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Departamento de Educação
Programa de Pós-graduação em Docência na Educação Básica
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
Organizadores
ISBN 978-85-5444-002-2
Sumário
Eixo 01
Politicas e Práticas na Educação Infantil
6
1. INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje, os espaços estão cada vez mais reduzidos, as moradias
menores, as escolas com grandes números de salas de aula e poucas quadras e
ginásios. E ainda, a era digital acompanhada de grande acúmulo de energia através
de um corpo estático. Bloquear o corpo significa bloquear aprendizagens e
pensamentos, lembrando que a linguagem de toda criança é preferencialmente
corporal. (CAVALLARI, 2006).
Percebe-se uma grande preocupação por parte da sociedade em alfabetizar
no sentido do aprender a ler e a escrever, sendo que a alfabetização se dá de corpo
inteiro. É difícil encontrar, instituições, onde a criança fica com os pés descalços na
terra para ela se sujar, gramado para ela poder rolar, árvores para ela poder subir.
A relação brincadeira-aprendizagem encontra-se por muito tempo
desacreditada, pois muitos associam o brincar a um desgaste de energia, falta do
que fazer. “Não raro, ouvimos adultos, invadindo a brincadeira infantil, censurarem:
“menino, deixa de brincadeira!”. Quando, na verdade, deveriam estimular e orientar
as crianças para brincar” (MIRANDA, 1994). O brincar tem sido pesquisado por
diversas áreas, isso porque são tantas as contribuições desse ato na vida da
criança, que muitos teóricos tiveram a preocupação de apresentá-las em suas obras.
Teixeira (1999) esclarece que:
A aprendizagem pode ser tudo aquilo que a criança sabe, ou seja, tudo
aquilo que ela traz de suas experiências vivenciadas e mobiliza para elaborar novos
conceitos. Entretanto, Ausubel (apud Moreira, 1999, p.77) amplia essa reflexão,
valendo-se do conceito de aprendizagem significativa como um mecanismo humano,
por excelência, para adquirir e armazenar a vasta quantidade de ideias e
informações representadas em qualquer campo do conhecimento. Dessa forma, o
sentido e o significado que a criança internaliza irão determinar suas habilidades e
capacidades para a construção de um novo conhecimento.
Pozo (2002, p.25) também contribui para essa reflexão, trazendo o conceito
de aprendizagem de uma nova “cultura de aprendizagem”, para a construção de
conhecimento. Afirma que cada grupo social:
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criança que brinca aprende a agir pelas ações, pelas experiências e pelos
erros cometidos, e seu maior interesse é explorar, manejar e descobrir. Durante tal
processo ela está formando também maneiras de sentir, pensar e agir que definirão
mais tarde a sua personalidade.
Por esse motivo a recreação deve proporcionar o importante momento do
brincar e ser um elemento constante na rotina das escolas, entretanto ela pode ser
encarada como um dos instrumentos que colabora para a aprendizagem, deixando
de ser utilizada apenas nos intervalos das ações pedagógicas ou como forma de
preencher o planejamento diário e completar a carga horária.
Este estudo procurou mostrar que a recreação vem se revelando de maneira
agradável e até mesmo possibilitando às crianças momentos considerados
educativos. Observou-se que a recreação se insere nas manifestações lúdicas e
estas tem uma dimensão significativa a ser explorada pelos profissionais que atuam
na área educacional.
É importante destacar que o lúdico não acontece somente nos momentos
em que este está aliado a atividades educacionais, mas também no momento em
que a criança brinca de forma livre e natural, sem influência ou direcionamento do
profissional de educação ou de um adulto, também existem inúmeras aprendizagens
proporcionadas pela brincadeira. Portanto, há uma real possibilidade de
aprendizagem quando as crianças brincam livremente e interagem, pois dialogam
entre si, criam regras e desenvolvem o andamento da brincadeira.
Assim percebe-se com clareza que a recreação livre ou a recreação dirigida
contribuem para o aprendizado. A criança mesmo no momento livre está aprendendo
a criar, montar, desmontar, encaixar, etc. É neste instante que o educador precisa
estar atento e fazer suas observações, porque dentro da atividade livre é possível
identificar as características dos bloqueios e impedimentos de cada criança. Vale
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CRUZ, Dulce Regina Mesquita da; SANTOS, Santa Marli Pires dos. O lúdico na
formação o educador. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 4. ed. São
Paulo: Perspectiva, 2000.
SCHMIDT, Maria Junqueira. Educar pela Recreação. Rio de Janeiro: Agir, 1958.
1. INTRODUÇÃO
de que os sujeitos principais que irão usufruir daquele espaço serão as próprias
crianças. A organização da sala de aula diz muito daquilo que o professor intenciona
com sua prática. Deste modo, é imprescindível compreender que suas ações
pedagógicas, expressas na disponibilização de tempos e espaços de qualidade para
o brincar, devem corroborar para que as crianças construam e (re)signifiquem a
cultura lúdica; a cultura humana.
Com base neste contexto, questionamos: De que maneira as crianças estão
brincando no ambiente da sala de aula? Quais são as práticas dos(as)
professores(as) relacionadas à organização do espaço em sala de aula nos
momentos de brincadeiras? Decorridos dessas questões o objetivo deste estudo foi
identificar e refletir sobre a organização espacial de uma sala de aula de Educação
Infantil durante os momentos de brincadeiras criados pelas próprias crianças.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na sala de aula do Maternal II, onde a pesquisa foi realizada, havia três
mesas de seis lugares cada uma, a mesa da professora, quatro armários (dois para
cada período), uma lousa, ventilador, espelho, lixeira e um baú com brinquedos. A
sala é bem colorida, com vários desenhos nas paredes e nos armários. Também
tinha cartazes, alfabeto, calendário e balões com a data dos aniversários das
crianças da turma da tarde.
Durante a coleta de dados, a organização da sala de aula prevaleceu
sempre da mesma maneira, ou seja, com três mesas dispostas mais ou menos no
centro da sala e em alguns dias a professora juntou duas ou três mesas para que as
crianças brincassem juntas. Assim, esse grupo de crianças se dispôs para brincar
sentado no chão, às mesas ou embaixo delas. De modo geral, as crianças
manifestavam curiosidades e interagiam entre si, reinventando e (re)significando os
espaços possíveis nesta sala de aula. Muitas vezes, elas iniciavam uma brincadeira
de movimento corporal, como correr atrás do colega, mas logo eram impedidas pela
professora pelo fato de que o espaço pequeno e cheio de móveis e materiais
poderia comprometer a segurança delas e até causar algum tipo de acidente.
que atende duas turmas em uma mesma sala (manhã e tarde), o que ocasiona um
volume de materiais e móveis e tem muitas salas para poucos espaços externos?
O espaço na Educação Infantil deve ser compreendido como um elemento
curricular e não neutro, pois a partir dele oportunizamos diferentes aprendizagens
para as crianças (BRASIL, 2010). Deste modo, o papel do adulto na organização
dos espaços é fundamental para pensar e propor ambientes desafiadores, que
promovam atividades coletivas, que deixem as crianças exercerem a autonomia e
assim é elemento auxiliador das práticas pedagógicas.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BORBA, Â. M. O brincar como modo de ser e estar no mundo. In: BRASIL, Ensino
Fundamental de 9 anos:orientações para a inclusão de crianças com seis anos e
idade. 2. ed. Brasília, 2007. p. 33-45.
