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construtor Jardinagem: saiba tudo sobre gramados

Manual do

construtor
PROJETOS
Manual do

PROJETOS • Casas térreas • apartamentos • sobrados • área de lazer

b r a d o
So

Manual do Construtor
Projetos - Ed. 9 - R$ 8,90
ú st ico do
r licida
de
A simp na cidade
o
camp

PLANTA, CORTE
E ELEVAÇÃO

12
Como interpretar
elementos do projeto

projetos INSPIRADORES
PARA CONSTRUIR E REFORMAR
jardim de inverno
Mais verde dentro da sala

Loteamento Manual do Construtor 1


Residências conjugadas, mas independentes
2 Manual do Construtor
Prezado leitor,
Confira nesta edição de Manual do Construtor Projetos 12 projetos de
construção e reforma de residências, apartamento e área de lazer, criados
pelos arquitetos Alessandra Gonçalves de Moraes, Ana Luísa Guedes, Ca-
rine Nath, Fabiana Gimenez de Moura, Guilherme Mattos, José Roberto
Heitor Jr., Karim Akl, Karla Cunha, Camila Simhon, Kleimer Martins, Mar-
cio Lucena, Maria Renata Oliveira Pinto e Renan Medau.
Trazemos também uma reportagem sobre gramados, mostrando
como plantá-los e mantê-los belos o ano todo e quais os principais tipos
de grama, e uma matéria sobre elementos arquitetônicos, em que expli-
camos os principais itens para se ler e representar um projeto.

Boa leitura e até a próxima!


A redação.
atendimento@caseeditorial.com.br

Participe do Manual do Construtor, enviando projetos arquitetônicos


ou sugestões de pauta. Escreva-nos: atendimento@caseeditorial.com.br

14 ecohabitat

Revista desenvolvida por


www.ecoeditorial.com.br

Diretora de Redação: Ana Vasconcelos


Redação: Aline Cestari, Jaqueline Palma
e Vanessa Prata
4 8
Design e Diagramação: Patrícia Andrioli
Produtos Elementos
A Eco Editorial, CNPJ 04.146.546/0001-06,
que criou e produziu esta publicação, tem
Confira as novidades do mercado
de construção arquitetônicos
inteira responsabilidade sobre seu conteúdo. Saiba mais sobre os itens que
E-mail: eco@ecoeditorial.com.br compõem um projeto
6
Tiragem: 15.000 exemplares jardinagem 32
impressos na gráfica Vox Veja como criar um belo gramado
e os cuidados para mantê-lo
Área de lazer
Espaço compacto com piscina e
churrasqueira
PRODUTOS
Fotos: divulgação

Efeito pátina
Inspirada na Pátina Provençal – acabamento em
madeira produzido propositalmente com técni-
cas de pintura –, a Portinari lança o porcelanato
Eco Pátina HD. A coleção apresenta duas tona-
lidades, e as peças, disponíveis nos formatos 20
x 120 cm, são antiderrapantes e indicadas para
utilização em áreas externas, porém podem ser
aplicadas também na parede, de ambientes in-
ternos e externos, inclusive compondo painéis.

Alto relevo
A Porto Ferreira apresenta a cerâmica Exótica Vinho, com tons vibrantes e nos ta-
manhos 33 x 45 cm e 7 x 33 cm. Vendida em kits, cada peça apresenta um detalhe
da flor em grandes dimensões que ganha realce com o esmalte aplicado em “vetrosa
alta”, tecnologia que permite textura em relevo e maior fidelidade no desenho e
cores. A fabricação em base monoporosa, realizado somente com a utilização de
argilas nobres, facilita a colocação e confere um assentamento perfeito.

Proteção contra chuva e sol


A Zetaflex lançou a cobertura AeroTeto Premium White, com o
sistema exclusivo que permite a abertura de suas chapas de zero
a 90 graus, protegendo o ambiente da chuva quando fechado e
possibilitando a entrada da luminosidade e do ar quando aberto.
Por meio da tecnologia de pintura eletrostática, a cobertura é to-
talmente branca, desde a estrutura até as chapas, decorando o am-
biente e refletindo os raios infravermelhos, mantendo o ambiente
fresco mesmo com a cobertura totalmente fechada.

