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ereia
i/a d n e w s O fic ia l
Como sabemos, o casamento é uma instituição divina e, como tal, deve ser
reverenciado e exercitado de acordo com o modelo original, planejado por
Deus, para a felicidade do homem.
Qualquer tentativa de mudar minimamente, qualquer coisa que Deus fez,
constitui de per si uma afronta ao criador, t como se alguém estivesse dizendo
com essa atitude que, embora Deus tenha feito, não o fez perfeito, portanto
necessita de retoque. Isso é inconcebível! Quando o Senhor instituiu o
casamento, estabeleceu em sua constituição princípios inalienáveis, tais
como: a heterossexualidade, a monogamia e a complementaridade, elem en­
tos estes que são simplesmente imprescindíveis para o perfeito funcionam en­
to dessa sagrada instituição (Gn 1.27; 2.24). Destarte, como coluna e firmeza
da verdade (I Tm. 3.15), a Igreja vem de modo peremptório, colocar-se em
defesa do casamento e da família, segundo o padrão divino. Em momento
algum assentiremos com aquilo que a cultura popular prevalecente, fruto de
uma sociedade comprometida com o secularismo, quer nos impor. Modelos
de casamento e de família dissociados do padrão divino, serão sempre recusa­
dos por nós. Permaneceremos sempre, dentro dos moldes daquilo o que pre­
coniza a Sagrada Escritura.
Por isso, estamos apresentando aos queridos irmãos (ãs), o novo manual
de estudos bíblicos para a família. Iniciando com os cuidados que se deve ter
com a escolha do cônjuge até a importância de o casal envelhecer juntos de­
baixo da benção de Deus, serão ministradas palestras que têm como objetivo
principal fortalecer o casamento e as famílias. Esperamos em Deus que cada
seminarista faça bom uso deste material e use-o não somente nos dias do
seminário, mas leve-o para casa e constantemente, esteja relendo e até fa­
zendo uso do mesmo no culto doméstico, para que toda a família possa ser
abençoada por esses estudos. Isso é o que deseja o vosso pastor.

Pr. Ailton José Alves


Presidente da IEADPE
REFERÊNCIAS
Bíblia da Família. Baruen SP Sociedade Bíblica
do Brasil 2006.

j CARDOSO, Renato e CARDOSO, Cmtiane


Casamento Blindado, o seu casamento a prova
de divórcio - Rio de Janeiro Thomas Nelson
Brasil, 2012.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Antigo


Testamento Interpretado versículo por versículo
Hagnos

CHAPMAN, Gary O que não me contaram sobre


casamento mas que você precisa saber
traduzido por Li/andra de Almeida - São Paulo
Mundo Cristão. 2011

A família que vocé sempre quis - Slo Paulo


Mundo Cristão. 2011

EGGERiCHS, Emerson Amor e respeito, traduzido


por Ermrson Justino - São Paulo Mundo Cnstle.
2008,

HOUAiSS. Antônio e VIllAR. Mauro de Sattrs


Dioonano Houarss da Língua Portuguesa Riode
Jane-ro, Instituto Antônio Mouaíss Ed Objetiva rJ • ^ ™^
2001 .
B>i h ! 51 ■
W
l|^, Jv •(.1.áá.
1.1 ■• S ■
JENKINS, Jerry B O segredo dos casais mtef ^ f i ­ {fl )(« f ] A
tes descubra os limites de um casamento
bem-sucedido: tradução Magaly de Castro Araújo y*TjiT 7 /^ 9!
1.W‘CtA~/ l
Frag3 Moreira. - São Paulo Editora Landscape,
|
2006
SlwtTfTiiNi 1« "J
URA Elteier. Revista EBD jovens e adultos.
Farrv a cristã eu e a minha casa serviremos ao
Senhor - Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 29 semestre
de 2004.

LOPES Hernandes Dias. Casados & felizes: não


permita que seu casamento vire uma mala sem
alça - São Paulo, SP: Hagnos, 2005.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.


CPAD.
5 U M Á R I ____ O

PALESTRA 01

FAZENDO UMA
BOA ESCOLHA
Palestra 02

AJUSTAM ENTO
CONJUGAL
Palestra 03

ADMINISTRANDO A BENÇÃO
DA CHEGADA DOS FILHOS
Palestra 04

A BENÇÃO DE
ENVELHECER JUNTOS
(81) 3084.1530/3084.1533
'Projet o SamcuMOfca*l b £ p r o je to « m u d
FAZENDO UMA
BOA ESCOLHA

p rrto o ü cA o

As Que fVO p r r v r n t f ( J r ^ v m <o<no ver 4 O no*SO M u fO


W kxfflO S rm fa;# 4 ; t r f r * )\ g n futuro b<'*Klfytr pOféfn V* <h
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toda i e d i Ou seja. um cônjuge u) r fe» r <*p cpft^p<onv;vo matrimonial
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(ah oAo deve aprovar sr em r-.ci^hrr.g>r'm tv g J(r o Senhor ggu> a sua
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fUOÍKa Imcuremos 4 rnnso sem nano íbr^J>r<x> vofcr* 4 «mportante tarefa
de se evcoíher o futuro cô n j» * r

I - 0 #CAS RARA UMA BOA CSCOlKA

NAo poderTK>s rea narnen^, matx'^ 4 nos aue busquemos 3


o^^en^açio dn na Seqmsermo 1 i r . r ~ ' reco^er aquele Que planejou
a nossa e>isténoa antes mesmo e» ‘ s^e^os e certamente, mc ^ u neste
piano o *x)sso casamento po<s desc,a em-rç o^e'ecer-r os o mefhoc 0
apostok? T 4.10 nos ad«er-e 3 too lodrvc e *oao o dom perfeito /em ao
oKo descendo do do das 1,zes ^do m^dorço nem sombra de
vono^òo *~g 1 17) Vejamos e^tão algumas d cas para jma 00a escc fia do
cônjuge

1.1 Que seja no Senhor (l Co 7 39; Tm 5 14). A boa escolha do co^ uge não
deve ser a p e ra s pela aoarénc a ca, ainda que isso tem a sua m p o rtân o a.
contudo esse náo deve ser o ponto decisivo na hora da esco na mas, deve-
se escolher alguém que - notadam ente - esteja dentro da vontade de Deus,
porque som ente o Senhor conhece-nos de m odo cabal, portanto, sabe qual a

/
pessoa ideal para ser nosso cônjuge, para nos complementar. Por conseguinte,
casar no Senhor significa casar segundo a vontade de Deus, seguindo o projeto
de Deus para a nossa vida, que inclui determinada pessoa e não outra.