1. INTRODUÇÃO
2. MÉTODO
3. RESULTADOS
4. DISCUSSÃO
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
Com a observação, foi possível verificar que a sala de aula, bem como a
escola, apresenta espaço inadequado à educação das crianças pequenas, pois se
trata de um imóvel que anteriormente era uma residência. Apesar de ter tido
reformas paliativas desde que foi fundado (2006), o Núcleo de Educação Infantil
ainda fica aquém das necessidades das crianças pequenas por uma educação de
qualidade, visto que o espaço não oferece condições favoráveis para o
desenvolvimento pleno dos sujeitos envolvidos.
A situação deste espaço como escola de educação infantil não é exclusiva
desta instituição, mas de várias escolas do mesmo nível de ensino da cidade de
Marabá. Essa é a consequência de muitos anos de descaso da educação infantil,
que há poucos anos nem era considerada educação, e sim assistência social.
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geralmente poemas pequenos, nos quais tem algum ponto que pode ser utilizado
como questionamento sobre o que as crianças pensam. Mesmo utilizando textos, a
professora enfoca o trabalho nas famílias silábicas das palavras que compõem os
textos.
Além disso, as atividades são compostas por grandes quantidades de
comandos. Na maioria das vezes é solicitado que as crianças copiem algo. Até
quando é para desenhar, já tem um modelo a seguir. As crianças não são
estimuladas a criar, sempre estão reproduzindo. Foi observado durante o período da
pesquisa, uma grande fragmentação dos conhecimentos. Na educação infantil, em
que é essencial a interação entre os saberes, há a segregação dos conhecimentos.
processo precisa ser contínuo, ou seja, não basta refletir sobre a ação executada, é
necessária uma nova ação sobre ela, e uma nova reflexão e assim em ciclos que
sempre se renovam.
5 CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS
KRAMER, Sônia (coord.). Com a pré-escola nas mãos: uma alternativa curricular
para a educação infantil. 4. ed. São Paulo: Ática, 1992.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Participantes
Participaram do estudo 74 professoras e 112 pais ou responsáveis de alunos
do público ação especial matriculados em escolas públicas comuns de educação
infantil.
As professoras possuíam média de idade de 40,34 anos, variando entre 22 e
64 anos e tempo médio de serviço na docência de 14,20 anos. As formações
profissionais das mesmas variaram entre Pedagogia, Pedagogia com formação em
Educação Especial, Educação Física, Pedagogia e Educação Física, Geografia,
Pedagogia e Geografia, Educação Artística, Letras e Magistério.
Os pais participantes da amostra possuíam média de 31,9 anos, variando
entre 20 e 54 anos, sendo 87 mães, 20 pais e 5 avós de alunos do PAEE. A
escolaridade dos mesmos variou entre Ensino Fundamental Completo e Pós-
graduação.
Quanto aos alunos/filhos dos participantes, têm-se 112 alunos do público
alvo da educação especial matriculados em creches ou pré-escolas públicas
municipais. A idade média das crianças é 4,9 anos, variando entre dois e 6 anos,
sendo 65 crianças do sexo masculino e 47 crianças do sexo feminino.
Local
A coleta ocorreu em 39 pré-escolas públicas municipais localizadas em
quatro cidades de pequeno e médio porte do interior paulista.
Instrumentos
Foram utilizados como instrumentos de pesquisa o “Questionário sobre a
relação família e escola no processo de inclusão” – Versão para professores e
Versão para pais (adaptado de Dias, 1996), que continham dados de identificação e
uma questão abertas para cada participante: “Para você, o que é uma relação
família e escola boa/favorável?”
Procedimento de coleta de dados
Foi realizado um contato com as secretarias de educação dos municípios
alvos para autorização da pesquisa nas pré-escolas municipais. Após autorização,
foi realizado contato com os diretores das unidades para explicar os objetivos da
pesquisa e os procedimentos da coleta de dados. Com o consentimento da diretora,
as pesquisadoras entregaram os respetivos Termos de Consentimento Livre e
Esclarecido e questionários aos professores e aos pais dos alunos, nos momentos
de entrada e saída dos alunos da escola, acordando uma data para o retorno.
Procedimento de análise de dados
Por meio dos instrumentos foram obtidos dados qualitativos, com os quais
foram realizadas análises de conteúdo e categorização a fim de responder aos
objetivos do estudo. As categorias geradas foram avaliadas por dois juízes para
verificar a confiabilidade das mesmas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entretanto, deve-se destacar o fato de não ter sido citada nenhuma ação
especificamente relacionada à ação do professor, mesmo que à família ou ao aluno.
Tal constatação indica que os participantes podem ter a concepção de que um
relacionamento favorável depende, primeiramente, de ações colaborativas e, em
segundo plano, da família, e que suas práticas particulares não têm tanta influência
ou responsabilidade para com a relação.
Esta constatação se torna preocupante à medida que se sabe que cabe à
escola promover o relacionamento com as famílias (TANCREDI; REALI, 2001;
REALI; TANCREDI, 2002), atraindo-as, acolhendo-as e promovendo situações que
favoreçam sua participação na escolarização dos alunos. Assim, uma vez que os
professores não consideram suas ações particulares tão essenciais, podem deixar
de ter iniciativas e criar estratégias de comunicação e relação com as famílias,
diminuindo ainda mais o contato entre estes ambientes e, consequentemente,
deixando de maximizar o desenvolvimento da criança envolvida.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BHERING, E.; DE NEZ, T. B. Envolvimento de pais em creche: possibilidade e
dificuldades de parceria. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 18, n. 1, p. 63-
73, 2002.
BORGES, L. Relação família e escola: programa para profissionais préescolares de
alunos público alvo da educação especial. 2015. 200f. Dissertação (mestrado).
Programa de Pós-Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São
Carlos, São Carlos, 2015.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
BRASIL. Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013. Brasília; Ministério da Educação,
2013.
CERIBELLI, R. F. A relação família e escola na perspectiva de professores de
educação infantil: um diálogo na formação continuada. 2011. f. 156. Dissertação de
Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade Metodista de
Piracicaba, Piracicaba, 2011.
DIAS, J. C. A problemática da relação família/escola e a criança com necessidades
educativas especiais. Coleção Cadernos SNR no. 11. Portugal: Instituto Jean
Piaget. p. 158, 1996.
REALI, A. M. M. R.; TANCREDI, R. M. S. P. A importância do que se aprende na
escola: a parceria escola-famílias em perspectiva. Paidéia, Ribeirão Preto, v. 15,
n.31, p. 239-247, 2005.
RIBEIRO, J. M. M. A colaboração entre a família de crianças com necessidades
educativas especiais e a escola: percepções de pais e educadores de
infância/professor do 1º ciclo. Lisboa, Portugal. 2012. Disponível em:
<http://comum.rcaap.pt/bitstream/123456789/2575/1/Disserta%C3%A7%C3%A3
o_Joana%20Ribeiro.pdf>. Acesso em 08 de dezembro de 2013.
SILVA, A. M. Buscando componentes da parceria colaborativa na escola entre
família de crianças com necessidades especiais e profissionais. 2006. f. 122.
Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Educação Especial,
Universidade Federal de São Carlos, 2007.
