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Direito Eleitoral

Conteúdo programático:
 Constituição Federal;
 Lei nº 4.737/1965 (Código Eleitoral);
 Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos);
 Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições);
 Lei nº 13.165/2015 (Minirreforma Eleitoral);

 Fonte da legislação: http://www4.planalto.gov.br/legislacao


 Resolução 21.538/2003 do TSE
 Fonte: http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2003/RES215382003.htm
Direitos Políticos
Art. 1º, parágrafo único, CRFB. Todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição.
 Segundo Motta & Barchet, nacionalidade é o vínculo de
uma pessoa com um Estado. Já cidadania é a vinculação
de uma pessoa a uma sociedade politicamente organizada
desse mesmo Estado. Essa vinculação decorre da
participação do cidadão na administração do País, do
Estado-Membro ou do Município. Portanto, é cidadão quem
pode votar e ser votado pois estas são as principais formas
do indivíduo participar politicamente da vida do Estado.
 Assim, define-se Direitos Políticos como um
conjunto de regras que disciplinam as formas de
atuação da soberania popular. São prerrogativas,
atributos, faculdades, ou poder de intervenção dos
cidadãos ativos no governo de seu país.
 Os direitos políticos são, portanto, um
desdobramento do princípio democrático inscrito no
art. 1º da Constituição, que afirma que todo poder
emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos (indiretamente) ou
diretamente.
Art. 1º, parágrafo único, CRFB. Todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição.
 Portanto, são direitos políticos:
a) votar e ser votado;
b) ser autor de ação popular (Art. 5º , LXXIII, CRFB);
c) participar de partidos políticos ( art. 17 ,CRFB);
d) subscrever projeto de lei de iniciativa popular de lei
( art. 61 , § 2º , CRFB).
Art. 5º, LXXIII, CRFB. Qualquer cidadão é parte
legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
 Ainda de acordo com a doutrina, dividem-se os direitos
políticos em ativos e passivos:
 Direitos políticos ativos ou capacidade eleitoral ativa:
é a aptidão para votar.
 Direitos políticos passivos ou capacidade eleitoral
passiva: é a aptidão para ser votado e,
consequentemente, ocupar cargos eletivos.
 Há também uma outra classificação doutrinária:
a) Direitos políticos positivos: é a capacidade de
exercer os direitos políticos acima enumerados.
b) Direitos políticos negativos: é a incapacidade ou
privação de exercer os direitos políticos, como, por
exemplo, no caso do art. 15 da Constituição.
 Algumas formas de Exercício Direto da Soberania
Popular, ou seja, dos Direitos Políticos, segundo o art. 14 da
CRFB:
Art. 14, CRFB. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e,
nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
 Sufrágio Universal: é um direito público
subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de
eleger, ser eleito e de participar da organização e
da atividade do poder estatal.
 As palavras sufrágio e voto são empregadas
comumente como sinônimos. O art. 14 da CRFB,
entretanto, dá-lhes sentidos diferentes, já que
estabelece que o sufrágio é universal e o voto é direto
e secreto e tem valor igual. Escrutínio ou eleição é
outro termo com que se confundem as palavras
sufrágio e voto.
 A razão é que os três se inserem no processo de
participação do povo no governo, expressando:
a) um, o direito (sufrágio);
b) outro, o seu exercício (o voto); e
c) o último, o modo de exercício (escrutínio ou
eleição).
 Ao sufrágio universal contrapõe-se o sufrágio
restrito que se estabelece quando o direito de voto é
concedido em virtude da presença de determinadas
condições especiais possuídas por alguns nacionais.
Por exemplo:
a) sufrágio restrito censitário; e
b) sufrágio restrito capacitário.
a) Sufrágio Restrito Censitário: quando o nacional tiver que
preencher condição ou qualificação econômica (renda, bens);
Ex.:
Art. 94, Constituição Politica do Imperio do Brazil (de 25 de março
de 1824). Podem ser Eleitores, e votar na eleição dos Deputados,
Senadores, e Membros dos Conselhos de Provincia todos, os que
podem votar na Assembléa Parochial. Exceptuam-se
I. Os que não tiverem de renda liquida annual duzentos mil réis por
bens de raiz, industria, commercio, ou emprego.
b) Sufrágio Restrito Capacitário: quando o eleitor necessita
apresentar alguma capacidade ou qualificação especial (por ex.,
formação intelectual).
Ex.:
Art. 147, § 3º, E.C. Nº 1/69 (CRFB/69). Não poderão alistar-se
eleitores:
a) os analfabetos;
 Voto: como dito acima, é o exercício do sufrágio.
É a manifestação individual da vontade em uma
deliberação coletiva (por ex., uma eleição).
Art. 60, § 4º, CRFB. Não será objeto de deliberação
a proposta de emenda tendente a abolir:
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
 Plebiscito: consulta feita aos eleitores sobre questão de relevância
política, econômica ou social antes de sua transformação em ato
legislativo ou administrativo. Por ter caráter de mera consulta, em
regra, seu resultado não vincula o poder legislativo.
Ex.:
Art. 2º, A.D.C.T. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá,
através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e
o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que
devem vigorar no País.
 Referendo: de acordo com o art. 2º, § 2º da Lei 9.709/98,
“O referendo é convocado com posterioridade a ato
legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a
respectiva ratificação ou rejeição”. É, portanto, a submissão
ao eleitor de ato legislativo ou ato administrativo já
aprovado, para o que este mesmo eleitor possa dar-lhe
eficácia, ou se este já entrou em vigor, possa ratificar-lhe a
existência ou rejeitá-lo .
Exemplo:
Lei N° 10.826, de 22 de dezembro de 2003. (Estatuto
do Desarmamento)
Art. 35, caput, Lei 10.826/03. É proibida a
comercialização de arma de fogo e munição em todo o
território nacional, salvo para as entidades previstas no
art. 6° desta Lei.
Art. 35, § 1°, Lei 10.826/03. Este dispositivo, para
entrar em vigor, dependerá de aprovação
mediante referendo popular, a ser realizado em
outubro de 2005.
Art. 61, § 2º, CRFB. A iniciativa popular pode ser
exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não
menos de três décimos por cento dos eleitores de
cada um deles.
 Assim, são 3 os requisitos para que o povo, diretamente, possa
encaminhar projeto de lei (ordinária ou complementar) para a
Câmara dos Deputados:
1) O projeto deve ser subscrito (abaixo assinado) por, no mínimo,
1% do eleitorado nacional;
2) A coleta de assinaturas deve se dar em, pelo menos, 5 Estados;
e
3) Em cada Estado onde houver esta coleta, no mínimo 0,3% dos
eleitores devem assinar o projeto.
 Atenção: é pacífico o entendimento quanto a
impossibilidade de proposta de emenda
constitucional (PEC) ser encaminhada à Câmara
por meio de iniciativa popular, visto que o art. 60 da
CRFB apresenta uma relação exaustiva ou
terminativa dos legitimados ativos.
 Também é possível a iniciativa popular de projetos de lei
de interesse específico do Município, da cidade ou de
bairros:
Art. 29, CRFB. O Município reger-se-á por lei orgânica ... e
os seguintes preceitos:
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;

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