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Passo Estratégico de Direito Penal p/ PC-DF (Escrivão) - 2019

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Dos crimes contra a Administração da Justiça


1. Introdução ................................................................................................................ 2
2. Da Análise Estatística ................................................................................................ 2
3. Análise das Questões ................................................................................................ 3
4. Questionário de Revisão.......................................................................................... 17
5. Conclusão ............................................................................................................... 23

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1. INTRODUÇÃO

Oi pessoal, tudo bem? Na aula de hoje vamos analisar o tema: Dos crimes contra a administração
da justiça .
Vamos ver como o assunto foi cobrado e quais os pontos que merecem uma atenção especial nos
seus estudos, para que você não perca tempo em pontos que não costumam ser exigidos para sua
prova.

2. DA ANÁLISE ESTATÍSTICA

Vamos, então, verificar como foi feita a cobrança do assunto nas provas da CESPE/CEBRASPE:

Total de questões Total de questões em que o % de incidência do


Assunto das provas de Direi- assunto foi efetivamente assunto nas ques-
to Penal abordado tões

Dos crimes contra a


administração da justi- 991 22 2,22%
ça

Verificamos que as provas que serviram de parâmetro para a contagem cobraram um total de 991
questões sobre Direito Penal, sendo que 22 à à à à à à D à à
praticados por particular à àá à àG à à à esponde a 2,22%.
D à à à à à à à à D àC à à àá à àJ à
sui um nível baixo de cobrança em provas do CESPE, se comparado aos demais assuntos previstos
no edital, devendo o aluno ficar atento aos principais pontos sobre o assunto, que serão por nós
elencados adiante.

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3. ANÁLISE DAS QUESTÕES

1. (2018 CESPE - ABIN AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir.


Situação hipotética: Com o intuito de prejudicar a candidatura de Flávio, seu concor-
rente eleitoral, Alberto procurou uma delegacia de polícia e imputou falsamente a Flá-
vio os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Reduzida a termo essas de-
clarações, a autoridade policial instaurou inquérito policial para apurar os deli-
tos. Assertiva: Nessa situação, Alberto responderá pelo crime de fraude processual.

Comentários:

O crime cometido por Alberto foi aquele previsto no art. 339 do CP, Denunciação Caluniosa, e não
fraude processual, prevista no art. 347 do CP:
Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de inves-
tigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, impu-
tando-lhe crime de que o sabe inocente:(Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.

Fraude processual
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de Pena
- detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não inicia-
do, as penas aplicam-se em dobro.

GABARITO: ERRADA.

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2. (2018 CESPE - ABIN AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

Acerca dos crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir.


Situação hipotética: Gustavo, sabedor de um crime praticado por seu filho Cácio, pro-
curou a autoridade policial e assumiu a autoria do delito, com o objetivo de impedir
que ele fosse processado e condenado. Assertiva: Nessa situação, a conduta de Gusta-
vo configura o tipo penal de autoacusação falsa.

Comentários:

No caso, Gustavo cometeu o crime previsto no art. 341 do CP, que possui a seguinte redação:
Auto-acusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

GABARITO: CERTO.

3. (2017 CESPE - TRF 1 ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA)

No que se refere aos crimes contra a administração da justiça, julgue os itens seguin-
tes.
Jonas usou de grave ameaça contra perito com o objetivo de favorecer os interesses
da empresa onde trabalha, que está envolvida em contenda submetida ao juízo arbi-
tral. Assertiva: Nessa situação, o crime cometido por Jonas é tipificado como coação no
curso do processo.

Comentários:

A questão descreveu situação que se adequa perfeitamente ao tipo penal previsto no art. 344 do
Código Penal, o qual faz menção expressa ao juízo arbitral:
Coação no curso do processo

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Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, con-
tra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

GABARITO: CERTO.

4. (2017 CESPE - TRF 1 ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA)

As condutas subornar testemunha, coagir no curso do processo e fraudar o processo,


caso tenham por escopo obter prova destinada a produzir efeito em processo penal,
configuram causas de aumento de pena.

Comentários:

O erro da questão consiste na inexistência de causa de aumento de pena para o crime de coação
no curso do processo.
Assim, a finalidade de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal é causa de au-
mento de pena somente nos crimes de suborno de testemunha ou perito e de fraude processual
(no parágrafo único de cada dispositivo).
Falso testemunho ou falsa perícia
(...)
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, con-
tador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento,
perícia, cálculos, tradução ou interpretação:
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de
obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte enti-
dade da administração pública direta ou indireta.
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, con-
tra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

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Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar,
de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não inicia-
do, as penas aplicam-se em dobro.

