
Oh! Assim seja
Saudação as mães veneráveis
Oh! Assim seja.
Adúra –reza/Suplica

Iyami

Iyami Eleye
Mo júba
Eje ibá mi ose
Ki ase mi o gun
Igun ase o

Reza/Pedido - Iyami

Minha mãe senhora do pássaro


Eu vos saúdo
Que minha saudação alcance a mãe
Para que axé seja completo
Ficando o axé na minha vida
Invocação a Òṣún Opárá

Yèyé Opàrà!
Oxum é uma mulher com força masculina.
Sua voz é afinada como o canto do ega.
Graciosa mãe, senhora das águas fresca.
Opàrà, que ao dançar rodopia como o
vento, sem que possamos vê-la.
Senhora plena de sabedoria que todos
veneramos juntos.
Que come peteki com Xaponã.
Que enfrenta pessoas poderosas, e com
sabedoria as acalma.
RESUMO

A pesquisa intitulada Obìnrin Dudu T’Àṣẹ (Mulheres Negras de Axé): as


interfaces do feminino sagrado nas construções de gênero e identidade negra,
trata de um trabalho para conclusão do curso de graduação em Sociologia. A
partir de uma perspectiva sociológica este relato busca refletir sobre as
dimensões do sagrado feminino na tradição yorùbá na diáspora brasileira e os
impactos desse mote religioso na questão gênero e identidade para as mulheres
negras. As participantes são mulheres negras que vivenciam experiências em
grupo relacionada a cultura religiosa yorùbá em nas afro-brasileira (Candomblé
Ketú) e Ẹ̀ sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá/Ìṣẹ̀ṣe (Religião Tradicional Yorùbá) e se reunem para
atividades religiosas no grupo religioso Àdapo, localizada na cidade de Cuiabá-
MT. Estão problematizadas no trabalho questões como: Existe um processo
socioeducativo a partir das representações das divindades femininas para a
percepção das questões de gênero entre as mulheres negras? As mulheres
negras constroem positivamente e/ou relacionam a sua identidade negra
considerando as vivências ritualísticas com o sagrado feminino? Em que essas
questões apontam para o ensino em Sociologia? O estudo se ancora em
variadas fontes bibliográficas, entrevistas e observações relacionados a relação
feminino sagrado e a participação das mulheres negras no contexto dessas
religiões. Os resultados apontam para a existência de uma construção de
referencial negro identitário e percepção de gênero, fortalecido pela
especificidade de matriz africana, no grupo social afro-religioso onde participam
as mulheres negras.

Palavras-chave: Mulheres Negras; Religião de Tradição Yorùbá; Sociologia.

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