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PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE
• • •
NO PROXIMO NOMERO I
-- x --
. PERGUNTE E RESPONDEREMOS .
Assinatura anual .......... _..... ... .... . ... . . . . .. .. ... .. Cr$ 40.00
Número avulso de Qualq uer m~s . . ... ... .. .. . ... . ..... .. C r$ 5.00
Volumes encadernados de 1958 e 1959 Cpre('O unltlrlo ) .. ' Cr$ 35.00
Indlce Ge ral de 1957 a 1964 _..... .... ... . . . .............. Cr$ 10.00
EDITORA LAUDES S. A.
REDAÇAO DE pn ADl\nNISTRAçAO
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Na. OB, à. Rua. Real Gra.ndeza 108. a Ir. Maria. Rosa Porto
tem um depósito de PR e recebo pedidos de assinatura. da
revista. Tel.: 22(J.l822.
EV ANGELIZAÇÃO
o m!s de outubro 1974 é assinalado, entre outro!! marcos.
pela reunião do Slnado Mundial dos B 'spos em Roma: repre-
sentantes do episcopado do mundo inteiro estudam então con-
juntamente as QUestões relacionadas com o anúncIo da. Boa~
-Nova (EvangeUzaçio) aos homens de hoje, cujos interesses e
presr.upostos se vlo diferenciando ceda vez mais dos de -tem-
pos Idos.
Os fiéis ~at6l1co.s ou mesmo os povos do mundo inteiro
hão de se sentir Interpelados por esse esfortO de dlêlogo que
a Igreja deseja aUmentar com a humanidade contemporânea,
tio 59(:udida por problemas de pressões, seqüestros, inflação, ...
tão capaz de descrever seus maJes, mas aparentemente tio
obseureclda frente Aquele que decisivamente lhe pode levar
remédio.
À medida que o cristão recebe' as noticias que dlarlamente
a Imprensa lhe comunica, senre-se movido a uma resposta ainda
mais lúcida e efIcaz. Não é o abatimento que o invade, mas,
slm, a consciência do papel que lhe toca frente aos apelos dos
tempos! Não quis o Cristo que seus disc'pulos fossem o sal da
terra e o fennento na massa ? Cf. Mt 5.13 ; 13,33.
Para ajudar o cristão a dar a sua resposta (e à guisa de
contrJbu'lção para o Slnodo Mundial dos Bispos), a Confe~ncla
Naclonal dos Bispos do Brasil, por melo da sua .Comissão Re-
presentativa reunida em agosto·setembro pp., elaborou Impor-
tante documento, do quallnteressa aqui salientar a1guns t6picos:
"89. Evangelização é fazer ver a Novidade do Evangelho.
Torna-se diffcil 8 conversl!io Quando não é mais percebida esta
Novidade (Boa NoUcla) do Evangelho. A palavra de OeU9 con-
ver1e e congrega no momento em Que visa uma atitude de
encarnação na vida. Palavra-Acontecimento".
Em outros termos, este texto quer dizer que o crIstão nâo
poderá evangelizar se não encarnar em sua vida a novidade do
Evangelho ou se não se renovar Interior e exteriormente. Posso
então pe~tar-me hoje pungentemente: «Quem é Jesus
Cristo para mim? A minha vida seria diferente se eu n§.o acre-
ditasse nele? A minha fé em Cristo é capaz de me fazer pensar
e agir diversamente daqueles que não acreditam em Jesus ?»
Em outro item, o mesmo documento exprIme o seguinte
voto:
- 365 --
"10. Que o Slnodo faça um apelo veemente para que 08
leIgos assumam a sua reaponsabilldade terrena e secular na·
queles problemas decisIvos próprios de sua mlssAo laica''',
E.B.
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«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
Ano XV - N' 178 - Outubro d. 1974
Em Petr6pollo, Jutho-1974 :
• • •
Comentú.rfo: Entre as numerosas palestras da n Semana
l nternaclonal de Filosofia realizada em Petrópolis (ru ) de 14-
a 20 de julho pp., destacou-se. ao lado de outras nolAvels, a do
Prot. Evandro Agazzl, da Universidade de Gênova (Itália) . O
conCerencista abordou o terna : cO apelo à Filosofia na clvili-
zaç50 do nosso tempo», vnlendo-se da ocasião para ana.U.mr o
- 367 -
" cPE:RGUNTE E RESPONDEREMOS. 178/1974
1. Ouo' a RIo.ofia?
Nwna primeira abordagem, que é etimolÓgica, pode--se dizer
que a Filosofia é o can10r da Sabedoria. (phlHa = amor; 80.
phia = sabedoria, em grego). O nome foi forjado por PItágoras
(séc. VI/V a ,C.); este observava que a sabedoria convém pro·
priamente a Deus só; o homem é tão somente um amigo ou
um desejoso da sabedoria..