GABARITO ERRADO

5. (2017 CESPE - TRF 1 ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA)

O crime de suborno de testemunha só será consumado com a efetiva realização de


depoimento em juízo, no qual sejam feitas afirmações falsas, ou seja, negada ou silen-
ciada a verdade.

Comentários:

O crime de suborno de testemunha é crime formal, de consumação antecipada, o que se pode ob-
servar da simples leitura do art. 343, CP (em atenção aos verbos).
Assim, consuma-se com a realização das próprias condutas descritas no tipo, independentemente
à à à à à à à à à à dar, oferecer ou prometer dinheiro
ou qualquer outra vantagem a testemunha (...) para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verda-
de em depoimento à à àCP
Então, após o oferecimento da vantagem, ainda que a testemunha se recuse a fazer afirmação fal-
sa, negar ou calar a verdade em seu depoimento, estará consumado o crime ou seja, independe
da aceitação da testemunha, assim como do perito, contador, tradutor ou intérprete, a depender
do caso.
Exige-se, contudo, que o comportamento ilícito chegue ao conhecimento da testemunha.
Conclui-se, portanto, que a consumação do crime previsto no art. 343 do Código Penal ocorre in-
dependentemente da consumação do crime de falso testemunho ou falsa perícia (CP, art. 342), e
sempre a antecede.

GABARITO ERRADA.

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6. (2017 CESPE - TRF 1 ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA)

O crime de fraude processual, que consiste na inovação artificiosa do estado de lugar,


de coisa ou de pessoa, com o objetivo de induzir o julgador a erro, tem incidência em
demandas que tramitam junto a juízo arbitral.

Comentários:

A banca tentou confundir o candidato, misturando elementos dos crimes de coação no curso do
processo e fraude processual. Senão vejamos:
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio,
contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em
processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Fraude processual
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de
lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
(...)
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não
iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
Observa-se que o juízo arbitral somente é citado pela lei no crime de coação no curso de processo.
Portanto, a fraude processual não incide em demandas que tramitam no juízo arbitral.

GABARITO ERRADO.

7. (2017 CESPE - TRF 1 ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA)

O canadense Michael, após cumprir pena no Brasil por tráfico internacional de drogas,
teve decretada sua expulsão do país. No entanto, quando foi determinada a execução
da medida compulsória de sua retirada, Michael não foi localizado, permanecendo no
Brasil. No ano seguinte ao ato executório, ele foi detido em região de fronteira, em
território brasileiro, com mercadoria nacional, destinada à exportação.

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Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.


Michael praticou o crime de reingresso de estrangeiro expulso: a sua permanência em
território nacional, de acordo com o Código Penal, é equiparada a reingresso.

Comentários:

Vamos analisar o dispositivo:


Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena.
Oà à à à à à à àOà à à à à à
==1275ab==

que o estrangeiro saia do território brasileiro em virtude da expulsão e, posteriormente, retorne.


O Código Penal não traz conduta equiparada ao crime. Portanto, a permanência do estrangeiro
expulso no território não caracteriza o crime de reingresso de estrangeiro expulso.

GABARITO ERRADO.

8. (2016 CESPE - TCE-PA AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO ÁREA FISCALIZAÇÃO


DIREITO)

Julgue o próximo item, de acordo com a jurisprudência e a legislação brasileira em vi-


gor.
O delito de reingresso de estrangeiro expulso não é classificado como delito de mão-
própria, uma vez que admite participação.

Comentários:

A questão exige do candidato o conhecimento acerca da definição de crime de mão própria.


O crime de mão própria é aquele que exige uma qualidade específica do sujeito, motivo pelo qual
só pode ser cometido por aquela pessoa (não é possível cometer o crime por intermédio de ou-
trem).

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Por isso, a princípio, não se admite a coautoria nesses tipos de crime, mas apenas a participação
(importante ler o material próprio sobre o tema) o STF já aplicou a coautoria, como veremos
mais adiante.
O crime de falso testemunho é um exemplo clássico do crime de mão própria, uma vez que só po-
de cometer o falso testemunho a própria testemunha que se comprometeu a falar a verdade.

