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In Memoriam:
[IN]EXISTÊNCIAS
MITOPOÉTICAS
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Reitor
Joséé Jackson Coélho Sampaio
Vice-Reitor
Editora da UECE
Erasmo Miéssa Ruiz
Conselho Editorial
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Francisco Horaé cio da Silva Frota
Francisco Joséô nio Camélo Parénté
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Maria Líérida Callou dé Araué jo é Méndonça (UNIFOR)
Piérré Salama (Univérsidadé dé Paris VIII)
Roméu Gomés (FIOCRUZ)
Tué lio Batista Franco (UFF)
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[IN]EXISTÊNCIAS
MITOPOÉTICAS
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[IN]EXISTÊNCIAS MITOPOÉTICAS
Editora filiada à
Coordenação Editorial
Erasmo Miéssa Ruiz
Diagramação
()
Projeto Gráfico
(José Alex Soares Santos)
Capa
(Antonio Carlos Bonfim)
Revisão de Texto
(Francisca Geny Lustosa)
Ficha Catalográfica
(INCLUIR NOME DA BIBLIOTECÁRIA E NÚMERO DO CRB)
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO................................................
11
......................
POÉTICA DO
13
DEVANEIO.........................................................
PARTE I -
MITOPOESIA..................................................... 17
........
DEUSA DA
SEDUÇÃO...................................................................... 19
.........
APOLO E
DIONISO....................................................................... 20
............
PELOS
DEUSES!....................................................................... 21
..................
ENDIMIÃO E MEU MODO DE
22
SER ...........................................................
FILOSOFIA....................................................................
23
............................
AMBROSIA....................................................................
24
...........................
CÓPULA QUE A FÊNIX FEZ
25
RENASCER....................................................
SONETO À
POSÍDON...................................................................... 26
.........
À DEUSA
AFRODITE..................................................................... 27
.............
AFRODITE E
ADÔNIS........................................................................ 28
........
ANÊMONA.....................................................................
29
..........................
AO DEUS
EROS............................................................................ 30
.............
ARMADILHA DE
EROS............................................................................ 31
..
SORPO DE 32
9
ÉOLO............................................................................
..........
EOS: O PARTO DO
33
DIA............................................................................
DESTINO DE
IO................................................................................. 34
........
BENÇÃO DE DIONISO À LUTA COM
35
ARTE..............................................
PARTE II - INTERFACES
37
POÉTICAS...........................................
VIVEMOS PARA
QUÊ.............................................................................. 39
.
PAI...............................................................................
40
.............................
A
PARTIDA....................................................................... 41
.........................
TREM DA
VIDA............................................................................ 42
.............
TÂNATOS: A
MORTE......................................................................... 43
........
ENCONTRO COM O
44
NADA.....................................................................
DEPRESSÃO..................................................................
45
............................
SER
LIVRE........................................................................... 46
.......................
BOEMIA
EXCITANTE.................................................................... 47
.............
VELA DO
FILOSOFAR................................................................... 48
............
A
GREVE.......................................................................... 49
.........................
SANGUE
REVOLUCIONÁRIO......................................................... 50
..........
O CAPITAL E A
BARBÁRIE..................................................................... 51
...
INCONTROLÁVEL
52
CAPITAL......................................................................
10
ARQUÉTIPOS DO
53
CAPITAL.......................................................................
FULMINANTE
CAPITAL........................................................................ 54
.....
O MALVADO
CAPITAL........................................................................ 55
.....
O CAPITAL E OS SENTIDOS DO
56
TRABALHO............................................
........
ARCO-ÍRIS NA
CIDADE......................................................................... 75
..
PÉROLA OU
FLOR............................................................................ 76
.........
APRESENTAÇÃO
O
que leva alguém a escrever poesia e aventurar-se no mundo da
criação literária? Os motivos são vários e, diversos são os
matizes da sentimentalidade posta em versos, como forma de
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POÉTICA DO DEVANEIO
Geny Lustosa
Profa. da Universidade Federal do Ceará - UFC.
Pedagoga, Me. e Dra. em Educação Brasileira pela UFC.
A
s experimentações poéticas com as quais nos deparamos nesta
obra traduzem o reconhecimento do poeta, tanto na melodia
exalada, quanto nos sentidos e significados que este oferece. Esta,
preserva a unidade da marca humana e de sua intensidade, junto com a
enorme capacidade de paixão, reunidas em um sentido poético. A poesia
de Alex Santos faz-nos imergir, destarte, em algumas de suas instâncias
de passionalidade: a vida e seus desejos mais pulsantes – o amor, o medo,
a dor, a separação, a luta social...
A Mitologia, fio condutor de sua obra, nos parece apenas o pretexto
(um contexto?) retratado pelos arquétipos de deuses e deusas, bem como
nas narrativas e simbologias que enredam. Tal como Sherazade, o poeta
encanta quando começa a contá-las, vez por outra; encanta,
principalmente, por amar e conhecer com tanta propriedade as narrativas
mitológicas, no que faz emergir uma verdadeira sistematização e
explicação do Olimpo - Panteão dos deuses.
Quando ao perguntar-se sobre o que leva alguém a escrever poesia
e aventurar-se no mundo da criação literária, não ousamos sequer tentar
aventarmos possíveis respostas, mas não seria, talvez, a credibilidade de
que o processo criativo é produtor de seres humanos e mundos, no qual
pode se fundamentar o humano em sua capacidade de reinvenção?