1.2 Que professe a mesma fé (Nm 36.5-7; II Co 6.14). Professar a mesma fé


diz respeito não somente a casar com alguém que também crer em Cristo,
mas que esteja dentro da "mesma tribo". No nosso caso, da mesma igreja: "..
contanto que se casem na família da tribo de seu pai" (Nm 36.6b). Sabemos
que existem igrejas e igrejas e cada uma delas tem a sua forma de servir a
Deus e os seus costumes. Destarte, não é de bom alvitre, um (a) jovem,
membro de uma igreja, buscar alguém em outra igreja (denominação) para
ser seu cônjuge, considerando que, as eventuais diferenças doutrinárias e de
costumes, poderão ocasionar - e em geral ocasiona - discórdias entre o casal.

A orientação bíblica para a boa escolha do cônjuge, é que seja dentro


da própria "tribo", para que não haja conflito, nem quanto a herança (legado
doutrinário), nem quanto aos costumes. E esta recomendação é ainda mais
severa quando se trata de um (a) jovem crente escolher casar com um (a) não-
crente. O texto de II Co 6.14, diz-nos: "não vos prendais ao jugo desigual com
os infiéis". Levando-se em conta o que temos visto no dia-a-dia, na vida de
algumas pessoas que não abraçaram essa orientação bíblica, podemos afirmar
que, fazer a escolha do cônjuge não observando este princípio, equivale decidir
por um casamento frustrado. Amparada neste princípio bíblico e visando
salvaguardar a vida dos nossos jovens, a IEADPE só realiza casamentos entre
jovens membros de nossa igreja.

1.3 Que seja dentro do mesmo nível socioeconômico e intelectual 0


casamento entre pessoas com acentuado desnível financeiro, intelectual e
social, na maioria das vezes gera consequências desagradáveis, tais como
(a) complexo de inferioridade; (b) crises de ciúmes doentios; (c) dependência
financeira; (d) humilhações etc. Portanto, a escolha feita dentro do mesmo
nível socioeconômico e intelectual, facilitará aos cônjuges a adaptação e
ajustamento dentro da família recém-formada. Muitos casamentos entram em
crise logo no início por não haverem atentado previamente, para detalhes tão
importantes como este.

1.4 Que seja mais ou menos dentro da mesma faixa etária. A subjetividade
de um indivíduo conta muito para os seus relacionamentos interpessoais,
mormente para o relacionamento conjugal. Portanto, casar com alguém com
uma diferença grande de idade é uma decisão, no mínimo, arriscada. Pessoas
que vêm de épocas mais distantes, em geral, pensam e agem diferente daquelas
que procedem de épocas mais recentes. Se um, ou outro caso, conseguiu ter
sucesso, disso não decorre que essa questão deva ser desprezada. A exceção
nunca deve virar regra.

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É muito comum ocorrer essa diferença grande de idade em casamentos
em que um dos cônjuges é viúvo (a). Neste caso, além da diferença na idade,
existem outros fatores que devem ser levados em consideração, quais sejam:
(a) o relacionamento com os filhos do primeiro casamento; (b) o regime de
comunhão de bens, quando estes existem; (c) as comparações entre o primeiro
cônjuge e o (a) atual; (d) níveis de maturidade diferentes etc. Destarte, é
razoável que ao escolher o cônjuge, o (a) jovem o faça de alguém com uma
idade não muito diferente da sua.

II - PESSOAS NA BÍBLIA, QUE FIZERAM MÁ ESCOLHA

A Bíblia Sagrada, o manual do casamento e da família, faz menção de


algumas pessoas que erraram na hora da escolha do cônjuge, vejamos algumas
delas:

2.1 Sansão. O jovem Sansão incorreu em pelo menos dois erros quando da
escolha do cônjuge. Primeiro, contrariando os conselhos e orientações de seus
pais, casou-se com uma mulher filisteia, trazendo grandes prejuízos e vergonha
para sua própria vida, pois sua esposa lhe foi infiel e dada por mulher a outro
homem (Jz 14.1-3,7,15-17,20). Segundo, após ter cometido este grande erro,
comete outro ainda mais grave, escolhe uma prostituta com esposa. Como
nazireu de Deus, Sansão necessitava ter uma vida recatada e irrepreensível
(Nm 6.1-8,13). Como sabemos, as consequências das más escolhas de Sansão,
foram desastrosas e lhe custaram a própria vida.

2.2 Davi. Embora a Bíblia registre que Davi foi um homem segundo o coração
de Deus (I Sm 13.14), algumas de suas escolhas trouxeram-lhe terríveis
consequências. Sobretudo no que diz respeito ao casamento. Davi desviou-
se do projeto original de Deus para o casamento que é a monogamia (Gn
2.18,22,24), praticando a poligamia. Chamo a atenção para alguns detalhes do
texto de Gênesis, retrocitado: os artigos, preposição e pronomes: "...far-lhe-
ei um a ajudadora", "...tomou do homem, formou uma mulher", "...deixará o
homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à s u a mulher, e serão am bo s uma
carne. O texto bíblico é muito claro quando revela que Deus fez um homem
para um a mulher e um a mulher para um homem.

Quanto a Davi, primeiro foi enganado pela trama do rei Saul, que
prometeu-lhe em casamento a filha mais velha, Merabe, mas apenas com o
objetivo de destruí-lo. E ainda assim, Saul não cumpriu a sua palavra, dando
Merabe por esposa a Adriel (I Sm 18.17,19). Em seguida, aproveitando a paixão
que a sua outra filha, Milcal, tinha por Davi, Saul dá sequência ao seu plano
maligno para matar Davi. Este, sem vigiar, ou consultar ao Senhor, achou
que o projeto de ser genro do rei era maravilhoso (I Sm 18.26), todavia as
consequências dessa escolha foram bastantes desagradáveis.

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Embora Saul não tenha conseguido o seu intento, mais a frente,
encontramos Mical demonstrando desprezo e ciúme doentio por Davi (II Sm
6.14-16; 20-23). Assim, tem início a aventura negativa de Davi relacionada
ao seu péssimo histórico matrimonial e infelizmente este segue na prática da
poligamia, colecionando esposas: Abigail, Ainoã, Eglá, Maacá e finalmente, é
protagonista da macabra história de adultério com Bate-Seba e assassinato de
seu esposo Urias, seu fiel soldado (I Sm 11.26). Tudo isso consequências das
más escolhas.

2.3 Salomão. Parece-nos que mais uma vez pode-se constatar que de
alguma maneira, o modo como os pais se comportam influencia diretamente
no comportamento dos filhos. Salomão teve uma história matrimonial
terrivelmente conturbada. A Bíblia diz que esse filho de Davi casou com muitas
mulheres estrangeiras. Salomão também errou duplamente: Primeiro porque
casou com várias mulheres e depois porque casou com mulher estrangeira.
Deus havia proibido terminantemente essa prática (I Rs 11.1,2). Finalmente, as
várias esposas de Salomão o fizeram prevaricar contra Deus e ir após deuses
estranhos (I Rs 11.4-7). E a consequência dessa má escolha de Salomão foi
o juízo divino (I Rs 11.9,11). Ou seja, o homem mais sábio da terra tornasse
néscio em suas escolhas.