Sobre esse tema, cabe uma observação, fugindo ao objeto da questão: O STJ admite a participação
de advogado no crime de falso testemunho quando há induzimento ou instigação da testemunha.
Nesse caso, o STF já admitiu, inclusive, a coautoria, com base na teoria do domínio do fato. Veja-
mos os seguintes julgados.
HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE JUS-
TA CAUSA. INOCORRÊNCIA. INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA. FALSO TESTEMUNHO. CRIME DE
MÃO PRÓPRIA. PARTICIPAÇÃO DE ADVOGADO NO DELITO. POSSIBILIDADE. 1. Após a comprovação da
falsidade das declarações firmadas pelos co-denunciados - que haviam sido arrolados como testemu-
nhas de defesa pelo ora paciente em outro processo-crime -, houve a confissão de que mentiram em
juízo a pedido do advogado; assim, encontram-se satisfeitas as exigências traçadas pela lei processual
penal para que se inicie o persecução penal em juízo, máxime quanto à presença de indícios suficien-
tes da autoria do fato narrado; 2. Mostra-se firme nesta Corte Superior, assim como no Supremo Tri-
bunal Federal, o entendimento quanto à possibilidade de participação do advogado que ilicitamente
instrui a testemunha no crime de falso testemunho; 3. Writ conhecido; ordem denegada.
(STJ, HC 45733/RS, Rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa, Sexta Turma, DJ 16/02/2006, DJe 13/03/2006)
EMENTA: HABEAS-CORPUS. CO-AUTORIA ATRIBUÍDA A ADVOGADO EM CRIME DE FALSO TESTEMU-
NHO. POSSIBILIDADE. Advogado que instrui testemunha a apresentar falsa versão favorável à causa
que patrocina. Posterior comprovação de que o depoente sequer estava presente no local do evento.
Entendimento desta Corte de que é possível, em tese, atribuir a advogado a co- autoria pelo crime de
falso testemunho. Habeas-Corpus conhecido e indeferido.
(STF. HC 75037/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, Segunda Turma, DJ 10/06/1997)
Voltando à análise da questão, a mesma lógica aplicável ao crime de falso testemunho para identi-
ficá-lo como crime de mão própria, é também aplicável ao crime de reingresso de estrangeiro ex-
pulso. Ora, somente o próprio estrangeiro poderá ser autor do crime, admitindo-se apenas a parti-
cipação de outrem.
Portanto, a alternativa está errada.

GABARITO ERRADA.

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9. (2016 CESPE PC-PE DELEGADO DE POLÍCIA)

O CP, em seu art. 14, assevera que o crime estará consumado quando o fato reunir to-
dos os elementos da definição legal. Para tanto, necessária será a realização de um juí-
zo de subsunção do fato à lei. Acerca do amoldamento dos fatos aos tipos penais, assi-
nale a opção correta.
a) A conduta de constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização parami-
litar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos
crimes previstos no CP configura crime contra a paz pública, sendo considerada como
crime vago, uma vez que o sujeito passivo é a coletividade.
b) A doutrina e a jurisprudência são unânimes ao afirmar que configura crime de desa-
cato quando um tenente da polícia militar, no exercício de sua função, ofende verbal-
mente, em razão da função exercida, um de seus subordinados.
c) Amolda-se no tipo legal de calúnia, previsto nos crimes contra a honra, a conduta de
instaurar investigação policial contra alguém, imputando-lhe crime de que se sabe ser
inocente.
d) Constituem crime de corrupção ativa, praticado por particular contra a administra-
ção geral, as condutas de dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vanta-
gem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação fal-
sa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpreta-
ção.
e) A fraude processual será atípica, se a inovação artificiosa do estado de coisa, de pes-
soa ou de lugar, com o fim de induzir a erro o juiz, ocorrer antes de iniciado o processo
penal.

Comentários:

Nessa questão, cabe analisar apenas a alternativa E, que trata do objeto do nosso estudo.
A assertiva está errada porque há previsão legal de causa de aumento de pena, para o crime de
à à à à inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não
iniciado à à à à àCP à -se as penas em dobro.

GABARITO: LETRA A.

