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Princípios da crença

Não devemos nos sentir limitados por tradições ou culturas diferentes, pois não devemos lealdade a
qualquer pessoa ou poder que se considere maior que a Divindade que se encontra dentro de nós
mesmos. Devemos o devido respeito a todas tradições e seus ensinamentos, principalmente aquelas
que tenham na Vida sua meta de aprendizado.

Não buscamos simplesmente o poder, ou utilizamos práticas contraditórias aos princípios wiccanos. Não
se deve negar participação a qualquer pessoa que esteja sinceramente interessada em conhecimento e
crenças, a despeito de raça, cor, sexo, idade, origem cultural ou nacional, ou preferência sexual.
Pedimos a aqueles que buscam identificar-se que aceitem esses princípios básicos:

o Praticamos ritos para nos alinharmos ao ritmo natural das forças vitais, marcadas pelas fases da
Lua e aos feriados sazonais.

o Reconhecemos que nosso conhecimento nos dá uma responsabilidade única em relação a nosso
meio ambiente. Buscamos viver em harmonia com a Natureza, em equilíbrio ecológico,
oferecendo completa satisfação à vida e à consciência, dentro de um conceito evolucionário.

o Damos crédito a uma profundidade de poder muito maior que é aparente a uma pessoa normal.
Por ser tão maior que ordinário, é às vezes chamado de “sobrenatural”, mas nós o vemos como
algo naturalmente potencial a todos.

o Vemos o Poder Criativo do Universo como algo que se manifesta através da Polaridade - como
masculino e feminino – e que ao mesmo tempo vive dentro de todos nós, funcionando através
da interação das mesmas polaridades masculina e feminina. Não valorizamos um acima do
outro, sabendo serem complementares. Valorizamos a sexualidade como prazer, como o
símbolo e incorporação da Vida, e como uma das fontes de energias usadas em práticas
mágicas e ritos religiosos.

o Reconhecemos os mundos: exterior e interior, ou mundos psicológicos - às vezes conhecidos


como Inconsciente Coletivo, Planos Interiores, etc. - e vemos na interação de tais dimensões a
base de fenômenos paranormais e exercício mágico. Não negligenciamos qualquer das
dimensões, vendo-as como necessárias para nossa realização.

o Vemos religião, mágica, e sabedoria como sendo unidas na maneira em que se vê o mundo e
vive nele - uma visão de mundo e filosofia de vida, que identificamos como Bruxaria ou o
Caminho Wiccano.

o Chamar-se “Bruxo” não faz um Bruxo - assim como a hereditariedade, ou a coleção de títulos,
graus e iniciações. Um Bruxo busca controlar as forças interiores, que tornam a vida possível,
de modo a viver sabiamente e bem, sem danos a outros e em harmonia com a Natureza.

o Reconhecemos que é a afirmação e satisfação da vida, em uma continuação de evolução e


desenvolvimento da consciência, que dá significado ao Universo que conhecemos, e a nosso
papel pessoal dentro do mesmo.
o Como Bruxos, não nos sentimos ameaçados por debates a respeito da História da Arte, das
origens de vários termos, da legitimidade de vários aspectos de diferentes tradições.

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Wicca – Um caminho mágico
Marcelo Sette Câmara – (85) 9604-6017 – 262-1820
o Não aceitamos o conceito de "mal absoluto", nem adoramos qualquer entidade conhecida como
“Satã” ou “o Demônio” como defendido pela Tradição Cristã. Não buscamos poder através do
sofrimento de outros, nem aceitamos o conceito de que benefícios pessoais só possam ser
alcançados através da negação de outros.

o Trabalhamos dentro da Natureza para aquilo que é positivo para nossa saúde e bem estar.

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Wicca – Um caminho mágico
Marcelo Sette Câmara – (85) 9604-6017 – 262-1820
As Treze Metas da Wicca
o Conhecer a si mesmo
o Saber sua arte
o Aprender
o Usar o que você aprendeu
o Manter o balanço de todas as coisas
o Manter suas palavras verdadeiras
o Manter seus pensamentos verdadeiros
o Celebrar a vida
o Alinhar você mesmo com os ciclos da Terra
o Manter seu corpo correto
o Exercitar seu corpo e sua mente
o Meditar
o Honrar a Deusa e o Deus

Essas metas devem ser seguidas pelos praticantes da Wicca, pois realmente acreditamos nelas. Há
também algumas leis, que assim como as metas devem ser seguidas e respeitadas. Antes de qualquer
coisa, é importante citar as quatro palavras do Mago. Antes de começar o estudo da magia, é básico
você saber e seguir essas quatro palavras. Primeiro tente entendê-las, pois sem que você as entenda,
não há como ser um bom praticante.

o Saber;
o Ousar;
o Querer;
o Calar.

Para ousar, precisamos saber. Para querer, precisamos ousar. Precisamos querer para possuir um
império. Para reinar, precisamos manter silêncio.

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Wicca – Um caminho mágico
Marcelo Sette Câmara – (85) 9604-6017 – 262-1820
Resoluções de uma Bruxa
o Que eu seja como a que tece o pano na floresta, profundamente escondida.
o Que eu possa fazer o meu trabalho sem interrupção.
o Que eu seja uma exilada, se este é o sacrifício.
o Que eu conheça a procissão sazonada do meu espírito e do meu corpo, e possa
celebrar os quartos em cruz, solstícios e equinócios.
o Que cada Lua Cheia me encontre a olhar para cima, nas árvores desenhadas no
céu luminoso.
o Que eu possa acariciar flores selvagens, cobri-las com as mãos.
o Que eu possa libertá-las, sem apanhar nenhuma, para viver em abundancia.
o Que meus amigos sejam da espécie que ama o silêncio.
o Que sejamos inocentes e despretensiosos.
o Que eu seja capaz de gratidão.
o Que eu saiba ter recebido a alegria, como o leite materno.
o Que eu saiba isso como o meu gato, no sangue e nos ossos.
o Que eu fale a verdade sobre a alegria e a dor, em canções que soem como o aroma do alecrim,
como todo o dia e na antiguidade, erva forte da cozinha.
o Que eu não me incline à auto-integridade e a autopiedade.
o Que eu possa me aproximar dos altos trabalhos da terra e dos círculos de pedra, como raposa
ou mariposa, e não perturbar o lugar mais que isso.
o Que meu olhar seja direto e minha mão firme.
o Que minha porta se abra àqueles que habitam fora da riqueza, da fama e do privilégio.
o Que os que jamais andaram descalços não encontrem o caminho que chega a minha porta.
o Que se percam na jornada labiríntica.
o Que eles voltem.
o Que eu me sente ao lado do fogo no inverno e veja as chamas brilhando para o que vier, e
nunca tenha necessidade de advertir ou aconselhar, sem que me peçam.
o Que eu possa ter um simples banco de madeira, com verdadeiro regozijo.
o Que o lugar onde habito seja como uma floresta.
o Que haja caminhos e veredas para as cavernas e poços e árvores e flores, animais e pássaros,
todos conhecidos e por mim reverenciados com amor.
o Que minha existência mude o mundo não mais nem menos do que o soprar do vento, ou o
orgulhoso crescer das árvores.Por isso, eu jogo fora a minha roupa.
o Que eu possa conservar a fé,sempre!
o Que jamais encontre desculpas para o oportunismo.
o Que eu saiba que não tenho opção, e assim mesmo escolha como a cantiga é feita, em alegria
e com amor.
o Que eu faça a mesma escolha todos os dias e de novo.
o Quando falhar, que eu me conceda o perdão.
o Que eu dance nua, sem medo de enfrentar meu próprio reflexo.

Rae Beth

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Wicca – Um caminho mágico
Marcelo Sette Câmara – (85) 9604-6017 – 262-1820
A Roda do Ano
O bruxo tem algumas obrigações. Entre elas, comemorar as estações do ano, e os ciclos da Lua. As
comemorações dos ciclos lunares são chamadas Esbaths, e as celebrações do movimento da terra em
volta do Sol - as estações - são chamadas Sabbaths. Os Esbaths são festejados a cada plenilúnio, ou
seja, quando a Lua Cheia encontra-se no seu apogeu, e os Sabbaths são comemorados seguindo a
Roda do Ano, que é marcada por oito datas. Essas datas são diferenciadas de acordo com o hemisfério
que se encontra, no Norte ou no Sul, devido às diferenças de estações. Não existe uma regra específica
para se seguir um ou outro calendário. Existem Wiccanos residentes no hemisfério Sul que se baseiam
pela Roda do hemisfério Norte. Já outros não concordam com essa posição, pois, segundo eles, não se
deve comemorar o Solstício de Inverno, no meio do verão.

Olhando por outro lado, a comemoração desse mesmo Solstício refere-se ao nascimento da Criança
Sagrada, e foi adaptado pela Igreja Católica ao nascimento de Jesus, o que originou o Natal Cristão.
Fica um tanto estranho comemorar o Natal no mês de Junho, ou o Halloween no dia primeiro de Maio.
Mas independente da escolha que fizer, segue abaixo a descrição das comemorações. Como uma
última observação, coloco que os rituais descritos abaixo podem ser modificados conforme sua
intuição.

Yule ou Solstício de Inverno

Representa o nascimento do Deus. É a noite mais escura do ano, e marca o apogeu da escuridão na
Terra. Por outro lado, é o primeiro dia de sua decadência, pois a Criança Sagrada, o Menino Sol nasce
trazendo a Luz ao Planeta. Assim, também marca o retorno da força solar. Em Yule é tempo de
celebrar o início de todas as coisas e devemos meditar sobre novos projetos, novos amores, nova vida.
É celebrado a 21 de junho no Sul e 21 de Dezembro no Norte. É desta data antiga que se originou o
Natal Cristão. Nesta época, a Deusa dá à Luz o Deus, que é reverenciado como Criança Prometida. Em
Yule é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, pedindo para que os Deuses rejuvenesçam nossos
corações e nos dêem forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de
descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria. Coloque flores e frutos
da época do altar. Se quiser, pode fazer uma árvore enfeitada, pois está é a antiga tradição “pagã”,
onde a árvore era sagrada e os meses do ano tinham nomes de árvores. Esta é a noite mais longa do
ano, onde a Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para
trazer Luz ao mundo. Da mesma forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em
nossa própria luz interior.

o Sabath de Yule ou Solstício de Inverno


o Data: Por volta de 21 de Junho no Hemisfério Sul e 21 de Dezembro no Hemisfério Norte
o Nomes Alternativos: Yule, Retorno do Sol e Dia de Fionn
o Cores: Vermelho, Verde, Dourado, Branco.
o Símbolos: Sempre Viva; Troncos de Árvores.
o Cristais: Rubi, Granada, Olho de Gato.
o Alimentos: Bolos de Frutas, Nozes e Pães Variados.
o Bebidas: Vinho Frio e Quente e Champagne
o Frutas: Uvas, Maçãs, Melões e Ameixas.
o Incensos: Louro, Cedro, Pinho e Alecrim.

Exemplo de um ritual. Material necessário para realização do Sabath:

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Wicca – Um caminho mágico
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o Várias velas vermelhas
o Incenso de Alecrim
o Taça com vinho
o Uma pequena árvore como o Pinheiro
o Papéis com pedidos escritos à lápis
o Caldeirão com 1 vela vermelha em seu interior
o Folhas de Louro
o Sino do Altar
o 1 vela preta, 1 vela branca e 1 vela vermelha

Procedimento: Espalhe algumas velas vermelhas e os incensos por todo local onde será realizado a
cerimônia e acenda-as. Coloque o Caldeirão ao meio do local e preencha-o com as folhas de louro.
Coloque uma vela vermelha em seu interior. Faça um triângulo com as velas preta, vermelha e branca
de forma que o caldeirão fique no centro. Coloque a taça com vinho e a pequena árvore sobre o altar.
Trace o círculo mágico conforme de costume, toque o sino e então diga:

o Que o poder do Sol e do Espírito da Luz sejam despertados!


o Que o poder do Sol e do Espírito da Luz voltem
o Que eles voltem do País de Verão
o Que a luz extinguida renasça agora.

Acenda então o triângulo formado pelas velas vermelha, preta e branca e a vela que esta dentro do
caldeirão dizendo:

o Que a partir de hoje a luz aumente e que a força do Inverno enfraqueça aos poucos, Oh Grande
Deusa e Deuses da Colina do Norte que o sol renasça através de Vossa ajuda e amor.

Comece a andar em volta do caldeirão com os papéis dos seus pedidos nas mãos dizendo
ininterruptamente:

o O amor renascerá e a luz voltará

Faça esta afirmação várias vezes andando sempre em volta do caldeirão até sentir que sua consciência
encontra-se em estado alterado. Quando sentir que pode parar com a afirmação coloque sua mão
direita sobre os papéis com os pedidos e então diga:

o Sol dos vales, rios e cachoeiras, Sol das fontes, mares e montanhas a Roda do Ano continua a
girar e que no decorrer deste mesmo ano os meus pedidos possam frutificar.
o Que assim seja e que assim se faça!

Distribua os papéis com os pedidos na árvore pedindo aos Deuses para que eles se realizem. Pegue a
taça, eleve-a e diga:

o Por Ti e para Ti Deus da Luminosidade Senhor da Aurora

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Tome um gole do vinho e despeje um pouco sobre a raiz da árvore dos pedidos. Desfaça o círculo
mágico. Deixe os pedidos pendurados na árvore até o dia seguinte, depois queime-os e jogue suas
cinzas ao vento.

Imbolc ou Candlemas

Imbolc vem para confirmar Yule. A Deusa retorna ao seu povo em Imbolc, novamente virgem,
trazendo com ela novas esperanças, nova promessa de vida. O Deus agora já não é mais uma criança,
e agora se apresenta como um belo jovem, que com o passar dos dias se fortifica. Em Imbolc devemos
nos livrar de tudo o que é velho e desgastado para darmos lugar ao novo. É comemorado a 1 de
agosto no Sul e 02 de Fevereiro no Norte.

Este Sabath é dedicado à Deusa Brigit, Senhora da Poesia, da Inspiração, da Cura, da Escrita, da
Metalurgia, das Artes Marciais e do Fogo. Nesta noite, as Bruxas colocam velas cor de laranja ao redor
do círculo, e uma vela acesa dentro do Caldeirão. Se o ritual é feito ao ar livre, pode-se fazer tochas e
girar ao redor do círculo com elas. A Bruxa mais jovem da Assembléia pode representar Brigit,
entrando por último no círculo para acender, com sua tocha, a vela do caldeirão, ou a fogueira, se o
ritual for ao ar livre, o que representaria a inspiração sendo trazida para o círculo pela Deusa.
Os membros do Coven devem fazer poesias, ou cantar em homenagem a Brigit. Pedidos,
agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no caldeirão em oferenda, no fim do
ritual. O Deus está crescendo e se tornando mais forte, para trazer a Luz de volta ao mundo. É hora de
pedirmos proteção para todos os jovens, em especial da nossa família do Coven. Devemos mentalizar
que o Deus está conservando sempre viva dentro de nós a chama da Saúde, da coragem, da ousadia e
da juventude. O altar deve ser enfeitado com flores amarelas, alaranjadas ou vermelhas. A
consagração deve ser feita pelos membros mais jovens do Coven.

Ostara ou Equinócio de Primavera

Em Ostara, comemoramos o primeiro dia de Primavera. Na natureza tudo desabrocha: a Deusa cobre a
terra com um manto de fertilidade e, juntamente ao Deus, estimula todos os seres vivos a reprodução.
O Deus, agora mais maduro está cada vez mais forte. É tempo de enfeitar o altar com flores e frutos
da época. É comemorada a 21 de setembro no Sul ou 21 de Março no Norte.

Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi
desse antigo festival que teve origem a Páscoa. Os membros do Coven usam grinaldas, e o Altar deve
ser enfeitado com flores da época. É um costume muito antigo colocar ovos pintados no Altar. Eles
simbolizam a fecundidade e a renovação. Os ovos podem ser pintados crus e depois enterrados, ou
cozidos e comidos enquanto mentalizamos nossos desejos. Nesse caso, não utilize tintas tóxicas, pois
podem provocar problemas se ingeridas. Use anilinas para bolo, ou cozinhe os ovos com cascas de
cebola na água, o que dará uma bela cor dourada. Antes de comê-los, os membros do Coven devem
girar de mãos dadas em volta do Altar para energizar os pedidos. Os ovos devem ser decorados com
símbolos mágicos, ou de acordo com a sua criatividade. Os pedidos devem ser voltados à “fertilidade”
em todas as áreas.

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Wicca – Um caminho mágico
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Beltane

É o período de em que o Deus torna-se sexualmente maduro. Agora, ele é um Homem que apaixona-se
pela Deusa, que juntos fazem Amor pelos campos - A Sagrada União, que tudo fecunda. O Caldeirão
deverá estar cheio d'água em Beltane, com flores boiando dentro. Também deve-se erguer um pau,
tronco ou bambu e amarrar em sua extremidade mais alta fitas de várias cores. Cada um deve pegar
uma ponta da fita, e todos devem girar enrolando-a. O bambu representa o fallus do Deus - seu órgão
genital. Beltane é comemorado a 31 de Outubro no Sul ou 01 de Maio no Norte.

Beltane é o mais alegre e festivo de todos os Sabás. O Deus, que agora é um jovem no auge da sua
fertilidade, se apaixona pela Deusa, que em Beltane se apresenta como a Virgem e é chamada “Rainha
de Maio”. Em Beltane se comemora esse Amor que deu origem a todas as coisas do Universo. Beleno é
a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Em Beltane se acendem duas fogueiras,
pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Nos tempos
antigos, costumava-se passar o gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma
finalidade. Daí veio o costume de “pular a fogueira” nas festas juninas. Se não houver espaço, duas
tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma função. Deve-se ter o maior cuidado para evitar
acidentes.

Uma das mais belas tradições de Beltane é o Maypole, ou Mastro de Fitas. Trata-se de um mastro
enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou
ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio
destino, colocando-nos sob a proteção dos Deuses. É costume em Wicca jamais se casar em Maio, pois
esse mês é dedicado ao casamento do Deus e da Deusa.

Litha ou Solstício de Verão

É comemorado a 21 de dezembro no Sul ou 21 de Junho no Norte. Agora, toda a Terra encontra-se


banhada pela Fertilidade da Deusa e do Deus. Este, está no auge de sua força, fazendo com que os
dias sejam maiores do que as noites. Devemos nos lembrar porém, que se aproxima o momento dele
começar a definhar. Em seu altar, coloque ervas solares e Girassóis, para representar a potência do
Deus. Em Litha, louvamos a Deusa em seu aspecto de Gaia, a Mãe Terra, e o Deus em seu aspecto de
Deus Sol.

Nesse dia o Sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. O deus chega ao ponto máximo de
seu poder. Este é o único Sabá em que às vezes se fazem feitiços, pois o seu poder mágico é muito
grande. É hora de pedirmos coragem, energia e Saúde. Mas não devemos nos esquecer que, embora o
Deus esteja em sua plenitude, é nessa hora que ele começa a declinar. Logo Ele dará o último beijo em
sua amada, a Deusa, e partirá no Barco da Morte, em busca da Terra do Verão.

Da mesma forma, devemos ser humildes para não ficarmos cegos com o brilho do sucesso e do Poder.
Tudo no Universo é cíclico, devemos não só nos ligarmos à plenitude, mas também aceitar o declínio e
a Morte. Nesse dia, costuma-se fazer um círculo de pedras ou de velas vermelhas. Queimam-se flores
vermelhas ou ervas solares (como a Camomila) juntamente com os pedidos no Caldeirão.

Lammas ou Lughnasadh

Celebrado a 2 de fevereiro no Sul ou 01 de Agosto no Norte. É o período da colheita, quando a


Natureza mostra seus frutos. O Deus gradativamente enfraquece, e a Deusa observa a queda de seu

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amante, sabendo que, dentro dela, ele vive como semente. Aos poucos as noites começam a ficar mais
longas, devido ao enfraquecimento do Sol. No altar, devemos depositar ramos de trigo e espigas de
milho. Na noite de Lammas, deve ser servido pães e bolos. É tempo de colher o resultado de nossas
ações e de agradecer por dádivas alcançadas.

Lughnasad era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela primeira colheita do ano. Lugh é
o Deus Sol. Na Mitologia Celta, ele é o maior dos guerreiros, que derrotou os Gigantes, que exigiam
sacrifícios humanos do povo. A tradição pede que sejam feitos bonecos com espigas de milho ou ramos
de trigo representando os Deuses, que nesse festival são chamados Senhor e Senhora do Milho. Nessa
data deve-se agradecer a tudo o que colhemos durante o ano, sejam coisas boas ou más, pois até
mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução.

O outro nome do Sabá é Lammas, que significa "A Massa de Lugh". Isso se deve ao costume de se
colher os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre todos. Os membros do Coven devem
fazer um pão comunitário, que deverá ser consagrado junto com o vinho e repartido dentro do círculo.
O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jogados dentro do Caldeirão, para
serem queimados juntamente com papéis, onde serão escritos os agradecimentos, e grãos de cereais.
O boneco representando o Deus do milho também é queimado, para nos lembrar de que devemos nos
livrar de tudo o que é antigo e desgastado para que possamos colher uma nova vida. O Altar é
enfeitado com sementes, ramos de trigo, espigas de milho e frutas da época.

Mabon ou Equinócio de Outono

Acontece a 21 de março no Sul ou 21 de Setembro no Norte. A colheita iniciada em Lammas agora


atinge seu ponto máximo. Os dias e as noites são de igual duração, e o Deus prepara-se para partir à
Terra da Juventude Eterna, onde irá descansar e recobrar suas forças. Esse fenecimento pode ser visto
também na Natureza, que prepara-se para a chegada do Inverno. Nesse período, o altar deve conter
folhas de plantas da estação, e alguns frutos.

O Deus agora é louvado em seu aspecto de semente e a Grande Mãe em seu aspecto de Provedora. No
Panteão Celta, Mabon, também conhecido como Angus, era o Deus do Amor. Nessa noite devemos
pedir harmonia no Amor e proteção para as pessoas que amamos. Está é a segunda colheita do ano. O
Altar deve ser enfeitado com as sementes que renascerão na primavera. O chão deve ser forrado com
folhas secas. O deus está agonizando e logo morrerá. Este é o Festival em que devemos pedir pelos
que estão doentes e pelas pessoas mais velhas, que precisam de nossa ajuda e conforto. Também é
nesse festival que homenageamos as nossas Antepassadas Femininas, queimando papéis com seus
nomes no Caldeirão e lhes dirigindo palavras de gratidão e bênçãos.

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Samhain, Dia das Bruxas ou Halloween

Comemorado a 1 de maio no Sul ou 31 de Outubro no Norte, marca a ida do Deus ao Reino dos
Mortos. É o ponto auge da Roda do Ano e é considerado o Ano Novo pagão. Nessa data a barreira
entre os mundos está mais fraca, facilitando assim, o contato com entes queridos que já se foram.
Métodos Divinatórios devem ser praticados nessa noite e o altar deve conter folhas de cipreste,
abóboras, velas negras e laranjas. Em Samhain é tempo de reflexão: de olharmos para nossos atos e
compreendermos o significado de nossas experiências. Apesar de ser a noite da partida do Deus, não
deve ser encarado com tristeza - Ele ainda vive dentro da Deusa como seu filho: É a esperança, a
promessa de luz, que se concretizará em Yule.

Este é o mais importante de todos os Festivais, pois, dentro do círculo, marca tanto o fim quanto o
início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais
tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram. As bruxas não fazem
rituais para receber mensagens dos mortos e muito menos para incorporar espíritos. O sentido do
Halloween é nos sintonizarmos com os que já partiram para lhes enviar mensagens de Amor e
harmonia.

A noite do Samhain é uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período em nossas
vidas, sendo comemorado com muito ponche, bolos e doces. A cor do sabá é o negro, sendo o Altar
adornado com maçã, o símbolo da Vida Eterna. O vinho é substituído pela sidra ou pelo suco de maçã.
Deve-se fazer muita brincadeira com dança e música. Os nomes das pessoas que já se foram são
queimados no Caldeirão, mas nunca com uma conotação de tristeza.

No Altar e nos Quadrantes não devem faltar as tradicionais Máscaras de Abóbora com velas dentro.
Antigamente, as pessoas colocavam essas abóboras na janela para espantar os maus espíritos e os
duendes que vagavam pelas noites do Samhain. Essa palavra significa "Sem Luz", pois, nessa noite, o
Deus morreu e mundo mergulha na escuridão. A Deusa vai ao Mundo das Sombras em busca do seu
amado, que está esperando para nascer. Eles se amam, e, desse Amor, a semente da luz espera no
Útero da Mãe, para renascer no próximo Solstício de Inverno como a Criança da Promessa.

A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois aqueles que perdemos
nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jornada infinita de evolução.
Há muita divergência quanto à pronúncia da palavra, mas acredito que seja Sal-Uin (Sow-ween). Essa
é a noite em que a barreira entre nosso mundo e o mundo dos espíritos fica mais fina. É quando o
Deus Cornudo se sacrifica para se tornar a semente de seu próprio renascimento em Yule. É quando os
pastores recolhem o gado e o povo esconde-se em casa, fugindo da época mais escura do inverno. A
data marca o fim (e o início) do calendário Celta. É celebrada pelos Cristãos como o Dia das Bruxas, o
famoso Halloween (All hails eve). A noite de Samhain ou Halloween se encontra no meio exato entre o
Ano que se vai e o que vem pela frente, e é, portanto, uma data atemporal.

Um antigo costume de Samhain na Bélgica era o preparo de “Bolos para os Mortos” especiais (bolos ou
bolinhos brancos e pequenos). Comia-se um bolo para cada espírito de acordo com a crença de que
quanto mais bolos alguém comesse, mais os mortos o abençoariam. Outro costume de Samhain era
acender um fogo no forno de casa, que deveria queimar continuamente, até o primeiro dia da
Primavera seguinte. Eram também acesas, ao pôr-do-sol, grandes fogueiras no cume dos morros em
honra aos antigos deuses e deusas, e para guiar as almas dos mortos aos seus parentes.

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As Artes Divinatórias, como observação da bola de cristal e o jogo de runas, na noite mágica de
Samhain, são tradições Wiccans, assim como ficar diante de um espelho e fazer um pedido secreto.

Comemorando o Samhain

Deposite sobre o altar maçãs, romãs, abóboras e outros frutos do fim do outono. Flores outonais como
Madressilva e crisântemos também são indicados. Escreva num pedaço de papel um aspecto de sua
vida do qual deseja livrar-se, um sentimento negativo ou um hábito ruim, doenças. O caldeirão deve
estar presente no altar. Um pequeno prato com o símbolo da roda de oito aros também deve estar
presente. Antes do ritual sente-se em silêncio e pense nos amigos e nas pessoas amadas que não mais
estão entre nós. Não se desespere. Saiba que partiram para coisas melhores. Tenha firme em mente
que o plano físico não é a realidade absoluta, e que a alma jamais morre.

Prepare o altar, acenda as velas e o incenso, crie o círculo, invoque a Deusa e o Deus. Erga uma das
romãs e com sua recém lavada faca de cabo branco, perfure a casca da fruta. Remova diversas
sementes e coloque-as no prato com o desenho da roda. Erga seu bastão, volte-se para o altar e diga:

o Nesta noite de Samhain assinalo sua passagem,


o Ó rei Sol através do poente ruma à Terra da Juventude.
o Assinalo também a passagem de todos os que já partiram,
o E dos que irão posteriormente. Ó Graciosa Deusa,
o Eterna Mãe, que dá à Luz os caídos,
o Ensina-me a saber que nos momentos de maior escuridão
o Surge a mais intensa luz.

Prove as sementes de romã; parta-as com seus dentes e saboreie seu gosto agridoce. Olhe para o
símbolo de oito aros no prato; a roda do ano, o ciclo das estações, o fim e o início de toda a criação.
Acenda um fogo dentro do caldeirão, uma vela serve. Sente-se diante dele, segurando o papel,
observando suas chamas. Diga:

o Ó Sabia Lua,
o Deusa da noite estrelada,
o Criei este fogo dentro de seu caldeirão
o Para transformar o que me vem atormentando.
o Que as energias se revertam:
o Das trevas, luz!
o Do mal, o bem!
o Da morte, o nascimento!

Ateie fogo ao papel com as chamas do caldeirão e jogue-o em seu interior. Enquanto queima, saiba
que o mal diminui, reduzindo-se e finalmente o abandonando ao ser consumido pelos fogos universais.
Se quiser pode utilizar métodos para adivinhar o futuro e ver o passado. Tente regressar a vidas
passada se quiser. Mas deixe os mortos em paz. Honre-os com suas memórias mas não os chame até
você. Libere quaisquer dores e sentimentos de perda que possa sentir nas chamas do caldeirão.
Trabalhos de magia, se necessários podem-se seguir. Celebre o banquete Simples. O círculo está
desfeito.

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Alimentos tradicionais

Maças, romãs, torta de abóbora, avelãs, Bolos para os Mortos, beterrabas, nabos, milho, castanhas,
gengibre, sonhos e bolos de amoras silvestres, cerveja, sidra e chás de ervas.

Incensos

Maça, menta, noz-moscada e sálvia.

Cores das velas

Preta e laranja

Pedras preciosas

Todas as pedras negras, especialmente azeviche, obsidiana e ônix.

Anéis dos Desejos de Halloween

Vários dias antes do Halloween, faça três anéis de palha ou feno trançado. Pendure-os nos arbustos
fora de sua janela e faça um desejo a cada anel enquanto o pendura. Após isso, não torne a olhar para
os anéis até a noite de Halloween, ou seus desejos não serão realizados.

História do Dia das Bruxas

O Dia das Bruxas é anualmente celebrado. Mas como e quando este costume peculiar se originou? É
isto só um vestígio inocente de alguma cerimônia pagã antiga? A palavra propriamente, “Dia das
Bruxas”, tem realmente suas origens na Igreja católica. Vem de uma corrupção contraída do dia 1 de
novembro, “Todo o Dia de Buracos” (ou “Todo o Dia de Santos”), é um dia católico de observância em
honra de santos. Mas, no século 5 DC, na Irlanda Céltica, o verão oficialmente se concluía em 31 de
outubro. O feriado era Samhain chamado (semeie-en), o Ano novo Céltico.

Uma história diz isto: Naquele dia, todos aquele que houvesse morrido ao longo do ano anterior
voltaria à procura de corpos vivos para possuí-los para o próximo ano. Acreditava-se ser seu para a
vida após a morte, (Panati). Os celtas acreditaram em todas as leis de espaço e tempo, o que permitia
que o mundo dos espíritos se misturassem com o dos vivos, (Gahagan). Naturalmente, o ainda vivos
não queriam ser possuídos. Então na noite de 31 de outubro, os aldeões extinguiriam os fogos em suas
casa. Eles iriam se vestir com fantasias e ruidosamente desfilavam em torno do bairro, sendo tão
destrutivos quanto possível, a fim de assustar os que procuravam corpos para possuir (Panati).
Provavelmente, uma explicação melhor de por que os celtas extinguiram o fogo, era para não
desencorajar possessão de espírito, mas de forma que todas as tribos Célticas pudessem reacender
seus fogos de uma fonte comum, o Druidic era mantido em chamas no Meio da Irlanda, em Usinach,
(Gahagan).
Os Romanos adotaram as práticas Célticas como suas próprias. Mas no primeiro século DC, eles
abandonaram qualquer prática de sacrifício de humanos a favor de efígies em chamas. Como convicção
em possuir o espírito, a prática de vestir-se bem como fantasmas, e bruxas empreendia um papel mais
cerimonial. O costume de Dia das Bruxas foi trazido para a América em 1840, por imigrantes irlandeses
fugindo da escassez de comida do seu país. O costume de doce ou travessura não foi originado pelos
celtas irlandeses, mas com um novo costume do século europeu chamado Souling. Em 2 de novembro,
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Dia de Todas as Almas, os primeiros cristãos caminhavam de aldeia em aldeia pedindo "bolos de alma,"
pedaços quadrados compreendidos de pão com groselhas. Quanto mais bolos de alma os mendigos
recebessem, quanto mais orações, eles prometiam dizer rezas em nome dos parentes mortos dos
doadores. No momento, acreditava-se que o morto permanecia no limbo por um tempo depois de
morte, e aquela oração, até por estranhos, dava passagem de uma alma para céu.

Os da vela na abóbora provavelmente vem de folclore irlandês. Como o conto é informado, um homem
chamado Jack, que era notório como um bêbedo e malandro, enganara Satã ao subir uma árvore. Jack
então esculpiu uma imagem de uma cruz no tronco da árvore, prendendo o diabo para cima a árvore.
Jack fez um acordo com o diabo, se ele nunca mais o tentasse novamente, ele o deixaria árvore
abaixo. De acordo com o conto de povo, depois de Jack morrer, a entrada dele foi negada no Céu, por
causa de seus modos de malvado, mas ele teve acesso também negado ao Inferno, porque ele
enganou o diabo. Ao invés, o diabo deu a ele uma brasa única para iluminar sua passagem para a
escuridão frígida. A brasa era colocada dentro de um nabo para manter por mais tempo.

Os nabos na Irlanda eram usados como “lanternas do Jack” originalmente. Mas quando os imigrantes
vieram para a América, eles acharam que as abóboras eram muito mais abundantes que nabos. Então
Jack-e-Lanterna na América era em uma abóbora, iluminada com uma brasa. O Dia das Bruxas foi
adotado como favorito “feriado”. Cresceu fora das cerimônias de celtas celebrando um ano novo, e fora
de cerimônias de oração Medievais de Européias.

Um Conto de Samhain

Lyla sentou-se no chão e olhou para o céu claro, limpo e estrelado. O reflexo da Lua cheia na água fez
Lyla pensar numa pérola. Redonda e branca... mas logo as crianças chegaram, e sentaram ao seu
redor, interrompendo seus pensamentos. Sorrindo, Lyla olhou para cada uma deles.

- “Comecemos? Vou contar para vocês a estória de como o Cornudo se sacrifica todos os
anos para garantir força à Grande Mãe, para que esta possa vencer o frio do Inverno.
Estão prontos?”

As crianças acalmaram-se para ouvir Lyla.

- “Não foi a muito tempo que aconteceu. O Sol sumia no Oeste, e as aves noturnas já
deixavam seus ninhos, umas ameaçando cantar. Debaixo das árvores, correndo para
suas tocas, os pequenos animais apressavam-se, fugindo do frio cortante que se faria
presente em pouco tempo. Aquela era a época do Cornudo, e só as criaturas mais fortes
sobreviveriam a inverno tão rigoroso. O Sol baixou, baixou, até que só se via uma fina
linha de separação entre céu e Terra no horizonte, e tudo ficou avermelhado, com um ar
mais mágico. E então, a luz se foi. A Lua estava crescente no céu, e um vento gelado
começou a correr por entre os troncos seculares das árvores. Ouve-se, agora, o som de
uma flauta...som tão límpido e cristalino, que a superfície do lago, antes parada,
tremulou ao som da melodia alegre. Todos os animais da floresta pararam para ouvir o
som da flauta, e mesmo as aves noturnas cessaram seu canto orgulhoso. E por entre as
árvores, a flauta se fez ouvida em toda a floresta. E mais nada, além do som doce da
flauta.”

- “Atravessando o lago, um pouco depois do Grande Carvalho, estava a fonte de tal


encantamento. Sentado numa pedra coberta de limo, balançando ao som da flauta de

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bambu, um ser robusto, com tronco e cabeça de homem, pernas cobertas de pêlo,
cascos de cavalo e grandes chifres pontiagudos. Observava a donzela que dançava ao
som de sua música, logo à sua frente. Tinha longos cabelos claros, lisos, que escorriam
até a altura da cintura. Os fios sedosos acompanhavam os movimentos da dança, pés
habilidosos moviam-se descalços sobre a grama. A Deusa nunca havia estado tão bela
quanto naquela noite”.

- “Os dois brincavam nus, na noite fria da floresta, e alguns animais se juntavam ao redor
da clareira. Cansada, a Donzela sentou-se, e olhando para o Cornudo, esperou que a
música acabasse. Quando o Deus afastou a flauta de seus lábios, as figuras dos animais
e da Donzela desapareceram ... meras lembranças. A Deusa agora recolhia-se grávida
no Mundo Subterrâneo, guardada por seus familiares, pronta para dar à luz dentro de
tão pouco tempo”.

- “Era necessário que o Sol Novo nascesse. O Cornudo levantou-se com tristeza e
caminhou até o lago, para observar seu reflexo. Já estava velho e fraco, mas ainda
continha grande energia ... energia necessária para que a Deusa agüentasse o parto que
se seguiria em menos de dois meses. Já não podia continuar a viver ... a Terra precisava
de seu sangue, e o Sol Novo de sua energia”.

- “Um grito ecoou em sua mente: a Deusa sofria. Aquele era o momento certo. O Cornudo
olhou para os céus, e olhando para a mata, despediu-se de sua casa. Tambores rufaram
quando Ele ergueu suas mãos e pronunciou as palavras secretas. Houve uma explosão,
e Ele desapareceu”.

- “Aqui, numa clareira nas montanhas, já distante da floresta, ouviam-se os tambores de


guerra. Uma música rápida e repetitiva tornava o ar agressivo. Também com uma
explosão, o cornudo surge no centro do círculo, um olhar decidido em seu rosto”.

- “O Velho Cornudo tinha agora em suas mãos uma adaga ritual, e quando Ele a levantou
apontada para seu peito os tambores cessaram. Cernunnos fechou os olhos, e o
momento se fez silencioso ... aqueles segundos duraram milênios ... O Cornudo levou a
adaga a seu peito, e os tambores voltaram a tocar”.

- “Quando a lâmina fria rasgou a carne do Deus, não houve um grito, sequer um sussurro
de dor ... apenas o som do sangue derramando-se sobre a terra. O Cornudo ajoelhou-
se, com calma em seu olhar. Com as próprias mãos, abriu a ferida para que os espíritos
recolhessem o sangue”.

- “Quando o círculo tornou-se silencioso novamente, e todos os espíritos partiram, o Deus


deitou e virou-se para as estrelas, e esperou que a paz voltasse a reinar sobre a floresta.
Ainda sentia o sangue escorrendo para fora de seu corpo, e regando o círculo sagrado
em que repousaria para sempre”.

- “E do solo, ou talvez de lugares além das estrelas mais distantes, elevou-se um cântico,
murmurado e pausado ... talvez fossem as pequenas criaturas do subsolo, ou ainda as
estrelas, despedindo-se de seu Deus”.

“Hoof and Horn, Hoof and Horn

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All that Dies Shall be Reborn.
Corn and Grain, Corn and Grain
All that Falls Shall Rise Again.”

- “O Cornudo morreu sorrindo, sabendo ser a semente de seu próprio renascimento. E Ele
pode sentir sua energia retornando ao útero da Grande Mãe, que agora deixava de
sofrer... Os espíritos, então, romperam a barreira entre os dois mundos, e caminharam
por sobre a Terra, espalhando o sangue e a força do Deus, para que pudéssemos
sobreviver através dos tempos difíceis que se aproximavam”.

Lyla limpou uma lágrima que escorria de seu rosto. As crianças ainda ouviam atentas.

- “É por isso que os espíritos vêm ao nosso mundo nessa noite tão escura ... Eles trazem
consigo um pouco do sangue do Deus Cornudo, que só renascerá no Solstício de
Inverno. Trazem conselhos, proteção e promessas de que nos irão guiar durante todo o
período escuro do ano. Devemos, portanto, saudar os espíritos, porque, sem eles, a
semente do renascimento não seria espalhada”.

- “Agora vão para a Casa Grande, vamos começar o ritual”.

Lyla deixou que as crianças corressem na frente em direção à Casa Grande. Parou no meio do caminho
e deixou que seus ouvidos escutassem os sons do além. E de algum lugar chegou aos ouvidos de Lyla
um cântico... “Hoof and Horn, Hoof and Horn...” E Lyla caminhou para a Casa Grande.

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Lua
Como devemos comemorar toda Lua Cheia, passo abaixo algumas informações que podem vir a ser
interessantes como conhecimento, mesmo que na sua maioria sejam informações científicas. No
calendário lunar que está abaixo as datas são comemorativas de vários Países e Culturas. Como alguns
desses Festivais são baseados em estações do ano e claro pela fase lunar, essas datas podem mudar
dependendo do Hemisfério que você se encontra. Todas as vezes que a Lua mudar de fase a Deusa
estará nos abençoando e por isso devemos reverencia-la com ritos mágicos para que assim nos
tornemos pontos magnéticos de suas vibrações e para que o ciclo de mudanças seja contínuo.

Em todas as épocas a fantasia humana foi arrebatada pela Lua, elemento constante nas religiões e na
literatura. Depois do Sol, é o astro que mais influência exerceu sobre a organização da sociedade.
Relacionadas a seus movimentos, surgiram duas importantes medidas de tempo: a semana e o mês. A
Lua é o único satélite natural da Terra, planeta que acompanha no deslocamento anual em torno do
Sol. Seu diâmetro é de 3.476 km e sua massa, de 7,343 x 1025 g. A distância da Lua à Terra varia de
363.000 a 406.000 km, o que equivale à média de 384.000 km. É o único caso, em todo o sistema
solar, em que um satélite tem massa superior a um por cento da massa do astro em torno do qual
orbita.

Movimentos lunares

A Lua, como a Terra, executa dois movimentos simultâneos. O primeiro é o de translação, pelo qual
descreve uma órbita elíptica em torno da Terra. Os pontos máximos de aproximação e afastamento
entre os dois corpos recebem, respectivamente, os nomes de perigeu e apogeu. A Lua completa essa
órbita em 27 dias, 7 horas e 43 minutos. O segundo movimento, de rotação, se executa em igual
intervalo de tempo e, por essa coincidência, a Lua tem sempre a mesma face voltada para a Terra. A
rotação lunar é um movimento praticamente uniforme.

A órbita lunar é oblíqua em relação à elipse que a Terra descreve em torno do Sol, o que impede seu
alinhamento exato com esse astro. O alinhamento Lua-Sol ocorre somente quando se cruzam ambas as
órbitas de translação e provoca eclipses do Sol, em fase de lua nova, e da Lua, em fase de lua cheia. A
excentricidade da órbita de translação faz com que a cada mês a face da Lua gire aproximadamente
oito graus à direita e à esquerda da posição central. Essa oscilação aparente se denomina libração em
longitude e é acompanhada de um movimento de libração em latitude, porque o plano do equador
lunar forma um ângulo aproximado de 6°40' com o plano da órbita.

Com exceção da fase da lua nova, a superfície lunar é visível sempre que a atmosfera terrestre o
permite. A velocidade de escape ou de liberação na Lua é de apenas 2,4 km/s, o que permite a
existência de uma atmosfera lunar consistente. Essa condição faz com que os gases liberados pela
crosta do satélite se dirijam rapidamente para o vácuo. A maior parte da matéria que chega à Lua
proveniente do espaço interplanetário consiste de partículas da nuvem de pó cósmico que envolve a
Terra. A superfície lunar está diretamente exposta aos raios X e ultravioleta procedentes do Sol, ao
impacto de partículas solares e aos raios cósmicos.

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Essas radiações não afetam sua conformação, mas podem provocar alterações em suas propriedades
ópticas. Em conseqüência, a Lua registra acontecimentos terrestres que remontam à história primitiva
do sistema Terra-Lua, e por isso é depositária de valiosas informações sobre a natureza física de ambos
os corpos.

Fases da Lua

Enquanto descreve sua órbita elíptica em torno da Terra, a Lua pode ser vista sob diferentes
aparências denominadas fases. Estas existem porque o satélite, como corpo não-luminoso, reflete a luz
solar com ângulos de incidência variáveis. Num momento dado, o Sol ilumina apenas a metade da
superfície da Lua; a outra metade permanece escura e não pode refletir luz. No início do ciclo lunar, o
satélite se encontra aproximadamente entre o Sol e a Terra e seu lado noturno se volta para o planeta;
é a fase da lua nova. Ao prosseguir a Lua seu percurso, a porção iluminada alcança a metade do disco
lunar, dando-se a fase de quarto crescente. Na terceira fase, conhecida como lua cheia, toda a face
voltada para a Terra reflete a luz do Sol. A região iluminada se reduz gradualmente no quarto
minguante, até o reinício do ciclo, com a lua nova.

Nas fases crescente e minguante, a borda do disco lunar se apresenta lisa, enquanto a linha que
separa o hemisfério iluminado do hemisfério escuro tem aspecto rugoso e irregular. Esse efeito é
provocado pela superfície montanhosa do satélite, onde os raios solares encontram picos e crateras
antes de chegar às zonas de menor altitude. A linha divisória se apresenta na superfície lunar duas
vezes em cada lunação: de nova a cheia denomina-se linha da manhã, e de cheia a nova, linha da
noite. O mecanismo das fases da Lua foi descoberto no século VI, na Grécia antiga, por Tales de
Mileto. Em relação ao Sol, o ciclo lunar dá origem a um período sinódico (compreendido entre duas
conjunções sucessivas do Sol e da Lua) de 29 dias, 12 horas e 44 minutos. Como a órbita lunar é
excêntrica, a duração do mês sinódico não é constante e varia em cerca de 13 horas.

Observação da Lua

As primeiras teorias sobre a origem da Lua afirmavam que no início o satélite era parte da Terra, da
qual se separou para constituir um corpo independente. Mais tarde, passou-se a supor que a origem da
Lua foi semelhante à da Terra, por ação de forças internas e aproximadamente na mesma época, isto
é, há quatro ou cinco bilhões de anos. O árabe Ibn al-Haytham, que viveu entre os anos de 965 e
1039, é considerado o precursor da observação da superfície lunar. Seu manuscrito Sobre a natureza
das manchas visíveis na superfície da Lua foi encontrado em 1920 e traduzido para o alemão cinco
anos mais tarde. A etapa moderna da astronomia teve início com Galileu, em 1609. Com o primeiro
telescópio óptico da história, que ele mesmo inventou, conseguiu esboçar um mapa da superfície da
Lua e tentou medir suas montanhas. Os resultados obtidos, embora não totalmente corretos,
constituíram um importante avanço no conhecimento do satélite.

Outros notáveis progressos no traçado de mapas da Lua foram obtidos pelo polonês Johannes
Hevelius, autor de uma Selenographia sive Lunae descriptio (1647; Selenografia ou descrição lunar) e
pelo italiano Giovanni Battista Riccioli, que em Almagestum novum (1651) utilizou pela primeira vez o
nome mar para designar as zonas escuras e uniformes da superfície do satélite. A elaboração de
mapas, tendência predominante no estudo da Lua no século XVII, evoluiu no século seguinte com o
astrônomo alemão Tobias Mayer, que incluiu no mapa lunar, além de um sistema de coordenadas
equatoriais, a posição dos acidentes lunares corrigida dos efeitos da libração.

Antes das pesquisas espaciais, a maior conquista no estudo da Lua foi a utilização da fotografia. O

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primeiro Atlas fotográfico da Lua foi publicado entre os anos de 1896 e 1897 pelo astrônomo
americano Edward Singleton Holden. Os constantes avanços tecnológicos, tanto no campo específico
da astronomia quanto no da óptica, melhoraram as condições de observação e permitiram a
formulação de teorias sobre a origem do satélite. Vale mencionar, por exemplo, a do britânico Sir
George Howard Darwin, segundo a qual a Lua era parte da Terra, da qual teria se desprendido. Na
década de 1930, as observações de Sir Harold Jeffreys invalidaram essa teoria. Mais tarde, nos anos
1950, generalizou-se a hipótese segundo a qual a Lua era um corpo autônomo do sistema solar que foi
preso à órbita terrestre pela atração da gravidade.

No início da era espacial, um dos primeiros objetivos fixados pelos cientistas foi a abordagem da Lua
por meio de naves. Nos 12 anos que separaram o lançamento do primeiro foguete, que pôs em órbita
um satélite artificial da Terra, o Sputnik 1, até 20 de julho de 1969, quando os astronautas americanos
Neil Armstrong e Edwin Aldrin pisaram a superfície lunar na expedição Apolo 11, foram executados
diversos projetos espaciais que tiveram a Lua como objeto. Os foguetes Lunik 2 e 3 colocaram um
satélite artificial na órbita da Lua e fotografaram sua face oculta, colhendo informações da maior
importância sobre sua natureza. Posteriormente, em novas missões tripuladas ou não, procedeu-se à
coleta de amostras da superfície lunar e a sua análise sistemática, que mostrou a presença de quase
todos os elementos químicos existentes na Terra, em especial oxigênio, silício, magnésio, cálcio e ferro.

Ortografia da Lua

A superfície lunar apresenta três tipos de acidentes geográficos: mares, ou zonas escuras e côncavas,
que refletem uma pequena parte da luz solar e, embora pareçam planos, são em geral formados por
camadas de lava; mesetas, ou superfícies planas, extensas e ligeiramente elevadas; e zonas cobertas
por erupções, de tal modo que a superfície original, formada por mesetas ou mares, é de difícil
identificação. Os três tipos de acidentes exibem crateras provocadas por impacto.

Os principais mares integram um complexo no qual se destacam o Mare imbrium, ou mar das Chuvas;
o Oceanus procellarum, ou mar das Tormentas; o Mare serenitatis, ou mar da Serenidade; o Mare
nubium, ou mar das Nuvens, e o Mare tranquilitatis, ou mar da Tranqüilidade.

Entre as montanhas, as mais importantes são os Apeninos, os Alpes, o Cáucaso e os Haemus. Os


montes Leibniz dificilmente podem ser observados da superfície terrestre. A altura das montanhas é
determinada pela projeção de sua sombra. Quanto às crateras, supõe-se que foram provocadas por
processos vulcânicos ou por choques de meteoritos. Entre as mais importantes estão as crateras de
Ptolomeu, de solo plano, e de Erastóstenes, ao fundo da qual existe um grupo de montanhas.

Marés

O nível das águas dos oceanos e mares da Terra se modifica em função da situação da Lua no
firmamento. A origem do fenômeno é a atração gravitacional que a Lua exerce sobre as águas, de
maneira que, quando o satélite se encontra no ponto de maior altura na abóbada celeste, atrai os
oceanos e provoca a maré alta ou preamar; quando se encontra no horizonte, dá-se a situação
contrária e as águas se afastam do litoral, o que caracteriza a maré baixa. As marés desempenham
importante papel na vida dos organismos vivos que habitam áreas litorâneas, onde seu habitat se
apresenta seco ou coberto de água por períodos regulares de tempo.

A Lua para nós Wiccanos é muito mais que um corpo celeste, e sim uma personificação da Deusa. A
Lua Crescente representa a Virgem, a Cheia a Mãe e a Minguante a Anciã. É importante que você

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realize esses feitiços e rituais na fase certa. Realizar feitiços na fase de lua errada pode não dar certo,
ou trazer resultados errados. O ciclo da Lua é de 28 dias e meio, da Lua Cheia até a Lua Nova. As fases
da Lua são de máxima importância. Elas situam os momentos ideais para determinadas atividades
mágicas:

Lua Crescente

É a fase ideal para realizar rituais e sortilégios com o intuito de aumentar e fazer crescer algo seja
amor, dinheiro, amizade, intelecto, etc... É a melhor época para iniciar todo tipo de negócio e
esclarecer os maus entendidos. A lua crescente atrai, expande, fortalece e aumenta as grandes
possibilidades, é uma das fases mais positivas, pois todos os rituais realizados nesta fase lunar tendem
a apresentar resultados satisfatórios e imediatos. O aspecto da Deusa a ser invocado na fase crescente
é a da Virgem cujo nome é Rhianon. Ideal para magias de prosperidade e crescimento espiritual.
Propícia para iniciar projetos e abrir novos negócios. Indicada para feitiços de atração, para trazer
mudanças positivas, feitiços de amor, boa sorte, crescimento, desejo sexual. É o tempo de novos
começos, concretizar idéias, invocações. Nesse momento a Lua representa a Deusa em seu aspecto de
Virgem, como: Epona, Ártemis e outras deusas virgens.

Lua Cheia

É a fase ideal para realizar rituais e sortilégios com o intuito de aguçar a intuição aumentar a percepção
extra-sensorial e favorecer as relações sociais. É a melhor fase para consagrar os instrumentos
mágicos, pois a medida que a lua enche o instrumento consagrado se enche de força e poder. É a fase
mais importante para os ritos da bruxaria, mas tome cuidado ao agir nesta fase porque ela estimula as
brigas e confusões, portanto se estiver indeciso não aja na lua cheia, acalme-se e espere o melhor
momento de decidir. O aspecto da Deusa a ser invocado na fase cheia é a da Mãe cujo nome é Brigit.
Perfeita para qualquer atividade mágica, sobretudo para magias de amor, paixão e poder. Época
propícia para feitiços de transformações, aumento da habilidade psíquica, feitiços de fertilidade e
invocação a Deusas Lunares. É o tempo de força, amor e poder. Neste momento a lua representa o
aspecto da Deusa Mãe, como Cerridwen, Ísis, ou outras deusas com o aspecto de mãe.

Lua Minguante

Esta fase é dedicada aos trabalhos de Magia Negativa e invocações maléficas, na lua nova todos os
bruxos que usam necessariamente a magia positiva não trabalham ritualisticamente já que a Wicca é
uma filosofia mágico-espirítual que não invoca nem trabalha com as energias involutivas por isso
aguarde o período crescente da lua para dar continuidade aos seus ritos de magia. A Deusa a ser
invocada nesta fase é Morgana a Rainha das Bruxas. É a fase ideal para se realizar rituais e sortilégios
com o intuito de afastar os feitiços, maldições e doenças, esta fase evoca os poderes negativos, a
magia que destrói as chances e possibilidades, portanto realize ritos na lua minguante que tenham a
finalidade de expulsar doenças e a magia negativa que por ventura tenham sido enviadas contra você.
O aspecto da Deusa a ser invocado na fase minguante é o da Anciã cujo nome é Ceridwen. Ideal para
meditação e magia contemplativa. Época propícia para ritualizar os términos, expulsar energias
negativas e encerrar etapas. Época para acabar com maus hábitos e vícios ruins, e terminar
relacionamentos ruins. É o tempo de profunda intuição e adivinhação. Neste momento a Lua
representa a Deusa em seu aspecto de anciã, como Ceridwen.

Lua Nova

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Tempo de reflexão, conhecida como Lilith, a Lua Negra. Nesta fase não deve ser feito nenhum tipo de
magia. Ligada á magias maléficas. Os bruxos não costumam fazer trabalhos mágicos nesse período. A
lua neste momento representa a Deusa Hécate, Morgana e outras deusas com esse aspecto.