4 Manual do Construtor
As soluções que podem fazer diferença na construção

Mais iluminação natural


Indicada para qualquer tipo de ambiente, a telha
translúcida Brasilit proporciona a passagem de até
70% de iluminação natural, o que permite a econo-
mia de energia elétrica. Fabricada a partir da com-
posição de resinas termoplásticas especiais, a telha
oferece ainda alta resistência a intempéries, pois
contém aditivos especiais contra os raios UV, e é
mais leve e flexível que os modelos de cobertura
convencionais.

Paredes decoradas
A Think Surface chega ao mercado com revestimentos em impressão
digital, que podem ser adaptados para papel de parede, tecido ou
fórmica com imagem. A coleção é composta por cinquenta opções
de imagens, divididas em cinco linhas, e todas as estampas são encon-
tradas em três variações de cores. O rolo de papel de parede mede
1,20 x 3 m, o que permite um melhor aproveitamento do produto
sem emendas.

Maior pressão
Inspirado nas pedras Criado para solucionar problemas com pressão de
A Bricolagem Brasil lançou com água, comuns em residências térreas e sobrados, o
exclusividade no país o revesti- Pressurizador PL 20, da Lorenzetti, aumenta a pres-
mento Sénipierre, que reproduz são de água em sistemas hidráulicos em até 20 mca
o visual de pedras decorativas (metros de coluna d’água). O produto acompanha
para acabamento. O produto suporte de fixação e filtro retentor de partículas que,
é composto por pó de pedra, ao filtrar os resíduos sólidos da água proveniente da
pigmento e resina e, depois de rede pública, elimina a possibilidade de interrupção
aplicado, remete ao efeito da be- de seu funcionamento.
leza das pedras naturais e tijolos.
Sua fácil e prática aplicação per-
mite um jogo de formas e cores,
permitindo a livre execução de
desenhos e a escolha entre 12
cores disponíveis.

Proteção total
A Ideia Glass apresenta o Prolongador Maxx, um sistema de fixação
para uso em escadas, guarda-corpo e painéis de vidro, que permite a
regulagem da distância entre o vidro e a parede, possibilitando uma
instalação com visual limpo e leve. O prolongador suporta estruturas
de até 250 kg, conta com fixação segura e dispõe de proteção emborra-
chada que não danifica o vidro e a parede.

Manual do Construtor 5
Elementos arquitetônicos

O projeto Foto: iStockphoto

perfeito
Aprenda a interpretar projetos de arquitetura,
seguindo a norma válida no território nacional
Por Aline Cestari

Cada vez mais as construtoras estão apostando Existe, desde 1994, a norma NBR 6492, regida pela
em jornais e revistas para divulgação de seus lan- Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
çamentos, publicando plantas baixas humanizadas, que padroniza a representação de projetos de ar-
que tendem a simplificar a representação técnica quitetura, visando a sua boa compreensão. Con-
para que um público maior consiga entendê-las. tudo, a NBR 6492 é muitas vezes desconsiderada,
Porém, “é importante saber ler as representações, resultando em diferentes tipos de representações.
a fim de compreender o que realmente acontece “Embora existam essas variações, um projeto deve
num projeto arquitetônico”, afirma João Carlos Cé- ser o mais simples e elucidativo possível, devendo
sar, professor da Faculdade de Arquitetura e Urba- sempre conter indicações do Norte, escala, legenda,
nismo da Universidade de São Paulo. além de planta, cortes e elevação”, diz o professor.

6 Manual do Construtor
Planta, corte e elevação

Mostrada de cima, a planta A indicação Linhas A linha da Linhas Linhas de


aparece como uma projeção. do Norte deve tracejadas porta deve internas contorno devem
Ela é a vista superior do plano estar sempre com média indicar sua devem ser ser contínuas
secante horizontal, localizado presente nas de 0,2 mm direção de contínuas com, em média,
a, aproximadamente, 1,50 m representações. representam o abertura. com, em 0,6 mm.
do piso em referência. Porém, que está além média, 0,4
a altura desse plano pode ser do plano. mm.

Crédito das plantas: Kleimer Martins e Márcio Lucena


variável, devendo representar
todos os elementos
considerados necessários.

O corte é o plano secante vertical que divide


a edificação em duas partes. Ele deve ser
disposto de forma que o desenho mostre o
máximo possível de detalhes construtivos
(principalmente escadas, rampas e o pé-direito).

Elevação é a representação gráfica de planos


externos ou de elementos da edificação, muito
usado nas fachadas.