Aprofundando o conteúdo de tal nome. J'acques Marlta.m
assim escreve: cA Filosofia ê o conhecimento cienffioo que
pela Juz natural da nzão considera as causas primeIras ou as
razões mais elevadas de todas as coIsas. (cIntrodu;li.o Gemi
à Filosofia:., p. 71).
Expliquemos os termos desta definição :
1) Conhecimento cIentifico, isto é, conhecImento certo
(aflnnado com certeza) por causas. O homem aspira a saber
os porquês da reaJidade. Notem-se, porém. as observações de
Maritain : cNão pretendeinos afinnar que a Filosofia resolve
com certeza todas as questões que possam surgir em seu doml·
nlo. Em muitos pontos o filósofo deve contentar-se com soluções
prováveis ou porque a questão ultrapassa o alcance atual da
sua ciência, como acontece em lnúmeras partes da Illosofla na·
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_ _ _ _ _ _=-FILOSO==~ AINDA VALE ,
•
tural e da psicologia, ou então porque não comporta por si
mesma nenhwna outra solução (no caso da aplicação das re-
gras morais aos casos partlcu1ares) . Todavia este .elemento
simplesmente provilvel ~ acidental à ciência como tal. A Fllo-
sofia comporta mals certezas, e eertezas (certezas metafIslcas)
mais perfeitas do que qunlquer outra clencia puramente hu-
mana.' Ob. p. 72).
2) Razão Da.turaJ •• . A luz sob a qual o íllósofo trabalha,
ê a da sua inteligência discursiva (razão). sem recorrer dIreta-
mente à fé. A teologia, ao contrãrio, recorre à revelação sobre-
natural feita por Deus aos homens. Ê também a razão que o
filósofo exercita, e não o instinto natural irrefletido. Nas pes-
soas simples existe. por exemplo, prudência •. .. prudêncIa irre-
fletida, espontânea, quase Instintiva; no filósofo a prudência é
o efeito da reflexão laborIosa da razão.
3) causas primeiras ... cA Fllosotla trata de todu as
coisas; é urna ciência universal ... Precisamos de entender sob
que ponto de vista ela se OC'Upa de todas &'l coisas. ou ainda o
que a interessa diretamente e por si mesmo em t-odas as coisas:
ocupando-se do homem. por exemplo, procura saber acaso o
número de vértebras ou. as causas de suas doenças "! Não; é
domínio da Anatomia e da Medicina. A FilosofIa trata do
homem para saber, por exemplo, se ele tem uma inteUgênc1a
que o distingue absolutamente dos outros animais, se tem uma
alma, se é feito para gozar de Deus cu para gozar das cria-
turas, etc. Chegando a este ponto, não é poss:vel fonnular per-
guntas a1ém e mais alto. Digamos que a Filosofia vai procurar
nas coisas, não o porquê mais próxImo dos fenômenos que caem
sob os sentidos, mas, pelo contrário, o porqu~ mais remoto des-
ses fenõmenos, o porquê mais elevado. aquele que a razão não
pode ultrapassar. Em linguagem ruosôfica, isto slgnlfl.ca que
a Filosofia Me se preocupa com as causas segundas ou razões
pr6:x1mu, mas com as causas primelras ou ali principIas an-
pnmos, ou as razões mais elevadas,. (Marltain, ob. cit., p. 69s).
Após estas poucos noções, podemos entrar cllretamente na
questão: a Filosofia ainda vale em nossos dias !
2. O problema
1: Inegável o tato de que a Filosofia hoje em dia va1 sendo
cada vez menos cultivada. l!: menosprezada porque para nada
serve; nfio costuma dar direito a empregos vantajosos e a uma
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6 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 178/1974
3. Prese~ da filosofia
Refletindo sobre estes dados, o filósofo não pode impedir-se
de fazer as seg\lintes conslderacÕes :
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FILOSOFIA AINDA VALE? T
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FILOSOFIA AINDA VALE? 9
3 .2 .2 . Ciência' qu••tlonada
Em certos setores, nota..se hoje em dia uma revolta vio-
lenta contra a própria ciência. Esta Impulsiona o progresso e
o bem·estar; mas nio propõe o sentido da vida, nem apresenta
metas ao homem capazes de 'ustlticar a corrida do progresso.