A Lua do Lobo (Janeiro)

A Lua dos Antepassados – O contato com os antepassados é parte essencial na vida de um bruxo.
Amorosos e sempre prontos a nos ajudar, nossos ancestrais mortos se dispõe a atender a nossos
pedidos e nos dão força nos momentos difíceis. O primeiro passo para você assegurar a comunicação
com seus antepassados que habitam outros planos é lembra-se deles - mesmo daqueles que nunca
conheceu. Assim, dedique o mês de janeiro às recordações. Pense nas crianças que morreram antes de
se tornar adultas ou menos antes de nascer. Folheie antigos álbuns de família, olhe os retratos dos
parentes que já fizeram a viagem para os planos espirituais. Relembre também os amigos que se
perderam nessa caminhada.

Para homenagear esses mortos queridos, coloque lugares extras à mesa, como se eles fossem seus
convidados. Prepare e coma deliciosos doces e chocolates em memória das crianças e faça alguns dos
pratos favoritos dessas pessoas falecidas. E nunca pense nos seus mortos com tristeza, pois se eles
perceberem que você está triste também ficarão infelizes. Numa noite de Lua Cheia desse mês, encha
uma vasilha de vidro com água e jogue uma pequena pedra dentro dela. Observe atentamente a água
e concentre-se. Depois de algum tempo de meditação, você receberá uma mensagem, que poderá vir
na forma de um pensamento ou mesmo pelo som de uma voz distante . Não tenha medo: é um
antepassado se comunicando com você.

o 1° de Janeiro - Celebração das Sete Divindades da Sorte na Japão e da Deusa Fortuna em


Roma
o 2 de janeiro - Nascimento da Deusa Inanna na Antiga Suméria
o 5-6 de janeiro - Ritual Noturno em honra de Kore; celebrado no Koreion, Alexandria. O quinto
dia do primeiro mês marcava o nascimento do deus chinês da riquesa, Tsai Shen ou T`sai-Shen
o 6 de janeiro - Dia Celta da Deusa Tríplice: Donzela, Mãe, Anciã.
o 10 de Janeiro - Dia de Freya, a Deusa Mãe Nórtica.
o 12 de janeiro - Besant Pachami, ou Dawat Puja, o Festival de Sarasvati na Índia; ou na Lua
Crescente mais próxima. Em Roma, a Compitália, para celebrar os lares, ou deuses dos lares.
o 18 de janeiro - Teogamia de Hera, festival feminino celebrado todos os aspectos da Deusa
o 20 de janeiro - Na Bulgária, Baba De, ou Dia da Avó, em honra da deusa Baba Den, ou Bada
Yaga, Na China, dia do Deus da Cozinha.
o 24 de janeiro - Na Hungria, a Bênção da Vela das Mulheres Alegres, cerimônia de purificação
honrando a deusa do fogo
o 27 de janeiro - Paganalia, dia da Mãe Terra em Roma A Lua Cheia de Janeiro honrava Ch'ang-
O, a deusa chinesa dos quartos de dormir e protetora das crianças.O Ano na China começa no
primeiro dia de Lua Crescente com o Sol em Aquário. Isto ocorre no período que vai de 21 de
Janeiro a no máximo 19 de fevereiro.

Lua de Gelo (Fevereiro)

A Lua da Busca do Conhecimento - Em sua grande maioria, os bruxos do passado foram pessoas do
povo, que não tiveram acesso a uma educação formal, mas contaram com os benefícios de uma
sabedoria ancestral e uma intuição aguçadíssima. Hoje, que podemos nos aventurar pelas sendas dos

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conhecimentos antes reservados aos homens ou à elite, temos o dever de aproveitar essa
oportunidade para aprimorar nossa cultura. Em fevereiro, a Lua da Busca do Conhecimento favorece o
estudo. É o momento de você ler e adquirir novas informações, ampliando seus horizontes. É assim
que você vai cumprir um dever para com seus antepassados bruxos, que sofreram por não poderem
penetrar num mundo praticamente exclusivo dos homens ou da elite da época.

Em todas as noites de fevereiro, prepare um chá com folhas frescas de Artemísia (de preferência,
plantadas e colhidas por você mesmo), erva que estimula o intelecto e favorece o aprendizado.
Enquanto saboreia o chá, dedique-se à leitura ou ao estudo. Dê preferência às obras de filosofia, aos
poemas e aos clássicos da literatura. Mesmo que, no começo, o desafio pareça grande demais, insista.
Invoque a poderosa deusa Atena, senhora do conhecimento, para que ela ajude você nesse
aprendizado. Aos poucos, sua mente se tornará mais ágil e você começará a aprender com muito mais
facilidade. Se você necessita de um estudo mais específico, orientado para um objetivo determinado -
algo ligado ao seu trabalho, por exemplo , aproveite o mês de fevereiro para colocar esse projeto em
prática e mergulhar nos livros.

o 1-3 de fevereiro - Os Mistérios Elusianos Menores na Grécia Antiga; uma celebração da Filha
que Retorna: Deméter e Perséfone, Ceres e Prosérpina.
o 7 de fevereiro - Dia de Selene e outras deusas da Lua.
o 9 de fevereiro - A Procissão de Chingay, o Ano Novo de Singapura, o qual é uma celebração a
Kuan Yin e a promessa de primavera vindoura.
o 12 de fevereiro - Festival de Diana, Divina Caçadora (a grega Ártemis) em Roma
o 13-18 de fevereiro - Em Roma, a Parentália e a Ferália, um festival de purificação em honra às
Deusas Mania e Vesta; devotas aos ancestrais, à paz e ao amor.
o 14-15 de fevereiro - Em Roma, a Lupercia, quando as mulheres pediam a Juno-Lúpia por filhos.
Também honravam o deus Fauno, um aspecto de Pã.
o 14-21 de fevereiro - Festival do Amor de Afrodite, em Roma.
o 17 de fevereiro - Fornacália, ou festa dos Fornos, em Roma
o 20 de fevereiro - em Roma, o dia de Tácita (a deusa silenciosa), que protege contra calúnias.
o 21 de fevereiro - Festival das Lanternas na China e em Taiwan. Também é uma celebração a
Kuan Yin; Lua Cheia.
o 22 de fevereiro - em Roma, a Carista, um dia de paz e harmonias em família

Lua de Tempestade (Março)

A Lua do Olho Interior - O dom de enxergar além das aparências é inerente a todos os bruxos. Em
março, na Lua do Olho Interior, você poderá trabalhar sua capacidade de enxergar as verdades que
estão ocultas. Para que essa sensibilidade se manifeste, porém, você precisará aperfeiçoar sua relação
com o mundo. Diariamente, exercite esse dom de "observar" o universo:

1. Ao acordar, dirija-se à janela e olhe o dia. Perceba como está o tempo. Chove? Faz Sol? Olhe
bem para o céu.
2. Ao tomar o café da manhã, “sinta” o sabor dos alimentos. Comente com os outros o que você
está sentindo.
3. Ao sair de casa, observe atentamente o caminho, parando sempre que alguma coisa chamar
sua atenção.
4. Cumprimente gentilmente todas as pessoas que passarem por você, mesmo aquelas a quem
não conhece.
5. Ao encontrar um amigo, converse com ele e diga o quanto está feliz por vê-lo.
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6. Dê atenção a todo animal que encontrar.
7. Ao entardecer, suspenda suas atividades e observe o dia que termina. Perceba as cores, os
sons, os cheiros, os movimentos da natureza.
8. Ao jantar, converse com os outros sobre os acontecimentos do dia e agradeça pelo alimento
que agora você come.
9. Antes de dormir, “converse” com a noite e diga-lhe que você deseja ampliar sua visão interior.

o 1° de março - Matronália em Roma e na Grécia; um festival de Hera e Juno Lucina. Entre os


Celtas, o Festival de Rhinnon
o 4 de março - Na Grécia, Antestéria, o festival das flores; dedicado a Flora e Hécade.
o 5 de março - Celebração de Ísis como a protetora dos navegantes, barcos, pesca e da jornada
final da vida.
o 14 de março - Diásia, para proteger-se da pobreza, na Grécia.
o 17 de março - Festival de Astarde em Canaã. Em Roma, a Liberália, o festival feminino da
liberdade.
o 18 de março - Dia de Sheelah a Irlanda, em honra a Sheelah-na-Gig, a deusa de fertilidade.
o 19-23 de março - O panateneu Menor na Grécia, m honra a Atena.
o 20 março - No Egito, o festival da colheita de Primavera, honrando a Ísis.
o 21 de março - Equinócio de Primavera. Festival de Kore e Deméter na Grécia. Durante quatro
dias, após o equinócio, Minerva era homenageada em Roma.
o 22-27 de março - Hilária, festivais em honra a Cibele, na Grécia.
o 23 de março - Quinquátria, o nascimento de Atena/Minerva em Roma.
o 29 de março - Delfínia, ou Ártemis Soteira, festival de Ártemis na Grécia Expulsão dos maus
demônios no Tibete.
o 30 de março - Festival de Eostre, a deusa germânicada Primavera, renascimento, fertilidade, e
da Lua.
o 31 de março - Festival romano de Luna, a deusa da Lua.
Lua do Crescimento (Abril)

A Lua das Vozes do Mundo - Agora que você já começou a desenvolver a sua sensibilidade e o dom de
enxergar além das aparências, chegou o momento de aprender a lidar com as informações recebidas
por meio da intuição. É a hora de ouvir as “vozes do mundo”. Esse processo pode ser um pouco
doloroso, pois nem sempre ouvimos aquilo que nos agrada. Mas a verdadeira sabedoria está em lidar
serenamente com as adversidades que se apresentam, com plena consciência de que elas vão ser
superadas no momento certo.

Para entrar em sintonia com essa Lua, trabalhe sua tranqüilidade interior. Ao longo de todo mês
consuma chás, verduras e temperos calmantes, à base de melissa, erva-cidreira, camomila, manjericão,
alface ou folhas de maracujá. E abra seu coração para este momento, sem qualquer temor:
aprendemos com as dificuldades, quando se manifestam coisas boas, sentimos uma deliciosa
felicidade.

o 1° de abril - Festival de Kali na Índia, Fortuna Virilis de Vênus em Roma, Dia de Hathor no
Egito.
o 4 de abril - A Megalésia de Cibele, ou Magna Mater, na Frígia e em Roma, celebrando a chegada
de deusa seu templo romano. Festival de sete dias.
o 5 de abril - Festival da Boa Sorte em Roma; a deusa Fortuna.

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o 8 de abril - Hana Matsuri, ou Festival das Flores, no Japão; honra aos ancestrais e decoração
dos santuários. A Mounichia de Ártemis na Grécia; um dia para os bolos da Lua.
o 11 de abril - Na Armênia, dia de Anahit, deusa do amor e da Lua.
o 12-19 de abril - Cereália, ou retorno de Perséfone, em Roma, honrando a Ceres e a sua filha.
o 15 de abril - Festival de Bast no Egito
o 22 de abril - Festival de Ishtar na Babilônia.
o 28 de abril-3 de maio - O festival de três dias de Flora e Vênus, ou a Florália, em Roma; deusa
de sexualidade e das flores de Primavera.

O quinto dia da Lua Crescente é o festival da Artemísia na China. Na China, a Lua Cheia é também
conhecida como Lua Pestilenta; Chung K'uei, o grande caçador espiritual de demônios, é
homenageado.

Lua da Lebre (Maio)

A Lua de Contar Histórias - O conhecimento dos bruxos é transmitido oralmente. Um bruxo passa para
o outro aquilo que ele sabe, sem necessidade de “aulas” ou qualquer sistema formal de ensino. A arte
de contar histórias é um dom que deve ser exercitado durante a Lua de Maio.

Nessa época, escolha uma pessoa de quem você gosta para ensinar a ela tudo o que você sabe.
Mesmo que ainda esteja dando seus primeiros passos na feitiçaria, você perceberá que tem muito
conhecimentos valiosos. Não se trata de ensinar simpatias ou encantamentos. Vale passar as receitas
dos pratos que você sabe preparar melhor, ensinar a fazer um bordado, dar uma explicação sobre
matemática. Mas o mais importante, nessa Lua, é passar adiante as histórias de família. Sabe aquelas
coisas que ouvimos sobre nossos ancestrais, os casos de avós e tios? Tudo isso tem um poder muito
grande. Conte essas histórias para as crianças da sua família, para que elas também conheçam o
passado que pertence a todos. Ler as histórias de bruxos antigos e contá-las aos outros é uma boa
opção, pois a tradição diz que, enquanto os bruxos forem lembrados, eles serão imortais. Durante esse
mês, peça para a Mãe Lua brindar você com o dom da palavra e da sabedoria. E não esqueça de ouvir
as valiosas lições que as pessoas mais velhas têm para ensinar.

o 1° de maio - Dia bruxo da Sorveira para a deusa finlandesa Rauni.


o 4 de maio - Dia do Pilriteiro Sagrado na Irlanda; início do mês do Estrepeiro
o 5 de maio - Festa do Dragão na China
o 9 de maio - Festa de Ártemis na Grécia.
o 9,11 e 13 de maio - Lemúria em Roma, quando os espíritos errantes de familiares eram
homenageados.
o 12 de maio - Festival de Shashti na Índia; Aranya Shashti é um deus da floresta semelhante a
Pã.
o 15 de maio - Da de Maya, uma deusa da Lua Cheia, na Grécia.
o 16 de maio - Savitu-Vrata na Índia, em honra a Saravasti, Rainha do Paraíso.
o 19-28 de maio - Kallyntaria e Plynteria; um festival de limpeza e purificação da Primavera, em
Roma e na Grécia.
o 23 de maio - Rosália em Roma, o festival das rosas de Flora e Vênus.
o 24 de maio - Nascimento de Ártemis/Diana, chamado de a Thargelia; normalmente na Lua
Crescente. Uma antiga celebração grega nesse dia era a de honrar os Horae. É também a
celebração das três Mães nas regiões celtas, as quais traziam prosperidade e boas colheitas
o 26 de maio - Dia de Chin-hua-fu-jen na China, uma deusa amazona semelhante a Diana.

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o 26-31 de maio - Festival de Diana como deusa dos bosque silvestres em Roma
o 30-31 de maio - Festa da Rainha do Submundo em Roma.

Na Lua Cheia acontecia o Festival de Edfu para Hathor no Egito; na Lua Crescente sua imagem iniciava
sua jornada por barcos até Edfu.

Lua dos Prados (Junho)

A Lua dos Labirintos - Chegou o momento de você lidar com “tosas” e as suas facetas. Em vez de ficar
cobrando de si mesmo “coerência” ou “lógica”, aceite que você é um ser humano de múltiplos
aspectos, alguns contraditórios. Dentro de você moram todas as deusas e os deuses. Procure
harmonizar-se com a vaidosa Afrodite, a maternal Deméter e a ousada Ártemis. Experimente com o
máximo de intensidade cada uma dessas qualidades que habitam seu ser.

Para se integrar com Afrodite, aguarde a fase cheia da Lua e prepare uma infusão com pétalas de rosa
cor-de-rosa. Tome esse banho mágico ao anoitecer e mire-se nu no espelho. Admire cada curva do seu
corpo e faça uma massagem, sentindo a suavidade da sua pele. Passe seu perfume favorito e vista-se
com uma roupa bem bonita, acompanhada de adornos delicados. A maternal Deméter pode ser
invocada por meio de afazeres domésticos. Prepare um bolo de chocolate bem gostoso e bonito,
enquanto “conversa” com a deusa, que lhe trará harmonia familiar e paz doméstica. A ousadia de
Ártemis pode se obtida por meio da integração com a natureza. Busque um contato maior com as
plantas e os animais. Afinal, ela é a deusa da caça, e sabe que a natureza só dá aquilo que merecemos
- se você respeitá-la, a deusa certamente saberá retribuir.

o 1-2 de junho - Em Roma, Dia de Carna, deusa da sobrevivência física, das portas e fechaduras.
Syn, a deusa nórdica da inclusão e exclusão, é semelhante
o 2 de junho - O Shapatu, ou Sabbat, de Ishtar na Babilônia.
o 6 de junho - Bendídia de Bendis, deusa lunar da Trácia. Na Grécia, bolos eram deixados em
encruzilhadas como oferenda a Ártemis.
o 14 de junho - Aniversário das Musas
o 16 de junho - Noite d Lágrima, Festa das Águas do Nilo, no Egito, celebrando a deusa Ísis e
seus lamentos.
o 17 de junho - Em Roma, Ludi Piscatari, ou festival dos pescadores.
o 21 de junho - Solstício de Verão. Na Inglaterra, Dia de Cerridwen e seu caldeirão. Na Irlanda,
dia dedicado à deusa fada Aine de Knockaine. Dia de Todas as Heras, ou mulheres Sábias. Dia
do Homem Verde na Europa.
o 24 de junho - Dia das Lanternas em Sais, no Egito, uma celebração a Ísis e Neith.
o 25 de junho - Na Índia, Teej, um festival para mulheres e garotas em honra a Parvati.
o 27 de junho - Na Grécia, a Arretophorria, um festival de ninfas em honra à Donzela e às deusas
Amazonas.

Lua do Feno (Julho)

A Lua das Sereias - A Lua de julho nos convida a despertar para a beleza e a sensualidade. Ouça o
canto da sereia que a convida a penetrar nos mistérios de Afrodite, a deusa da arte, do amor e da
manifestação da beleza em todas as suas formas. Para entrar em contato com a deusa, recolha na
praia um punhado de conchas do mar e água de rosas. Consiga um espelho de tamanho regular, oval e
com cabo. Lave-o com água de rosas e deixe-o secar naturalmente. Quando o espelho estiver seco,

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comece a colar as conchas em volta dele, até preencher todo o seu contorno. À noite, coloque-o para
tomar o sereno da Lua e só o retire ao amanhecer. Sempre que quiser entrar em contato com a deusa,
recite o seguinte encantamento:

o Carne, mármore, flor, Vênus, em ti eu creio.

Essas palavras mágicas foram retiradas de um dos poemas do francês Arthur Rimbauld. Ao recitá-las,
você estará brindando a deusa com aquilo de que ela mais gosta - beleza e arte.

o 4 de julho - Dia de Pax, deusa da Paz, e Concórdia, em Roma.


o 7-8 de julho - em Roma, o festival da mais velha entre as mulheres, Nonae Caprotinae,
dedicado a Juno, a Grande Mãe.
o 10 de julho - Dia de Hel, ou Holde (deusa anglo-saxã e nórtica), e de Cerridwen (deusa celta)
o 14 de julho - O-Bon, ou festival das Lanternas no Japão; dedicado aos espíritos ancestrais.
o 15 de julho - Chung Yuan, ou festival dos Mortos (China)
o 17 de julho - Nascimento de Ísis, no Egito.
o 18 de julho - Nascimento de Néftis, no Egito
o 19 de julho - Ano Novo egípcio. Festival de Opet, ou o Casamento e Ísise Osíris no Egito. É
também a celebração de Vênus e Adônis em Roma.
o 23 de julho - Em Roma, a Neptunália, em homenagem a Netuno, deus dos terremotos.
o 27 de julho - Procissão das Bruxas na Bélgica
Lua do Milho (Agosto)

A Lua da Loba - A mulher que é bruxa ou o homem que é bruxo tem que saber lidar com o
amadurecimento e com a velhice. Mesmo você que seja um adolescente, pensar na maturidade é um
desafio importante, que precisa ser encarado na Lua da Loba, você vai aprender a reconhecer a força
da maturidade. Procure passar mais tempo na companhia de pessoas que você admira. Pode ser na
companhia de sua mãe, pai, uma amiga ou um amigo, uma professora, uma tia ou de seus avós. Não
importa. Basta que seja uma pessoa forte, de personalidade marcante, mas ao mesmo tempo bondosa,
e que tenha mais de 50 anos. Olhe bem para essa pessoa e reconheça nela as qualidades da Lua. A
intuição, o amor, a inteligência que reluz nos olhos de todos os filhos da Deusa e do Deus. Pense em
Diana, a senhora da caça que supera todos os obstáculos com firmeza. Banhar-se com uma infusão de
alfazema e mil-folhas, ervas que trazem força, vai ajudá-lo a entrar em sintonia com a energia sutil da
Lua da Loba.

o 1° de agosto - Festival do Pão Novo nas Regiões celtas. Entre os astecas, o festival de
Xiuhtecuhtli, deus do calendário e do fogo espiritual.
o 1-3 de agosto - Festival das Dríades na Macedônia, um honra aos espíritos femininos da água e
dos bosques.
o 6 de agosto - Festival de Thoth no Egito. Início do Mês dos Espíritos na China e em Singapura.
o 7 de agosto - No Egito, a Quebra do Nilo, dedicado a Hathor.
o 12 de agosto - Bênção egípcia dos barcos.
o 13 e 15 de agosto - Diana dos Bosques e Hécate, a Mãe Escura da Lua nos primórdios de Roma
e da Grécia; Lua Cheia.
o 17 de agosto - Festa de Lua Cheia para Diana em Roma.
o 23 de agosto - Nemesea, o festival de Nêmesis (deusa do Destino) na Grécia. Em Roma, a
Volcanália, festival para o deus Vulcano para proteção contra incêndios acidentais. Em Roma, a
Vertumnália, em honra a Vertúmnus, deus das mudanças sasonais.
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o 25 de agosto - Em Roma, Opseconsiva, festival da colheita em honra à deusa Ops.
o 26 de agosto - Dia de Festa de Ilmatar ou Luonnotar, uma deusa finlandesa.
o 29 de agosto - Nascimento de Hathor e Dia do Ano Novo egípcio.
o 30 de agosto - Festival romano de Ação de Graça, conhecido como Charisteria.
o 31 de agosto - Festival hindu de Anant Chaturdasi, purificação das mulheres, em honra à deusa
Ananta.

A Lua Crescente marca o festival de Gauri na Índia.A Lua Crescente mais próxima do Equinócio de
Outono marcava a Citua, ou Festa da Lua, entre os incas. A Lua Cheia marcava o Festival do Porco, o
qual honrava a grega Deméter e a nórtica Freya.

Lua da Colheita (Setembro)

A Lua da Risada de Afrodite - A poderosa Afrodite vem nos cobrar quando fazemos mal uso do nosso
corpo. Temperamental, ela afasta das pessoas que se prendem a relacionamentos insatisfatórios,
baseados na hipocrisia e na falsidade, ou que se tornam escravos dos padrões convencionais de beleza
e amor exigidos pela sociedade.

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Para fazer as pazes com Afrodite, realize um feitiço de amor. No primeiro dia de Lua Nova de
Setembro, despeje seu perfume favorito num caldeirão e coloque-o para ferver em fogo baixo. Quando
o perfume estiver bem aquecido, apague o fogo e adicione 1/2 colher de chá de pólen de lírio, 1/2
colher de chá de canela em pó, 3 gotas de orvalho colhido de uma roseira, 1 gota de seu próprio
sangue e 1 pêlo de um gato negro (não arranque do animal: pegue um pêlo que tenha caído
naturalmente). Então recite o encantamento:

o Afrodite, senhora das seduções, aquela que ao homem dá o ardor, me traz o calor das paixões
e faz de mim um templo de amor!

Guarde tudo num vidro e deixe-o ao ar livre. Recolha o vidro na manhã seguinte, antes do nascer do
Sol. Use essa poção quando você quiser seduzir alguém que mereça o seu amor. Se usar esse feitiço
de maneira leviana, poderá cair no desagrado dos deuses.

o 8 de setembro - No Tibete, o Festival das Águas, honrando regato e duendes das águas.
o 10 de setembro - Twan Yuan Chieh, ou festival feminino da reunião, um festival lunar em honra
a Ch'ang-O, na China.
o 13-14 de setembro - Cerimônia de Acender o Fogo no Egito, em honra a Néftis e aos espíritos
dos mortos.
o 18 de setembro - O Chung-Chiu, ou festival chinês da Lua da Colheita, honrando a deusa lunar
Ch'ang-O; aniversário da Lua. Normalmente na Lua Cheia.
o 19 de setembro - Em Alexandria, no Egito, um jejum de um dia em homenagem a Thoth, deus
sabedoria e da magia.
o 21 de setembro - No Egito, Festa da Vida Divina, uma celebração em homenagem à tripla deusa
como Donzela, Mãe e Anciã.
o 22 de setembro - Equinócio de Outono, Morte de Tiamat na Sumária.
o 23 de setembro - Festival de Nêmesis, deusa do Destino, na Grécia.
o 23 de setembro - 1° de outubro Festival sagrado Grego de Nove Dias da Grande Elusínia
o 27 de setembro - Choosuk, ou Festival da Lua, na Coréia do Sul e em Taiwan, o qual honra os
espíritos dos mortos. Nascimento de Atena na Grécia.
o 30 de setembro - Festival de Têmis como governante de Delfos.

Lua Cheia: Festival de Ciuateotl, a deusa mulher serpente; astecas e toltecas. Lua Cheia: o Disirblot, ou
Disablot, de Freya, marcava o início do inverno para os nórticos.

Lua de Sangue (Outubro)

A Lua da Cura - Curar-se não é apenas se livrar de uma doença. É também entrar em harmonia com
seu corpo, com seus órgãos, com seu ritmo, e conservar seu organismo em equilíbrio.

O primeiro passo é o controle da respiração. Inspire e expire consciente dos seus movimentos, da
entrada e saída de ar dos pulmões. Todas as noites, antes de dormir, procure visualizar seus órgãos
internos. Imagine seu coração batendo, o estômago em movimentos suaves para realizar a digestão, o
fígado filtrando o que é bom para seu organismo. Evite comer coisas que fazem mal, abstenha-se das
bebidas alcoólicas e modere qualquer tendências a exageros. Com o tempo você vai perceber que é
possível “ouvir” seu organismo, e dificilmente será vítima de uma doença inesperada. Comer uma folha
fresca de sálvia todos os dias também vai ajudá-la a manter a saúde em ordem. E, para se prevenir
contra contágios, faça um amuleto com um dente de alho, uma folha seca de sálvia, uma pedrinha de

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cânfora e nove cravos-da-índia. Carregue-o preso a roupa com um alfinete, para tê-lo sempre junto
com o corpo.

o 7 de outubro - Ano Novo na Suméria, em honra a deusas como Ishtar e Astarte.


o 11-13 de outubro - A Thesmophoria, festival exclusivamente feminino em honra a Deméter e a
Kore na Grécia.
o 12 de outubro - Fortuna Redux, uma celebração às jornadas Felizes, em Roma.
o 14 de outubro - Durga Puja, ou Dasain, no Nepal, Bangladesh e Índia, em honra à vitória de
Grande Mãe Durga sobre o mal.
o 15 de outubro - Em Roma, purificação da cidade.
o 16 de outubro - Lakshmi Puja, ou Diwalii, o Festival das luzes, na Índia.
o 18 de outubro - A Grande Feira dos Cornos na Inglaterra, homenageando o Deus Cornudo.
o 21 de outubro - Dia de Orsel ou Ursala, deusa lunar eslava.
o 22 de outubro - Dia dos Salgueiros, festival mesopotâmico de Belili ou Astarte.
o 25 de outubro - Na China, Festival de Han Lu, deusa da Lua e das Colheitas.
o 26 de outubro - Festival da Lua Cheia de Hathor no Egito.

Lua Azul (27 de Outubro a 1° de Novembro)

A Lua dos Sonhos - Sonhar é receber mensagens. Sonhar é encontrar respostas. Sonhar é conversar
com amigos de outros planos. Assim é o sonhar do bruxo: não um desligamento da realidade, mas
uma entrada num plano superior. O verdadeiro bruxo aprende a controlar seus sonhos e a realizar
viagens astrais, sendo capaz de visitar, em espírito, lugares distantes e desconhecidos.

Para despertar esse dom de sonhar, durma com um caroço de ameixa na mão esquerda. Assim, você
ativará sua intuição e se tornará mais consciente do real significado dos seus sonhos. Procure, ainda,
ao acordar, anotar o que você sonhou na noite anterior. Desse modo, você vai aprender a dar atenção
aos seus sonhos e será capaz de interpretá-los corretamente. E a Lua dos Sonhos também ensina a
não temer o contato com outras dimensões. É natural que você fique inseguro e sinta-se impelido a
fugir do desconhecido. Reaja e assuma a plenitude de seu poder!

o 28 de outubro - 2 de novembro Ísia, festival egípcio de seis dias de Ísis; celebra a busca e a
recuperação de Osíris
o 29 de outubro - Festa dos Mortos dos iroqueses, em honra aos mortos.
o 30 de outubro - Angelitos no México, lembrança das almas das crianças mortas.
o 31 de outubro - Festival celta dos Mortos, Festa de Sekhmet e Bast no Egito. Festival outonal de
Dasehra na Índia, celebrado a batalha de Rama e Kali contra o demônio Ravana.
o 1° de novembro - Reino da Anciã Cailleach, ou festival dos Mortos, nas regiões celtas. Dia das
Banshees na Irlanda. Rito de Hel nos países da Escandinávia. Festa dos Mortos no México. O
quinto dia da Ísis, o encontro de Osíris, no Egito.

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Lua de Neve (Novembro)

o 3 de novembro - Último dia da Ísias no Egito; renascimento de Osíris.


o 6 de novembro - Nascimento de Tiamat na Babilônia.
o 8 de novembro - Fuigo Matsuri, um festival Shinto em honra a Inari ou Hattsui No Kami, Deusa
do Fogão no Japão.
o 10 de novembro - Kali Puja na Índia, para Kali, a destruidora do mal.
o 9-10 de novembro - Noite de Nicnevin na Escócia.
o 11 de novembro - Festa dos Einheriar (Guerreiros Vencidos), nórtica.
o 15 de novembro - Shichigosan (Dia Sete-Cinco-Três) para a seguraça das crianças como essas
idades no Japão. Na Índia, Dia das Crianças. Em Roma, Ferônia para a deusa das florestas e da
fertilidade.
o 16 de novembro - Noite de Hécate na Grécia; inicia no crepúsculo, Festival de Bast no Egito.
o 24 de novembro - Festa de Queima das Lanternas no Egito para Ísis e Osíris.
o 27 de novembro - Dia de Parvati-Devi, a Deusa Tríplice que se partia em Sarasvati, Lakshmi e
Kali, ou as Três Mães.
o 30 de novembro - Dia de Hécate das Encruzilhadas na Grécia, na Lua Nova. Skadi entre os
nórticos. Dia de Mawu, criadora africana do Universo e partir do caos.

Lua Fria (Dezembro)

A Lua de Contar as Bênçãos - Ao chegar na décima-segunda Lua. você vai enumerar todas as coisas
boas que lhe aconteceram no decorrer do ano. Examine sua vida e verifique os efeitos de todos os
rituais realizados. Veja se você alcançou seu objetivo de se tornar uma pessoa mais completa. Lembre-
se de que um bruxo está integrado à natureza, ama as plantas e os animais, respeita seus semelhantes
e convive em harmonia com todos que o cercam. Se você estiver assim, feliz, bonito e satisfeito, é sinal
de que seu trabalho foi bem-sucedido. Se ainda não chegou ao ponto desejado, insista, pois a magia
requer paciência. E, no último dia do ano, agradeça à Mãe Lua, olhando para ela e recitando palavras
de gratidão e amor. Agora, você e a Lua são únicos: mãe e filho, irmãos, namorados, companheiros,
cúmplices de feitiços e momentos de magia. Sinta essa força e nunca desista da sua caminhada.

o 1° de dezembro - Dia de Pallas Atena/Minerva na Grécia e em Roma.


o 3 de dezembro - Festa romana da Bona Dea (A Boa Deusa), deidade da justiça.
o 8 de dezembro - Festival de Ixchel entre os maias. Festival de Neith no Egito. Astraea entre os
Gregos, para a deusa Astraea, deidade da justiça.
o 10 de dezembro - Festival de Lux Mundi (Luz do Mundo), em honra à deusa romana Liberdade.
o 13 de dezembro - Dia de Sta. Lucia na Suécia.
o 17-23 de dezembro - Saturnália em Roma.
o 19 de dezembro - Opalia, para Ops, em Roma; sucesso e fertilidade. Pongol na Índia; festival
hindu do Solstício para Sarasvati.
o 21 de dezembro - Solstício de Inverno. Festival celta das estrelas. Retorno de Osíris para Ísis no
Egito.
o 23 de dezembro - Dia de Hathor no Egito. Noite das Lanternas, ou sepultamento final de Osíris,
no Egito.
o 24 de dezembro - Modresnach, ou Noite da Mãe entre os anglo-saxões. Noite das Mães na
Alemanha.
o 25 de dezembro - Fim da Saturnália em Roma. Dia das Geniae na Grécia; Atena também é
honrada. Celebração de Artarte nos países semitas.
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o 26 de dezembro - Nascimento de Hórus no Egito.
o 27 de dezembro - Nascimento de Freya nórtica.
o 31 de dezembro - Dia de Hécade em Roma. Dia da Sorte de Sekhmet no Egito. Norns na
Escandinávia. Fadas de Van em Gales. Hogmanay na Escócia; expulsão de maus espíritos
através do uso de adereços como peles e chifres. Na Sicília, festa de Strenia, deusa dos
presentes. Na França, Dame Abonde, por presentes. Noite dos Desejos no México.

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Wicca – Um caminho mágico
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Dias da Semana
Todo dia é especial. Cada um possui um ritmo, uma vibração, um código que pode ser acionado por
quem entende e respeita a linguagem do mundo. Quando encontramos os símbolos certos para acionar
esses códigos, criamos um equilíbrio químico com a natureza e nos colocamos diante das divindades,
dos deuses e dos elementais. O instante oportuno é criado e nossos desejos realizados. A Mãe
Natureza jamais negará algo aos filhos que souberem como pedir. Quando fazemos um ritual próprio
para um dia específico estamos na verdade “adivinhando” o presente que a Mãe Natureza está
querendo ganhar naquele momento, por isso recebemos em troca um prêmio ainda maior. Isso é
Magia diária.

Magia dos dias da semana

Cada dia da semana concentra em si uma energia específica que quando invocada corretamente pode
proporcionar resultados muito especiais. Cada dia é orientado por um Planeta e dedicado a uma
Divindade que influenciam magicamente os sete dias da semana.

Segunda-Feira: Regido pela Lua e representado pela Deusa Selene, é um dia extremamente propício
para magias e Rituais que invoquem a paz, a fertilidade, a harmonia, a Magia e a meditação.

Terça-Feira: Regido por Marte e dedicado ao deus com o mesmo nome. Favorável a magias que
invoquem a paixão, a proteção e a coragem.

Quarta-Feira: Regido por Mercúrio e dedicado ao deus com o mesmo nome. Indicado para atividades
mentais, iniciar viagens, para adivinhações e estudos herméticos.

Quinta-Feira: Regido por Júpiter e dedicado ao deus com o mesmo nome, também conhecido como o
Deus dos Deuses. É o dia para rituais de prosperidade, crescimento e expansão.

Sexta-Feira: Regido por Vênus e dedicado a Deusa do Amor: Vênus (Afrodite). Ideal para magias de
amor e paixão, marcar encontros especiais e reconciliações.

Sábado: Regido por Saturno e dedicado ao deus com o mesmo nome. Indicado para ritualizar os
términos, encerrar etapas e para magias de proteção.

Domingo: Regido pelo Sol e dedicado ao Deus Sol Hélio. Ideal para magias de força, poder e
prosperidade. Indicado para atividades físicas e espirituais.

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Os Deuses
Deusa-Mãe

Na antiguidade vigorava o matriarcado, com a Deusa-Mãe. O conceito de paterno não existia. A moral,
a ciência e a religião ocupavam o mesmo espaço. Com o surgimento do patriarcado, o cálice foi
substituído pela espada, relegando o elemento feminino. Agora, na nova era que se inicia, o reinado
feminino retorna para resgatar a Deusa, o arquétipo da Sabedoria. Todas as religiões ancestrais
visualizavam o Universo como uma generosa Mãe. Nada mais natural: não é do ventre delas que
saímos? De acordo com o mito universal da Criação, tudo teria saído dela.

Entre os egípcios, era chamada de Nuit, a Noite. “Eu sou o que é, o que será e o que foi”. Para os
gregos era Gaia - Mãe de tudo, inclusive de Urano, o Céu. Entretanto, ela não era apenas fonte de
vida, como também senhora da morte. O culto à Grande-Mãe era a religião mais difundida nas
sociedades primitivas. Descobertas arqueológicas realizadas em sítios neolíticos testificam a existência
de uma sociedade agrícola pré-histórica bastante avançada, na região da Europa e Oriente Médio, onde
homens e mulheres viviam em harmonia e o culto à Deusa era a religião. Não há evidências de armas
ou estruturas defensivas, onde se conclui que esta era uma sociedade pacífica. Também não há
representações, em sua arte, de guerreiros matando-se uns aos outros, mas pinturas representando a
natureza e uma grande quantidade de esculturas representando o corpo feminino.

Essas esculturas também foram encontradas em Creta, datadas de 2.000 a.C. Na sociedade cretense as
mulheres exerciam as mais diversas profissões, sendo desde sacerdotisas até chefes de navio. Platão
conta que nesta sociedade, a última matrifocal de que se tem notícia, toda a vida era permeada por
uma ardente fé na natureza, fonte de toda a criação e harmonia. Segundo historiadores, a passagem
para o patriarcado deu-se em várias esferas. Na velha Europa, a sociedade que cultuava a Deusa foi
vítima do ataque de poderosos guerreiros orientais - os kurgans. O Cálice foi derrubado pelo poder da
Espada.

Outro fator decisivo para tal transformação foi o crescimento da população, que levou as sociedades
arcaicas à “domesticação da terra”. Os homens tinham que dominar a natureza, para obrigá-la a
produzir o que queriam. Com a descoberta de que o sêmen do homem é que fecunda a mulher
(acreditava-se que esta gerasse filhos sozinha), estabeleceu-se o culto ao falo, sendo este difundido
pela Europa, Egito, Grécia e Ásia, atingindo o seu ápice na Índia. Com o advento do monoteísmo, e
patriarcado - e a conseqüente dominação da mulher - o culto ao falo estabeleceu-se em definitivo. “O
monoteísmo não é apenas uma religião, é uma relação de poder. A crença numa única divindade cria
uma hierarquia - de um Deus acima dos outros, do mais forte sobre o mais fraco, do crente sobre o
não-crente”.

Jeová, Deus dos Hebreus, em cujos mandamentos assentam-se as raízes da nossa civilização judaico-
cristã - é o melhor exemplo do Deus patriarcal. Ele é um Deus guerreiro, que esmaga os inimigos do
seu povo eleito com toda a sua força poderosa, esperando em troca fidelidade e obediência aos seus
mandamentos. Ele trabalha com o medo. O mito de Lilith mostra bem essa passagem do matriarcado
para o patriarcado. Recusando-se a submeter-se à Adão, tentava igualdade com ele. “Por que devo
deitar-me sob ti?” - ela questiona, e é punida por Jeová, que envia um anjo para expulsá-la do Paraíso.
Blasfemando e criando asas, numa demonstração de liberdade, Lilith abandona o Paraíso e voa para o
Mar Vermelho, onde dá início a uma dinastia de demônios. Mas Adão fica, e sente-se só. Jeová então
cria Eva, a mulher, condenada eternamente à inferioridade.

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Como enunciava Santo Agostinho, a mulher não era a imagem de Deus - apenas o homem era. Ela era,
no máximo, a imagem de uma costela. Embora a personagem do Deus cristão seja bem mais suave do
que seu antecessor - o Deus de Jesus é piedoso e compreensivo, enquanto Jeová distribui medo e
castigos, na opinião de muitos a totalidade feminina encontra-se cindida na mitologia cristã:
maternidade e sexualidade. A Virgem e Maria Madalena. Nos Evangelhos Apócrifos, Madalena é tida
como líder ativa no discipulado de Cristo. O Evangelho de Felipe relata a união do homem e da mulher
como símbolo de cura e paz, e estende-se ao relacionamento de Cristo e Madalena, a companheira do
Salvador.

Contrapondo-se à figura de Madalena, a Virgem está associada apenas ao lado maternal do feminino,
estático e protetor. Sempre retratada através da Virgem, de Madalena, Hera, Ísis, Deméter, Atena,
Diana, a Lua, a Natureza, Hécate, Afrodite, Lilith e tantas outras, a figura da Deusa vem ressurgindo,
cada vez mais e com mais força.

Princípio Feminino a Grande Mãe

A Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora, o Útero de Toda Criação. É associada aos
mistérios da Lua, da Intuição, da Noite, da Escuridão e da Receptividade. É o inconsciente, o lado
escuro da mente que deve ser desvendado. A Lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias,
mas nunca morre, representando os mistérios da Vida Eterna. Na Wicca, a Deusa se mostra com três
faces: a Virgem, a Mãe e a Velha Sábia, sendo que esta última ficou mais relacionada à Bruxa na
Imaginação popular. A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder
da menstruação na mulher, e é também a contraparte Feminina presente em todos os homens, tão
reprimida pela cultura patriarcal.

A Deusa que é vista como transcendente e imanente é um aspecto essencial de adoração dos
Wiccanos. Ela pode ser adorada como a única Deusa sem nome, ou como quaisquer dos muitos
aspectos e nomes pelos quais Ela sempre foi conhecida. Personificada como a Deusa Tríplice, a Grande
Mãe, Ísis, Gaia, Bastet, Deméter, Cerridwen, Brigid, Oestara, Innana, Ishtar, Shekinah, Shakti, Kali,
Amateratsu, e muitos outros. Representa a fertilidade, a criação, os poderes regeneradores da natureza
e a sabedoria.

O Divino feminino também é experimentado nas energias do Universo, nos mistérios da Lua, nas
bênçãos da Terra, e nas maravilhas de nossos próprios corpos que como a própria Terra foram criados
para serem sagrados. Seu símbolo é a lua e muitas vezes é representada como possuidora de três
faces. A Deusa é a primeira em toda a terra, o mistério, a mãe que alimenta e dá toda a vida. Ela é o
poder da fertilidade e geração; o útero e também a sepultura que recebe, o poder da morte. Tudo vem
dela, tudo retorna a ela. Sendo terra, também é vida vegetal. As árvores, as ervas e os grãos que
sustentam a vida. Ela é o corpo e o corpo é sagrado. Útero, seios, barriga, boca, vagina, pênis, osso e
sangue; nenhuma parte do corpo é impura, nenhum aspecto dos processos vitais é maculado por
qualquer conceito de pecado. Nascimento, morte e decadência, são partes igualmente sagradas do
ciclo. Se estamos comendo, dormindo, fazendo Amor ou eliminando excessos do corpo, estamos
manifestando a Deusa. A honra pelo Divino em aspecto feminino, como também o respeito genuíno
pelas mulheres como líderes espirituais, sábias e curandeiras, foi a razão primária para o crescimento
rápido da Wicca entre as mulheres.

A Deusa da terra é também a Deusa de todas as coisas invisíveis: conhecimento, mente, intuição,
poder. A Deusa é vista com a Lua, que está associada aos ciclos mensais de sangramento e fertilidade
das mulheres. Parte do treinamento de cada iniciado implica períodos de meditação sobre a deusa em

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seu vários aspectos. A Tríade da Lua se transforma na estrela quíntupla do nascimento, intuição, amor,
paz e morte. A Deusa manifesta-se no ciclo total da vida. As mulheres são valorizadas e respeitadas na
idade avançada, assim como na juventude. Na Arte, não acreditamos na Deusa: ligamo-nos a Ela,
através da Lua, das estrelas, do mar, das terras, das árvores, animais e outros seres humanos, e,
principalmente, através de nós mesmo. Ela está aqui. Ela está dentro de todos nós. Ela é o círculo
pleno: terra, água, fogo, ar e essência; corpo, mente, espírito, emoções, transformações.

A natureza da Deusa jamais é uma coisa só. Onde quer que ela apareça, corporifica ambos os pólos da
dualidade - vida na morte, morte na vida. Ela possui mil nomes, mil aspectos. Ela é a vaca leiteira, a
aranha que tece, a abelha com penetrante picada. A cobra que troca sua pele e se renova; o gato que
enxerga no escuro; o cão que uiva para a lua. Ela é todos. Ela é a luz e a escuridão, a padroeira do
amor e da morte, que manifesta todas as possibilidades. Ela tanto traz conforto quanto dor. É mais fácil
responder ao conceito da Deusa enquanto musa ou mãe, inspiração e poder curativo. É mais difícil
compreender a Deusa como destruidora. A dualidade judeu-cristã condicionou-nos a pensar sobre a
destruição como sinônimo do mal. A criadora-destruidora manifesta-se no fogo, que destrói tudo aquilo
que o alimenta a fim de produzir calor e luz.

A lei da deusa é o amor: o apaixonado amor sexual, o protetor amor da mãe pelo filho. O amor inclui
os animais, plantas e todos os seres, não só os humanos. O amor da Deusa é incondicional, ela não
exige sacrifícios, humano ou animal. A Deusa está colocada no centro da vida, morte e existência pós
morte e assumirá as formas que forem as mais adequadas em sua relação com nosso mundo. Se
estiver preparado para descobrir estas formas, você se tornará um instrumento de sua segunda vinda,
um mediador de compaixão, ambas as coisas em seu próprio ciclo de tempo e dos que esperam nascer
de seu útero.

Os Encargos da Deusa

O texto abaixo foi transcrito do livro “A Dança Cósmica das Feiticeiras”. Como verá no texto, aquilo que
busca está dentro de você. Assim sendo, a Deusa está dentro de nós, cabe a nós mesmos ouvir o seu
chamado.

Ouça as palavras da grande mãe, que, em tempos idos, era chamada de Ártemis, Astartéia, Dione,
Melusiana, Afrodite, Ceridwen, Diana, Arionrhod, Brígida e por muitos outros nomes:

”Quando necessitar de alguma coisa, uma vez no mês, e é melhor que seja quando a lua estiver cheia,
deverá reunir-se em algum local secreto e adorar o meu espírito que é a rainha de todos os sábios.
Você estará livre da escravidão e, como um sinal de sua liberdade, apresentar-se-á nu em seus ritos.
Cante, festeje, dance, faça música e amor, todos em minha presença, pois meu é o êxtase do espírito e
minha também é a alegria sobre a terra. Pois minha lei é a do amor para todos os seres. Meu é o
segredo que abre a porta da juventude e minha é a taça do vinho da vida, que é o caldeirão de
Ceridwen. que é o graal sagrado da imortalidade. Eu concedo a sabedoria do espírito eterno e, além da
morte, dou a paz e a liberdade e o reencontro com aqueles que se foram antes. Nem tampouco exijo
algum tipo de sacrifício, pois saiba, eu sou a mãe de todas as coisa e meu amor é derramado sobre a
terra”.

Atente para as palavras da deusa estelar, o pó de cujos pés abrigam-se o sol, a lua, as estrelas, os
anjos, e cujo corpo envolve o universo:

”Eu que sou a beleza da terra verde e da lua branca entre as estrela e os mistérios da água, invoco seu

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espírito para que desperte e venha até a mim. Pois eu sou o espírito da natureza que dá vida ao
universo. De mim todas as coisas vêm e pra mim todas devem retornar. Que a adoração a mim esteja
no coração que rejubila, pois, saiba, todos os atos de amor e prazer são meus rituais. Que haja beleza
e força, poder e compaixão, honra e humildade, júbilo e reverência, dentro de você. E você que busca
conhecer-me, saiba que sua procura e ânsia serão em vão, a menos que você conheça os mistérios:
pois se aquilo que busca não se encontrar dentro de você, nunca o achará fora de si. Saiba, pois, eu
estou com você desde o início dos tempos, e eu sou aquela que é alcançada ao fim do desejo”.

Benção para depois do banho

Texto original de Brenwan, traduzido por Ben Dan Loghan

“Abençoados sejam meus ombros que são fortes bastante para levar o peso dos meus erros desta e
de vidas passadas. Abençoados sejam meus seios que alimentaram minhas crianças e me fazem sentir
como uma mulher. Abençoado seja meu útero, tão fértil, tão parecido com minha Deusa que nutre
minhas crianças até que elas nasçam. Abençoado seja meu sexo, tão delicado ao toque mais suave e
ainda entretanto forte o suficiente para agüentar o milagre do parto. Abençoado seja minha coluna que
me mantém na vertical de forma que eu possa enfrentar minha vida à frente. Abençoado seja meu
bumbum tão redondo e tão bonito isso me faz tão orgulhosa de ser uma mulher. Abençoadas sejam
minhas coxas tão firmes e tão suaves, isso segurou minhas crianças e outros que precisaram de amor
em meu colo. Abençoadas sejam minhas pernas que sabem tão bem quando me manter e quando
dobrar procurando a força da Mãe terra. Abençoados sejam meus pés que me levam aonde quer que
eu tenha de buscar os conhecimentos necessários de minha vida. Abençoado seja meu corpo e
santificada seja minha alma que aí jaz. Que assim seja!”.

Culto à Grande Deusa

Lilith Witch

“Senhora de minha vida: Guia-me com sabedoria. Faça com que eu compreenda o que não tem
explicação. Conforta-me em teus seios quando preciso for. Dai-me luz para poder clarear a mente dos
que não te entendem. Encha-me de coragem para enfrentar o preconceito de cabeça erguida.
Purifique-me para que eu possa louvar-te como mereces. Ajuda-me a ver com teus olhos de justiça
para que nunca acuse em vão E peço-te que me mostre o caminho da tua verdade para que eu não me
perca nunca de ti.”

Dedicação para Gaia

© 1997 by Allegra Brillante.

Um dia, eu acordei tarde e mal tive tempo de tomar banho e me vestir antes de passar correndo pela
porta. E, quando parei na varanda, reverenciando o nascer do sol ou vendo o vento correr por entre as
árvores, eu senti a presença de Gaia. Ela apareceu para mim grandiosa e sorridente, seus quadris se
movendo em um ritmo que uma vez eu conheci, mas há tempos não conseguia ouvir direito. Eu
reconheci pela primeira vez em meses a alegria e a beleza que existiam na criação da Senhora. Ela
ficou parada na minha frente, os seios tremendo de indignação, e demandou saber:

o Filha, você me ama?

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Eu respondi prontamente:

o Mas claro, Mãe! Você é o que cuida do meu sustento e me dá vida.

Então ela me perguntou:

o E se eu houvesse lhe feito imperfeita, sem as pernas ou os braços, ainda assim você me
amaria?

Perplexa, eu baixei o olhar, fitando minhas pernas e braços e o resto de meu corpo, o qual, apesar de
todos os meus esforços, chegavam a ser quase tão grandiosos quanto os Dela. Pensei em todas as
coisas que não poderia fazer sem a ajuda desses membros e pensei novamente neles e na crueldade
de receber um corpo mais farto do que o permitido pela sociedade moderna. Eu percebi então que eu
sempre subestimei as coisas que eu poderia fazer com esse corpo perfeitamente saudável. E eu
respondi:

o Você fez meu corpo imperfeito, e eu sofri entre os já nascidos por causa disso. Ainda assim ele
não é tão imperfeito ou dilacerado como outros corpos que já vi por ai. Eu sou grata pelo que
me foi dado, Mãe, e eu assim mesmo a amo.

Então Gaia disse:

o E se você fosse cega, ainda assim você amaria minha criação?

Como poderia eu amar algo sem poder enxerga-lo? Então pensei em todas as pessoas cegas no
mundo, e um amigo em particular cujas observações sobre as obras de Gaia eram muito mais
profundas do que as minhas. Me lembrei de uma época em que a cegueira era considerada um
presente dos deuses, e uma marca de seus preferidos. Como todas essas pessoas enxergavam toda a
criação sem poder vê-la? E, considerando isso, o véu caiu, descobrindo minha visão interior, e eu
entendi que uma pessoa não precisava ver a criação para poder enxergá-la. Então respondi:

o Gaia, quando a visão física é tirada, a visão interior permanece. É essa visão interior que faz
com que suas outras crianças conheçam sua Criação. Eu posso fazer isso também; eu sinto as
energias ao meu redor. Eu ainda poderia amar suas criações Mãe, mesmo que não pudesse
mais vê-las. É a aparência interior que conta, não a exterior.

Gaia sorriu e pareceu como se achasse estar finalmente chegando ao ponto desejado com essa sua
criança errante.

o E se fosse surda? Ainda assim poderia me ouvir?

Ah, Ela estava sendo tão complicada hoje! Eu me atrasaria para o escritório se ela prosseguisse por
mais tempo. Ainda assim, mesmo contra minha vontade, como uma semente que cai dentro de uma
rachadura no concreto, sua pergunta achou seu lugar para germinar em uma mente que eu julgava
estéril. Como poderia eu ouvir o som do vento, ou o canto dos pássaros se eu fosse surda? Então eu
entendi. Gaia e sua criação não eram uma questão de ouvir com os ouvidos; você também tinha que
escutar com o coração. Eu respondi:

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o Eu dependo muito de meus ouvidos e não o suficiente em meu coração. Seria muito difícil, mas
se eu fosse surda eu teria que deixar meu coração me guiar. Eu acho que ainda poderia escutar
você Mãe.

Ela sorriu com satisfação e me fez ainda outra pergunta:

o E se fosse muda? Como você agradeceria a criação e se comunicaria Comigo?

O que? Não cantar no círculo com minhas amigas pagãs? Nenhuma invocação para o Senhor e para a
Senhora? Nenhum chamado para os elementos? Como eu poderia me comunicar sem o uso de minha
língua? Então me veio o pensamento: canções podem ser cantadas com a alma e com o coração sem
nenhum som; essa é a linguagem que Gaia melhor entende. E enaltecê-la nem sempre se dá por
canções e sim por ações. Eu humildemente respondi.

o Eu gostaria que minhas ações falassem da maneira que minha língua seria incapaz. Eu, ainda
assim, conseguiria me comunicar com você.

E Gaia então perguntou uma última vez:

o Você realmente me ama?

Com a convicção de que eu não havia entendido o propósito desta lição eu respondi com a certeza que
me foi possível demonstrar:

o Sim Mãe! Eu a amo porque você me deu estes presentes e me mostrou seus verdadeiros
valores.

Gaia então se apoiou em seus quadris, enormes como a criação, e gesticulou pondo as mãos calejadas
de seus constantes plantios e colheitas entre os seios.

o Então, porque tens vergonha de mim? Porque não põe em uso os presentes que te dei? Porque
não vive cada dia aproveitando a imensidão da criação que eu pus a seus cuidados?

Com as lágrimas brotando de meus olhos eu respondi:

o Os outros não enxergam os valores dos presentes que você me deu. Eles olham somente para
meu corpo, e dizem que eu sou um horror ou uma desgraça.