TANCREDI, R. M. S. P.; REALI, A. M. M. R. Visões de professores sobre as famílias
de seus alunos: um estudo na área de Educação Infantil. 2001. 24a Anped - GT
Educação Infantil, 2001.
PAIC/FAPEAM
1. INTRODUÇÃO
ponto de inicio, seja pela alta taxa de retorno dos investimentos em capital humano
(HECKMAN, 2006).
Entende-se, por capital humano, como um conjunto de capacidades
produtivas que a pessoa vem a adquirir, devido à acumulação de conhecimentos
que podem ser utilizados na produção de riqueza, podendo o indivíduo contribuir
tanto para o aumento quantitativo dos níveis de desenvolvimento de uma nação
quanto equitativo na superação de desigualdades socioeconômicas (BECKER, 1993
apud VIANA e LIMA, 2010).
Schultz trata a educação como forma de investimento no homem, e as
consequências deste investimento, como forma de capital. Porém, uma forma de
capital que não pode ser comercializada ou tratada como propriedade pelas
instituições, mas é de fato importante, pois contribui com geração de valor para uma
economia, mostrando claramente que se trata de uma forma de investimento
“delicada” por se tratar de seres humanos. (SCHULTZ, 1961).
A partir de 2009, a Prefeitura de Manaus cria através da Lei Municipal nº
1.357, o Programa Bolsa Universidade Municipal (PBU), destinado à “concessão,
por Instituição de Ensino Superior – IES estabelecida em Manaus, de bolsas de
estudos integrais e parciais, para estudantes de cursos de graduação ou
sequenciais de graduação específica.” (MANAUS, 2009)
As IES que aderissem ao programa compensariam com a oferta de bolsas
integrais ou parciais a redução de 90% de juros, multas de mora e multas de
infração dos seus débitos tributários com a Fazenda Municipal, além de 100% dos
honorários advocatícios, respeitando a proporção de R$1,00 em crédito tributário
para R$ 1,00 em bolsas concedidas.
O intuito dessa pesquisa foi avaliar as possibilidades de aumento na oferta
de vagas para a Educação Infantil, em confronto à renúncia fiscal exercida pela
Prefeitura de Manaus para concessão de bolsas de estudos de nível superior
através do programa Bolsa Universidade Municipal, uma vez que a responsabilidade
de fomento ao ensino superior é da União.
Buscou-se encontrar o custo de oportunidade de ofertar bolsas de nível
superior em detrimento à oferta de vagas em creches e pré-escola para atender a
demanda por educação infantil. O custo de oportunidade nada mais é que uma
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
quatrocentos e quarenta e três mil cento e trinta e nove reais e setenta e quatro
centavos). Este valor é subestimado, pois desconsidera o perdão de juros, multas,
custas processuais e honorários advocatícios às Instituições Educacionais que
aderiram ao programa, bem como desconsidera os valores dos editais do ano de
2010.
Com os valores do montante estimado, seria possível durante seis anos,
incrementar a oferta de vagas na educação infantil em aproximadamente 1.894
vagas na etapa de ensino creche a cada ano ou aproximadamente 3.762 vagas em
pré-escolas também a cada ano. Se a escolha fosse expandir a oferta de vagas
apenas em creches, estas corresponderiam ao crescimento médio anual de
aproximadamente 51% da oferta de vaga, num período de cinco anos, se a escolha
fosse investir em pré-escolas, este crescimento seria de 10%, uma vez que
comparativamente a oferta de pré-escola sempre foi mais vultosa em relação à
creche.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil:texto constitucional
promulgado em 5 de outubro de 1988, atualizado com emendas e decretos. – 48.
ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2015.
__________. The Case of Investing in Young Children. Big Ideas for Children:
Investing in our nation future. 1.ed. P. 49-58. Washington: First Focus, 2008.
cristiane_pbf1@yahoo.com.br
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebeu-se certas semelhanças manifestas nos relatos, o que pode ser
explicada por Bourdieu como os agentes sociais originários da mesma fração de
classe, tendo as mesmas condições materiais de existência e sujeitos as mesmas
ações práticas, tendem a ter a homogeneização de seus habitus, portanto a
regularidade das disposições manifestam-se de forma grupal.
Quanto a maior presença de participantes mulheres na pesquisa
empreendida pode ser considerado um fenômeno característico por esterótipos
segregacionais que permeiam a profissão do Magistério no qual os homens
assumidos como agressivos, militaristas e racionais e para as mulheres dóceis,
afetivas e sensíveis. Essa caracterização limita a gama de possibilidades na escolha
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REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Desse modo, a autora Mukhina (1995) afirma que a formação inicial tem que
ser sólida e fundamentar-se cientificamente, estabelecendo relações dialéticas entre
teoria e prática, a fim de garantir o direito à qualidade e plenitude da Educação
Infantil. Daí a importância de se conhecer o processo de desenvolvimento da
criança, não como um processo natural, mas histórico, diretamente relacionado às
condições objetivas de organização social e do lugar ocupado pela criança nas
relações sociais e culturais.
Nesse sentido, autores como Mukhina (1995), Vigotski (1995) e Lima (2001),
ressaltam que o desenvolvimento da criança é, pois, influenciado por condições
internas e externas. As internas referem-se às propriedades do organismo da
criança tais como a estrutura e o trabalho do cérebro. Já as externas estão ligadas
ao nascimento e ao desenvolvimento da criança ao viver e ser educada em
sociedade. Nas palavras de Mukhina (1995, p. 39), “[...] para ser homem são
necessárias uma constituição do cérebro, condições de vida e educação bem
definidas.”
Para ampliar essa discussão, trazemos outros trechos da entrevista, com
base na seguinte questão: Em sua opinião, as propostas de leitura e contação de
histórias têm influências no desenvolvimento das crianças com as quais trabalha?
Se sim, quais?
P4: Bom é::: acho que é...parte muito professor...como ele faz
aparecer esse...esse momento para a turma...tem que ser assim...no meu
ver tem que ser uma...uma atividade do cotidiano...para a criança se
adaptar...
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 9.394, de 20.12.96, Estabelece as Leis de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Diário Oficial da União, v. 84, n. 248, 23 dez. 1996.
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VIGOTSKI, L. S. Obras escogidas III. Tradução José María Bravo. Madrid: Visor,
1995.
Introdução
As práticas sociais acontecem por meio das relações que são desenvolvidas
e estabelecidas entre as pessoas, possuindo como atores centrais, os sujeitos
participantes. Por meio das práticas sociais, os sujeitos interagem com o meio em
que vivem, educando-se por meio do convívio e do relacionamento com os demais
sujeitos e com o mundo.
Oliveira et al. (2014) definem as práticas sociais como decorrentes e
geradoras das interações entre os sujeitos, assim, por meio das práticas sociais, o
ser humano conhece o mundo, interagindo com as pessoas e vivenciando o existir,
significa-o e ressignifica-o, se constrói enquanto sujeito, se abre para o novo, se
educa. Desse modo, partimos do pressuposto de que em todas as práticas sociais
ocorrem processos educativos que possibilitam a formação humana para a vida
(OLIVEIRA et al., 2014).
A partir desta compreensão a respeito de práticas sociais e processos
educativos, entendemos o brincar enquanto uma prática social central na primeira
infância, pois permite a interação das crianças entre si e também com as demais
pessoas que compõem o mundo brincante. Por meio do brincar, incide a interação
com o outro, com o mundo e com os distintos subsídios e ferramentas que fundam a
brincadeira.