Manual do Construtor 7
Jardinagem

Foto: Acervo pessoal / Márcia Mikai


Gramado:
cultive essa ideia
Quem quer demonstrar cuidado e sintonia com a natureza logo
Uma grama bem cuidada deixa na entrada de casa, um gramado bonito e bem cuidado é uma ótima
qualquer casa mais bonita opção. Além de promover o aumento das áreas verdes no planeta,
beneficiando a preservação do meio ambiente, a grama é um comple-
Por Jaqueline Palma
mento indispensável para qualquer jardim.
Entretanto, saber como e o que plantar são alguns pontos que de-
vem ser analisados previamente. “A escolha certa das sementes ou das
mudas que serão utilizadas e a maneira correta do plantio são muito
importantes para se obter um gramado saudável”, diz Camila Simhon,
arquiteta paisagista da Item 6 Arquitetura e Sustentabilidade. “Cada
grama tem seu cuidado, vantagens e desvantagens na hora do plantio
e da manutenção”, acrescenta.
8 Manual do Construtor
Entrada natural
Geralmente, o plantio de gramas é feito por
meio de tapetes – também chamados de placas.
Nessa técnica, é necessário compactar as placas
no solo. “Assim, a raiz se fixa, suprindo os nutrien-
tes necessários para a planta”, explica Camila. “A
compactação também assentará as placas de gra-
mas evitando o acúmulo de ar entre a placa e o
solo”, acrescenta Vâner Silva, técnico agrícola e
presidente da EcoJardim.
Outra maneira é criar o gramado por meio de
mudas. Calcula-se o plantio de dez mudas de gra-
ma para cada metro quadrado. “É uma forma mais
trabalhosa e por esse motivo é menos praticada
no mercado”, afirma Vâner.
Ainda existem outras diferenças de tipos de
grama: “Há gramados ornamentais, que são uti-
lizados apenas para decoração, como as gramas
Amendoim, Preta e Japonesa. Nesse caso, não é re- Foto: divulgação/EcoJardim
comendado o pisoteio. Já outras espécies são mais O plantio de gramas
comuns e indicadas para áreas de maior extensão pode ser feito por
como as gramas Batatais, Esmeralda e São Carlos”,
explica Vâner.
manutenção meio de tapetes –
também chamados
de placas – ou por
Depois de plantado, o gramado requer uma ma- meio de mudas
nutenção cuidadosa para ficar bonito o ano todo. A
cuidados com o irrigação depende da região e do clima. Ainda usando
a grama Esmeralda como exemplo, ela é uma das que
gramado mais depende de cuidados com a irrigação. “Apesar de
O espaço onde vai ser criado o gramado não ser uma das espécies mais utilizadas, sua exposição ao
precisa ser grande, mas é importante que o terreno sol exige maiores cuidados, sendo preciso irrigar todos
esteja nivelado para que o solo seja plano. Dessa os dias no verão”, explica Vâner. Camila recomenda
maneira, o plantio pode ser feito uniformemente. ainda que a irrigação seja feita pela manhã.
Os gramados também precisam de um solo bem As podas devem ser feitas a cada 20 dias. Os resí-
drenado para que as raízes se desenvolvam. “En- duos ou lixos devem ser retirados por meio de ferra-
tulho de construção embaixo da superfície impe- mentas apropriadas, como o rastelo em áreas gran-
de que as raízes cresçam mais profundas, fazendo des e os sopradores nas menores. A nutrição, feita
com que algumas partes da grama morram. Por por adubação, também é outro ponto importante
isso, remova pedras, raízes, torrões e resíduos”, ex- para manter a grama saudável. Para evitar formigas,
plica Camila. cupins, ervas daninhas e outras pragas, use berbici-
Outro cuidado necessário antes de iniciar a plan- das periodicamente.
tação é irrigar e adubar toda a área do terreno em “É importante salientar que os cuidados com as
que vai ser cultivada a grama. “É indispensável que plantas e os gramados devem ser feitos periodica-
haja uma adubação periódica, mas cada grama res- mente e não apenas em períodos sazonais, em que,
ponde de um jeito a esse processo. A grama Esme- na maioria das vezes, as espécies já não conseguem
ralda, por exemplo, necessita de um tempo de adu- mais responder ao tratamento e nutrição adequa-
bação menor que os outros tipos”, afirma Camila. dos”, diz Vâner.
Manual do Construtor 9
Alguns tipos de gramas
Batatais: tem boa resistência ao pisoteio e às secas, evita
erosão e forma gramados densos e baixos. Tem baixo custo e é
resistente, mas precisa de muito sol e não pode ser plantada à
sombra. Deve ser cortada sempre que ultrapassar 3 cm. Desde
o plantio deve-se ter a preocupação com a fertilização do solo e
com o controle de insetos e ervas daninhas. Indicada para: par-
ques, campos esportivos, taludes, praças e beira de rodovias.