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o E esse corpo é tão mal assim? Ele é forte e livre de defeitos, e poderia realizar grandes feitos se
tão somente sua dona se interessasse por fazê-los. Eu te fiz à minha imagem, criança. Se você
não se ama, como pode possivelmente me amar?

Não respondi desta vez, não tendo nenhuma resposta que se adequasse a tal pergunta.

o Você é abençoada com a vida. Eu não lhe fiz para que você desperdiçasse este presente. Eu te
abençoei com talentos para que você pudesse me servir, mas você continua se esquivando. Eu
revelei minha palavra para você, mas seus ouvidos estavam fechados. Eu lhe mostrei minhas
bênçãos, mas seus olhos estavam cegos a elas. Eu lhe dei minhas criaturas, para que você
cuidasse delas, mas você as ignora. Ainda assim eu ouvi sua voz e respondi suas dúvidas. Você
realmente me ama, criança?

Eu não pude responder. Como poderia? Eu estava estarrecida além da compreensão. Gaia havia me
mostrado nada além de recompensa e amor e eu havia permitido a opinião de alguns já nascidos
aterrá-los com a ignorância. Eu não tinha desculpas. O que poderia eu dizer para Ela, a graciosa
Senhora que havia me dado sua própria forma para que eu pudesse me utilizar de tais talentos? Eu
gritei então:

o Por que você continuou me ouvindo? Por que me ama se eu não posso retribuir esse amor para
mim mesma ou para Você?

Gaia então me abraçou e respondeu:

o Porque você é minha criação, você é minha criança, Eu não poderia nunca te abandonar.
Quando você chora eu terei compaixão e chorarei com você. Quando estiver transbordando de
alegria eu rirei com você. Quando estiver se sentindo mal e desencorajada eu te animarei.
Quando cair eu irei amortecer sua queda. Quando estiver cansada, irei ninar você em meus
braços até que você durma. Você é uma criança de Gaia e como tal você amará e será amada.

Ela desapareceu, me deixando com a mente cheia de novos pensamentos e o coração aberto para os
caminhos do mundo uma vez mais. Eu comi então uma maçã, pensando em tudo o que se passava
dentro de mim e notei o quão maravilhoso o nascer do sol era.

Preceito Diário
Por Rhiannon

“Eu me levanto hoje


Pela força dos Céus
Luz do Sol
Brilho da Lua
Resplendor do Fogo
Presteza do vento
Profundidade do Mar
Estabilidade da Terra
Firmeza da Rocha.
Que a Grande Deusa nos ilumine sempre.”
Princípio Masculino o Deus Cornífero

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Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão, o Deus, símbolo solar da energia masculina, nasceu
da Deusa, sendo seu complemento, e trazendo em si os atributos da coragem, pensamento lógico,
fertilidade, saúde e alegria. Da mesma forma que o sol nasce e se põe todos os dias, o Deus nos
mostra os mistérios de Morte e do Renascimento. Na Wicca, o Deus nasce da Grande Mãe, cresce, se
torna adulto, apaixona-se pela Deusa Virgem, eles fazem Amor, a Deusa fica grávida, o Deus morre no
inverno e renasce novamente, fechando o ciclo do renascimento, que coincide com os ciclos da
Natureza, e mostra os ciclos da nossa própria vida.

Para alguns, pode parecer meio incestuoso que o Deus seja filho e amante da Deusa, mas é preciso
perceber o verdadeiro simbolismo do mito, pois do útero da Deusa todas as coisas vieram, e, para ele,
tudo retornará. E, se pensarmos bem, as mulheres sempre foram mães de todos os homens, pelo seu
poder de promover o renascimento espiritual do ser amado e de toda a Humanidade. O sentido
profundo do simbolismo na Bruxaria só pode ser verdadeiramente entendido através da meditação e do
contato intuitivo com a energia dos Deuses.

O Deus Cornífero é a deidade fálica da fertilidade e da criatividade intelectual. Simbolizado pelo Sol,
geralmente é representado como um homem barbado com cascos e chifres de um bode, é o Deus da
Natureza e a contraparte masculina da imagem da Deusa e seu consorte. Na época primitiva era
conhecido como o Deus Chifrudo da Caça. Hoje também é conhecido por vários nomes diferentes. Em
algumas tradições Ele é chamado de Cernunnos, que é o nome latino para “o Chifrudo”. Em outras, é
conhecido como Pã, Dionísio, Woden entre outros nomes. Ele é suave, carinhoso e encorajador, mas
também é o caçador.

Ele é o Deus Moribundo, mas a sua morte está sempre a serviço da força vital. Ele é sexualidade
indomada, mas sexualidade como um poder profundo, sagrado e unificador. Ele é o poder do
sentimento e a imagem do que os homens poderiam ser, se estivessem libertos da cultura patriarcal. O
Deus Cornífero tem sido adorado desde os tempos antigos em quase todas as culturas; entretanto sua
imagem foi deliberadamente pervertida pela Igreja medieval para a imagem do diabo cristão. O Deus
das Bruxas é sexual, mas a sexualidade é percebida como sagrada, não como obscena ou blasfema.
Nosso Deus possui chifres, mas estes são meias-luas que crescem e minguam da Deusa da Lua e o
símbolo da vitalidade animal.

Seus chifres representam a verdade da emoção não mascarada, a qual não busca agradar nenhum
senhor. Em alguns aspectos ele é negro porque a escuridão e a noite são períodos de poder e parte
dos ciclos temporais. O Deus Cornífero nasce de uma mãe virgem. Ele não tem pai, é o seu próprio pai.
À medida que cresce e atravessa as mudanças da Roda, permanece relacionado à força nutriente
primordial. Seu poder é extraído diretamente da Deusa; ele é parte Dela.

Na Arte, o corpo masculino, como o corpo feminino, é tido como sagrado, que não deve ser violado. O
culto à Deusa e ao Deus Cornífero simboliza a crença de que tudo que existe no universo está dividido
em dois opostos: feminino e masculino, negativo e positivo, luz e trevas, vida e morte e isso significa o
equilíbrio da Natureza. Em todas as tradições wiccanas os Deuses são reverenciados durante os oito
sabás do ano, que nada mais são do que belas cerimônias religiosas derivadas dos antigos festivais que
celebravam, originalmente, a mudança das estações do ano. Ao contrário do que muitas pessoas
imaginam, o Sabá dos Bruxos, não constituem uma ocasião em que as Bruxas se reúnem para realizar
orgias, lançar encantamentos ou preparar poções misteriosas.

Deuses Celtas

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Agnus Mac Og ("Jovem Filho") - Deus irlandês da juventude, do Amor e da beleza. Possui uma
harpa dourada que produz música de irresistível doçura. Seus beijos transformam-se em pássaros, que
transportam mensagens de Amor. Tem um brugh (palácio de fadas) nas margens do Boyne.

Anu ou Dana - Florescente Deusa irlandesa da fertilidade, da prosperidade, da abundância e do


conforto; guardiã do gado e da Saúde. É o aspecto virginal da Deusa Tríplice (junto com Badb e
Macha). É a Grande Deusa. É costume acender-lhes fogueiras no meio do verão.

Arawn - Deus irlandês da vingança, do terror e da guerra. Arawn é o deus do mundo subterrâneo dos
mortos.

Arianrhod ("Roda de Prata") - Aspecto maternal gaulês da Deusa Tríplice, honrada na Lua Cheia.
Senhora da beleza, da fertilidade e do renascimento. É a Grande Mãe Frutuosa, a guardiã da Roda de
Prata das Estrelas, símbolo do tempo e do eterno ciclo.

Badb ("Fervente", "Corvo de Batalha", "Gralha Escaldada") - Aspecto maternal irlandês da


Deusa Tríplice, aquela cujo caldeirão produz vida incessantemente. É a deusa da sabedoria, da vida, da
inspiração e da iluminação.

Banba - Deusa irlandesa de proteção.

Bel, Belenus, Gelimawr ("Brilhante") - Grande Deus irlandês; deus do sol; senhor da ciência, da
cura, das fontes quentes, do fogo, do sucesso, da prosperidade, da purificação, da colheita, da
vegetação, da fertilidade e do gado.

Blodeuwedd ou Blodwin ("Cara de Flor" ou "Flor Branca") - Deusa gaulesa das flores, da
sabedoria, dos mistérios lunares e das iniciações. Seu símbolo é a coruja. Também conhecida como
"Deusa dos Nove Aspectos".

Boann ou Boyne - Deusa irlandesa do rio Boyne; mãe de Angus mac Og (juntamente com Dagda).

Bran ou Benedigeidfran - Deus gaulês da profecia, das artes, dos chefes, da guerra, do Sol, da
música e da escrita.

Branwen - Deusa gaulesa do Amor e da beleza. Uma "versão" celta da Afrodite grega.

Brigit ou Brig, Brighid ou simplesmente Blid ("Poder", "Renomes", "Feroz Flecha de Poder")
- Freqüentemente chamada de Deusa Tríplice ou As Três Damas Abençoadas. Deusa irlandesa do fogo,
fertilidade, lareira, Todas as artes e ofícios femininos, da cura, dos médicos, a agricultura, da
inspiração, da aprendizagem, da poesia, da adivinhação, da profecia, da arte da forja, da criação do
gado, do Amor, da feitiçaria e do saber oculto. Suas sacerdotisas eram prostitutas sagradas e cuidavam
do fogo sagrado, permanentemente aceso em Kildare. Associada ao Sabá Imbolc, é, também, o outro
aspecto da deusa Danu.

Cernunnos, Cernenus ou Herne The Hunter ("O Cornudo", "O Caçador") - É o Deus Cornudo,
deus da natureza, do mundo subterrâneo e do plano astral. O Grande Pai celta. Os druidas o
conheciam sob o nome de Hu Gadarn, o Deus Cornudo da Fertilidade. É representado nu, sentado na
posição de lótus, com cornos ou armações de veado na cabeça, cabelos compridos encaracolados,
barba e usando um torque no pescoço. Seus símbolos são o veado, o carneiro, o Touro e a serpente
cornuda. É o senhor da virilidade, fertilidade, animais, Amor físico, natureza, bosques, renascimento,
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encruzilhadas, riqueza, comércio e guerreiros. É o princípio masculino do universo. Senhor do Inverno,
da colheita, da terra dos mortos, dos animais, das montanhas, da luxúria, dos poderes da destruição.

Cerridwen, Caridwen ou Ceridwen - Deusa da Lua, a Grande Mãe, senhora dos grãos e da
natureza toda, bem como da morte, da fertilidade, da regeneração, da cura, do Amor, das águas, da
inspiração, da magia, da astrologia, das ervas, da ciência, da poesia, dos encantamentos e do
conhecimento. Seu símbolo é uma porca branca, a comedora de cadáveres (representação da Lua). É o
princípio feminino do universo.

Creiddyland ou Creudyland - Deusa gaulesa do Amor e das flores estivais. Está ligada ao sabá
Beltane, quando é chamada de Rainha de Maio.

Dagda ("Bom Deus") - é o Grande Deus, Senhor dos Céus e pai de todos os deuses e dos homens.
Senhor da vida e da morte; deus da magia, da terra, do renascimento; mestre de todos os ofícios;
senhor do conhecimento perfeito. Possui um caldeirão chamado O-que-não-seca, que fornece
quantidades ilimitadas de alimento. Deus da proteção, dos guerreiros, do conhecimento, da magia, do
fogo, da profecia, do tempo climático, do renascimento, das artes, da iniciação, do sol, das curas, da
regeneração, da prosperidade, da abundância, da música e patrono dos sacerdotes.

Gwydion - Deus gaulês das mudanças, da magia, das curas e da ilusão. Seu símbolo é um cavalo
branco.

Lugh ("O Brilhante") - Deus da magia, do renascimento, do relâmpago, da água, das artes e ofícios,
das viagens, dos ferreiros, dos poetas e músicos, dos historiadores, dos feiticeiros, das curas, da
vingança, da iniciação e da guerra. Sua festa é o sabá Lammas ou Lughnassadh, um festival das
colheitas. Tem uma espada e uma funda mágicas e está associado aos corvos (na Irlanda) e ao veado
branco (em Gales).

Macha ("Corvo", "Batalha") - É a Grande Rainha dos Fantasmas, a Mãe da vida e da morte, um dos
aspectos da Deusa Tríplice Morrigu. Deusa da paz e da guerra, da astúcia, da força física pura, da
sexualidade, da Fertilidade e do domínio sobre os machos.

Morrigu ou Morrigan ("Grande Rainha") - Deusa suprema da guerra e Rainha dos espíritos e das
fadas; Senhora do Espectro. É o aspecto Anciã da Deusa. Deusa dos rios, lagos e água fresca, da
magia e da profecia; no seu aspecto escuro, é a deusa da guerra, do destino e da morte. Está
associada a corvos e gralhas.

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Nuada ("Mão de Prata") - Deus das curas, da água, dos oceanos, da pesca, do Sol, da navegação,
dos nascimentos, dos cães, da juventude, da beleza, das lanças e fundas, dos ferreiros, dos
carpinteiros, dos harpistas e poetas, dos narradores de histórias, das feiticeiras, da escrita, da magia,
da guerra e dos encantamentos. É aquele que concede a Saúde. Possui uma espada invencível - um
dos quatro tesouros dos Tuatha.

Ogma ("Cara de Sol") - Deus da eloqüência, dos poetas, dos escritores, da força física, da
inspiração, a linguagem, literatura, magia, feitiços, artes, música e renascimento. Transportava uma
enorme maça e era o campeão dos Tuatha. Inventou o alfabeto escrito ogham.

Rhiannon - Deusa gaulesa das aves e dos cavalos, dos encantamentos, da fertilidade e do submundo.
Monta um veloz cavalo branco.

Scota ou Scath ("A Sombria") - Deusa do submundo; da escuridão, da sombra e a obscuridade, é


aquela que combate o medo. Senhora das curas, da magia, da profecia, das artes marciais e Patrona
dos ferreiros.

Deuses Greco-Romano

Apolo

Nascimento de Apolo e Diana

Apolo e Diana são filhos de Júpiter e de Latona, personificação da Noite, divindade poderosa cuja união
com Júpiter produziu o Universo. Segundo a tradição, Latona vê-se, em seguida, relegada ao segundo
lugar e quase não aparece na mitologia a não ser como vítima de Juno. A terra, por instigação de Juno,
quis impedi-la de achar lugar onde pudesse dar à luz os fIlhos que trazia no seio. Entretanto, Netuno,
vendo que a infeliz deusa não encontrava abrigo onde quer que fosse, comoveu-se e fez sair do mar a
ilha de Delos. Sendo essa ilha, a principio, flutuante, não pertencia à Terra, que assim não pôde nela
exercer a sua funesta ação.

Delos, diz o hino homérico, rejubilou-se com o nascimento do deus que atira os seus dardos para
longe. Durante nove dias e nove noites foi Latona dilacerada pelas cruéis dores do parto. Todas as
deusas, as mais ilustres, reúnem-se-lhe em torno. Dionéia, Réa, Têmis que persegue os culpados, a
gemedora Anfitrite, todas, exceto Juno dos braços de alabastro, que ficou no palácio de Júpiter.
Entretanto, somente Llitia, deusa dos partos, é que ignorava a nova; achava-se sentada no topo do
Olimpo, numa nuvem de ouro, retida pelos conselhos de Juno, que sofria um ciúme furioso, porque
Latona dos cabelos formosos iria certamente dar à luz um filho poderoso e perfeito.

Então, a fim de levarem Llitia, as demais deusas enviaram de Delos a ligeira Íris, prometendo-lhe um
colar de fios de ouro, com nove cúbitos de comprimento. Recomendam-lhe sobretudo que a advirta, à
revelia de Juno, de medo que esta a detenha com as suas palavras. Íris, rápida como os ventos, mal
recebe a ordem, parte e cruza o espaço num instante.

Chegada à mansão dos deuses no topo do Olimpo, Íris persuadiu Llitia, e ambas voam como tímidas
pombas. Quando a deusa que preside aos partos chegou a Delos, Latona experimentava as mais vivas
dores. Prestes a dar à luz, abraçava uma palmeira e os joelhos apertavam a relva mole. Em breve
nasce o deus; todas as deusas dão um grito religioso. Imediatamente, divino Febo, elas te lavam
castamente, purificam-te em límpida água e te envolvem num véu branco, tecido delicado, que elas

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cingem com um cinto de ouro. Latona então aleitou Apolo de gládio resplendente. Têmis com as suas
imortais mãos oferece-lhe o néctar e a divina Ambrósia. Latona alegrou-se enormemente por ter
gerado o valoroso filho que empunha um temível arco. Apolo e Diana nasceram, pois, em Delos, e é
por isso que Apolo se chama, freqüentemente o deus de Delos.

Latona e a serpente Pitã

Entretanto Juno, não conseguindo perdoar à rival ter sido amada por Júpiter, instigou contra ela um
monstruoso dragão, filho da Terra, chamado Delfíneo ou Pitão, que fora incumbido da guarda dos
oráculos da Terra, perto da fonte de Castália. Obedecendo às sugestões de Juno, Pitão perseguia sem
cessar a infeliz deusa, que escapava da sua presença apertando entre os braços os filhos. Num vaso
antigo, vemo-lo sob a forma de uma longa serpente que ergue a cabeça, desenrolando o corpo, e
persegue Latona. A deusa teme, enquanto os filhos, que não percebem o perigo, estendem os
bracinhos para o monstro.

Os Camponeses Carianos

Quando Latona, perseguida pela implacável Juno, fugia com os dois filhos ao colo, chegou à Caria.
Num dia de intenso calor, deteve-se aniquilada pela sede e pelo cansaço às margens de um tanque do
qual não ousava aproximar-se. Mas alguns camponeses ocupados em arrancar caniços impediram-na
de beber, expulsando-a brutalmente. A infeliz Latona rogou-lhes, em nome dos filhinhos, que lhe
permitissem sorver umas gotas de água, mas eles a ameaçaram se não afastasse quanto antes e
turvaram as águas com os pés e as mãos, a fim de que a lama revolvida aparecesse à tona. A cólera de
que Latona se sentiu possuída fez com que se esquecesse da sede, e lembrando-se de que era deusa:

o Pois bem, disse-lhes, erguendo as mãos ao céu, ficareis para sempre neste tanque.

O efeito seguiu de perto a ameaça, e aqueles desalmados se viram transformados em rãs. Desde
então, não cessam de coaxar com voz rouca e de chafurdar na lama. Alguns lobos, mais humanos que
os camponeses, conduziram-na às margens do Xanto e Latona pôde fazer as suas abluções nesse rio,
que foi consagrado a Apolo. Rubens, no museu de Munich e Albane possuem quadros em que vemos
Latona e os filhos na presença dos camponeses de Caria, que a repelem e se transformam em rãs. Na
fonte de Latona, em Versalhes, Balthazar Marsy representou a deusa. com os dois meninos, implorando
a vingança do céu contra os insultos dos camponeses. Cá e lá, rãs, lagartos, tartarugas, camponeses e
camponesas cuja metamorfose se inicia, lançam contra Latona jatos de água que se cruzam em todos
os sentidos.

O Tipo de Apolo

Esplendente é o epíteto que se dá a Apolo, considerado deus solar. Apolo atira ao longe as suas setas,
porque o sol dardeja ao longe os seus raios. É o deus profeta, porque o sol ilumina na sua frente e vê,
por conseguinte, o que vai suceder; é o condutor das Musas e o deus da inspiração, porque o sol
preside às harmonias da natureza; é o deus da medicina, porque o sol cura os doentes com o seu
benéfico calor.
Apolo, o Sol, o mais belo dos poderes celestes, o vencedor das trevas e das forças maléficas, tem sido
representado pela arte sob vários aspectos. Nos tempos primitivos, um pilar cônico, colocado nas
grandes estradas, bastava para lembrar o poder tutelar do deus. Quando nele se pendem as armas, é o
deus vingador que premia e castiga; quando nele se pendura uma cítara, torna-se o deus cujos
harmoniosos acordes devolvem a calma à alma agitada.

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O Apolo de Amicleu, reproduzido em medalhas, pode dar uma idéia do que eram, na época arcaica as
primeiras imagens do deus sensivelmente afastadas do tipo que a arte adotou mais tarde. Em bronzes
de data menos antiga, mas ainda anteriores à grande época, Apolo está representado com formas mais
vigorosas do que elegantes, e os anéis achatados da sua cabeleira o aproximam um pouco das figuras
de Mercúrio.

No tipo que tem dominado, Apolo usa cabelos longuíssimos, separados por uma risca no meio da
cabeça e afastados de cada lado da testa. Às vezes, eles se prendem atrás, na nuca, mas, outras,
flutuam. Vários bustos e moedas nos mostram tais diferentes aspectos. Apolo é sempre representado
jovem e emberbe, porque o sol não envelhece. Algumas das suas estátuas o mostram até com os
caracteres da adolescência, por exemplo, o Apollino de Florença. No Apolo Sauróctone, o jovem deus
está acompanhado de um lagarto. Apolo, sem caráter, é considerado o sol nascente, ou o sol da
primavera, porque a presença do lagarto coincide com os seus primeiros raios.

O grifo é um animal fantástico, que vemos freqüentemente perto da imagem do deus ou atrelado ao
seu carro. Tem a cabeça e as asas de águia, com corpo, patas e cauda de leão. Os grifos têm por
missão guardar os tesouros que as entranhas da terra ocultam e é para obter o ouro de que são
detentores, que os Arimaspes lutam constantemente contra eles. Os combates constituem o tema de
grandíssimo número de representações, principalmente em terracotas ou em vasos. Os Arimaspes são
guerreiros fabulosos, que usam vestes análogas à das amazonas.

Delfos, Centro do Mundo

O sol vê antes dos homens porque produz a luz com os seus raios; é por isso que prevê o futuro e
pode revela-lo aos homens. Esse caráter profético é um dos atributos essenciais de Apolo; dá os seus
oráculos no templo de Delfos, situado no centro do mundo. Ninguém duvida de tal fato, porque tendo
Júpiter soltado duas pombas nas duas extremidades da terra, elas voltaram a encontrar-se justamente
no ponto em que está o altar de Apolo. Assim, em vários vasos, vemos Apolo sentado no omphalos (o
umbigo da terra), de onde dá os oráculos.

Delfos chama-se também à vezes Pito, do nome da serpente Pitão, que ali foi morta por Apolo. Apolo,
provido de temíveis setas, quis experimenta-las ferindo o perseguidor da sua mãe. Mal o monstro se
sente atingido, é presa das mais vives dores e, respirando com esforço, rola sobre a areia, assobia
espantosamente, torce-se em todas as direções, atira-se ao meio da floresta e morre exalando o hálito
empestado. Apolo contentíssimo com o triunfo exclama:

o “Que o teu Corpo seco apodreça nesta terra fértil; não serás mais o flagelo dos mortais que se
nutrem dos frutos da terra fecunda, e eles virão imo1ar-me aqui magníficas hecatombes; nem
Tifeu, nem a odiosa Quimera poderão arrancar-te à morte; a terra e o sol no seu curso celeste
farão apodrecer aqui o teu cadáver.” (Hino homérico).
Aquecido pelos raios do sol o monstro começa a apodrecer. Foi assim que aquela região tomou o nome
de Pito: os habitantes deram ao deus o nome de Pitio, porque em tais lugares o sol, os seus raios
devoradores, decompôs o terrível monstro. Segundo as narrações dos poetas, o fato deve ter-se
verificado quando Apolo era ainda adolescente mas o crescimento dos deuses não está submetido às
mesmas leis que o dos homens, e quando os escultores representam a vitória de Apolo, mostram o
deus com as feições de um jovem que já atingiu a plenitude da força. É o que se nos depara numa das
maiores obras-primas da escultura antiga, o Apolo do Belvedere. Essa estátua, de mármore de Luni, foi
descoberta no fim do século quinze, perto de Capo d’Anzo, outrora Antium, e, adquirida pelo papa Júlio

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II, então cardeal em vésperas de ser eleito para o pontificado, mandou que a colocassem nos jardins
do Belvedere. Todas as fórmulas da admiração foram esgotadas diante do Apolo do Belvedere, e a
estátua, desde que se tomou conhecida, não deixou de provocar o entusiasmo dos artistas.

A Disputa do Tripé

Apolo, após matar a serpente Pitão, envolveu o tripé com a pele do monstro que, antes dele, possuía o
oráculo. Uma medalha de Crotona nos mostra o tripé entre Apolo e a serpente: o deus dispara a seta
contra o inimigo. Foi por ocasião dessa vitória que Apolo institui os jogos pítios. Urna vivíssima disputa,
freqüentemente representada nos baixos-relevos da época arcaica, verificou-se entre Apolo e Hércules
em torno do famoso tripé. Hércules consulta Pítia em circunstância na qual esta se recusara a
responder. O herói, enfurecido, apoderou-se do tripé que Apolo resolveu imediatamente reconquistar.
Foi tão viva a luta entre os dois combatentes que Júpiter se viu obrigado a intervir mediante o raio. O
tripé de Apolo foi freqüentemente representado na arte antiga, e restam-nos monumentos em que
vemos até que ponto se unia o bom gosto à riqueza na escultura ornamental dos antigos.

O Oráculo de Delfos

O oráculo de Apolo, em Delfos, era o mais famoso da Grécia. Foi o acaso que levou ao descobrimento
do lugar em que deveria erguer-se o santuário. Umas cabras errantes nos rochedos do Parnaso,
aproximando-se de um buraco do qual saíam exalações malignas, foram tomadas de convulsões.
Acorrendo a notícia daquele prodígio, os habitantes da vizinhança quiseram respirar as mesmas
exalações e experimentar os mesmos efeitos, uma espécie de loucura, misto de contorções e brados, e
seguida de dom de profecia. Tendo-se alguns frenéticos atirado ao abismo de onde proviam os vapores
proféticos, colocou-se sobre o buraco uma máquina chamada tripé por três pés sobre os quais
pousava, e escolheu-se uma mulher para a ele subir e poder, sem risco, receber a embriagadora
exalação.

Na origem, a resposta do deus, tal qual a davam os sacerdotes, era sempre formulada em versos; mas
tendo tido um filósofo a idéia de perguntar porque o deus da poesia se exprimia em maus versos, a
ironia foi repetida por todos, e o deus passou a falar somente em prosa, o que lhe aumentou o
prestígio. A crença de que o futuro pudesse ser predito de maneira certa pelos oráculos, desenvolveu
singularmente na Antigüidade a idéia da fatalidade, que em nenhuma parte transparece tão
nitidamente como na lenda de Édipo; os seus esforços não conseguem livra-lo à sentença que lhe foi
anunciada pelo oráculo, e tudo quanto ele faz para evitar o destino só lhe acelera os inclementes
decretos.

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O Caos

O estado primordial, primitivo do mundo é o Caos. Era, segundo os poetas, uma matéria que existia
desde tempos imemoriais, sob uma forma vaga, indefinível, indescritível, na qual se confundiam os
princípios de todos os seres particulares. Caos era ao mesmo tempo uma divindade, por assim dizer,
rudimentar, capaz, porém, de fecundar. Gerou primeiro a Noite, e depois o Érebo.

A Noite

A Noite, deusa das Trevas, filha do Caos, é na verdade a mais antiga das divindades. Certos poetas a
consideram como filha do Céu e da Terra; Hesíodo dá-lhe um lugar entre os Titãs e o nome de Mãe
dos Deuses, porque sempre se acreditou que a Noite e as trevas haviam precedido a todas as coisas.
Desposou Érebo, seu irmão, de quem teve o Éter e o Dia. Mas sozinha, sem unir-se a nenhuma outra
divindade, procriara o Inevitável e Inflexível Destino, a Parca Negra, a Morte, o Sono, a legião dos
Sonhos, Momo, a Miséria, as Hespérides, guardadoras dos pomos de ouro, as desapiedadas Parcas, a
terrível Nemesias, a Fraude, a Concupiscência, a triste Velhice e a obstinada Discórdia; em resumo,
tudo quanto havia de doloroso na vida passava por ser obra da Noite. Algumas vezes dão-lhe os nomes
gregos de Eufrone e Eulalia , isto é - Mãe do bom conselho. Há quem marque o seu Império ao norte
do Ponto-Euxino, no pais dos Cimérios; mas a situação geralmente aceita é na parte da Espanha, - a
Esméria, na região do poente, perto das colunas de Hércules, limites do mundo conhecido dos
antigos.Quase todos os povos da Itália viam a Noite, ora com um manto volante, recamado de estrelas,
por cima de sua cabeça, ou com um outro manto azul e archote derrubado, ora representada por uma
mulher nua, com longas asas de morcego e um fanal na mão. Representam-na também coroada de
papoulas e envolta num grande manto negro, estrelado. Às vezes num carro arrastado por dois cavalos
pretos ou por dois mochos, e a deusa cobre a cabeça com um vasto véu semeado de estrelas. Muito
freqüentemente colocam-na no Tártaro, entre o Sono e a Morte, seus dois filhos. Algumas vezes um
menino precede-a, empunhando uma tocha, - símbolo do crepúsculo. Os romanos não a punham em
carro, e representavam-na ociosa e adormecida.

O Érebo
O Érebo, filho do Caos, irmão e esposo da Noite, pai do Éter e do Dia, foi metamorfoseado em rio e
precipitado nos Infernos, por ter socorrido os Titãs. Faz parte do Inferno e é mesmo considerado como
o próprio Inferno. Pela palavra Éter, os gregos compreendiam os Céus, separados dos corpos
luminosos. O vocábulo dia, sendo feminino em grego (Hèméra); dizia-se que o Éter e o Dia foram o pai
e a mãe do Céu. Essas estranhas uniões significam somente que a Noite existia antes da criação, que a
Terra estava perdida na obscuridade que a cobria, mas que a luz, penetrando através do Éter, havia
aclarado o universo. Em linguagem de menor valor mitológico, poderia se simplificar, e dizer que a
Noite e o Caos precederam à criação dos céus e da luz.

Eros e Anteros
Foi pela intervenção de um poder divino, eterno como os elementos do próprio Caos, pela intervenção
manifesta de um deus que, sem ser propriamente o amor, tem entretanto alguma conformidade com
ele, que o Caos, a Noite, o Érebo puderam unir-se para a procriação.

Em grego, esse deus antigo, ou melhor, anterior a toda antiguidade, chama-se Eros. É ele que inspira
ou produz esta invisível simpatia entre os seres, para os unir em outras procriações. O poder de Eros
vai além da natureza viva e animada: ele aproxima, une, mistura, multiplica, varia as espécies de
animais de vegetais, de minerais, de líquidos, de fluídos, em uma palavra, de toda a criação. Eros é
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pois o deus da união, da afinidade universal; nenhum outro ser pode furtar-se à sua Influência ou à
sua força: Eros é Invencível. Entretanto, tem como adversário no mundo divino - Anteros, Isto é, a
antipatia, a aversão. Esta divindade tem todos os atributos opostos aos do deus Eros: separa, desune,
desagrega. Tão salutar, tão forte e poderoso talvez como Eros, Anteros impede que se confundam os
seres da natureza dessemelhantes; se algumas vezes semeia em torno de si a discórdia e o ódio, se
prejudica a afinidade dos elementos, ao menos a hostilidade que entre eles cria contém cada um nos
limites marcados, e destarte a natureza não pode cair novamente no caos.

O Destino

O Destino é uma divindade cega, inexorável nascida da Noite e do Caos. Todas as outras divindades
estavam submetidas ao seu poder. Os céus, a terra, o mar e os infernos faziam parte do seu império: o
que resolvia era irrevogável; em resumo, o Destino era por si mesmo essa fatalidade, segundo a qual
tudo acontecia no mundo. Júpiter, o mais poderoso dos deuses, não pode aplacar o Destino, nem a
favor dos outros deuses, nem a favor dos homens.

As leis do Destino eram escritas desde o principio da criação em um lugar onde os deuses podiam
consulta-las. Os seus ministros eram as três Parcas encarregadas de executar as ordens. Representam-
no tendo sob os pés o globo terrestre, e agarrando nas estrelas, e um cetro, símbolo do seu poder
soberano. Para mostrar que era inflexível os antigos o representavam por uma roda que prende uma
cadeia. No alto da roda uma grande pedra, e embaixo duas cornucópias com pontas de azagaia. Conta
Homero que o Destino de Aquiles e de Heitor é pesado na balança de Júpiter, e como a sorte do último
o arrebata, sua morte é decretada, e Apolo retira o apoio que lhe dispensara até então. São as leis
cegas do Destino que tornaram culpados a tantos mortais, apesar do seu desejo de permanecer
virtuosos: em Ésquilo, por exemplo, Agamemnom, Clitemnestre, Jocasta, Édipo, Eteoclo, Polínice, etc.,
não podem fugir à sua sorte. Só os oráculos podiam entrever e revelar o que estava escrito no livro do
Destino.

Terra (Gaia)

A Terra, Mãe Universal de todos os seres, nasceu imediatamente depois do Caos. Desposou Urano ou o
Céu, foi a mãe dos deuses e dos gigantes, dos bens e dos males, das virtudes e dos vícios. Fazem-na
unir-se com o Tártaro e Ponto, ou o Mar, cujas uniões os monstros que encerram todos os elementos.
A Terra, às vezes tomada pela Natureza, tinha vários nomes: Titéia, Ops, Telus, Vesta e mesmo Cibele.

Dizia-se que o homem nascera da terra embebida d'água e aquecida pelos raios do Sol; assim, a sua
natureza participa de todos os elementos, e quando morre, sua mãe venerável o recolhe e o guarda no
seu seio. Na Mitologia, muitas vezes é considerado entre os filhos da Terra; geralmente, quando não se
sabia a origem, quer de um homem, quer de um povo célebre, dava-se-Ihe o nome de filho da Terra.

Algumas vezes a Terra é representada pela figura de uma mulher sentada num rochedo; as alegorias
modernas descrevem-na sob os traços de uma venerável matrona, sentada sobre um globo, coroada
de torres, empunhando uma cornucópia cheia de frutos. Outras vezes aparece coroada de flores, tendo
a seu lado o boi que lavra a terra, o carneiro que se ceva e o mesmo leão que está aos pés de Cibele.
Em um quadro de Lebrun, a Terra é personificada por uma mulher que faz jorrar o leite dos seus seios,
enquanto se desembaraça do seu manto, e do manto surge uma nuvem de pássaros que revoa nos
ares .

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Telus

Telus, Deusa da Terra, munas vezes tomada pela própria Terra, é chamada pelos poetas a Mãe dos
Deuses. Ela representa o solo fértil, e também o fundamento sobre que repousam os elementos que se
geram entre si. Diziam-na mulher do Solou do Céu porque tanto a um como ao outro deve a sua
fertilidade. Era representada como uma mulher corpulenta, com uma grande quantidade de peitos.
Freqüentemente se confundem Telus e Terra com Cibele. Antes de estar de posse do oráculo de
Delfos, era Telus que o possuía e que o divulgava; mas em tudo estava em meias com Netuno. Depois,
Telus cedeu os seus direitos a Temis, e Temis a Apolo.

Urano ou Coelo (Ouranos)

Urano ou Coelo, o Céu, era filho do Éter e do Dia. Segundo Hesíodo, era filho do Éter e da Terra. De
qualquer maneira desposou Titéia, isto é a Terra ou Vesta, que, neste caso, é distinta de Vesta, Deusa
do Fogo e da virgindade. Diz-se que Urano teve quarenta e cinco filhos de várias mulheres, sendo que,
destes, dezoito eram de Titéia; os principais foram Titã, Saturno e Oceano que se revoltaram contra
seu pai e o impossibilitaram de ter filhos. Cheio de mágoa e em conseqüência da mutilação de que fora
vítima, Urano morreu .

O que caracteriza as divindades das primeiras idades mitológicas é um brutal egoísmo junto a uma
desapiedada crueldade. Urano tomara aversão a todos os seus filhos: desde que nasciam, encerrava-os
em um abismo e não os deixava ver o dia. Foi isto que motivou a revolta. Saturno, sucessor de Urano,
foi tão cruel como o pai.

Titéia

Titéia, a antiga Vesta, mulher de Urano, foi a mãe dos Titãs, nome que significa filhos de Titéia ou da
Rena. Além de Titã propriamente dito, de Saturno e Oceano ela teve Hipérion, Japeto, Tia, Réia ou
Cibele, Temis, Minemosine, Febe, Tétis, Brontes, Steropes, Argeu, Coto, Briareu, Giges. Com Tártaro
teve o gigante Tifon, que se distinguiu na guerra contra os Deuses.

Saturno (Cronos)

Filho segundo de Urano e da antiga Vesta, ou do Céu e da Terra, Saturno, depois de haver destronado
o pai, obteve de seu irmão primogênito Titã o favor de reinar em seu lugar. Mas Titã impôs uma
condição, - a de Saturno fazer morrer toda a sua posterioridade masculina, a fim de que a sucessão ao
trono fosse reservada aos seus filhos. Saturno desposou Réia, de quem teve muitos filhos, que devorou
avidamente, conforme combinara com seu irmão. Além disso, sabendo que, um dia, ele próprio seria
derrubado do trono por um dos seus filhos, exigia que sua esposa lhe entregasse os recém-nascidos.
Entretanto Réia conseguiu salvar a Júpiter, que quando grande, declarou guerra a seu pai, venceu-o, e
depois de o haver tratado como o fora Urano por seus filhos, pô-lo fora do céu. Assim a dinastia de
Saturno continuou em prejuízo da de Titã.

Saturno teve três filhos de Réia, que conseguiu salva-los: Júpiter, Netuno e Plutão, e uma filha, Juno,
Irmã gêmea e esposa de Júpiter. Alguns autores, ao número das filhas de Saturno e Réia, acrescentam
Vesta, deusa do fogo, e Ceres, deusa das searas. De resto, Saturno teve, com muitas outras mulheres,
um grande número de filhos como, por exemplo, o centauro Chiron, filho da ninfa Filira etc.

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Conta-se que Saturno, destronado por seu filho Júpiter, reduzido à condição de simples mortal, foi
refugiar-se na Itália, no Lácio, onde reuniu os homens ferozes, esparsos nas montanhas, e lhes deu
leis. O seu reinado foi a idade do ouro, sendo os seus pacíficos súditos governados com doçura. Foi
restabelecida a igualdade das condições; nenhum homem servia a outro como criado; ninguém possuía
coisa alguma exclusivamente para si; tudo era bem comum, como se todo mundo tivesse tido a mesma
herança. Para lembrar esses tempos felizes, celebravam-se em Roma as Saturnais. Essas festas, cuja
instituição remontava no passado muito além da fundação da cidade, consistiam sobretudo em
representar a igualdade que primitivamente reinava entre os homens.

Começavam as Saturnais no dia 16 de dezembro de cada ano; ao principio só duravam um dia, mas
ordenou o Imperador Augusto que durariam três; Calígula aumentou-lhes vinte e quatro horas.
Durante estas festas se suspendia o poder dos senhores sobre os escravos, e estes tinham
inteiramente livres a palavra e as ações. Então, tudo era prazer, tudo era alegria; nos tribunais e nas
escolas havia férias; era proibido empreender uma guerra, executar um criminoso ou exercer outra arte
além da culinária; trocavam-se presentes e davam-se suntuosos banquetes. De mais a mais todos os
habitantes da cidade paravam as suas tarefas; toda a população se dirigia ao monte Aventino para
respirar o ar do campo. Os escravos podiam criticar os defeitos dos seus senhores, fazer-lhes partidas,
e nesses dias eram os senhores que serviam os escravos, à mesa. Em grego, Saturno é designado pelo
nome de Cronos, que quer dizer o Tempo. A alegoria é transparente nesta fábula de Saturno; este
deus que devora os filhos é, diz Cícero, o Tempo, o Tempo que se não sacia dos anos e que consome
todos aqueles que passam. A fim de o conter, Júpiter o acorrentou, isto é submeteu-o ao curso dos
astros que são como laços que o prendem. Os cartagineses ofereciam a Saturno sacrifícios humanos;
as vítimas eram crianças recém-nascidas. Nesses sacrifícios, as flautas, os tímpanos, os tambores
faziam um ruído tão grande que não se ouviam os gritos da criança imolada.

Em Roma, o templo elevado a esse deus no pendor do Capitólio, foi o depósito do tesouro público, em
lembrança de que no tempo de Saturno, na idade do ouro, não se cometiam furtos. A sua estátua
estava amarrada com cadeias que só se tiravam em dezembro, durante as Saturnais. Saturno era
geralmente representado como um velho curvado ao peso dos anos, erguendo na mão uma foice para
mostrar que preside ao tempo. Em muitos monumentos apresentam-no com um véu, sem dúvida
porque os tempos são obscuros e cobertos de um segredo impenetrável. Com um globo na cabeça é o
planeta Saturno. Numa gravura, talvez etrusca, é representado com asas e a foice pousada sobre um
globo; é assim que representamos sempre o tempo. O dia de Saturno é Sábado (Saturni Dies), em
francês, samedi, em inglês, saturday.

Mito, Rito e Religião

É necessário deixar bem claro, nesta tentativa de conceituar o mito, que o mesmo não tem aqui a
conotação usual de fábula, lenda, invenção, ficção, mas a acepção que lhe atribuíam e ainda atribuem
as sociedades arcaicas, as impropriamente denominadas culturas primitivas, onde mito é o relato de
um acontecimento ocorrido no tempo primordial, mediante a intervenção de entes sobrenaturais. Em
outros termos, mito, é o relato de uma história verdadeira, ocorrida nos tempos dos princípios, quando
com a interferência de entes sobrenaturais, uma realidade passou a existir, seja uma realidade total, o
cosmo, ou tão-somente um fragmento, um monte, uma pedra, uma ilha, uma espécie animal ou
vegetal, um comportamento humano. Mito é, pois, a narrativa de uma criação: conta-nos de que modo
algo, que não era, começou a ser.

De outro lado, o mito é sempre uma representação coletiva, transmitida através de várias gerações e
que relata uma explicação do mundo. Mito é, por conseguinte, a parole, a palavra revelada, o dito. E,

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desse modo, se o mito pode se exprimir ao nível da linguagem, ele é antes de tudo, uma palavra que
circunscreve e fixa um acontecimento. O mito é sentido e vivido antes de ser inteligido e formulado.
Mito é a palavra, a imagem, o gesto, que circunscreve o acontecimento no coração do homem, emotivo
como uma criança, antes de fixar-se como narrativa. O mito expressa o mundo e a realidade humana,
mas cuja essência é efetivamente uma representação coletiva, que chegou até nós através de várias
gerações. E, na medida em que pretende explicar o mundo e o homem, isto é a complexidade do real,
o mito não pode ser lógico: ao revés, é ilógico e irracional. Abre-se como uma janela a todos os ventos;
presta-se a todas as interpretações. Decifrar o mito é, pois, decifrar-se. E, como afirma Roland Barthes,
o mito não pode, conseqüentemente, ser um objeto, um conceito ou uma idéia: ele é um modo de
significação, uma forma. Assim, não se há de definir o mito pelo objeto de sua mensagem, mas pelo
modo como a profere. É bem verdade que a sociedade industrial usa o mito como expressão de
fantasia, de mentiras, daí mitomania, mas não é este o sentido que hodiernamente se lhe atribui.

O mesmo Roland Barthes, aliás, procurou reduzir, embora significativamente, o conceito de mito,
apresentando-o como qualquer forma substituível de uma verdade. Uma verdade que esconde outra
verdade. Talvez fosse mais exato defini-lo como uma verdade profunda de nossa mente. É que poucos
se dão ao trabal1o de verificar a verdade que existe no mito, buscando apenas a ilusão que o mesmo
contém. Muitos vêem no mito tão-somente os significantes, isto é a parte concreta do signo. É mister ir
além das aparências e buscar-lhe os significados, quer dizer, a parte abstrata, o sentido profundo.
Talvez se pudesse definir mito, dentro do conceIto de Carl Gustav Jung, como a conscientização de
arquétipos do inconsciente coletivo, quer dizer, um elo entre o consciente e o inconsciente coletivo,
bem como as formas através das quais o inconsciente se manifesta. Compreende-se por inconsciente
coletivo a herança das vivências das gerações anteriores. Desse modo, o inconsciente coletivo
expressaria a identidade de todos os homens, seja qual for a época e o lugar onde tenham vivido.

Arquétipo, do grego “arkhétypos”, etimologicamente, significa modelo primitivo, idéias inatas. Como
conteúdo do inconsciente coletivo foi empregado pela primeira vez por Yung. No mito esses conteúdos
remontam a uma tradição, cuja idade é impossível determinar. Pertencem a um mundo do passado,
primitivo, cujas exigências espirituais são semelhantes à que se observam entre culturas primitivas
ainda existentes. Normalmente, ou didaticamente, se distinguem dois tipos de imagens:

o Imagens (incluídos os sonhos) de caráter pessoal, que remontam a experiências pessoais


esquecidas ou reprimidas, que podem ser explicadas pela anamnese individual;

o Imagens (incluídos os sonhos) de caráter impessoal, que não podem ser incorporados à história
individual. Correspondem a certos elementos coletivos: são hereditárias.

A palavra textual de Jung ilustra melhor o que expôs: Os conteúdos do inconsciente pessoal são
aquisições da existência individual, ao passo que os conteúdos do inconsciente coletivo são arquétipos
que existem sempre a priori. Embora se tenha que admitir a importância da tradição e da dispersão por
migrações, casos há, e muito numerosos, em que essas imagens pressupõem uma camada psíquica
coletiva: é o inconsciente coletivo. Mas, como este não é verbal, quer dizer, não podendo o
inconsciente se manifestar de forma conceitual, verbal, ele o faz através de símbolos. Atente-se para a
etimologia de símbolo, do grego “symbolon”, do verbo “symbállein”, lançar com, arremessar ao mesmo
tempo, com-jogar.

De inicio o símbolo era um sinal de reconhecimento: um objeto dividido em duas partes, cujo ajuste e
confronto permitiam aos portadores de cada uma das partes se reconhecerem. O símbolo é, pois, a
expressão de um conceito de equivalência. Assim para se atingir o mito, que se expressa por símbolos,

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é preciso fazer uma equivalência, uma con-jugação, uma re-união, porque, se o signo é sempre menor
do que o conceito que representa, o símbolo representa sempre mais do que seu significado evidente e
imediato. Em síntese os mitos são a linguagem imagística dos princípios. Traduzem a origem de uma
instituição, de um hábito, a lógica de uma gesta, a economia de um encontro.

Na expressão de Goethe, os mitos são as relações permanentes da vida. Se mito é, pois, uma
representação coletiva, transmitida através de várias gerações e que relata uma explicação do mundo,
então o que é mitologia? Se mitologema é a soma dos elementos antigos transmitidos pela tradição e
mitema as unidades constitutivas desses elementos, mitologia é o movimento desse material: algo de
estável e mutável simultaneamente, sujeito, portanto, a transformações. Do ponto de vista etimológico,
mitologia é o estudo dos mitos, concebidos como história verdadeira. Quanto à religião, do latim
religione, a palavra possivelmente se prende ao verbo religare, ação de ligar. Religião pode, assim, ser
definida como o conjunto das atitudes e atos pelos quais o homem se prende, se liga ao divino ou
manifesta sua dependência em relação a seres Invisíveis tidos como sobrenaturais.

Tomando-se o vocábulo num sentido mais estrito, pode-se dizer que a religião para os antigos é a
reatuatização e a ritualização do mito. O rito possui o poder de suscitar ou, ao menos, de reafirmar o
mito. Através do rito, o homem se incorpora ao mito, beneficiando-se de todas as forças e energias que
jorraram nas origens. A ação ritual realiza no imediato uma transcendência vívida. O rito toma, nesse
caso, o sentido de uma ação essencial e primordial através da referência que se estabelece do profano
ao sagrado. Em resumo: o rito é a práxis do mito. É o mito em ação. O mito rememora, o rito
comemora.

Rememorando os mitos, reatualizando-os, renovando-os por meio de certos rituais, o homem toma-se
apto a repetir o que os deuses e os heróis fizeram nas origens, porque conhecer os mitos é aprender o
segredo da origem das coisas. E o rito pelo qual se exprime (o mito) reatualiza aquilo que é ritualizado:
re-criação, queda, redenção. E conhecer a origem das coisas de um objeto, - de um nome, de um
animal ou planta - equivale a adquirir sobre as mesmas um poder mágico, graças ao qual é possível
domina-las, multiplicá-las ou reproduzi-las à vontade. Esse retomo às origens por meio do rito, é de
suma importância, porque voltar às origens é readquirir as forças que jorraram nessas mesmas origens.

Não é em vão que na Idade Média muitos cronistas começavam suas histórias com a origem do
mundo. A finalidade era recuperar o tempo forte, o tempo primordial e as bênçãos que jorraram ilo
tempore. Além do mais, o rito, reiterando o mito, aponta o caminho, oferece um modelo exemplar,
colocando o homem na contemporaneidade do sagrado. É o que nos diz. com sua autoridade, Mircea
Eliade: Um objeto ou um ato nulo se tomam reais, a não ser na medida em que repetem um arquétipo.
Assim a realidade se adquire exclusivamente pela repetição ou participação; tudo que não possui um
modelo exemplar é vazio de sentido, isto é, carece de realidade. O rito, que é o aspecto litúrgico do
mito, transforma a palavra em verbo, sem o que ela é apenas lenda, legenda, o que deve ser lido e
não mais proferido.

À idéia de reiteração prende-se a idéia de tempo. O mundo transcendente dos deuses e heróis é
religiosamente acessível e reatualizável, exatamente porque o homem das culturas primitivas não
aceita a irreversibilidade do tempo: o rito abole o tempo profano, cronológico, é linear e, por isso
mesmo, irreversível (pode-se comemorar uma data histórica, mas não fazê-la voltar no tempo), o
tempo mítico, ritualizado, é circular, voltando sempre sobre si mesmo. É precisamente essa
reversibilidade que liberta o homem do peso do tempo morto, dando-lhe a segurança de que ele é
capaz de abolir o passado, de recomeçar sua vida e recriar seu mundo. O profano é tempo da vida; o
sagrado, o tempo da eternidade.

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A consciência mítica, embora rejeitada no mundo moderno, ainda está viva e atuante nas civilizações
denominadas primitivas: o mito, quando estudado ao vivo, não é uma explicação destinada a satisfazer
a uma curiosidade científica, mas uma narrativa que faz reviver uma realidade primeva, que satisfaz as
profundas necessidades religiosas, aspirações morais, a pressões e a imperativos de ordem social e
mesmo a exigências práticas. Nas civilizações primitivas, o mito desempenha uma função
indispensável: ele exprime, exalta e codifica a crença; salvaguarda e impõe os princípios morais;
garante a eficácia do ritual e oferece regras práticas para a orientação do homem. O mito é um
ingrediente vital da civilização humana; longe de ser uma fabulação vã, ele é ao contrário, uma
realIdade vIva, a qual se recorre incessantemente; não é. absolutamente uma teoria abstrata ou uma
fantasia artística, mas uma verdadeira codificação da religião primitiva e da sabedoria prática.

Cupido

Nascimento de Cupido

Cupido nos tempos primitivos é considerado um dos grandes princípios do universo e até o mais antigo
dos deuses. Representa a força poderosa que faz com que todos os seres sejam atraídos uns pelos
outros, e pela qual nascem e se perpetuam todas as raças. Mitologicamente, não sabemos quem é seu
pai, mas os poetas e escultores concordam em lhe dar Vênus por mãe, e é realmente naturalissimo que
Cupido seja filho da beleza. O nascimento de Cupido proporcionou a Lesueur os itens de uma
encantadora composição. Vênus sentada nas nuvens está rodeada das três Graças, uma das quais
apresenta o gracioso menino. Uma das Horas, que paira no céu esparge flores sobre o grupo.

Educação de Cupido

Notando Vênus que Eros (Cupido) não crescia e permanecia sempre menino, perguntou o motivo a
Têmis. A resposta foi que o menino cresceria quando tivesse um companheiro que o amasse. Vênus
deu-lhe, então, por amigo Anteros (o amor partilhado). Quando estão juntos, Cupido cresce, mas volta
a ser menino quando Anteros o deixa. É uma alegoria cujo sentido é que o afeto necessIta de ser
correspondido para desenvolver-se.

A educação de Cupido por Vênus proporcionou assunto para uma multidão de maravilhosas
composições em pedras gravadas. Vênus brinca com ele de mil modos diversos, pegando-lhe o arco ou
as setas e seguindo-lhe com o olhar os graciosos movimentos. Mas o malicioso menino vinga-se, e
várias vezes a mãe experimenta o efeito das suas flechadas. Cupido era freqüentemente considerado
um civilizador que soube mitigar a rudeza dos costumes primitivos. A arte apoderou-se dessa idéia,
apresentando-nos os animais ferozes submetidos ao irresistível poder do filho de Vênus. Nas pedras
gravadas antigas vemos Cupido montado num leão a quem enfeitiçou com os seus acordes; outras
vezes atrela animais ferozes ao seu carro, após domesticá-los, ou então quebra os atributos dos
deuses, porque o universo lhe está submetido. Não obstante o seu poder, jamais ousou atacar Minerva
e sempre respeitou as Musas.

Cupido é o espanto dos homens e dos deuses. Júpiter, prevendo os males que ele causaria, quis
obrigar Vênus a desfazer-se dele. Para o furtar à cólera do senhor dos deuses, viu-se Vênus obrigada a
ocultá-lo nos bosques, onde ele sugou o leite de animais ferozes. Também os poetas falam sem cessar
da crueldade de Cupido:

o “Formosa Vênus, filha do mar e do rei do Olimpo, que ressentimento tens contra nós? Por que
deste a vida a tal flagelo, Cupido, o deus feroz, impiedoso, cujo espírito corresponde tão pouco

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aos encantos que o embelezam? Por que recebeu asas e o poder de lançar setas, a fim de que
não pudéssemos safar-nos dos seus terríveis golpes?” (Bíon).

Um epigrama de Mosco mostra a que ponto conhecia Cupido o seu poder, até contra Júpiter:

o “Tendo deposto o arco e o archote, Cupido, de cabelos encaracolados, pegou um aguilhão de


boieiro e suspendeu ao pescoço o alforje de semeador; depois, atrelou ao jugo uma parelha de
bois vigorosos e nos sulcos atirou o trigo de Ceres. Olhando então para o céu, disse ao próprio
Júpiter: “Fecunda estes campos, ou então, touro da Europa, eu te atrelarei a este arado..”
(Antologia).