De acordo com alguns autores, tais como, Sommerhalder e Alves (2011) e
Kishimoto (2010) é por meio da brincadeira que a criança significa o mundo, aprende
a convivência e o relacionamento com o outro, a colaboração, as relações
respeitosas e as disputas. Durante o brincar, a criança descobre o mundo e o
Caminho Metodológico:
Considerações finais
Por meio desse estudo ressaltamos o brincar como prática social por
excelência desenvolvida durante as práticas de Educação Física na primeira
infância, em uma escola municipal de Educação Infantil de São Carlos/
SP.Consideramos que a brincadeira é uma prática social que assume centralidade
na vida da criança e que gera diversos processos educativos, uma vez que brincar
possibilita o conhecer e o experimentar.
Nessa perspectiva, ao admitir a função educativa à ludicidade, a brincadeira
proporciona encanto, opera sobre as possibilidades de exploração e de construção
do conhecimento. Brincar é uma experiência fundamental para qualquer idade,
principalmente para as crianças da Educação Infantil.
A ludicidade é importante para o ser humano, para a sua aprendizagem, não
somente de conhecimentos específicos escolares, mas para a vivência da vida.
Sobre isso, o lúdico como ato social, promove a aprendizagem e o desenvolvimento
integral dos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo, promovendo o
desenvolvimento do humano, sendo função da educação infantil considerar a
ludicidade como modo que a criança encontra para aprender e se desenvolver.
Com esse estudo, buscamos explicitar alguns processos educativos que
decorreram do brincar na Educação Infantil, sendo possível por meio do brincar
identificarmos as diversas maneiras das crianças significarem o mundo, reconhecem
e interagirem com o outro humano. Brincar na primeira infância encontra-se repleto e
rico de processos educativos, que auxiliam e amparam as relações nas práticas de
Educação Física.
REFERÊNCIAS
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução
à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994.
Introdução
Metodologia
Resultados
das crianças, entre elas o movimento e a expressão corporal, foi possível perceber
na instituição de ensino analisada, certo grau de incompatibilidade entre as
necessidades da criança e da infância e a forma como a escola muitas vezes se
constitui historicamente em relação à organização de seus tempos e espaços. Trata-
se de “um congelamento da cultura da escola que, na maioria dos casos, a torna
estranha a seus habitantes”. (CANDAU, 2000, p.68).
Foi possível presenciar no interior da instituição escolar de educação infantil,
práticas pedagógicas guiadas pela ordenação dos espaços e tempos que visam
manter o cerceamento das ações corporais e espontâneas das crianças. Por meio
do desenvolvimento de atividades repetidas e rotineiras, ou mesmo durante
propostas que pareciam ser tentativas de inovação metodológica, observou-se nas
professoras a preocupação imperativa com o disciplinamento e controle dos corpos
infantis, impondo ritmos coletivos, posturas e movimentos padronizados, modelos de
ações que deviam ser seguidos e cumpridos por todos. Ancorado por uma cultura
escolar, o corpo da criança na classe, ainda parece ser subentendido nas
instituições escolares, sob uma visão cartesiana. “Trata-se de um corpo dividido,
fragmentado em elementos justapostos, que perdeu a alma e a unidade.” (GIRARD
e CHALVIN, 2001, p.14).
A educação infantil deveria apresentar o que é esperado atualmente no
Brasil assim como em vários países, ou seja, ter suas atenções voltadas para o
desenvolvimento integral das crianças, permitindo que as mesmas vivenciem
plenamente todas as dimensões da infância, especialmente, a dimensão lúdica.
Porém, constatou-se que as experiências oferecidas não parecem ser suficientes
para estimular e desenvolver todas as habilidades psicomotoras infantis. Ao abordar
os vários aspectos do desenvolvimento humano como dimensões interligadas e não
áreas estanques, a nova Lei de Diretrizes e Bases “[...] evidencia a necessidade de
se considerar a criança como um todo, para promover seu desenvolvimento integral
e sua inserção na esfera pública.” (BRASIL, 2006, p. 10).
Tal fato parece agravar-se mais ainda frente às mudanças legais do ensino
Fundamental de nove anos, onde a pressa para que a criança desenvolva
habilidades como a escrita e o cálculo, leva os profissionais ao distanciamento, por
vezes o abandono, das atividades voltadas para experiências com as diversas
formas de expressividade e de linguagens de que o corpo infantil é dotado. Diante
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Conclusões
BIBLIOGRAFIA
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Geração de resíduos
Doenças / Saúde
Destinação final
A ideia de ciclo
Matéria-prima
Título do livro
Poluição
Font
e: Apresenta e explica o conceito Traz o termo, mas não o aprofunda
entre suas preocupações o fato de a questão dos Resíduos Sólidos ser mais
profundamente discutida somente a partir da geração dos resíduos, após o consumo
e descarte de objetos. Neste aspecto, se torna importante observar também, a
potencialidade de geração de resíduos durante a extração das matérias-primas e no
processo de produção como um todo. Observamos o conceito de Geração de
Resíduos em 10 obras. Em 3 delas, o conceito é aprofundado e nas demais tratado
de forma superficial. Observamos aprofundamento nos livros “Chico Papeleta e a
reciclagem do papel”, “O lixo na lixeira” e “O saci e a reciclagem do lixo”. Em sua
maioria, os livros tratam da geração de resíduos após o consumo, sendo apenas os
três livros citados os que apresentam esta geração em outros momentos do ciclo de
produção.
O conceito de Destinação final dos resíduos, que se refere ao destino dos
resíduos após sua geração, foi abordado por 12 das 15 obras. Observamos
aprofundamento em 5 delas, que trazem maiores explicações sobre os destinos do
lixo, suas consequências e formas adequadas e inadequadas de disposição dos
resíduos. Seria necessário o desenvolvimento da questão que envolve desde o
acondicionamento dos resíduos até sua destinação para aterros sanitários, aterros
controlados, lixão, usinas de compostagem ou incineração, abarcando as questões
ambientais decorrentes de cada uma das opções elencadas. A ausência dessas
informações consta como uma importante lacuna nos livros analisados.
Com relação ao conceito de Cooperativas ou catadores de resíduos,
encontramos a temática em apenas um dos 15 livros. A obra “Chico Papeleta e a
reciclagem do papel” cita os catadores, mas não aprofunda o tema. Henares (2006)
aponta que as cooperativas surgem na tentativa de amenizar a degradação
ambiental ao passo que também buscam incluir dignamente na sociedade aqueles
que viviam em condições de risco em lixões ou nas ruas à procura de resíduos para
venda.
A ideia de ciclo dos materiais foi encontrada em 10 das 15 obras. Nos livros
“A aventura de uma garrafa”, “Chico Papeleta e a reciclagem do papel”, “O lixo na
lixeira”, “O pneu chorão” e “O saci e a reciclagem do lixo” o tema é aprofundado.
Notamos que quando o livro apresenta apenas um material como temática, o
aprofundamento da ideia de ciclo se dá de maneira facilitada, como no caso do livro
“A aventura de uma garrafa” que trata do ciclo do vidro”, “Chico Papeleta e a
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
90
reciclagem do papel” que apresenta a ideia do ciclo do papel e “O pneu chorão”, que
trata do ciclo da borracha, com ênfase para a produção de pneus. O livro “O saci e a
reciclagem do lixo” aborda o ciclo do papel, plástico, vidro e metal, por trabalhar com
a questão da reciclagem. Outros 5 livros apresentam a ideia de ciclo, mas não o
aprofundam.