Ao contrãrlo, a ciência e a técnica, com suas conquistas e suas
criações. ofuscam o homem; materlali:zam.no, absorvem-no,
impedindo-o por vezes de cultivar os valores mais tipléamente
humanos que são o amor, a fraternidade universal, a justiça,
a paz. .. A elevada civüfza.cão suscita novoS problemas ao
homem, deixando·o insatisfeito e vazio em melo ao bem-estar
e 80 conforto material. - Ora tal situacão vem a ser um apelo
ao pensamento filosófico e à fllosofia., pois é esta que procura
mostrar ao homem o sentido da Vida, do progresso, do recurso
à técnica, ebrindo-lhe horizontes mais 'humanos e menos me-
cân1cos do que os da técn1c.8..
Pergtmta-se agora :
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10 <PERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 178/1974
não quer dizer que a verdade seja relativa, mas, slm,. que cada
geracão tem Que Urar da perene verdade as respostas pua as
suas circlUlStàncias próprias de vida. Por isto é preciso fazer
da filosofia algo de sempre vivo, sempre contemporâneo.
Se a filosofia não assumir a tarcl'a de oferecer ao homem
algumas teses sobre o sentido da vida, do trabalho, do pl'().o
gresso, da luta e da morte, os diversos tipos de Ideologia e de
<mística. a asswnlrão (pensemos no marxismo. DO fascismo,
no racismo, no totalitarismo, nas Ideologias pragmatistas, vo-
luntariStas e sociais ... ) . Com efeito, o homem de hoje quer
critérios para julgar.. Os que a filosofia lhe oferece, são crité-
rlos racionais e lógicos. Os que as outras fontes propõem, são
crltérros e respostas Irracionais, emotivos ou dogmáticos pre-
concebIdos, nAo sujeItos a diseussão (embora venham de fontes
humanas) . Por IncrIveI que Vareoa" os homens de hoje, al)1!SBr
de terem natural aversão ao dogmatIsmo, estão profundamente
imersos no dogmatismo.
A única altemaUvn que se pode opor A violência, é a razão
ou o filosofar. Vemo·nOS hoje em dia freqüentemente diante do
do dilema : «Ou violêne1a cega. emotiva, dogmática. ou razAo
serena, lógica e lúdda,. Com efeIto, que podemos fazer diante
de um adversârio! - OU tentareJ1l()S dialogar com ele e con-
vcmce-Io •.. Ou o venceremos pela violência . .. VIolência que
nem sempre é tísica, mas pode ser pressão econômica, sociaJ,
propaganda dlaléUca, persuas8e dissimulada e pouco honesta.
Ora esta última alternativa nâo é rara em nossos dJas, pois ()S
homens perderem a confiança na razão; dai terem freqUente·
mente um comportamento cego, brutal, que põe em perigo não
só o adversário agredido, mas o próprio agressor.
Dirá a lguém: cNão ; os homens nfio perderam a confiança
na razão. Utillzam-ne ~m suas pesquisas cientificas e em suas
realizações téenlcas. Isto basta. Na f'llosofia, cada um pode
seguir as suas Jntu1cÕes pessoais; alguns se guiarão mesmo pelos
sentimentos e as emoções, em oposJcão aos critérios da razâo!:t
T al modo de pensar é errÔneo. ~ mais importante, para
o homem, ter Idéias lúcidas e J6gfCllS em questões fUos6fioas ou
no tocante ao sentido da vida do que em matérIa cientifica.
Com efeito ~ um cientIsta pode trabalhar a vida inteira em seu
laboratório pesquisando a estrutura do Atomo, sem encontrar
a resposta cabalou fonnulando hip6tese sobre hipótese, enga-
nando-se mais de uma vez ... Isto, porém, não lhe frustra a
vida; pode se'l' um homem cheIo de méritos a levar wna vida
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_ _ _ __ __ FILOSOo:=_FIA AINDA VALE ? 11
5. ConclusOo
As idéias expostas pelo Prot. Evandro Agaz:zi são especial-
mente OportlUlas em nosso Brasil, onde, de um lado, se vão
fechando os cursos de fUosotia (dita cplU'a» ou cproprlamente~ )
por falta de alunos e, de outro Jado, nos cursos alnda existentes
l3e ensina mais história da filosofia do que filosofia propria-
mente dita.
Verdade ·é que a filosofia nâo é comerclável nem lucrativa .
.t: o que
afasta muitos jovens dos cursos de fUosofia pura; p~
dsam de diploma para trabalhar em empresas e escritórios.