Luciano, nos seus diálogos dos deuses, assim formula as queixas de Júpiter a Cupido:

o Cupido: - Sim, se cometi um erro, perdoa-me, Júpiter. Sou ainda menino e não atingi a idade
da razão.
o Júpiter: - Tu, Cupido, um menino?! Mas se é mais velho que Japeto. Por não teres barba nem
cabelos brancos, julga-tes ainda menino? Não. És velho e velho maldoso.
o Cupido: - E que mal te fez, pois, este velho, como dizes, para que penses em encadeá-lo?
o Júpiter: - Vê, pequenino malandro, se não é grande mal insultar-me a ponto de fazeres com
que eu me revestisse da forma de sátiro, touro, cisne e água. Não fizeste com que mulher
alguma se apaixonasse de mim próprio, e não sei absolutamente que, pelo teu sortilégio, eu
tenha conseguido agradar a uma que fosse. Pelo contrário, devo recorrer a metamorfoses e
ocultar-me. É verdade que amam o touro ou o cisne, mas se me vissem morreriam de medo.
(Luciano).

Cupido inspirou encantadores trechos a Anacreonte: No meio da noite, na hora em que todos os
mortais dormem. Cupido chega e, batendo à minha porta, faz estremecer o ferrolho:

- Quem bate assim? Exclamei. Quem vem interromper-me os sonhos cheios de encanto?

- Abre, responde-me Cupido, não temas, sou pequenino. Estou molhado pela chuva, a lua
desapareceu e eu me perdi dentro da noite..

Ouvindo tais palavras apiedei-me; acendo a lâmpada, abro e vejo um menino alado, armado de arco e
aljava; levo-o ao pé da lareira, aqueço-lhe os dedinhos entre as minhas mãos, e enxugo-lhe os cabelos
encharcados de água. Mal se reanima:

- Vamos, diz-se, experimentemos o arco. Vejamos se a umidade o não estragou.

Estica-o, então, e vara-me o coração, como faria uma abelha; depois. salta, rindo com malícia:

- Meu hóspede, diz, rejubila-te. O meu arco está funcionando perfeitamente bem, mas o
teu coração está agora enfermo.. (Anacreonte).

Um dia, Cupido, não percebendo uma abelha adormecida nas rosas, foi por ela picado. Ferido no
dedinho da mão, soluça, corre, voa para o lado de sua mãe:

- Estou perdido, morro! Uma serpentezinha alada me picou. Os lavradores dizem Que é
uma abelha.
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Vênus responde-lhe:

- Se o aguilhão de uma simples abelha te faz chorar, meu filho, reflete como devem sofrer
aqueles a quem tu atinges com as setas." (Anacreonte) .

Tipo e Atributos de Cupido

Na arte Cupido apresenta dois tipos distintos, pois uma das vezes o vemos como adolescente, outras
sob o aspecto de gracioso menino. Mas o primeiro de tais tipos é o mais antigo. Uma pedra gravada
nos mostra Cupido de estilo antigo, representado por um efebo alado e disparando uma seta. O arco,
as setas e as asas são sempre os atributos de Cupido.

O tipo de Cupido adolescente está fixado perfeitamente num tronco do museu Pio-Clementino. Os
membros, infelizmente, faltam. Os ombros apresentam vestígios de orifícios abertos para acolherem o
pé das asas. A cabeça, de delicada beleza, está coberta de cabelos encaracolados. Foi Praxíteles,
contemporâneo de Alexandre, que fixou na arte o tipo de Cupido. Sabe-se que o grande escultor era
freqüentador assíduo da famosa cortesã Frinéia. Esta, ao lhe pedir um dia que ele lhe cedesse a mais
bela das suas estátuas, teve o prazer de ser ouvida. Mas Praxíteles não lhe explicou qual delas seria.

Frinéia, então, mandou que um escravo fosse à casa do escultor, e dali a pouco o escravo voltou
dizendo que um incêndio destruíra a casa de Praxíteles e com ela a maior parte dos seus trabalhos; no
entanto, acrescentou, que nem tudo desaparecera. Praxíteles precipitou-se imediatamente para a
porta, gritando que estaria perdido todo o fruto dos seus longos esforços, se o incêndio lhe não tivesse
poupado o Cupido e o Sátiro. Frinéia tranqüilizou-o assegurando-lhe que nada estava queimado e que,
graças ao ardil, ficara sabendo dele próprio o que de melhor havia em escultura. Escolheu, assim, o
Cupido. Mas não era para guarda-la que a cortesã pedira a obra-prima ao grande escultor, pois, na
Grécia, os costumes licenciosos não impediam sentimentos elevados.

Frinéia doou a estátua à cidade de Téspies, sua pátria, que Alexandre acabara de devastar. A escultura
foi consagrada num antigo templo de Cupido, e foi graças a esse Destino religioso que se tomou
espécie de compensação para uma cidade destruída pela guerra.

o Téspies já não é mais nada, diz Cícero, mas conserva o Cupido de Praxíteles, e não há viajante
que não vá visitá-la para conhecer tão esplêndida obra-prima.

Esse Cupido era de mármore, as asas eram douradas, e ele empunhava o arco. Calígula mandou que o
transportassem para Roma; Cláudio devolveu-o aos habitantes de Téspies, Nero roubou-o de novo. A
célebre estátua foi, então, colocada em Roma sob os pórticos de Otávio, onde pouco depois a destruiu
um incêndio. O escultor Lisipo também fizera uma estátua de Cupido para os habitantes de Téspies,
colocada ao lado da obra-prima de Praxíteles. A famosa estátua conhecida pelo nome de Cupido
empunhando o arco passa por ser cópia de uma dessas duas obras. Via-se também no templo de
Vênus em Atenas um famosíssimo quadro de Zêuxis, representando Cupido coroado de rosas. Até a
conquista romana, quase sempre fora Cupido representado como adolescente de formas esbeltas e
elegantes.

A partir de tal época, surge mais freqüentemente sob o aspecto de menino. A arte dos últimos séculos
representou muitas vezes Cupido. No quarto de banho do cardeal Bibbiena, no Vaticano, Rafael fixou
Cupido triunfante, fazendo puxar o carro por borboletas, cisnes, etc. Numa multidão de encantadoras
composições mostra-o doidejando ao lado de sua mãe ou então abandonando-a, após havê-la picado.

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Parmeggianino fez com Cupido e o seu arco uma graciosa figura que, por longo tempo foi atribuía a
Correggio. Correggio e Ticiano, por sua vez, fixaram Cupido em todas as suas formas, mas nenhum
pintor o representou tantas vezes quantas Rubens. Os cupidos frescos e bochechudos do grande
mestre flamengo podem ser vistos em todas as galerias, brigando, brincando, voando, correndo,
colhendo frutos, etc.
Embora tais composições pequem, uma vez que outra, por um pouco de afetação, é quase sempre
encantadora. A maioria foi popularizada pela gravura ou pela litografia. Aqui, vemos Cupido de pé, asas
abertas, passar os braços em volta do pescoço da inocência sentada num cabeça. Mais longe, a
inocência seduzida por Cupido, é arrastada pelo Prazer e seguida pelo Arrependimento. Outras vezes, o
autor representa Cupido preso por um elo de ferro ao pedestal de um busto de Minerva e pisando com
o pequenino pé, mas, em troca, outras é Cupido triunfante que se vinga da mulher insensata a qual
julgou encadeá-lo para sempre.

Cupido fere várias vezes sem ver, e dá origem a sentimentos que nem o mérito, nem a
beleza explicam suficientemente. Foi o que Correggio pretendeu exprimir ao representar Vênus
prendendo uma venda sobre os olhos do filho. Ticiano pintou o mesmo tema que se vê reproduzido
com freqüência na arte dos últimos séculos.

Esaco

Cupido produz naqueles aos quais fere efeitos surpreendentes, que na Lenda se traduzem sempre por
metamorfoses. Assim, o mergulhão é uma ave que voa sempre acima das águas e nela mergulha
freqüentemente. Noutros tempos, tratava-se do filho de um rei, que tinha aversão à corte do pai e
evitava participar das festas que ali se realizavam, preferindo ir aos bosques, por ter a esperança de
encontrar a ninfa Hespéria a quem amava ternamente. Entretanto Esaco, assim se chamava ele, não
era correspondido. Um dia, estando a ninfa a fugir-lhe à perseguição amorosa, foi picada por uma
serpente venenosa e morreu. Esaco, desesperado por lhe ter causado morte, atirou-se ao mar do alto
de um rochedo. Mas Tétis, comovida, sustentou-o na queda, cobriu-o de penas, antes que ele caísse
na água e impediu-o, assim, de morrer, por maior que fosse o seu desejo de não sobreviver à querida
Hespéria.

Indignado contra a mão favorável que o protege, queixa-se da crueldade do Destino que o força a
viver. Eleva-se no ar, depois se precipita com impetuosidade na água; mas as penas o sustêm e
reduzem o esforço que ele faz para morrer. Furioso, mergulha a todo instante no mar, e procura a
morte que o evita. O amor tornou-o magro, tem coxas longas e descarnadas e um pescoço muito
comprido. Ama as águas, e é pelo fato de nelas mergulhar constantemente que se chama mergulhão.
(Ovídio).

Pico e Circe

Pico, filho de Saturno e rei da Itália, era um jovem príncipe de maravilhosa beleza. Todas as ninfas o
admiravam quando o viam, mas a feiticeira Circe não se contentou com admira-lo, e quis que ele a
desposasse. No entanto, só colheu desdém, pois ele amava perdidamente Canenta, filha de Jano. Um
dia, tendo ido caçar javalis, encontrou Circe, que lhe confessou abertamente a sua paixão. Vendo-se
desdenhada, a feiticeira proferiu as terríveis palavras de que se serve para fazer empalidecer a lua ou
obscurecer o sol. Pico, aterrorizado com as fórmulas mágicas, começou a fugir; mas imediatamente
notou que estava correndo muito mais velozmente do que de hábito, ou antes que estava voando,
visto que fora metamorfoseado em ave. Na sua cólera, pôs-se a dar fortes bicadas nas árvores; as
penas tinham conservado a cor das vestes usadas por ele naquele dia, e o broche de ouro que as

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prendia ficou assinalado no seu pescoço por uma mancha amarelada, brilhante. Canenta chorou tanto
que o seu formoso corpo terminou por se evaporar nos ares, e dela nada mais restou.

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O Cabelo de Niso

De todas as metamorfoses operadas por Cupido, não há nenhuma que seja tão surpreendente como a
de que foi vítima Cita, filha do rei Niso.

O rei de Creta, Minos, após devastar as costas de Megara, iniciara o cerco da cidade, cujo Destino
dependia de um cabelo de ouro que Niso, rei do país trazia entre os cabelos brancos. O sito já durava
havia seis meses sem que a sorte se declarasse nem por um partido, nem por outro. Em Megara havia
uma torre cujas muralhas produziam um som harmonioso desde que Apolo ali deixara a sua lira. A filha
do rei, Cila, subia freqüentemente, em tempo de paz, a essa torre, para ter o prazer de produzir nas
muralhas alguns sons atirando-lhes pequeninas pedras. Durante o cerco, também visitava o mesmo
lugar para de lá ver os ataques e os combatentes feridos em tomo da cidade. Como fIzesse bastante
tempo que os inimigos se achavam acampados em torno, ela conhecia os principais oficiais, as suas
armas, os seus cavalos e a sua maneira de combater. Nota, sobretudo, o chefe, Minos, com particular
atenção e mais do que o necessário para a sua tranqüilidade, tanto que a paixão atingiu tal ponto que
ela resolveu sacrificar o país à glória do estrangeiro a quem amava.

Uma noite, enquanto a cidade inteira estava imersa no sono, penetrou no aposento do pai e cortou-lhe
o cabelo fatal. Munida do precioso objeto, a infeliz Cita, a quem o crime dava nova ousadia, saiu da
cidade, atravessou o campo inimigo, chegou à tenda de Minos a quem confiou o cabelo do qual
dependia a salvação da cidade. Minos sentiu aversão por tão desnaturada filha, e recusou-se a vê-la. O
cabelo estava cortado, a cidade caiu entre as mãos dos inimigos, mas Minos partiu imediatamente
depois, proibindo o embarque de Cila nos seus navios. Foi em vão que ela alcançou, banhada em
lágrimas, a praia, cabelos desalinhados, braços estendidos para o homem que a repelia. Viu partir o
navio, e, no seu desespero, atirou-se ao mar para seguir a nado o ente amado.

Mas notou seu pai, Niso, que, metamorfoseado em gavião, a perseguia, e começava a cair sobre ela
para a dilacerar a bicadas. Assim, em vez de nadar, Cila começou também a voar sobre a superfície da
água, pois estava, por sua vez transformada em ca1handra. Desde então a ave de rapina, que ela tão
indignamente traira, não cessa de lhe fazer cruel guerra. (Ovídio).

Hércules

Os Trabalhos de Hércules

Hércules (ou Heracles). O maior de todos os heróis gregos. Era filho de Zeus e Alcmena. Alcmena era a
virtuosa esposa de Anfitriã e, para seduzi-la, Zeus assumiu a forma de Anfitrião enquanto este estava
ausente de casa. Quando seu marido retornou e descobriu o que tinha acontecido, ficou tão irado que
construiu uma grande pira e teria queimado Alcmena viva, se Zeus não tivesse mandado nuvens para
apagar o fogo, forçando assim Anfitrião a aceitar a situação.

Nascido, o jovem Hércules rapidamente revelou seu potencial heróico. Enquanto ainda no berço, ele
estrangulou duas serpentes que a ciumenta Hera, esposa de Zeus, tinha mandado para ataca-lo ao seu
meio-irmão Íflico; enquanto ainda um menino, ele matou um leão selvagem no Monte Citéron. Na vida
adulta, as aventuras de Hércules foram maiores e mais espetaculares do que as de qualquer outro
herói. Por toda a antiguidade ele foi muito popular, o assunto de numerosas estórias e incontáveis
obras de arte. Apesar das mais coerentes fontes literárias sobre suas façanhas datarem apenas do
século 10 a.C., citações espalhadas por vários locais e a evidência de fontes artísticas deixam muito

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claro o fato que a maioria, se não todas, de suas aventuras era bem conhecida em tempos mais
antigos.

Hércules realizou seus famosos doze trabalhos sob o comando de Euristeu, Rei de Argos de Micenas.
Existem várias explicações da razão pela qual Hércules se sentiu obrigado a realizar os pedidos
cansativos e aparentemente impossíveis de Euristeu. Uma fonte sugere que os trabalhos eram uma
penitência imposta ao herói pelo Oráculo de Delfos quando, num acesso de loucura, matou todos os
filhos de seu primeiro casamento. Enquanto os seis primeiros trabalhos se passam no Peloponeso, os
últimos levaram Hércules a vários lugares na or1a do mundo grego e além. Durante os trabalhos.
Hércules foi perseguido pelo ódio da deusa Hera, que tinha ciúmes dos filhos de Zeus com outras
mulheres. A deusa Atena, por outro lado, era uma defensora entusiasta de Hércules; ele também
desfrutou da companhia e ajuda ocasional de seu sobrinho, Lolau.

O primeiro trabalho de Hércules era matar o leão de Neméia. Como esta enorme fera era invulnerável a
qualquer arma, Hércules lutou com ele e acabou estrangulando-o apenas com suas mãos. A seguir, ele
removeu a pele utilizando uma de suas garras, e passou a utiliza-la como uma capa, com as patas
amarradas ao redor de seu pescoço, as presas surgindo sobre sua cabeça e a cauda balançando em
suas costas. O segundo trabalho exigiu a destruição da Hidra de Lerna, uma cobra aquática com várias
cabeças, que estava flagelando os pântanos perto de Lerna. Sempre que Hércules decepava uma
cabeça duas cresciam em seu lugar, e, como se isso não fosse um problema suficiente, Hera enviou um
caranguejo gigante para morder o pé de Hércules. Este truque desleal foi demais para o herói, que
decidiu pedir ajuda a Lo1au; enquanto Hércules cortava as cabeças, lolau cauterizava os locais com
uma tocha flamejante, de modo que novas cabeças não pudessem crescer, e finalmente dando cabo do
monstro. A seguir, Hércules embebeu a ponta de suas flechas no sangue ou veneno da Hidra,
tomando-as venenosas.

No Monte Erimanto, um feroz javali estava se portando violentamente e causando prejuízos. Euristeu
rispidamente ordenou a Hércules que trouxesse este animal vivo à sua presença, mas as antigas
ilustrações deste episódio, as quais mostram principalmente Euristeu acovardado refugiando-se num
grande jarro, sugerem que ele veio a se arrepender desta ordem. Hércules levou um ano para realizar
o trabalho a seguir, que era capturar a Corça do Monte Carineu. Este animal parecia ser mais tímido do
que perigoso. Este animal era sagrado para a deusa Ártemis e, apesar de ser fêmea, possuía lindas
aspas. De acordo com a lenda, Hércules finalmente aprisionou a Corça e a estava levando para
Euristeu, encontrou-se com Ártemis, que estava mulo zangada e ameaçou matar Hércules pelo
atrevimento em capturar seu animal; mas quando ficou sabendo sobre os trabalhos, ela concordou em
deixar Hércules levar o anImal, com a condição que Euristeu o libertasse logo que o tivesse visto.

Os Pássaros Estinfalos eram tão numerosos que estavam destruindo todas as plantações nas
vizinhanças do lago Estinfalo em Arcádia; várias fontes dizem que eles eram comedores de homens, ou
pelo menos podiam atirar suas penas como se fossem flechas. Não está muito claro como Hércules
enfrentou este desafio: uma pintura de um vaso mostra Hércules atacando-os com um tipo de
estilingue, mas outras fordes sugerem que ele os abateu com arco e flecha, ou os espantou para longe
utilizando um címbalo de bronze feito especialmente para a tarefa pelo deus Hefesto. O último dos seis
trabalhos do Peloponeso foi a limpeza dos currais Augianos. O Rei Augias de Élida possuía grandes
rebanhos de gado, cujos currais nunca tinham sido limpos, assim o estrume tinha vários metros de
profundidade. Euristeu deve ter pensado que a tarefa de limpar os estábulos num único dia seria
impossível, mas Hércules uma vez mais conseguiu resolver a situação, desviando o curso de um rio e
as águas fizeram todo o trabalho por ele .

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Euristeu pede agora que Hércules capture o selvagem e feroz touro de Creta, o primeiro trabalho fora
de Peloponeso. Assim que Euristeu viu o animal, Hércules o soltou, este sobrevivendo até ser morto
por Teseu em Maratona. A seguir, Euristeu enviou Hércules à Trácia para trazer os cavalos devoradores
de homens de Diomedes. Hércules amansou estes animais alimentando-os com seu brutal senhor, e os
trouxe de maneira segura a Euristeu. A seguir, ele foi imediatamente mandado, desta vez para as
margens do Mar Negro, para buscar a cinta da rainha das Amazonas. Hércules levou um exército junto
consigo nesta ocasião, mas nunca precisaria dele se Hera não tivesse criado problemas. Quando
chegou à cidade das Amazonas de Temisquira, a rainha das Amazonas estava até feliz que ele levasse
sua cinta; Hera, sentindo que estava sendo fácil demais, espalhou um boato que Hércules pretendia
levar a própria rainha, iniciando-se uma sangrenta batalha. Hércules, claro, conseguiu escapar com a
cinta, mas apenas após duros combates e muitas mortes.

Para realizar seus três últimos trabalhos, Hércules foi completamente fora das fronteiras do mundo
grego. Primeiro foi mandado além da borda do Oceano para a distante Eritéia no extremo ocidente,
para buscar o Rebanho de Gérião. Gérião era um formidável desafio; não apenas tinha um corpo triplo,
mas para ajuda-lo a tomar conta de seu maravilhoso rebanho vermelho também utilizava um feroz
pastor chamado Euritão e um cachorro de duas cabeças e rabo de serpente chamado Orto. Orto era o
Irmão de Cérbero, o cão que guardava a entrada do Mundo Inferior, e o encontro de Hércules com
Gérião é algumas vezes interpretado como seu primeiro encontro com a morte.

Apesar de Hércules ter se livrado de Euritão e Orto sem muito dificuldade, Gérião, com seus três corpos
pesadamente armados, provou ser um adversário mais formidável, e apenas após uma terrível luta
Hércules conseguiu matá-lo. Quando retomou à Grécia, Euristeu enviou para uma jornada ainda mais
desesperadora, descer ao Mundo Inferior e trazer Cérbero, o próprio cão do Inferno. Guiado pelo deus
mensageiro Hermes, Hércules desceu ao lúgubre reino dos mortos, e com o consentimento de Hades e
Perséfone tomou emprestado o monstro assustador e de três cabeças para mostrá-lo ao aterrorizado
Euristeu; Isto feito devolveu o cachorro a seus donos de direito.

Mesmo assim. Euristeu solicitou um último trabalho: que Hércules lhe trouxesse os Pomos do Ouro de
Hespérides. Estes pomos, a fonte da eterna juventude dos deuses, cresciam em um jardim nos confins
da terra; foram um presente de casamento de Géia, a terra, a Zeus e Hera. A árvore que dava a fruta
dourada era cuidada pelas ninfas chamadas Hespérides e guardada por uma serpente. Os relatos
variam sobre como Hércules resolveu este trabalho final. As fontes que localizam o jardim abaixo das
montanhas Atlas, onde o poderoso Atlas sustenta os céus em suas costas, dizem que Hércules
convenceu Atlas a pegar as maças por ele; enquanto fazia esta jornada Hércules sustentou, ele
mesmo, o céu; quando Atlas retomou, Hércules teve algumas dificuldades em persuadi-lo a reassumir o
seu fardo. Outra versão da estória sugere que o próprio Hércules foi ao jardim lutando e matando a
serpente ou conseguindo convencer as Hespérides a lhe entregar as maças. As maças de Hespérides
simbolizavam a imortalidade, e este trabalho final significaria que Hércules deveria ascender ao Olimpo,
tomando seu lugar entre os deuses.

Além dos doze trabalhas, muitos outros feitos heróicos e aventuras foram atribuídos a Hércules. Na sua
busca do jardim das Hespérides, teve que lutar com o deus marinho Nereu para compelir o deus a dar-
lhe as informações que necessitava; em outra ocasião enfrentou outra deidade marinha, Tritão.
Tradicionalmente foi na Líbia que Hércules encontrou o gigante Anteu: Anteu era filho de Géia, a Terra,
e era invulnerável enquanto mantivesse contato físico com sua mãe. Hércules lutou com ele e ergueu-o
do solo; desprovido da ajuda de sua mãe, ficou indefeso nos braços poderosos do herói. No Egito
Hércules escapou por pouco de ser sacrificado pelas mãos do Rei Busiris. Um adivinho tinha dito a
Busiris que o sacrifício de estrangeiros era um método infalível de se lidar com as secas. Como o
adivinho era Cipriota, tornou-se a primeira vítima de seu próprio conselho; quando o método se
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mostrou efetivo, Busiris ordenou que todo o estrangeiro temerário o suficiente a entrar em seu reino
seria sacrificado. Na vez de Hércules, deixou-se ser aprisionado e levado ao local do sacrifício antes de
se voltar contra seus agressores e matar uma grande quantidade deles.

Hércules não raramente se envolvia em conflito com os deuses. Em uma ocasião, quando não recebeu
uma resposta que estava esperando da sacerdotisa do Oráculo de Delfos, tentou fugir com o trípode
sagrado, dizendo que iria criar um oráculo melhor por sua própria conta. Quando Apolo tentou detê-lo,
ocorreu uma violenta discussão, que foi resolvida apenas quando Zeus arremessou um relâmpago
entre eles. Hércules era mulo leal aos seus amigos; mais do que uma vez ele arriscou sua vida para
ajuda-los, sendo o caso mais espetacular o de Alceste. Admeto, Rei de Feres na Tessália, tinha feito um
acordo com Apolo que, quando chegasse a hora de sua morte, poderia continuar a viver se
encontrasse alguém que quisesse morrer em seu lugar. Entretanto, quando Admeto estava se
aproximando da hora da sua morte, mostrou-se ser mais difícil do que tinha calculado arranjar um
substituto; após seus parentes mais velhos terem egoisticamente se recusando ao sacrifício, sua
esposa Alceste insistiu para que fosse a sacrificada. Quando Hércules chegou, ela já tinha descido ao
Mundo Inferior, indo ele imediatamente atrás dela. Então lutou com a morte e venceu, trazendo-a de
volta em triunfo ao mundo dos vivos.

Hércules era o super-homem grego, sendo muitas das estórias de seus feitos interessantes, contos de
realizações sobre-humanas e monstros fabulosos. Ao mesmo tempo Hércules, assim como Ulisses,
também atua como se fosse um homem comum, sendo suas aventuras como parábolas exageradas da
experiência humana. Irritadiço, não extremamente inteligente, apreciador do vinho e das mulheres
(suas aventuras amorosas são muito numerosas), era uma figura eminentemente simpática; e no geral
seu exemplo deveria ser seguido, pois destruía o mal e defendia o bem, superando todos os obstáculos
que o destino lhe colocou. Além de tudo, ofereceu alguma esperança para a derrota da ameaça última
e crucial do homem, a morte.

O fim de Hércules foi caracteristicamente dramático. Uma vez, quando ele e sua nova noiva Dejanira
estavam atravessando um rio, o centauro Nesso ofereceu-se para transportar Dejanira, e no meio da
correnteza tentou rapta-la. Hércules matou-o com uma de suas flechas envenenadas, e ao morrer,
Nesso simulando arrependimento, incentivou Dejanira a pegar um pouco de sangue do seu ferimento e
guarda-lo; se Hércules algum dia parecesse cansado dela, deveria embeber um traje no sangue e dá-lo
para que ele o vestisse; após isso, ele nunca mais olharia para outra mulher. Anos mais tarde Dejanira
lembrou-se deste conselho quando Hércules, voltando de uma distante campanha, mandou à frente
uma linda princesa aprisionada pela qual estava evidentemente apaixonado. Dejanira mandou a seu
marido um robe tingido pelo sangue; ao vestir a roupa, o veneno da Hidra penetrou na sua pele e ele
tombou em terríve1 agonia. Seu filho mais velho, Hilo, levou-o ao Monte Ela e depositou seu corpo,
retorcido, porém ainda respirando, numa pira funerária, a qual acabou sendo acesa pelo herói
Filoctetes. Entretanto, os trabal1os de Hércules asseguraram-lhe a imortalidade, assim ele subiu ao
Olimpo e assumiu seu lugar entre os deuses que vivem eternamente.

Marte

Tipo e Atributos de Marte

Marte (Ares, deus sanguinário e detestado pelos imortais) nunca teve grande importância entre as
populações helênicas. Em numerosas localidades, parece até haver sido inteiramente desconhecido, e
se o seu culto conservou na Lacônia importância maior que alhures, deve-se à rudeza dos habitantes
de tal país. Foi somente entre os romanos que Marte adquiriu importância verdadeira, e permanente; o

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tipo de Palas conformava-se muito mais ao gênio grego. Com efeito, Palas é a inteligência guerreira, ao
passo que Marte nada mais é do que a personificação da carnificina. Ávido de matar, pouco lhe importa
saber de que lado está a justiça e cuida apenas de tomar mais furiosa a luta

O deus da guerra e da violência aparece-nos sempre em atitude de repouso. Tem, por vezes numa das
mãos a Vitória como Júpiter ou Minerva. Vemo-lo com tal aspecto numa famosa estátua da Villa Albani.
Uma linda pedra gravada mostra Marte segurando com uma das mãos a Vitória e com a outra a
oliveira, símbolo da paz proporcionada pela vitória.

A maioria das vezes usa um capacete e empunha uma lança ou gládio. Aparece, assim, em várias
medalhas, mas as estátuas que o representam isoladamente não são demasiadamente comuns entre
os gregos. Entretanto a bela estátua do Louvre conhecida pelo nome de Aquiles Borgbese passa hoje
por ser um Marte. Explica-se o elo que usa num dos pés pelo hábito de certos povos, e notadamente
os lacedemônios, de agrilhoarem o deus da guerra.

Parece ter sido o escultor Alcameno de Atenas quem fixou o tipo de Marte, tal qual surge
habitualmente nos monumentos artísticos. Os atributos habituais do deus são o lobo, o escudo e a
lança com alguns troféus. Uma medalha cunhada na época de Seotímio Severo nos mostra Marte com
uma lança, um escudo e uma escada para o ataque. Sob tal aspecto, Marte recebe o epíteto de
Teichosipletes (que sacode as muralhas). Em geral, porém. não tem real importância na arte a não ser
pela sua ligação com Vênus.

Num célebre quadro da galeria de Florença, Rubens representou Marte, que Vênus e Cupido se
esforçam inutilmente por reter, e que, de gládio empunhado, segue a Discórdia precedida do Temor e
do Espanto. As Artes chorosas, a Música, a Arquitetura e a Pintura, são pisadas pelo feroz deus; o
comércio está destruído e os campos prestes a ser incendiados. Noutro quadro do mesmo pintor,
vemos, ao contrário, Marte repelido por Minerva, enquanto a Terra oferece o seio fecundo do qual o
leite jorra ao lado de um grupo de crianças que acorrem a ver uma cornucópia que lhes oferece Pã, o
deus da agricultura.

Marte na Guerra dos Gigantes

Claudiano descreveu o papel de Marte na guerra dos Gigantes:

o “O deus impele os seus furiosos corcéis contra a borda formidável e, imprimindo ao gládio um
movimento irresistível, o monstruoso Peloro é atingido no ponto em que, por um estranho
acoplamento, duas serpentes se lhe unem ao corpo que elas sustentam. Marte vendo-o tombar,
faz passar as rodas do carro sobre o inimigo vencido, e o sangue que jorra desse corpo enorme
avermelha as montanhas vizinhas”.

Entretanto, Peloro tinha um irmão, o gigante Mimas, que, ocupado em lutar noutra região viu Peloro
cair. Mimas pensa exclusivamente na vingança e curvando-se para o mar, quer dele arrancar a ilha de
Lemnos para atira-la contra o deus. Marte evita o choque e com um golpe de lança fura a cabeça de
Mimas, cujo cérebro se esparrama à direita e à esquerda.

Marte foi menos feliz com outros Gigantes. Fora aprisionado por Oto e Efialtes que o haviam mantido
agrilhoado durante treze meses. O escultor Flaxman nos mostra o deus da guerra em posição
humilhante. Oto e Efialtes tinham tentado escalar o céu colocando o monte Ossa sobre o Olimpo e o
Pélion sobre o Ossa. Diana, para evitar-lhes a perseguição, viu-se obrigada a transformar-se em corça

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e estando a fugir precipitadamente, os dois irmãos Gigantes, que vinham um em cada direção, atiraram
contra ela ao mesmo tempo os seus dardos, e dessa maneira, mataram um ao Outro. (Apolodoro).

Vênus e Marte

A aliança entre a guerra e o amor, entre a força e a beleza, é uma idéia inteiramente conforme ao
espírito grego. Apesar de brutalíssimo, não pôde Marte resistir a Vênus que o subjuga e domina com
um sinal: da união de Marte e Vênus nasceu Harmonia. Vários monumentos antigos, notadamente o
famoso grupo do museu de Florença e o do museu Capitolino, reproduzem essa ligação que também se
vê em pedras gravadas.
Os romanos gostavam de fazer-se representar com suas mulheres, e usando os atributos de Marte e
Vênus; era uma alusão à coragem do homem e à beleza da mulher.

Aliás, os romanos consideravam Marte e Vênus autores de sua raça, e durante a época imperial, dava-
se freqüentemente aos deuses a feição dos imperadores. Assim é que temos no Louvre um grupo cuja
personagem masculina parece ser Adriano ou Marco Aurélio, e que representa Marte ao lado de Vênus.
Mas a imperatriz está vestida. Vários arqueólogos pensam que a Vênus de Milo estava ao lado da
estátua de Marte. A arte dos últimos séculos ligou igualmente as duas divindades e num encantador
quadro do Louvre, le Poussin nos mostra o deus da guerra esquecido dos seus atributos e do seu papel
sorrindo para a deusa, enquanto os cupidos brincam tranqüilamente com as armas, no meio de risonha
paisagem.

Marte Ferido por Diomedes

Marte, na guerra de Tróia, acirrado inimigo dos gregos, foi ferido por Diomedes e deu um grito
semelhante ao clamor de dez mil combatentes numa furiosa batalha. Subiu ao Olimpo para dar vazão à
suas queixas contra o herói grego e, sobretudo, contra Minerva que dirigira o golpe.

- Tens por tua filha, diz a Júpiter uma indigna fraqueza, porque tu sozinho foste quem
gerou tão funesta divindade. Ei-la agora que excita contra os deuses o insensato furor
de Diomedes. Ousado! Em primeiro lugar feriu Vênus na mão, depois atirou-se a mim e
se os meus pés velozes não me houvessem subtraído à sua cólera, lá teria ficado ou
estendido sem força aos golpes do ferro.

Júpiter acolhe mal as queixas de. Marte:

- Divindade inconstante, exclama, cessa de importunar-me com os teus lamentos! De


todos os habitantes do Olimpo, tu és o que eu mais odeio, pois só amas a discórdia, a
guerra, a carnificina. Tens, sem dúvida o intratável caráter de tua mãe Juno, que as
minhas ordens soberanas mal conseguem domar. Os males que suportas hoje, são o
fruto dos seus conselhos. Mas não quero que sofras por mais tempo visto que sou teu
pai.

O rei dos deuses manda então, que se cure o filho e um bálsamo salutar lhe acalma as dores, porque
os deuses não podem morrer. Um interessante quadro da mocidade de Davi, que obteve o segundo
prêmio em 1771 mostra Diomedes no momento em que acaba de lançar contra Marte o dardo dirigido
por Minerva. Marte, ferido, está caído. O quadrinho é valioso porque nos dá a conhecer Davi numa
época em que o jovem artista não pensava absolutamente na reforma que, posteriormente, introduziu

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na pintura, e em que todo o seu talento estava impregnado do estilo dominante então na escola
francesa.

Filomela e Progne

O caráter feroz das lendas concernentes a Marte mais ainda se exagera quando elas se aplicam a seus
filhos. Tivera ele de uma ninfa um filho chamado Tereu, rei da Trácia, que desposou Progne, filha do
rei de Atenas Pandião. Tinha este outra filha chamada Filomela. Progne exprimiu ao marido o desejo de
rever a irmã da qual se achava separada havia cinco anos. Tereu foi, então, a Atenas procurar
Filomela, mas no caminho abusou dela, e, após lhe arrancar a língua para obriga-la ao silêncio,
encerrou-a muna torre. Disse, em seguida, a Progne que sua irmã morrera; mas Filomela da masmorra
descobriu um modo de mandar à irmã num pedaço de tela a narração das suas aventuras.

Progne, com o auxilio das festas de Baco, conseguiu libertar Filomela, e ocultou-a num canto do
palácio. Juntas, meditam clamorosa vingança. Tereu tinha um filho muito moço chamado Itis; chamam-
no, matam-no, e cozem-lhe os membros que, de noite, Progne oferece ao marido. Tereu pergunta
porque o filho não está à mesa, mas só quando termina o repasto é que Filomela, saindo subitamente
do esconderijo, lhe anuncia que comeu a carne do próprio filho e, ao mesmo tempo, para que ele não
duvide do que lhe afirma lhe atira ao rosto a cabeça do infeliz rapaz. Tereu, não se contendo, quer
levantar-se para estrangular as duas irmãs, mas os deuses desejosos de pôr cobro a tão horrível família
metamorfoseiam Progne em andorinha, Filomela em rouxinol, Itis em pintassilgo e Tereu em pomba. A
bárbara história ministrou a Rubens tema para um quadro que está na Espanha; vemos Progne e
Filomela mostrando a Tereu a cabeça do filho cuja carne ele acaba de comer.

Os Sacerdotes Sálios

O culto de Marte tinha grande importância em Roma. Era exercido pelos sacerdotes sálios, instituídos
por Numa para guardarem os ancilos. Os ancilos tinham sido feitos em Roma sobre o modelo de um
escudo caído do céu, durante uma peste que dizimava a cidade, e era considerado o palácio romano.
Durante certas festas os sacerdotes sálios percorriam a cidade levando a passeio os ancilos cuja forma
nos foi conservada num denário de prata cunhado sob Augusto. O barrete que está no meio é o ápex
do flâmine.

Belona

A companheira habitual de Marte é Belona (Enio), personificação da chacina. Tinha ela por missão
especial conduzir o Carro do deus da guerra e excitar-lhe os cavalos com a ponta de uma lança. As
figuras antigas de Belona são extremamente raras. Plínio narra que Apeles pintara um quadro
representando Belona, de mãos atadas atrás das costas e presa ao carro triunfante de Alexandre: o
quadro fora levado para Roma como troféu.

A Discórdia

Nos poetas, Belona é escoltada pelo Espanto, pela Fuga e pela Discórdia, divindades às quais a arte
não destinou tipo particular. Contudo, tem a Discórdia grande importância na miologia, pois foi ela que
causou a ruína de Tróia atirando a maçã de ouro entre as deusas. Homero faz da Discórdia o retrato
seguinte:

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o Deusa que, fraca no nascimento, cresce e em breve oculta a cabeça no céu, enquanto os pés
lhe permanecem na Terra; é ela que, atravessando a multidão dos guerreiros derrama em todos
os corações o ódio fatal, precursor da carnificina. Faz retumbar a voz, dá gritos alucinantes,
terríveis, e lança no coração de todos os guerreiros impressionante coragem. Apraz-se em ouvir
os gemidos do soldado que morre e, quando todos os deuses se retiram do combate, é a única
que permanece no campo de batalha para dar, como pasto aos olhos, o espetáculo dos mortos
e dos moribundos.

Etéoclo e Polinice

A Discórdia preside a disputas que dividem os povos e as famílias. A Fábula de Etéoclo e Polinice nos
mostra a sua ação. Os dois filhos de Édipo haviam expulsado o pai, que cobriu de maldições e lhes
predisse que se matariam um ao outro. Os dois irmãos, temendo que a maldição paterna fosse
ratificada pelos deuses, se continuassem a viver juntos, decidiram, de comum acordo, que Polinice
seria o primeiro em se exilar voluntariamente da pátria, que deixaria o cetro a Etéoclo, e voltaria
depois, para que cada um pudesse reinar, alternadamente, um ano. Mas Etéoclo, uma vez no trono,
recusou-se a descer e proibiu ao irmão o regresso à pátria. Polinice, então, tratou de procurar aliados
para a defesa dos seus direitos.
Anfiaraus

Adrasto, rei de Argos, acolheu Polinice, e prometeu-lhe repô-lo no trono de Tebas. Buscou, por
conseguinte aliados para empreender a luta, mas um poderoso chefe, Anfiaraus, tratou de dissuadir
ambos por ser adivinho, e por lhe haver a ciência mostrado, que a. guerra seria fatal aos que a
começassem, e que todos morreriam, com exceção apenas de Adrasto. Anfiaraus tinha uma mulher
chamada Erifila, e por um velho juramento que fizera a Adrasto, comprometera-se, no caso de
divergências entre eles, a submeter-se inteiramente à decisão de Erifila. Quando Polinice soube disso,
empregou um ardil para forçar Anfiaraus a combater. Tinha em suas mãos o famoso colar que Vênus
dera, noutros tempos, à Harmonia, no dia de suas núpcias com Cadmo. Deu-o de presente a Erifila
que, assim, se deixou corromper, e Anfiaraus, apesar da certeza que tinha de mau êxito do negócio, foi
obrigado a combater com Adrasto e Polinice. Um poderoso exército se reuniu em breve para marchar
contra Tebas. Comandavam-no sete chefes: Adrasto, Polinice, Capaneu, Partenopeu, Anfiaraus,
Hipomedonte e Tideu. Juraram todos que iriam combater sob as suas ordens.

Arquemoro

Durante o caminho, faltou-lhes água, e o exército começou a sofrer devoradora sede. Encontraram
então uma criatura que tinha um filhinho, e perguntaram-lhe se não havia no país uma fonte.
Chamava-se o menino Ofeltes e era filho do rei Neméia. A mulher era Hipsipila, outrora rainha de
Lemnos, mas que, tendo sido vendida posteriormente como escrava, estava ao serviço do rei de
Neméia que lhe confiara a tutela do filho. Hipsipila pousou a criança sobre umas folhas de aipo e
conduziu os sete chefes a uma fonte das proximidades. Durante a curta ausência, porém, uma
serpente envolveu nas espiras a criança abandonada e sufocou-a. Ao regressarem os chefes
apressaram-se em matar a serpente e tomaram aos seus cuidados Hipsipila, para livra-la da ira do rei
de Neméia. Deram à criança o nome de Arquemoro, realizaram-lhe um magnífico funeral e instituíam
em sua honra os jogos de Neméia nos quais os vencedores se cobriam de luto e se coroavam de aipo.

Combate dos Dois Irmãos

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Anfiaraus viu naquilo péssimo presságio. Mas era preciso partir, e assim chegaram todos a Tebas. Uma
terrível batalha se feriu sob os muros da cidade, que Etéoclo não pretendia entregar. Como o sangue
escorresse por toda parte, Etéoclo subiu a uma torre, mandou que se fizesse silêncio, e disse aos
exércitos:

o Generais da Grécia, chefes dos argivos que a guerra atrai para estes páramos, e vós, povo de
Cadmo, não arrisqueis mais a vida nem por Polinice, nem por mim. Quero eu, sozinho,
enfrentar o perigo, e desejo lutar contra meu irmão, de homem para homem. Se o matar,
governarei sozinho, se for vencido, entregar-Ihe-ei a cidade. Vós, portanto, abandonai o
combate, voltai para Argos, não venhais mais aqui perder a vida; o povo tebano não deseja
outras mortes. (Eurípedes)

Feriu-se, então, entre os dois irmãos um combate singular no qual foram mortos ambos. Os deuses
haviam ouvido as derradeiras imprecações de Édipo. Esse combate figura num grandíssimo número de
baixos-relevos antigos. O exército sitiante foi vencido, e todos os chefes pereceram com exceção de
Adrasto, que deveu a vida à rapidez do seu cavalo. Assim, realizou-se a profecia de Anfiaraus.

Funerais de Etéoclo e de Polinice

O senado de Tebas, que tomara partido pelos sitiados, decidiu que Etéoclo seria sepultado com honra,
mas que seu irmão Polinice seria, em virtude da traição, deixado sem sepultura para que o devorassem
os cães e os abutres. Antígona quis enterrar o irmão, apesar das ordens dadas e, decidida a
desobedecer, disse aos chefes do povo:

o Pois bem! Eis o que respondo eu aos chefes dos de Cadmos. Se não há quem queira, comigo,
enterra-lo, hei de conseguir sozinha, e assumirei toda a responsabilidade. Não vejo vergonha
nenhuma em sepultar meu irmão, nem que para isso devesse, rebelada, ir de encontro aos
desejos da cidade. É coisa grave termos caído das mesmas entranhas, termos tido a mesma
mãe, uma infeliz, o mesmo pai, outro infeliz. Sim, deliberadamente, hei de continuar irmã deste
morto. Ah, não se fartarão da sua carne os lobos de ventre faminto. Hei de sozinha, apesar de
mulher, incumbir-me de remover a terra e preparar uma cova. Trarei o pó nas dobras desta
tela, e eu pr6pria a recobrirei com ele o cadáver. Ninguém objetará! Terei essa coragem, e, o
que é mais, terei ao meu lado todos os recursos de uma alma que quer conseguir. (Ésquilo ).

Pausânias, na narração das suas viagens, diz que viu o túmulo dos filhos de Édipo.

o Não assisti aos sacrifícios que ali se realizam, mas pessoas dignas de fé me asseguraram que
nas ocasiões em que se assam as vitimas imoladas aos dois irmãos irreconciliáveis, a chama e a
fumaça se dividem visivelmente por eles.

Creonte, rei de Tebas, sabendo que, não obstante a proibição, Antígona sepultara o irmão, pergunta-
lhe se conhecia o decreto. A jovem não nega:

o Não pensei, responde, que as leis dos mortais tivessem bastante força para superar as leis não
escritas, obra imutável dos deuses. Para mim, o traspasse não tem nada de doloroso, mas se
tivesse deixado sem sepultura o filho de minha mãe, teria sido infeliz; quanto à morte que me
aguarda em nada me assusta.

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Creonte, conformando-se à lei, ordenou a morte de Antígona e as suas ordens foram executadas; ao
mesmo tempo, porém, soube da morte de seu filho único Hemon, que amava Antígona, e que se ferira
mortalmente. Sua mulher morreu também ao saber da morte do filho, e Creonte ficou sozinho com
toda a amargura. Assim terminou, a família de Laio.

Minerva

Minerva e Encéades
Minerva participou da guerra dos deuses contra os gigantes e contribuiu poderosamente para a vtória
de Júpiter. Entre os inimigos por ela vencidos, o mais importante é Encéades. A força desse gigante era
tal que, sozinho, poderia ter lutado contra todos os deuses juntos. Num momento em que Minerva se
achava distante dos companheiros de armas, Encéades percebendo que ela estava sozinha, dá um
salto e posta-se-lhe na frente. A deusa sem empalidecer reúne todas as forças e pegando com ambas
as mãos a SicHia, atira-a sobre o gigante que fica esmagado sob a enorme massa. A queda de
Encéades termina a guerra dos gigantes: às vezes tenta ele remexer-se, e é o que produz os tremores
de terra da região. A sua cabeça está situada sob o monte Etna, por onde vomita chamas. O tanque de
Encéades em Versalhes mostra o gigante do qual somente vemos a cabeça e os gigantescos braços no
meio dos fragmentos de rochedos. Mas a luta de Minerva contra esse gigante, tal qual a descreveu a
mitologia, tem sido raramente representada, por não ser do domínio público.

Minerva e Tiréias

Virgem essencialmente casta, Minerva sempre vestida, e se os artistas dos últimos séculos a
representam por vezes despida, notadamente no julgamento de Pais, é pela ignorância em que se
encontram quase sempre dos caracteres distintivos da deusa. Um único homem, o tebano Teréias,
observou um dia Minerva no banho, e foi imediatamente ferido de cegueira, ou, segundo outros,
metamorfoseado em mulher .

A Estória de Ulisses

Ulisses (também chamado de Odisseu) sabia antes de ir a Tróia que decorreriam vinte anos para o seu
retorno à sua ilha rochosa de Ítaca, seu filho Telêmaco e sua esposa Penélope. Permaneceu em Tróia
por dez anos e por outros dez singrou os oceanos, naufragou, acabando por ficar desprovido de todos
os seus companheiros, freqüentemente com a vida por um fio, até que no vigésimo ano chegou mais
uma vez às praias de sua ilha natal.

O Ciclope

Ao deixar Tróia, Ulisses e seus companheiros primeiramente encontraram os Cicônios, cuja cidade eles
saquearam, mas em cujas mãos sofreram pesadas baixas. Estiveram em perigo de perder mais
elementos para os Comedores de Loto, hedonistas que nada faziam além de ficarem sentados e
comendo as saborosas frutas que os faziam esquecer todos os cuidados e responsabilidades. Ulisses
teve que arrastar a força de volta ao navio aqueles que, entre os seus homens, provaram o loto. Mal
tinham se recobrado da aventura quando enfrentaram a seguinte, o encontro com o Ciclope Polifemo.

Os ciclopes eram uma raça de fortes gigantes de um só olho que ocupavam uma fértil região onde o
solo gerava abundantes plantações por conta própria, fornecendo um pasto farto para as gordas
ovelhas e bodes. Ansioso para encontrar os habitantes de tal terra, Ulisses direcionou um navio para o
porto e, desembarcando, se dirigiu juntamente com a tripulação à caverna do Ciclope Polifemo, um
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filho de Possídon. Polifemo estava fora cuidando de suas ovelhas, assim Ulisses e a tripulação ficaram à
vontade, até que ele retornou com o seu rebanho ao crepúsculo.

O Ciclope era forte. monstruoso e terrível e após algumas poucas perguntas sobre a origem e o que
desejavam seus hóspedes inesperados, agarrou dois deles e fez seus miolos saltarem ao chão antes de
devora-los. A seguir o Ciclope sentiu-se sonolento; Ulisses considerou esfaqueá-lo até a morte, mas
desistiu da idéia quando percebeu que a fuga seria Impossível, pois a entrada da caverna tinha sido
bloqueada com uma grande rocha, a qual o Ciclope podia erguer com uma só mão, mas seria
impossível de mover mesmo com a força combinada de Ulisses e seus companheiros. O Ciclope comeu
mais dois homens de Ulisses como refeição matinal e então saiu, tomando o cuidado de recolocar a
grande pedra na entrada da caverna. O inteligente Ulisses não demorou a montar um plano de ação.
Ele aguçou a ponta de uma grande estaca de madeira que havia no chão da caverna e endureceu sua
ponta ao fogo.

Ao cair da tarde quando Polifemo retomou à caverna, Ulisses ofereceu-lhe uma tigela de forte vinho
para acompanhar sua ração de marinheiros gregos. O Ciclope bebeu o vinho com entusiasmo e pediu
para que a tigela fosse reenchida três vezes. Então, num estupor de embriaguez, deitou-se para
dormir. Antes de dormir, perguntou o nome de seu hóspede, e Ulisses respondeu que era. Outis, ou
seja, ninguém em grego; o Ciclope prometeu que em retribuição pelo vinho comeria ninguém por
último. Assim que o monstro dormiu, Ulisses aqueceu a ponta da estaca ao fogo; quando ela ficou em
brasa ele e quatro de seus melhores homens enterraram a ponta no olho único do Ciclope.

O olho emitiu um chiado, semelhante o alto silvo que sai de um grande machado ou enxó quando o
ferreiro coloca a peça dentro da água para conferir-lhes têmpera e dar força ao ferro. O Ciclope,
rudemente acordado pela dor terrível, urrou e rugiu, chamando seus vizinhos, os outros Ciclopes, para
que viessem ajuda-lo. Mas quando estes se agruparam do lado de fora de sua caverna e perguntaram
quem o estava incomodando, quem o tinha ferido, sua única resposta foi que ninguém o incomodava e
ninguém o estava ferindo; assim eles acabaram perdendo o interesse e se retiraram.

Ao amanhecer, Ulisses e seus homens se preparam para fugir da caverna; cada homem foi amarrado
embaixo de três grandes ovelhas, enquanto Ulisses alojou-se sob o líder do rebanho, um grande
carneiro com magnífica lã. O Ciclope cego afastou a pedra e sentou-se à entrada da caverna, tentando
agarrar a tripulação de Ulisses que estava saindo juntamente com as ovelhas, mas estes passaram a
salvo por suas mãos, Ulisses por último. Guiando as ovelhas para o seu navio, eles trataram de zarpar
rapidamente, apesar que Ulisses não resistiu zombar do Ciclope, que respondeu atirando pedaços de
penhascos na direção de sua voz, alguns chegando a cair mulo próximos do barco. Assim, Ulisses
reuniu-se ao restante da esquadra e, enquanto os marinheiros pranteavam os companheiros perdidos,
consolaram-se com as próprias ovelhas que tinham auxiliado sua fuga da caverna.

Eólia

Da ilha do Ciclope, Ulisses velejou até que chegou à ilha flutuante de Eólia, cujo rei, Éolo, tinha
recebido de Zeus o poder sobre todos os ventos. Éolo e sua grande família receberam Ulisses e sua
tripulação de maneira hospitaleira, e, ao chegar a hora da partida, Éolo deu a Ulisses uma bolsa de
couro na qual tinha aprisionado todos os ventos tempestuosos; a seguir invocou uma boa brisa para o
oeste que levaria os navios a salvo para casa, em Ítaca. Eles velejaram no curso por dez dias e
estavam à vista de Ítaca quando o desastre os atingiu. Ulisses, que tinha ficado acordado toda a
jornada segurando o leme do barco, caiu num sono exausto, e sua tripulação não sabendo o que havia
na bolsa de couro, começou a suspeitar que continha um valioso tesouro que Éolo teria dado a Ulisses.

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Ficaram enciumados, sentindo que tinham enfrentado as situações difíceis com Ulisses, devendo
também compartilhar suas recompensas: acabaram por abrir a bolsa e acidentalmente libertaram os
ventos. Ulisses acordou no meio de uma medonha tempestade, que soprou o navio de volta a Eólia.
Desta vez a recepção dada a Ulisses e a seus companheiros foi bastante diferente. Eles pediram que
Éolo lhes desse uma nova chance, mas, este declarando que Ulisses devia ser um homem odiado pelos
deuses, negou-se terminantemente a ajuda-los, mandando embora Ulisses e seus companheiros.

Circe

Na sua seguinte chegada à terra, Lestrigônia, todos os navios, com exceção o de Ulisses, foram
perdidos num calamitoso encontro com os monstruosos habitantes; assim foi num estado considerável
de pesar e depressão que Ulisses e seus camaradas sobreviventes viram-se na ilha de Aca.

Desembarcando, permaneceram deitados dois dias e duas noites na praia, completamente exaustos
pelos seus esforços e desmoralizados pelos horrores que tinham passado. No terceiro dia, Ulisses
levantou-se para explorar a ilha, e a partir de um outeiro percebeu fumaça saindo de uma habitação na
floresta. Decidindo prudentemente a não fazer um reconhecimento imediato, retomou ao barco para
contar a novidade aos companheiros. Previsivelmente ficaram amedrontados, lembrando dos Lestrigões
e do Ciclope, mas, como Ulisses estava determinado a explorar, dividiu sua companhia em dois grupos,
um comandado por ele próprio e o outro por um homem chamado Euriloco.

Os dois grupos tinham a sorte e a tarefa da exploração recaiu em Euriloco, enquanto Ulisses
permaneceu no navio. O grupo de Euriloco acabou chegando à casa na floresta. Do lado de fora
existiam lobos e leões, que cabriolavam e faziam festas aos homens; eram de fato seres humanos que
tinham sido transformados em animais pela feiticeira Circe, cujo lindo canto podia ser escutado no
interior da casa. Quando os marinheiros gritaram para chamar sua atenção, saiu e os convidou a
entrar; apenas Euriloco, suspeitando de algum truque, permaneceu do lado de fora. Circe ofereceu
comida aos homens, no qual continha uma droga que os faria esquecer de sua terra natal; quando
terminaram de comer, os tocou com sua varinha e os conduziu ao chiqueiro, pois agora possuíam a
forma externa de porcos, apesar de infelizmente lembrarem quem realmente eram.

Em pânico, Euriloco voltou correndo ao navio para relatar o desaparecimento de seus companheiros.
Ulisses ordenou que o levasse de volta à casa de Circe, e quando se recusou, partiu só para o resgate.
No seu caminho através da ilha, encontrou Hermes, disfarçado como um jovem; o deus deu-lhe uma
planta mágica, a qual, misturada com a comida de Circe, seria um antídoto para sua droga; também o
instruiu como lidar com a feiticeira: quando Circe o tocasse com sua varinha, deveria avançar sobre ela
como se para mata-la; ela então recuaria com medo e o convidaria a compartilhar de sua cama.
Deveria concordar com isso, mas deveria faze-la jurar solenemente a não tentar truques enquanto
estivesse vulnerável.