Esmeralda: apresenta folhas bem entrelaçadas, boa


tolerância ao pisoteio e é excelente para controle de erosão.
Tem grande efeito ornamental e baixo índice de infestação de
ervas daninhas. O plantio e o cultivo por meio de sementes
podem durar mais de um ano, por isso é melhor cultivar por
tapetes. Em casos de desgaste, a recuperação dessa grama
pode demorar bastante. Indicada para: jardins residenciais,
áreas industriais, casas de campo e praia, playground e cam-
pos de esporte em geral.

Preta: sem caule e com folhas finas e escuras, é uma exce-


lente forração para áreas sombreadas. Não suporta o pisoteio
e não necessita ser aparada. Deve ser cultivada na sombra,
em solo fértil e bem drenado, com adubação e irrigação fre-
quentes. Esse tipo de grama cresce rapidamente, exigindo uma
manutenção constante. Indicada para: áreas pequenas, como
Conservação ideal canteiros e bordas de piso.

para cada estação Coreana: forma gramados densos e macios se bem cui-
dados. Geralmente é vendida em forma de placas. Deve ser
Primavera cultivada no sol, com irrigação e adubação periódicas. Apare
A grama sai do período de dormência e se de- a grama sempre que ela alcançar 2 cm. Indicada para: jardins
senvolve rapidamente. O ideal é fazer uma boa residenciais, condomínios, empresas e campos de golfe.
adubação.
São Carlos: tem bom desenvolvimento no sol e é a varieda-
Verão de com maior tolerância a áreas semissombreadas. A desvanta-
Nessa época as chuvas e o calor aceleram o gem é que necessita de manutenções frequentes. Indicada para:
crescimento do gramado. Para que ele conti- casas de campo, jardins residenciais e áreas industriais.
nue resistente, é importante mantê-lo em uma
altura adequada e nutri-lo. Santo Agostinho: Adapta-se bem às áreas salinas e
semissombreadas. A grama é uma espécie rústica e bem resis-
Outono tente a pragas e doenças. Necessita de frequente manutenção
O gramado começa a se preparar para o perío- para se manter saudável. Indicada para: regiões serranas e lito-
do de dormência do inverno e já não cresce tan- râneas, como casas de campos e jardins residenciais.
to. Como o clima começa a esfriar, regue pela
manhã, para evitar que as plantas sofram com Bermudas: tem excelente tolerância ao pisoteio e regene-
as temperaturas baixas da noite. ração, por isso proporciona ótima superfície para gramados es-
portivos. Exige a realização de podas a cada dois ou três dias.
Inverno Com a falta de corte no momento ideal, as folhas mais velhas
A grama entra no período de dormência. Por se desenvolvem e fazem sombra sobre as mais novas, que aca-
isso, as regas devem ocorrer pela manhã e bam secando. Indicada para: campos de esportes.
com menos frequência. As plantas precisam
de mais energia para conseguir atravessar as Serviço:
épocas de estiagem e seca. EcoJardim - www.ecojardim.net.br
Item 6 Arquitetura e Sustentabilidade - www.item6.com.br

10 Manual do Construtor
Clean e colorido

Maria Renata Oliveira Pinto de


e Thiago Quadrado po
is

e s
a nt

CASA TÉRREA
Detalhes do projeto
Área do terreno: 500 m2
Área construída: 135 m2
Essa casa foi reformada pela arquiteta Maria Re- projeto é o telhado embutido na laje. Segundo a
nata Oliveira e pelo decorador Thiago Quadra- arquiteta, ele é esteticamente mais bonito e o cus-
do para um proprietário que a comprou para to é menor. “A telha de fibrocimento é cerca de
revendê-la, em Mogi das Cruzes (SP). “O cliente 30% mais barata que os outros telhados conven-
me pediu para deixar a casa bem moderna”, diz cionais, além de ter o madeiramento mais leve”,
Maria Renata. diz. A parte do fundo do terreno possuía árvores
A residência possui três dormitórios, uma suíte, frutíferas que foram mantidas e acompanhadas
um escritório no hall entre os quartos, banheiro de grama.
social, lavabo, salas de
TV, estar e jantar, cozinha
americana, lavanderia e
garagem para dois carros.
“Também projetei um
jardim de inverno que dá
para sala de jantar”, co-
menta Maria Renata.
Um dos diferenciais do

