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O processo legislativo

O Processo legislativo é o conjunto de dispositivos


legais que disciplinam o procedimento a ser observado para a elaboração de
leis. Está descrito no artigo 59 da CF.

Em tese o processo legislativo é de responsabilidade


e competência do Poder Legislativo, no entanto, há a possibilidade do Executivo
e Judiciário poder, de forma excepcional, redigir leis. Entretanto, a palavra final
sempre cabe ao Congresso Nacional.

1. Formas de leis

As leis são divididas em: ordinárias, complementares.


Além disso, há emendas constitucionais, leis delegadas, medidas provisórias,
decretos legislativos e resoluções que atuam de forma concomitante para prover
a legislação.

1.1 As leis ordinárias e complementares


 Leis ordinárias: São normas jurídicas com
regras mais gerais e comuns;
 Leis complementares: procuram reforçar a
matéria constitucional, possui o caráter de
complementar a Constituição Federal;

Ambas podem ser propostas por qualquer membro do


Congresso Nacional, Presidente da República, STF, Tribunais Superiores, pelo
Procurador-Geral da República e pelos cidadãos.
Ao nascer, o projeto de lei, é encaminhado para a
comissões técnica competente da casa originaria, caso seja originaria de um
membro externo é mandada a Câmara dos Deputados. Após averiguar a sua
constitucionalidade, legalidade e utilidade, o projeto é enviado ao Plenário, onde
a aprovação depende de maioria simples (50% do quórum presente).
Caso seja reprovado, o projeto ainda passa para a
Casa Revisora, que se trata da outra Casa do Congresso, ela pode emendar o
texto e devolver a Casa Inicial, que pode aprovar ou rejeitar. Se aprovar, a lei é
enviada para sanção ou veto presidencial, que deve ser dado em 15 dias, em
caso de inercia se constata como sanção tácita.
O veto presidencial será analisado por ambas as
casas do congresso, podendo vir a ser derrubado com a maioria absoluta dos
votos (50% do quórum de todos os congressistas).
Na questão de Lei Complementar a única diferença é
que no lugar de maioria simples, as votações são por maioria absoluta.
Por fim, as PLPS (Projetos de Lei de Iniciativa
Popular, precisam de apoio de 1% dos eleitores, distribuídos em pelo menos
cinco estados, com um mínimo de 0,33% em casa estado.

1.2 Emendas Constitucionais

Emendas podem ser propostas pelo Presidente


da República, por metade das Assembleias Legislativas do país ou por, no
mínimo, um terço dos membros de qualquer Casa do Congresso. Além de
não poder ser realizadas durante intervenção federal e estado de
emergência ou sítio, elas não podem prejudicar a federação, o voto, a
separação de poderes e os direitos e garantias individuais - as chamadas
cláusulas pétreas da Constituição.

Feita a proposta, cada Casa do Congresso deve


discuti-la e votá-la em dois turnos, havendo aprovação somente com mais
de 60% dos votos em ambas. Se rejeitada, a matéria da proposta não pode
ser repetida na mesma sessão legislativa; ou seja, uma "nova tentativa"
ocorre só no ano seguinte.

1.3 Leis Delegadas


Estas são exclusivas do residente da Republica, que
legisla com a concessão do Congresso, após ter uma solicitação aprovada por
maioria simples de uma das casas.
Caiu em desuso devido a Medida Provisória.

1.4 Medidas provisórias

Outro recurso pessoal do Presidente, essas são


instrumentos com força de lei para casos de grande urgência. Sua vigência é
imediata, mas provisória (60 dias, prorrogáveis por outros sessenta), e depende
de aprovação pelo Congresso para ser efetivada como lei.

Se não averiguadas após 45 dias de sua instauração,


as MP's trancam todas as pautas da Casa em que se encontram. O processo é
similar ao de uma lei ordinária, sendo primeiro avaliadas por uma comissão
mista, depois votadas em plenário e, se aprovadas, votadas em plenário da outra
casa. As aprovações requerem maioria simples dos votos, e rejeição em
qualquer etapa resulta em arquivamento. Se uma MP for aprovada com
emendas, o Presidente pode vetá-la parcial ou integralmente, fazendo-a retornar
ao Congresso para reapreciação. Já a rejeição pelo Congresso deve ser
acompanhada por um decreto legislativo regulamentando os efeitos da MP
durante sua vigência.

1.5 Decreto Legislativo e Resoluções


São medidas normativas com força semelhante à de
lei dentro do Poder Legislativo, sendo que os decretos legislativos tratam das
atribuições exclusivas do Congresso e as resoluções, das competências
privativas de cada Casa. Assim, os efeitos dos decretos repercutem fora do
âmbito congressional, enquanto os efeitos das resoluções são quase sempre
internos.
Decretos legislativos dependem de aprovação por
maioria simples em cada Casa, enquanto resoluções seguem os regimentos
internos tanto do Congresso quanto de suas Casas, a depender de quem as
propõe. O processo independe de sanção presidencial; uma vez aprovados,
ambos seguem para promulgação pelo Presidente do Senado.
2. Conclusões

Com muitas fontes legislativas o Brasil possui


mecanismos legislativos sofisticados, que infelizmente, não acompanham a
capacidade dos legisladores de utiliza-los de forma coesa e coerente com
suas prerrogativas e funções.
É praxe o governo por medida provisória, o que
em tese violaria, não somente o processo legislativo de forma brusca, mas
até mesmo a democracia. Já que força a obediência por um período, sem
previa votação do legislativo.
Devido ao amplo estudo realizado, se torna
notável o processo extremamente cuidadoso, provavelmente fruto da
nossa herança autocrática, nossa legislação requer aprovação de muitos,
vetos de muitos e varias outras formas e mecanismos para coibir um
autoritarismo.

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