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10. (2016 CESPE TRT 8ª REGIÃO ANALISTA JUDICIÁRIO OFICIAL DE JUSTIÇA AVALI-
ADOR FEDERAL)

Em relação aos crimes contra a administração da justiça, assinale a opção correta.


a) É atípica a conduta do agente que faz justiça pelas próprias mãos sem o emprego de
violência ou com o objetivo de satisfazer pretensão legítima.
b) A configuração do crime de exploração de prestígio depende de a conduta do agen-
te incluir a alegação ou a insinuação de que o dinheiro ou a utilidade também se desti-
na ao juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor,
intérprete ou testemunha.
c) O agente que acusa a si mesmo, perante a autoridade, de ter cometido infração pe-
nal que não ocorreu pratica o crime de comunicação falsa de crime.
d) Em se tratando do crime de falso testemunho, o agente que se retrata ainda duran-
te o processo no qual testemunhou faz jus a causa de diminuição de pena.
e) É isento de pena, ainda que pratique o crime de favorecimento pessoal, o ascenden-
te, o descendente, o cônjuge ou o irmão de criminoso que o auxilia a fugir da ação da
autoridade policial.

Comentários:

A alternativa A trata do crime de exercício arbitrário das próprias razões, tipificado no art. 345 do
Código Penal:
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando
a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Portanto, errada a assertiva, uma vez que se trata de conduta típica.
A alternativa B traz como condição para a caracterização do crime o que é, em verdade, uma causa
de aumento de pena, conforme se observa do parágrafo único do art. 357 do Código Penal:
Exploração de prestígio
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jura-
do, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

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Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou
utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
A alegação ou a insinuação de que o dinheiro ou a utilidade também se destina ao juiz, jurado, ór-
gão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha, não é
condição para a consumação do delito, mas sim causa de aumento de pena.
Na alternativa C, a banca busca confundir os candidatos, utilizando-se das diferenças entre os cri-
mes de comunicação falsa de crime e de autoacusação falsa.
O agente que acusa a si mesmo, perante a autoridade, de ter cometido infração penal que não
ocorreu incorre no crime de autoacusação falsa, e não de comunicação falsa de crime. Portanto,
assertiva errada.
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção
que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Autoacusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
No crime de falso testemunho, a retratação do agente antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito é causa extintiva da punibilidade, expressa no §2° do art. 342 do Código Penal:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tra-
dutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
(...)
§ 2° O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente
se retrata ou declara a verdade.
Portanto, também incorreta a alternativa D.
A alternativa E traz o teor do §2° do art. 348 do Código Penal, que trata do crime de favorecimento
pessoal, in verbis:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena
de reclusão:
(...)
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento
de pena.

GABARITO: LETRA E.

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11. (CESPE TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR)

A respeito dos crimes contra a fé pública, contra a administração pública, de tortura e


de abuso de autoridade, julgue os itens subsecutivos.
Considere a seguinte situação hipotética.
Maurício, advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, deixou
de restituir autos de processo, recebidos em carga, na qualidade de advogado da parte
ré.
Depois da regular intimação pessoal para a restituição dos autos e do decurso do prazo
estabelecido para tanto, Maurício quedou-se inerte e, somente após comunicação do
juízo ao órgão do Ministério Público, antes do oferecimento da denúncia, entregou os
autos na secretaria da vara.
Nessa situação hipotética, consumou-se o crime de sonegação de papel ou objeto de
valor probatório, previsto no Código Penal.

Comentários:

A questão trata do crime de sonegação de papel ou objeto de valor probatório previsto no art.
356 do Código Penal, a seguir reproduzido:
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor
probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Em análise ao tipo penal, devemos ressaltar que, na primeira conduta , a
configuração do delito pressupõe o resultado, qual seja, a perda da eficácia/utilidade dos autos; a
sua efetiva inutilização material, ainda que parcial. No segundo núcleo do tipo - à à
à-, a consumação se dá com o não atendimento, pelo advogado, à intimação para restituir
os autos. Nesse caso, a simples conduta já configura o crime, independentemente do resultado, ou
seja, não importa se os autos perderam ou não sua eficácia probatória, o crime estará consumado
a partir do descumprimento do prazo para restituição (do dia seguinte ao término do prazo).