A Poluição foi abordada por 6 das 15 obras, com aprofundamento nos livros
“A poluição” e “No parque Nosso Verde”. Apresentaram o assunto com pouco
desenvolvimento os livros “O gigante monstruoso do lixo”, “O lixo na lixeira”, “O pneu
chorão” e “Vamos abraçar o mundinho”. Em sua maioria, os livros discutem a
questão de o lixo ser descartado em locais indevidos e apresentam a necessidade
de se jogar o lixo em um local correto.
Com relação à Doenças e Saúde, 6 livros trataram do assunto. As obras “A
poluição”, “No parque Nosso Verde” e “O saci e a reciclagem do lixo”, desenvolvem
um pouco mais a questão, ligando a ideia da poluição e da destinação final dos
resíduos como causa das doenças e explicando quais as doenças podem ser
trazidas por práticas incorretas da comunidade. Já os livros
“O lixo na lixeira”, “O pneu chorão” e “Vamos abraçar o mundinho” citam o
problema sem maiores aprofundamentos. No caso do livro “O pneu chorão”, chama-
se atenção para a questão da dengue. Já em “Vamos abraçar o mundinho” a ideia
de ambiente saudável e de pessoas saudáveis, a partir de práticas corretas com o
planeta, dá o tom do discurso.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
métodos e ainda conteúdos atitudinais, ou como se deve ser, dizem respeito aos
valores, atitudes e normas.
Por este motivo, os conhecimentos voltados à Educação Ambiental em
Resíduos Sólidos são importantes pois permitem às crianças o saber, visando que
elas possam ser agentes transformadoras do meio ambiente, com atitudes voltadas
à sustentabilidade. Neste sentido, os livros paradidáticos são relevantes para a
Educação Ambiental.
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
neste caso seu comentário foi positivo. Em outro momento, a professora pede que
elas colem a dobradura na folha, uma delas parece não se importar com a
orientação e não faz o que foi solicitado. A professora, então, comenta “Ela é
passada! Sempre tem um desses, né!?” (P9). Nesta fala da professora fica evidente
seu julgamento negativo em relação não só ao comportamento da criança naquele
dado momento, mas sobre a sua personalidade e jeito de ser. Em alguns momentos
é possível perceber o esforço das docentes em relação ao aprendizado das
crianças, de modo que elas não fiquem “atrasadas” e sofram por isso nas próximas
etapas da escolaridade. É claro também que suas práticas são bastante baseadas
em elogios e broncas, disciplinamentos e comparações, prêmios e ameaças.
Outro equívoco claro é a comparação baseada no gênero das crianças, ou
seja, a professora compara constantemente o desempenho e a aprendizagem delas
com base na divisão entre meninos e meninas, sendo que as meninas apresentam
resultados superiores: “As meninas picam certinho, quadradinho, mas esses
meninos...” (P9); “Que nojo, olha o que você fez! Você é princesa, menina, não pode
fazer isso!” (P9); “Eles são muito diferentes das meninas” (P9). Esse tipo de atitude
por parte da docente é considerado prejudicial, pois ela não parte da própria criança
como seu parâmetro de reflexão sobre o desenvolvimento dela mesma, mas sim,
cria estereótipos de crianças e de comportamentos ideais que, na verdade,
inexistem:
Outra questão que deve ser discutida é a postura docente frente ao erro das
crianças. Esse tipo de atitude revela a necessidade da transformação de conceitos
escolares em relação ao erro, fazendo com que este passe a ser visto como algo
natural ao ser humano que vive em uma dinâmica de constante aprendizado, ainda
mais quando se trata de crianças tão pequenas, que ainda estão se desenvolvendo.
Como pontos positivos, pôde-se destacar a reflexão das professoras sobre a
sua própria prática pedagógica. Dessa forma, por meio da resposta das crianças,
seu desempenho, seus interesses e suas dificuldades, as docentes buscam
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
nathaliacorneto@hotmail.com
fatimadiasgomes@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LACOSTE, Yves. A geografia: isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra. 15.
ed. Campinas: Papirus, 2009.
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107
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
quando nos vemos como pertencentes ao reino animal, mas como homens, que
fazem parte de uma humanidade, temos que cada cultura, por meio de um processo
histórico e social inventa uma maneira de viver e se acostuma a isso. Acostumamo-
nos e valorizamos qualificando de bom. Qualificamos de mal aquilo que não é
costumeiro, que não faz parte do nosso modo de ser e de viver, sustentando assim o
jeito de cada sociedade, com regras, normas e leis, aqui encontramos o
comportamento moral. (RIOS, 2000) A estas leis e regras podemos cumprir ou
desobedecer, exercendo assim a liberdade humana, a possibilidade de escolhas,
pois, se por moral temos o conjunto de prescrições, regras e normas que orientam a
nossa sociedade, com a ética temos a reflexão sobre o ethos, que constitui a
moralidade. Como homem faz-se necessário refletir sobre vida humana com o
objetivo de torná-la melhor, pois agir eticamente conduz o homem a um
aperfeiçoamento do conviver, numa ação reflexiva para valorizar o Bem Comum.
O sujeito moral é aquele capaz de decidir, de escolher, capaz de distinguir
entre o bem e o mal, sendo que a inter-relação entre o tema ética e a matéria
educativa está justamente entre a autonomia da vontade e a possível formação
pedagógica que habilita o professor. (BOTO, 2001)
Ao buscar a íntima relação entre a Ética e a Educação podemos ressaltar
que é necessário que a instituição escolar busque um educar para o viver bem,
proporcionando vivências prazerosas e contextualizadas, que são também
necessárias na aquisição dos conhecimentos básicos. Segundo Hermann (2008), a
importância da reflexão, está em iluminar todo o processo educativo e
argumentativo, auxiliar na formação humana por meio de uma reflexão crítica ligada
às reais condições de vida. Considerar a relevância da Ética para o processo e para
a prática pedagógica demonstra o valor do ser humano e de todas as suas
manifestações:
Para tanto, uma Educação Ética pode auxiliar e se efetivar como uma arte
de viver, nas palavras de Hermann (2008), sendo que as diferentes estratégias que
permitem formar uma sensibilidade fortemente aguçada e atenta às emoções em
relação à construção da moralidade “são contribuições da arte de viver que devem
ser consideradas na educação, se quisermos educar pessoas com capacidade de
decidir e conduzir suas vidas.” (2008, p.
26).
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111
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANGOTTI, Maristela (Org.). Educação infantil:para que, para quem e por quê?
Campinas: Alínea, 2008.
RIOS, Terezinha Azerêdo. Ética e competência. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
“porque ela é branca”; rejeição da boneca marrom —“porque ela é feia” ou “porque
não parece bonita” ou “porque ela é preta”, tal como no estudo dos Clark.
Esse resultado está relacionado ao que foi discutido anteriormente, pois
existe um padrão de beleza que predomina na sociedade. Nesse sentido, pele
branca, cabelos loiros, olhos claros, corpo magro são as formas exaltadas nas
bonecas industrializadas e oferecidas pelo comércio atualmente. Todos aqueles que
não apresentam essas características, são considerados diferentes, sendo sua
oferta bastante reduzida e baixa aceitação pelas crianças.