Manual do Construtor 11
Aproveitamento do terreno

Ana Luísa Guedes

CASA TÉRREA
Detalhes do projeto
Área do terreno: 480 m2
Área construída: 278 m2 (quatro casas conjugadas,
cada uma com aproximadamente 70 m2)

Esse conjunto de quatro casas conjugadas, que tem sua cor própria na fachada e todos os
em Campina Grande (PB), foi projetado pela medidores independentes”, acrescenta.
arquiteta Ana Luísa Guedes para uma cons- Cada imóvel tem dois quartos, sendo uma su-
trutora, que revenderia os imóveis, geralmente íte, jardim de inverno com iluminação zenital,
pelo programa Minha Casa Minha Vida. Os banheiro social, sala, cozinha, área de serviço,
clientes costumam estar na faixa de 30 anos, terraço coberto, vaga de garagem e jardim.
são recém-casados ou já tem um filho. “Separamos a área social da área íntima e pro-
“A exigência era que houvesse o maior apro- jetamos uma cozinha americana para dar mais
veitamento possível do espaço, pois o inves- amplitude ao imóvel e integrar os ambientes”,
timento só seria viável se colocássemos mais diz a arquiteta. A iluminação zenital permite
de uma edificação no mesmo terreno, por isso que entre ventilação e iluminação pela clara-
propusemos as quatro casas geminadas”, co- boia, e foram usadas esquadrias de madeira
menta Ana Luísa. “Mesmo sendo conjugadas, com bandeiras para que haja melhor circula-
prezei pela individualidade de cada residência, ção de ar também.

12 Manual do Construtor
Térreo

COBERTURA

Manual do Construtor 13
Ecohabitat

Carine Nath

Sobrado
Detalhes do projeto
Área do terreno: 590 m²
Área construída: 178 m²

Uma exposição de tecnologias sustentáveis, sau- Para garantir iluminação natural e boa ventilação,
dáveis e viáveis. É assim que a arquiteta Carine Carine criou um projeto bioclimático: “O movi-
Nath define o projeto de sua casa, chamado eco- mento do sol foi simulado em computador para
habitat, em Florianópolis (SC). “Essa construção a garantia de menos sol no verão e mais sol no in-
faz uso de diversas soluções de sustentabilidade: verno. Para proteção foram utilizados platibandas
telhado verde, arquitetura bioclimática, materiais e brises, e as grandes aberturas em vidro garantem
reciclados, madeiras certificadas, tijolos de solo- claridade natural. As janelas foram projetadas para
cimento, reuso de águas cinza, aproveitamento garantir a ventilação cruzada na casa por meio de
de águas de chuva e aquecimento solar”, explica basculantes, máximo-ar e venezianas”.
Carine. “O resultado foi uma residência que con- Outro objetivo da arquiteta foi não ocupar todo
some 50% de água e energia de uma convencio- o terreno com a casa. Dessa maneira, haveria uma
nal”, acrescenta. boa área livre para o verde.

14 Manual do Construtor
Térreo

SUPERIOR

Manual do Construtor 15
Planejado para o futuro

Fabiana Gimenez de Moura

Sobrado
Detalhes do projeto
Área do terreno: 250 m²
Área construída: 160 m²
O casal de clientes que contratou a arquiteta Fa-
biana Gimenez de Moura para projetar esse so-
brado em Interlagos, zona sul de São Paulo (SP),
queria uma casa já pensando no futuro. Eles têm
uma filha e pretendem ter mais dois, por isso pe-
diram três suítes, uma para cada filho, além da
suíte do casal.
Como os dois gostam da simplicidade do cam-
po, foi solicitada uma casa em estilo mais rús-
tico, confortável e aconchegante, com uma sala
ampla onde a família pudesse de reunir. “Para
criar esse clima, usamos paredes de tijolinho, pi-
sos e caixilhos de madeira e ladrilho hidráulico
pintado a mão no piso da cozinha. A integra-
ção dos espaços foi obtida com o uso de vidro e
com uma grande área de convivência, com sala
de TV, de leitura e lareira, dando vista para o fun- prevista também a criação de um telhado verde
do do terreno, onde futuramente será construí- sobre a garagem, além de captação de água de
da a piscina”, comenta a arquiteta. chuva para rega do jardim e instalação de placas
Como a casa ainda está em construção, está para energia solar.