Todavia seria altamente oportuno que nos cursos de ciências
e técnicas não faltasse jamais uma. cadelra de fDosafia, na
qual os alunos fOS&em incitados a refletir sobre as questões
fundamentais que todo homem (mesmo o técnico) traz em si:
cDonde vlmos? Para onde vamos? Qual o significado da
vida? ,. do trabalho? .. de dor? .. da morte'!lt
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12 ..PERG1.1NTE E RESPONDEREMOS, 17811.974
Blbnografla :
J . Marltaln. "lnlroduçlo Garal • Fllosofle. Elementos de Fllosolla 1".
Rio dt!l Jenelro, g, Id., 1970. .
J. M. BochlJ't5kI. "Olrtllrlzes do pnsamanlo mosóllco", 510 Paulo 1981.
E. Prado de Mendonça, ·'0 mundo pree1sa de filosofl .... Rio de Ja-
neiro 1988.
E. H. Oreher. "Que. Fllosofl.1·'. Curltlb. 1973.
-376 -
Quem alo?
- 3T1
14 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 178/1914
1. Os anabatistas
A palavra -canabatlsta. (Wlcdertãufer, em alemão) quer
dizer .aquele que batiza de novo:t ou co rebatlz.adoI'» (anã = de
novo, em grego).
1. No séc. m houve na Igreja uma controvérsia anaba-
tlsta: muitos bispos da Atrica do Norte julgavam que o ba-
tismo admlnlstrado por herejes era tnvâlldoj em oonseqUêncla,
batizavam de novo um hereje desejoso de entrar na Igreja
Católica (embora lã tivesse sido batizado por nov8clanos ou
montanistas õu outros dissldentes . .. ). Esta tese foi rejeitada
pelo bispo de Roma, o Papa S. Estêvão; este reaflnnou a tese
da ~ja (até hoje vê.llda) : um hereje que tenha sido bati-
zado fora da Igreja. Católica (com água natural e as pala-
vras devjdas) não deve ser rebatizado, mas apenas se lhe im-
põem as mAos em sinal de reconcWa.ção. .As dú.vidas dos bispos
nlrlcanos assim se dissiparam, e a questão em foco terminou.
2. No séeuJo XVI, enquanto se processavam as lutas re-
ligiosas na Alemanha deseneadeadas por Martinho Lutero
(t 1546), tomou vulto um grupo dito celas Profetas de
ZwiclcaQ::t, chefiado por TomAs MÜI1Zer, de Waldshut (1489-
-1525). Este crlsti.o tornou-se e.depto de Lutero, que ele con-
siderava cexemplo e luz dos amigos de DeuS:t. Em Zwlckau
constituiu uma tacoio, que 80S poucos foi ultrapassando as
- 378-
QUEM SÃO OS BATISTAS ? 15
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16 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 1'l8/].g74
2. O Movimento Batista
Os batistas filiam·se aos anabatlstas do século XVL
1.. A Inglaterra passou por urna reforma religiosa bllc1ada
por Heru1que VIII (1509-1547) e definitivamente implantada
pela rainha Ellzabeth (1558--1603). A Comwlhio religiosa an~
gllcana assim instituida apresentava-se bem mais conservadora
do que as comunidades lute!'anas e refonnadas do continente
europeu: tinha seus bispos e um ritual litúrgico bastante de-
senvolvido. Tal situação suscitou na Inglaterra a oposição de
grupos não conformistas, desejOSOS de mudanças rel1giosas mais
radicais. Entre estes contavam-se os puritanos presbiterianos,
que prevaleceram principalmente na Escócia com John Knox
(disclpulo de Calvino), os Congregacionallstas (que atribulam
o governo da Igreja à congregação local e não à hierarquia dos
bispos e presbrteros).
-381-
18 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 1'l8l19T4
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____________ QUEMSÃO_~~~ns~T~AS~?___________~~
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20 cPERGUNI'E E Rli:SPONDEREMOS,. 178/1974
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"Receber Crllto como Satvador".. . onde?
• • •
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QUAL A IGREJA DE CJUSro? 23
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24 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 178/1974
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QUAL A IGREJA DE CRISTO ?'
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26 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 17111914
A re3pel!o veja
PR 13/ 1959, pp. 10-20 (primado de Pedro).
PR 10411959, pp. 110M (Inlallbllldade di Pedro).
PR U / 19sg, ~p. 57-.60 (lgrlJa , naeeuArle 1)
PA 41/1981, pp. 489-478 (o axlol'l'lI. "For. da Igreja nlo I\i ulvaçlo").