Quando tratamos com desdém as orientações bíblicas para o casamento,


padecemos as consequências das más escolha, pois, somente seguindo o
manual Divino, a Bíblia Sagrada, poderemos fazer escolhas acertadas (SI
119.105,165,169).

III - CONSEQUÊNCIAS DA MÁ ESCOLHA

Algumas consequências decorrentes de más escolhas perduram toda


a vida. Portanto, devemos ser prudentes ao fazer nossas escolhas. Podemos
escolher muitas coisas durante a nossa vida. Escolhemos a roupa que vestimos,
o curso que iremos fazer, o carro que pretendemos comprar, os amigos que
queremos ter, enfim, podemos fazer muitas escolhas que irão definir o que
somos e como viveremos.

Algumas dessas escolhas podem ser modificadas quando nos


arrependemos ou chegamos à conclusão de que tomamos a decisão errada, ou
seja, escolhemos mal. Todavia, a e s c o l h a d o c ô n ju g e é d e f in it iv a , não cabe
a r r e p e n d im e n t o E m u it o m e n o s d e s is t ê n c ia . A Bíblia Sagrada nos orienta que
O CASAMENTO É UMA ESCOLHA QUE DEVE PERDURAR ATÉ O FALECIMENTO DE UM
d o s c ô n ju g e s(I Co 7.39). Em (Mt 19.8), lemos: "Disse-lhes ele: Moisés, por
causo da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres;
m a s a o p r in c íp io n ã o f o i a s s im " (grifo nosso). Ou seja, Jesus está dizendo
que no projeto original de Deus para o casamento, não existe a possibilidade

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de desistência. C a s o u , e st á c a s a d o (a ), a té q u e a m o r t e o s s e p a r e . Por isso
aquele (a) que casa de forma precipitada sem buscar a orientação do Senhor,
terá que conviver com as consequências de sua escolha.

IV - CORRIGINDO OS ERROS DO PASSADO

Ninguém precisa viver errando toda a vida. Deus sempre nos oferece a
oportunidade de recomeço. Se alguém tomou decisões erradas no passado ou,
se fez más escolhas, precisa ver onde falhou e, dentro do possível, realizar os
ajustes de conduta necessários para corrigir a rota, tendo o cuidado para não
incorrer noutros erros. Para tanto, a pessoa necessita:

4.1 Reconhecer o erro cometido e assumir as consequências de sua má


escolha. Se houve uma escolha errada quanto ao casamento, não adianta ficar
se lastimando e amaldiçoando o seu cônjuge ou matrimônio. Deve-se recorrer
àquele que é o instituidor e mantenedor da família para que o Senhor venha a
endireitar aquilo que precisa ser concertado. É importante pontuar que cada
cônjuge deve fazer a sua parte. Não se pode esperar que Deus faça aquilo que
cabe a nós fazê-lo. Quando as tempestades se avizinham do casamento, não
podemos transformar água em vinho, mas podemos encher as talhas com
água (Jo 2.7) e o milagre Jesus faz.

4.2 Entender que separação ou divórcio não resolverá o problema. Muito


pelo contrário, o divórcio criará outro problema ainda maior. A Bíblia diz que
Deus odeia o divórcio (Ml 2 14,16). Portanto, quem deseja corrigir as escolhas
erradas do passado e buscar a benção de Deus para o seu casamento, jamais
deve optar pelo divórcio. Seria como tentar limpar uma superfície suja, com um
pano ainda mais sujo. Não vai funcionar! Se não está conseguindo administrar
a situação sozinho (a) busque ajuda. O Departamento de Família existe para
oferecer apoio às famílias que estão vivendo em crise.

4.3 Jamais fazer comparação entre seu cônjuge e outras pessoas. Lembre-
se, quem fez a escolha foi você. Portanto, se você não consultou o Senhor e
escolheu errado, precisa entender que as consequências devem ser assumidas
e administradas por quem fez a escolha. Comparar seu cônjuge com outras
pessoas só vai acentuar o problema. Peça graça a Deus e procure investir no
seu relacionamento, rogando ao Senhor que o (a) ajude a amar, compreender
e a aceitar a pessoa que você escolheu para ser seu esposo (a).

4.4 Manter uma vida de oração e comunhão com Deus. O quebrantamento


e a disposição de obedecer a Palavra de Deus só virá quando houver sincera
disposição de submeter-se incondicionalmente, a vontade do Senhor. A oração
ajuda a lembrarmos de nossas limitações e total dependência do Senhor.
Portanto, o cônjuge que ora tem mais chance de ver o milagre ocorrer em sua

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vida e em sua família (Lc 11.9).

4.5 Perdoar o seu cônjuge. Em (I Pe 4.8), o apóstolo diz que " ,.o amor cobrirá
a multidão de pecados". Ou seja, se alguém ama, perdoará as falhas da pessoa
amada. Isso é o que significa "cobrir a multidão de pecados" Ou seja, mesrno
que a pessoa que você escolheu para ser seu cônjuge cometa algumas falhas,
se você realmente amá-lo (a), não levará em conta os seus erros mas, com
amor, procurará conscientizá-lo (a) da necessidade de mudança.

CONCLUSÃO

Para aqueles que ainda estão solteiros, dizemos que o casamento é urna
benção de Deus! No entanto, é preciso ter-se maturidade espiritual suficiente
para discernir qual a vontade específica de Deus para a sua vida no que concerne
ao casamento. Case, mas case no senhor! Ou seja, case dentro da vontade
de Deus. Não dê nenhum passo até que Deus tenha lhe orientado de forma
inequívoca sobre o assunto. É melhor não casar, do que casar fora da vontade
do Senhor. Esse mesmo princípio, Paulo usa aconselhando as mulheres viúvas.
Ele diz que elas até poderíam contrair novas núpcias ".. contanto que seja no
Senhor". Equivale dizer: Dentro da vontade de Deus. Disso Decorre que Deus
tem uma vontade específica para a nossa vida no tocante ao casamento. Então
procure antes de tudo, conhecer e submeter-se a essa vontade.

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CASAMtNTO UMA B f: N Ç A O P H O G R L S S I V A

Palestra 02

AJUSTAMENTO
CONJUGAL
n-.XTOS: D l 24.5:
Cj N 26.8; CT 6.3

INTRODUÇÃO
Infelizmente, muitos casamentos têm as suas estruturas balançadas
desde o início. Porque alguns cônjuges iniciam esta nova etapa da vida sem
ter o mínimo de apresto para tal empreendimento. Adentram ao matrimônio
iludidos com o mito do casamento perfeito e, naturalmente, se decepcionam
quando - diante da realidade da vida - percebem que o cônjuge não é tão
perfeito (a) quanto parecia, antes do tão esperado s im diante do altar e o
casamento não é aquele conto de fadas presente apenas na imaginação fértil
das pessoas.
Contudo, os recém-casados precisam saber que, os que garimpam
diamantes nas minas, nãos os encontram prontos e lapidados, mas pedras
brutas, que após um processo que envolve um penoso trabalho, o joalheiro
transforma-o em uma joia de grande valor. O casamento é como uma pedra
preciosa que necessita de um minucioso e dedicado trabalho por parte
dos cônjuges, para fazê-lo brilhar diante de Deus e da sociedade. É sobre a
adequação à nova realidade na vida conjugal e suas implicações, que estaremos
aprendendo neste estudo.
1 -0 QUE É AJUSTAMENTO CONJUGAL?