Os fatos se passaram como Hermes tinha previsto. Após terem ido para a cama, Circe banhou Ulisses e
o vestiu com roupas finas e lhe preparou um suntuoso banquete, mas Ulisses sentou-se numa
abstração silenciosa, recusando toda a atenção. Circe acabou lhe perguntando o que estava errado, e
disse-lhe que ela não poderia esperar que estivesse de corpo e alma na festa enquanto metade de sua
tripulação estava chafurdando no chiqueiro. Então Circe libertou os novos porcos de seu confinamento
e os untou com ungüento mágico. Seus pêlos rijos caíram e se tornaram novamente homens, porém
mais jovens e mais bonitos do que tinham sido antes. Ulisses e seus homens choraram com alívio e
alegria e pararam apenas quando Circe sugeriu que deveriam chamar o restante de sua companhia

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para que se juntassem à celebração. Ficaram com Circe por todo um ano, comendo, bebendo e se
divertindo, esquecendo os percalços que tinham passado.

Circe II

Livro "Poções Mágicas" de Gerina Dunwich.

Dizem que Circe era uma linda feiticeira loura e filha de Hécate, a Deusa grega protetora de todas as
bruxas e das artes mágicas. (No entanto outras fontes a colocam como filha do Deus Sol e de sua
consorte Perse). Ela residia num palácio que ficava em uma ilha encantada chamada Aeaea (que
significa lamento), e era de lá que irradiava o seu canto mavioso. Dizem ainda que ela transformou
todos os companheiros de Odisseu em porcos, fazendo uso de uma fortíssima poção produzida com o
sumo da mandrágora, a planta mágica mais venenosa de que se tem notícia (embora a receita exata
ainda nos seja desconhecida).

Odisseu era um protegido de Hermes e deste havia recebido uma erva chama mole, para se proteger
dos poderes de Circe e resguardar-se da agonia de se ver transformado em um animal de 4 patas,
bufão e barulhento. (Apesar de não saber até hoje o que era na verdade a tal mole, alguns
pesquisadores já sugeriram que o amuleto de ervas ostentado por Odisseu era feito com alho
silvestre).

Assim, empunhando a espada em uma das mãos e carregando na outra os poderes de proteção da
erva que Hermes havia lhe dado, Odisseu exigiu que Circe devolvesse a forma humana aos seus
companheiros. E o fato é que ela obedeceu e ainda por cima lhes ofereceu honrarias e prazeres.

Circe (Grécia): "Falcão Fêmea"; deusa da Lua Nova; tecelã do destino.

Chamada de a ave-da-morte (kirkos ou falcão). Como o círculo, ela era a tecelã dos destinos. Antigos
escritores gregos citavam-na como Circe das Madeixas Trançadas, pois podia manipular as forças de
criação e destruição através de nós e tranças de seus cabelos. A ilha de Aeaea era um santuário funeral
para ela; diz-se que seu nome vem do grito de angústia. Era a deusa do amor físico, feitiçaria,
encantamentos, sonhos precognitivos, maldições, vingança, magia, bruxaria, caldeirões.

Scath

Os nomes pelos quais esta deusa é mais conhecida são: Scathach, Scota, Scatha e Scath. É cultuada na
Irlanda e na Escócia como sendo “The Shadowy One” (A Sombria) e “She who strikes the fear” (Aquela
que detona o medo). Deusa do Mundo Inferior e senhora da Terra de Scath, representa a Deusa em
seu aspecto destruidor. Tem domínio sobre a cura, a profecia e é a padroeira dos ferreiros e das artes
marciais. É associada à Lua Negra (Lilith), tempo de escuridão (Lua Nova) no céu.

Conta a lenda que Scath era uma guerreira e profetisa que viveu em Albion, na Escócia, na Ilha de
Skye - a ilha em forma de pássaro - e que era mestra de artes marciais. Teria ensinado estas artes a
Cuchulainn, de quem também teria sido amante, assim como sua irmã Uathach (conhecida como “A
Verdadeiramente Terrível”). Os ferreiros eram tidos em alta conta na estrutura social celta, pois ao
serem enviados por um ano e um dia para aprender a arte da forja de armas variadas na Ilha de Skye,
também aprendiam com Scath a encantar estas armas e torná-las imbatíveis, além de aprenderem a
magia da cura e da profecia.

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Scath é descrita como sendo guerreira e sedutora, de cabelos vermelhos, sensual como a mistura de
couro e cordões, seda e metal. Alguns estudiosos da mitologia nórdica consideram que Scath seria
Skadi, a irmã gêmea de Freyja em seu "lado escuro", ou seja, a Deusa da Morte que cuidaria das almas
recolhidas por sua irmã Freyja nos campos de batalha. Mas há muitas controvérsias sobre esta
associação, apesar da coincidência entre ambas terem uma irmã "terrível" e serem mestras e amantes
dos grandes guerreiros de cada uma das mitologias (celta e nórdica).

O Fio de Ariadne – Um Caminho para a Luz

Texto de C.C.A da Loja Cavaleiros do Hermon 335

O labirinto no qual tantas vezes o ser humano se vê enredado obedece à falta de conhecimentos sobre
as causas que o levaram às difíceis situações da vida e a falta de uma adequada capacitação no sentido
de solucioná-las. Os problemas de toda índole que se sucedem - profissionais, familiares, econômicos,
espirituais - se por um lado configuram a prova ou o obstáculo a ser transposto; por outro, além de se
constituir martírios intermináveis, induzem o indivíduo a refletir que não possui as condições
necessárias para transpô-los; o fio condutor que o livrasse do labirinto em que se encontra.

Na mitologia grega, a bela Ariadne salva o herói Teseu, preso no Labirinto, depois de ter aniquilado o
terrível Minotauro, dando-lhe um fio que lhe permitisse encontrar o caminho de volta para a luz, para
fora da obscuridade terrível em que se encontrava. As obscuridades dos pensamentos-problema
diversos que o homem vive têm uma estreita relação com o Labirinto, o palácio do rei Minos da ilha de
Creta, exuberante e portentosa construção da qual ninguém conseguia sair sem o guia que conhecesse
a fundo aqueles meandros.

O Minotauro, meio-homem, meio-fera, era o devorador daqueles que se perdiam nos tortuosos
caminhos da maravilhosa construção. O fio de Ariadne representa o auxílio salvador, o caminho para a
luz. Infelizmente, o ser humano tem esperado que outros resolvam os seus problemas sem atinar que
o fio condutor, o caminho para a luz, pudesse estar nele mesmo, em sua natureza inteligente, sensível
e espiritual. Isso não significa que não necessite da ajuda e da orientação de quem, como o guia,
pudesse lhe mostrar o caminho a percorrer para salvar-se do destino terrível dos que sucumbem ao
enfrentar o homem-fera que carregam dentro de si.

O fio de Ariadne - o conhecimento do caminho de volta da obscuridade para a luz - é acessível a toda a
alma humana que aspire, firmemente, despojar-se de velhas idéias e preconceitos seculares, para
iniciar-se nos caminhos da evolução e do aperfeiçoamento individual.

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O Mundo Inferior

Eventualmente, Ulisses foi lembrado por alguns dos companheiros que talvez fosse tempo de se pensar
em Ítaca. Circe avisou-o que antes de zarpar para casa deveria primeiro visitar o Mundo Inferior (ou
reino dos mortos) para consultar o profeta tebano Tirésias: apenas Tirésias poderia dar-lhe instruções
para seu retomo. Assim, Ulisses velejou com seu navio através do Rio de Oceano e atracou o barco
perto do bosque de choupos de Perséfone. Lá na margem, cavou uma vala na qual colocou libações
aos mortos, compostas de mel, água, leite e vinho; sobre a vala cortou a garganta de um carneiro e de
uma ovelha negra.

Atraídos pelo cheiro de sangue, as almas dos mortos surgiram para beber, mas Ulisses sacou sua
espada e os manteve a distância, esperando pelo aparecimento da alma de Tirésias. O primeiro a
aparecer foi um elemento de sua tripulação, Elpenor, que tinha caído do teto da casa da Circe onde
estava dormindo na manha da partida e o qual, na ânsia dos outros em partir, tinha ficado sem enterro
nem velório; Ulisses prometeu resolver este caso assim que possível. Quando Tirésias apareceu. Ulisses
o deixou beber o sangue, e o profeta então disse-lhe que havia uma boa possibilidade para seu retorno
a salvo para casa, mas deveria certificar-se em não pilhar o Rebanho do Sol na ilha de Trinácia;
também o alertou sobre a situação que encontraria em Ítaca, onde pretendentes astutos estavam
cercando sua fiel esposa Penélope .

Após ter ouvido o que Tirésias poderia contar-lhe, Ulisses deixou outras almas se aproximarem e beber
o sangue, o que lhes possibilitou conversar com Ulisses. A primeira que surgiu era sua velha mãe, que
relatou-lhe como tinha morrido e fez um triste relato do estado lamentável de seu pai Laerte e os
bravos esforços de Penélope para repelir seus pretendentes. Ulisses, tocado pelo pesar e desejando
confortar tanto a si próprio como a sua mãe, tentou três vezes abraça-la, mas nas três vezes se
desvaneceu entre seus braços e o deixou segurando o ar.

Outras heroínas aproximaram-se e conversaram, e a seguir veio Agamenon, que contou a Ulisses sobre
sua morte sangrenta, confortando-o com a idéia que Penélope nunca agiria como Clitemnestra. Aquiles
também se aproximou, e Ulisses saudou-o como o homem mais afortunado que já havia vivido, um
poderoso príncipe entre os vivos e os mortos. Aquiles respondeu que preferiria ser um escravo vivo do
que um rei morto, mas Ulisses o consolou com noticias das façanhas de seu filho Neoptóemo, e partiu
feliz.

Durante esta visita Ulisses viu alguns dos famosos componentes do mundo dos mortos; Sísifo
eternamente empurrando sua grande pedra montanha acima, com ela escorregando de volta assim
que chegava ao topo; e Tântalo, enfiado até o pescoço dentro de uma pequena lagoa com água, a qual
desaparecia quando se inclinava para bebê-la, com ramos de frutas pendentes sobre sua cabeça que
sumiam quando ele tentava alcança-las. Ulisses queria ver mais, e encontrou o fantasma do poderoso
Hércules, mas antes de poder encontrar outros heróis de gerações anteriores, foi assustado por uma
grande onda de mortos que vieram aos milhares em sua direção e elevaram à sua volta seus brados
lúgubres e dolorosos: em pânico, retornou ao navio, soltou as amarras e cruzou de volta ao mundo dos
vivos.

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As Sereias, Cila e Caribde

Ulisses retomou à ilha de Circe, e assim que Elpenor foi adequadamente sepultado, Circe deu a Ulisses
mais instruções para a sua jornada e para prepara-lo para os males que ainda estavam por vir. O navio
velejou primeiro para a Ilha das Sereias, terríveis criaturas com cabeças e vozes de mulheres, mas com
corpos de pássaros, que existiam com o propósito de atrair marinheiros para as rochas de sua ilha com
doces canções. Quando o barco se aproximou, uma calmaria mortal se abateu sobre o mar, e a
tripulação utilizou os remos. De acordo com as instruções de Circe, Ulisses tampou os ouvidos da
tripulação com cera, enquanto ele próprio foi amarrado ao mastro. de modo que pudesse passar a
salvo pelo perigo e ainda ouvir a canção. Venha para perto, Ulisses, cantavam as Sereias. Ulisses gritou
para seus homens para que o soltassem, mas remaram resolutamente para a frente, e o perigo acabou
passando.

A próxima tarefa era navegar os dois locais perigosos de Cila e Caribde. Caribde era um terrível
redemoinho, que alternativamente sugava e atirava para cima a água; os marinheiros prudentes que
escolheram evita-lo, foram forçados a encontrar, ao invés, a igualmente terrível Cila. Cila ocultava-se
numa caverna localizada no alto de um rochedo, disfarçada pela névoa e vapor de água dos vagalhões
abaixo; possuía doze pés que balançavam no ar e seis pescoços, cada um equipado com uma
monstruosa cabeça com três fileiras de dentes. Da sua caverna exigia urna faixa de vítimas humanas
dos barcos que passavam abaixo. Ulisses, alertado por Circe, decidiu não contar a seus marinheiros
sobre Cila; passando mais ao largo possível de Caridbe, eles passaram diretamente abaixo do rochedo
de Cila, e, apesar de Ulisses estar armado e preparado para lutar com ela pela vida da tripulação,
conseguiu escapar de sua vigilância e teve sucesso em arrebatar seis vítimas aos berros.

Rebanho do Sol

A seguir, o navio aproximou-se da ilha de Trinácia, um local de pasto farto onde mantinha seu rebanho
do gado gordo. Ulisses tinha sido alertado tanto por Circe como por Tiréias que, se esperava alcançar
Ítaca vivo, deveria evitar este local e, a qualquer custo, não tocar neste gado. Explicou Isto a seus
homens, mas, cansados e deprimidos pela perda de mais seis camaradas, insistiram em lançar âcora e
passar a noite na praia. Deparando-se com um motim, Ulisses tinha poucas opções além de concordar,
mas os fez jurar que deixariam o gado em paz. Naquela noite formou-se uma tempestade, e por todo
um mês o vento soprou do sul, sendo impossível continuarem sua viagem.

Enquanto possuíam as provisões que Circe tinha lhes dado, os homens mantiveram sua promessa e
não tocaram no gado. Mas sua comida acabou por terminar e, movidos pela fome, aproveitaram a
oportunidade de uma ausência temporária de Ulisses para abater alguns dos mais belos exemplares do
rebanho; consideravam que se os sacrificassem em honra dos deuses, os deuses dificilmente ficariam
irados. Ulisses retomou sentindo o odor da carne assada; repreensão era inútil, pois o mal estava feito,
e os deuses estavam determinados a vingar o crime. Quando a carne terminou, o vento amainou,
assim o navio pode zarpar; mas nem bem estava no mar quando uma terrível borrasca surgiu e o
barco foi primeiramente esmagado pela força das ondas, e a seguir feito em pedaços por um raio.
Toda a tripulação se perdeu, salvo o próprio Ulisses, que conseguiu agarrar-se aos destroços do mastro
e quilha, no qual permaneceu por dez dias até que foi jogado nas areias da ilha de Pgigia, morada da
linda ninfa Calipso.
Calipso

Calipso tornou Ulisses seu amante e ficou com ela por sete anos, pois não tinha meios de escapar. A
deusa Atena acabou enviando Hermes, mensageiro dos deuses, para explicar à ninfa que era chegada

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a hora de deixar seu visitante seguir seu caminho. Calipso, apesar de relutante em perdê-lo, sabia que
devia obedecer, assim forneceu a Ulisses material para a confecção de uma jangada, deu-lhe comida e
bebida e invocou um vento suave para leva-lo de volta a Ítaca. Sem incidentes, aproximou-se da terra
dos Feácios, grandes marinheiros que estavam destinados a leva-lo na última etapa de sua viagem.
Mas então Possídon interviu: detestava Ulisses pelo que tinha causado a seu filho, o Ciclope Polifemo, e
agora estava irado por vê-lo tão próximo do fim de sua jornada. Então, enviou outra tempestade, que
partiu o mastro da jangada e a deixou ser levada pelo vento. Como o vento norte na época de colheita
arremessa pelos campos uma bola de cardo, o mesmo ocorreu com a sua jangada, indo para cima e
para baixo sobre as ondas. Agora o Vento Sul o jogaria para o Norte como um jogo, e agora o Leste o
deixaria para ser perseguido pelo Oeste.

Ulisses foi salvo da morte certa pela intervenção da ninfa marinha Ino. Ela deu-lhe
seu véu, instruindo-o a atá-la ao redor da cintura e então a abandonar o barco e se dirigir para a praia.
Como uma grande onda despedaçou sua jangada, Ulisses fez o que tinha lhe sido dito. Por dois dias e
duas noites nadou em frente, mas no terceiro dia alcançou as praias de Feácia e acabou conseguindo
chegar à costa rochosa na foz de um rio. Atirou o véu de Ino de volta ao mar e deitou-se numa moita
espessa para dormir.

De Urano a Crono

A primeira fase do Cosmo segue-se o que se poderia chamar estágio intermediário em que Urano (Céu)
se une a Géia (Terra), de que procede numerosa descendência: Titãs, Titânidas, Ciclopes,
Hecatonquiros, além dos que nasceram do sangue de Urano e de todos os filhos destes e daqueles.

A união de Urano e Géia é o que se denomina hierogamia, um casamento sagrado, cujo objetivo
precípuo é a fertilidade da mulher, dos animais e da terra. É que o casamento sagrado “atualiza a
comunhão entre os deuses e os homens; comunhão por certo passageira, mas com significativas
conseqüências. Pois a energia divina convergia diretamente sobre a cidade - em outras palavras, sobre
a.Terra. - santificava-a e lhe garantia a prosperidade e a felicidade para o ano que começava”. Essas
hierogamias se encontram em quase todas as tradições religiosas. Simbolizam não apenas as
possibilidades de união com os deuses, mas também uniões de princípios divinos que provocam certas
hipóstases. Uma das mais célebres dessas uniões é a de Zeus (o poder, a autoridade) e Têmis (a
justiça, a ordem eterna) que deu nascimento a Eunomia (a disciplina), Irene (a paz) e Dique (a
justiça).

Curioso que o casamento, instituição que preside à transmissão da vida, aparece muito aureolado de
um culto que exalta e exige a virgindade, simbolizando, vezes assim, a divina da vida, de que as uniões
do homem e da mulher são apenas origem projeções, receptáculos, instrumentos e canais transitórios.
No Egito havia as esposas de Amon deus da fecundidade. Eram normalmente princesas, consagradas
ao deus e, que dedicavam sua virgindade a essa teogamia. Em Roma, as Vestais, sacerdotisas de
Vesta, deusa da lareira doméstica, depois deusa da Terra, a Deusa Mãe, se caracterizavam por uma
extrema exigência de pureza. Retornando à primeira geração divina, temos inicialmente o seguinte
quadro:

o Urano – Géia
o Titãs: Oceano, Ceos, Crio, Hipérion, Jápeto, Crono
o Titânidas: Téia, Réa, Têmis, Mnemósina, Febe, Tétis
o Ciclopes: Arges, Estéope, Brontes

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Titãs

Em grego (Titán), é aproximado, em etimologia popular, de (títaks), rei, e (titéne), rainha, termos
possivelmente de procedência oriental: nesse caso, Titã significaria soberano, rei. Carnoy prefere
admitir que os Titãs tenham sido primitivamente deuses solares e seu nome se explicaria pelo pelágico
Tita, brilho, luz. A primeira hipótese parece mais clara e adequada às funções dos violentos Titãs no
mito grego. Os Titãs simbolizam as forças brutas da terra e, por conseguinte, os desejos terrestres em
atitude de revolta contra o espírito, isto é contra Zeus. Juntamente com os Ciclopes, os Gigantes e os
Hecatonquiros representam as manifestações elementares, as forças selvagens e insubmissão da
natureza nascente, prefigurando a primeira etapa da gestação evolutiva. Ambiciosos, revoltados e
indomáveis, adversários tenazes do espírito consciente, patenteado em Zeus, não simbolizam apenas
as forças brutas da natureza, mas, lutando contra o espírito exprimem a posição à espiritualização
harmonizante. Sua meta é a dominação, o despotismo.

Oceano

Em grego (Okeanós), sem etimologia ainda bem definida. É possível que se trate de palavra oriental
com o sentido de circular, envolver. Parece que Oceano era concebido, a princípio, como um rio-
serpente, que cercava e envolvia a terra. Pelo menos esta é a idéia que do mesmo faziam os sumérios,
segundo os quais a Terra estava sentada sobre o Oceano, o rio-serpente. No mito grego, Oceano é a
personificação da água que rodeia o mundo: é representado como um rio, o Rio-Oceano, que corre em
torno da esfera achatada da terra, como diz Ésquilo em Prometeu Acorrentado: Oceano, cujo curso,
sem jamais dormir, gira ao redor da Terra imensa.

Quando, mais tarde os conhecimentos geográficos se tomaram mais precisos, Oceano passou a
designar o Oceano Atlântico o limite ocidental do mundo antigo. Representa o poder masculino, assim
como Tétis, sua irmã e esposa, simboliza o poder e a fecundidade feminina do mar. Como deus,
Oceano é o pai de todos os rios, que, segundo a Teogonia, são mais de três mil, bem como das
quarenta e uma Oceânidas, que personificam os riachos, as fontes e as nascentes. Unidas a deuses e,
por vezes, a simples mortais, são responsáveis por numerosa descendência. Ou em razão mesmo de
sua vastidão, aparentemente sem limites, é a imagem Oceano, da indistinção e da indeterminação
primordial.

De outro lado, o simbolismo do Oceano se une ao da água, considerada como origem da vida. Na
mitologia egípcia, o nascimento da Terra e da vida era concebido como uma emergência do Oceano, à
imagem e semelhança dos montículos lodosos que cobrem o Nilo, quando de sua baixa. Assim, a
criação, inclusive a dos deuses, emergiu das águas primordiais. O deus primevo era chamado a Terra
que emerge. Afinal. as águas simbolIzam a soma de todas as virtualidades: são a fonte, a origem e o
reservatório de todas as possibilidades de existência. Precedem a todas as formas e suportam toda a
criação.

Oceano e suas filhas, as Oceânidas, surgem na literatura grega como personagens da gigantesca
tragédia de Ésquilo, Prometeu Acorrentado. Oceano, apesar de personagem secundária na peça, um
mero tritagonista, é finalmente marcado por Ésquilo: tímido, medroso e conciliador, está sempre
disposto a ceder diante do poderio e da arrogância de Zeus. Com o caráter fraco de seu pai contrastam
as Oceânidas, que formam o coro da peça: preferem ser sepultadas com Prometeu a sujeitar-se à
prepotência do pai dos deuses e dos homens.

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Mesmo quando os Titãs, após a mutilação de Urano, se apossaram do mundo, Oceano resolveu não
participar das lutas que se seguiram, permanecendo sempre à parte como observador atento dos fatos.
Dada a pouca ou nenhuma importância dos Titãs Ceos, Crio e Hipérion no mito grego, a não ser por
seus casamentos, filhos e descendentes, vamos diretamente a Crono.

Ciclope

Em grego (Kyklops), olho redondo, pois os Ciclopes eram concebidos como seres monstruosos com um
olho só no meio da fronte. Demônios das tempestades, os três mais antigos são chamados, por isso
mesmo, Brontes, o trovão, Estéropes, o relâmpago, e Arges, o raio.

Os mitógrafos distinguem três espécies de Ciclopes: os Urânios (filhos de Urano e Géia), os Sicilianos,
companheiros de Polifemo, como aparece na Odisséia de Homero e os Construtores. Os primeiros,
Brontes, Estéropes e Arges são os urânios. Encadeados pelo pai, foram, a pedido de Géia, libertados
por Crono, mas por pouco tempo. Temendo-os, este os lançou novamente no Tártaro, até que,
advertido por um oráculo de Géia de que não poderia vencer os Titãs sem o concurso dos Ciclopes,
Zeus os libertou definitivamente. Estes, agradecidos, deram-lhe o trovão, o relâmpago e o raio. A
Plutão ou Hades ofereceram um capacete que podia torna-lo invisível e a Possídon, o tridente. Foi
assim, que os Olímpicos conseguiram derrotar os Titãs. A partir de então tornaram-se eles os artífices
dos raios de Zeus.

Como o médico Asclépio, filho de Apolo, fizesse tais progressos em sua arte, que chegou mesmo a
ressuscitar vários mortos, Zeus, temendo que a ordem do mundo fosse transtornada, fuminou-o.
Apolo, não podendo vingar-se de Zeus, matou os Ciclopes, fabricantes do raio, que eliminaria o deus
da medicina.

O segundo de Ciclopes, impropriamente denominados sicilianos, tendem a confundir-se com aqueles de


que fala Homero na Odisséia. Estes eram selvagens gigantescos, dotados de uma força descomunal e
antropófagos. Viviam perto de Nápoles, nos chamados campos de Flegra. Moravam em cavernas e os
únicos bens que possuíam eram seus rebanhos de carneiros. Dentre esses Ciclopes destaca-se
Polifemo, imortalizado pelo cantor de Ulisses e depois, na época clássica, pelo drama satírico de
Eurípedes, o Ciclope, o único que chegou completo até nós.

Na época Alexandrina, os Ciclopes homéricos transformaram-se em demônios subalternos, ferreiros e


artífices de todas as armas dos deuses, mas sempre sob a direção de Efesto, o deus por excelência,
das forjas. Habitavam a Sicília, onde possuíam uma oficina subterrânea. De antropófagos se
transmutaram na erudita poesia Alexandrina em frágeis seres humanos, mordidos por Eros.

A terceira leva de Ciclopes proviria da Lícia. A eles era atribuída a construção de grandes monumentos
da época pré-histórica, formados de gigantescos blocos de pedra, cujo transporte desafiava as forças
humanas. Ciclopes pacíficos, esses Gigantes se colocaram a serviço de heróis lendários, como Preto, na
fortificação de Tirinto, e Perseu, na construção da fortaleza de Micenas.

Vênus

Nascimento de Vênus

Da espuma do mar, fecundada pelo sangue de Urano (o Céu) nasceu uma jovem levada em primeiro
lugar para a ilha de Cítera e em seguida a Chipre. Deusa encantadora, não tardou percorrer a costa, e

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as flores nasciam sob os seus pés delicados. Chama-se Afrodite, Vênus, ou Citeréia, do nome da ilha a
que aportou, ou ainda Cipris, do nome da Ilha em que é honrada. Pelo menos, é essa a tradição mais
difundida, pois algumas lendas diferentes vieram confundir-se em Vênus que, às vezes, surge como
filha de Júpiter e de Dionéia. É também a que devemos adotar, pois os artistas que representaram o
nascimento de Vênus mostram sempre a deusa no momento em que sai das vagas.

Nas pinturas antigas, Vênus é freqüentemente representada deitada sobre uma simples concha; nas
moedas, vemo-la num carro puxado pelos Tritões e pelas Tritônidas. Finalmente, numerosos baixos-
relevos no-la apresentam seguida de hipocampos ou centauros marinhos. No século dezoito, os
pintores franceses e notadamente Boucher, virem no nascimento de Vênus um tema infinitamente
gracioso e útil à decoração. Uma multidão de pequenos cupidos paira nos ares ou escolta a deusa.
Aliás, os pintores franceses seguiram, nesse ponto, as tradições bebidas da Itália.

Conformando-se à narração dos poetas, Albane colocou a deusa num carro puxado por cavalos
marinhos. Assim é que ela vai ter a Cítera, onde a aguarda Peitho (a Persuasão), que, na margem,
estende os braços à jovem viajante. Cupido está sentado perto do mar; as Nereidas e os Amores
montados em delfins formam o cortejo da deusa. Alegres Amores festejam a chegada de Vênus, e
outros esvoaçam no ar semeando flores na passagem.

Num quadro dotado de grande frescor e brilho, que faz parte do museu de Viena, Rubens pintou a
festa de Vênus em Cítera. Ninfas, sátiros e faunos dançam em torno da sua estátua, enquanto os
Amores entrelaçam guirlandas de flores e enchem os ares de alegres cadências. Ao fundo, mostrou o
pintor o templo da deusa.

O atavio de Vênus é um tema que a arte e a poesia fixaram bem. Enquanto as Horas estavam
incumbidas da educação da deusa, as Graças presidiam aos cuidados do seu atavio. Uma multidão de
quadros reproduziu tão encantadora cena, e os pintores não deixaram de acrescentar todos os
pormenores que lhes sugeriu a imaginação. Quando Boucher faleceu, tinha sobre o cavalete um quadro
representando o atavio de Vênus. Prudhon pintou Vênus estendida num leito antigo e servida pelos
Amores que lhe perfumam os cabelos, lhe estendem um espelho, queimam perfumes em torno da
deusa, trazem-lhe jóias e lhe entrelaçam guir1andas de flores. Rubens também faz intervir Cupido que
segura um espelho no qual a mãe se fita; infelizmente é uma velha que lhe arranja os cabelos. A
velhice lenta e enrugada jamais deve aproximar-se de Vênus.

Albane, que está longe de ser artista de primeira ordem, é, no entanto, o que mais lembra, pela
natureza de suas composições. as graciosas ficções da antiguidade sobre Vênus. O Atavio de Vênus,
quadro que infelizmente escureceu, é talvez, a sua obra-prima como concepção mitológica. Num
terraço, beira-mar, Vênus contempla-se num espelho que o Cupido lhe apresenta, enquanto as Graças
lhe perfumam a linda cabeleira, e lhe arranjam os atavios. Diante dela está uma fonte onde o Amor faz
que matem a sede duas pombas. Um palácio aéreo, como convém a Vênus, aparece no fundo de um
tanque, ao passo que, nas nuvens, Amores alados atrelam cisnes brancos ao carro de ouro que vai
conduzir o passeio a deusa, e enchem os ares dos seus melodiosos concertos.

Tipo e Atributos de Vênus

O culto sírio de Astarte, diz Ottfried Mueller, parece, encontrando na Grécia alguns indícios indígenas,
ter dado nascimento ao culto célebre e difundido por toda parte de Vênus Afrodite. A Idéia
fundamental da grande deusa Natureza, sobre a qual ela repousava, nunca se perdeu inteiramente; o
elemento úmido que formava no Oriente o Império reservado a essa divindade continuou a ser

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submetido ao poder de Vênus Afrodite nas costas e nos portos em que era venerada; sobretudo o mar,
o mar tranqüilo e calmo, refletindo o céu no espelho úmido das suas ondas, parecia, aos olhos dos
gregos, urna expressão de sua divinal natureza.

Quando a arte, no ciclo de Afrodite, deixou para trás as pedras grosseiras e os ídolos informes do culto
primitivo, a idéia de uma deusa cujo poder se estende por toda parte e à qual ninguém pode resistir,
animou as tuas criações; gostava-se de a representar sentada num trono, segurando nas mãos os
sinais simbólicos de uma natureza repleta de mocidade e esplendor, de uma luxuriante abundância: a
deusa estava inteiramente envolta nas dobras das suas vestes (a túnica mal lhe deixava à mostra urna
parte do seio esquerdo) que se distinguiam pela elegância, pois precisamente nas imagens de Vênus a
graça rebuscada das vestes e dos movimentos parecia pertencer ao caráter da deusa. Nas obras saídas
da escola de Fídias, ou produzidas sob a influência dessa escola, a arte representa em Afrodite o
principio feminino e a união dos sexos em toda a sua santidade e grandeza.

Vê-se ali, antes, uma união durável formada com o fito do bem geral, e não uma aproximação efêmera
que deve terminar com os prazeres sensuais que ele proporciona. A nova arte Ática foi a primeira que
tratou do tema de Afrodite com um entusiasmo puramente sensual e que divinizou, nas representações
figuradas da deusa, já não mais apenas um poder ao qual o mundo inteiro obedecia, mas antes a
individualidade da beleza feminina.

Vênus dá leis ao céu, à terra, às ondas e a todas as criaturas vivas. Foi ela que deu o germe das
plantas e das árvores, foi ela que reuniu nos laços da sociedade os primeiros homens, espíritos ferozes
e bárbaros, foi ela que ensinou a cada ser a unir-se a uma companheira. Foi ela que nos proporcionou
as inúmeras espécies de aves e a multiplicação dos rebanhos. O carneiro furioso luta, às chifradas, com
o carneiro. Mas teme ferir a ovelha. O touro cujos longos mugidos faziam ecoar os vales e os bosques
abandona a ferocidade, quando vê a novilha. O mesmo poder sustenta tudo quanto vive sob os amplos
mares e povoa as águas de peixes sem conta. Vênus foi a primeira em despojar os homens do aspecto
feroz que lhes era peculiar. Dela foi que nos vieram o atavio e o cuidado do próprio corpo. (Ovídio).

Vênus Celeste e Vênus Vulgar

Pausânias, na sua descrição de Tebas, assinala várias estátuas de Vênus, da mais alta antiguidade, pois
haviam sido feitas com o lenho dos navios de Cadmo e consagradas pela própria Harmonia. A primeira,
diz ele, é Vênus celeste, a segunda Vênus vulgar, e a terceira é chamada preservadora. Foi a própria
Harmonia que lhe impôs tais nomes para distinguir essas três espécies de Amores: um celeste, ou seja,
casto, outro vulgar, ou seja, preso ao corpo, o terceiro desordenado, que leva os homens às uniões
incestuosas e detestáveis. Era à Vênus preservadora que se dirigiam às preces para a preservação dos
desejos culposos. (Pausânias).

Temos interessante exemplo desse ótimo aspecto de Vênus numa decisão do senado romano, o qual,
segundo os livros sibilinos consultados pelos decênviros, ordenara a dedicação de uma estátua de
Vênus vesticordia (convertedora), como meio de reconduzir as moças devassas ao pudor do sexo.
(Valério Máximo).

A tartaruga, emblema da castidade das mulheres, era consagrada a Vênus celeste, e o bode, símbolo
contrário, consagrado à Vênus vulgar. As Imagens da deusa, que se encontravam em todas as casas,
eram, além de tudo, acompanhadas de inscrições que Indicavam o seu caráter. Eis aqui uma que
chegou até nós: "Esta Vênus não é a Vênus popular, é a Vênus urânia. A casta Crisógona colocou-a na
casa de Amphicles, a quem deu vários filhos, comoventes penhores da sua ternura e fidelidade. Todos

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os anos, o primeiro cuidado desses felizes esposos é de vos invocar, poderosa deusa, e em prêmio da
sua piedade, todos os anos lhes aumentais a ventura. Prosperam sempre os mortais que honram os
deuses”. (Teócrito).

Vênus celeste está caracterizada pela veste estrelada. Vemo-la figurada numa pintura de Pompéia onde
está representada de pé com um diadema na cabeça e um cetro na mão. O famoso escultor Scopas
fizera para a cidade de Élis uma Vênus vulgar que pusera sentada sobre um bode; figura análoga se
encontra em outra pedra gravada antiga. No século XIX, o pintor Gleyre compôs um belíssimo quadro
sobre o mesmo tema. Essa Vênus era sobretudo honrada em Corinto, cidade marítima que sempre se
celebrizou pelas cortesãs. Ali é que vivia a famosa Laís, em tomo da qual se lê o seguinte epigrama na
Antologia: "Eu, altiva Laís, de quem a Grécia era joguete, eu que tinha à porta um enxame de jovens
amantes, consagro a Vênus este espelho, pois não desejo ver-me tal qual sou, e já não posso ver-me
tal qual era.

Encontra-se na mesma coletânea outro trecho ainda mais interessante: Minarete, que há pouco
estendia os fios da trama e sem cessar fazia ressoar a lançadeira de Minerva, acaba de consagrar a
Vênus o seu cesto de trabalho, as suas lãs e os seus fusos, todos instrumentos seus de labor,
queimando-os no altar: "Desaparecerei, exclamou, instrumentos que deixais morrer de fome as pobres
mulheres e murchais a beleza das Jovens!” Depois pegou coroas um alaúde e pôs-se a levar vida
alegre nas festas e nos banquetes. “Ó Vênus, diz ela à deusa, hei de trazer-te o dízimo dos meus
benefícios; proporciona-me trabalho no teu interesse e no meu” (Antologia).

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Pigmaleão e a sua Estátua

A ilha de Chipre era particularmente renomada pelas cortesias. O escultor Pigmaleão que ali vivia
sentiu-se de tal modo impressionado com a desfaçatez das mulheres do país, que resolveu viver no
celibato. Mas como a sua imaginação sonhasse constantemente com uma formosura de caráter
diferente, esculpiu uma estátua de marfim, representando uma mulher que à castidade de expressão
unia a pureza das formas. A Imagem lhe agradou tanto, que por ela se apaixonou; infelizmente faltava
a vida àquela pudica beleza, e quando Pigmaleão contemplava as mulheres vivas, via nelas a beleza,
mas nunca o pudor. Ao chegar o dia da festa de Vênus, dia que com tamanha magnificência se celebra
na ilha de Chipre, Pigmaleão dirigiu-se ao templo da deusa, que encontrou perfumado com incenso, e
rodeado de novilhas brancas, cujas pontas haviam sido douradas e que seriam imoladas. “Grande
deusa, exclamou abraçando o altar, faze com que me tome marido de mulher perfeita como a estátua
que esculpi!”.

Parece que não estava em poder da deusa descobrir em Chipre mulher provida da casta beleza
sonhada pelo artista, pois Vênus, para lhe ser agradável, preferiu recorrer ao milagre. Com efeito,
quando o escultor voltou, foi abraçar a estátua, e viu-lhe as faces corar: o marfim amoleceu-se e a
estátua animou-se. Pigmaleão, encantado, agradeceu à deusa, que desejou pessoalmente assistir ao
himeneu.

A história de Pigmaleão constitui o tema do ultimo quadro pintado por Girondet, e que figurou no salão
de 1819. Não se imagina a quantidade de brochuras aparecidas desde então para louvar ou criticar o
pintor. O mais interessante foi que os médicos houveram por bem mesclar-se à discussão, e examinar,
com ridícula seriedade, a questão de saber se o artista tivera razão em animar, primeiramente, a
cabeça da estátua, cujas pernas continuam ainda de marfim, e se teria sido mais conveniente fazer
recomeçar a vida pelo peito, que encerra o coração e os pulmões.

A estátua animada por Pigmaleão deu-lhe um filho que foi fundador de Patos, cidade de Chipre, célebre
pelo culto ali prestado a Vênus.

Vênus de Cnido

Na origem, não se tinha o hábito de representar Vênus, no instante em que sai da espuma do mar, ou
seja, inteiramente nua. Assim, foi a obra de Praxíteles considerada novidade, e a própria deusa
testemunha, pela boca de um antigo autor, o espanto por se ver assim desprovida de vestes. "Mostrei-
me a Páris, Anquises e Adônis é verdade, mas onde foi que Praxíteles me viu?" (Antologia).

Narra Plínio que Praxíteles, a quem os habitantes de Cos haviam encomendado uma Vênus, lhes deu a
escolher entre duas estátuas, uma das quais estava vestida, ao passo que a outra estava nua.
Preferiram eles a primeira, e Praxíteles vendeu a segunda aos habitantes de Cnido que se
congratularam com a compra, pois ela granjeou reputação e fortuna ao país. A Vênus de Cnido parece
ter sido o tipo da maioria das estátuas da deusa, quando se representava no momento do nascimento.

O Júpiter de Fídias e a Vênus de Cnido por Praxíteles eram considerados, nos diferentes gêneros, dois
produtos dos mais perfeitos da escultura. Dizia Plínio: “De todas as partes da terra, navega-se em
direção a Cnido, para contemplar a estátua de Vênus.” O rei Nicomedes ofereceu aos cnidianos, em
troca da estátua, a totalidade das dívidas deles, que eram importantes. Recusaram a oferta, e com
razão, acrescenta Plínio, pois a obra-prima constitui o esplendor da cidade. Uma multidão de escritores
da Antigüidade nos legou sinais da admiração que lhes inspirava a obra-prima para a qual se fizera a

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seguinte inscrição: Ao verem a Vênus de Cnido, Minerva e Juno disseram uma à outra: Não acusemos
mais Páris.

Entre as numerosíssimas estátuas que podem prender-se à mesma série, a mais famosa é a Vênus de
Médicis, situada na tribuna da Galeria de Florença. Eis a descrição que dela fazia o catálogo do Louvre,
onde figurou durante quinze anos: -A deusa dos Amores acaba de sair da espuma do mar, onde
nasceu; a beleza virginal aparece, na margem encantada de Cítera, sem outro véu que a atitude de
pudor. Se a cabeleira lhe não flutua sobre os divinos ombros, é por que as Horas. com as suas mãos
celestiais, acabam de lha arranjar (Hino homérico). Um delfim e uma concha estão aos seus pés: são
os símbolos do mar, elemento natal de Vênus.

Os dois Amores que o encimam não são os filhos da deusa. Um deles é o Amor primitivo (Eros) que
desemaranhou o Caos; o outro é o Desejo (Himeros) que aparecera no mundo ao mesmo tempo que o
primeiro ser sensível. Ambos a viram nascer e jamaIs se lhe afastaram dos passos (teogonia de
Hesíodo). A Vênus de Médicis tem as orelhas furadas, como já se observou em outras estátuas da
mesma deusa; sem dúvida pendiam delas esplêndidos brincos. O braço esquerdo conserva no ano o
sinal evidente do bracelete chamado spinther, representado em escultura em várias das suas imagens.
Uma inscrição colocada sobre o plinto nos diz que o autor da Vênus de Médicis é Cleômenes, ateniense,
filho de Apolodoro.

Vênus nem sempre está de pé quando sai das águas, e uma numerosa série de estátuas,
ordinariamente designadas com o nome de Vênus agachadas, apresenta-nos a deusa apoiando um dos
joelhos ao chão para tomar a erguer-se. O nome da Vênus no banho também lhe é atribuído. Quando
a deusa aperta a cabeleira úmida, chamam-lhe de Vênus anadiomene. Apeles fizera uma Vênus
anadiomene da qual os antigos elogiavam bastante a beleza. Os habitantes de Cos exigiram outra
Vênus semelhante, do mesmo artista, mas ele morreu deixando a obra incompleta.

A Vênus de Apeles foi celebrada várias vezes na Antologia: "Esta Vênus, que sai do seio materno das
águas, é obra do pincel de Apeles. VI como, pegando com a mão a cabeleira molhada, espreme a
água! Agora as próprias Juno e Minerva dirão: “Não queremos mais disputar-lhe o premio da beleza”
(Antologia).

Vênus Genitrix

Considerada como geradora do gênero humano, Vênus está sempre vestida. Nas estátuas, as dobras
da sua veste indicam freqüentemente que está molhada, e às vezes traz um dos seios descobertos, por
ser a nutriz universal. As medalhas a mostram vestida e com os dois seios cobertos, mas ela está
freqüentemente acompanhada de um menino: a deusa, nesse caso, recebe o nome de Vênus genitrix.
Temos no Louvre uma bela estátua de Vênus genitrix com um seio descoberto; de resto, o mesmo tipo
se encontra quase idêntico em vários museus.

Vênus Vitoriosa

Dá-se este nome a Vênus quando ela usa as armas de Marte. Com efeito, vemos, em várias pedras
gravadas, uma figura de Vênus segurando na mão um capacete. Às vezes está ainda acompanhada de
um escudo ou de troféus de armas. Outras segura numa das mãos o capacete, e na outra uma palma.
Essas figuras nos mostram sempre Vênus triunfante contra Marte, como conseqüência da mesma idéia
que deu nascimento a lenda de Hércules fiando aos pés de Onfales. É sempre a beleza a dominar a
força.

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A associação de Marte e Vênus está igualmente fixada em duas pinturas de Herculanum, onde se nos
deparam Amores preparando o trono das duas divindades. Um capacete está representado no trono de
Marte e uma pomba no de Vênus. A pomba é, com efeito, o atributo especial de Vênus, como o
capacete é o atributo de Marte.

Colocam-se, outrossim, entre as Vênus vitoriosas uma série de estátuas que só têm vestes para cobrir
os membros Inferiores, e que têm por caráter determinante a colocação de um dos pés sobre uma
pequena elevação. Tal postura implica a idéia da dominação sobre Marte, quando é um capacete que
suporta o pé e sobre o mundo, quando ele se apóia simplesmente num rochedo. Neste caráter, não
tem a deusa a graça que se lhe dá como Vênus nascente; pelo contrário, assume as atitudes de
heroína. As formas do corpo estão repletas de vigor e força, e as feições possuem uma expressão de
brutalidade desdenhosa muito distante do sorriso. A Vênus de Milo é considerada o tipo mais completo
dessa classe de estátuas. A beleza grave e sem afetação de tal figura nada tem do agradável
coquetismo que a maioria dos artistas dos últimos séculos considera apanágio essencial da mulher. Foi
no mês de fevereiro de 1820 que um pobre camponês grego a descobriu, remexendo as terras do seu
jardim. A estátua, feita de mármore de Paros, está constituída por dois blocos cuja união se oculta
mediante as dobras da túnica.

Afrodite

Deusa do amor e da beleza. Na lenda de Homero, ela é dita como sendo a filha de Zeus e Dione, uma
de suas consortes, mas na Teogonia de Hesíodo, ela é descrita como nascida da espuma do mar e,
etimologicamente, seu nome quer dizer "erguida da espuma." De acordo com Homero, Afrodite é a
esposa de Hefaístos, o deus das artes manuais.

Seus amantes incluem Ares, deus da guerra, que posteriormente foi representado como seu marido.
Era a rival de Perséfone, rainha do mundo subterrâneo, pelo o amor do belo jovem Adônis. Talvez a
lenda mais famosa sobre Afrodite diga respeito à causa da Guerra de Tróia. Eris, a personificação da
discórdia - a única deusa que não foi convidada ao casamento de Peleu e da ninfa Tétis - ressentida
com os deuses, arremessou uma maçã dourada no corredor onde se realizava o banquete, sendo que
na fruta estavam gravadas as palavras "à mais bela." Quando Zeus se recusou a julgar entre Hera,
Atena, e Afrodite, as três deusas que reivindicaram a maçã, elas pediram à Páris, príncipe de Tróia,
para fazer a premiação. Cada deusa ofereceu à Paris um suborno: Hera, prometeu-lhe que seria um
poderoso governante; Atena, que ele alcançaria grande fama militar; e Afrodite, que ele teria a mulher
humana mais linda do mundo. Páris declarou Afrodite como a mais bela e escolheu como prêmio
Helena, a esposa do rei grego Menelau. O rapto de Helena por Páris foi a causa da Guerra de Tróia.

Anfitrite

Deusa do mar, filha de Nereu ou de Oceano, e esposa de Posêidon. Na escultura, ela freqüentemente
aparece sentada próxima à Posêidon numa carruagem puxada por Tritões.

Ares

Deus da guerra e filho de Zeus, rei dos deuses, e sua esposa, Hera. Os romanos o identificaram com
Marte, também um deus da guerra. Ares, sanguinário e agressivo, personificava a natureza brutal da
guerra. Era impopular tanto com os deuses quanto com os humanos. Entre as divindades associadas
com Ares estavam sua mulher Afrodite, deusa do amor, e divindades menos importantes, como Deimos

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(o Temor) e Fobos (o Tumulto), que o acompanhavam em batalha. Embora Ares fosse bélico e feroz,
não era invencível, mesmo contra os mortais. A adoração de Ares, que se acredita ter origem na
Trácia, não se estendia à toda a antiga Grécia, e onde existiu, não tinha importância social ou moral.
Ares era uma divindade ancestral de Tebas e tinha um templo em Atenas, aos pés do Areópago, ou
Colina de Ares.

Aristeu

Filho de Apolo e da ninfa Cirene. Era adorado como o protetor dos caçadores, pastores e rebanhos, e
como o inventor da apicultura e da arte de cultivar azeitonas. Quando Aristeu tentou seduzir Eurídice, a
esposa do célebre músico Orfeu, ela fugiu dele e acabou sendo mortalmente ferida com a picada de
uma cobra. As ninfas o puniram fazendo todas as suas abelhas morrerem. Mas ele amenizou as ninfas
com um sacrifício de seu gado, de cujas carcaças emergiram novas colméias de abelhas. Aristeu era
conhecido nas artes da cura e da profecia, e vagou por muitas terras para compartilhar seu
conhecimento e curar doentes. Era largamente venerado como um deus beneficente e freqüentemente
era representado como um pastor juvenil carregando um cordeiro.

Ártemis

Uma das principais deusas. Era a filha de Zeus e de Leto, e a irmã gêmea de Apolo. Era a caçadora-
chefe dos deuses e a deusa da caça e dos animais selvagens, especialmente os ursos. Ártemis era
também a deusa do parto, da natureza e da colheita. Como deusa de lua, ela às vezes foi identificada
com as deusas Selene e Hécate. Embora tradicionalmente seja a amiga e protetora das mulheres,
especialmente as jovens, Ártemis impediu os gregos de navegar até Tróia durante a guerra até que
eles sacrificassem uma virgem para ela. De acordo com algumas histórias, justamente antes do
sacrifício, ela salvou a vítima, a jovem Ifigênia. Como Apolo, Ártemis se armava de um arco e flechas,
com o qual ela freqüentemente punia mortais que a ofendiam. Em outras lendas, ela é elogiada por dar
às mulheres jovens que morriam nos partos uma morte rápida e sem dor.

Asclépio

O deus da medicina. Era filho de Apolo e da virgem Coronis, da Tessália. Zangado porque Coronis era
infiel a ele, Apolo matou-a e arrancou o nascituro Asclépio de seu ventre. Mais tarde ele enviou
Asclépio ao centauro Quíron para ser educado. Asclépio aprendeu com Quíron a arte da cura e logo se
tornou um grande médico. Por Asclépio ameaçar a ordem natural das coisas e por ressuscitar os
mortos, Zeus o matou com um trovão. O culto à Asclépio centralizou-se em Epidauro, mas era popular
por todo o mundo Greco-Romano. Os santuários de Asclépio funcionavam como refúgios para
restabelecer a saúde, onde regimes terapêuticos tais como exercícios e dietas eram prescritos. A
prática mais importante associada com as curas era o ritual da incubação, em que as pessoas aflitas
eram adormecidas dentro de um templo ou cerco sagrado na esperança de que o deus viesse ter com
eles em seus sonhos e prescrevesse a cura para suas doenças.

Palas Atena

Deusa da Sabedoria, também chamada de Atena. Filha de Zeus e de sua primeira mulher, Métis, deusa
da Prudência. Segundo a tradição, quando Métis estava grávida, Zeus a engoliu, por temer que seu
filho viesse a destroná-lo. Mais tarde, atormentado por uma dor de cabeça, pediu a Hefaístos que lhe
abrisse o crânio com uma machadada. De sua cabeça saiu Atena, armada e coberta com o elmo do
Saber. Uma deusa virgem, era chamada Parthenos ("a virgem"). Seu templo mais importante, o

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Partenon, estava em Atenas, que, de acordo com a lenda, tornou-se seu por ter dado de presente aos
atenienses a árvore da oliveira. Atena era principalmente a deusa das cidades gregas, da indústria e
das artes, e mais tarde, tornou-se a deusa da sabedoria.

Era também deusa da guerra. Atena foi forte defensora dos gregos na Guerra de Tróia. Depois da
queda de Tróia, entretanto, os gregos não conseguiram respeitar a santidade de um templo de Atena
em que a profetisa Cassandra procurou abrigo. Como castigo, tempestades enviadas pelo deus do mar,
Posêidon, a pedido de Atena, destruiu a maioria dos navios gregos que retornavam de Tróia. Atena era
também uma patrona das artes agrícolas e do artesanato feminino, especialmente a arte de tecer e
fiar. Entre seus presentes ao homem estava a invenção do arado, a arte de domesticar animais,
construção de navios e a confecção de sapatos. Ela freqüentemente era associada com pássaros,
especialmente a coruja.

Cárites

Graças (ou Cárites), o três deusas da alegria, charme e beleza. As filhas de Zeus e da ninfa Eurínome.
Chamavam-se Aglaia (o Esplendor), Eufrosina (a Alegria) e Tália (a Floração). As Graças presidiam
sobre os banquetes, danças e todos os outros eventos sociais agradáveis, trazendo alegria e boa
vontade tanto para os deuses quanto para os mortais. Eram as auxiliares especiais das divindades do
amor, Afrodite e Eros, e junto com as Musas, cantavam aos deuses no Monte Olimpo, dançado linda
músicas que Apolo produzia em sua lira. Em algumas lendas Aglaia casou-se com Hefaístos, o artesão
dos deuses. Seu casamento explica a tradicional associação das Graças com as artes; como as Musas,
acreditava-se que elas davam o dom aos artistas e poetas para a criação de lindos trabalhos de arte.
As Graças raramente eram tratadas como indivíduos, mas sempre como uma espécie de encarnação
tripla de graça e beleza. Na arte elas normalmente são representados como jovens virgens dançando
num círculo.

Ceres

Na mitologia romana, a deusa da agricultura. Ela e sua filha Prosérpina eram as representações gregas
de Deméter e Perséfone. A crença Grega de que a alegria de Deméter em reunir-se com sua filha a
cada primavera trazia à terra um período de abundância em frutas e grãos foi introduzida em Roma no
século V a.C., e seu culto tornou-se extremamente popular, especialmente entre os plebeus. A palavra
cereal deriva de seu nome.

Destinos

As três deusas que determinavam a vida humana e seu encadeamento. Conhecidas como Moiras, os
Desatinos repartiam para cada pessoa, no momento de seu nascimento, uma parcela do bem e do
mau, embora uma pessoa pudesse acrescer o mau em sua vida por si própria. Retratadas na arte e na
poesia como mulheres velhas e severas, ou como virgens sombrias, as deusas eram freqüentemente
vistas como fiadeiras. Cloto, a fiadeira, tecia o fio da vida; Láquesis, a distribuidora de quinhões,
decidia a quantidade e designava o destino de cada pessoa; e Átropos, a inexorável, carregava o poder
de cortar o fio da vida no tempo designado. As decisões dos Destinos não podiam ser alteradas, nem
mesmo pelos deuses.

Dione

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De acordo com a Ilíada de Homero, Dione seria a mãe de Afrodite. Entretanto, há uma outra lenda
para o nascimento da deusa do amor.

Dionísio

Deus do vinho e da vegetação, que mostrou aos mortais como cultivar as videiras e fazer vinho. Filho
de Zeus, Dionísio normalmente é caracterizado de duas maneiras. Como o deus da vegetação -
especificamente das árvores frutíferas - ele freqüentemente é representado em vasos bebendo em um
chifre e com ramos de videira. Ele eventualmente tornou-se o popular deus do vinho e da alegria, e
milagres do vinho eram reputadamente representados em certo festivais de teatro em sua
homenagem. Dionísio também é caracterizado como uma divindade cujos mistérios inspiraram a
adoração ao êxtase e o culto às orgias. As bacantes era um grupo de devotos femininos que deixavam
seus lares para vagar de maneira errante em busca de êxtase em devoção à Dionísio. Usavam peles de
veado e a eles eram atribuídos poderes ocultos. Dionísio era bom e amável àqueles que o honravam,
mas trazia loucura e destruição para aqueles que desprezavam as orgias a ele dedicadas.