Na terceira questão, foi perguntado às crianças “qual boneca parece mau?”.
Entre as respostas prevaleceu, em ambas as turmas, a associação das bonecas
negras à característica “mau”. Esse resultado demonstra a rejeição à boneca negra,
a qual estava implícita na preferência expressa pela boneca branca nas questões
anteriores. Comparando nossos resultados com os do experimento realizado pelo
casal Clark é possível observar que a rejeição da boneca marrom é significante,
mesmo entre crianças pequenas, na faixa de quatro até a de seis anos.
Nesse sentido, parece justificável assumir, a partir desses resultados, que o
período crucial na formação e padronização das atitudes discriminantes começa por
volta dos quatro anos da criança. Nessa idade, os participantes parecem estar
reagindo mais acriticamente a uma estrutura de atitudes prédefinida, as quais estão
em conformidade com os valores raciais e costumes discriminantes aceitos no
ambiente.
A quarta e última questão foi “Qual boneca parece com você?”. Esta questão
busca analisar os resultados sobre identificação racial das crianças, determinada
pelo fato concreto da cor de sua própria pele. Por isso, é solicitado que a criança
justifique sua resposta. Interessantemente, algumas crianças de pele escura
afirmaram se parecer com a boneca branca. Quando questionadas, essas crianças
justificaram sua escolha dizendo coisas como
“porque ela é mais linda”, “porque ela é muito amiga”, “porque eu acho ela
bonita” ou simplesmente dizendo que não sabiam o porquê. Além disso, duas
crianças entrevistadas responderam que não se pareciam com nenhuma boneca,
porque eram muito diferentes delas.
De acordo com Bento (2012), quando adquire as noções de outro, e de outro
diferente, também em termos raciais, a criança já se apropriou dos elementos para a
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
120
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DAVIS, K. “A Girl like Me” documentary. 2005. Disponível em: < https://vimeo.
com/59262534>. Acesso em: 16 de fev. 2017.
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO GERAL
3. MÉTODOS
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
GIMENO SACRISTÁN, José. O aluno como Invenção. Porto Alegre: Artmed, 2005.
dree.bernardo@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
outros, estas são formas da criança, ainda prematura, estabelecer contato com seus
cuidadores. Segundo Bakhtin (1992), são os adultos que interpretam e significam os
índices que a criança expressa, dando os parâmetros sociais de sentido e
significados que ela passará a interiorizar.
Primeiramente no período sensório-motor, a criança passa a construir seus
primeiros esquemas de ação; são os materiais que lhe são disponibilizados que a
estimulará a elaborar esquemas e a coordená-los para descobrir novas condutas
(CUNHA,1986).
Paralelamente a isso, ocorre o período inicial de comunicação que Vigotsky;
Luria e Leontiev (2003) denominam de pré-linguagem, que são as primeiras formas
de expressão do bebê que precedem o aparecimento da fala: são o choro, o
balbucio, os trejeitos faciais, dentre outros. Posteriormente por meio da ação sobre
os objetos, que a linguagem e o pensamento se entrecruzarão, por volta dos 2 anos,
ocorrendo a passagem do exterior para o interior na criança, que passará a fazer
relações simbólicas, e com isso a se desprender da representação física do objeto,
passando para a representação do objeto mental, a transição do prático para o
abstrato.
O letramento tem sua origem da palavra latina literacy, muitas vezes,
confundido com alfabetização, ou pensado como um sinônimo desta, mas seu
significado é amplo e pode-se perceber níveis de letramento anteriores à aquisição
da leitura e da escrita. Trata-se de uma conduta de quem adquire a capacidade de
ler e escrever, mas este conceito traz explícita a ideia de que a escrita traz
consequências sociais, culturais, políticas, econômicas, cognitivas, linguísticas, para
o indivíduo e para o grupo social em que está inserido. Portanto, é um estado que se
passa a ter após conquistar essas capacidades, sendo, pois, o resultado da ação de
aprender a ler e a escrever (SOARES, 2003). Assim, consideramos que a criança
realiza níveis de letramento a partir do momento em que passa a estabelecer
contato externo com o meio social.
A educação para os três primeiros anos de vida, como apontam os
neurocientistas (NELSON, 2012; SHONKOFF, 2011; 2011b), é de extrema
importância e complexidade, pois são as experiências desse período que formam as
conexões e a estrutura que o cérebro necessitará, posteriormente, para o seu
primeiros anos de vida, uma denominação adequada seria letramento social. Apesar
de um levar ao outro no decorrer do desenvolvimento da criança e do contato social,
o letramento se inicia anterior à alfabetização, e esta surge com o seu
desenvolvimento.
Estes resultados mostraram que este processo primordial é desconhecido
por muitos educadores e pesquisadores no qual se dá uma importância exacerbada
a fala e a escrita pelo fato de serem consideradas as formas de comunicação
anteriores.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FORMAN, K.K.;FISCH, R.O.; PHINNEY, M.Y.; DEFOR, T.A. Books and babies:
Clinical-based literacy programs, 2003.
LEE, Y.-J.; LEE, J.-S.; LEE, J.-W. The role of the play environment in young
children's language development. Early Child Development and Care. v. 139, Issue
1, p. 49-71,1997.
MOL, S.E.; NEUMAN, S.B.; STROUSE, G.A. From ABCs to DVDs: Profiles of infants'
home media environments in the first two years of life. Early Child Development
and Care. v. 184, Issue 8, August, p. 1250-1266, 2014.
MUIR, D.W.; HAINS, S.M.J.; SYMONS, L. A.Baby And Me - Infants Need Minds To
Read. La Cahiers De Psychologie Cognitive-Current Psychology Of Cognition.
v. 13, e. 5, p. 669-682. OCT. Canadá, 1994.
RALLI, J.; PAYNE, R.G. Let’s play at the library: Creating innovative play
experiences for babies and toddlers. Johns Hopkins University Press. Brooklyn
Public Library, United States, 2016.
SHONKOFF, J. P. Building the Brain’s “Air Traffic Control” System: How Early
Experiences Shape the Development of Executive Function: Center on the
Developing Child at Harvard University Working Paper, 2011b.
SILVA, M. R. P. Read The World, Express The World: Babies And Their Languages.
Revista Olhares. v.4, e. 2, p. 77-93. Publicado: nov. 2016.
STRAUB, S. Books for Babies: An Overlooked Resource for Working with New
Families.Teachers and Writers Collaborative, New York, NY, United States, 1999.
STRIČEVIĆ, I.; ČUNOVIĆ, K. Library services to babies and toddlers and their
families in Croatia. Vjesnik Bibliotekara Hrvatske. v. 56, Issue 3, p. 47-66, 2013.
INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
que não reverte em benefícios para a maioria da sociedade, mas sim, favorece uma
minoria da população.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
São algumas das singularidades que vêm sendo tratadas com mais ênfase
na educação infantil, principalmente quando articuladas a discussões sobre
infância(s), temáticas com insuficiência de estudo nas demais etapas da EB,
principalmente no ensino fundamental, a qual as crianças são matriculadas no 1º
ano (ao completarem 6 anos). Contexto que evidencia a importância de como se
organiza a construção e apropriação do conhecimento (currículo) em correlação
entre a EI e os demais níveis, etapas e modalidades, com caráter de um processo
contínuo, bem como a pressuposição desta etapa da EB ser um campo específico
de atuação, tanto pela gestão escolar, como pela gestão de turmas.