Podemos definir ajustamento conjugal da seguinte forma:


1.1 Ajustamento: ato ou efeito de ajustar-se; ação de integrar-se à um
determinado contexto; adaptação; amoldamento. Diz-se de duas ou mais
-• f C r *
coisas que se unem de maneira perfeita, justa, que se encaixam bem uma à
outra.
1.2 Conjugal: relativo aos cônjuges; do casal; matrimonial; do casamento ou
da vida de casado.

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Destarte, ajustamento conjugal seria, por assim dizer, a adaptação,
a integração, o amoldamento entre os cônjuges, de maneira que, mesmo
existindo pontos divergentes entre o casal, esses pontos possam ser bem
administrados de tal maneira que possibilite a consecução de uma vida conjugal
harmoniosa. A isso chamamos "ajustamento conjugal".
II - ÁREAS DO CASAMENTO QUE NECESSITAM DE AJUSTAMENTO

Os períodos de namoro e noivado são - para o casal - as fases das


descobertas do outro, de conhecimento mútuo. Busca-se a resposta para a
pergunta: Quem é essa pessoa que chamou a minha atenção e com quem eu
pretendo casar? Conquanto alguns casais invistam um tempo considerável
procurando a resposta para essa pergunta, esses dois primeiros períodos não
são suficientes para se conhecer bem a outra pessoa. Sabemos que cada pessoa
carrega a sua carga de subjetividade com suas particularidades decorrentes do
processo de formação do indivíduo, que envolve temperamento, costumes,
contexto familiar, contexto social, hábitos pessoais etc. Por tudo isso, é
imprescindível ao casal passar pelo processo de ajustamento conjugal, e este
ajustamento deve acontecer em diferentes áreas, quais sejam:

2.1 Espiritual. A conduta espiritual de uma pessoa diz muito a seu respeito.
Por isso, antes de aceitar a proposta de casamento, o (a) jovem crente deve
avaliar com cuidado, o comportamento espiritual do (a) postulante. Casar com
alguém que não prioriza Deus em sua vida equivale apostar no fracasso do
casamento. Uma vez casados, os cônjuges, devem continuar investindo na vida
espiritual, agora, compartilhada, em família. O desajuste na vida espiritual
do casal, contribuirá para o desencadeamento de sérios problemas. A Igreja
começa em nossa casa. Chamado por Deus, Abraão não descuidava de investir
na vida espiritual junto com a sua família (Gn 12.7,8; 13.1,4).
O ajustamento na vida espiritual do casal, permitirá que ambos
compartilhem as suas experiências pessoais que eles têm com Deus. No
entanto, deve-se ter o cuidado de evitar o desequilíbrio espiritual entre o casal,
em que um queira ser mais santo do que o outro ou vice-e-versa. É imperativo
que o casal faça os devidos ajustes na sintonia espiritual para que as bênçãos
de Deus possam fruir sobre a família e as suas orações não sejam impedidas
(1 Pedro 3.7).
2.2 Emocional. Maturidade emocional é a capacidade de administrar bem
os sentimentos e sensações inerentes ao ser humano. Qualquer pessoa que
ainda não possua maturidade emocional não está preparada para assumir as
responsabilidades decorrentes do ato de casar. Portanto, a pergunta certa não
é com que idade uma pessoa deve casar, mas se essa pessoa já tem maturidade

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emocional suficiente para assumir um relacionamento conjugal. Se o indivíduo
não possui maturidade emocional, até a quebra da simbiose que deve haver
entre este e seus pais - por ocasião do seu casamento - ficará comprometida
(Gn 2.24).
Na relação entre os cônjuges, essa maturidade é imprescindível. No dia-
a-dia do casal, nos embates da vida, nos problemas mais diversos e na própria
relação interpessoal do casal, essa maturidade é constantemente posta à
prova. Quando os cônjuges são maduros emocionalmente e promovem os
ajustes necessários a boa convivência, tudo vai bem. Eles aprendem juntos a
exercitar a prática do amor conjugal, cultivando-o como a uma planta, com
carinho, atenção, afeto, companheirismo, romantismo etc. (Cl 3.19; Tt 2.3-5).
2.3 Social. Os cônjuges precisam saber que agora fazem parte de uma sociedade
íntima entre duas pessoas e, como em todas as sociedades, partilharão lucros
e prejuízos, altos e baixos, alegrias e tristezas, sol e chuva, fartura e escassez
etc., por isso mesmo, antes de tomar qualquer decisão, mormente, aquelas
que afetarão diretamente à família, devem antes, sentar e combinar (Am 3.3;
Lc 14.28-30).
Outra nuança desse ajustamento social diz respeito aos relacionamentos
sociais de ambos os cônjuges, no trabalho, na igreja, na faculdade, no Facebook,
no WhatsApp etc. Deve-se ter transparência total. O amigo da esposa tem
de ser amigo do marido também, e vice-e-versa. Portanto, aqui cabe uma
orientação: Os cônjuges devem compartilhar as senhas das redes sociais, de
maneira que ambos possuam as senhas um do outro.
E, uma vez casado (a), todos os relacionamentos de amizade com
pessoas do sexo oposto devem ser rigorosamente controlados, no sentido
de não se permitir qualquer comportamento ou atitude que enseje qualquer
suspeição. Por exemplo: frequentes elogios, troca de presentes, frequentes
ligações telefônicas ou mensagens, visitas frequentes a casa etc.