De acordo com a tradição, Dionísio morria a cada inverno e renascia na primavera. Para seus
seguidores, este renascimento cíclico, acompanhado pela renovação da terra com o reflorescer das
plantas e a nova frutificação das árvores, personificavam a promessa da ressurreição de Dionísio. Os
rituais anuais em homenagem à ressurreição de Dionísio gradualmente foram se desenvolvendo no
drama grego, e importantes festivais eram celebrados em honra do deus, durante os quais grandes
competições dramáticas eram conduzidas. O festival mais importante, as Dionisíacas, era celebrado em
Atenas por cinco dias a cada primavera. Foi para estas celebrações que os dramaturgos Ésquilo,
Sófocles, e Eurípides escreveram suas grandes tragédias. Por volta do século V a.C., Dionísio era
também conhecido entre os gregos como Baco, um nome que se referia aos altos brados com os quais
Dionísio era adorado nas orgias, ou mistérios dionisíacos. Estas celebrações frenéticas, que
provavelmente se originaram em festivais primaveris, ocasionalmente traziam libertinagem e
intoxicações.

Esta foi a forma de adoração pela qual Dionísio tornou-se popular no século II a.C., na Itália, onde os
mistérios dionisíacos eram chamados de Bacanália. As indulgências das Bacanálias tornaram-se
extrema, e as celebrações foram proibidas pelo Senado Romano em 186 a.C.. Entretanto, no século I
d.C. os mistérios dionisíacos eram ainda populares, como se evidencia em representações encontradas
em sarcófagos gregos.

Éolo

Nome de duas figuras mitológicas. Era melhor conhecido como o deus dos ventos. Vivia em Eólia, uma
ilha flutuante, com seus seis filhos e seis filhas. Zeus tinha lhe dado o poder de acalmar e despertar os
ventos. Quando o herói grego Odisseu (Ulisses) visitou Éolo, ele foi recebido como um convidado de
honra. Como presente de Éolo, ao partir, Odisseu (Ulisses) recebeu dele um vento favorável e uma
sacola de couro repleta com todos os ventos. Os marinheiros de Odisseu (Ulisses), pensando se tratar
de uma sacola com ouro, abriram-na e a costa foi imediatamente varrida pelos ventos. Depois disso,
Éolo se recusou a ajudá-los novamente. Outro Éolo na mitologia grega foi o rei da Tessália. Era o filho
de Heleno, antepassado dos Helenos, os primeiros habitantes da Grécia. Éolo era o antepassado dos
gregos Eólios.

Eros - O deus do amor e relativo do Cupido romano. Na mitologia antiga, era representado como uma
das forças primitivas da natureza, o filho do Caos, e a encarnação da harmonia e do poder criativo do

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universo. Logo, entretanto, passou a ser visto como um rapaz intenso e bonito, assistido por Pótos
("ânsia") ou Hímero ("desejo"). Mais tarde a mitologia transformou-o no auxiliar constante de sua mãe,
Afrodite, a deusa do amor. Na arte grega, Eros era retratado como um jovem alado, ligeiro e bonito,
freqüentemente com olhos cobertos para simbolizar a cegueira do amor. Às vezes ele carregava uma
flor, mas mais comumente um arco de prata e flechas, com o qual ele atirava dardos de desejo contra
o peito de deuses e homens. Nas lendas e na arte romana, Eros degenerou numa criança maligna e
freqüentemente era retratado como um bebê arqueiro.

Eumênides

Antigos espíritos da terra ou deusas associados à fertilidade, mas também tendo certas funções sociais
e morais. Tradicionalmente em número de três, as Eumênides eram adoradas em Atenas e em terras
fora da Ática. Embora seu nome por vezes queira dizer "as benevolentes" "as graciosas," e "as
veneráveis," as deusas eram normalmente retratadas como as Górgonas, criaturas com cobras ao invés
de cabelos e olhos injetados de sangue. Sua aparência vai de encontro com sua identificação, em
outras lendas, com as Erínias, três deusas vingativas do mundo inferior. Na sua peça "As Eumênides", o
dramaturgo ateniense Ésquilo contou a perseguição de Orestes pelas Erínias, depois que aquele matou
sua mãe, Clitemnestra, para se vingar da morte de seu pai, Agamenon, o qual Clitemnestra havia
assassinado. Sem se importarem com os motivos que o levaram a cometer o crime, as Erínias
perseguiram Orestes por toda a parte, até Atenas. Aí Orestes apelou à deusa Atena, que presidiu seu
julgamento e lançou o voto decisivo a favor de sua absolvição. Depois deste julgamento, as Erínias
aceitaram um novo papel como guardiãs da justiça e tornaram-se conhecidas como as Eumênides.

Fúrias

Eram as três divindades que administravam a vingança divina, sendo elas: Tisífona (a vingança contra
os assassinos), Megera (o ciúme) e Alecto (a raiva contínua). Em muitas versões sobre as Erínias, diz-
se que elas são as filhas de Géia e Urano; às vezes eles são chamada de "as filhas da Noite". Viviam no
mundo subterrâneo, do qual ascendiam para a terra e perseguir o mau. Eram justas, mas sem piedade
e jamais analisavam as circunstâncias que levaram a pessoa à cometer o erro. Puniam todas as ofensas
contra a sociedade humana tal como o perjúrio, a infração dos rituais de hospitalidade e, acima de
tudo, o assassinato de parentes de sangue. Estas deusas terríveis eram horríveis para serem
contempladas; tinham cobras se retorcendo no lugar dos cabelos e olhos injetados de sangue.
Atormentavam os malfeitores perseguindo-os de lugar à lugar através da terra, enlouquecendo-os.
Uma das lendas mais famosas sobre as Erínias consiste em sua perseguição sem descanso pelo
príncipe tebano Orestes, pelo assassinato de sua mãe, a rainha Clitemnestra. Orestes havia sido guiado
por Apolo para se vingar da morte de seu pai, o rei Agamenon, a quem Clitemnestra havia assassinado.

Entretanto, as Erínias, indiferentes a seus motivos, perseguiam-no e o atormentavam. Orestes


finalmente apelou à deusa Atena, que convenceu as deusas vingadoras a aceitar o apelo de Orestes de
que ele era livre de culpa. Quando eram capazes de mostrar misericórdia, elas também se
transformavam. Das Fúrias de aparência assustadora, transformavam-se nas Eumênides, protetoras
dos suplicantes.

Géia

Géia ou Ge, a personificação da Mãe-Terra, e a filha de Caos. Era a mãe e esposa do Pai-Paraíso,
personificado como Urano. Eram os pais das primeiras criaturas que vieram a existir: os Titãs; os
Ciclopes; e os Gigantes ou Hecatônquiros (Cem Cabeças). Temendo e odiando os Gigantes, apesar

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deles serem seus filhos, Urano prendeu-os num lugar secreto na terra, deixando os Ciclopes e os Titãs
em liberdade. Géia enfurecida com o seu favoritismo, convenceu seu filho, o Titã Cronos, a derrotar
seu pai. Ele castrou Urano e de seu sangue Géia trouxe à vista os Gigantes e as três deusas da
vingança, as Erínias. A última e mais terrível concepção de Géia foi Tífon, um monstro de cem cabeças
que, embora conquistado por Zeus, vomitava rios de lava do Monte Etna.

Hebe

Deusa da juventude, filha de Zeus e Hera. Durante muito tempo Hebe foi a copeira dos deuses,
servindo a eles seu néctar e ambrosia. Foi substituída neste trabalho por Ganímedes, príncipe troiano.
De acordo com um relato, ela renunciou à tarefa de copeira dos deuses para se casar com o herói
Heracles. Em outra história, foi destituída desta posição por causa de uma queda que sofreu enquanto
atendia aos deuses.

Hécate

Deusa da escuridão, a filha do Titã Pérses e Astéria. Diferente de Ártemis, que representava o luar e o
esplendor da noite, Hécate representava a sua escuridão e seus terrores. Em noites sem luar,
acreditava-se que ela vagava pela terra com uma matilha de uivantes lobos fantasmas. Era a deusa da
feitiçaria e era especialmente adorada por mágicos e feiticeiras, que sacrificavam cães e cordeiros
negros a ela. Como deusa da encruzilhada, acreditava-se que Hécate e seu bando de cães
assombravam lugares lúgubres que pareciam sinistros aos viajantes. Na arte, Hécate era
freqüentemente representada tanto com três corpos ou três cabeças e com serpentes em torno de seu
pescoço.
Hefaístos

Deus do fogo e dos trabalhos manuais, filho de Zeus e Hera, ou às vezes apenas o filho de Hera. Em
contraste com os outros deuses, Hefaístos era manco e desajeitado. Logo após seu nascimento ele foi
expulso do Olimpo, ou por Hera, devido a sua deformidade, ou por Zeus, porque Hefaístos colocou
Hera contra Zeus. Outras lendas, entretanto, contam que ele era venerado no Olimpo e foi casado com
Afrodite, deusa do amor, ou com Aglaia, uma das três Graças. Como artesão entre os deuses, Hefaístos
fabricava armaduras, armas e jóias. Sua oficina acreditava-se estar sobre o Monte Etna, um vulcão da
Sicília. Hefaístos freqüentemente é identificado com o deus do fogo romano, Vulcano.

Hélios

Antigo deus sol, filho dos Titãs Hiperião e Téia, e irmão de Selene, deusa da lua, e Eos, deusa da
alvorada. Acreditava-se que Hélio andava diariamente em sua carruagem dourada através dos céus,
dando luz aos deuses e aos mortais. À noite ele mergulhava no oceano ocidental, do qual ele era
carregado numa taça dourada para seu palácio no leste. Hélio sozinho podia controlar os cavalos
ferozes que puxavam sua carruagem ardente. Quando seu filho Faetonte convenceu Hélio a deixá-lo
guiar a carruagem através do céu, Faetonte morreu. Como é o único deus que pode ver toda a Terra
do alto do céu, é o único que tudo sabe, e informa aos outros sobre certos segredos; e foi justamente
por ter revelado a Hefaístos que Afrodite o traía com Ares que a deusa vingou-se dele, inspirando
paixões funestas em seus descendentes: em sua filha Pasifaé e suas netas Ariadne e Fedra. Hélio foi
largamente adorado por todo o mundo grego, mas seu principal culto estava em Rodes. Uma das Sete
Maravilhas do Mundo, o Colosso de Rodes, era uma representação de Hélio.

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Hera

Rainha dos deuses, a filha dos Titãs Cronos e Réia, e a irmã e esposa de Zeus. Hera era a deusa que
protegia o casamento e a protetora de mulheres casadas. Era a mãe de Ares, deus da guerra;
Hefaístos, deus do fogo; Hebe, deusa da juventude; e Eileitia, deusa do parto. Hera era uma esposa
ciumenta, que freqüentemente perseguia as amantes de Zeus e seus respectivos filhos. Ela nunca
esquecia uma ofensa e era conhecida por sua natureza vingativa. Zangada com o príncipe Páris por
preferir Afrodite, deusa do amor, a si, a deusa ajudou os gregos na Guerra de Tróia e não sossegou até
que Tróia fosse destruída. Hera freqüentemente é identificada com a deusa romana Juno.

Hermafrodito

Filho de Hermes e Afrodite, cujos nomes compõe o seu. De uma enorme beleza, inspirou forte paixão à
ninfa Salmácis, que pediu aos deuses para nunca mais se separarem; estes juntaram os dois amantes
em um só corpo, criando um andrógino, isto é, um ser dotado de dois sexos.

Hermes

Mensageiro dos deuses, filho de Zeus e de Maia, a filha do Titã Atlas. Como servente especial de Zeus,
Hermes tinha sandálias com asas, um chapéu alado ou vara mágica, entrelaçado por cobras e coroado
com asas. Conduzia as almas dos mortos ao mundo inferior e acreditava-se possuir poderes mágicos
sobre o sono e os sonhos. Hermes era também o deus do comércio e o protetor dos comerciantes e
dos rebanhos. Como a divindade dos atletas, ele protegia os ginásios e estádios e atribuía-se a ele a
responsabilidade pela fortuna e a riqueza. Apesar de sua característica virtuosa, ele era também um
inimigo perigoso, astuto e ladrão. No dia de seu nascimento ele roubou o gado de seu irmão, o deus
Apolo, obscurecendo sua trilha e fazendo o rebanho caminhar devagar, atrasando-o. Quando inquirido
por Apolo, Hermes negou o roubo. Os irmãos finalmente se reconciliaram quando Hermes deu a Apolo
sua mais nova invenção: a lira. Hermes foi representado na arte grega como um homem barbudo e
adulto; na arte clássica ele era representado com uma juventude atlética, nu e sem barba.

Hespérides

As filhas do Titã Atlas ou da Noite. Ajudadas por um dragão, as Hespérides vigiavam uma árvore com
ramos e folhas de ouro, que produzia maçãs douradas. A árvore tinha sido dada a deusa Hera no dia
de seu casamento por Géia, a Mãe-Terra. Um dos 12 trabalhos impostos à Heracles era trazer de volta
as maçãs douradas das Hespérides.

Himeneu

Deus do casamento, filho de Apolo. Personificação do cantos núpcias.

Hipnos

Deus do sono, filho de Érebo e da Noite e irmão gêmeo de Thanatos, a Morte.

Íris

Deusa do arco-íris, filha do Titã Taumas e de Eléctra, filha do Titã Oceano. Como mensageira de Zeus e
sua esposa Hera, Íris deixava o Olimpo apenas para transmitir os ordenamentos divinos à raça
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humana, por quem ela era considerada como uma conselheira e guia. Viajava com a velocidade do
vento, podia ir de um canto do mundo a outro, ao fundo do mar ou às profundezas do mundo
subterrâneo. Embora fosse irmã das Harpias, terríveis monstros alados, Íris era representada como
uma linda virgem com asas e mantos de cores brilhantes e um halo de luz em sua cabeça, deixando no
céu o arco-íris como seu rastro. Para os gregos, a ligação entre os homens e os deuses é simbolizada
pelo arco-íris.

Morpheu

Deus dos sonhos, filho de Hipnos, deus do sono. Morpheu formava os sonhos que vinham para aqueles
que adormeciam. Ele também representava seres humanos em sonhos.

Musas

Nove deusas e filhas de Zeus e de Mnemósina, a deusa da memória. As Musas presidiam as artes e as
ciências e acreditava-se que inspiravam todos os artistas, especialmente poetas, filósofos e músicos.
Calíope era a musa da poesia épica, Clio da história, Euterpe da poesia lírica, Melpômene da tragédia,
Terpsícore das canções de coral e da dança, Erato da poesia romântica, Polímnia da poesia sagrada,
Urânia da astronomia, e Tália da comédia. Eram as companheiras das Graças e de Apolo, o deus da
música. Sentavam-se próximas ao trono de Zeus, rei dos deuses, e cantavam sobre sua grandiosidade,
a origem do mundo, seus habitantes e os feitos gloriosos dos grandes heróis. As Musas eram adoradas
por todo a Grécia antiga, especialmente em Helicon, na Beócia e em Pieria, na Macedônia.

Nêmesis

Personificação da justiça divina e a vingança dos deuses, às vezes chamada a filha da Noite.
Representava a raiva justa dos deuses contra o orgulho e a arrogância e contra os transgressores da
lei; distribuía a boa ou má sorte a todos os mortais. Ninguém podia escapar de seu poder.

Nereu

Deus do mar, filho do deus do mar Ponto e Géia, a Mãe-Terra, conhecido como o velho homem do
mar. Foi casado com Dóris, uma das filhas do Titã Oceano, com quem teve 50 lindas filhas, as ninfas
do mar, conhecidas como Nereidas. Nereu vivia no fundo do mar.

Nikê

Deusa da vitória, filha do Titã Pallas e do rio Estige. Nikê lutou com Zeus na batalha contra os Titãs, e
na arte Grega às vezes é representada como a vitória e carregando uma grinalda ou palma da vitória.

Deus dos bosques, dos campos e da fertilidade, filho de Hermes, mensageiro dos deuses, e da ninfa
Dríope. Era metade animal, metade homem, com chifres, membros inferiores, cascos e orelhas de
bode. Era uma divindade travessa, o deus dos pastores e rebanhos. Um músico maravilhoso,
acompanhava com sua flauta, as ninfas da floresta quando elas dançavam. O deus era galanteador,
mas sempre rejeitado por causa de sua feiúra. Pan assombrava as montanhas e cavernas e todos os
lugares selvagens, mas seu local predileto era a Arcádia, onde nasceu. A palavra "pânico" se supõe
derivar dos temores de viajantes que ouviam o som de sua flauta durante a solidão noturna.
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Perséfone

Filha de Zeus e de Deméter, deusa da terra e da agricultura. Hades, deus do mundo subterrâneo,
apaixonou-se por ela, desejando desposá-la. Embora Zeus consentisse, Deméter relutou. Assim, Hades
prendeu a virgem quando estava colhendo flores e levou-a para seu reino. Enquanto Deméter vagava
em busca de sua filha perdida, a terra ficou desolada. Toda a vegetação morreu e a fome devastou a
terra. Finalmente Zeus enviou Hermes, o mensageiro dos deuses, para trazer Perséfone de volta à sua
mãe. Antes de deixá-la partir, Hades pediu que comesse de uma semente de romã, o alimento dos
morto. Assim, ela foi compelida a retornar ao mundo subterrâneo por três meses de cada ano. Como
deusa dos mortos e da fertilidade da terra, Perséfone era uma personificação do renascimento da
natureza na primavera.

Posêidon

Posêidon, deus do mar, filho dos Titãs Cronos e Réia, e irmão de Zeus e Hades. Posêidon era o marido
de Anfitrite, uma das Nereidas, com quem ele teve um filho, Tritão. Entretanto, Posêidon teve
inúmeros outros casos de amor, especialmente com ninfas de riachos e fontes, e teve filhos conhecidos
pela sua selvageria e crueldade, entre eles o gigante Orion e o Ciclope Polifemo. Posêidon e Górgona
Medusa eram os pais de Pégaso, o famoso cavalo alado. Posêidon aparece proeminentemente em
inúmeros mitos antigos e lendas. Disputou sem sucesso com Atena, deusa da sabedoria, pelo controle
de Atenas. Quando ele e Apolo, deus da música, foram enganados de receber suas recompensas
depois de terem ajudado Laomedonte, rei de Tróia, a construir os muros da cidade, a vingança de
Posêidon contra Tróia não teve limites. Ele enviou um terrível monstro marinho para devastar a terra, e
durante a Guerra de Tróia ele ajudou os gregos. Na arte, Posêidon é representado como uma figura
majestosa e barbada, segurando um tridente e freqüentemente acompanhado por um golfinho. Os
Romanos identificaram Posêidon com seu deus do mar, Netuno.

Príapo

Deus da fertilidade, protetor dos jardins e dos rebanhos. Era filho de Afrodite, deusa do amor, e de
Dionísio, deus do vinho, ou, de acordo com algumas lendas, de Hermes, mensageiro dos deuses. Foi
deformado, ao nascer, por Hera, que tinha ciúmes de sua mãe. Era comumente representado como um
indivíduo grotesco com um falo enorme.

Selene

Deusa da lua, filha dos Titãs Hipérion e Téia, e irmã de Hélios, deus do sol. Selene se apaixonou pelo
belo jovem Endimião, o qual ela embalava num sono eterno de modo que ele nunca podia sair dele. Na
arte, Selene é representada guiando uma carruagem puxada por dois cavalos, ou às vezes, por dois
bois.

Urano

Deus dos céus e marido de Géia, deusa da terra. Urano era o pai dos Titãs, dos Ciclopes e dos Gigantes
de Cem-Mãos. Os Titãs, liderados por seu regente, Cronos, destronaram Urano e o mutilaram, e do
sangue que caiu sobre a terra criou as Erínias (ou Fúrias), que se vingavam dos crimes de patricídio,
matricídio e perjúrio. Embora Urano pudesse ter sido adorado como um deus pelos primeiros

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habitantes da Grécia, ele nunca foi objeto de adoração pelos gregos no que diz respeito ao período
histórico.

Zeus

Zeus do céu e regente dos deuses do Olimpo. Zeus corresponde ao deus Júpiter Romano. Zeus foi
considerado, de acordo com Homero, o pai dos deuses e dos mortais. Ele não criou qualquer um dos
deuses nem dos mortais. Era seu pai no sentido de ser o protetor e regente tanto da família do Olimpo
quanto da raça humana. Era o senhor do céu, o deus da chuva, e o ceifeiro das nuvens, aquele que
detinha o terrível trovão. Seu pássaro era a águia, sua árvore o carvalho. Zeus presidia sobre os deuses
no Monte Olimpo, na Tessália. Seus principais relicários estavam em Dódona, em Epiros, a terra das
árvores de carvalho e o relicário mais antigo, famoso por seu oráculo, em Olímpia, onde os Jogos do
Olimpo eram celebradas em sua honra a cada quatro anos.

Zeus era o filho mais jovem do Titã Cronos e Réia, e o irmão das divindades Posêidon, Hades, Héstia,
Deméter e Hera. De acordo com um dos mitos antigos do nascimento de Zeus, Cronos, temendo que
ele talvez fosse destronado por um de seus filhos, engolia-os assim que nasciam. Quando do
nascimento de Zeus, Réia embrulhou uma pedra com os cueiros de criança e deu-a a Cronos para que
engolisse pensando que fosse seu filhos, e ocultou o deus infante em Creta, onde foi alimentado com o
leite da cabra Amaltéia e criado por ninfas. Quando Zeus chegou à maturidade, ele forçou Cronos a
vomitar as outras crianças, que estavam ávidas para se vingar de seu pai.

Na guerra que se seguiu, os Titãs lutaram ao lado de Cronos, mas Zeus e os outros deuses foram bem
sucedidos, e os Titãs foram confinados no abismo do Tártaro. Zeus, a partir de então, dominou o céu,
e a seus irmãos Posêidon e Hades foi conferido o poder para dominar o mar e o mundo subterrâneo,
respectivamente. A terra seria governada em comum por todos os três. Para Homero, Zeus era
imaginado de duas maneiras diferentes. É representado como o deus da justiça e da misericórdia, o
protetor dos fracos e o punidor do mau. Como marido de sua irmã Hera, ele é o pai de Ares, o deus da
guerra; Hebe, a deusa da juventude; Hefaístos, o deus do fogo; e Ilíthia, deusa do parto. Ao mesmo
tempo, Zeus é descrito como um deus que se apaixona por uma mulher a cada instante e usando de
todos os artifícios para esconder sua infidelidade da esposa.

Os relatos de suas travessuras eram numerosos na mitologia antiga, e muitos de seus filhos eram o
produto de seus casos de amor tanto com deusas quanto com mulheres mortais. Acredita-se que, com
o desenvolvimento de um sentimento de ética na vida grega, a idéia de um deus lascivo, algumas
vezes um ridículo deus-pai tornava-se desagradável, e então as lendas posteriores tenderam a
apresentar Zeus com uma luz mais gloriosa. Seus muitos casos com mortais às vezes são explicados
como o desejo dos primeiros gregos a traçar sua linhagem até o pai dos deuses. A imagem de Zeus era
representada na escultura como a figura de um rei barbado. A mais célebre de todas as estátuas de
Zeus era a colossal em ouro e marfim feita por Fídias, em Olímpia.

Todas as Deusas são uma única Deusa, múltiplas manifestações da Grande Mãe. Cultuar a Grande
Deusa pode se manifestar no culto a um ou mais dos arquétipos que a representem nas diversas
culturas do mundo. Assim, sejam as Lilith e a Shequinah judaicas, a babilônia Inanna, a havaiana Pele,
a chinesa Kwan-In, a japonesa Amateratsu, a inca Ixchel, as africanas Yemanjá e Oyá, ou as hindus
Sarasvati e Kali, sempre se estará prestando culto à mesma e única Deusa. As diferentes mitologias
enumeram milhares de nomes de Deusas, correspondendo a aspectos ou atributos diversos. Assim, se
escolhemos nos conectar com as Deusas Afrodite ou Ishtar ao procurarmos trabalhar a energia do

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amor, o fazemos porque essas formas do arquétipos, por disposição de milênios, mais se aproximam
dessa energia.

Se precisamos tratar de estudos ou escrita, criatividade nas artes, invocamos Atena ou Saravasti, por
exemplo. Muitas bruxas costumam se conectar com Deusas de diferentes mitologias, conforme a
necessidade de seus trabalhos. Outras se atém a um panteão determinado e só cultuam as Deusas e
Deuses daquela cultura. Ambas as formas de expressão fazem parte dos Caminhos da Deusa. Algumas
bruxas preferem se conectar com as Deusas em sua forma mais primitiva, como Mãe Terra, daí
utilizarem símbolos das chamadas Vênus pré-históricas, como de Laussel, Willendorf, Deusa serpente
de Creta, Deusa do Nilo.
A seguir uma breve lista de Deusas e dos assuntos que lhes são correlatos:

o Amor - Afrodite, Astarte, Ishtar, Beltis, Branwen, Freya, Hathor, Isis, Maia, Mari, Oxum, Vênus,
Lilith.

o Dinheiro, trabalho e negócios - Demeter, Habondia, Cerridwen, Dannu, Gaia, Mãe do Milho,
Bona Dea.

o Trabalho criativo, artes - Brigid, Cerridwen, Athena, Minemósine, as Musas, Saravasti.

o Cura - Brigid, Ísis, Ártemis, Hebe, Higéia.

o Lei e Justiça - Atena, Maat, Nêmesis, Têmis, Aradia.

o Devoção e compaixão - Kwan Yin, Maria.

o Lar e família - Vesta, Hera, Concórdia, Rhea, Tara.

o Filhos - Eileithya, Carmenta, Juno.

o Proteção - Freya, Diana, Pallas Athena, Maeve.

o Trabalho psíquico - Cibele, Hécate, Cerridwen, Neftis, Perséfone, Hel, Ísis.

Deuses Egípcios

Anúbis

Anúbis, o Deus com a cabeça de chacal, era o guia dos mortos, que acompanhava a alma durante a
ultima viagem e se encarregava de pesá-la na balança da verdade. Depois que Anúbis dava seu
veredicto, a alma era encaminhada para a salvação ou para o eterno castigo. Por isso, o deus chacal é
o mediador entre o céu e a terra, sendo temido pela sua falta de emoção e pela severidade de seu
juízo, pois ninguém escapava às suas sentenças. Anúbis era também o guardião de Ísis e teve um
papel importante na ressurreição de Osíris, pois era ele quem vigiava o corpo de seu deus durante a
noite para que Set não se aproximasse. Além disso, Anúbis foi quem proporcionou a Ísis o
medicamento e os ungüentos que novamente deram vida ao marido da deusa.

Atributos: grande força de vontade, paciência e inteligência aguda são os dons dos filhos de Anúbis.
Assim como o chacal sabe guiar a barca das almas, os seus filhos sabem conduzir o seu destino,
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tornando-se pessoas de sucesso em qualquer empreendimento que se proponham. Porém, esse
sucesso sempre demora a chegar, porque Anúbis também é senhor do Tempo e retarda todas as
conquistas. Embora sejam fiéis, os protegidos do chacal tem excesso de ambição e exagerado orgulho,
o que muitas vezes os torna egocêntricos e pouco modestos. Quando conseguem dominar essas
tendências, a perseverança natural e o exato senso de justiça que possuem fazem com que superem
todas as etapas da viagem.

Bastet

Bastet era a deusa que representava o poder benéfico dos raios do Sol. Uma das esposas de Ra, ela
era a divindade dos gatos selvagens, admirada pela sua agilidade e pelo seu vigor. Segundo o mito,
Bastet defendia Ra da serpente maligna, Apep, com a qual o deus supremo lutava todas as noites
durante sua passagem pelo reino da escuridão. Bastet era celebrada em grandes procissões de barcas
no rio Nilo e em cerimônias orgíacas nos templos consagrados a deusa. Em geral, a divindade era
representada como uma mulher com cabeça de gato, com um chocalho numa mão e um cesto na
outra.

Atributos: devido aos poderes benéficos da deusa Bastet, seus protegidos são pessoas bondosas,
humanitárias, leais e muito cordiais. Por isso, simbolicamente, os protegidos de Bastet tem a força dos
raios solares e estão destinados a trabalhar em favor dos mais fracos. também são independentes
como os gatos que, embora gostem de carinho, preferem manter-se distantes, vivendo em liberdade e
fazendo apenas o que tem vontade. Sendo Bastet uma das divindades da alegria, seus filhos
geralmente são alegres e divertidos. Gostam de brincar e tern excelentes dons para trabalhar no teatro
ou no cinema. Mas eles devem levar em conta um fator: como são naturalmente rebeldes – como os
gatos – e preciso cuidar para que essa rebeldia não se transforme apenas em uma revolta sem
objetivo. Se isso ocorrer, os filhos de Bastet tornam-se seres excêntricos que não conseguem despertar
simpatia nas outras pessoas.

Hátor

Originalmente Hátor era a deusa dos céus, muitas vezes confundida com outra deusa muito
importante, Isis, esposa de Osíris e mãe de Hórus. No entanto, Hátor e, na verdade, a grande
sacerdotisa do panteão egípcio, deusa da musica e da dança, protetora dos prazeres e do amor. Ela é
também a deusa da vaidade, que preside todos os momentos da toalete feminina, como pentear-se,
maquiar-se e vestir-se. Hátor tem varias representações. Algumas vezes ela aparece como a vaca
sagrada, outras como uma mulher com cabeça de vaca e outras ainda como uma rainha com orelhas
de vaca ou com uma coroa composta de dois grandes chifres com o disco solar no meio. Em geral,
sendo Hátor a deusa da alegria, ela e representada com um chocalho, chamado sistro, na mão.

Atributos: muita sensualidade e uma considerável capacidade de amar são os mais importantes
presentes que Hátor dá a seus protegidos. Alem disso, uma permanente jovialidade e a alegria do riso
são uma constante nas pessoas nascidas sob-o signo da vaca sagrada. Porem, a deusa não as protege
contra as contrariedades, e isso estraga muitas vezes seu fantástico bom humor. Os escolhidos de
Hátor estão quase sempre felizes, mas basta que surja o menor dos problemas para que se sintam
desgraçados. Por isso, devem aprender a conviver melhor com a realidade e com os diferentes fatos
que marcam a vida. Quando compreendem que a alegria e também necessária nos maus momentos,
eles atingem a felicidade plena,

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Isis

Isis, irmã e esposa de Osíris, tinha lugar privilegiado no panteão egípcio, Segundo o mito, os quatro
primeiros irmãos casaram entre si: Osíris com Isis e Set com Neftis. Certa vez, Osíris traiu sua mulher
com a outra irmã e a engravidou, provocando um ódio mortal em Set, que jurou vingança. Quando o
filho ilegítimo nasceu, a mãe o abandonou no deserto, mas ele foi recolhido por Isis que, embora
soubesse da traição do marido, teve pena da criança. Esse novo deus era Anúbis, que se tornou o
guarda de sua tia e protetora. Depois, quando a vingança de Set foi consumada, Isis conseguiu
devolver Osíris a vida e começou a treinar o filho dos dois, Hórus, para que enfrentasse seu tio e
recuperasse o poder do pai. No momento culminante da luta, Hórus pode vencer graças a um sortilégio
da mãe.

Atributos: os filhos de Isis gozam de uma grande sensibilidade e de uma poderosa imaginação, Tem
um forte instinto materno ou paterno, estando sempre prontos para socorrer os necessitados. Assim
como a deusa, seus protegidos são fieis nos afetos e compreensivos em relação aos outros. Gostam da
vida domestica e são muito sentimentais, aspecto que os torna fracos para enfrentar aborrecimentos.
Embora sejam gentis, os filhos de Isis tem um lado que pode prejudica-los: um latente mau humor,
que sempre ameaça aparecer quando as coisas não estão correndo como eles querem. Quando isso
acontece, eles se fecham e mostram seu lado antipático.

Maat

Maat era a deusa da verdade, da justiça e do senso de realidade. Era filha de Ra, o Sol, e de um
passarinho que, apaixonando-se pelo calor e pela luminosidade dos raios solares, subiu por eles ate
morrer queimado. No momento em que foi incinerado, uma pena voou pelos ares. Essa era Maat. No
mundo dos deuses, ela ocupa um lugar muito importante, pois é a pena usada por Anúbis, o que julga
os mortos, para pesar o coração daqueles que ingressam no Duad, o Reino do Alem. Como deusa do
equilíbrio, Maat também era a responsável pela união do Alto e do Baixo Egito, simbolizando com isso a
força da união e os benefícios da justiça. Sem Maat, a criação divina, que é a Terra e seus habitantes,
não poderia existir, pois tudo se afundaria no caos inicial.

Atributos: capacidade de observação, senso de justiça, sabedoria para criar harmonia em volta de si.
Os protegidos de Maat tem um temperamento simpático e afável, alem de um grande senso estético.
Quando sabem utilizar corretamente o natural espírito de justiça que possuem, tornam-se famosos e
muito queridos. Compreendem muito bem os segredos da natureza e conseguem viver com ela em
total harmonia. Em geral, os protegidos de Maat têm problemas para realizar escolhas individuais, pois
precisam da opinião de outras pessoas para se sentirem seguros. Por isso mesmo, para poderem
progredir na vida, precisam aprender a fazer a própria escolha sem interferência de ninguém. Em geral,
são pessoas sabias e ativas.

Neit

Neit era a antiga deusa da caça, e seu animal sagrado era o cão. A essa deusa, vigilante e sempre fiel,
cabia a proteção dos deuses e de suas moradas. Na sua função de cão, Neit era chamada ”a que abre
os caminhos”, indicando assim sua tarefa de guiar as pessoas no Reino dos Mortos. Em outros mitos,
essa deusa é considerada a protetora dos trabalhos domésticos, dos tecelões e da educação das
crianças. Como um Anúbis feminino, Neit era representada como uma mulher com cabeça de chacal ou
de cachorro. Segundo uma lenda, durante um certo período, o prestigio da deusa foi tão grande que o

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faraó NectRnebe II a reivindicou como sua própria mãe. No mito de Osíris, Neit é reconhecida pela sua
grande sabedoria, tendo participado como árbitro na luta entre Hórus e Set.

Atributos: Neit dá a seus protegidos uma grande capacidade de análise, paciência e senso de
organização. Em geral, as pessoas muito práticas, cuidadosas e que reparam nos mínimos detalhes,
pois estão sempre vigilantes a tudo o que acontece. Quando sabem usar o lado positivo desses
atributos, os filhos de Neit alcançam aquilo que consideram sua felicidade maior: segurança e
serenidade. No entanto, eles sempre correm o risco de perder o equilíbrio, principalmente porque tem
dificuldade em dar a cada coisa seu justo valor. Por isso, a deusa aconselhava a seus filhos não se
perderem em pequenos detalhes e prestarem mais atenção às coisas que realmente são importantes.

Osíris

O mito de Osíris e o mais importante da mitologia egípcia. Segundo a lenda, Osíris era o rei dos
deuses, o tarab que introduziu a civilização no Egito, tirando o povo da barbárie. Junto a Isis, sua irmã
e esposa, ele governava com justiça, mas era invejado por seu irmão Set, que fez Osíris cair numa
armadilha e o assassinou, cortando seu corpo em catorze pedaços. Isis conseguiu juntar cada uma das
partes e, usando seus poderes mágicos, deu nova vida ao deus. Logo apos a ressurreição, Osíris e Isis
geraram Hórus, o herdeiro do reino, que devia vingar o assassínio do pai. Depois de um cruel
enfrentamento, Hórus derrotou Set e se tornou o rei dos deuses e da terra, enquanto seu pai foi
governar o Reino dos Mortos. Osíris é o deus da renovação, de tudo o que morre e volta a nascer do
eterno ciclo da vida.

Atributos: os nascidos sob a proteção de Osíris também ganham a proteção de Isis e, por isso, são
pessoas que se caracterizam por terem emoções e sentimentos muito intensos, além de uma
persistência incomum. Possuidores de uma enorme energia, eles resistem a todas as adversidades e
estão sempre dispostos para lutar por aquilo que defendem ou desejam. Mas eles também são vitimas
da influência de Set, que matou o irmão por ciúme: são extremadamente ciumentos e, quando não se
controlam, vivem desconfiando de todo mundo. Para contrabalançar essa tendência, Osíris ajuda-os
com o dom da intuição que, se bem canalizada, livra-os de situações potencialmente perigosas.

Ptah

Ptah foi o grande deus da fertilidade masculina, criador de tudo o que existe, grande mago e senhor
das serpentes e dos peixes. Ele representa as forças criadoras espirituais, não as físicas, sendo
considerado o Grande Construtor ou o Divino Artesão, protetor das belas-artes e dos artistas. No mito
de Osíris, Ptah nasceu como parte incandescente do falo do deus, simbolizando a força geradora de
vida. Por isso, com o decorrer dos tempos, ele passou a ser associado ao boi Apis, o animal sagrado
que foi concebido pelo raio divino de Ra. Em sua forma animal, Ptah era um boi preto com uma
mancha triangular branca na testa e tinha função de oráculo, pois as pessoas o consultavam para saber
o futuro. O boi dava suas respostas aceitando ou rejeitando os alimentos oferecidos.

Atributos; firmeza de temperamento, paciência e perseverança são os presentes de Ptah a seus


protegidos. Alem disso, o deus dá a seus filhos um grande talento para as artes e para tudo o que se
relacione com a construção de objetos.

Mas, assim como o deus da, também exige, pois seus filhos, para alcançar a felicidade, devem
canalizar todas as suas virtudes para a realização de coisas que tenham valor espiritual e despertem

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sentimentos de beleza e harmonia. Caso contrario, os amados de Ptah correm o risco de se transformar
em pessoas que não se realizam e vivem em constante insatisfação.

Ra

Ra, o Sol, é a principal divindade dos egípcios, havendo uma variada quantidade de mitos que contam
o seu nascimento. Para alguns, Ra nasceu de um loto florido que, ao amanhecer, abre suas pétalas
para libertar o sol e, ao anoitecer, fecha-as protegendo o astro no seu interior. Segundo outro mito, Ra
surgiu no céu na forma de Benu, a ave Fênix. Ainda outra lenda conta que o Sol é o pai dos deuses e
de todas as criaturas vivas. Segundo esse mito, um dia o Olho de Ra, que vive independente do deus,
fugiu e Ra mandou Shu e Tefnut para que o trouxessem de volta. Durante a luta que houve entre os
três, o Olho de Ra derramou lágrimas, das quais nasceram todos os seres humanos. A partir desse dia,
Ra colocou o Olho na frente de sua coroa, na forma da serpente Uraeus, e disse para ele: ”Deste lugar
comandarás o mundo inteiro”.

Atributos: os benefícios de Ra são inumeráveis, mas os principais são poder, força e criatividade. Seus
filhos são extrovertidos, cheios de energia e ótimos lideres. Gostam de enfrentar situações difíceis e,
principalmente, gostam de superá-las, aspecto que, embora positivo, também é o ponto fraco dessas
pessoas, pois não aceitam perder. É esse o perigo dos protegidos de Ra: assim como o sol, eles
sentem que são o centro do Universo, que tudo gira a sua volta. Por isso, cada vez que são
contrariados, desabam na mais negra das noites. Porém, como filhos orgulhosos do pai, logo que a
depressão passa, voltam a brilhar.

Sekmet
Sekhmet, a Poderosa, era a deusa da força e da guerra, encarregada de destruir os inimigos de Ra, o
Sol, e do faraó. Ela era considerada o Olho do Sol, representando o poder destrutivo dos raios solares.
Segundo a lenda, certa vez Ra quis dar uma lição na humanidade e.mandou Sekhmet para por ordem
na Terra. Quando a deusa chegou, sua fúria foi tão incontrolável que, se Ra não tivesse intervindo
deixando Sekhmet bêbada de cerveja, ela teria destruído todos os seres humanos. A partir destes
acontecimentos, os egípcios comemoravam o dia em que foram salvos, promovendo festivais orgíacos,
durante os quais se rendia culto à deusa. Em geral, Sekhmet era representada como uma mulher com
cabeça de leão, portando uma coroa com o disco solar.

Atributos: consciência da própria força, grande vitalidade e potencia física. Os protegidos de Sekhmet
geralmente são pessoas de grande magnetismo, que fascinam os outros com muita facilidade. A deusa
dá senso de organização e muita energia para empreendimentos ousados, aventureiros ou inovadores.
No entanto, assim como a própria Sekhmet, seus protegidos devem tomar cuidado com os excessos e
com os impulsos descontrolados. Caso contrario, correm o risco de destruir tudo o que há em volta. A
deusa encontrou o equilíbrio no casamento com Ptah, o deus criador, o inventor da técnica,
significando com isso que a energia e a força devem ser usadas para construir o bem próprio e o dos
outros.

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Taueret
Taueret era a deusa da fertilidade, protetora Ra, das mulheres grávidas e dos nascimentos, e também
do renascimento no Reino dos Mortos, o Duad. A representação de Taueret era a fêmea do
hipopótamo. Segundo os egípcios, quando ela afundava seu enorme corpo nas águas do Nilo, estas
subiam de nível, provocando as famosas enchentes tão importantes para o Egito, pois dependiam delas
para que as margens do rio se tornassem férteis e cultiváveis. Dessa maneira, Taueret era a
responsável pela riqueza e abundancia das colheitas. A deusa era representada como uma fêmea de
hipopótamo grávida, com os seios de mulher, patas de leoa e cauda de crocodilo, apoiada no símbolo
da vida. Uma das protegidas de Taueret foi a mais famosa das rainhas do Egito, Hatshepsut.

Atributos: grande sensibilidade e intuição, tendência para os assuntos místicos, esotéricos,


astrológicos ou mágicos. A deusa Taueret da a seus protegidos uma enorme bondade e capacidade
de entendimento, o que pode ser notado no olhar dessas pessoas, pois geralmente esse olhar e muito
profundo e doce. Assim como a grande deusa hipopótamo, aqueles que estão sob sua proteção devem
desenvolver essa sensibilidade inata para o bem do próximo e da humanidade. Por outro lado, devem
evitar o desperdício de energia, pois, como as enchentes do Nilo, as coisas devem ser aproveitadas no
momento oportuno, depois que a lama preciosa fertiliza a terra e as águas se retiram para o leito do
rio.

Tot
Tot e considerado um dos deuses primordiais do panteão egípcio. Representado como um homem com
cabeça de íbis, a ave sagrada, Tot e uma divindade autoconcebida, que apareceu no mundo sobre
uma flor de loto no amanhecer dos tempos. Suas atribuições são muitas, mas a principal delas e ser
Senhor das Palavras, criador da fala e inventor da escrita. O mais importante de seus feitos foi a
recuperação do Olho de Ra, que tinha fugido para a Núbia na forma de Tefnut. Como premio, o
grande Ra deu a Tot a lua, transformando-o no deus do Disco Branco, Governador das Estrelas.
Como funções derivadas, Tot se tornou o Deus do Tempo e das medidas, criador de todas as
ciências, portador das forças civilizadoras. Ele também teve papel relevante no mito de Osíris, pois foi
o advogado do deus assassinado e de seu filho Hórus.

Atributos: capacidade de comunicação e uma inteligência rápida e penetrante são os principais dons
que Tot outorga a seus filhos. Assim como o deus, que e o senhor da luz do intelecto, mas também
deus da noite, os seus protegidos tem uma natureza dupla, nervosa, que muda constantemente. Por
isso, são muito ativos, estão sempre ”inventando” coisas para fazer ou para dizer. Embora sensíveis
como a flor do loto, no amor os filhos de Tot são frios. Na verdade, como a ave íbis, gostam de voar
de galho em galho, sempre experimentando e aprendendo coisas novas, adaptando-se aquilo que sua
inteligência ainda não dominou.

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Algumas palavrinhas sobre os Deuses
Esta é, sem dúvida, uma das partes mais delicadas do estudo da Wicca. Temos uma Deusa, uma
figura feminina para crer, uma entidade tão diferente do Deus cristão ou de deuses patriarcais, e a
figura de um Deus Cornífero. Desde nosso nascimento, recebemos de nossos pais, avós e outros, um
condicionamento social que crê em um Deus masculino e único (Jesus, Deus Pai, Allah, Jeovah,
etc.). Já os Wiccanos adoram uma Deusa e um Deus Cornífero. A Igreja Católica transformou nosso
Deus em uma entidade maligna, para suprimir a Antiga Religião. Transformaram a imagem de Pã, de
Cernnunos Celta, de Hernne inglês na visão dos desenhos medievais do demônio. Transformaram
suas imagens de cascos e chifres - símbolos animais de virilidade e força - e seu forte apelo sexual em
tudo o que era imagem do Mal Cristão. E o mundo assim o perdeu, ficou mais triste, sem seu riso, seu
desejo honesto, sua alegria, sua música. Imagens de masculinidade, em nossa cultura, estão de tal
forma ligadas à violência e ao autoritarismo que se torna difícil aceitar um Deus que sorri, nos dá
alegria e força.
Considerando que há um princípio Masculino e um Feminino em todas as coisas torna-se relativamente
simples sua compreensão. Somente com a união do Deus e da Deusa teremos o equilíbrio, o Yin e o
Yan de nosso Cosmo.
Quem é o Cornífero, Cernnunos, Greenman? É o Pai de toda a Vida, o Pai Natureza. Ele é a
energia vital instintiva, tudo o que é indomado, novo, viril, ativo. É também o Rei do Dia, não devemos
esquecer que em alguns de nossos festivais celebramos a vida e a morte do Deus. É filho e amor da
Deusa. Se nossa Deusa é tríplice nosso Deus é dual, ele cresce com o ano e decresce à medida que
o ano passa, morrendo e renascendo sempre.
Visualize o início dos tempos, a simplicidade dos começos. Existiam os xamãs, os sábios que sabiam
curar que eram professores, contadores de histórias, homens fortes e alegres com interesse apenas em
estarem vivos. Este é o Deus. Enquanto divindade masculina Deus não acrescenta ao homem uma
imagem de superioridade sobre a mulher ao contrário do que acontece com religiões patriarcais. Ele é
alegria e força, sabedoria e selvageria. Não possui primazias nem regalias. O que nos conduz ao
sacrifício de velhas idéias. Nós o veneramos por que é o Pai da Vida, parte animal, parte homem, força
vital e sonho, alegria, desprendimento, natureza. Ele é o equilíbrio e a consciência ecológica. Enquanto
bruxas busquem percebê-lo. Mentalizem-no. Ele é o Jovem caçador, mas também é o Velho Sábio, um
para cada momento de nossa Roda, do ciclo de nossas vidas.

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Para conhecer os Deuses
Por Quíron
"Além da verdade estão os deuses".

Este verso de uma ode de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa, um dos maiores poetas da
nossa língua e também um ocultista que impressionou Aleister Crowley com os seus exímios
conhecimentos de Astrologia, mostra como é importante para quem lida com Magia conhecer os
deuses. Primeiramente, é difícil definir o que os deuses são. Foram seres humanos que ascenderam
espiritualmente e se tornaram algo mais? São seres que já nasceram Deuses e cumprem
determinadas tarefas na organização do Cosmos? Habitantes de outras realidades? Personificações de
forças da Natureza? Arquétipos da psiquê humana? Apenas fábulas, lendas? Recursos poéticos usados
por antigos contadores de histórias?
Todas as respostas acima estão corretas. Os deuses são isso tudo e muito mais. Alguns deuses não
assumem todas essas características, mas com certeza assumem várias delas, entre outras. Os Antigos
são seres de uma complexidade assustadora. Mas é possível conhecê-los e compreendê-los melhor do
que o fazemos no nosso estado atual. Para isso é preciso um Caminho que nos leve a eles. Mas antes é
preciso mudar a nossa postura perante eles. Em geral, estamos acostumados com a imagem de um
Deus patriarcal, um bom pastor, que cuida diariamente da vida de seu rebanho. Porém, ao
adentrarmos no campo da Magia, vemos que as coisas são diferentes...
Ainda que tudo no Cosmos seja abençoado, o Cosmos nem sempre é um lugar bonzinho e tranqüilo.
Pelo contrário, é muitas vezes inquietante. E um dos aspectos mais inquietantes do Cosmos é perceber
que os deuses não se importam conosco, não estão nem aí com a gente. Não estão aqui para nos
ajudar nem para nos atrapalhar. Alguns, nem percebem a nossa existência. Outros nos observam, mas
não interferem na nossa vida. Para que interfiram, é necessário chamar a sua atenção. O sentido maior
de chamar a sua atenção e fazê-los intervir na nossa vida é o de conhecê-los devidamente, na prática.
Conhecer os deuses é conhecer o Cosmos. E como nada nesta Realidade está separado, conhecer o
Cosmos é conhecer a nós mesmos. Num certo sentido, a psicanálise jungiana percebeu isso, ainda que
trabalhe sob este prisma até um certo limite, o da psiquê. Limite esse que na Magia, nós podemos
superar - mas não ignorar.
Como chamar a atenção dos deuses? Todo povo, toda religião e todo sistema mágico criou os seus
métodos, que em geral são muito semelhantes. O mais comum é a oração. Quem ora a um deus (ou
Santo) o sente próximo de si. A oração não deixa de ser uma invocação. Há pouca diferença entre
essas duas práticas. A oração, como um método emocional de aproximação com os deuses, já propicia
um certo conhecimento da sua natureza. E se praticada exaustivamente, como é o caso de monges
religiosos, pode realmente levar a uma compreensão muito maior do que muitos ocultistas chegam em
sua vida.
Porém, o caminho do monge é inaplicável à grande maioria das pessoas que lidam com Magia, sejam
Magos Cerimoniais, Bruxos, Xamãs etc, pois exige uma reclusão da vida cotidiana. Portanto, a esses a
oração deve ser apenas um entre outros recursos, que serão abordados ao longo deste texto. Os
deuses possuem vários níveis de complexidade, sendo que os mais elevados só são atingidos
magicamente. Mas antes de chegar a estes níveis, é necessário primeiro trabalhar outros níveis, menos
elevados. O primeiro passo, antes de qualquer outro, é ler os seus mitos.

Escolha um deus. Leia o seu mito. Sinta o que ele te passa. Pense a respeito, reflita sobre o que ele
significa. Leia as várias histórias dele, as suas várias versões. Muitas versões serão contraditórias, mas
é inútil procurar qual é a “correta”. Não há versão correta. Cada uma é complementar e mostra um
novo ângulo daquele Deus. Ao ler as suas várias histórias, procure perceber cada face dele, pois todos
os deuses são multifacetados. Procure imagens do deus escolhido, veja como ele era representado no

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povo ao qual pertencia. Leia poemas e hinos escritos em sua honra pelos antigos poetas. Procure
pesquisar como o povo o enxergava, o que achava dele, que papel cumpria na religião e na vida dos
antigos. Toda essa fase de pesquisa é importante, para se começar com uma boa base. Procure saber
também quais são os símbolos desse deus, se ele tem uma árvore (ex: o louro de Apolo), um animal
(ex: o corvo de Morrighan), um local (ex: as cachoeiras de Oxum), uma bebida (ex: o vinho de
Baco), uma arma (ex: a lança de Minerva), um elemento (ex: o fogo de Brighid) e qualquer outra
cosia que lhe seja consagrado. Quando você for fazer um trabalho mágico para esse deus, esses
simbolismos serão muito importantes.
Indo além, é preciso observar os deuses na sua vida. As suas atitudes se parecem com as atitudes de
que deus? Dioniso, Osíris, Brigit, Diana, Iansã? Procure perceber com que deus (a) você se
identifica mais e perceba que ações suas são semelhantes às ações que esse (a) deus (a) faz nos
mitos. Essa observação irá te ajudar muito a compreender melhor o deus que lhe são mais próximos.
Pode ser que você se identifique com mais de um (a) deus (a), mas em geral não nos identificamos
grandemente com mais do que três deuses de um mesmo panteão. Se você se identificar, procure
observar-se melhor e verá que poderá descartar facilmente um ou dois deuses que não têm uma
semelhança com você assim tão grande quanto os outros com os quais você se identifica.
Após se observar sob esse aspecto, você pode também analisá-lo pelo prisma da psicanálise jungiana.
Que arquétipo o (a) seu (sua) deus (a) pessoal representa? Há muitos bons livros para leigos hoje que
falam a esse respeito e alguns sites também. Procure e achará. Algumas deidades também se
relacionam com determinados arcanos do tarô. Por exemplo, O Mago é Hermes, A Justiça é Maat e
Thêmis, o Enforcado é Odin e Jesus Cristo e assim por diante. Procure todas as relações possíveis
que o (a) deus (a) tem com qualquer coisa que seja, incluindo a mitologia comparada.
Para ampliar o seu conhecimento de correlações que podem ser feitas ao seu deus, vale a pena
também estudar um pouco a Cabala. Vemos que a Árvore da Vida é composta por dez esferas,
chamadas sephirot, e que cada deus sempre pode ser relacionado com uma delas. Como exemplo, cito
Mithra em Tipheret, Gaia em Malkuth, Lillith em Daat e assim por diante. Notando a relação entre o
seu deus e uma das sephirot, podem-se procurar quais são as características daquela sephirah
(singular de sephirot) e assim aprofundar o seu estudo sobre os deuses. Além disso, muitas das
sephirot estão ligadas umas às outras. Por exemplo, Malkuth (a Terra) liga-se a Yesod (a Lua), que por
sua vez se liga a Tipheret (o Sol). Desse modo, Gaia se liga à Diana, que se liga a Apolo. Podemos
ampliar essas relações e trabalhar com a mitologia comparada do ponto de vista da Cabala. Através
desse esquema da Árvore da Vida podemos, por exemplo, estudar a relação entre a Pachammama (a
Mãe-Terra peruana), Sin (deus sumério da Lua) e Jesus Cristo (deus cristão do Sol). Isto é
fascinante, pois através dessa análise, somem todas as barreiras entre os mais diversos panteões
étnicos e religiões do mundo, podendo-se unir tudo em um único sistema.
Para o estudo que eu proponho no parágrafo acima, é muito útil se ter em mãos o líber 777, de
Aleister Crowley, que é uma grande e competente tabela de correlações sobre o tema. Assim, vemos
como a Cabala teórica pode também ser útil aos pagãos, mesmo que esses não tenham interesse em
Cabala prática, Alta Magia etc. O mais interessante desse esquema da Árvore da Vida é que ele é
universal, aplicável à análise de todos os caminhos, pagãos ou não, matriarcais ou patriarcais, não
importa, e ajuda a entender os seus deuses pessoais.

