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BAV 1º
Se trata de um alentecimento anormal da condução através da região do bloqueio, mas cada
impulso consegue ainda obter uma resposta. Desta forma o padrão de resposta ventricular aos
estímulos atriais se mantém constantes (mesmo que “mais demorados”), ou seja, mantém o padrão 1:1
com o Intervalo PR >0,20s.
BAV 2º
A classificação de BAV 2º se refere ao alentecimento da transmissão do impulso oriundo do
átrio. Entretanto, diferentemente do BAV 1º, nesta classificação há subdivisão em dois grupos: Mobitz I
e Mobitz II.
● BAV 2º Mobitz I - O impulso é progressivo com o bloqueio total ocasionando a ausência de QRS,
estabelecendo assim o padrão de classificação visto: P:QRS = 5:4, 4:3, 3:2;
○ “Avisa que vai bloquear”;
○ Forma Típica: Aumento progressivo de PR até o bloqueio;
○ Variedade I: Aumentos simétricos de PR;
➢ Simula BAVT (BAV 3º) se o traçado for pequeno;
○ Variedade II: Ciclos Longos;
➢ Geralmente 10:9, 11:10, 12:11;
○ Variedade III: Wenckebach de alto grau (2:1);
➢ Não é possível classificação em BAV 2º Mobitz I/BAV 2º Mobitz II, devendo-se
esperar ou induzir um padrão 3:2;
● BAV 2º Mobitz II - PR se mantém constante até o bloqueio e após o mesmo, apresentando QRS
normal ou alargado;
○ “Bloqueio tudo ou nada”
BAV 3º ou BAVT
A comunicação entre Átrio e Ventrículo está prejudicada nos demais casos de BAV. Já no BAV
3º ou BAVT não há comunicação AV. Na leitura do ECG interpreta-se um ritmo de escape, assim como
uma Frequência Atrial > Frequência Ventricular.
Portanto as características no ECG são:
● Frequência Atrial > Frequência Ventricular;
● RR é Regular;
● Onda P pode estar em qualquer local do traçado;
● Diferentes Ritmos:
○ Ritmo Juncional:
➢ QRS estreito e FC > 40 bpm;
○ Ritmo Ventricular:
➢ QRS largo e FC < 40 bpm;
● Fatores:
○ Despolarização ventricular esquerda é normal;
○ Despolarização ventricular direita é retardada;
○ Prolongamento do QRS (Ativação tardia do VD);
○ Vetor final - representa ativação final do VD, para direita e frente;
● Clínica:
○ Os pacientes não apresentam diferença na sobrevida que os não acometidos, quando
não associados a cardiopatias;
○ Assim como no BDAS, pode ser visto em indivíduos hígidos, comum em idosos e são as
primeiras manifestações chagásicas;
As morfologias unipolares do BRD varia de acordo com o eletrodo associado, portanto, vê-se
nas derivações unipolares do ventrículo direito, ou seja V1 e V2, uma onda R alargada e com “meseta”.
O padrão visto é rsR’.
Já nas derivações da região do septo (V3 e V4) é do tipo RS, semelhante a normalidade,
entretanto, nos quadros de BRD há um leve entalhe no ramo ascendente de R,
com predomínio da área positiva sobre a área negativa.
A morfologia nas regiões do VE (V5 e V6) predomina qRS, sendo esta
onda D formando uma “meseta”, sendo o “q” produzido pelo V I, R por V II e S
produzido pelos vetores anômalos (V III e V IV).
● Fatores:
○ O início da despolarização ventricular está prejudicado devido BRE, acometendo o VI;
○ A despolarização do VE está prejudicada - Vetores I e II;
○ Despolarização do VD preservada - Vetores III e IV;
○ O VD é despolarizado antes que o VE;
● Clínica:
○ Geralmente ocorre em casos de cardiopatia estrutural.
Para ilustrar: O estímulo não consegue avançar devido BRE, com isso a primeira região a
despolarizar é a mais baixa do septo. O Vetor I
do BRE é inscrito orientado para baixo, frente e
esquerda. Os vetores II e III representam a
progressão da onda pelo septo, do lado
esquerdo para o direito, sendo o II para trás e o
III um pouco menos.
Após o “Salto de Onda”, ou seja, ativação de
por via anômala no sentido antidrômico, há a
despolarização da parede livre do VE,
inscrevendo-se o Vetor IV.
As morfologias vistas em quadros de BRE variam conforme a derivação analisada, sendo assim,
ao analisar-se as unipolares epicárdicas do VD (V1 e V2) vê-se rS ou QS, sendo S com a formação de
“meseta”, este pequeno r pode surgir sendo oriundo do vetor Ia, que representa a despolarização da
parede livre do VD. Essa morfologia também é vista em DIII e aVF.
Já a morfologia vista nas unipolares do VE (V5 e V6) é R ou rR,
com a onda R formando “meseta”, ou seja, alargada.
● Clínica:
○ Pode estar presente em indivíduos hígidos (assim como o BRD);
○ Comum em idosos (assim como o BRD);
○ Primeiras manifestações da miocardiopatia chagásica (assim como o BRD);
● Critérios:
○ Desvio de eixo para a Esquerda, ou seja, o eixo é >30º;
○ Padrão Q1S3 - Rotação anti-horária;
○ Onda S em V5 e V6;
○ Ausência de q em V5 e V6.