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Quanto a este último ponto, destaca-se julgado do Superior Tribunal de Justiça:


HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. CRIME DE SONEGAÇÃO DE AUTOS JUDICIAIS. TRANCAMENTO.
IMPOSSIBILIDADE. JUSTA CAUSA NÃO EVIDENCIADA. 1. O trancamento de ação penal pela via estreita
do habeas corpus é medida de exceção, só admissível quando emerge dos autos, de forma inequívoca
e sem a necessidade de valoração probatória, a inexistência de autoria por parte do indiciado ou a
atipicidade da conduta. 2. Na hipótese, não se evidencia, ao contrário do alegado pelo Impetrante,
estreme de dúvidas, a atipicidade da conduta do ora Paciente, porquanto a denúncia descreve, de
forma consistente e suficiente para a deflagração da persecução penal, a existência, em tese, de fato
tipificado como sonegação de autos judiciais. 3. Ademais, o fato de ter havido a devolução dos autos
antes da denúncia, porém, fora do prazo legal demarcado na intimação judicial, sem apresentação
de justificativa plausível para o retardamento da adoção de tal providência, não tem o condão de
eliminar o dolo e, por conseguinte, o cabimento da ação penal. 4. Ordem denegada. (Grifos apostos)
(STJ HC: 39231, Relatora Min. Laurita Vaz, DJ: 01/03/2005, Quinta Turma, Dje 28/03/2005)
Pois bem, a questão cobrou exatamente esse ponto da matéria: da leitura da assertiva, observa-se
que o crime se consumou com o decurso do prazo para a restituição do processo, pouco
importando que ainda não havia sido oferecida a denúncia. Portanto, correta a afirmação.

GABARITO CERTA..

12. (2017 -TRE SP- ANALISTA JUDICIÁRIO- ÁREA JUDICIÁRIA)

O Delegado de Polícia de um determinado município paulista recebe a notícia de um


crime de roubo que vitimou Alfredo, que teve seu veículo subtraído por um agente
mediante grave ameaça, com emprego de arma de fogo. Durante o trâmite do Inquéri-
to Policial apura-se que Joaquim foi o autor do crime, o qual tem a sua prisão preventi-
va decretada. Ainda na fase policial Fabíola, a pedido de Joaquim, comparece na Dele-
gacia de Polícia para prestar depoimento e alega que Joaquim, seu amigo, estava em
sua companhia no momento do crime. Encerrado o Inquérito Policial o Ministério Pú-
blico denuncia Joaquim pelo crime de roubo, denúncia esta recebida pelo Magistrado
competente. Fabíola não é encontrada para prestar depoimento em juízo sob o crivo
do contraditório, mesmo arrolada pela Defesa de Joaquim. Ao final do processo Joa-
quim é condenado pelo crime de roubo em primeira instância e, posteriormente, é ins-
taurada ação penal contra Fabíola por crime de falso testemunho.
Durante o trâmite do recurso interposto por Joaquim contra a sentença que o conde-
nou por crime de roubo, e da ação penal instaurada por falso testemunho contra Fabí-

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ola, esta resolve se retratar, afirmando que Joaquim não estava com ela no dia do cri-
me. No caso hipotético apresentado, na esteira do Código Penal, Fabíola
(A) não cometeu crime de falso testemunho, pois prestou depoimento falso apenas
durante o trâmite do Inquérito Policial.
(B) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à
pena cominada ao delito, sem qualquer causa de redução de pena.
(C) não poderá ser punida por crime de falso testemunho, pois se retratou antes da
sentença proferida nos autos da ação penal instaurada por falto testemunho.
(D) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à
pena cominada ao delito no Código Penal, reduzida de 1/3.
(E) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à
pena cominada ao delito no Código Penal, reduzida de 1/6.

Comentários:

Questão de enunciado logo, mas resolução bem tranquila, bastando que o candidato conhecesse a
redação legal.
Vamos analisar cada assertiva para verificarmos os seus erros.
A) ERRADA. Ocorre o crime de falso testemunho ainda que o depoimento falso tenha sido presta-
do em sede de inquérito policial, conforme art. 342, caput do CP:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbi-

b) CERTA.
c) ERRADA. Conforme disposto no enunciado, Fabíola se retratou após a sentença, durante o trâ-
mite do recurso. E, de acordo com o §2º do art. 342 do CP, o fato só deixa de ser punível se a retra-
tação ocorrer antes da sentença:
à à Oà à à à à à à à à à à à à à à à à à
agente se retrata ou declara a verdade à
d) ERRADA. Não há previsão de redução de pena no art. 342 do CP.
e) ERRADA. Não há previsão de redução de pena no art. 342 do CP.

GABARITO LETRA B.