Mesmo não podendo perspectivar de fato, respostas absolutas para
indagação tão particular, apreendemos parte das inquietações atuais,
concernentes ao autor, acerca da natureza e da possível interrelação
“arte-ser humano-mundo-transformação social” (aqui formuladas sob
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nossos grifos!).
Qual a potência dessa linguagem para os processos de reinvenção
dos sujeitos, na produção de novos modos de existência social, ou como
diria Nietzsche, de novos processos de "subjetivação dissidente?" E na luta
revolucionária, qual a possibilidade de produzir "sujeitos resistentes ou
linhas de fuga e devires?"
Nesse instante nos ocorre, que suas indagações gravitam em
verossimilhança a Bachelard, quando se debatendo com os problemas
colocados pela imaginação poética se inquieta em reflexões, e para quem
a imagem poética é "comparada em arquétipo adormecido no
inconsciente."
Em seus poemas, imaginação poética transitam em [in]existências
que devaneiam entre o mito e a realidade, que bailam, dançam na leitura
do mundo - um mundo que prescinde tão fortemente da arte, da
criatividade como reinvenção. É a própria poética do imaginário, tal como
Bachelard a compreende. Em [In]existências mitopoéticas, essa
poética emerge em metáforas, como um produto direto do coração e da
alma de seu autor, arrebatado na leitura citadina do cotidiano em sua
atualidade.
Ao pensarmos sobre os poemas e nas narrativas da mitologia
expressas na referida obra, belamente encontramos Alex Santos em duas
principais personificações, as quais temos a sensação de que este se
conjuga, em uma unidade-dual, “Apolo e Dioniso”.
A nós, esse par de contrários aparece também em sua poética, pois
o autor utiliza-se do que é dionisíaco, ou seja, do que é criativo, caótico,
estonteante e do esteticamente embriagante presente nas vicissitudes
humanas, pari passu, em se tratando do apolíneo, concilia a unidade
dialética da beleza, harmonia, da perfeição, da sistematização que estão
mais presentes nas virtudes. Estes aspectos estão claramente perceptíveis
no poema “Apolo e Dioniso": [...] “um, é todo impulso, força e violência.
Outro, juventude, luz e canção. Ao unirem-se dão vida à arte criadora,
necessidade destrutiva, princípio de ordenação”. (p.16).
Revisitando Bachelard, mais uma vez, para quem era imperativo se
chegar a uma "fenomenologia da imaginação poética", em limites bem
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PARTE I
MITOPOESIA
DEUSA DA SEDUÇÃO
Onde estará,
Bela Afrodite?
Deusa da sedução
Que desperta prazeres!
Elementos da paixão
Na deidade consiste.
Olimpiana mais linda
E perfumada que existe.
Das graças recebeu a beleza,
Por Posídon abençoada,
Da genitália de Urano gerada,
De Zeus, a sua realeza.
Foi por Ares muito amada,
Por Hefesto desposada,
No entanto, Adônis
É por quem foi enamorada.
Teve Eros como filho
Que Psiqué adorava
Pelo travesso conquistada,
Deixando a mãe enciumada.
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APOLO E DIONISO
PELOS DEUSES!
FILOSOFIA
AMBROSIA
SONETO À POSÍDON
À DEUSA AFRODITE
AFRODITE E ADÔNIS
ANÊMONA
30
AO DEUS EROS
ARMADILHA DE EROS
SOPRO DE ÉOLO
DESTINO DE IO
PARTE II
INTERFACES POÉTICAS
Poliedro Painel
Ágape, Ampliado,
Imortal. Iluminação.
Potência Paisagem
Amorosa, Atrativa,
Incondicional. Insofismável.
Pássaro Plano
Alado, Angular,
Idoneidade. Imutável.
Porção Porte
Aromática, Apolíneo,
Intimidade. Incomparável.
Portal Pórtico
Aberto, Adornado.
Imensidão. Istmo.
Paixão Paz,
Adorável, Amor.
Implosão. Imolação.
A PARTIDA
DEPRESSÃO
SER LIVRE
BOEMIA EXCITANTE
VELA DO FILOSOFAR
Após te conhecer,
Aprendi a perguntar,
Sobre a existência do ser
E a imensidão do mar.
Foram tantos, porque?
Difícil todos explicar,
Mas, fizeram-se saber
Nas páginas do ensinar.
No teu caminho busquei,
Com a intenção de aprender
O que está por revelar.
Contigo nas ideias viajei,
Ao mundo, questionar comecei,
Depois de com Sophia dialogar.
Andando em tua presença,
Estou sempre contente.
Tristeza, só com tua ausência,
Pois, tua arte o fogo acende
A forte vela do filosofar.
Os que de ti se aproximam,
Teu calor latente logo aquece,
De ignorância ninguém padece
Quando resolve ti experimentar.
A GREVE
SANGUE REVOLUCIONÁRIO
ARQUÉTIPOS DO CAPITAL
FULMINANTE CAPITAL
POEMAS NATUROMÂNTICOS
SONETO D'AMANTE
OLHAR DE SELENE
II
CHUVA LITORÂNEA
Chuva desfiada em pingos pelo ar,
Formando densa e alva cortina.
Cobre com suavidade a verde colina
Com plumas líquidas em lento caminhar.
ARCO-ÍRIS NA CIDADE
PÉROLA OU FLOR?