16 Manual do Construtor
Térreo SUPERIOR

Manual do Construtor 17
Reforma e ampliação

Guilherme Mattos

Essa casa em Mogi das Cru-


zes (SP) foi projetada para
um músico e jornalista de 35
anos pelo arquiteto Guilherme
Mattos. “Hoje existe apenas
uma edícula e o cliente deseja
aumentar a área de constru-
ção. Para isso projetamos um
módulo ao lado e buscamos
uma integração entre os dois”,
conta o arquiteto.
“A grande questão é a da com-
posição, livre e integrada, va-
lorizando o conjunto mesmo
a partir da tradicional edícula
existente. Da maneira como
estão pensados os novos vo-
lumes, não será perceptível a
situação anterior de ausência
de arquitetura”, acrescenta.
Em relação à sustentabilidade,
no novo arranjo toda a casa
será bem atendida por ilumi-
nação e ventilação naturais,
haverá mantas isolantes entre
as telhas e o forro e captação
de energia solar associada
ao uso de gás para aqueci-
mento. “Além disso, estamos
otimizando materiais e servi-
ços a partir de total controle
durante a obra. Estão sendo
usados materiais simples e
casa térera convencionais, para um orça-
Detalhes do projeto mento enxuto, sempre atento
à redução de desperdício, mas
Área do terreno: 250 m²
tendo uma casa confortável e
Área construída: 50 m² esteticamente agradável como
Ampliação: 110 m2 resultado” finaliza Guilherme.

18 Manual do Construtor
pavimento cobertura
único

Manual do Construtor 19
Projeto em Y

José Roberto Heitor Jr.

Sobrado
Detalhes do projeto
Área do terreno: 490 m²
Área construída: 300 m2 (três casas,
cada uma com 100 m2)

Com o jardim de inverno,


o verde invade a área da sala

Esse empreendimento em Uberlândia (MG) quantidade de ferro e madeira para sua exe-
foi projetado pelo arquiteto José Roberto cução. A estrutura do telhado é metálica,
Heitor Jr. com três sobrados para serem re- para diminuir o peso da construção, proble-
vendidos. “Procuramos manter o custo viável mas de cupins e até mesmo evitar futuras
e aproveitar ao máximo o espaço do terreno. depressões por acomodação ou empeno de
Apesar da pequena dimensão, quisemos dei- algumas peças de madeira. Foi utilizado sis-
xar com ‘cara de casa’ e não de apartamento, tema de aquecimento de água para os ba-
além de oferecer bastante área verde, nos jar- nheiros com placas solares e boiler. “Tivemos
dins e na garagem”, conta José Roberto. ainda a preocupação de privilegiar a ilumi-
O projeto foi concebido em “Y” pelo declive nação natural, com o jardim de inverno, e de
do terreno, com um lance de escada abaixo manter a integração da suíte superior ao am-
e um acima do térreo. A obra foi elaborada biente da sala e cozinha com um mezanino”,
em alvenaria estrutural, diminuindo assim a completa o arquiteto.

20 Manual do Construtor
Térreo SUPERIOR

Manual do Construtor 21
Casas para venda

Kleimer Martins e Márcio Lucena

casa térrea
Detalhes do projeto
Área do terreno: 153,18 m2 (cada terreno)
Área construída: 68,85 m2 (cada casa)

Essas casas localizadas em Santa Rita (PB) foram natural. Além disso, a cozinha americana voltada
construídas pelos arquitetos Kleimer Martins e para a sala de jantar e estar proporciona ventila-
Márcio Lucena procurando conciliar boa estética ção cruzada entre os ambientes e sensação de
a baixo custo, tendo como público-alvo pessoas área maior. “Dessa forma, proporcionamos eco-
de baixo poder aquisitivo, em grande parte assis- nomia de energia, sem a necessidade de utilizar
tidas pelo programa Minha Casa Minha Vida. iluminação artificial durante o dia e ar-condicio-
Cada imóvel tem um único pavimento e uma nado”, afirma Kleimer.
área de solo permeável na frente e nos fundos Outro detalhe é o elemento vazado (cobogó)
da casa totalizando 50,31m². Um dos destaques no muro frontal proporcionando passagem de
do projeto são as esquadrias de madeira do ta- ar e melhor visão da fachada principal da resi-
manho do vão da sala com tabiques móveis (di- dência. O portão de ferro galvanizado também
visórias) e venezianas fixas abertas, que propor- é vazado e recebeu pintura automotiva no tom
cionam o controle de iluminação e ventilação branco fosco.