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13. (2017 - TRE SP- ANALISTA JUDICIÁRIO- ÁREA ADMINISTRATIVA)

Ricardo reside na cidade de São Paulo e acaba testemunhando, da janela de sua resi-
dência, o furto de um veículo que estava estacionado na via pública, defronte ao seu
imóvel, praticado por dois agentes. Para se vingar do seu desafeto e vizinho Rodolfo e
sabendo de sua inocência, Ricardo apresenta uma denúncia anônima à Polícia notici-
ando que Rodolfo foi um dos autores do referido crime de furto. A autoridade policial
determina a instauração de inquérito policial para apuração da autoria delitiva em re-
lação a Rodolfo. Nesse caso hipotético, Ricardo cometeu crime de
(A) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa,
aumentada de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(B) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou
multa, aumentada de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(C) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa,
sem qualquer majoração.
(D) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou
multa sem qualquer majoração.
(E) falso testemunho.

Comentários:

Vamos à análise das assertivas.


A) CERTA. A assertiva trouxe a redação do art. 339 do CP, que assim dispõe:
á à àD à à à à à à à à à à à à
tigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, impu-
tando-lhe crime de que o sabe inocente:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome supos-
to.
§ 2º - áà à à à à à à à à à à à à à
b) ERRADA. Não se trata de comunicação falsa de crime, mas sim, denunciação caluniosa.
Na comunicação falsa de crime ou contravenção, o agente comunica às autoridades a ocorrência
de um crime ou uma contravenção que ele sabe que não ocorreu. Já na denunciação caluniosa,

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ocorreu algum crime, mas o agente imputa sua prática a alguém que sabe que não foi o autor do
delito.
á à à- Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contraven-
ção que sabe não se ter verificado:
Pena - à à à à à à à à
c) ERRADA. De fato, trata-se de denunciação caluniosa. Contudo, há a incidência do aumento de
pena do §1º do art. 339 do CP, tendo em vista ter o agente se utilizado do anonimato.
d) ERRADA. Vide os comentários da assertiva B.
e) ERRADA. Não se trata do crime de falso testemunho. Neste, o agente faz uma afirmação falsa,
nega ou cala a verdade em processo judicial ou administrativo, inquérito policial ou em juízo arbi-
tral, na qualidade de testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete. No caso da questão, a
conduta de Ricardo se deu antes de qualquer processo ou inquérito. Ricardo, através de denúncia
anônima, deu causa a instauração de inquérito, imputando o crime a seu vizinho, sabendo que es-
te era inocente. São condutas diferentes. Ricardo não figurou como testemunha no referido inqué-
rito. Ele, de forma anônima, deu causa à sua instauração, conduta que se amolda ao art. 339 do CP,
e não ao art. 342 do referido Código.

GABARITO: LETRA A.

A relação de temas que foi exposta por nós refere-se aos


assuntos que considero mais importantes, não englobando
todo o conteúdo programático previsto em edital.
Assim, recomendo que você não deixe de ler seu material
didático para aprofundamento da matéria, passando pelos
pontos que não foram por nós mencionados neste relató-
rio, de forma a estudar todo o conteúdo programático previsto no edital.

4. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO

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Nesta seção iremos apresentar os principais pontos do tópico organizados em forma de questioná-
rio, com o objetivo de servir como orientação de estudo, funcionando, portanto, como um chec-
klist, com respostas simples, que devem ser guardadas pelo candidato.
Para o aluno iniciante na disciplina sugiro que utilize o questionário como uma orientação para
destacar os pontos mais importantes e que devem ser estudados de forma mais criteriosa.
Agora, para o aluno que já estudou a matéria, sugiro que utilize o questionário como roteiro de
revisão e, assim, eventualmente, aperfeiçoe suas próprias anotações.
Como costumo ressaltar, nosso objetivo não é esgotar a matéria, mas sim, trazer alguns pontos
básicos dos temas, para que o alune revise alguns conceitos importantes.
Contudo, o estudo completo dos assuntos deve ser feito pelo aluno através do seu material de es-
tudos.

1. Responda certo ou errado: Comete crime contra a Administração da Justiça o estrangeiro


que reingressa no território nacional após ser deportado.
2. Qual a pena prevista no CP para o estrangeiro que reingressa no território nacional após ser
expulso? Há possibilidade de nova expulsão após o cumprimento da pena?
3. Qual a diferença entre os crimes de denunciação caluniosa e a comunicação falsa de crime
ou contravenção?
4. Responda certo ou errado: No delito de denunciação caluniosa, a pena apenas é aumentada
de sexta parte se o agente se serve somente de anonimato.
5. Responda certo ou errado: No delito de denunciação caluniosa, a pena é diminuída de 1/3
se o a imputação é de prática de contravenção.
6. Responda certo ou errado: No crime de autoacusação falsa, o fato deixa de ser punível se
antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a
verdade.
7. O crime de falso testemunho ou falsa perícia somente pode ocorrer em processos judiciais e
inquéritos policiais?
8. No crime de falso testemunho ou falsa perícia, o agente pode se retratar? Qual a conse-
quência da retratação?
9. Responda certo ou errado: Comete coação no curso do processo aquele que usa de violência
ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade,
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir apenas em processo
judicial.