Atentar-se, contudo, às afirmativas de Campos (2002, p. 27) quanto ao
divórcio entre a legislação e a realidade no Brasil não ser de hoje, para a autora
“nossa tradição cultural e política sempre foi marcada por essa distância e, até
mesmo, pela oposição entre aquilo que gostamos de colocar no papel e o que de
fato fazemos na realidade”, sendo um alerta, não somente aos educadores, mas à
sociedade como um todo que, sem a devida pressão social coletiva, organizada e
intencional, as transformações sociais, no mínimo se retardam, ou jamais se
efetivam.
As constatações e considerações do trabalho da direção escolar apreendeu
reflexão da diversidade da educação infantil, denotou-se que a abrangência sobre a
temática é vasta e carece de pesquisas e, conjuntamente, senão principalmente, de
investimento pelas políticas públicas.
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
escola de Idalina Ladeira Ferreira e Sarah P. Souza Caldas e, por fim, o manual
intitulado Educação Pré-escolar escrito por Gilda Rizzo. O exercício aqui
desenvolvido foi o de iniciar a análises desses documentos por meio de suas
páginas de apresentação e de seus sumários. Estes aspectos iniciais são elementos
essenciais para a análise de forma crítica sobre a estrutura histórica que estava
sendo imposta até o final da Ditadura Militar no Brasil, sobre a base formadora de
novas concepções de ensino e de mundo que o Brasil obteve após o período
ditatorial e a constituição de 1988 e, de que maneira a atuação docente estava
sendo pensada e disseminada no campo da educação Infantil brasileira.
Este texto está estruturado em três partes: inicialmente apresentoas novas
propostas curriculares que estavam sendo debatidasno campo educacional
brasileiro na década de 1980 e, tem o intuito de explanar sobre como o cenário da
Educação Infantil estava estruturado em seus quesitos históricos, sociais e
pedagógicos. A segunda parte do texto trata da compreensão sobre manual de
ensino tomando como referência o artigo Concepções didáticas e Método de Ensino:
O manual didático Processologia na Escola Primária da Professora Doutora Vera
Teresa Valdemarin. Na terceira parte consta a análise feita a partir da apresentação
e do sumário dos Manuais de Ensino selecionados para este estudo.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
séculos que o nosso país vem pensando sobre a ação de transformar as decisões
sobre educação em conteúdos da constituição. É necessário deixar em destaque
que a concepção tida hoje de ensino democrático e escola democratizada está
permeando os estudos acadêmicos e as escolas de ensino básico apenas com o
advento da Constituição de 1988, pois, foi apenas quando o Brasil saiu de seus
tempos negros da Ditadura Militar que foi possível concretizar em uma Lei Maior
decisões como a da democracia educacional. O campo do ensino escolar brasileiro
passou por muitos momentos e muitas influências advindas da Europa e os Estados
Unidos desde a década de 1920, então não temos uma concepção apenas de como
se promover o ensino, de como realizar a atuação docente, de qual teoria
pedagógica utilizar e nem uma concepção de aluno, de escola e de mundo correta e
que tenha como referência a população brasileira.
Na década de 1980, com o final da Ditadura Militar, os debates sobre a
educação brasileira versaram sobre a democratização e a necessidade de
mudanças educacionais. Nesse sentido, todos os níveis da educação no país
passaram por renovações pedagógicas. Para a educação das crianças pequenas,
entrou em discussão as finalidades de creches e pré-escolas e a necessidade de
propostas pedagógicas e curriculares para a Educação Infantil. De fato, no âmbito
da Pré-Escola predominava as concepções da Educação Compensatória de ensino
trazida dos EUA desde a década de 1960 diretamente para o cotidiano escolar
brasileiro. Tal abordagem estabelecia um suporte para os alunos classificados com
“insuficiência cultural” e, que precisavam de um auxilio escolar para que sua
Privação Culturalfosse compensada. Estes são dois dos movimentos que estavam
acontecendo no Brasil durante e após a Ditadura Militar. Assim que houve a
possibilidade de se fazer um pensamento livre e ações libertárias das amarras que a
Ditadura nos impôs, ocorreu a expansão do pensamento referente à educação do
ensino básico (pré-escola, ensino fundamental e médio) iniciando a inovação das
propostas pedagógicas.
Uma das inovações pedagógicas mais importantes para a Préescola nesse
período foi a proposta pedagógica publicada por Sonia Kramer e Regina de Assis no
livro Com a pré-escola nas mãos (1992). O caráter inovador desse livro estava
justamente na proposição de uma proposta curricular para a pré-escola totalmente
diferente das práticas predominantes nessa etapa educacional. Segundo as autoras,
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158
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Introdução
Metodologia
Resultados
cada um tem o seu temperamento, como conversar, como conviver, então é uma
diferente da outra, mas no fim dá tudo certo, tudo amigo, vira tudo amigo.”
Os professores e demais atores da escola, tem o papel de promover a
apropriação cultural para que o ser humano apreenda o conhecimento
historicamente construído. E é neste sentido em que a atuação é política.
Vitor Paro (2014) explica que, ao considerar o homem como objetivo da
educação, é preciso antes “(...) ter clareza a respeito de sua especificidade histórica.
O que capacita o homem a tornar-se histórico é antes e acima de tudo, sua condição
de sujeito.” (p. 24) Assim, o homem se diferencia da natureza, ao não ser indiferente
em relação ao mundo, ou seja, “Isso significa que ele é o único que se desprende de
sua condição meramente natural, pronunciando-se do rela e criando valores. Na
criação de valores [...] revela-se o caráter ético do homem.” (PARO, 2014, p. 24)
Ao discutirmos a função sociopolítica do professor, na Educação Infantil,
devemos ter como base e caminho o documento Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil (DCNEI) (BRASIL, 2009b), que além de afirmar a criança
como sujeito histórico e de direitos e colocá-la como centro do planejamento, no
artigo 9º, prevê-se que “As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular
da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a
brincadeira, (...)” (BRASIL, 2009b). Além disso, a proposta deve cumprir sua função
sociopolítica, de forma que “(...) as crianças usufruam seus direitos civis, humanos e
sociais” (BRASIL, 2009b).
A escola deveria, então, promover momentos de interação e brincadeira que
sensibilizassem as crianças de forma positiva, entretanto, nos momentos
acompanhados, pudemos observar as três professoras tinham como base em suas
práticas pedagógicas a realização de tarefas, que consistiam entre outras coisas de
preenchimento de lacunas, repetições de letras e números e; pintar desenhos já
prontos. Apesar disso, a professora Nádia considerava que não seria possível
cumprir com o planejamento de forma igual, pois cada criança tem um ritmo e que
se interessam por coisas distintas.
Segundo a professora Adriana, da turma acompanhada, as professoras,
além de planejar as tarefas iguais e quase concomitantemente, também decidiram
por dar mais tempo à brincadeira, dessa forma, faziam uma ou duas tarefas por dia
Clarisse: Eu também.
Conclusões
Referências
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
CONCLUSÕES
construtivista esses conflitos são percebidos como algo positivo e que pode
contribuir para o desenvolvimento moral das crianças. ―São vistos como
oportunidades para que os valores e as regras sejam trabalhados‖.