2.4 Psicológica. Estamos vivendo num contexto onde as psicopatologias se


multiplicam, motivadas por uma série de fatores, tais como: as constantes e
extremas exigências sociais para a sobrevivência do indivíduo e da família;
as preocupações com o sucesso; a instabilidade econômica; a violência; as
incertezas; a falta de segurança e muitos outros. Tudo isso tem produzido um
amontoado de pessoas doentes psicologicamente.
Atualmente existem muitos indivíduos que apresentam o quadro da
Doença Bipolar - Doença maníaco-depressiva; do TOC - Doença em que o
indivíduo apresenta obsessões e compulsões; do Transtorno de Ansiedade
Social - ou sociofobia; da Esquizofrenia - Irregularidades no discernimento;

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da Anorexia - Transtorno alimentar; da Depressão Clínica - Sentimento d<
vazio; do Estresse pós-traumático dentre outros,
Diante desse quadro, urge que, desde o momento da escolha da pev,o,,
com quem se vai casar, deve-se ter o cuidado de se avaliar a possibilidade dev,fJ
pessoa ser, ou não, portadora de qualquer patologia, Inclusive psicológica. iv,0
naturalmente, não impede o indivíduo de casar, mas prepara o íuturo cônjuge
para, de antemão, decidir se aceita ou não, conviver com a situação, Todavia
uma vez casado (a), se em algum momento surgir o diagnóstico d<* qualquer
enfermidade, o cônjuge que desfrutar de melhor saúde deve provê tudo o que
esteja ao seu alcance para auxiliar o esposo (a) a reverter a situação.
Independentemente da presença de qualquer psicopatologia ou não, (y.
cônjuges precisam saber que devem se amoldar ao relacionamento conjugal
aprendendo a conviver com a estrutura psicológica daquele (a) indivíduo que
foi escolhido (a) para ser seu cônjuge.
2.5 Sexual. Considerando que a cultura popular prevalecente - completamente
secularizada - tem ditado um padrão pervertido para a prática da sexualidade,
a igreja de Cristo deve se posicionar peremptoriamente sobre o tema e
mostrar a luz da Bíblia, qual o modelo divino para a sexualidade humana. Sobre
a sexualidade, a primeira coisa que o casal cristão precisa saber é que a prática
sexual não se constitui de per si pecaminosa. A Bíblia diz que Deus criou o
sexo: "macho e fêmea os criou" (Gn 1.27). O problema consiste naquilo que o
homem tem feito com a sua sexualidade.
A prática da sexualidade foi projetada por Deus para o contexto do
casamento e exclusivamente para esse contexto (Gn 1.28; 2.24,25). Logo,
qualquer prática sexual antes ou fora do casamento se constitui pecado. É
pecado porque atropela a ordem natural do projeto divino. De acordo com
o que Deus planejou, primeiro vem o casamento, depois a intimidade (Gn
2.24,25), nunca o contrário. Destarte, não há nada de errado com a prática da
sexualidade, desde que ela se apresente dentro do contexto do casamento e
conforme o padrão divino (I Co 7.2-4).
Com muita propriedade o apóstolo Paulo orienta: "Foge tombem dos
paixões da mocidade" (II Tm 2.22). Ainda em outro texto, o apóstolo adverte:
"Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo;
mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo" (I Co 6.18). Aqui estão,
portanto, sérias advertências quanto a sexualidade exercitada fora do contexto
do casamento. A coisa é tão séria que o apóstolo exorta a fugir desse tipo de
prática ou daquilo que a estimule.
É imperativo lembrar que mesmo dentro do casamento, a prática da
sexualidade deve seguir o padrão estabelecido por Deus que é o modelo
santidade (I Pe 1.16). Um casal temente a Deus jamais trará para o leito
conjugal práticas sexuais pervertidas, disseminadas largamente pela cultura
popular prevalecente (Hb 13.4). Se casais heteros trouxerem para o leito
conjugal, práticas que são comuns entre homossexuais, estarão cometendo o
mesmo pecado que eles, com um agravante, Deus deu ao casal hetero todos os
elementos para que fosse possível a relação intima de acordo com a natureza,
mas eles preferiram perverter as suas práticas, por isso, se não houver sincero
arrependimento, confissão e abandono de tais práticas, o juízo de Deus será
inexorável (Rm 1.24-28,32).
Devemos portanto, seguir o conselho do apostolo João, quando diz:
"Nõo ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o
amor do Pai nõo está nele. Porque tudo o que há no mundo, o concupiscêncio
da carne, a concupiscêncio dos olhos e o soberba do vida, nõo è do Pai, mas
do mundo. E o mundo possa, e o sua concupiscêncio; mas aquele que foz o
vontade de Deus permanece poro sempre" (I Jo 2.15-17).
Outra nuance não menos importante quanto a adequação da sexualidade,
é que não é preciso ter pressa. Depois do casamento, os cônjuges terão toda
a vida para desfrutarem desse particular. Na intimidade, os cônjuges devem
dialogar, demonstrar afeto e evitar gerar constrangimento desnecessário
ao outro. O homem deve reconhecer que a mulher possui características
distintas, por exemplo, é mais romântica, enquanto o homem é mais prático e
operacional. Mais é bom lembrar que essas diferenças são complementares e
nunca excludentes. Deus imprimiu em cada um deles características distintas
para que pudesse haver complementaridade. Portanto, faz-se necessário a
adequação e administração desses pormenores.
III - FATORES QUE LEVAM A NEGLIGÊNCIA NO AJUSTAMENTO CONJUGAL

Apesar da relevante importância do ajustamento conjugal, muitos casais


têm negligenciado esse processo, e isso acontece por alguns motivos, quais
sejam:
3.1 Desconhecimento da importância da preservação do casamento. Como
uma instituição divina, o casamento deve ser sempre honrado e cultivado.
Descuidar de sua preservação é desdenhar de uma dádiva de divina para o
homem (Gn 2.18,24).
3.2 Falta de interesse dos cônjuges. Há casais que esperam que as coisas
aconteçam automaticamente, e sabemos que não é assim que funciona.
Temos de fazer a nossa parte. Em qualquer relacionamento é imprescindível
a participação ativa de todas as partes envolvidas para o bom funcionamento

17
\ do empreendimento.
).i E x c e iio de au to co n fian ça. Há os que Imaginam que têm o casamento
Imune *$o\ problemas, portanto n8o o menor esforço para promover
o ajustamento necessário ao equilíbrio familiar, Dizem: meu conjuge rne ama
multo, portanto nunca vai desistir de rnirri. Isso é uma atitude egoísta, V- há
alguma coisa no esposo que precisa ser ajustado para o bem do relacionamento,
o esposo deve fazer, como também a esposa.
IV •A BÍBLIA E O AJUSTAMENTO CONJUGAL

A Bíblia Sagrada, o manual da família, ínícía a temática do casamento


falando de ajustamento conjugal, quando dí/: "Portanto deixará o homem o
•.eu pal e u suo rnoe, e apegar-se-á à soo mulher, e serdo ambos umo corne"
(Gn 2.24). Quando o texto diz: "apegar-se-á", está falando em ajustar se um
ao outro, o quando ler se: "tornar se-ão", pode-se entender como urna ação
continua, ou seja, na condição de casados, devemos estar constantemente
nesse processo de ajustamento. Ninguém é perfeito e sempre haverá pontos
em que podemos e devemos melhorar. O casamento portanto é uma instituição
que necessita constantemente de investimentos. Oração, arnor, carinho,
cuidado, compreensão, fidelidade, transparência, paciência, são Ingredientes
que tornarão possível a existência de um casamento feliz.
I CONCLUSÃO
A Bíblia mostra que a vereda do justo é como a luz da aurora, que /aí
brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Pv 4.18), assim também deve ser
o nosso casamento. O começo, em geral, é muito bom, mas devemos buscar
através do ajustamento conjugal torná-lo cada vez melhor. Quando nos
dispomos a administrar o nosso casamento segundo o padrão divino, acontece
como em Caná da Galileía, o segundo vinho será melhor do que o primeiro (Jo
2.10). Ou seja, quando o casal permite que a Palavra de Deus seja instrumento
balizador e baldrame para o casamento, quanto mais o tempo passa, melhor
fica o relacionamento.