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10. Responda certo ou errado: No crime de exercício arbitrário das próprias razões, a pretensão
que o agente pretende satisfazer com o crime é ilegítima.
11. Comete o delito do art. 345 do CP aquele que faz justiça pelas próprias mãos, para satisfazer
pretensão, embora legítima, ainda que a lei o permita atuar naquelas circunstâncias?
12. Qual a ação penal no crime de exercício arbitrário das próprias razões?
13. Responda certo ou errado: Comete fraude processual aquele que inova artificiosamente, na
pendência apenas de processo civil, o estado o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com
o fim de induzir a erro o juiz ou o perito.
14. Responda certo ou errado: Nos casos de fraude processual, se a inovação se destina a pro-
duzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aumentam na metade.
15. Qual a diferença básica entre favorecimento real e favorecimento pessoal?
16. Responda certo ou errado: comete crime o preso ou o indivíduo submetido a medida de se-
gurança detentiva que simplesmente foge do estabelecimento em que se encontra.
17. Por qual razão o crime previsto no art. 352 do CP é chamado de delito de atentado ou de
empreendimento?

1. Responda certo ou errado: Comete crime contra a Administração da Justiça o estrangeiro


que reingressa no território nacional após ser deportado.
Errado. Consoante o art. 338 do CP, comete crime o estrangeiro que reingressa no território naci-
onal após ser expulso e não deportado:
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pe-
à
2. Qual a pena prevista no CP para o estrangeiro que reingressa no território nacional após
ser expulso? Há possibilidade de nova expulsão após o cumprimento da pena?
Conforme vimos na questão anterior, a pena neste caso é de reclusão, de um a quatro anos, po-
dendo haver nova expulsão após o cumprimento da pena.
3. Qual a diferença entre os crimes de denunciação caluniosa e a comunicação falsa de crime
ou contravenção?

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Na denunciação caluniosa (art. 339 do CP), houve a prática de um crime e o agente imputa este
crime a alguém que sabe ser inocente, dando causa a instauração de uma investigação policial, de
processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbi-
dade administrativa contra esta pessoa.
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe inocente à
Já na comunicação falsa de crime ou contravenção (art. 340 do CP), o agente sabe que não houve
crime ou contravenção mas, mesmo assim, provoca a ação de autoridade, comunicando-lhe a
ocorrência do suposto delito.
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contra-
à à à à à à
4. Responda certo ou errado: No delito de denunciação caluniosa, a pena apenas é aumen-
tada de sexta parte se o agente se serve somente de anonimato.
Errado. Na denunciação caluniosa, a pena é aumentada de sexta parte tanto se o agente se servir
do anonimato quanto se se utilizar de nome suposto (§1º do art. 339 do CP):
àArt. 339:
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome supos-
to à
5. Responda certo ou errado: No delito de denunciação caluniosa, a pena é diminuída de 1/3
se o a imputação é de prática de contravenção.
Errado. Se a imputação for de contravenção, a pena é diminuída de metade:
Art. 339:
§ 2º - áà à à à à à à à à à à à à à
6. Responda certo ou errado: No crime de autoacusação falsa, o fato deixa de ser punível se
antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verda-
de.
Errado. Não há esta previsão no CP para o crime de autoacusação falsa (art. 341 do CP). Tal previ-
são existe para o crime de Falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, §2º do CP).
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa à
Então, muito cuidado, porque o aluno pode lembrar de já ter lido essa previsão na prova e achar
que a assertiva está correta, errando a questão.
7. O crime de falso testemunho ou falsa perícia somente pode ocorrer em processos judiciais
e inquéritos policiais?

