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EXERCíCIO DE ESCRITA

Tarefa 1

Reescreva as frases, iniciando-as com a(s) palavra(s) dada(s).

1. Parece que eles foram denunciados pela forma como agiam. // Eles…
2. Confirmando-se o boato, vamos ter boas notícias em breve. // A …
3. Ele advertiu-a, repetidamente, para o facto de que não podia falar como falava, mas ela
ignorou-o sempre. // Por …
4. Nada mais os liga, a não ser o gosto pelo cinema. // O …
5. Executada a avaliação do projeto, passaremos à sua execução. // Logo que…
6. A crise económica fez disparar o valor dos juros. // Os juros …
7. Não é relevante se vais tu ou eu; o que conta é ir um de nós. // Independentemente …
8. Posto que não houve quórum, a direção marcou a reunião para outro dia. // Uma …
9. Intervenha como intervier, o meu conselho é que não deixe de o fazer. // Não …
10. Se tiveres alguma ideia brilhante, diz. // Caso …

Tarefa 2

Escreva um texto para cada um dos seguintes tópicos:

A. O património cultural é hoje um assunto transversal à sociedade, constituindo mesmo uma


matéria de cidadania. A dinâmica do conceito de património permite a inclusão de um conjunto
cada vez mais vasto de património(s) a preservar, afastando-nos da exclusividade do património
monumental. Dê a sua opinião, exemplificando.

B. Viajamos cada vez mais, embora tenha deixado de fazer sentido andar carregado com o que
quer que seja, porque se vende tudo, igualzinho, no supermercado ou na loja da esquina do
lugar onde se está. Há quem chame a isto “as vantagens da aldeia global”. Há quem lhe chame
“perda de identidade”. Concorda? Porquê?

C. C. A diferença entre um turista e um viajante é que um turista compra um bilhete de ida e volta,
enquanto um viajante só compra o bilhete de ida e nunca sabe quando vai regressar a casa.
Apresente a sua perspetiva.

Tarefa 3

Há meses que os prédios da sua rua mudaram de cor e de aspeto: onde antes havia prédios de cores
harmoniosas há agora um amontoado de riscos, assinaturas e desenhos multicolores. Para combater
o que considera um flagelo e um atentado à propriedade privada, reuniu os moradores e decidiram
apresentar uma queixa às autoridades. Escreva a carta descrevendo a situação atual, propondo uma
ou mais soluções para este problema e pedindo uma indemnização pelos danos. (200 a 250
palavras)
Tarefa 4

Após a leitura do seguinte texto, apresente as ideias fundamentais do mesmo, assim como a sua
opinião.

Um Plano Marshall para a África


1. Desde a década de oitenta do século passado que me tenho manifestado
favorável a uma espécie de Plano Marshall para África. A última vez que me
pronunciei foi no passado dia 13 de Agosto, na RTP 3, em conversa com a jornalista
Sandra de Sousa, a partir de declarações do cardeal António Marto, a
propósito das migrações.

Fica aí textualmente o que disse nessa conversa, no contexto da


leitura dos jornais do dia.

Sim, nós estamos perante uma questão dramática, que, no meu


entender, será cada vez mais dramática. Estamos a tratar
das migrações, dos refugiados. E eu quereria chamar a
atenção para dois ou três pontos.

Em primeiro lugar, é evidente que a Terra é de todos, o


mundo é de todos e, por isso mesmo, há o direito de
visita, de hospitalidade, de que já Kant falava. Mas a
Europa, neste momento, está com este problema, que
é um dos maiores problemas, o das migrações. Sobre
isso gostava de chamar a atenção para os direitos
humanos, e a defesa dos direitos humanos é qualquer coisa que está profundamente
ligada à Europa - a Europa sempre se distinguiu por receber. Mas gostava de chamar
também à colação que esta é uma questão da Europa enquanto União Europeia.

Em segundo lugar, julgo que é preciso entender que não podemos, para resolver um
problema, criar problemas maiores, por exemplo, criar xenofobia, uma direita cada
vez mais agressiva... Depois, é necessário também combater os traficantes - é
fundamental perceber isso. O próprio Papa Francisco tem dito que o Mediterrâneo
não pode ser um cemitério. Estamos completamente de acordo. Mas, ultimamente,
chamou a atenção para a prudência. Chamou a atenção para qualquer coisa que me
parece fundamental.

