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MPU
Com base no Edital nº 01/2018 – DOE de 21.08.2018
• Revisão ponto a ponto •
COORDENAÇÃO
Henrique Correia
2018
Direito Administrativo
TÓPICO
CONTEÚDO PREVISTO NO EDITAL PARA
CORRESPONDENTE
ANALISTA DO MPU
DO LIVRO
1 Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes, natureza,
1, 2 e 3
fins e princípios.
2 Direito administrativo: conceito, fontes e princípios. 1e2
3 Ato administrativo. 3.1 Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies. 3.2 In-
4
validação, anulação e revogação. 3.3 Prescrição.
4 Lei nº 8.112/1990 e suas alterações 5
5 Poderes da administração: vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar e regu-
6
lamentar.
6 Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação, formas e competência de
9
prestação.
7 Organização administrativa. 7.1 Administração direta e indireta, centralizada e des-
3
centralizada.
8 Controle e responsabilização da administração. 8.1 Controle administrativo. 8.2 Con-
10 e 11
trole judicial. 8.3 Controle legislativo. 8.4 Responsabilidade civil do Estado.
9 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações. 12
10 Lei nº 10.520/2002 e suas alterações e Decreto 5.450/2005 e suas alterações. 12
11 Decreto nº 7.892/2013 e suas alterações. 12
TÓPICO
CONTEÚDO PREVISTO NO EDITAL PARA
CORRESPONDENTE
TÉCNICO DO MPU
DO LIVRO
1. Noções de organização administrativa. 3
2. Administração direta e indireta, centralizada e descentralizada. 3
3. Ato administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies. 4
4. Processo administrativo. 7
5. Agentes públicos. 5.1 Espécies e classificação. 5.2 Cargo, emprego e função públicos. 5
6. Poderes administrativos. 6.1 Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. 6.2
6
Uso e abuso do poder.
7. Lei nº 8.666/1993 e suas alterações. 12
8. Lei nº 10.520/2002 e suas alterações e Decreto nº 5.450/2005 e suas alterações. 12
9. Decreto nº 7.892/2013 e suas alterações. 12
10. Controle e responsabilização da administração. 10.1 Controles administrativo, judi-
10 e 11
cial e legislativo. 10.2 Responsabilidade civil do Estado.
11 Lei nº 8.112/1990 e suas alterações 5
1. Direito Administrativo: Noções Gerais
Sumário: 1.1. Natureza jurídica. 1.2. Conceito do Direito Administrativo. 1.3. Objeto. 1.4. Fontes. 1.5. Sis-
temas Administrativos
ATENÇÃO!
O presente tema consta, apenas, no conteúdo programático (Direito Administrativo) que será cobrado para o
cargo de Analista do MPU.
ATENÇÃO!
O Estado possui três elementos: Povo + Território + Governo Soberano. Soberania = independência no âmbito
internacional + supremacia no âmbito nacional. O Estado possui personalidade jurídica de Direito Público – o
fato do Estado atuar tanto no âmbito do Direito Público como no âmbito do Direito Privado não desfaz a perso-
nalidade jurídica de Direito Público do Estado. Por esta razão, não se adota a Teoria da Dupla Personalidade.
ATENÇÃO!
Em relação à conceituação e compreensão do Direito Administrativo, duas escolas são apresentadas:
1) Escola legalista, exegética, empírica ou caótica: o Direito Administrativo tinha por objeto apenas a INTER-
PRETAÇÃO das leis administrativas e atos complementares – o Direito Administrativo era compreendido
como sinônimo de direito positivo.
2) Critério Técnico-Científico: atribui instituições jurídicas próprias ao Direito Administrativo, concedendo um
caráter científico ao trabalho.
1.3. OBJETO
O objeto central do Direito Administrativo são as funções administrativas. Isso por-
que, todos os temas que fazem parte do estudo do Direito Administrativo estão relaciona-
dos, de algum modo, com as atividades que são desenvolvidas pela Administração Pública
(funções administrativas), no âmbito dos três poderes. Podemos conceituar as funções
administrativas como todas as funções exercidas pelas autoridades administrativas,
sejam do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário (pois, de acordo com
o art. 37 da CF, existe Administração Pública no âmbito dos três Poderes).
Por esta razão, o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário podem exer-
cer função administrativa, ou seja, editar atos administrativos. Quando o Poder Legislativo
ou o Poder Judiciário, por exemplo, concede férias aos seus servidores, por exemplo, tais
Poderes estão editando atos administrativos e não editando uma lei (função legislativa) ou
aplicando o Direito (função jurisdicional).