PR 8.4/ 196-4. pp. 513-523 (eolaglado doe bispos e Papado).
FI. OatUer, "Pedro em Roma", em REB 34 (19704) pp. 3S1s.
F, Bouehard, "Juventude da Igreja ou a grenda tantaçao moderna".
Slo Paulo 1970.
J. leelercq, 'V.olldl vai a Igrlle de hoje". 510 Paulo 1970.
P. Mlehalon, "A unldada dos erlatlos". 510 Paulo '969.
• • •
estante de livros
(Contlnuaçlo da 3' ca pa)
O trabalho qUI o padre faz oom a gente, • multo bom, e IIrla ainda
melhor ae el.. pudes..m estar elnda mala na comunidade, maa o mais
Importante 6 o eneonho enlre n.6s mesmOJl.
Oplnllo de uma Jovem casada. que nos acompanhou no !ceal e qua
IA viveu no lugar a atuou como catequista h6 qUillro anos: dll MnJlr-se
multo bem naquela lugar; embora morando am Uranla, p rocura estar sempMl
com a comunidade, onda pode nnUr o crescimento da unllo entre as
. peUOU".
(Comunidade do O6r1890 do Fandango. Urlnla, d!oeflsI di Jalea, SP).
OI... em II8fIIlt1vo. Ranaxilea de um ,ot6grafo. por Peler Mulder. Tra·
duçlo do italiano por F. Tesearolo. - Edlçlles Paullnas, $lo Paulo 1974,
230 x 295 mm.
Esle livro nlo • eomo um &!Itudo da leologla slstemiUel. I! obrll de
um artista, que fal a para anlstas, Intuitivos e mlsUcos. aplo, por6rn, a des-
partar em todo e qualquer leitor profunda Intuições. O autor apresenta a
ob.e dllendo que, um clla. seu filho !Ia quatro antls perguntou a. mi a :
"Mllmlo, plpal é lot69 rafo; por qUI nlo lira uma fotog'efla de Deus?" Isto
motivou o pai a procura r nos dasenhos caplados pela folograUa Imagons
de Deus, Imagens que, sendo IInllss, sarAo sempMl negallvoa do lnllnlto ...
P. Smulder epllse nta, pois, uma sélle de belas fotografi as acompanhadas
de lexlos explicativos, alravé. dos quais procura "Iluclder ~ alllbutos de
Oaus a o relaclonamenlo "Deus fi homens". O livro, lIuslMldo como e, se
pr.". pala servir de presente a para ajudar os lallores a medita, sobra
as belezas da natureza. "Compree ndi que, para obtar o relrato de [)aus, fi
.:lnlca eolta realmenle nacesséda e anconlra, o negativo de Oaus" (Inlro-
duç-Io). - AI plglna. do livro careeem da numaraçAo (po, que 7).
E. B.
- 391 -
MIslJea maometana:
o suflsmo: que é?
- 394-
SUFISMO: QUE 1:? 31
-395-
32 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 17811974
Mais:
"Entre U e mim hi um 'lU IOU' que ma entristece. Afasta. poIs, em
tua bondade a.te 'eu sou' ".
-398 -
SUFlSMO : QUE 2 '7 35
-399-
Algazet (1058-1111). Tendo nascido em Ths, provlncta persa,
ded1cou-se primeiramente ao estudo do Direito. Em 1091 foi
convidado para ensinar na Universidade an-Nizamiyn de
Bagdad. Tomou-se então absolutamente cético. pondO em dú-
vida não somente as verdades religiosas, mas também a possl-
bUidade de qualquer conhecimento seguro. Quatro anos mais
tarde, tendo feito profundo estudo do sufismo, passou por uma
conversão religiosa radical, da Qual um dos principais motivos
foi a pêrspectiva do jui20 final. Al-Gazzali abandonou então a
sua magniflca situação em Bagdad e abraçou a vida de suflsta.
encontrando nela .paz para a alma e certeza para o seu espi-
rito:.; estava convicto de que um edificio doutrinai puramente
filosófico carece de fundamento flnne; a experiência religiosa
ou rnlstica ~e dar solidez ao que a razão afinna.
Algazel teve o grande mérito de basear a té sobre o fun-
damento do amor de Deus - o que acarretou válida restaura-
ção dos costumes. O Corão e a tradição islâmica foram toma-
dos estrItamente como fontes inspiradoras da fé e da piedade
islâmicas, em lugar das escolas filosóficas. Assim Algazel tor·
nou-se o grande doutor do Islã, doutor cuja importAncia é por
veus comparada à de S. Tomás de Aquino no Catolicismo.