18
ADMINISTRANDO A BENÇÃO
DA CHEGADA DOS FILHOS

TEXTO: S L 1273-5

INTRODUÇÃO
0 casamento é uma, dentre as muitas bênçãos que Deus preparou para
o homem. Salomão, sob inspiração divina exclama: "Aquele que encontro umo
esposa, acha o bem, e alcança a benevolência do Senhor" (Pv 18.22). Com o
casamento vem outra benção - não menos importante - que é a possibilidade
de procriar, de gerar filhos. Entretanto, faz-se necessário maturidade para
administrar bem, a benção da chegada dos filhos.
Lamentavelmente, boa parte dos casais encontram dificuldades na
administração dessa benção, no que concerne a administrá-la conforme
0 projeto divino. Mormente, porque a cultura popular prevalecente, tem
influenciado a muitos, com a tentativa de desconstrução do padrão bíblico
para a família. Destarte, o objetivo deste estudo é fazer com que entendamos
melhor essa benção e como podemos administrá-la seguindo o modelo bíblico.
1- O PLANEJAMENTO PARA A CHEGADA DOS FILHOS

Se quisermos ser exitosos em nossos empreendimentos, sobretudo


naqueles que nos são mais importantes, precisamos antes de qualquer coisa,
de planejamento. E para iniciar bem esse planejamento, devemos regá-lo com
oração, buscando a orientação de Deus para a consecução dos nossos projetos.
Depois daquele período inicial de ajustamento do casal à nova realidade, é
hora de pensar na chegada dos herdeiros. Isso mesmo! Paulo diz: "Quero, pois,
que as que são moças se casem, gerem filhos..." (I Tm 5.14). Então, de acordo
com esse conselho paulino, todo o casal precisa pensar em acrescentar novos
seres ao planeta (Gn 1.28a).
Todavia, a chegada dos filhos demanda certo planejamento, sobretudo
do primeiro filho, que traz consigo todo um conjunto de novas experiências.

19
Há aqueles que deixam a cargo da própria natureza toda a responsabilidade,
mas é imprescindível ter-se um programa mais ou menos detalhado, e seguir,
dentro do possível, as previsibilidades desse programa. Naturalmente que,
como servos de Deus, cremos que o Senhor está no controle de todas as coisas,
mas isso não nos exime da responsabilidade de fazermos a nossa parte.

É perfeitamente possível controlar alguns eventos, tais como: o melhor


momento para engravidar; onde e como será o quarto do bebê; a cor do
enxoval; o nome do bebê etc. Entretanto, é importante também compreender
que a partir da chegada do bebê, muito da rotina habitual do casal passará por
mudanças significativas. Vejamos algumas destas mudanças:

1.1 Atenção dividida. Antes, quando só havia o casal, todo o tempo disponível
era dedicado ao cônjuge. Com a chegada do (s) bebê (s), a atenção será
compartilhada com a prole, e o tempo disponível será dividido por três, quatro,
cinco, dependendo do número de filhos que o casal tiver. Tudo isso deve ser
pensado quando do planejamento da família.

1.2 Aumento nas despesas. Naturalmente que, se aumenta o número de


pessoas numa família, as despesas aumentam junto. É o famoso efeito cascata.
Vale salientar que tudo para o bebê é, por definição, mais caro. Despesas com
alimentação, vestuário, calçado, assistência médica, medicação etc., serão
acrescidas ao orçamento doméstico. Tudo isso deve ser levado em conta no
planejamento. No entanto, se o casal tem uma estrutura econômica bem
definida, é só reprogramar o orçamento toda vez que chegar um novo bebê,
levando em consideração o aumento nas despesas.

1.3 Alterações fisiológicas. Praticamente todo o metabolismo do organismo


da mulher altera durante o período da gravidez. Tanto internamente, no
funcionamento dos órgãos, quanto na estética corporal. Muitas vezes a mulher
entra em pânico, porque acha que todo o sacrifício fítness que ela fez ao
longo de sua vida para emagrecer e manter um corpo escultural, foi por água
abaixo. Outro sintoma comum nas mulheres grávidas, sobretudo nas primeiras
semanas de gestação é o enjoo associado a vômitos. Isso muitas vezes deixa
o marido perturbado porque acontece da esposa sentir náuseas quando se
aproxima dele. Contudo, nenhum marido precisa se desesperar pois isso é
normalíssimo nessa fase. Felizmente o enjoo é passageiro.

1.4 Algumas renúncias. Antes o casal tinha mais autonomia para programar
o horário de fazer as refeições, de viajar, de passear, de dormi. Agora, quem
programa o horário da família é o recém-nascido. Nos primeiros meses, os
passeios e as viagens vão ter que esperar. Mas, o que conforta, é saber que
tudo tem um tempo determinado (Ec 3.1): Há tempo de passear, de viajar, mas
também há tempo de amamentar, de trocar fraudas, de ninar crianças etc. Isso
é a vida!

20
1.5 A vida intima do casal. Com a chegada dos filhos, a vida Intima do casal
passa por significativas alterações. Desde o período de abstinência, conhecido
como o resguardo pós-parto, até os cuidados com a privacidade, pois a partir
de então, não serão apenas dois. Jamais deve-se manter os filhos dormindo na
mesma cama do casal, antes, deve-se acostumá-los desde cedo, a dormirem
em seus quartos. O casal deve prezar sempre pela sua privacidade. í preciso
maturidade para administrar essa situação.
II - PRINCIPAIS CAUSAS DE CONFLITOS COM A CHEGADA DOS FILHOS

É lamentável, mas no dia-a-dia do trabalho de aconselhamento familiar,


podemos perceber que a falta de preparo dos casais para a chegada dos filhos,
tem sido responsável pelo aumento dos conflitos e insatisfação na vida de
muitos casais quando a prole chega. Mas, quais seriam as principais causas dos
conflitos:
2.1 A criança como o centro das atenções. Muitos pais não estão preparados
emocionalmente para lidar com a nobilíssima experiência de ser genitores e
são surpreendidos pela realidade de ter que dividir com o mais novo membro
da família, a atenção, tempo e carinho da esposa, então, inicia-se o conflito.
Obviamente que tanto o marido quanto a esposa precisam ter maturidade
para saber administrar a situação, de modo que o filho seja motivo de benção
e não de conflito.
2.2 A partilha nas tarefas (Ec 4.9-12). Um grande entrave na experiência
dos pais calouros é a dificuldade na partilha das tarefas do lar, incluindo os
cuidados com o bebê. Com a chegada do neném, quando a família não dispõe
de recursos para contratar alguém para ajudar nos serviços domésticos, o
esposo precisa se desdobrar para ajudar a esposa nas tarefas básicas do lar,
tais como: lavar louças, lavar os sanitários, varrer a casa, revezar à noite no
cuidado com o bebê etc.
III - MANTENDO A HARMONIA NA FAMÍLIA COM A CHEGADA DOS HERDEIROS

A chegada de um neném deve ser vista pelo casal como uma bênção de
Deus, pois é isto o que nos diz o Salmo 127, por isso, esse acontecimento deve
ser fonte de alegria para o lar e para a vida do casal. Aliás, esta alegria deve
ser sempre crescente a medida em que outros bebês vão chegando. Os filhos
devem fortalecer ainda mais os laços afetivos que une os cônjuges, pois são
frutos de uma união que Deus abençoou.