Mas, uma advertência, lembre-se de não se identificar demais com o seu deus. Os nossos deuses
pessoais são as nossas máscaras e não o nosso Eu. As máscaras são necessárias para os
relacionamentos humanos, mas não são nós mesmos. Pode ser que o seu deus pessoal mude de
tempos em tempos. Pode ser que na juventude ele seja um, na vida adulta outra e na velhice outra. Ao
longo da vida, vá percebendo isso. E, lembre-se, por mais que você se identifique, por exemplo, com
Apolo, há em você um pouco de todos os outros deuses do mundo, um pouco de Seth, um pouco de
Freyja, um pouco de Ganesha etc. Trabalhar com os diferentes tipos de deuses pode enriquecer
muito a pessoa.
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Quando alguém quer parar de se identificar com a sua máscara (deus pessoal) pode tentar agir como
um outro deus, temporariamente. Isso aproximará este outro deus de si mesmo e a pessoa poderá
também compreendê-lo melhor. Acredito que trabalhar com diversos tipos deuses é importante para
que tenhamos uma maior compreensão do Cosmos e de nós mesmos. Todo esse trabalho psicológico
de observação e o trabalho emocional com a oração são importantes, mas não são o suficiente. Há
também o trabalho mágico. Isso é feito através de rituais e de meditação. Eventualmente, a meditação
está incluída no ritual. Os rituais feitos para se conhecer melhor um determinado deus não são
simplesmente aqueles em que fazemos um pedido a eles e nada mais. Pode até haver isso também,
mas o mais importante é haver um forte contato com o deus e aprender com ele. Esse é o objetivo
desses rituais.
Há em vários livros rituais voltados a diferentes deuses e deusas, tais como Maat, Netuno, Diana,
Brigit, Cernunnos etc. Procure e achará. Porém, seja seletivo a respeito destes rituais. Não saia
fazendo qualquer ritual sem analisá-lo com cuidado e saber se ele tem fundamento ou não. É melhor
não fazer ritual nenhum do que fazer um ritual ruim. Quando se deparar com um bom ritual para um
deus que você quer trabalhar, então o realize. Para conhecer intimamente um deus, não basta fazer
um ritual para ele apenas uma vez! Este é um trabalho lento e contínuo. Há pessoas que levam anos
conhecendo intimamente um deus apenas. Portanto, nada de pressa nesta etapa. Aliás, não pode
haver pressa em nenhuma etapa de um trabalho mágico. A Magia exige paciência e dedicação
duradoura do praticante. Não é uma distração para os fins-de-semana, feriados e horas livres.
Sempre que fizer um ritual para algum deus, anote os resultados no seu diário mágico. Anote os
fenômenos que ocorreram, se tiverem ocorrido, que sensações você teve, o que pensou, o que sentiu.
Se teve alguma visão, alguma comunicação verbal recebida do deus, se à noite, depois do ritual teve
algum sonho relacionado a ele, anote também. Não permita que outros leiam as suas anotações. Um
dos verbos mais importantes da Magia é calar. Com o tempo, vá relendo as suas anotações, a fim de
verificar o seu progresso no estudo daquele deus.
Para ter uma compreensão ampla dos deuses, você poderá querer trabalhar com vários tipos de
deuses. Pois eles podem ser agrupados de acordo com as suas características. O ocultismo tem vários
tipos de classificação. Novamente, eu cito a Cabala teórica, que classifica os deuses de acordo com as
sephirot da Árvore da Vida. Mas há outras classificações. Como a de acordo com os quatro elementos.
Por exemplo, Pachammama é relacionado a Terra, Iemanjá relacionada à Água, Bóreas relacionado
ao Ar e Vulcano é relacionado ao Fogo. Porém, nem todos os deuses se relacionam tão diretamente
a algum dos quatro elementos. Por exemplo, é praticamente impossível relacionar Cronos a algum
desses elementos. Isso faz este sistema de classificação ser limitado e pouco flexível, ainda que tenha
a sua utilidade.
Um modo muito comum de se classificar os deuses é de acordo com os planetas da astrologia: sol, lua,
marte, mercúrio, Vênus, júpiter, saturno, urano, netuno e plutão. Seria bom nisso também incluir a
Terra como mais um planeta. Praticamente todos os deuses do mundo podem ser relacionados a algum
destes planetas (em especial, os deuses greco-romanos, obviamente). E alguns deuses se
relacionam a mais de um planeta simultaneamente, tais como Thot, que é essencialmente mercuriano,
mas também é lunar.
Usando esses sistemas de classificação de tipos de deuses é possível se montar um panteão pessoal,
em que você pode incluir um ou mais deuses de cada tipo, sejam eles do mesmo panteão étnico ou
não. Desse modo, com o tempo pode-se alcançar uma boa compreensão do papel dos deuses no
Cosmos sem precisar se ater a apenas um panteão étnico. Isso são muito interessantes para os
magistas e neopagãos de hoje, que em geral não gostam de se ligar a um panteão apenas. De todos
esses sistemas de classificação, o mais interessante parece ser o da Cabala, pois nela estão incluídos
também outros sistemas, tais como o dos quatro elementos, o astrológico, além da classificação pelos
arcanos do tarô.
Neste artigo é importante falar um pouco dos chamados deuses negros. Esse é um termo usado para
designar aqueles deuses que representam o aspecto destrutivo e/ou sombrio do Cosmos, tais como
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Lillith, Hécate, Exu, Morrighan, Seth, Loki etc. Não é fácil lidar com eles. Um preparo se faz
necessário. Recomendo que primeiramente se trabalhe com deuses mais tranqüilos, como Brigit, Ísis,
Apolo e outros.
Muito embora todos os deuses, mesmo que não aqueles comumente classificados como deuses negros,
tenham a uma face pouco benevolente... Apolo, por exemplo, muitas vezes pode ser terrível e na
mitologia grega ele é responsável por muitas pragas que assolam o povo grego, como está muito claro
logo no começo da Ilíada, de Homero. Da mesma forma, deuses "negros", tais como Morrighan, em
certas situações também podem ser, ao seu modo, benevolente. Os deuses, todos eles, são
multifacetados e essa classificação entre "deuses brancos e deuses negros" tem a sua utilidade, mas
também é limitada (como toda classificação o é). Mas os deuses negros não deixam de ser
potencialmente perigosos a quem não sabe lidar devidamente com eles. Vários dos deuses
classificados como tal procuram dominar o indivíduo que o invoca. Em geral, isso acontece de uma
forma tão sutil que não a pessoa nem percebe.
Citando uma experiência pessoal, lembro de quando lidei com Lillith sem estar preparado para isso.
Hoje, recapitulando a minha vivência com ela, vejo que Lillith é uma deusa que dá uma falsa sensação
de poder. Ela procura fascinar quem a invoca, mostrando as mil maravilhas que ela poderia lhe
proporcionar. Porém, nada do que oferece ela realmente dá. Em quem trabalha com ela sem preparo,
Lillith só proporciona uma vida de confusão e desequilíbrio mental. E nesse processo, como a maioria
dos deuses negros faz, ela domina quem a invoca. Por isso eu acredito que para lidar com Lillith e
outros deuses negros é preciso um equilíbrio psicológico muito grande e já uma boa experiência com
entidades mais leves. Caso contrário, o risco de se perder no Caminho é muito grande. Tendo-se
preparo para lidar com os deuses negros, pode-se aprender muito com eles. Esses não são deuses que
devem ser desprezados. São parte do Cosmos, como todos os outros deuses, e por isso também
devem ser estudados e trabalhados, por aqueles que realmente sabem fazê-lo.
Finalizando este artigo, acredito que ele dá as bases sobre o trabalho com os deuses dentro de uma
concepção neopagã e também de alguns ramos modernos da magia cerimonial. Porém, o assunto é
extenso e apenas isso não o esgota. Aconselho a todos que queiram realizar este trabalho, estudar
bastante a questão, conversar com quem já tenha mais experiência nele e ir com cautela e
perseverança neste Caminho. Seguindo-se as regras mínimas do bom-senso ele será seguro e muito
enriquecedor.

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Magia
Existe uma tendência natural das pessoas em complicar as coisas simples da vida. Esta pode ser muito
simples e no seu decorrer convivemos com a magia a todo instante, mesmo sem perceber.

Mas a pergunta continua: o que é magia?

Magia é a manipulação da energia através do pensamento. A palavra tem sua origem do grego
“magéia”, e vem a ser um conjunto de atividades rituais que pode vir a influenciar os atos humanos ou
o curso dos acontecimentos, por ação de forças místicas. Dentre eles, há uma grande variedade de
práticas e crenças rituais que são o núcleo de várias religiões e atos de exorcismo. Muitas vezes é
confundida com bruxaria ou feitiçaria.
Em sua essência, tudo é energia, e assim, o simples ato de escrever também é uma forma de magia,
na medida em que transforma pensamentos em palavras. É assim que funciona a magia. Tudo começa
com a idéia inicial (a forma mais bruta da energia), que é lapidada ou trabalhada pelo pensamento e
colocada em prática por uma ação direta. Em poucas palavras, a magia é a transformação da energia.
Existem diversas formas de energia que são usadas dentro da magia. Dentre elas, separadas em
grupos energéticos, estão:

Energia Material: É aquela palpável, física, que pode ser tocada. É tudo aquilo que pode ser
modificado através da vontade e do trabalho das pessoas ou da própria natureza. Um incêndio, por
exemplo, começado de forma natural, nada mais é do que a própria natureza transformando e
renovando suas próprias energias. O homem também transforma a matéria em seu próprio benefício,
para seu conforto. Essa é a energia em sua forma mais simples de ser entendida, já que é visível.

Energia Psíquica: É a energia vital que rege a vida das pessoas. Devido às atribulações e dificuldades
do dia a dia, essa energia freqüentemente se desarmoniza, fazendo com que o organismo se sinta
incomodado. Você deve se lembrar de ter acordado um dia com o corpo dolorido, sem saber
exatamente o porque. Isso acontece devido a essa desarmonia em seus centros energéticos, que são
conhecidos por chacras.

Energia Natural: É aquela que provém diretamente da natureza, como o mar, as plantas e as pedras.
Você já reparou que quando está em contato direto com a natureza, sente-se mais livre, recarregado.
Mesmo quando chega cansado de um dia na praia ou no campo, você sente que é um cansaço bom,
que não o impede de sentir-se renovado. É assim por que a natureza encarrega-se de renovar suas
energias que se esgotam no dia a dia.

Energia Universal: É a fonte, o gerador, onde as outras formas de energia se recarregam. Usando
um exemplo simples vejamos a energia elétrica. Antes de chegar nas residências, passa por uma série
de etapas. Começa com um rio (Universo) que devidamente represado move as turbinas da hidrelétrica
(Natureza) onde é armazenada e posteriormente enviada às usinas de força (Psíquica) para então
chegar às cidades, onde estão as residências e as indústrias (Matéria). Assim fecha-se o círculo:
Universo - Natureza - Psique - Matéria.
Os trabalhos executados dentro da linha alternativa, qualquer que seja ela, subtende a utilização da
energia na própria pessoa ou em um determinado objeto. Tenha sempre em mente que energia das
pessoas não é a mesma que a sua. Pode estar até em uma sintonia próxima, mas com toda a certeza,
não é a mesma. A Física nos dá uma idéia do que pode acontecer: imagine dois corpos (materiais) com
temperaturas diferentes. Quem está mais quente cede calor para quem está mais frio. O nível
energético funciona de modo semelhante, por isso se fala em troca de energia; Ao término do contato
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com pessoas, se você percebe cansaço, dores de cabeça, dores lombares, enfim, coisas estranhas,
procure tomar mais conta de sua guarda. Os contatos no dia-a-dia, principalmente para quem trabalha
com pessoas, costumam ocasionar uma alteração no plano energético.
Coisas simples como trabalhar com os pés no chão, pedir que a pessoa também tire seu calçado,
incenso, cristais, plantas, água, e até as mais extremas como espadas, animais, etc, podem fazer parte
do seu kit de segurança. Use-o. Se mesmo tendo conhecimento da energia que canaliza, usando seu
kit de segurança, e ainda assim se sente estranho (a), como se houvesse um desgaste físico, é sinal de
que está canalizando energia sua, e não aquela que aprendeu a passar. Procure corrigir isso.
Lembre-se também de que além de você, o ambiente em que trabalha acumula ou retém as energias
movimentadas durante suas atividades. Procure limpar (também energeticamente) e preservar o local.
Ao término do dia, ou de acordo com o necessário, canalize energia para você também. Se preferir,
procure fazer uma oração ou meditar; O trabalho no nível energético exige certos cuidados e disciplina
por parte de quem executa tais atividades. Seja cauteloso, prudente, e escaldado.
Em seguida vem o Desejo que pode ter duas alternativas: acontecer, ou não. Isso pode parecer
evidente agora que estamos falando a respeito, mas normalmente até esquecemos disso. No caso do
desejo acontecer pode ter sido:
1. Por mera sorte, sem que houvesse esforço algum de sua parte, ou
2. Com o firme propósito de conseguir algo, o que vai lhe aumentar muito a chance de sucesso
em seus objetivos.

A Magia pode ajudar você tornar possível a realização de suas metas, salvo algumas observações que
são importantes:
o Manter a mente e o coração e seu desejo puro;
o Amar incondicionalmente a Vida;
o Ter sempre em mente a Lei Tríplice – Tudo o que você fizer, volta com uma força triplicada
para sua origem.
o Quando se deseja alguma coisa, todo o Universo conspira para que isso se torne realidade.

Isso nos dá a idéia da energia envolvida quando temos um propósito na Vida, então, vamos procurar
aproveitar isso, dando oportunidade para que as coisas realmente aconteçam.

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Magia Celta
4 mil anos antes do nascimento de Cristo, os Celtas já praticavam a Magia Cerimonial, fazendo grandes
celebrações em homenagem à Natureza. Já sabiam que a Energia Natural favorecia a realização dos
pedidos. Os rituais eram mensais, sempre nas noites de lua cheia, que fortalece o poder da mente. Era
preparado bolos, pães e sucos para cada comemoração.

Um exemplo de Ritual Celta


Use uma roupa bem alegre, com cores vivas, dê preferência ao amarelo, azul ou verde. Separe:
o Quatro velas (1 verde, 1 azul, 1 vermelha e 1 amarela);
o Um punhado de sal;
o 1 vareta de incenso de sua preferência,
o A fruta e a flor que rege Saturno (abacaxi e folhas de cipreste);
o Suco de abacaxi
o Um pedaço de bolo de especiarias.

Monte um pequeno altar: pode ser uma mesinha de centro com uma toalha branca por cima. Coloque
todos os objetos relacionados em cima do altar. Reverencie os elementos:

o Terra: acenda a vela verde, ofereça o bolo de especiarias ao altar, coma um pedaço e espalhe
um pouco de sal pelo altar; avalie seu progresso material.

o Água: acenda a vela azul, ofereça o suco ao altar e tome um pouco; reflita sobre suas
dificuldades emocionais e como conseguiu superá-las.

o Ar: acenda a vela amarela, incense o ambiente com o aroma dele, ofereça o abacaxi (se quiser
coma um pouco); agradeça por ter enfrentado os momentos críticos com calma.

o Fogo: acenda a vela vermelha e ofereça as folhas de cipreste ao altar; pense na sua saúde e
na de seus familiares.

Feche o ritual com a oração ou invocação/evocação de sua preferência. Deixe as velas e o incenso
queimando em cima do altar, retire o bolo, o suco e o abacaxi, oferecendo às pessoas que você mais
gosta.

Mitos Celtas e da Gália


Para os celtas, o mito suplantava a própria história. Nenhuma outra sociedade tinha tão perfeita
integração entre a realidade e a irrealidade, a narração e a fábula, o esotérico e o exotérico. O grego
Estrabão menciona os celtas na sua volumosa obra e faz menção à semelhança de ritos e costumes
entre povos. Também cita algumas das suas peculiaridades que fazem este povo mais atrativo do que
outros daquela época. Os celtas adoravam as águas e consideravam sagradas todas as fontes. Em
torno dessas fontes nasceram várias lendas, algumas contadas ainda em nossos dias. Um Deus das
Águas Quentes, chamado Bormo, Borvo ou Bormanus - significando “quente” -, de onde derivou
Bourbon, ou “luminoso” e “resplandecente”, era reconhecido também como o deus da luz. Seu culto
daria lugar à comemoração das célebres festas irlandesas - as “Baltené” - que se celebram no dia
primeiro de Maio.
Os grandes heróis celtas chamavam-se de Filhos do Reno, já que da margem direita desse rio houve a
invasão da Gália, das Ilhas Britânicas, Espanha, parte da Alemanha e a Itália e o vale do Danúbio. Era
também cultuada a Deusa Épona, que sempre ia montada a cavalo, animal que o deus do mar,

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Posêidon, tinha feito surgir com o seu tridente, e também era considerada entre os celtas como uma
deusa eqüestre. Havia ainda uma espécie de padroeira de mananciais e fontes à qual os galos
denominavam Sirona.
É um povo de costumes ancestrais que introduz na história o valor mágico da arte, sendo que há mais
de quinze mil anos representava nas paredes de ocultas covas uma série figuras que estavam
carregadas de simbolismo, e pelo menos pretendiam aproximar a realidade da sua imagem até
identificarem ambas. Trata-se de um povo que se caracteriza por introduzir nas suas histórias,
transmitidas oralmente, elementos mágicos e simbólicos que confirmarão o mito do seu ancestral como
raça única.
Tinham como se a natureza e da matéria estivessem repletas de deuses e de demônios, possuindo vida
própria. Pelo mesmo motivo, consideravam sagradas as montanhas e, de forma especial, seus picos,
onde eram praticados rituais similares aos que se realizavam no Reno ao submergir nas suas águas os
recém-nascidos. Caso o menino sobrevivesse passava a ser considerado filho legítimo dado que tinha
um protetor, o rio Reno, comum a ele e ao seu pai. Alguns picos de montanhas eram considerados
como Morada dos Deuses e, nos seus topos se erigiam templos em honra aos Deuses que melhor
protegeriam estes lugares de silêncio e recolhimento. Eram consideradas como deidades a Montanha
Negra e algumas cumeeiras dos Pirineus. De resto, a semelhança com os lugares sagrados da mitologia
clássica, tais como o Olimpo e o Parnaso, era evidente.
Os celtas tinham como costume povoar, pelo menos nas suas crenças, suas regiões com seres
fantásticos, tais como fadas, gnomos, silfos, duendes e anões, tinham que conseguir lugares idôneos
para o acomodo de semelhante figuras. E é assim que surge a preocupação e o respeito pela
vegetação, pelas ervas, pelas árvores; o bosque ergue-se em santuário celta, e as suas árvores,
simbolizam a relação constante entre o que está abaixo e o que está acima, entre o imanente e o
transcendente. Consideravam os seus bosques cheios de vida e, muito especialmente certas árvores,
da família dos Quercus, que neles cresciam. Entre estas as azinheiras, às quais se tinha um respeito
religioso e transcendental, carregado de veneração. Era uma árvore bendita e, quando queimava, tinha
a virtude de curar doenças.

Sonhos
Todas as pessoas já tiveram algum tipo de sonho. Em alguns casos, mesmo pessoas comuns, já
tiveram sonhos premonitórios. Prever o futuro, poder com isso ajudar as pessoas e a si mesmo não
pode ser algo sem importância. É algo complexo e que poucos conseguem. Tê-los propositalmente,
sem ser forçado, de forma natural, é um dos objetivos do Bruxo. Deve-se ter em mente que os sonhos
reveladores nunca surgem sem motivos. Esses sonhos são normalmente um aviso para que você tentar
evitar que um determinado fato ocorra, mesmo contrariando o destino.

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Os sonhos, mesmo os premonitórios, nunca vêm exatos ou da forma como o fato irá acontecer
realmente. Ou falta um certo detalhe, ou outro vem distorcido de alguma maneira. Essa é a razão
básica de não acreditarmos em tudo que vemos (ou vivermos) no sonho. Devemos aprender a separar
o viável do inviável, o principal do secundário. Basicamente não basta apenas ter os sonhos, deve-se
saber como interpretá-los.
Existem diversas maneiras de sabermos que algo vai acontecer ou está acontecendo. Uma delas é
através das nossas sensações. É relativamente comum ouvir relato de pessoas (nem sempre bruxas),
que experimentaram algum tipo de mal estar antes de um acidente qualquer com alguém de quem
gostava. Na maioria das vezes, isso ocorre de uma forma natural e esporádica. Já o estudante da
Magia deve buscar ativar sua sensibilidade para conseguir obter esse tipo de revelação, captar as
energias do ambiente. Uma das maneiras para se conseguir isso, é fortalecendo sua aura e sua
concentração através exercícios de meditação, de concentração e de magias para o crescimento
espiritual. Mesmo assim você deverá ficar atento às energias do ambiente. Para captar as energias de
alguém que está longe você precisa imaginar-se perto da pessoa e essa pessoa (mesmo não sendo
bruxo (a)) sentirá você ao seu lado e enviará uma resposta. Para tanto é necessária uma grande
concentração que só vem com a prática.
Existe ainda a telepatia, com princípios similares, mas que é uma coisa completamente diferente. Na
telepatia é necessária uma maior conexão entre as pessoas e a resposta não vem através de sensações
e sim de mensagens claras, como se comunicando verbal e pessoalmente com a pessoa em questão. O
procedimento é quase o mesmo: concentrar-se na pessoa e enviar a mensagem. Torna-se mais fácil se
ambas estiverem em um mesmo nível de concentração, mas não é impossível mandar uma mensagem
e a outra pessoa receber em um estado de sono ou desligamento. O nível de dificuldade encontrado é
diretamente relacionado ao nível de concentração.
Um outro tipo de sonho é aquele que ocorre pelo desejo de que algo aconteça. Quando se deseja algo
com força e fé cria-se um elo com as forças do Universo, e ele conspira para sua realização. Nesse
caso, o sonho vem como uma confirmação do desejo. O único cuidado que se deve ter vem da ilusão,
já que o sonho representa a sua vontade. Você saberá distinguir um do outro pela forma em que você
aparece nele: se aparece feliz é apenas a sua vontade, mas se você aparece como se o fato fosse
normal, ou nem aparece é uma confirmação.
Em alguns livros de interpretação de sonhos, você encontra, por exemplo, que sonhar com uma cobra
significa traição. Nada mais incorreto, pois os sonhos, por mais misteriosos que sejam, devem ser
claros, diretos e que assim que se acordasse, saberiam do que se tratava. A alma revela o futuro do
jeito que ela o conhece. A alma é Universal, mas os detalhes são diferentes. O mundo será a maneira
que ele aparecerá nos seus sonhos. É seu trabalho descobrir com o que aquele sonho está associado.
Existem algumas técnicas que devem ser interpretadas para nos levar além dos pensamentos para
descobri-lo.

Entre as propriedades do sonho mencionem-se:

(a) A facilidade com que ele é esquecido, tão logo ocorre o retorno à vigília;
(b) O predomínio das imagens e, em particular, das imagens visuais sobre os elementos de
natureza conceitual, caracterizando-se, assim, o sonho como expressão de processo
regressivo;
(c) Seu conteúdo significativo redigido em nível metafórico e impondo trabalho de
interpretação;
(d) Sua natureza hipermnésica, no sentido de que nele se mobilizam experiências
inacessíveis à evocação quando em estado de vigília.

Pela psicanálise, Freud distinguiu, no sonho, o conteúdo manifesto e o conteúdo latente, isto é, as
idéias oníricas encobertas. O conteúdo manifesto é o sonho tal como relatado. O conteúdo latente é o
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seu sentido oculto que justifica o processamento da análise interpretativa. Os pensamentos latentes e o
conteúdo manifesto do sonho aparecem como dois relatos dos mesmos fatos, em línguas diferentes ou
em níveis diversos. O conteúdo manifesto se revela como espécie de forma critica dos pensamentos
latentes montada através do que Freud denominou “trabalho do sonho”. Seu desvelamento é a tarefa
da técnica hermenêutica.

Freud distingue cinco mecanismos mobilizados na construção do sonho. São eles:

o A condensação,
o A dramatização,
o O simbolismo,
o O deslocamento e
o A elaboração secundária.

Por condensação se entende o processo segundo o qual o conteúdo latente se expressa sinteticamente
do conteúdo manifesto. “O sonho”, diz Freud, “é breve, lacônico, pobre, quando comparado à
amplitude e à riqueza das idéias oníricas latentes”. Freud ainda explica a condensação através do fato
de que as imagens que compõem o conteúdo manifesto são superdeterminadas, isto é, dependem de
várias causas latentes e não de uma só.
Por deslocamento se entende o processo pelo qual a carga efetiva se destaca do seu objeto normal
para fixar-se num objeto acessório. Com isso, o objeto por ela inicialmente impregnado perde a
condição de evocabilidade. Converte-se em objeto neutro. A dramatização consiste no processo através
do qual os conteúdos conceituais são substituídos por imagens visuais. Graças a ela, o sonho não se
constrói à base de palavras. Estas, quando aparecem, são irrelevantes. É essa a razão pela qual se
conceitua o sonho como processo regressivo.
A simbolização se distingue da dramatização por dois caracteres fundamentais. Em primeiro lugar,
enquanto a dramatização parte do abstrato para o concreto, do conceito para a imagem, a
simbolização parte do concreto para o concreto, da imagem para outra imagem. Em segundo lugar, a
relação do significado com o sinal é estritamente individual na dramatização; na simbolização, o
processo é constante de um indivíduo para outro, ou seja, é universal. O mecanismo de formação de
símbolos é mais próximo do deslocamento do que da dramatização. Para Freud, a simbolização
depende, essencialmente, da censura. Nenhuma outra razão explicaria o recurso à metáfora.
Finalmente a elaboração secundária se revela como o processo pelo qual, à medida que se aproxima a
vigília, se introduz nas produções oníricas uma lógica mais ou menos artificial, que visa a preparar o
reajuste do indivíduo às condições da realidade.

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Os Quatro Elementos
Os quatro elementos – Água, Ar, Fogo e Terra – são básicos em todas as estruturas materiais e
orgânicos. São forças vitais que compõem toda a criação que pode ser percebida pelos sentidos físicos.
Toda vida física e mental é uma manifestação de energias específicas que agem em cada pessoa. Cada
elemento representa um tipo básico de energia e consciência em cada um de nós. Todos os elementos
estão contidos e são ativos, em maior ou menor grau, em cada corpo. Assim sendo, cada pessoa está
conscientemente mais afinada com alguns tipos de energia do que outras. Os elementos são as
“engrenagens” da vida, que se devem fundir harmoniosamente para que possa haver saúde física e
mental. Todo reino animal e vegetal tem sua própria freqüência de energia, para estabelecer e manter
a vida, o crescimento e o desenvolvimento. No nascimento, o primeiro sopro de vida já é nossa ligação
direta com a Força Energética Universal, onde faremos o suprimento da necessária energia.

Os Elementos e os Signos
Embora as pessoas necessitem do equilíbrio das energias emanadas dos quatro elementos para
levarem uma vida física e mental saudável, cada elemento age em maior ou menor grau nas pessoas
de determinado grupo de signos. É importante que você saiba disso para manter o seu equilíbrio
energético, sempre que precisar. Cada um de nós tem a necessidade de “alimentar” o seu campo de
energia, com maior ou menor intensidade, em todos os quatro elementos. Se deixarmos de recarregar
as energias, principalmente a energia básica de nosso signo, descobrimos que ficamos facilmente
esgotados, irritáveis e mais vulneráveis às perturbações físicas e psicológicas. Ou seja, estando fora de
nosso elemento ou lidando com um campo de atividade estranho à nossa verdadeira natureza. O
elemento do nosso signo é o combustível de que precisamos para nos sentir vivos. Ele é a fonte de
nossa vitalidade básica, é a força que permite que efetuemos a nossa revitalização para podermos
enfrentar as tensões e as exigências da vida cotidiana.

Água = Câncer, Escorpião, Peixes.


O elemento água representa o reino da emoção profunda e das reações de sentimento, indo desde
paixões compulsivas e temores irresistíveis, até uma aceitação e um Amor que abrange toda a criação.
Os signos de água estão em contato com os próprios sentimentos, em sintonia com nuanças e
sutilezas, que os outros sequer percebem. Quando estão sintonizados, com consciência total e com as
dimensões mais profundas da vida, são os signos mais intuitivos e psiquicamente sensíveis. São
motivados por anseios emocionais mais profundos. Vivem em seus sentimentos e, mais do que
qualquer outra coisa, o estado emocional deles é que determina o seu comportamento.
Devem se relacionar com outras pessoas do elemento água, ou de um envolvimento emocional intenso
com qualquer coisa que estejam fazendo. Essas pessoas não devem se desligar de suas experiências,
portanto é importante que escolham atividades e trabalhos que possa dar-lhes amplo raio de ação para
a sua expressão emocional. Devem estabelecer um contato físico com seu elemento, pois normalmente
sentem que viver longe demais de um rio, lago ou oceano é o mesmo que viver em um deserto estéril.
Alcançam sua melhor forma psíquica e emocional, quando mergulham em água corrente ou estão em
presença delas.
O Senhor dos Elementos é o Senhor das Águas – Virudhaka.

Ar = Libra, Aquário, Gêmeos.


O Elemento Ar é a energia vital que tem sido relacionada com a respiração. Ele está associado às linhas
geométricas que funcionam através da mente, e à energia que modela os padrões das coisas que virão.
As pessoas dos signos de ar dominam o mundo das idéias arquetípicas e convertem a energia cósmica
em padrões de pensamentos específicos, que ainda não se materializaram. Deste modo, estão
desempenhando um papel na realização da criação, no nível social mais amplo, pois suas idéias podem,
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eventualmente, afetar a vida de milhões de pessoas. São motivadas por seus conceitos intelectuais.
Vivem no reino abstrato do pensamento, e para eles um pensamento é simplesmente tão real quanto
qualquer objeto material. Sentem necessidade de relacionamentos constantes com outras pessoas que
lhe ofereçam um canal para a expressão de suas idéias, ou de um tipo de trabalho que lhes dê
estímulo e liberdade intelectual.
Para sua recuperação os signos de ar precisam de ar limpo, leve, altamente elétrico, uma quantidade
de atmosfera que jamais é encontrada em nossas cidades, nas planícies úmidas ou nos vales
cultivados. A qualidade de ar é particularmente acessível nas montanhas, onde não só é limpo, mas
também bastante seco e fresco.
O Senhor dos Elementos é o Senhor do Ar – Dhritarashtra.

Fogo = Áries, Leão, Sagitário.


O Elemento Fogo se refere à Energia Universal Irradiante, uma energia que é excitável e entusiástica, e
que, através de sua luz, dá colorido ao mundo. Os signos de fogo exemplificam a decisão, a grande fé
em si mesmos, o entusiasmo, uma força sem fim e uma honestidade direta. São motivados por suas
inspirações e aspirações.
Vivem em um estado de atividade inspirada altamente excitante, e a conservação desse estado de ser
é decisiva para a manutenção da saúde e da felicidade dos signos de fogo. Requerem envolvimento
com outros signos de fogo, com metas e aspirações progressivas e inspiradas, ou com um tipo de
trabalho que seja fisicamente exigente e ativo. Pessoas do signo de fogo precisam estar ao ar livre, na
luz solar, banhando-se no fogo radiante que vem do sol e manterem-se fisicamente ativos a fim de
captar a sua energia ígnea.
O Senhor dos Elementos é o Senhor do Fogo – Virupaksha.

Terra = Capricórnio, Touro, Virgem.


O Elemento Terra simboliza os sentidos físicos e a realidade do aqui e agora do mundo material. Os
signos da terra tendem a confiar mais nos seus sentidos e no raciocínio prático do que nas inspirações,
nas considerações teóricas ou nas intuições dos outros signos. Estão sintonizados com o mundo das
formas, que os sentidos e a mente prática encaram como real. A compreensão inata a respeito de
como o mundo material funciona dá aos signos de terra mais paciência e autodisciplina do que tem os
outros signos. O Elemento Terra é receptivo, tendo grande força de resistência e persistência que faz
com que as pessoas dos signos de terra, sempre sejam capazes de cuidar de si mesmos. São
cautelosos, premeditados, bastante convencionais e invulgarmente fidedignos. São também motivados
por suas necessidades materiais. Os signos de terra estão assentados no mundo material.
Precisam assumir deveres e obrigações materiais, pois o desafio de enfrentar o mundo como um todo
estimula suas energias mais positivas e alimenta sua necessidade de expressão, através de realizações
práticas. Também podem recarregar lidando intimamente com outras pessoas de terra.
Pessoas destes signos naturalmente precisam meter os pés na lama de vez em quando, e ainda se
aproximarem e entrarem em sintonia com a força de crescimento que há nas árvores e plantas.

O Senhor dos Elementos é o Senhor da Terra – Kuvera.

Espíritos Elementais

Norte = Terra
Leste = Ar
Sul = Fogo
Oeste = Água.

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Do mesmo modo que a natureza visível é habitada por um número infinito de criaturas viventes, assim
também a contraparte invisível e espiritual da natureza é habitada por uma série de seres denominados
de Devas e de Elementais.
Semelhantes ao ser humano na forma, habitam seus próprios mundos invisíveis para a maioria das
pessoas.

Água
Os Elementais da Água - as Ondinas - atuam na Essência Invisível e Espiritual, - o Éter Úmido – e a
beleza é uma característica comum. Cheios de graça e simetria onde quer que sejam encontradas,
mesmo em pinturas ou esculturas. Identificado como um símbolo feminino, está dividido em grupos
que habitam as cachoeiras e os mares, onde podem ser vistos através dos vapores. Ou habitam
pântanos, brejos, lagos, fontes e rios.
As Ondinas são muito parecidas com seres humanos na sua forma, como tamanho - as que habitam os
rios e fontes, tem proporções menores. Vivem em Cavernas de Corais, Juncos, às margens dos rios ou
das p
raias. Servem e amam sua Rainha, Necksa. São seres emocionais, amigáveis com os humanos, e
gostam de servir. São representadas cavalgado golfinhos ou outros grandes peixes. Possuem muito
amor pelas flores e plantas, às quais servem de maneira devotada.

Invocação as Ondinas
“Tremendo Rei do mar, que seguras as chaves das cataratas do céu e encerra as águas
subterrâneas nas cavernas da terra, Rei do dilúvio e das chuvas primaveris. Tu que abres
as nascentes dos rios e das fontes. Tu que ordenas à umidade, linfa da terra, que se
transforme em linfa das plantas, nós Te imploramos e invocamos, nós que somos Tuas
móveis e mutantes criaturas. Fala-nos das grandes sublevações dos grandes mares e
temeremos diante de Ti, fala-nos do gorgolejar das límpidas águas e procuraremos a Tua
benevolência. Imensidade para a qual confluem todos os rios do ser, em Ti eternamente
renascentes! Oceano de infinitas perfeições! Altura vertiginosa que até refletes no abismo!
Abismo que nas alturas te exaltas! Guia-nos para a verdadeira vida, com o conhecimento
supremo e com o amor infinito! Guia-nos no caminho da imortalidade através do sacrifício,
a fim de que, um dia, possamos ser julgados dignos de poder te oferecer a água, o sangue
e as lágrimas para a remissão dos nossos pecados.”

Terra
Os Elementais que vivem no Éter Terrestre são denominados de Gnomos. Existem várias espécies em
desenvolvimento e evolução através do Corpo Etérico da Natureza. São conhecidos como "Espíritos das
Árvores” ou “Homenzinhos velhos da floresta”. Suas casas são de substâncias similares ao alabastro, o
mármore e o cimento, mas a verdadeira substância é desconhecida no plano físico. Cada arbusto, cada
flor, cada planta, cada árvore, tem o seu Espírito da Natureza, que freqüentemente usa o corpo físico
da planta como sua habitação. Quando uma planta é cortada e morre, a essência de seu Elemental
retorna ao éter para ser redirecionado a uma semente a germinar.
Esse é um bom motivo para se respeitar a Natureza, sem destruir uma planta desnecessariamente. Os
Gnomos se colocam à disposição do ser humano, que respeita ou cuida de um jardim ou uma planta,
mesmo em um vaso. Os Gnomos são governados por um rei. Seu nome é Gob, e seus súditos são
chamados de Gobelinos. Também se casam e constituem família. Suas mulheres são as Gnomidas, e
alguns usam as roupas tecidas do Elemento em que vivem. Em outros casos, sua vestimenta é parte
integrante deles mesmos e cresce com eles. Gulosos por natureza gastam grande parte de seu tempo
comendo, mas ganham seu alimento através de trabalho. Muitos são de temperamento egoísta e
acumulam coisas.

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As crianças, até os sete anos de idade, por sua pureza, vêm os Gnomos, pois seu contato com o
mundo material ainda não está completo, ainda não adquiriram defesas psicológicas e são mais
conscientes dos mundos invisíveis. O comportamento dos Gnomos ou Duendes variam. Normalmente
baseiam-se nas atitudes humanas devido sua proximidade com os homens, e essa aproximação é
sempre favorecida quando o ser humano está mais frágil e sensível. São os Guardiões dos Minerais,
com capacidade de transformar rocha em cristal. Os Duendes são ligados a Terra e podem controlar
imprevistos da Natureza. O tempo de existência dos Gnomos e Duendes é de aproximadamente cem
anos. Adoram brincadeiras e esconder coisas. Alguns possuem orelhas pontudas, grandes e tem grande
quantidade de pêlos no corpo. Quando confiam no homem se tornam fiéis e grandes protetores.
Adoram frutas, sendo os morangos, a cereja, a groselha e amoras silvestres, seus pratos principais
favoritos.

Invocação aos Gnomos


“Oh! Rei invisível que tomaste a terra por apoio e escavaste seus abismos para enchê-los
com Teu Supremo Poder. Tu cujo nome faz tremer as abóbadas que sustentam o mundo,
Tu que fazes gotejar os sete metais das veias de pedra, Monarca das sete cores e das sete
luzes, distribuidor de bem aos operários subterrâneos, guia-nos no ar desejável e no sinal
da luz. Vigiamos e trabalhamos sem cessar, procuramos e esperamos pelas doze pedras da
Cidade Santa, pelos talismãs escondidos, pela alma de ímã que atravessa o centro do
mundo. Senhor, Senhor, Senhor, tem piedade de que sofre, alarga nossos peitos, liberta e
ergue nossas cabeças, magnífica. Oh! Estável e eterno movimento, Dia circundado pelas
trevas da noite, Treva velada da luz! Mestre que jamais reténs para ti a recompensa devida
a Teus Operários. Candor prateado! Dourado Esplendor! Coroa de diamantes brilhantes e
melodiosos! Tu que usas no dedo o céu como se fosse um anel de pura safira! Tu que
escondes nas entranhas da terra, no reino das gemas mais preciosas, a maravilhosa
semente das estrelas! Vive, reina e sê o eterno distribuidor das tantas riquezas das quais
nos nomeaste guardiões!”.

Fogo
Esse grupo de Elementais são representados pelas Salamandras, que vivem no Éter que é o Invisível
Elemento Fogo. Sem elas, o fogo material não existiria, um fósforo não pode ser aceso, e nem a
pólvora explodiria. O ser humano é incapaz de se comunicar adequadamente com as Salamandras, pois
ela reduz a cinzas tudo que delas se aproxima. Antigos místicos, preparavam incensos especiais de
ervas e perfumes, para que quando queimados, pudessem provocar um vapor especial, e assim formar
nos seus rolos as figuras das Salamandras. São vistas em formas de bolas ou línguas de fogo, correndo
através dos campos ou adentrando nas casas. No Brasil, são conhecidas como “Fogo-Santileno”. Alguns
místicos afirmam ser as Salamandras seres gigantes, imponentes, flamejantes em roupas fluídas, como
uma armadura de fogo. Considerados os mais poderosos dos Elementais, tem como seu regente Djin.
Os Antigos buscavam manter distância delas. Possui especial influência sobre os indivíduos de
temperamento tempestuoso. Tanto nos animais quanto no homem as Salamandras trabalham através
do emocional, por meio de calor corpóreo, do fígado e da corrente sangüínea. Sem a sua assistência,
não haveria calor.

Invocação às Salamandras
“Imortal, Eterno, Inefável e incriado Pai de todas as coisas, que és transportado
incessantemente pelo voltejante carro dos mundos em perpétuo movimento. Dominador
incontestado dos reinos etéreos onde se ergue Teu trono e Teu poder, do qual Teu olhar
poderoso e agudo tudo vê, e Teus santos ouvidos tudo ouvem, socorre teus filhos, que
amastes desde o início dos tempos, porque Tua grande, áurea e eterna Majestade brilham

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resplandecente sobre o mundo, sobre o céu e sobre as estrelas, e Tu te ergues sobre tudo,
oh! Cintilante fogo, e iluminas a Ti mesmo com Teu esplendor e de Tua essência imaculada
emanas raios de luz que nutrem Teu Espírito infinito. Esse Espírito infinito que produz
todas as coisas e prepara o tesouro inesgotável de substância sempre pronta para a
criação que te circunda e apropria-se das tantas formas que Tu, desde o início,
impregnaste. Este Espírito é a origem dos grandes Reis Santíssimos que circundam Teu
trono e formam Tua Corte, Pai Universal! Único, Pai dos felizes mortais e imortais! Tu
criaste as potências que são maravilhosamente semelhantes ao Pensamento Eterno, de
Tua adorável essência! Tu as estabelecestes acima dos Anjos, Tu criaste uma ordem de
soberanos nos elementos! Nosso eterno exercício é o de adorar Teus desejos; ardermos na
vontade de possuir-Te, oh! Pai, oh! Mãe, a mais afetuosa das Mães! Filho, flor dos Filhos!
Forma das Formas! Alma, Espírito, Harmonia e Nome de todas as coisas, guarda-nos e
seremos abençoados”.

Ar

"... acima da Terra, existem seres vivendo em torno do ar, tal


como nós vivemos em torno do mar, alguns em ilhas que o Ar
forma junto com o Continente; e numa palavra, o ar é usado
por Eles, tal qual a água e o mar são por nós, e o Éter é para
nós. Mais ainda, o temperamento das suas estações é tal, que
Eles não têm doenças e vivem muito mais tempo do que nós, e
têm visão e audição e todos os outros sentidos muito mais
aguçados do que os nossos, no mesmo sentido que o Ar é mais
puro que a Água e o Éter do que o Ar. Eles também têm seus
templos e Lugares Sagrados, em que os Deuses realmente
vivem, e Eles escutam suas vozes e recebem suas respostas;
são conscientes de sua presença e mantêm conversação com
Eles, e vêem o Sol, e vêem a Lua, e vêem as Estrelas, tal como
realmente são. E todas suas bem-aventuranças, são desse
gênero...”.

Último discurso de Sócrates, preservado no Fédon de Platão

Os mais altos de todos os Elementais, pois seu elemento nativo é o de mais alta taxa vibratória. É
comum atingirem 1000 anos de idade e não envelhecem. São os Silfos ou Sílfides, que têm como líder
Paralda, e vive na mais alta montanha da Terra. Acredita-se que reunem-se em torno da mente dos
sonhadores, dos artistas, dos poetas, e os inspiram com seu conhecimento das maravilhas e obras da
Natureza. De temperamento alegre, mutável e excêntrico. A eles é atribuída a tarefa de modelar os
flocos de neve e arrebanhar as nuvens, sempre desempenhando esta tarefa com a ajuda das Ondinas,
que lhes fornecem a umidade.

Invocação às Sílfides
“Espírito de luz, Espírito de sabedoria, cujo sopro concede e retoma a forma de todas as
coisas. Tu, para quem a vida dos seres é sombra que muda e névoa que se dissipa, Tu que
elevas as nuvens e voas sobre o hálito dos ventos, Tu que respiras e vives nos espaços
imensos sem fim, Tu que aspiras, e cada coisa por Ti criada a Ti retorna, eterno movimento
na eterna quietude, sê para sempre bendito. Nós Te louvamos e Te abençoamos no reino
mutante da luz criada, das sombras, dos reflexos, das imagens, nós aspiramos
fervorosamente a teu mutante e eterno esplendor. Deixa que penetre até nós a centelha de
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Tua infinita inteligência e o calor do Teu amor; então o que é móvel se deterá, a sombra
tornar-se-á um corpo, o espírito do ar uma alma, o sonho um pensamento. E não seremos
mais abatidos pela tempestade, mas seguraremos com firmeza as rédeas dos cavalos
alados da manhã e seguiremos o curso dos ventos para voar diretos diante de Ti. Oh!
Espírito de todos os Espíritos, eterna alma das almas, imortal sopro de vida, respiração
criadora, boca que aspira e respira a existência de todos os seres no fluir e refluir de Tua
eterna palavra, que é o divino oceano do movimento e da verdade”.

Elementares
Acreditamos na dualidade das coisas, de tudo que é visível e invisível e sabemos da existência de seres
obscuros como as Fadas dos Pântanos, os Silfos das Tempestades, a horda de Gnomos malignos, as
Salamandras incendiárias (causadoras de grandes incêndios ou erupções vulcânicas), as Ondinas dos
grandes maremotos e das correntezas dos rios entre muitos outros. São seres que possuem energias
mais elementares, ou seja, telúricas, possuindo corpos mais densos, estando em um estágio entre os
Elementais e o homem. Convivem com o homem somente por vontade própria e não sob obediência.
São conhecidos como mensageiros dos Gnomos, pois estes não se aproximam das grandes cidades.
O mais conhecido dentre eles é o Duende. Os Duendes, por sua natureza, pertencem ao lado material
das coisas, deixando os elementos do espírito em segundo plano. São do tipo brincalhão e falante e
gostam de assustar, mas também são excelentes porta-vozes entre o reino humano e o elemental. São
pequenos anões de até 30 cm de altura, ligados à Terra e que conseguem controlar imprevistos da
natureza.

Elementares Artificiais
Existe uma diferença entre os Elementares artificiais e naturais. Os elementares naturais (da natureza)
são os Duendes. Os Elementares artificiais (criados pelo pensamento humano) são conhecidos por
Íncubos e Súcubos (vampiros sexuais) e as várias Formas de Pensamento. Os íncubos são espíritos
malignos masculinos que vem copular com as mulheres, e súcubos são espíritos malignos femininos
que vem copular com os homens. Sabemos que, além do fenômeno de materialização de espíritos,
existe a possibilidade de um grau avançado de clarividência que permite a um espírito tornar-se
tangível apenas para o médium que o visualiza.

Incubus/ Súcubos
Os primeiros relatos de Incubus / Súcubos mostravam espíritos que atacavam pessoas à noite e faziam
sexo com elas, atacavam homens na forma de um Súcubo, através do ato sexual se apoderavam do
esperma da vítima e então assumiam a contraparte masculina e ao atacar uma mulher depositava o
esperma dentro dela a engravidando. Esses relatos sempre mostravam uma mesma pessoa sendo
visitadas, repetidas, vezes e as supostas origens de tais espíritos assim como o propósito de seus atos
variam de forma enorme.
As mulheres que eram "atacadas" diziam que o sexo podia ser calmo ou violento, mas que uma coisa
era constante quando o espírito ejaculava dentro dela o esperma era sempre frio, o que se explicaria
pelo fato do espírito não possuir calor corporal como um ser humano normal (vale notar que os relatos
que foram espalhados sobre orgias satânicas na idade média relatavam a cópula entre mulheres e
demônios a serviço de Satã e nesses relatos ocorria o mesmo fenômeno da ejaculação fria dos
diabinhos, o que leva muita gente a relacionar os súcubos / incubus com demônios a serviço de Satã,
mas isso só ocorre posteriormente à idade média).
Muitas vezes a própria Lilith aparece em textos ou folclores como sendo uma Súcubo, existem até
superstições para rapazes, quando viajando sozinhos, para não passarem a noite em casas e celeiros
abandonados, pois poderiam ser atacados por Lilith que os forçaria a ter sexo com ela, agora para
variar eu não me lembro que tipo de erva se era capim, hortelã ou que raio de coisa, mas acreditavam

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que se houvesse a necessidade de pernoitar em tais locais era sábio usar um ramo da coisa (feno
talvez) para afastar Lilith. Isso poderia ser explicado pela crença de que Lilith depois de ter sido
expulsa do paraíso veio para a terra onde jurou vingança aos filhos de Adão e então saiu realizando
sexo com os homens para ter filhos com eles e então educá-los para odiar o Senhor.
Mas isso não tornaria Lilith uma Súcubo, já que a entidade não tem um sexo definido e sim ambos, em
sua maioria ela aparece descrita como uma Súcubos / Incubus e não apenas como um ou outro. (Além
do mais que Lilith é uma entidade, um Súcubos / Incubus é um nome dado a um tipo de manifestação
espiritual). Um movimento que afetou profundamente os Súcubos / Incubus foi o movimento Gótico
que ressurgia com força na arte do século VIII (ressurgia, pois o termo gótico vem sendo usado desde
antes do século III d.C.), afetando principalmente a literatura. Foi nesta época que começaram a surgir
as descrições do vampiro que tínhamos até algum tempo atrás (é o vampiro que Bram Stoker traduziu
como o Conde Drácula em sua novela). Por causa do erotismo, do clima sombrio de eterno tormento,
maldições e beleza que esses romances ofereciam muitas criaturas místicas, folclóricas e demoníacas
eram vistas com outros olhos, ao invés de espíritos malignos ou benevolentes eram almas
atormentadas por algo o que acabou transformando o Súcubos / Incubus em um vampiro sexual, uma
bela mulher ou homem que atacava suas vítimas e através do sexo lhe drenavam a "força vital".
As descrições desses ataques é a que até hoje existe, quase sempre um homem ou mulher que está
sofrendo de tristeza ou depressão (geralmente causada por uma perda amorosa ou morte de alguém
que amava) e recebe visitas noturnas, durante o ataque a vítima se sente seduzida e erotizada ao
máximo, as carícias se tornam violentas e o ato culmina em um orgasmo muito intenso no qual o
atacado se sente afundando nas trevas e se aproximando da morte lentamente, ele ou ela sabe que
está definhando mas por causa de sua melancolia não se importa e até espera ansiosamente pelo
próximo ataque. Além da violência é comum atribuir algum aspecto que quebre o encanto causado pela
extrema beleza do atacante, como hálito fétido ou após o orgasmo antes de desaparecer o espírito
mostra sua real face deformada e horrenda. A literatura gótica inspirou muitos a estudarem esses
fenômenos demonológicos mas muitos dos estudos feitos durante e após essa época foram altamente
influenciados pela literatura e por isso as entidades "estudadas" acabavam recebendo as características
descritas nos contos o que acabou transformando muitas delas, mudando seus hábitos, objetivos e
características.

Existe algo chamado Terror Noturno que é um severo distúrbio do sono, consistindo de ataques de
terror agudo emergindo do sono profundo sem sonhos. É acompanhado por violentos movimentos
corporais, agitação extrema, gritos, gemidos; falta de ar, suor, confusão, e em alguns casos, fuga da
cama ou do quarto, comportamento destrutivo e agressão dirigida a objetos ou contra eles mesmos ou
outras pessoas. Feridas, fraturas e lesões podem ocorrer em conseqüência.
O terror noturno ocorre durante a fase do sono não-REM (não-Rapid Eye Movement) geralmente
dentro de uma hora após o sujeito ir para a cama (estágio 4 do sono). Um episódio pode acontecer em
qualquer lugar e durar de cinco a vinte minutos enquanto o sujeito ainda está sonolento. Os olhos
podem se abrir. O paciente geralmente é incapaz de se lembrar de qualquer coisa após o acontecido.
Terror noturno pode coincidir com sonambulismo (de fato, 1/3 das crianças com terror noturno
também têm sonambulismo), em cujo caso andar e correr ocorre em conjunção com gritos, saltos e
agitação violenta. Episódios mais moderados, chamados "excitação confussional" são mais comuns em
crianças, e pode envolver somente gemidos, balbucio e agitação motora da cabeça, corpo e pernas.
Após o episódio, de nada resolve consolar ou tranqüilizar o paciente.
Durante o ataque de terror noturno, existe uma superativação do sistema nervoso autônomo simpático,
incluindo dilatação das pupilas, sudorese, aumento nas taxas respiratórias e cardíacas, e aumento na
pressão arterial. A taxa do coração (taquicardia) pode aumentar até 160 a 170 batimentos por minuto
(o normal geralmente é de 60 a 100 no adulto), os quais são maiores que aqueles ocorrendo durante
os episódios de estresse mais severos.

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Para os não tão céticos existem relatos de pessoas que durante o sono sofrem lesões e por algum
motivo ainda não explicado de maneira satisfatória pela "ciência" que os estudam (a ciência aqui está
entre parênteses para indicar a minha descrença nos estudos que foram e estão sendo realizados nesta
área não para mostrar desgosto ou desrespeito pela ciência de forma geral) acabam sofrendo as
mesmas lesões no corpo físico. Os relatos descritivos são semelhantes aos relatados em casos de
estigmas religiosos, mas desta vez não causados por fervor religiosos e sim por sonhos, como
curiosidade vale citar a famosa teoria de que o filme A Hora do Pesadelo foi parcialmente inspirado por
casos desses de cortes e sangramentos causados em sonhos que aparecem no corpo quando a pessoa
desperta.
Para mostrar bem o lado sexual e não vampiro do Súcubos / Incubus, os gregos antigos atribuíam a tal
entidade, eles acreditavam que o Incubus / Súcubos durante a noite se sentava no tórax do sonhador,
levando-o à sensação de sufocamento, dificuldades respiratórias, e um coração pesado e acelerado.
Claro se realiza um ritual para evocar tais entidades deve-se estar a par do histórico e da literatura
onde eles surgem.

Incubus/ Súcubos II

“... pois Lilith não se conformou com a submissão ao homem”.