Resta agora perguntar :
Ou ainda:
"Esla IgraJa (_ única Igreja di Crlslo), conslllulda e org.nlzada nesle
mundO como uml sociedade, sumlsl" na Igreja Católica. govamada pelo
auccuor de Pedro e pelos bispos em comunhlo com ela, ambora fora
da lua VI.lv.1 estrutura le encontrem v'rlos elementos de unUllcaç!o e
verdade" (Cons!. "Lume" Genllum" 1'19 81.
2 . 2. O panlaiamo
1. Como vimos, o sufismo foi mais e mais tendendo para
o panteísmo: o mistlco se identificaria com a própria Dlvln·
daele no auge do seu processo de união com Deus. - Estâ
dare que tal concepeão não resiste ao crivo da 1ógica, pois na
verdade não pode haver identidade Inicial nem processo de
Identificação entre o hemem e Deus. O Todo-Podroso, sendo
Absoluto, Eterno, inlinitamente Perfeito, é radicalmente diverso
de qualquer criatura, cuja lndole própria é ser ccntlngente,
relativa e Umitada j o Infinito não é a sorna de termos ilnito's j
Ele não tem partes; é a posse simultânea de si mesmo sem
passado, presente ou futuro.
Não se deve Julgar que li! transcendéncla divina exclua a
aplicação das regras da 16g1ca a Deus. Para Deus, o Sim não
é Não, como também para nós. homens; para Ele, o Sim logi-
camente é sempre Sim e nunca. Não; o que para nós é ilógico,
também para. Deus é Uógico. Assim dizemos que, para Deus,
<circulo quadrado» é algo de absürdo, que Deus. Todo~Poderoso
como ê, não pode f8.2er em hipótese alguma.
Mais; a transcendência de Deus não quer di7:er que Ele
nlo pcssa ser reconhecido pela aplicação da lógica e do racfo-
clnlo. A r82ão nos leva a atingir Deus em si, à semelhança das
perfeições ocorrentes nas criaturas; por conseguinte, dizemos
que Deus é Amor, Paternidade, Bondade, Justiça; todavia não
~ Amor, Paternidade, Bondade, JustiÇa como (ou do modo
oomo) os homens são tais.
2. A mística cristã coneebe um Deuli transcendente e pes-
soal, com o qual a criatura hwnana deve entrar em (ntima
Wllão sem, porém, se confundir ou Identificar com Deus. S.
Agostinho formulava esta concepção, aCinnando (l respeito d<>
- 402_
SUFISMO: QUE 1:: T 39
Blbnog,afl. :
Fr, Kônlg. "Crfsto y 1113 retlalones de la lIarra", 3'1' vor. IlAC 208.
Madrid 1961,
-403 -
40 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS .. 178/1974
APENDICE
V ai aqui transcrtta a bela página em que o Concillo do
Vaticano TI se retere ao Islã :
-404-
Documentérlo :
1. O fundo d. cena
Aos 20 de maio de 1914, faleceu em Paris o Cardeal Jean
Danlélou, Religioso da Companhia de Jesus, enúnente teólogo
e membro da Academia Francesa.
Nascera em Neullly (Bretanha) aos 14 de maio de 1905,
tendo, pois, morrido aos 69 anos de idade. Seu pai, Charles Da-
niélou, era jornalista, deputado do FinlsMrlo, várias vezes minis-
tro e amigo de Aristide Briand; professava ,) laicismo radical.
Ao contrário, a mãe de Jean era cristã convIcta, educadora
notável, fundadora. do cCoUege Salnte-Marle» e da Escola Nor-
mal livre de Neullly. cS a ela que devo a minha vocação de
intelectual», reconhecia o Cardeal, «ou simplesmente a minha
vocação. Foi ela quem me ensinou a oran.
Jean entrou na Companhia de Jesus aos 24 anos de idade
em 1929 e foi ordenado sacerdote em 1938. DedIcou-se, a seguir,
principalmente ao magistério e à redacão de numerosos livros
e artigos. Era ardoroso arauto e propugnador das verdttdes
da fé.
Em 1969, foi nomeado Cardeal pelo S. Padre PauJo VI.
conservanda.se até o tlm da vida sempre simples e pobre. A
respeito da morte escreveu em carta a Jacques Chancel :
"Para mim, 8 morte é essencialmente a suprema pobreza.