Há a pequena política e a grande política. Se houver a grande política, vai-se


perceber que, como a seguir à Segunda Guerra Mundial, houve o famoso Plano
Marshall, que desenvolveu a Europa, que estava completamente destruída, e isso foi
bom para a Europa e também para os Estados Unidos, algo parecido pode ser bom
para África e para a Europa. Eu penso que é necessário, concretamente em relação a
África, um Plano Marshall, isto é, desenvolver África lá. Lá. Com regras,
evidentemente, pois sabemos que há governantes africanos que também não têm
regras e apoderam-se dos dinheiros que chegam. Então, um Plano Marshall para
África, para fixar as populações lá. Os africanos têm direito a viver bem e a
desenvolver-se lá. Isso seria bom para África e isso seria bom para a Europa.

Sandra de Sousa observou: porque é que a Europa se tem regido pela pequena
política? Porque tem pequenos líderes, não tem grandes estadistas?

Respondi: porque não há uma real união europeia. Eu penso que a Europa, sem
união, sem estruturas minimamente federativas, com o tempo, torna-se insignificante
no mundo. Veja: a Alemanha é um país grande, mas dentro da Europa; no quadro de
um mundo cada vez mais globalizado, a própria Alemanha é pequena. Portanto, nós
precisamos da grande política, no sentido de estadistas que criem uma União
Europeia forte. Porque não é apenas a Europa, é o mundo que precisa da Europa.
Porque os direitos humanos onde é que apareceram em primeiro lugar? Foi aqui, na
Europa. Onde é que há segurança social? É na Europa.

Para que a Europa possa responder a esta questão gigantesca - o problema das
migrações e dos refugiados é um problema gigantesco -, precisa de estadistas. Hoje,
os africanos podem viver em condições difíceis e em lugares recônditos, mas em
qualquer sítio há possibilidade de aceder através da internet à situação da Europa, e
a Europa aparece como um paraíso e, portanto, vão querer vir. Depois, com a
desertificação de África, vão aparecer milhões de africanos às portas da Europa,
concretamente da Europa do Sul. Então, é necessária a grande política, e por isso é
que eu, há muito tempo, sou defensor de um Plano Marshall para África. Para que se
desenvolvam lá.

Sandra de Sousa: não se resolve com muros, com portas...

Respondi: não é possível, não é possível face a milhões de africanos que vão
chegar...

2. Fiquei, pois, muito satisfeito, ao saber que a França e o Benelux, numa


reunião recente no Luxemburgo, que juntou Emmanuel Macron e os primeiros-
ministros luxemburguês, holandês e belga, querem que a Europa concretize
esta ideia. "A União Europeia deve implementar uma versão do Plano Marshall em
África, com uma ambição operacional concreta com os parceiros africanos", afirmou o
belga Charles Michel.

3. Neste contexto, penso também que o clero africano tem um contributo


fundamental a dar, desde que assuma as suas responsabilidades, ultrapassando
as razões que sustentam críticas de missionários e de bispos. "O sacerdócio não
pode ser um trampolim para sair de África porque é pobre", disse à Agência Fides o
padre Donald Zagore, da Sociedade de Missões Africanas, citando Marcelin Yao
Kouadio, bispo da diocese de Daloa. "As razões recorrentes (da emigração de
pessoal eclesiástico) continuam a ser a procura de bens materiais e de prestígio."
Além disso, "muitos africanos pensam que são superiores ao resto, particularmente
nos círculos eclesiásticos, porque vivem, trabalham ou estudam na Europa. É
dramático pensar que a essência de África chegue à sua realização quando goza do
prestígio europeu". Em Maio de 2018, Ignace Bessi Dogbo, presidente da
Conferência Episcopal da Costa do Marfim, também denunciou o fenómeno dos
"sacerdotes errantes": sacerdotes que se negam a voltar a África depois de estudos
ou de uma missão na Europa.

Seria lamentável que o clero africano, concretamente o mais bem preparado com
especializações no estrangeiro, fugisse às suas responsabilidades e não desse o seu
contributo imprescindível à promoção e ao desenvolvimento do seu continente e dos
seus países.

Padre e professor de Filosofia

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