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Sabe-se na atualidade, que existe correlação entte maiores concentrações séricas de hCC e o
maior número de células trofoblásticas, o que ocorre entre 8 e 10 semanas de gestação. As
vilosidades coriônicas sáo responsáveis pela maior parcela da produçáo de hCG e órgãos
fetais como fígado, pulmão, ovário, testículos e, sobretudo, os rins, ainda que em menores
quantidades, também sintetizam o hormônio.
A hCG é uma glicoproteína com peso molecular da ordem de 36.000 a 40.000 dáltons.
A parte proteica representa 70% da molécula e a porção glicídica, os outros 30%. A porção
proteica contém 237 aminoácidos distribuídos em duas cadeias (subunidades alfa e beta), que
se ligam de maneira náo covalente.
Os hormônios glicoproteicos hipofisários (FSH, LH, TSH) também sáo constituídos por
subunidades alfa e beta:
Graças a essa semelhança estrutural entre as subunidades alfa, a hCG apresenta reação
imunológica cruzada com as subunidades alfa dos demais hormônios glicoproteicos. A
identidade dos anticorpos produzidos se dá, também, com os hormônios completos
(presença das duas cadeias unidas). Existem soros específicos para a hCG que contém
anticorpos para a subunidade beta desse hormônio. Por radioimunoensaio, esses soros
podem discriminar a hCG do LH produzido pela hipófise.
A hCG é produzida pelas vilosidades coriônicas desde fases muito precoces da gestação.
Nas primeiras semanas, os níveis do hormônio dobram a cada 1,7 a 2 dias e atingem valores
máximos entre 60 e 80 dias de gravidez, quando sáo detectadas concentrações de 50.000 a
150.000 UI/ mL na urina. Depois, há gradual declínio até concentrações de 3.000 a
10.000 UI/mL, as quais permanecem praticamente inalteradas até o termo da gestação. A
concentração sérica atinge de 500.000 a 1.000.000 UI/mL, no seu pico, caindo para valores
de 80.000 a 120.000 UI/mL no termo.
Alguns autores defendem que a hCG protege o embriáo da rejeição imunológica materna.
ln vitro, a hCG inibe a produçáo de anticorpos pelos linfócitos estimulados pela fito-
hemaglutinina. Com base nessas observações e também pela constatação de altas
concentrações de hCG na superfície do trofoblasto voltado para a decídua, foi sugerido
que a hCG desempenharia importante papel imunossupressor in vivo. Mais estudos precisam
ser realizados para confirmação desse fato.
A hCG tem atividade tireotrófica intrínseca, com apenas 1:4.000 da potência do TSH
humano. Na presença de níveis muito elevados desse hormônio, como observado na doença
trofoblástica gestacional, essa atividade tireotrófica intrínseca pode ser suficiente para
provocar hipertireoidismo clínico.
A transformação genital inicial do feto masculino, interna e externa, se faz por ação da
testosterona e de seu derivado, a di-hidrotestosterona. Admite-se que a hCG possa agir na
gônada fetal, sendo importante nessa diferenciaçáo sexual; ela estimularia, a partir de 7
semanas de gestação, as células de Leydig dos testículos do feto a produzirem andrógenos
na primeira metade da gestação. Existem também estudos indicando que a esteroidegênese
no córtex da adrenal do feto depende da hCG.
Há outros testes que também podem ser utilizados para o diagnóstico de gestação e se
baseiam na inibição da hemaglutinaçáo pela hCG na urina ou no plasma, em lâmina ou
tubo. Esses exames náo discriminam a hCG do LH e, portanto, sáo menos específicos do
que o radioimunoensaio para a subunidade beta. Esses exames sáo de execuçáo mais
rápida e têm menor sensibilidade; consequentemente, os resultados falso-negativos sáo
mais frequentes. Tomam-se positivos de 16 a 90 dias após a concepção e sáo úteis na
prática clínica diária, por serem mais baratos e de execução mais simples. O método por
radioimunoensaio é vantajoso por ser qualitativo e quantitativo, ao passo que os exames
baseados na inibiçáo da hemaglutinaçáo pela hCG apenas fornecem resultados
qualitativos.
Bibliografia