'S; o momento em que somos totalmente despoJados. Nesta
perspectiva, posso dizer que nao receio a morte; não o faço,
porém, como um estóico ... O sofrimento suscita-me o medo.
Todavia tenho confiança em Deus. Ele saberá levar-me . .. em
boas condições".
-405 -
4.2 ePERGUNTE E RESPONDEREMOS:t 17811970S
2. Testemunhos
1) l\l1mi Santonl ... O semanário alemão cNeue Bildposb,
aos 30jVI pp., pubUcou o depoimento da próprIa baUarina
assim concebido;
"O dinheiro que O Cardeal me trouxe, era para meu filho.
O pai dele me abandonou e eu me encontrava em extrema
necessidade. Não podia trabalhar por causa da criança. O
Cardeal Daniélou velo a saber da minha situação através de
um conhecido meu e quis ajudar-me. Juro sobre o Evangelho
que entre o Cardeal e minha pessoa jamais existiu qualquer
outra relação" . •
A porteira do prédio ortde o Cardeal morreu, d~arou , por
sua vez, que o Cardeal não freqUentava aquele local, situado
perto da residência dos jesultas, onde o prelado morava.
~ notório, aliás, Que Danlélou, além de exercer Intensa
atividade intelectual, se interessava com zelo apostólico por
casos pessoais aflitivos nos ambientes mais difíceis de Paris.
Assim procedendo, nAo fazia senio imitar o próprio Cristo,
que se sentava ê. mesa com os publicanos e pecadores (d.
Me 2.16) e permitiu à mulher Infame, mas contrita, que lhe
oscuJasse os pés em sinal de arrependimento (cf. Lc 7, 36-50).
O autêntico pastor não recusa Ir procurar a ovelha onde quer
que ela se tenha perdido.
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MORTE 00 CARDEAL DANmLQU 43
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foi cPERCUNTE E RESPONDEREMOS. 178/1974
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a terra de israel em foco
v. Jerusalém: o s••to sepulcro
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TERRA DE ISRAEL EM FOCO
Como quer que seja, o peregrino que deseje orar nos luga-
res da crucifixão e da ressurreIção de Jesus, pode fa2ê-Io com
toda I;l piedade. Entre na basIlIca e compenetre-se do que ela
representa para a história da humanidade. ~ um símbolo do
amor de Deus aos homens e também um sImbolo do amor que
os homens (sempre limitados e deficientes) quiseram retribuir
00 Salvador. 1: 19Ualmente o testemunho de que a morte não
é morte, mas translCio J?Il1"3. a vida eterna. Esta verdade se
torna especialmente eloqUente para. quem toma consciência de
que ~ba1xo do lugar dedicado il crucifixão de Jesus existe a
co.pela de Adio,. ,. como se Adão tivesse sido sepultado lã, a
°
Ílm de reeeber sangue de Jesus derramado na cruz e assim
reviver ~ :e,' aliás, por causà dessa lenda que muitos crucülxos
têm aos pés do Cruclticado um crinio e ossos em fonna de
cruz ...
Estêvão Betteo.ourt O.S.B.
• • •
estante de livros
boda • MoJHs. por ClllUde Wl6ner. Trtldl,lÇlo do r,.neta. - Ed,
Loyola, 8100 Paulo 1974, 148 pp., '45 x 215 mm.
O bodo (ou salda) do. Is re.,Utas :' hUldos M Egllo o gul.adol por
Moi". para a Te,.,. Prometida (86e. XIII ... c.) • o fundo de cona sobre
o qual os Profet., blbllcos anunciam a vinda do futuro Mntles. os escrllo-
res do Novo T.,tamento O eponlam presenle (cf. Jo, , Cor, MI ... ). 1l: por
Isto qu. O. Ilvloa bRlllcos relerent.. ao êxodo (Ex, levo Núm, DI) tlm
Impor1l1ncla perene al6 ho}e. Entenda'la. pola, que Claude Wlénar tenha
pensado em apresenlar ao publico de nossos dias um comenl6rlo 10016glco-
-querlgm'lIco do 6xoc1o de Mo"'" O autor .abe multo bem quanlo • dlflcU
reconslltulr o daccrrer exalo doe aeonteclmenlOl dessa epopéle. poli lU
respecll\las tradlç6e1 de Israel , . entrelaçam no Pentateuco; todavia Julga
(e com rado) qve AlrAv" dai dlwnll.I maneira. de narrer do 10llto blbllco
ae podem perceber cinco facelas de DeVI, cujo significado' vêlklo e el~
~üenle s16 hoJe :
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. "PERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 178/1974
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Comunidade: Igrela na bISe, ColaçJo ~ Esludos da CNeB" n' 3.