O incubus era uma figura demoníaca intimamente associada ao vampiro. Era conhecida pelo hábito de
invadir o quarto de uma mulher à noite, deitar-se sobre ela para que seu peso ficasse bem evidente
sobre seu peito, forçando-a a fazer sexo. O súcubos, a contra-parte feminina do incubus, atacava os
homens da mesma maneira. A experiência do ataque de um destes seres variava do extremo prazer ao
absoluto terror. O incubus/súcubos se parecia com um vampiro, na medida em que atacava as pessoas
durante a noite enquanto dormiam. Freqüentemente atacava a mesma pessoa noite após noite, como
o vampiro dos ciganos, deixando suas vítimas exaustas. Entretanto era diferente do vampiro, no
sentido de que não sugava sangue e não roubava a energia vital.
O incubus parece ter se originado na antiga prática de incubação, aonde uma pessoa ia ao templo de
uma divindade e lá pousava. No decurso da noite, a pessoa teria um contato com a divindade. Muitas
vezes esse contato envolvia relações sexuais, ou na forma de sonho ou com um dos representantes da
divindade. Muitas vezes esses contatos envolviam relações sexuais, em sonhos, ou um representante
humano. Isso estava na raiz de diversas práticas religiosas, incluindo a prostituição nos templos. A
religião de incubação mais bem sucedida estava ligada a Esculápio, um deus da cura que se
especializara, entre outras coisas, em curar a esterilidade. O cristianismo, que comparou as divindades
pagãs aos seres demoníacos, encarava essa prática de relações com uma divindade como uma forma
de atividade demoníaca.
Através dos séculos duas principais correntes de opinião sobre as origens dos incubus e súcubos
competiam uma contra a outra. Alguns a viam como sonhos, invenções de uma vida fantasiosa da
pessoa que experimentava tais visitações. Outros argumentavam a favor da existência objetiva dos
espíritos malignos. No século 15 os líderes religiosos, especialmente os que estavam ligados à
inquisição, preferiam esta última explicação, ligando a atividade destes seres com a bruxaria. O grande
instrumento dos caçadores de bruxas, Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas) supunha que todas as
bruxas se submetiam voluntariamente aos incubus.
A existência objetiva dos incubus/súcubos foi sustentada por Tomás de Aquino no século 13.
Argumentava que crianças poderiam mesmo ser concebida pelas relações entre uma mulher e um
incubus. Acreditava que um espírito maligno poderia mudar de forma e aparecer como um desses seres
para homens e mulheres. Alguns pensadores argumentaram que o súcubos coletava sêmen e, depois
na forma de um incubus, depositava-o numa mulher. As freiras parecem Ter sido um alvo especial dos
incubus, pois os espíritos malignos pareciam Ter prazer em atormentar aqueles que haviam escolhido
uma vida santa. A idéia da existência objetiva desses seres permaneceu até o século 17, quando a

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tendência para a compreensão subjetiva tornou-se mais forte. Alguns psicólogos freudianos os incubus
e súcubos aos vampiros como expressão de desejos sexuais reprimidos. O vampiro era visto como o
mais intenso desses seres. Em virtude das semelhanças entre vampiros e incubus/súcubos, muitas das
formas deste último aparece constantemente nas listas de vampiros mundo afora.

Devas
São as grandes entidades da natureza que podem abranger todo um vale, bosques e florestas com sua
essência luminosa. Responsáveis pelas formas nas montanhas, nuvens, lagos, etc. Possuem um rosto
belo e nobre, e seus olhos são muito mais centros de força do que órgãos de visão. Através de seu
movimento, sua aura atinge todos os seres vivos com sua força vital estimuladora. Os Elementais, ou
espíritos menores, respondem instintivamente a esses impulsos, cuja origem reconhecem como um
traço constante em suas vidas.

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Os Animais de Poder
A simbologia animal está gravada a muito no inconsciente coletivo da humanidade. Nas religiões
antigas existem registros de rituais do homem e do animal. Tanto em nossa astrologia quanto na dos
chineses, os símbolos astrológicos são animais. Encontra-se presente em todas as linhas de ocultismo,
na alquimia, nas cartas de tarô, nas runas, no I Ching, etc. Buscamos descobrir o animal guardião que
está presente em cada um de nós. Chamado de animal de poder, espírito protetor, aliado, totem,
animal guardião. Estão mais próximos da Fonte Divina. Quando compartilhamos de sua consciência
podemos transcender o tempo, o espaço e as leis de causa e efeito. A relação entre o homem e o
animal é de origem espiritual, pois é o nosso instinto animal, nosso lado mais forte e menos racional.
São manifestações dos poderes ocultos que estão por trás das transformações humanas. Aumentam a
resistência a doenças, a acuidade mental e a autoconfiança. Auxiliam no diagnóstico de doenças, na
realização de objetivos desafiadores, para aumentar a disposição, auxiliam no autoconhecimento. Cada
animal traz sua essência espiritual, e através disso, cada um com sua própria medicina, transmite-nos a
sua sabedoria. Eis alguns deles:

o Águia - Iluminação, a visão interior, invocada para poderes xamânicos, coragem, elevação do
espírito a grandes alturas;
o Aranha - Criatividade, a teia da vida, manifestação da magia de tecer nossos sonhos;
o Abelha - Comunicação, trabalho árduo com harmonia, néctar da vida, organização.
o Alce - Resistência, autoconfiança, competição, abundância, responsabilidade.
o Antílope - Cautela, silêncio, consciência mística através da meditação, calma, ação.
o Baleia - Registros da Mãe Terra, sons que equilibram o corpo emocional, origens;
o Beija-flor - Mensageiro da cura, amor romântico, claridade, graça, sorte, suavidade;
o Borboleta - Autotransformação, clareza mental, novas etapas, liberdade;
o Búfalo - Sabedoria ancestral, esperança, espiritualidade, preces, paz, tolerância;
o Cabra e cabrito - Determinação para ir ao topo, nutrição, brincadeiras.
o Camelo - Conservação, resistência, tolerância.
o Canguru - Proteção maternal, coragem para seguir em frente nas fraquezas.
o Castor - Novos canais de pensamentos, construção, segurança, conforto, paciência.
o Cisne - Graça, fidelidade, ritmo do Universos, ver o futuro, poderes intuitivos, fé.
o Coelho - Fertilidade, medo, abundância, crescimento, agilidade, prosperidade.
o Condor - Idem a águia, é um dos filhos do Sol no Peru, representa o Mundo Superior.
o Corvo - Guardião da magia, mistério, predições, mensageiro, dualidade, assistência.
o Cavalo - Poder interior, liberdade de espírito, viagem xamânica, força, clarividência;
o Cachorro - Lealdade, habilidade para amar incondicionalmente, estar a serviço;
o Cobra - Transmutação, cura, regeneração, sabedoria, psiquismo, sensualidade;
o Coiote - Malícia, artifício, criança interior, adaptabilidade, confiança, humor;
o Coruja - Habilidade oculta, ver na escuridão, a vigília, a sombra, sabedoria antiga;
o Doninha - Poderes ocultos, vivencia, poder de esconder, observações, segredos.
o Elefante - Longevidade, inteligência, memória ancestral, ancestrais enterrados.
o Esquilo - Divertimento, planos futuros, reunião, observar o óbvio.
o Esturjão - Determinação, sexualidade, consistência, profundidade, ensinamento.
o Falcão - Precisão, preces ao Universo, mensageiro, olhar a volta, abertura a distância,
oportunidades.
o Formiga - Comunidade perfeita, paciência, trabalho duro, força, resistência, agressividade,
exame cuidadoso.
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o Gaivota - A habilidade de voar através da vida com calma e esforço para alcançar objetivo.
o Gambá - Campo de proteção, reputação, repelir quem não o respeita, respeito.
o Gato - Entendimento sobre mistérios, poderes mágicos, sensualidade, independência, visões
místicas, limpeza.
o Galo - Sexualidade, fertilidade, oferendas, cerimônias, altivez.
o Girafa - Calma, inspiração para se atingir grandes alturas, suavidade, doçura.
o Golfinho - Pureza, iluminação do ser, sabedoria, paz, amor, harmonia, comunicação.
o Gorila - Sabedoria, inteligência, adaptabilidade, guardião da terra, habilidade.
o Guaxinim - Bom humor, limpeza, sobrevivência, tenacidade, inteligência, folia.
o Hipopótamo - Desenvolvimento psíquico, intuição, ligação água-terra, aterramento.
o Jacaré - Instinto de sobrevivência, o inconsciente profundo, o caos que precede a criação.
o Jaguar - A busca em profundas águas da consciência, mensageiro, interação mente e alma.
o Javali - Comunicação entre pares, expressividade, inteligência.
o Lagarto - Otimismo, adaptabilidade, regeneração, sonhos, renovação, transformação.
o Leão - Poder, força, majestade, prosperidade, nobreza, coragem, saúde, liderança, segurança,
autoconfiança.
o Leopardo - Conhecimento do subconsciente, compreender aspectos sombrios, rapidez.
o Lince - Segredos, conhecimento oculto, tradição, ouvir para o crescimento.
o Libélula - Ilusão, ventos da mudança, comunicação com o mundo elemental.
o Lobo - Amor, relacionamentos saldáveis, fidelidade, generosidade, ensinamento.
o Macaco - Inteligência, bom humor, alegria, agilidade, perícia, irreverência, amizade.
o Minhoca - Regeneração, resistência, auto-cura, transformação.
o Morcego - Renascimento, iniciação, reencarnação, habilidades mágicas.
o Onça - Espreita, proteção de espaço, silencio, observação. Precisão.
o Pantera - Mistério, sensualidade, sexualidade, beleza, sedução, força, flexibilidade.
o Pato - Desenvolvimento de energia maternal, fidelidade, nutrição energética.
o Peru - Dar e receber, transcendência, dádivas, celebração.
o Porco-Espinho - Fé, confiança, inocência, inspiração para realizações, dentro da essência.
o Puma - Força, iniciativa, mistério, silêncio, sobrevivência, velocidade, graça, liderança,
coragem.
o Pica-Pau - Invocado para chuva, regeneração, limpeza, comunicação, proteção, seu som ao
picar a árvore é ligado com os Espíritos do trovão.
o Pingüim - Viver em comunidade, fidelidade, lealdade nos romances.
o Pombo - No cristianismo simboliza o Espírito Santo, paz, comunicação, mensagem.
o Raposa - Habilidade, esperteza, camuflagem, observação, integração, astúcia.
o Rato - versatilidade, alerta, introspecção, percepção, satisfação, aceitação.
o Salmão - Força, perseverança, nadar contra a maré, determinação, coragem.
o Sapo - Evolução, limpeza, transformação, mistérios, humor, ligado a chuva.
o Tartaruga - Dar chão, estabilidade, organização, longevidade, paciência, resistência, proteção,
experiência, sabedoria, Mãe-Terra.
o Tatu – Limites, doas dá a armadura, limites emocionais, protege a saúde.
o Texugo - Agressividade, coragem, formar, alianças, persistência, agir em crise.
o Tigre - Aproximação lenta, preparação cuidadosa, aproveitar oportunidades.
o Touro - fertilidade, sexualidade, poder, liderança, proteção, potencia.
o Urso - Introspecção, intuição, cura, consciência, ensinamentos, curiosidade.
o Vaga-Lume - Iluminação, entendimento, força de vida, luz e escuridão, maravilhas.

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o Veado - Delicadeza, sensitividade, graça, alerta, adaptabilidade, conexão coração e espírito,
gentileza.

Animais Místicos
Fonte: Léo Artese - O Vôo da águia.

o Cavalo Alado - Desejo de elevação, transmutação, beleza, viagem astral, novas aventuras,
mistério, fascínio.
o Centauro - Instinto animal, ligação homem-animal, anarquia, sexualidade, fertilidade,
conhecimentos de cura (Quíron).
o Dragão - Potência e força viril, proteção Kundalini, calor, mensageiro da felicidade, senhor da
chuva, fecundação, força vital.
o Elefante branco - Força, bondade, escolha de caminhos, ligações extraterrestres, mistério.
o Fênix - Renascimento, fascínio, animal do Sol, imortalidade da alma, elevação, purificação.
o Sátiro - Libertinagem, divertimento, impulso sexual, instintos, fantasias sexuais.
o Unicórnio - Rapidez, mansidão, pureza, salvação, espiritualidade, inofensivo, seu único corno
simboliza que ele e o Pai são UM.

Existem muitas maneiras de se saldar um guardião ou atraí-los:

O diário - Funciona como uma espécie de agenda onde devemos registrar frases, citações, figuras e
também sincronicidades e acontecimentos que possam refletir a presença dos guardiões em nossas
vidas. Serve ainda, e principalmente, como um alerta para que não encaremos as adversidades da vida
com tanta seriedade, mas que procuremos vivê-la com leveza.

Tornar-se "otimístico" - Significa abraçar com otimismo sua própria espiritualidade, despertando em
você mesmo a fé que remove montanhas. Isso compreende uma certa dose de crença infantil (como
fazer um pedido a uma estrela, ou antes, de assoprar as velinhas do bolo) e a visualização de coisas
boas para a sua vida, alimentando sonhos, esperanças, sorte. Convém, para isso deixar de lado o
sofrimento e integrar uma boa dose de diversão e brincadeiras em seu cotidiano.

Cultivar a imaginação e a fé - Segundo William Bloom, "a chave para a ligação de sua sensibilidade
às realidades (...) é dar livre curso à sua imaginação lúdica e, entretanto, ao mesmo tempo se
colocando numa atitude de neutralidade mental". Terry complementa: "A imaginação é a arte e a
prática de produzir criações ideais e formar imagens mentais claras. Sua imaginação é o seu futuro. É
o único lugar onde o futuro existe. Quando deseja algo, você deve ser capaz de visualizá-lo e produzir
uma imagem ideal em sua mente. Quando usa sua imaginação com fé, você sabe sem esforço o que
quer e como atingi-lo, porque já o tem em sua mente. A sua imaginação é sua ligação direta com os
guardiões”.

Correio - Como mensageiros, são capazes de encaminhar nossos pedidos e desejos e não há mal
nenhum em pedir-lhe o que quer que seja, pois sempre encaminharão nossas metas em favor do bem
comum. No início, até estar "treinado" nesse tipo de procedimento, você pode escrever num papel o
seu desejo em forma de carta ou bilhete (isso funciona, inclusive, como detonador de um processo
criativo do seu próprio inconsciente, pois, ao verbalizar ou escrever, você elucida seus objetivos,
tornando-os claros e compreensíveis também para sua porção racional. Você pode pedir dinheiro ou
status diariamente porque todo mundo pede; mas, quando coloca isso no papel, pode perceber que tal

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idéia não faz sentido para você neste momento...). Estabeleça uma "caixa postal": um cristal, uma
imagem, livro, lugar de sua preferência.

Aventuras anti-seriedade - Você já experimentou rir de alguma "desgraça" ou "tragédia?"


Geralmente o que consideramos sério demais é o que tem menos importância no real, no fim das
contas. Muitas pessoas se preocupam tanto com a aparência ao visitar um cliente ou se apresentar
numa entrevista de seleção de pessoal que acaba assumindo a babaquice da gravata ou do salto alto...
os quais, na verdade, não têm importância nenhuma! O escritor Rubem Braga conta numa de suas
crônicas o quanto se sentiu ridículo ao ter de escolher "um pedaço de pano" para vestir numa reunião
importante (tratava-se de uma gravata). O bom mesmo é rir desses pequenos espalhafatos que
fazemos pelas menores coisas. Além disso, o bom humor traz para perto de nós as figuras dos
guardiões, que reforçam o clima com sua presença.

Treinamento para a felicidade - Este consiste em aceitar os ensinamentos e introduzi-los


definitivamente em sua vida: humor, amor, beleza, leveza de ser e alegria. Abaixo os sofrimentos e
preocupações desnecessárias! Isso implica estar acordado, viver o presente e não adiar a felicidade
sempre para amanhã.

Treinamento para a despreocupação - Não pode ser tão sério que não seja digno de uma boas
risadas. Pode parecer cruel, a princípio, mas tenho a certeza de que colaboramos muito mais para
iluminar os caminhos da alma de um querido amigo quando nos divertimos com as histórias que ele
protagonizava como "azarão" (como a vez em que uma pomba em pleno vôo acertou o seu "serviço"
bem na lente de seus óculos enquanto ele, tranqüilamente, aguardava um ônibus) do que quando
reverenciamos sua memória com lágrimas ou as tristes lembranças de sua revolta contra a carestia e
os flagelos da sociedade. A crítica, o julgamento e a vaidade também são fatores de preocupação
desnecessária.

Revisão na hora de dormir - Trata-se de "passar a limpo" as atividades realizadas (ou não) durante
o dia e pedir um aconselhamento, que pode se manifestar através de sonhos ou intuições. Também
vale planejar o dia seguinte, imaginando como será realizada cada etapa no lar e no trabalho.

Ouvir a própria orientação interior - Para isso pode-se recorrer à meditação. Faça uma invocação
pela manhã e uma à noite. Crie um altar composto de flores aromáticas, símbolos, incenso e velas. É
claro que cada um deve compor o seu altar à maneira pessoal. Ainda a presença de cristais, conchas,
ícones, objetos que lhe sejam sagrados.

Uso de roupas e fragrâncias de que gostam - Pode funcionar também como uma brincadeira,
despertando nossa consciência ou até mesmo algum nível do nosso inconsciente. As cores indicadas
são: rosa, magenta ou verde-claro para os guardiões do lar; azul safira-escuro para os curadores; azul-
celeste para a maternidade e o nascimento; branco para o cerimonial e da música; verde-maçã para a
natureza; e amarelo para a arte, a beleza e a sabedoria. Quanto aos perfumes, ter em casa flores,
fragrâncias ou incenso que desperte o que se quer atrair; jasmim e rosa para a guarda; pinho para os
curadores; sândalo para a criatividade e as musas; madressilva para os mensageiros; jacinto para a
alma; gardênia para os exterminadores de preocupações e corretores de prosperidade; lilás para os
treinadores de felicidade.

Utilização do halo de luz branca - Visualizado em torno de qualquer pessoa ou coisa que
desejamos proteger. Essas recomendações podem ser artifícios para que encontremos o caminho a
trilhar, mas não devem ser encaradas como crendices ou bobagens.

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Qual o método, não importa. Importante é que você escolha agora mesmo um dos caminhos propostos
para se manter em sintonia com essas forças, experimentando o prazer de estar em boa companhia,
com a alma pintada de arco-íris e a fragrância de flores no ar.

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Talismãs e Amuletos
Talismãs são objetos de proteção, imantados de força magnética, ao qual se atribui um poder
sobrenatural de realização dos desejos do usuário. Muitas vezes aparentemente funcionais ou
decorativas, como cálices (graal), adagas (wicca), esculturas, gravuras ou máscaras, estes objetos
podem ser poderosos. Não confundir Mensageiros do vento que pertencem ao Feng Shui.
Já os amuletos são os objetos consagrados através da magia que devem ser usados junto ao corpo
(anéis, correntes, medalhas). Imantados com uma força mágica de proteção para o usuário. O
significado e poder místico estão ligados com sua forma e a simbologia gravada no mesmo. Por
exemplo: medalha - chapa metálica, geralmente redonda, com símbolos gravados, que é pendurada
em uma corrente ao redor do pescoço. Normalmente as medalhas ou medalhões representam temas
religiosos. Também são usadas para vincular o usuário ao santo ou símbolo retratado, como forma de
proteção. Um objeto sagrado tem uma função (proteger, vincular, aproximar) determinada pela sua
forma no plano material (gravura, anel, estátua, medalha, porta-incenso). Por outro lado, a natureza
da energia que pode ser canalizada pelo objeto varia de acordo com o símbolo ou divindade que este
objeto represente.

Medalha - chapa metálica, geralmente redonda, com símbolos gravados, que é pendurada em uma
corrente ao redor do pescoço. Normalmente as medalhas ou medalhões representam temas religiosos.
Também são usadas para vincular o usuário ao santo ou símbolo retratado, como forma de proteção.

OM - o som criador primordial, o som sagrado dos hindus, considerado o som da potência divina. A
deusa hindu Vac, deusa da palavra, é a doadora deste som místico. Este som pode ser decomposto
em três sonoridades: A-U-M, representando a tradição védica da trindade. OM é uma ajuda à evolução
espiritual, o mantra entre todos os mantras.

Pentagrama - símbolo sagrado em várias tradições. O número cinco expressa a união dos desiguais,
unindo o 3 – princípio masculino ao 2 - princípio feminino. Símbolo dos membros da sociedade
Pitagórica. Chave da alta magia, abre os caminhos ao oculto. Simboliza ainda o matrimônio, a felicidade
e a realização. Na tradição maçônica é considerada a estrela flamejante.

Olho de Hórus – representado por um disco solar com asas de gavião. Simboliza a justiça implacável
do olhar que tudo vê do deus egípcio Hórus, deus com cabeça de falcão que derrotou o maligno
Seth. Este símbolo representa a dedicação aos rituais e às leis, ilustrando a luta da luz contra as
trevas. Símbolo usado nos templos maçônicos.
Sarasvati - esposa de Brahma. Deusa da água, espírito do Rio Sarasvati. Usa uma lua crescente
sobre a testa. Originou a língua sânscrita. Deusa da arte e do conhecimento. Segura manuscritos ou
toca instrumentos de corda. O pavão também é um símbolo associado a essa deusa.

Tara – a deusa mais importante do budismo tibetano. Considerada a salvadora, a deusa branca, a
deusa mãe que possui 21 aspectos. É venerada como a mãe de todos os bodhisattvas, os aspirantes à
iluminação. Educa-os com sabedoria. A deusa Tara branca e a deusa Tara verde estabeleceram o
budismo no Tibet. Esta deusa é representada com o terceiro olho no meio da testa, símbolo do seu
conhecimento supremo.

Vênus de Willendorf - representa a fecundidade e a fertilidade. Ela se baseia nas primitivas imagens
da Grande Mãe que, desde a Idade da Pedra, representam o poder mágico da alma feminina. Ela é a
senhora da fertilidade da terra e do espírito. Deve ser colocada perto da cama (para a fertilidade do

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casal), na mesa do escritório (para a fecundação de novos projetos) ou na sala (para a fertilidade das
relações familiares).

Bath - A palavra egípcia para deuses é NETJER, que quer dizer NATUREZA; as divindades habitavam
e representavam o mundo animal, vegetal e mineral. A deusa Bast, com cabeça de gata e corpo de
mulher é a “Filha de Rá”. Para os egípcios, os felinos (ela era representada por uma gata selvagem ou
uma leoa) simbolizavam o Sol, a Rainha e a Lua. Ela é a protetora do faraó e Grande Vingadora. Em
suas mãos porta um sistro, o Ankh, símbolo egípcio da vida eterna e dos poderes criadores.

Limpeza

o Fazer a limpeza do talismã em água corrente


o Coloque o talismã no centro da mão esquerda
o Sinta o peso do talismã na sua palma
o Feche os olhos e respire profundamente várias vezes (até relaxar)
o Limpe a sua mente de todos os pensamentos
o Imagine uma luz violeta descendo do céu e entrando pela coroa da sua cabeça
o Sinta esta energia percorrendo o seu corpo até a sua mão direita
o Com a mão direita aberta sobre o talismã (5 a 10 cm) faça movimentos anti-horários
o Imagine o talismã sendo purificadas de todas as impressões energéticas anteriores
o Converse, fale em voz alta com o talismã: “Você, nome do talismã, está limpo de toda
contaminação”.
o Faça isto, no mínimo três vezes, até você sentir que o talismã está purificado e consagrado com
as suas energias.
o Para encerrar, imagine que a luz violeta se transforma em azul e sai, mais intensa do que antes,
da sua mão direita enquanto você diz “estabilize, estabilize, estabilize”.

Você pode também invocar o seu anjo guardião ou a divindade representada no talismã com uma
prece apropriada (a melhor é sempre aquela que nos é mais familiar...) para imantar o objeto com a
sua presença. Se achar necessário, pode repetir o ritual. Cada vez o seu talismã ficará mais energizado.

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Magia das Velas
Na Arte, as velas são usadas para aumentar o poder de um encantamento ou para influenciar um
poder em particular. Elas simbolizam a transformação da vontade em energia, elevando-a ao plano
astral. Você pode notar que enquanto a vela é consumida, ela vai desaparecendo, evaporando-se. As
velas são por vezes usadas juntamente com ervas e outros auxiliares dos encantamentos, todos
apontando para um objetivo em comum. Escolha a vela que corresponde ao seu objetivo e com seu
athame grave nela os seus desejos. Para isso você pode usar siglas, símbolos, abreviações e tudo mais
que lhe convém. Depois, use um óleo apropriado para ungir vela, que pode ser o "óleo de azar" ou
qualquer óleo que tenha o objetivo de acordo com o encantamento. Não unte o pavio da vela.
Para untar uma vela, espalhe um pouco do óleo na sua mão de poder (a mão que mais usa) e esfregue
a vela com movimentos circulares ou em espiral. Se desejar que alguma coisa venha até você, esfregue
a vela da ponta para a base. Se desejar remover algo, (como por exemplo, num ritual de banimento)
esfregue da base para a ponta. Role a vela sobre as ervas correspondentes e coloque-a finalmente no
castiçal. Suspenda as mãos dos lados da vela e mentalmente envie seus pensamentos para ela. Depois,
acenda a vela dizendo:

o Vela de poder, vela de força, cria os meus desejos aqui nesta noite.
o Poder flui do fogo desta vela.
o Traz-me o desejo do meu coração.
o As minhas palavras têm força, a vitória está ganha.
o Assim digo, Assim seja!
o Este encantamento está feito.

A vela não deve ser apagada. Ela deve arder até o fim. É normal que ela evapore totalmente, mas caso
haja vestígios da vela, retire-os com o athame cuidadosamente e jogue-os em água corrente ou em um
jardim.

A Importância das Cores das Velas


A linguagem que os Deuses e a natureza usam para falar com os homens é a luz, e as cores não são
nada mais nada menos que isto. A cor é uma sabedoria divina. As principais culturas da Antiguidade
conheciam com profundidade a relação existente entre Deuses, natureza e o equilíbrio do homem
através das cores. No Antigo Egito, 3 mil anos antes de Cristo, os astrólogos e conselheiros dos faraós
já utilizavam-se das cores para diversas finalidades. No Egito Thot era considerado o mestre das cores.
Os hieróglifos afirmam que ele utilizava a escala cromática para curar e despertar o sentido da
espiritualidade. Os sábios Sacerdotes egípcios serviam-se do uso de cores, pedras preciosas, perfumes,
encantamentos mágicos e o uso de mantras em seus tratamentos. Dentre todos esses processos a
cromoterapia tinha lugar de destaque. Manuscritos afirmam que naquela época já faziam uso das
águas energizadas com cores expostas ao Sol.
A Roma antiga e a Grécia sempre fizeram uso da helioterapia (cura pelos raios do Sol). Além disso,
usavam as cores dependendo das posições planetárias existentes no céu, no dia do nascimento. Na
antiga civilização de Dravida, na Índia praticava-se Yoga, astrologia e cromoterapia. Os antigos
sacerdotes daquela região utilizavam-se de velas coloridas para energizar e alinhar os Chacras. As
cores estão intimamente ligadas aos 7 chacras (os centros energéticos do corpo humano). Cada Chacra
está ligado a uma das 7 cores da escala cromática. Assim, as cores influem diretamente no bem estar
físico, mental, emocional e espiritual. Por isso, quando não recebemos vibrações de certas cores,
nossos Chacras entram em desequilíbrio exemplo, a falta de vermelho prejudica a circulação e a
liberação da adrenalina. O Chacra associado ao vermelho é o básico e quando ele está desarmonizado

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perdemos a autoconfiança, conseqüentemente nossos projetos têm dificuldade de terem projeção
favorável.
O uso das cores não está vinculado somente aos círculos esotéricos. Atualmente, no Brasil, a
cromoterapia está sendo usada nas cirurgias e quase 100% das pessoas experimentadas comprovam a
eficácia desta terapia. Em pesquisas realizadas recentemente, 5 mil médicos foram entrevistados para
darem suas opiniões sobre a veracidade e eficácia do tratamento cromoterápico. Cerca de 95% dos
médicos consideraram a cura através das cores como um auxiliar poderoso e eficaz em vários
tratamentos, principalmente em hemorragias nas cirurgias.
A cor é o fator mais importante no uso mágico das velas, pois a cor da vela sempre deve estar em
perfeita analogia com as intenções, desejos e objetivos do ritual mágico que está sendo realizado. A
cor age como intermediária entre o plano dos Deuses e a Terra, simbolicamente ela representa a chave
que abre a porta que libera a realização de nossos pedidos. Os tons que estão associados aos Chacras;
modificam ou alteram a coloração de nosso campo áurico. Essa modificação pode ocorrer por 2
processos: inconsciente e consciente. No trabalho mágico a alteração da aura ocorre pelo processo
inconsciente, pois as cores modificam a nossa aura de acordo com emoções, ações ou pensamentos e
é aí que os Seres de outras dimensões contatados entendem a mensagem que está sendo emitida.
Quando visualizamos uma determinada cor, nosso cérebro trabalha incansavelmente para que esta cor
seja emitida pelo nosso campo áurico.
Existem cores destinadas aos planetas, signos zodiacais, dias da semana, fases da Lua, etc. Por isso
antes de qualquer coisa devemos saber as analogias existentes entre esses elementos e a importância
da cor da vela nos rituais.

Cor no uso mágico das velas

Amarelo
Intelecto, criatividade, unidade, trazendo o poder da concentração e da imaginação para o ritual; use
em rituais onde você deseje obter dos outros uma confidencia ou persuadir alguém. Simboliza também
a energia solar. Ação, atração, inspiração e mudanças súbitas. É a cor ligada a Mercúrio o planeta que
representa o intelecto, a rapidez e a cura das doenças. As velas amarelas devem ser acesas quando
queremos conquistar a alegria, alcançar sucesso no comércio ou nas vendas em geral. As velas
amarelas devem ser usadas em ritos e sortilégios específicos para estes fins. Os rituais que tenham
como finalidade a conquista da criatividade, inteligência sucesso na área da comunicação, na medicina
ou nos problemas relacionados à saúde, devem sempre estar presentes velas amarelas.

Azul
Cor primária e espiritual para rituais que necessitem de harmonia, luz, paz, sonhos e saúde. Simboliza a
verdade, inspiração, sabedoria, poder oculto, proteção, compreensão, fidelidade, harmonia doméstica e
paciência. O azul está ligado à vários planetas. Dependendo de sua tonalidade e finalidade para a o
qual for usado. O azul claro está ligado à Vênus e sua função é inspirar carisma e harmonia familiar.
Esta tonalidade de azul atrai paz e equilíbrio, por isso as velas desta cor devem ser usadas quando
queremos atrair tranqüilidade, uma situação favorável ou a concórdia entre as pessoas. O azul claro
também está ligado a Urano, por isso as velas desta cor podem ser usadas em rituais que tenham a
finalidade de provocar mudanças bruscas na mente das pessoas. O azul marinho está ligado a Júpiter.
Tem como função básica a virtude de trazer a prosperidade. Além disso. o azul escuro atrai a expansão
de todas as coisas, boas ou ruins, por isso é uma cor que deve ser usada com muita cautela. Os rituais
para conquistar a prosperidade, o êxito profissional e as boas oportunidades devem ser realizados
sempre com velas azul marinho. Já os ritos relacionados à harmonia, compreensão è calma devem ser
realizados com vela azul claro.

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Azul Royal
Promove a alegria e a jovialidade; use para atrair a energia de Júpiter ou para qualquer energia que
você queira potencializar.

Azul Claro
Cor espiritual; ajuda nas meditações de devoção e inspiração; traz paz e tranqüilidade para a casa.
Irradia a energia do signo de Aquário; Sintetiza as situações.

Índigo
Cor da inércia; para parar pessoas ou situações; use em um ritual que requeira um elevado estado de
meditação; Neutraliza a magia lançada por alguém, quebra maledicência, mentiras ou competição
indesejável. Equilíbrio do Karma. Energia de Saturno.

Dourada ou Amarelo muito claro


Ativa a compreensão e atrai as influências dos poderes cósmicos; beneficia rituais para atrair dinheiro
ou sorte rápida. Simboliza também a energia solar. Poderes divinos masculinos.

Branco
É a mistura de todas as cores; Alinhamento espiritual, limpeza, saúde, verdade, poder, pureza. Grandes
realizações na vida, totalidade; Usada em rituais que envolvam a energia lunar. O branco é a cor
universal. Pode ser usada para todas as finalidades. Está ligado a Saturno e à Lua, por isso atrai a
intuição harmoniza o lado espiritual e a reconquista do otimismo e esperança. Quando realizar ritos que
têm a finalidade de canalizar as energias mais superiores, utiliza velas brancas.

Cinza
Cor neutra, ajuda a meditação; na magia, esta cor simboliza confusão, mas também nega ou neutraliza
a influência negativa. Está ligada a Saturno. É urna cor de vela que deve ser evitada, pois seu maior
atributo é trazer a tristeza, a depressão e o luto.

Laranja
A cor laranja está ligada ao Sol. As velas laranjas atraem o sucesso, as honrarias, a fama, a
popularidade e a sorte. Quando queremos uma resposta favorável aos nossos anseios devemos usar
velas desta cor. O laranja afasta o azar o comodismo e o conformismo fazendo com que as pessoas
tomem consciência de seus direitos e possibilidades na vida ajudando as mesmas à concretizarem seus
objetivos.

Marrom
Cor da terra, equilíbrio; para rituais de força material; elimina a indecisão, atrai o poder da
concentração, estudo, telepatia, sucesso financeiro. Serve também para encontrar objetos que foram
perdidos. Esta cor está ligada a Mercúrio. O marrom faz com que as pessoas coloquem "os pés no
chão" e se centrem na vida. As velas de cor marrom devem ser usadas em rituais e sortilégios
preparados para pessoas que ainda não conquistaram o sucesso material, a conquista de bens,
propriedades, a realização pessoal e seu objetivo de vida. É uma cor que está ligada ao elemento
Terra. E por conseqüência a todas as coisas ligadas a ela. Por isso, as velas marrons devem sempre
serem acendidas em homenagem aos Gnomos protetores da casa, para que estes não venham
perturbar a paz dos moradores da mesma e para que possam presentear-nos com sorte e
prosperidade.

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Magenta
Combinação de vermelho com violeta; esta cor oscila com alta freqüência; para rituais que necessitem
de uma ação rápida ou um poder bem elevado ou uma saúde espiritual requerida; rápidas mudanças;
cura espiritual e exorcismo.

Preto
Abre os níveis do inconsciente; usado em ritual para induzir um estado de meditação; simboliza
também a negatividade a ser banida, no caso de rituais de devolução, reversão, desdobramento,
anulação de forças negativas, discórdia, proteção, libertação, repelindo a "magia negra" e formas
mentais negativas. Atrai a energia de Saturno.
O preto não é uma cor negativa como muitos pensam. Está ligado à Lua, a Saturno e Plutão. O preto é
uma cor extremamente poderosa que deve ser usada sempre que quisermos respostas concretas aos
nossos objetivos. O preto é a cor do conhecimento do bem e do mal, por isso está ligado à Bruxaria em
todas as suas manifestações. O preto é única cor, que não tem uma finalidade especifica, pois é
sempre usada para atrair aquilo que queremos, sobre nós ou sobre outras pessoas, sejam coisas boas
ou ruins seja a vida ou a morte, a saúde ou a doença, o sucesso ou o fracasso. O preto é uma "faca"
de dois gumes é uma cor neutra. Seu poder para atrair as coisas positivas ou negativas vai depender
da pessoa que faz uso das velas desta cor e não da vela em si, como ocorre com as de outras cores.

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Púrpura
Esta cor está relacionada a Júpiter e Netuno. Seus atributos são semelhantes aos descritos na parte
referente à cor azul marinho, com ressalva aos aspectos ligados a Netuno, pois esta cor tem o poder de
transmutar os karmas, trazer equilíbrio espiritual e harmonizar os altos e baixos que a vida pode influir
à um indivíduo.

Rosa
Favorece o romance, a amizade; é uma cor usada em rituais para desenvolver sentimentos afetuosos;
cor da feminilidade; honra, serviço, e favorece o diálogo em mesas de refeição familiar. Despertar
espiritual, cura de espírito e comunhão. Esta cor está ligada à Vênus. O rosa tem o poder de atrais a
felicidade amorosa ao lado da pessoa amada. Harmoniza os laços matrimoniais e os casamentos que
estão abalados. Por ser uma cor ligada à Vênus, equilibra os relacionamentos entre as pessoas, entre a
família, entre os colegas de trabalho, etc. Velas cor de rosa devem ser usadas em rituais que se
destinam a conquistar e atrair a pessoa que amamos.

Prateada ou cinza bem claro:

Remove a negatividade e encoraja a estabilidade; ajuda a desenvolver as habilidades psíquicas. Atrai a


energia da Grande Mãe. Vitória, meditação, poderes divinos femininos.

Roxa
Poder, sucesso, idealismo, progresso, proteção, honras, quebra de má sorte, afasta o mal, adivinhação,
altas manifestações psíquicas; ideal para rituais de independência, contato com entidades astrais.
Energia de Netuno.

Verde
É a cor sagrada de Vênus. O verde atrai a abundância, a fartura, a prosperidade e a conquista de bens
materiais. O verde é a cor da renovação, da esperança e otimismo. Ritos e sortilégios
que se destinam a atrair a fartura e a prosperidade deve ser realizada à luz de velas
verdes.

Vermelho
Saúde, energia, potência sexual, paixão, amor, fertilidade, força, coragem, vontade de poder; aumenta
o magnetismo em um ritual; Energia dos signos de Áries e Escorpião. Para a combater
o medo ou a preguiça. É a cor de Marte, o planeta ligado a guerra, às brigas, batalhas
e também às vitórias. Velas vermelhas têm a função de afastar as energias negativas
de todas as ordens. Quando um feitiço é enviado contra nós, devemos nos proteger
acendendo vermelhas para que assim seja afastado. Vermelho é a cor da guerra e da
vitória por isso, quando estiver lutando para conquistar algo, realize rituais ou
sortilégios com velas vermelhas. O sucesso será certo! Nos ritos que se destinam à
afastar as influências maléficas de magia negra e bruxedos devem sempre estarem
presentes as velas vermelhas.
Promove prosperidade, fertilidade, sucesso, abundância, generosidade, casamento, equilíbrio;
estimulam rituais para a boa sorte, dinheiro, harmonia e rejuvenescimento.

Verde Esmeralda
Importante componente num ritual Venusiano; atrai amor, fertilidade e relação social.

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Verde Escuro
Cor da ambição; cobiça, inveja e ciúme; coloca as influências destas forças num ritual.

Quando for acender velas

Use sempre fósforos. Tenha em sua mente as intenções do ritual. Mentalize seus propósitos e objetivos
e a concretização dos mesmos. Não esqueça de ungir as velas, pois isto é uma forma simples de
consagração.

O Significado Oculto e Místico das Velas

As velas têm recebido vários simbolismos, atributos e significados desde tempos antiqüíssimos. Os
gregos, romanos e orientais sempre usaram candeias para reverenciar seus Deuses. Elas eram
consideradas indispensáveis, assim como os incensos no culto religioso e nos rituais sagrados
realizados por estes povos. Entre os romanos, colocar uma lamparina ou vela nos túmulos simbolizava
atenção especial e oferenda ao Deus Plutão e aos Manes. Os Manes eram as almas dos mortos
consideradas divindades. Os romanos as invocavam sobre os túmulos com a finalidade de alcançar
graças e boa saúde. O povo romano acreditava que a luz da lamparina ou vela afastava os espíritos do
mal e preservava a paz da alma do morto. De acordo com a Bíblia - Levítico, capítulo 6 versículo 13 -
nunca se podia deixar extinguir o fogo no altar de Jeová.

Os caldeus e persas mantinham uma chama perpétua nos templos e locais sagrados. Os caldeus
sempre acendiam velas em homenagem aos Igigi (Espíritos do céu) com o intuito de alcançar graças e
também reverenciá-los. Os Igigi eram associados a pássaros e tinham como função primordial proteger
os seres humanos dos perigos. Os povos da Pérsia sempre acendiam velas em reverência aos Angaros
(Espíritos Guardiões). Eles realizavam rituais elaborados para cultuar os Angaros, pois eram eles que
agiam como mensageiros entre os Deuses e os homens. Além disso, cada ser humano tinha sobre sua
proteção o equivalente a 5 Angaros, o que tornava imprescindível seu culto e invocações, para que
assim todos pudessem prosperar em todos os âmbitos.

Em 1650 o erudito Kircher relatou que alguns viajantes, no Egito, teriam encontrado lanternas acesas
nas tumbas de Mênfis. Santo Agostinho relata em seu livro "De Civitate Dei" que em um templo de
Vênus, no Egito, havia pendurado uma lanterna cuja chama jamais poderia ser apagada, nem pelo
vento nem pela chuva. No "Book of God" Kenealy diz que CARYSTIOS, nome dos pavios de abesto das
lanternas dos templos gregos, têm certa relação como o nome CRISTO (Do grego KHRESTOS, "O
UNGIDO"). A introdução do uso das velas na Igreja Católica foi muito difícil, pois várias pessoas foram
contra esta prática. Os primórdios da religiosidade cristã argumentavam que acender velas era um
costume pagão. Em 200d.C Tertuliano protestou contra o uso, e em 300 D.C Lanctânio afirmava que
era loucura acender velas aos santos, anjos e espíritos. Mesmo com algumas oposições, a Igreja
Católica começou a utilizar velas a partir do século IV em seus altares.

Os povos da Escócia festejavam a Chama da Candelária com o intuito de reverenciar a antiga Deusa
celta Brigit. Ela era filha do Deus Dagda e todos realizavam rituais em seu louvor no dia 1º de
fevereiro. Brigit era considerada a Deusa do fogo e posteriormente a Igreja Católica associou-a à
santa Brígida e mudou seu festejo para o dia 2 de fevereiro. A partir daí começaram a realizar neste dia
a Grande Festa da Candelária. Todas as pessoas levavam velas e tochas nas procissões e estas eram
abençoadas e sacralizadas por orações e cânticos. As pessoas acreditavam que as velas e tochas

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abençoadas deveriam ser acesas nos momentos de perigo como em tempestades, doenças e batalhas,
pois desta forma seriam protegidas pela magia do Fogo Sagrado.

Os seguidores de Zaratustra acendiam várias velas durante suas cerimônias e em momentos


importantes. As velas são usadas desde tempos remotos. Magos e Bruxos dos tempos antigos já
utilizavam estatuetas de cera de abelha para realizarem seus rituais mágicos. Elas também eram
usadas para venerar Baco e Saturno nas festas denominadas Saturnais. Ainda hoje seu uso é
indispensável no Budismo. Os fiéis de Buda oferecem frutas, arroz cru, incensos e para completar
acendem velas em frente à sua imagem. Mas para entendermos corretamente o uso mágico das velas,
precisamos conhecer um pouco mais o elemento Fogo.

O Fogo é um elemento de natureza ativa e considerado masculino. Dentre os 4 elementos (Ar, Fogo,
Água e Terra) e o que mais acha-se ligado às religiões. Desde tempos pré-históricos sempre simbolizou
a alma humana e a vida terrena. Dentro do esoterismo é considerado a representação da Chama Una.
O fogo da vela representa a ligação matéria-espírito, Terra-Céu, Homem-Deuses, Microcosmo-
Macrocosmo. Sempre foi considerado como um elemento cercado de mistérios e misticismo. O Fogo é
sagrado e divino para quase todas as religiões. Na antiguidade era considerado um Deus vivo. Em
qualquer iniciação mágica é imprescindível dominar a energia do Fogo, pois quem não possui este
conhecimento é inapto ao ocultismo prático, já que a alma é a chama imortal.

A vela e seu uso mágico é uma forma de despertar todos os sentimentos e energias que estão
adormecidas no nosso inconsciente. Quando nos colocamos em contato com a magia do Fogo
despertamos para um estado alterado de consciência. O fascínio exercido pelo fogo, faz com que nos
concentremos com maior facilidade, pois quando uma chama é colocada à nossa frente, ficamos
enternecidos com aquele foco de luz que dança em um compasso de paz e harmonia, Com isso
esquecemos de todos as nossos problemas, frustrações, desamores e decepções. Nossa mente então,
entra em um processo de tranqüilidade que poucas vezes conseguimos alcançar.

Nos processos mágicos é necessário conseguirmos atingir um estado de calmaria mental, porque é no
momento em que conquistamos a tranqüilidade de nossa mente que deveremos projetar os objetivos
para o qual o ritual é praticado. A vela se tornou muito popular na Antigüidade, pois a única forma de
iluminar as casas durante a noite, era utilizando-as. Por isso muito do fascínio e do poder dos antigos
rituais se perderam através dos tempos. Com a descoberta da eletricidade a Magia das velas está
voltando à tona novamente. Através delas os homens estão estabelecendo contato novamente com os
Deuses e seres de outras dimensões.

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Muitas pessoas dizem que devemos acender velas aos Anjos, Deuses e seres espirituais porque eles
precisam ser "iluminados". Isto não corresponde à realidade, pois se estes seres estão canalizados com
as energias superiores e levam nossas mensagens não precisam ser iluminados nunca. Se eles
compartilham da luz também são luz. O que ocorre é que a palavra fogo vem do termo PIRO, que
tanto significa "fogo" como "ação". Daí deduzimos que acender velas aos Deus significa ativar nossos
desejos e pedidos, colocar em ação toda a gama de energias divinas para que assim conspirem ao
nosso favor.

Por isso, quando você acende uma vela, está fazendo com que as energias espirituais trabalhem para
você parque dessa forma seus pedidos se realizem. O uso mágico das velas sempre esteve presente
nas diversas religiões e sempre foi adotado por diversas pessoas e isso não se deve à superstição ou
mitos e lendas dos povos primitivos, pois se o ato de acender velas persiste até os dias de hoje é
porque realmente surte efeito. Geralmente as pessoas acreditam que ao realizarem rituais de Magia
basta pronunciar palavras estranhas, voltar-se para um determinado ponto cardeal fazendo gestos
diferentes para que os nossos desejos se realizem. Infelizmente a verdade não é bem esta! Apesar
disto ser um quesito básico na realização dos rituais, não vai adiantar nada fazê-los mecanicamente
sem saber o porquê. É importante que você saiba o significado de cada ponto cardeal, de cada hora,
dos planetas, Instrumentos Mágicos, etc. Mas nada adiantará saber tudo isto se você não tiver
desenvolvido corretamente seu poder mental.

Em todos os rituais de Bruxaria é imprescindível o esforço pessoal que fará seu rito ou feitiço surtir
efeito não é só a posição dos Instrumentos Mágicos, cores de velas ou nomes sagrados, mesmo que
facilitem, mas sim o seu poder mental. Quando for realizar um ritual com velas concentre-se o máximo
possível em seus objetivos. Olhe fixamente na chama da vela e tente visualizar nela a concretização de
seus desejos. Veja os fatos, pessoas e as situações envolvidas na questão e direcione a história criada
em sua mente, da maneira como quer vê-la resolvida no campo real. Nas primeiras tentativas pode
parecer difícil se concentrar, mas com o passar do tempo você vai ver como isto se tornará fácil. Então
você poderá entrar em um estado profundo de concentração em apenas alguns segundos.

O uso mágico das velas é o que há de mais fácil dentro dos procedimentos de Magia ou Bruxaria. Para
começar, você deve comprar velas de várias cores. Não importa de que material sejam feitas. Podem
ser de parafina, estearina ou cera de abelha. Em alguns livros que ensinam como usar as velas, os
autores afirmam enfaticamente que se devem apenas ser usada vela feita à base de cera de abelha.
Hoje em dia as velas feitas com este material são muito caras e difíceis de serem encontradas. Além
disso, o que mais importa não é o material do qual elas são compostas, mas sim suas cores e a chama.

Portanto você poderá usar tranqüilamente velas de parafina, pois elas são muito baratas, surtem o
mesmo efeito e serão facilmente encontradas em casas especializadas. O uso dos castiçais ou porta-
velas ficam ao seu critério. Se você optar pelo uso destes deverá ter em mãos uma quantidade que
varia de 7 a 10 castiçais ou porta-velas, pois na maioria dos rituais usa-se mais que 4 velas. Para
facilitar você poderá optar em usar alguns azulejos, uma barra de mármore ou um vidro retangular
como base para suas velas. Desta forma será mais fácil o manuseio quando for preciso aproximar ou
afastar uma vela da outra, o que se torna difícil com castiçais ou porta-velas. Sempre dê uma
examinada nas velas antes de comprá-las. Se você perceber que elas estão com aspecto de velhas e se
suas cores estiverem opacas, não as compre, pois estas observações indicam que elas foram feitas de
material reutilizado. Estas velas são impróprias para o uso mágico por que já foram impregnadas com
intenções de outras pessoas. Sempre dê preferência às velas que têm bom aspecto e cores brilhantes,
pois isto indica que elas foram feitas com material novo e estão prontas para serem impregnadas com
os seus desejos. Nunca use velas com defeitos. Se elas estiverem lascadas ou quebradas, deixe-as de
lado. Também não é bom misturar velas de cores diferentes quando for guardá-las, porque uma
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aderirá a cor da outra e dessa forma ficarão com aspecto multicolor o que as tornam impróprias para o
uso mágico. Você deve realizar rituais com velas de um único tamanho, à não ser que o ritual tenha
outra observância

A Unção das Velas

As velas que são compradas, com certeza, já foram manuseadas por outras pessoas e com isso
absorvem o magnetismo, positivo ou negativo, de quem manteve contato com elas. Por isso precisam
ser ungidas com óleo para que dessa forma possam ser purificadas. Quando ungimos uma vela com
óleo, todas ms energias que elas absorveram de outras pessoas são imediatamente anuladas, para que
possam estar prontas para receber nosso magnetismo pessoal. A unção poderá ser feita com azeite de
oliva ou com óleo de milho, pois são os mais fáceis de encontrar e os mais indicados para o uso
mágico. Além disso, você poderá optar pelos óleos aromáticos, que são encontrados facilmente nas
lojas especializadas. Se aderir à esta opção, compre óleos aromáticos em ressonância com as intenções
do ritual escolhido.

o RITUAIS PARA AMOR: óleo aromático de rosas.


o RITUAIS PARA DINHEIRO: óleo aromático de almíscar.
o RITUAIS PARA SAÚDE: óleo aromático de lótus.

Quando fizer a unção em uma vela fique atendo se quer atrair ou afastar alguma coisa. Unte as velas
do pavio para a base se quiser atrair algo: amor, fama, sucesso, dinheiro, prosperidade, etc. Unte as
velas da base para o pavio quando quiser afastar algo como: doenças, pessoas, situações, algo
indesejado. Durante a unção concentre-se nos propósitos para o qual seu feitiço, ritual ou sortilégio í
realizado e visualize a realização dos seus desejos. A unção é o ato simbólico mais importante nos
rituais com velas, pois é nesse momento que são transmitidos todos os nossos desejos e intenções à
vela que será utilizada. O ato de ungi-la simboliza o estabelecimento de um elo psíquico através do
tato.

Planetas, cores e vibrações:

Os melhores resultados com a Queima de Velas podem ser obtidos pelo entendimento e utilização do
papel que jogam os corpos planetários e suas cores associadas. Todas as cores são ricas em
simbolismo e facilitam um contato instantâneo com qualquer que seja a vibração que você está
buscando influenciar. Isto pode ser feito pelo uso da vela na cor apropriada do Senhor Planetário cuja
ajuda você deseja. As cores dos sete Senhores Planetários são:

o Sol -> Dourada, laranja, amarela.


o Lua - Branca
o Mercúrio - Amarela
o Marte -> Vermelha
o Júpiter - Azul
o Vênus - Verde
o Saturno -> Azul profundo, preta, vermelha.

Você ganhará vibrações favoráveis adicionais, se começar seus rituais no dia governado pela deidade
apropriada. Os dias dos sete Senhores Planetários são:

o Sol - Domingo
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o Lua – 2ª Feira
o Marte – 3ª feira
o Mercúrio – 4ª feira
o Júpiter – 5ª feira
o Vênus – 6ª feira
o Saturno - Sábado

Cada um dos Senhores Planetários exerce uma poderosa influência em suas respectivas áreas de
governo. Ao estudar a tabela seguinte, você pode escolher o Senhor apropriado que governa sua área
de interesse:

o Sol: Saúde, confiança, persuasão.


o Lua: Mulheres, emoções, assuntos do lar.
o Marte: Energia, sexo, coragem.
o Mercúrio: Inteligência, habilidade mental, atração.
o Júpiter: Proteção, negócios.
o Vênus: Amor, paz, harmonia, beleza, dinheiro.
o Saturno: Destruição, confusão, autodisciplina.

Logicamente, para um problema amoroso deve-se requisitar a ajuda de Vênus, para melhorar a
concentração ou o poder de memória, deve-se buscar a ajuda de Mercúrio e assim sucessivamente.
Qualquer pessoa pode criar as suas próprias fórmulas mágicas para obter aquilo que deseja, contanto
que permaneça dentro das linhas-mestras básicas para a Queima de Velas de sucesso.

As mensagens das Velas

o Quando queima com a luz azulada - Indica a presença de Fadas. É um bom sinal
o Quando não acende prontamente - O astral ao seu redor pode estar poluído
o Chama da vela facilmente - Devido às circunstâncias, seu desejo terá algumas mudanças.
o Chama que levanta e abaixa - Você está pensando em várias coisas ao mesmo tempo. Sua
mente pode estar um pouco tumultuada.
o Chama que solta fagulha no ar -> Poderá ter algum tipo de desapontamento antes do pedido
ser realizado.
o Chama que parece uma espiral - Seu pedido será alcançado.
o A vela que se apaga – A parte mais difícil do pedido será solucionada, o resto cabe a você
resolver.
o Sobra pavio e a cera fica em volta - Está precisando de mais oração
o Vela que chora muito - Dificuldade de realizar o seu pedido
o Ponta do pavio brilhante - Você terá muita sorte e sucesso em seu pedido
o Pavio que se divide em dois - O pedido foi feito de forma dúbia
o Forma um coração na ponta do pavio - É sinal que ele (a) ama você realmente

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Cores e suas correspondências Mágicas
o Vermelho: energia, força, paixão, coragem, fertilidade, luta, perigo. Transmite a sensação de
aumento de volume, de peso e de calor. Tem um efeito estimulante, dominador, excitante e
inclina à violência.

o Laranja: Negócios, justiça, ambição, coragem. Transmite a impressão de calor e aumento de


volume. Tem um efeito tônico que proporciona e inspira euforia.

o Amarelo: estudo, inspiração, confidência, persuasão. Transmite a impressão de calor e


aumento de volume. Tem um efeito de estimular o sistema nervoso, convida à ação e ao
esforço.

o Rosa: romantismo, paz, Amor, ensinamento.

o Verde: Finanças; sorte; cura, abundância crescimento, fertilidade, casamento. Transmite a


impressão de frescor e rapidez. Tem o efeito calmante, de paz.

o Azul: Inteligência, proteção, criatividade, paciência, projeção astral, sonhos proféticos.


Transmite uma sensação refrescante, de diminuição de peso. Possui efeito repousante, acalma
os nervos, revigora e revitaliza.

o Roxo: Poder espiritual, habilidade psíquica, ambição, terceiro olho, sucesso, independência,
proteção.

o Prata: Telepatia, clarividência, intuição, sonhos, energia astral.

o Preto: Proteção, afastar, banir, meditação. Transmite a impressão de profundidade

o Branco: Paz, pureza, espiritualidade, consagração, adivinhação, clarividência.

o Marrom: Telepatia, equilíbrio, estudo, sucesso financeiro.

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