Direito Administrativo 317
CUIDADO
A coisa julgada administrativa não possui o mesmo significado da coisa julgada na seara judicial. No âmbito
do Direito Administrativo, a coisa julgada administrativa, não possui o poder de decisão final (imutabilidade).
Ao contrário, significa, apenas, que o assunto foi decidido definitivamente na seara administrativa, embora o
tema ainda possa ser discutido na via judicial.
NÃO CONFUNDA
Estado (pessoa jurídica de direito público composta por três elementos: povo, território e governo soberano)
X Governo (Poderes e órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado): Regime de Go-
verno (Democrático x Autoritário); Forma de Governo (República x Monarquia); Sistema de Governo (Pre-
sidencialismo x Parlamentarismo); e Forma de Estado (Federação x Estado Unitário) – o nosso federalismo é
centrífugo (segregação – o Estado era unitário). Nos EUA, o federalismo é centrípeto (agregação – formação de
uma unidade com o federalismo).
ATENÇÃO!
Uma das perguntas relacionadas às funções administrativas que, corriqueiramente, é encontrada nas provas
de concursos, especialmente da área fim do Direito, diz respeito às bases ideológicas do Direito Administrati-
vo. Considerando que este ramos do Direito teve origem didática (como ramo autônomo dotado de princípios
próprios) a partir do Estado de Direito, que teve como marco histórico as Revoluções Francesas, as bases
ideológicas do Direito Administrativo são as mesmas bases ideológicas do Estado de Direito, ou seja,
legalidade + igualdade + separação dos poderes.
Por fim, cumpre saber quais são as principais funções administrativas. A doutrina apre-
senta, basicamente, quatro espécies: serviço público, poder de polícia, intervenção do
Estado no domínio econômico e atividade de fomento.
1.4. FONTES
As fontes do Direito Administrativo são divididas em primária e secundárias:
a) Fonte primária: Lei.
b) Fontes secundárias: doutrina, costume e jurisprudência.
ATENÇÃO!
Se a prova questionar sobre jurisprudência, marcar que se trata de uma fonte secundária. Se, no entanto, a
prova questionar sobre jurisprudência com caráter vinculante (a exemplo das súmulas vinculantes), marcar
que se trata de uma fonte primária.
há uma justiça administrativa (que trata das causas envolvendo a Administração Pú-
blica) e uma justiça comum (que processará e julgará as demais causas).
b) Sistema Judiciário OU Sistema Inglês OU Sistema da Jurisdição Una: há, apenas,
uma justiça, que será responsável por processar e julgar todas as causas, envolvendo
ou não a Administração Pública.
E no Brasil? Tendo em vista que o art. 5º, inc. XXXV, da CF, prevê o Princípio da Inafasta-
bilidade de Jurisdição, conclui-se que o Brasil adota o sistema judiciário, também conhecido
como sistema inglês.
ATENÇÃO 1!
Justiça desportiva (art. 217, § 1º, da CF) e Habeas Data (art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 9.507/97: não
constituem ofensa ao princípio da inafastabilidade de jurisdição. Ao contrário, o requisito correspondente ao
esgotamento das vias administrativas tem a natureza de interesse de agir
ATENÇÃO 2!
É inconstitucional a exigência de depósito prévio ou arrolamento de bens como condição de admissibilidade
de recurso na esfera administrativa.
2. Administração Pública: Princípios Básicos
Sumário: 2.1. Considerações Gerais. 2.2. Pedras de toque do Direito Administrativo. 2.3. Princípios cons-
titucionais explícitos. 2.3.1. Princípio da legalidade. 2.3.2. Impessoalidade. 2.3.3. Moralidade. 2.3.4. Publi-
cidade. 2.3.5. Eficiência. 2.4. Princípios constitucionais implícitos. 2.4.1. Finalidade. 2.4.2. Especialidade.
2.4.3. Autotutela. 2.4.4. Motivação. 2.4.5. Continuidade do serviço público. 2.4.6. Proporcionalidade/ra-
zoabilidade. 2.4.7. Segurança Jurídica.
ATENÇÃO!
Todos os princípios da Administração Pública são PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS, pois possuem um funda-
mento na Constituição Federal.