3.1 As bênçãos de Deus não acrescentam dores (Pv 10.22). O sentimento


que deve envolver o casal ao chegarem os frutos de seu relacionamento
é de gratidão, por terem sido alcançados pela benevolência de Deus. E,
como acontece com qualquer bênção que recebemos do Senhor, devemos
administrar da melhor maneira possível, para que o Senhor se agrade de nós.

3.2 Há lugar para pais e filhos na família. Uma atitude imatura de alguns
pais é imaginar que a chegada do bebê provocou divisão na família tomando
o espaço antes ocupado apenas pelos cônjuges, mas isso é um pensamento
completamente equivocado, o bebê chegou para ocupar o seu lugar, o lugar
que pertence só a ele, o lugar de filho, portanto, o neném não veio competir
com seus pais.

3.3 Investindo no relacionamento conjugal. Não é porque chegaram os filhos


que o casal não pode investir no relacionamento conjugal. Pelo contrário,
agora com os ligames afetivos ainda mais consolidados, o casal precisa investir
na saúde da relação, reservando tempo de qualidade para ir ao shopping,
caminhar juntos, conversar, tomar sorvete juntos etc. Isso afastará o estresse da
rotina doméstica e oxigenará o relacionamento. Nesses momentos, o neném,
já crescidinho, poderá ficar sob os cuidados da vovó, ou da titia, enquanto o
casal volta do passeio. O casal deve cuidar para não permitir que a rotina do
lar sufoque o seu casamento. Isso também é saudável para os filhos, pois na
medida em que a criança vai crescendo, vai percebendo que entre o papai e a
mamãe existe um verdadeiro amor.

3.4 Mantendo o altar da oração. O Senhor nos orienta: "orai sem cessar"
e "em todo o tempo" (I Ts 5.17; Ef 6.18). Significa dizer que não podemos
descuidar desse privilégio de poder falar com Deus. A chegada dos filhos não
pode enfraquecer as chamas do altar da oração, pois é neste momento que o
casal precisa de mais intimidade com Deus para dele receber as diretrizes de
como criar a criança na doutrina e admoestação do Senhor (Jz 13.8,12; Ef 6.4).

CONCLUSÃO
Deus nos presenteia com filhos para que estes sejam bênçãos em nossas
vidas, e nos responsabiliza a cuidar deles com todo carinho e atenção, visando
prepará-los para um futuro de obediência e temor ao Senhor nosso Deus.
O casal não deve esquecer: Filhos são bênçãos, são herança do senhor, são
presentes de Deus, receba-os com alegria, mas com prudência.

22
Palestra 04

A BENÇÃO DE
ENVELHECER JUNTOS

in tro d u çã o

O maior desafio para o casal, não é o da aproximação no início do


relacionamento. Momento em que o jovem olha para a sua amada - que o
atrai pelo encanto de sua juventude - e a ela propõe casamento, pois a própria
natureza se encarrega de contribuir para esta aproximação. O grande desafio
é envelhecer juntos amando e cuidando um do outro. No entanto, quando
o casamento tem como baldrame os princípios exarados na Palavra de Deus,
envelhecer casado (a) é, na verdade, uma benção. Ao longo de nossa palestra
de hoje estaremos aprendendo o que fazer para que o casamento, com o
passar dos anos, fique cada vez melhor.
I-PRINCIPAIS DESAFIOS DO CASAL PARA ENVELHECER JUNTOS

O dia do casamento é, sem dúvida, uma data inesquecível, pois é


marcado por muita emoção, euforia e expectativas. O vestido da noiva, os
arranjos, a entrada da noiva na igreja ao som da marcha nupcial, a celebração,
os cumprimentos dos amigos ao final da cerimônia, os quitutes servidos na
recepção e depois da festa, a tão esperada lua de mel romântica. Tudo isso é
muito deslumbrante! Acontece que esse momento não dura para sempre, logo
depois do retorno da lua de mel, o jovem casal aterrissa no solo da realidade
da vida, que consiste em compromissos, contas a pagar, horários a cumprir,
tarefas domésticas, provisão do lar, carinho, compreensão etc. Esta é a rotina
da vida de um casal.
Portanto faz-se necessário pedir sabedoria a Deus para não apenas
começar bem o casamento, mas, principalmente, terminar os dias de vida,
bem casados. Na trajetória de vida do casal existem alguns desafios que
precisam ser enfrentados e vencidos para que venham a envelhecer juntos e
bem casados:
1.1 Aprender a lidar com as diferenças (I Pe 3.7). Apesar do mito das almas
gêmeas, ninguém é igual a ninguém. Cada pessoa é única em sua subjetividade.
Todo casal possui pontos convergentes e divergentes. O segredo está em
administrar bem as divergências pois, quando estas se tornem pontos de
tensão permanente no relacionamento, provocam a corrosão no casamento.
Para envelhecer juntos e apaixonados, os cônjuges precisam de muito equilíbrio
e sabedoria. Aplicando na relação conjugal o que o apóstolo Paulo ensina aos
crentes em Colossos: "Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns
aos outros" (Cl 3.13a).
1.2 Elogiar em vez de criticar. Uma sugestão interessante aos maridos é ler
mais o livro de Cantares de Salomão. Por exemplo, no cap. 4 e v. 7, lemos:
"Você é toda linda, minha querida; em você não há defeito algum" (Ct 4.7)1.
Toda pessoa sente-se bem ao ser elogiada. Inclusive o elogio tem sido objeto
de estudo de muitos estudiosos que pesquisam sobre o comportamento
humano. No entanto, é preciso ter-se cuidado com os excessos. Jamais deve-se
elogiar quando o elogio é insincero. Isso geralmente produz um efeito reverso.
Ou seja, em vez da pessoa elogiada sentir-se estimulada, pode desenvolver
um sentimento negativo. Quando os cônjuges elogiam um ao outro, não estão
dizendo que no outro não há defeito, mas que o verdadeiro amor não foca nos
defeitos mas nas virtudes da pessoa amada. Portanto encontre virtudes em
seu cônjuge e o (a) elogie por isso. Quanto aos defeitos, converse abertamente,
com amor, sobre o assunto, tentando estimulá-lo (a) a corrigi-los.
1.3 Conservar o romantismo. Mais uma vez sugerimos o livro de Cantares.
Ali, os cônjuges apaixonados encontrarão muitas expressões românticas
que poderão ser aplicadas no dia-a-dia do casal. Há casais que chegaram ao
altar cheios de romantismo, porém, logo que passa a lua de mel, começam
com palavras e atitudes que ferem, que machucam, conduzindo-os a um
relacionamento amargo e cheios de mágoas. Casais que agem assim, quando
envelhecem guardam ressentimentos mútuos e não conseguem se perdoar.
Manter o romantismo no casamento, faz tornar doce e agradável a convivência
do casal. O romantismo dá leveza ao relacionamento conjugal e torna a relação
deleitosa, mesmo diante das adversidades da vida. O amor é como uma planta
que deve ser regada todos os dias e o romantismo é a água para essa irrigação.
1.4 Desenvolver uma boa comunicação (Pv 25.11). A boca pode articular
palavras doces ou amargas. Ela pode ser um veículo de encorajamento ou
um canal de morte (Tg 3.5,6). Há cônjuges que vivem angustiadas em seu
casamento ao longo dos anos, por palavras que abriram grandes feridas em
sua alma. Um dos segredos para se envelhecer juntos com felicidade, é uma
boa comunicação entre os cônjuges.
1.5 Mantendo a fidelidade. A fidelidade conjugal é um dos pontos capitais
1 N V I - Nova Versão Internacional.