Ed. Paullnaa, 510 Paulo 19704, 19B pp., 130x '85 mm.
Aa comunidades ecteslals de base (CEBI) constituem uma expreSSA0
recente da vida da Igraja: reunem Iléls catôllcO$ desejO$o, de vNcr mais
Inlensamente em çomunhlo de 16, ..-nor e sacramenlos, li que Isto se loma
liiflcll nu populosas paróquias modernas, cuios membros pouco conhecem
UM dos oulros.
O numero de CEBs vem-Ia multiplicando no Brasil de N I S, de L I O.
Dada. Imponência das mesmas, li ConlarAncla Nacional dos Bispos mandou
proceder 8 uma Ivariguaçio dos resullados de lal experiência. Ora o Jlvro
açlma citado apresenla: 1) RelleJIIÕ8a aoclológlcaa resultantes da pesquisa
efatuada' no setor das CEBs: 2) Rellexõee leolõglcaa sobre ft IgreJa:
3) Conclusõea pastorais I perspectiyas. No fim, lem--se uma saleçlo de
textos : slo depoimentos dI bispos, ucerdotes I leigos, qUI 16m peltlcl--
pedo de vida d6 alguma comunidade aclesl.1 de base.
O livrinho 101 elaborado com nolAvel mellçulosldade. Embora versa
80bre um. face muilo concrela da .... I!ta da Igrela conlemporênea, fec. de
que poucos IIéla têm eJllperllncla, .presenla Im seu corpo um belo 8sludo
sobre. Igreja (pp. 111-US,), baseado em IUIOS concilia res a documentos
dos Ponllllc8s recentes; eSSa esludo poderA ser aproveitado pera 11M d.
relle xlo e cur.os Independenlemenle do contexto das CESso
A guisa de lIustraçDo do que sal.m as comunIdades eofeslals da base,
transcrevemos abelxo três depoimentos eontldos no livro, aos quais oulros
muitos fazem .co :
"Tentamo, vl ..... r a vide da Igrela 11m maior profundidade,
Nesle grenda Sllo Paulo, onde ninguém s. çonheçe, .6 mesmo lendo
um local acolhldor, que favoreça o enlrosamenlo f'l"Ilre as pessoal, pelo
menos num dia da .emana em que Orer~c8moa viver uma experlênele de
comunluade.
Aqui no, sentimos responsAveJ, e membros participantes da Igreja.
Na paróquia Islo 010 A posslvel, Muila genle 8 POUÇIl comunlcaçlo.
Buscemos uma vkta comunitária mais autlnllce.
O secerdote' a 'alma' desla comunldada, sem o qual ela nlo
existiria". .
(Comunidade do Sumarezlnho, .rquldlocl" de Sio Paulo, Slo Paulo)_
"Sentimos grande melhoria na comunidade com esle trabalho Inlçtado
pelas irmb.
O nlv.1 de InslruçAo cresceu, tornamo-nos mels clylllzados.
Ajudou-nos a resolver muitos problemes, como a higiene, o atendi-
mento lOS pobres. Esta Irabelho precls ..... a e"i,Ur.
Trouxe uma nova vide, uma aleorla eo local. O povo vibra com 8
espera dfl Irmll no fim d•••m8l1e,
Esle trabalho mostra o zalo da Igreja pela zona rural".
(Comunidade de S. Sebestllo do Jurumlrlm, arquldlocese de Ma-
rl'lne, MG).
" . .. No t:ampo religioso, as pessoas esICio mais unIdas.
O lugàr e slA mais anImado agora, mas sentlmoa quando uma lamltle
deixa nOlsa comunidade em busca de noves 'erras.
A. pregaç6es dos dlrlglntes t~m unido multo o povo.
Depois do 1ea1ro, o pO\lO S8 despertou para multa COisa que nlo
entendIa, na comunldatle.
Depois da cada atividade, I g.nte laz revlslo_ o que n08 ajuda.
conllnu.,.
(Conllnue na pAg_ 391)
" MEU DEUS ME DISSE UM DIA :
- D~-ME UM POUCO DO SEU TEMPO.
'00
E oEU RESPONDI: :
- SENHOR, O TEMPO QUE TENHO NÃO ESTÁ DANDO
NEM PARA O MEU PROPAlO GASTO ...
MENTE NÃO
., TENHO UM MINUTO
. DE SOBRA .
~,