320 Revisão Final – MPU
CUIDADO
Alguns princípios são implícitos na Constituição Federal, mas, tendo em vista todo ordenamento jurídico, são
considerados explícitos. Ex: proporcionalidade/ razoabilidade, segurança jurídica (Lei nº 9.784/99) e continui-
dade do serviço público (Lei nº 8.987/95). Esses princípios, embora implícitos na CF, estão escritos/expressos
em leis (normas infraconstitucionais) que integram o ordenamento jurídico brasileiro.
CUIDADO
O interesse público que integra o conteúdo das pedras de toque do Direito Administrativo é o interesse pú-
blico primário ou interesse público que compreende os fins que cabe ao Estado proteger, como justiça, segu-
rança pública, e bem-estar social. Não se confunde com o interesse público secundário, que corresponde ao
interesse da pessoa jurídica de direito público de zelas pelos cofres públicos, maximizando-se a arrecadação e
minimizando-se as despesas.
ATENÇÃO!
Por não estarem escritos na Constituição Federal, os princípios da supremacia do interesse público sobre o
interesse privado e o da indisponibilidade do interesse público pela Administração Pública são considerados
princípios constitucionais implícitos.
representa a ideia de vinculação negativa à lei (não contradição à lei), de modo que o par-
ticular pode fazer tudo que não está proibido pela lei. Já para a Administração Pública, a
legalidade (administrativa), representa a ideia de vinculação positiva à lei (subordinação
à lei), impondo que a Administração Pública só pode fazer o que estiver prescrito em lei.
ATENÇÃO!
Com a evolução do modelo de Estado, a legalidade administrativa também passar por uma transformação,
de modo que a Administração Pública, além de estar obrigada a cumprir um determinado dispositivo legal
(princípio da legalidade em sentido estrito), deve obediência a todo Direito, incluindo os demais princípios
constitucionais (princípio da legalidade em sentido amplo ou princípio da juridicidade). Assim, se um
servidor do TRT pratica um ato contrário ao princípio da eficiência, poderá ser anulado pela Administração
Pública ou pelo Poder Judiciário, por ofensa ao princípio da legalidade (em sentido amplo).
PEGADINHA DE PROVA!
O princípio da impessoalidade não veda qualquer tratamento diferenciado na Administração Pública, mas
apenas aqueles que não possuem respaldo no Direito. Assim, é possível que a Administração Pública publique
um edital de concursos públicos apenas para mulheres, sem que tal restrição ofenda o princípio da impes-
soalidade. Basta que essa restrição seja compatível com as atribuições que são próprias do cargo público a
serem ocupados. Exemplo: concurso público destinado ao provimento de cargos públicos, cujas atribuições
compreendem a revista das presidiárias nos presídios femininos.
Por fim, ressalta-se que o princípio da impessoalidade também deve ser analisado sob
a ótica do agente, de modo que o ato por ele praticado pertence à pessoa jurídica da qual
Direito Administrativo 323
ele faz parte. É o que fundamenta a responsabilidade civil objetiva do Estado, prevista no
art. 37, § 6º, da CF.
CUIDADO 1
Nem todo ato imoral é ilegal. Ex: atual prefeito que, desejando inviabilizar o orçamento para a Administração
seguinte, concede aumento excessivo aos servidores públicos antes dos 180 dias do término do mandato
(prazo previsto na lei para que haja o referido aumento).
CUIDADO 2
– Moralidade = probidade? Resp.: SIM (como princípios).
– Imoralidade = improbidade? Resp = NÃO (como infrações). Considerando que a Lei nº 8.429/92 prevê três
espécies de atos de improbidade administrativa (enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e ofensa a princí-
pios da Administração Pública), tem-se que a ofensa ao princípio da moralidade (imoralidade) constitui uma
espécie de improbidade (art. 11 da Lei nº 8.429/92).
CUIDADO 3
Súmula Vinculante nº 13 (vedação à prática do nepotismo): “A nomeação de cônjuge, companheiro ou paren-
te em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de ser-
vidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta
em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”
d) Para o STF, o Tribunal de Contas tem competência para analisar a existência de ne-
potismo nas nomeações.
e) Em recente julgado, o STF entendeu que pode ser afastada a aplicação da SV nº 13
se não houver subordinação funcional ou hierárquica, direta ou indireta, entre os
nomeados e se não for demonstrada a influência na nomeação. No caso concreto,
o sobrinho do chefe de gabinete de um dos conselheiros foi nomeado para ocupar
outro cargo em comissão. O STF entendeu que a presunção de ofensa aos princípios
da Administração Pública é relativa, de modo que, se não for demonstrada a influên-
cia na nomeação, não deve incidir a SV nº 13.