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Não. Consoante o disposto no art. 342 do CP, o crime pode ocorrer em processo judicial, adminis-
trativo, inquérito policial ou em juízo arbitral.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbi-
tral à
8. No crime de falso testemunho ou falsa perícia, o agente pode se retratar? Qual a conse-
quência da retratação?
“ àD à à à à à à à à àCP à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à à
9. Responda certo ou errado: Comete coação no curso do processo aquele que usa de vio-
lência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade,
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir apenas em processo ju-
dicial.
Errado. Conforme redação do art. 344 do CP, a coação pode ocorrer em processo judicial, policial
ou administrativo ou em juízo arbitral.
10. Responda certo ou errado: No crime de exercício arbitrário das próprias razões, a preten-
são que o agente pretende satisfazer com o crime é ilegítima.
Errado. A pretensão que o agente visa satisfazer no crime de exercício arbitrário das próprias ra-
zões é legítima.
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo
à à à à
11. Comete o delito do art. 345 do CP aquele que faz justiça pelas próprias mãos, para satisfa-
zer pretensão, embora legítima, ainda que a lei o permita atuar naquelas circunstâncias?
Não. O crime só ocorre quando a lei não permite a atuação do agente. Quando a lei permite que
o agente atue, não há que se falar em crime. Ex: nos casos de legítima defesa, o agente atua e
não há a ocorrência de crime, porque o CP afirma ser uma hipótese de exclusão da ilicitude
(art.23, II do CP).
12. Qual a ação penal no crime de exercício arbitrário das próprias razões?
Quando não há o emprego de violência, o CP determina que seja utilizada a ação penal privada.
Nos demais casos, passa a ser utilizada a regra geral, qual seja, ação penal pública incondicionada.
Art. 345 (...)
Parágrafo único - Se não há emprego de vi à à à à à à
13. Responda certo ou errado: Comete fraude processual aquele que inova artificiosamente,
na pendência apenas de processo civil, o estado o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o
fim de induzir a erro o juiz ou o perito.
Errado. A fraude processual pode ser cometida na pendência de processo civil ou administrativo.

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Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de


à à à à à à à à à à à à à à à à à
14. Responda certo ou errado: Nos casos de fraude processual, se a inovação se destina a
produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aumentam na metade.
Errado. Consoante redação do §único do art. 347 do CP, se a inovação se destina a produzir efeito
em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
15. Qual a diferença básica entre favorecimento real e favorecimento pessoal?
O aluno precisa ter cuidado porque é muito comum que as bancas misturem os conceitos de fa-
vorecimento pessoal e favorecimento real.
No favorecimento pessoal (art. 348 do CP), o agente presta assistência a alguém que acabara de
cometer um crime ao qual é cominada pena de reclusão. A assistência prestada tem como objeti-
vo que o autor do delito se oculte da ação da autoridade. E o favorecimento deve ser prestado
após o crime, não podendo haver qualquer contribuição do agente para o cometimento do delito
(sob pena de estarmos diante de participação e não de favorecimento pessoal).
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada
pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica
isento de pena à
Já no crime de favorecimento real (art. 349 do CP), o auxílio do agente não é ao criminoso em si,
mas sim, assegurar o proveito do crime. Claro que o criminoso terá tido um auxílio, mas apenas
de forma indireta, porque, diretamente, busca-se proteger o produto do crime. Também não
ocorre favorecimento real se o agente tiver concorrido para delito que resultou o proveito, pois
estaremos diante de co-autoria ou participação.
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a
tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa à
Então, enquanto no favorecimento pessoal o agente assegura, grosso modo, a fuga do criminoso,
no favorecimento real o agente assegura o proveito do crime.
16. Responda certo ou errado: comete crime o preso ou o indivíduo submetido a medida de
segurança detentiva que simplesmente foge do estabelecimento em que se encontra.
Errado. Fugir o preso ou o indivíduo sujeito a medida de segurança do estabelecimento em que
se encontra por si só não configura crime. O crime ocorre quando, na evasão ou na tentativa de
evasão, o agente se utiliza de violência contra a pessoa:

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Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança
detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência à
17. Por qual razão o crime previsto no art. 352 do CP é chamado de delito de atentado ou de
empreendimento?
Ocorre o chamado delito de atentado ou de empreendimento quando o CP prevê no mesmo tipo
tanto a figura de tentar cometer o crime como a de consumar o delito. Assim, não há a aplicação
do art. 14, II do CP, aplicando-se a mesma pena às duas situações.
E é exatamente o que ocorre no art. 352 do CP, que assim dispõe:
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança
detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além d à à à à

5. CONCLUSÃO
Pessoal, encerramos aqui mais um P àE à à àD àP
Bons estudos e até a próxima aula!
Livia Vieira.

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