22 Manual do Construtor
cobertura

Térreo

cortes

Manual do Construtor 23
Baixo custo

Kleimer Martins e Márcio Lucena

Casas térreas
Detalhes do projeto
Área do terreno: 230 m2
Área construída: 123,80 m2 (61,9 m2 cada casa)

Tendo como público-alvo pessoas de baixo prometer a qualidade do espaço”, comenta


poder aquisitivo, em grande parte assistidas Márcio. As salas possuem esquadrias de ma-
pelo programa Minha Casa Minha Vida, essas deira com tabiques móveis (divisórias) e ve-
casas foram construídas na cidade de Santa nezianas fixas abertas, que proporcionam o
Rita (PB) pelos arquitetos Kleimer Martins e controle de iluminação e ventilação natural
Márcio Lucena com o objetivo de conciliar no interior das residências, além de gerar eco-
uma boa estética ao baixo custo. nomia de energia, dispensando o uso de ilu-
O projeto conta com duas casas térreas de minação e climatização artificial em boa parte
61,90 m² cada, com recuo frontal para que os do tempo.
futuros moradores possam fazer seus próprios Outros destaques das casas são a entrada
jardins. “Apesar de o terreno possuir apenas marcada por pérgulas que podem ser utili-
230 m², foi possível projetar as duas residên- zadas como suporte de plantas e o muro de
cias com todos os ambientes iluminados de elemento vazado (cobogó), permitindo pas-
maneira direta, sem a necessidade de geminar sagem de ar, visão da fachada principal da re-
as construções, exceto a sala, mas sem com- sidência e integração do jardim com a rua.

24 Manual do Construtor
cobertura

Térreo

cortes

Manual do Construtor 25
Cômodos integrados

Renan Medau

sobrado
Detalhes do projeto
Área do terreno: 600 m2
Área construída: 200 m2

Esse sobrado foi construído pelo arquiteto Renan reira, cozinha, lavanderia, depósito, três suítes, va-
Medau para um casal com dois filhos adolescen- randa com churrasqueira e banheiro externo com
tes, na cidade de Paranapanema (SP). “O principal acesso pela varanda. Já no andar superior há um
diferencial do projeto é a solução de layout em mezanino com sala de TV, uma varanda externa
diagonal, gerando vários ângulos na casa, varan- e mais uma suíte.
das independentes para cada suíte e solução de Renan optou por usar materiais que otimizassem
telhado arrojada”, diz Renan. Outra característica o conforto térmico e acústico e também visou à
da casa é a integração da cozinha com as salas sustentabilidade: “Temos aquecimento de água
e a varanda com a churrasqueira externa. “O pé- solar e grande área gramada no terreno, propi-
direito duplo da sala também integra o mezanino ciando a infiltração natural das águas pluviais no
às salas e à cozinha do térreo”, explica. solo. A área gramada equivale a dois terços da
O térreo é composto por salas de estar, jantar e la- área total do terreno”, diz.

26 Manual do Construtor
Térreo

superior

Manual do Construtor 27
Muro verde

o is Karla Cunha e Camila Simhon


d ep

t es
an

Área de lazer
Detalhes do projeto
Área construída: 60 m2

O grande destaque desse projeto das arquitetas contemplação, além de utilizar espécies e solu-
Karla Cunha e Camila Simhon é o muro verde ções com baixa manutenção, como o muro ver-
que envolve uma das paredes da cobertura. “Ele de com irrigação automatizada”, explica Karla.
trouxe vida a uma área antes árida, com um O muro verde foi criado com tijolos e revesti-
muro sem preocupação estética e sem vida”, diz do com tábuas de madeira de demolição. As
Karla. Os proprietários do apartamento, localiza- profissionais mesclaram as plantas russélia e
do na capital paulista, são um jovem casal com filodentro no muro. O piso foi revestido com
um filho. Eles pediram às arquitetas que crias- deck de madeira e pedriscos na cor palha. Um
sem um projeto paisagístico para recuperar a vão que havia no piso da área superior da co-
cobertura que estava vazia e má conservada. “A bertura também foi revestido com um deck
ideia foi revitalizar, criando espaços de estar e de de madeira.
28 Manual do Construtor
Manual do Construtor 29
Duplex reformado

o is e s Karin Akl
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is es
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APARTAMENTO
Detalhes do projeto
Área construída: 57 m2