24
estabelecidos por Deus em sua Palavra, para o casamento (Pv 5.15-21). A
fidelidade dá ao casamento estabilidade e segurança. É como um lastro de
navio, que serve para dar equilíbrio a embarcação enquanto navega no oceano,
assim também a fidelidade dá ao relacionamento a estabilidade necessária
para conduzir o casal ao porto da velhice abençoada.
II-A S BÊNÇÃOS DE ENVELHECER JUNTOS

São muitas as bênçãos decorrentes de um envelhecimento junto a


pessoa amada. Vejamos algumas:
2.1 A benção do companheirismo (Ec 4.9-11). Companheirismo fala de
cumplicidade; de um caminhar junto na mesma direção; de um compartilhar
de propósitos, dos mesmos sonhos, dos mesmos alvos. Significa um vínculo
moral que une duas pessoas que se amam mutuamente. Isso é o que todo o
casal deve almejar para toda vida. Não apenas para o começo, quando os dois
são jovens, mas principalmente quando chegarem as cãs e os filhos já tiverem
deixado o ninho. Quando os dois velhinhos, agora já não mais com o vigor
e a beleza estética da mocidade, caminham juntos amparados um no outro.
É nesse momento que os cônjuges vão entender o quanto precisam um do
outro. Isso é companheirismo.
2.2 A benção da compreensão. Ao longo dos anos, marido e mulher, devem ir
aprendendo a fazer uso dos vários recursos da comunicação para se entenderem
mutuamente, pois quando chegar a velhice eles enfrentarão muitas limitações,
como:
(a) Limitações físicas. Com a velhice vem a diminuição dos reflexos, dos
movimentos, dos pensamentos etc., de forma que as pessoas mais jovens não
têm paciência de se relacionar com os idosos. É nesse momento que o velhinho
vai contar com a velhinha para ouvir as suas histórias; para lhe acompanhar
num passeio, etc. Salomão faz um resumo destas limitações em Ct 12.1-7:
• Visão (v. 2) - "Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas,
e tornem a vir as nuvens depois da chuva" (Gn 27.1);
• Enfado e canseira (v. 3a) - "No dia em que tremerem os guardas da casa,
e se encurvarem os homens fortes" (SI 90.10).
• Queda dos dentes (v. 3b) - "e cessarem os moedores, por já serem
poucos".
• Audição reduzida (v. 4) - "E as portas da rua se fecharem por causa do
baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as filhas da
música se abaterem"
• Coragem e braveza suprimida (v. 5) - "também quando temerem o que
é alto, e houver espantos no caminho, e florescer o amendoeira"
• Forças Reduzidas (v. 5b) "e o gafanhoto for um peson
• O Vigor e o Apetite Sexual Diminui (v. 5c) - "e perecer o apetite" (Gn
18.11,12).
É nessa fase que o casal começa uma nova etapa, período muito difícil,
pois muitos ficam deprimidos por alimentarem um sentimento de inutilidade
e rejeição (I Sm 8.5-7). Mas quando o casal envelhece bem, mesmo que todos
lhe faltem, ele (a) tem a Jesus e o seu cônjuge do seu lado (SI 71.9).
(b) Limitações financeiras. Quando o casal não é previdente fazendo ao
logo da vida uma reserva pecuniária para esse momento, geralmente com
a aposentadoria, os seus recursos sofrem uma queda, então surgem os
problemas financeiros. Diante dessa situação, se os cônjuges forem unidos e
se amarem, acharão uma forma de reequilibrar o orçamento e, mesmo com
algumas limitações, terminarão os seus dias felizes. Quando o casal envelhece
junto, um ao outro ajuda e diz ao companheiro (a): esforça-te (Is 41. 6).

CONCLUSÃO
O propósito divino é que, homem e mulher se casem, gerem filhos e
vivam felizes, unidos pelos laços do matrimônio, vivenciando e compartilhando
cada experiência de vida, honrando a Deus e envelhecendo juntos, pois no
projeto de Deus consta que devem viver até que a morte os separe (I Co
7.8,9,39; ITm 5.14).

26
fA Ç A d o s eu L A R
UM L U G A R DE
ADORAÇAO

r
C O M U N I C A N D O )ESUS,
C O M U N IC A N D O A VERDADE'

r
B R j#

r
CASAMENTO.
UMA BENÇÃO
PROGRESSIVA

O casamento é uma, dentre as muitas bênçãos que


Deus preparou para o homem. Salomão, sob inspiração
divina exclama: "Aquele que encontra uma esposa,
acha o bem, e alcança a benevolência do Senhor" (Pv
18.22). Com o casamento vem outra benção - não
menos importante - que é a possibilidade de procriar,
de gerar filhos. Entretanto, faz-se necessário maturi­
dade para administrar bem, a benção da chegada dos
. filhos.
Lamentavelmente, boa parte dos casais encontram di­
ficuldades na administração dessa benção, no que con­
cerne a administrá-la conforme o projeto divino. Mor­
mente, porque a cultura popular prevalecente, tem in­
fluenciado a muitos, com a tentativa de desconstrução
do padrão bíblico para a família. Destarte, o objetivo
deste estudo é fazer com que entendamos melhor essa
benção e como podemos administrá-la seguindo o
modelo bíblico.

editora •
ereia

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