30 Manual do Construtor
O arquiteto Karin Akl reformou esse aparta- banheiro, sala de estar e de jantar no ambiente
mento duplex, localizado em São Paulo (SP), inferior. No superior, há uma suíte e um meza-
para uma jovem executiva francesa, sem filhos. nino com escritório. Alguns dos móveis, como
Segundo o profissional, a cliente queria algo os sofás e poltronas, são em couro ecológico. O
prático, funcional e monocromático com pon- piso é feito de carpete de madeira e tábua cor-
tos vermelhos nos objetos. “O que foi pensado rida. Nas paredes, o arquiteto aplicou pastilhas
em termos de ergonomia para cada um dos de vidro. “A lógica por trás da distribuição dos
ambientes foi a praticidade e a boa circulação”, móveis nos ambiente e das escolhas dos reves-
diz Karin. timentos na parede e no piso foi o glamour e a
O apartamento duplex é composto por cozinha, sofisticação em primeiro lugar”, afirma Karin.

Térreo SUPERIOR

Manual do Construtor 31
Lazer da família

Alessandra Gonçalves de Moraes

área de lazer
Detalhes do projeto
Área do terreno: 85 m2
Área construída: 30 m2

Essa área de lazer nos fundos de uma casa em de estudos, além de uma piscina infantil. “Fize-
Anápolis (GO) foi projetada pela arquiteta Ales- mos tudo bem compacto, afinal era um espaço
sandra Gonçalves de Moraes para um jovem pequeno que havia sobrado no fundo da casa,
casal com duas filhas pequenas. Os clientes pe- por isso aproveitei um canto pra fazer uma pis-
diram uma varanda que tivesse churrasqueira, cina em triângulo”, comenta Alessandra. Para
forno a lenha, balcão com pia, fogão a gás, ge- decoração, foram usadas pedras da cidade de
ladeira, lavabo e um ambiente para as crianças Pirenópolis (GO) no piso e nos dois volumes
brincarem e que futuramente seria uma sala que abrigam o lavabo e a sala de brincadeiras.

32 Manual do Construtor
área de lazer

fachada
FILETE DE GRAFIATO
TELHADO
TELHAS TÉGULA COR CINZA
FILETE DE GRAFIATO

ARANDELA

PERGOLADO

Manual do Construtor 33
Participaram desta edição:
Alessandra Gonçalves de Moraes Guilherme Mattos – CREA 0600733406 Karim Akl – CREA 5062466324
CREA 8768/D-GO Tels.: (11) 4796-5417 / (11) 9657-5555 www.karimakl.com.br
Tels.: (62) 3098-5470 / (62) 9957-3775 www.guilhermemattosarquitetura.
arteprojeto_go@ig.com.br blogspot.com Kleimer Martins - CREA 160064548-8
gui.mattos@terra.com.br Marcio Lucena – CREA 160082196-0
Ana Luísa Guedes – CREA 1605341282 Tel.: (83) 2108-8537
Tel.: (83) 8886-5061 José Roberto Heitor Jr. contato@martinslucena.com
aninha_guedes@yahoo.com.br CREA 88176/D
Tels.: (11) 4113-0043 / (11) 9244-9680 Maria Renata Oliveira Pinto
Carine Nath de Oliveira – CREA 060642-0 http://www.singulararquitetura.arq.br CREA 5061989805
Tel.: (48) 3334-1105 jrheitorjr@hotmail.com Thiago Quadrado
www.ecodhome.com.br Tel.: (11) 2312-1361
Karla Cunha e Camila Simhon www.mrtarquitetura.com.br
Fabiana Gimenez de Moura Item 6 Arquitetura e Sustentabilidade
CREA 5062031562 CREA 0843334 Renan Medau – CREA 060155135
Tels.: (11) 2765-7172 / (11) 9599-5129 Tel.: (11) 3020-9900 Tel.: (11) 3798-8783
fabiana@fabianagimenez.com.br www.item6.com.br http://medau.com.br
renanmedau@gmail.com

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36 Manual do Construtor

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