Desenvolver essa pesquisa de iniciação científica nos permitiu conhecer e
refletir sobre a questão da moralidade na Educação Infantil, contribuindo com a
nossa formação como educadora. Ao término dessa investigação pudemos notar
que as professoras participantes conhecem pouco sobre os processos de
desenvolvimento infantil e menos ainda sobre a construção da autonomia moral das
crianças, o que gera uma ação insípida e pouco refletida a esse respeito. As
crianças observadas agem por coerção já que as regras são estabelecidas pela
professora e pela direção da escola.
O tempo todo estão condicionadas às placas de regras e combinados e a
―sermões‖ que as induzem a como agir em determinadas situações demonstrando
não compreender o significado de tantas regras. Quando surge um conflito, as
professoras expõem as crianças envolvidas frente à sala toda dizendo que o que fez
é errado, gerando culpa e vergonha e não a reflexão sobre o acontecido. Na maioria
dos casos delega sua autoridade em sala á outros profissionais sem perceber que
este é um momento propício para que haja o diálogo entre as partes envolvidas e o
desenvolvimento da moralidade.
É notório que os conflitos são a todo tempo evitados e entendidos como
indisciplina, as crianças que fogem ou que questionam as regras impostas são
punidas através do medo, da culpa, da vergonha, da exposição como se todos os
conflitos fossem ruins e, portanto passíveis de sanções.
A direção e coordenação da escola não dão respaldo para que as
professoras tenham autonomia referente aos conflitos, muitas vezes determinando
como as mesmas devem agir e intervindo no trabalho de sala de aula que deveria
ser um espaço de relações construídas entre a professora e as crianças, sem
intervenção externa da autoridade. Para a comunidade escolar os conflitos geram
desconforto e são tratados como conduta irregular que deve ser evitada.
Finalizamos essa investigação apontando a necessidade de se trabalhar o
tema da construção da moralidade nos cursos de formação de professores de forma
profunda e reflexiva para que a ação docente possa, de fato, se traduzir em práxis
transformadora.
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
175
REFERÊNCIAS
Introdução
Por meio dos desenhos, a criança demonstra sua relação com o entorno,
elimina suas ansiedades e medos, compartilha seus sentimentos e adquiri
confiança, são manifestações simbólicas que devem ser analisadas segundo os
relatos da criança, sem julgamentos de beleza ou realismo que os adultos buscam
para justificar tal atividade. Desenhar é um ato que vai além da estética, se relaciona
com a subjetividade da criança e, como tal, deve ser estudado com seriedade para a
compreensão do universo infantil.
Sendo assim, em vista da importância desse mecanismo primordial na
formação do mundo interno infantil é que a necessidade de pesquisa neste campo
vasto de conhecimento se fez presente, como forma de auxiliar o professor e
também familiares, a compreenderem que, por meio do desenho, podemos ter uma
visão mais ampla da condição intelectual e cultural das crianças. Para tanto, esta
pesquisa contou com um estudo inicial sobre a história do desenho infantil, os
fundamentos teóricos nas etapas de desenvolvimento do desenho, conforme Piaget,
Luquet, Lowenfeld, entre outros estudiosos que podem acompanhar a teia de
pensadores e suas etapas do desenvolvimento infantil, como forma de
embasamento teórico desta pesquisa. No campo da concepção social e cultural, as
ideias de Vygotsky trarão a contribuição de análise e entendimento dos símbolos
que a cultura legitima e são percebidos no desenho infantil.
Esta pesquisa também levou em consideração a visão da própria criança, no
momento em que o seu desenho começa a adquirir formas e a representar seus
pensamentos de maneira mais clara, entre os quatro e cinco anos de idade. Dentro
dessa visão, foram analisados diversos materiais gráficos produzidos por elas.
Objetivos
Resultados
Conclusões
Referências
1.INTRODUÇÃO
Direcionar o olhar para a criança, a partir dela mesma, não é tarefa simples
ou até mesmo fácil, uma vez que se faz necessário atentar-se aos minuciosos
detalhes, às linguagens e às necessidades que cercam o universo infantil. Desse
modo, sendo a escola o primeiro espaço onde a criança pode estabelecer relações
com pessoas fora de seu núcleo familiar, o atendimento educacional deve estar
afinado as singularidades da infância com vistas a compreender e suprir suas
necessidades.
Nesse sentido de atendimento, as especificidades dos pequenos, as leis e
diretrizes educacionais, como por exemplo, a Lei de Diretrizes e Bases (LDBEN)
auxiliam ao educador e a outras pessoas envolvidas nos processos educacionais a
contribuir na promoção do desenvolvimento integral das crianças. Além disso, a
LDBEN e as diretrizes estabelecidas para essa etapa educacional proporcionam
uma reflexão acerca do processo de construção da corporeidade, que é vivenciado
pela criança, ao longo de sua vida, nas mais diversas relações e práticas.
Dessa forma, a concepção de criança expressa no art. 4 º das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEIs) compreende-a como
ativa, e por intencionalidade, coloca-a como centro do planejamento curricular. Além
dessa concepção, há a afirmação da criança como sujeito histórico e de direitos de
modo a ressaltar que a construção de sua identidade pessoal e coletiva se realiza
por meio das relações e interações.
Compreende-se que as experiências vividas pela criança na Educação
Infantil devem propiciar explicações acerca das questões relacionadas a si mesmas
e ao seu entorno, e concomitantemente, oportunizar o desenvolvimento de formas
2. METODOLOGIA
pedagógico significativo nesta etapa educacional uma vez que o docente carrega em
si os saberes construídos socialmente e emprega-os em sua prática.
Considerando essas questões, a pesquisa contou com a entrevista de três
professores atuantes junto à Educação Infantil (etapa escolar de 0 a 5 anos). A
análise desses dados permitiu, a partir dos dizeres dos professores, verificar as
concepções e saberes que são próprias dos docentes, bem como evidenciar a forma
como tais concepções ressoam no trabalho pedagógico dos mesmos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANGOTTI, M. Educação Infantil: para que, para quem e por quê? In: _____. (Org.)
Educação Infantil: para que, para quem e por quê? Campinas: Alínea, 2006. p.15-
32.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 13. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
1. INTRODUÇÃO
Janus Korczak (1981) em sua obra “Quando eu voltar a ser criança” revela
um mundo do ponto de vista dos pequenos e em um dos trechos retrata a
dificuldade dos adultos ouvirem as crianças e considerarem sua opinião:
Mãe, fita vermelha fica melhor num cachorro ou num gato? E ela
disse:
Papai disse:
Todo aluno deve tirar boas notas, e não deve ficar de castigo.
Assim como o autor, este trabalho tem por objetivo propor reflexões acerca
da dificuldade em considerar a criança enquanto sujeito ativo no processo
pedagógico.
O estudo decorre de uma pesquisa em nível de mestrado que teve como
objetivo estudar a função do gestor no âmbito da educação infantil. Tal pesquisa
integra um estudo amplo, coordenado por Bianca Correa, que tem por objetivo
mapear e analisar a organização da gestão da/na Educação Infantil em dezesseis
municípios da microrregião de Ribeirão Preto (CORREA, 2013, mimeo).
Reconhecendo a educação infantil como direito da criança afirmado na
legislação (BRASIL, 1988) e tendo como fundamento a perspectiva históricocultural
(VIGOTSKI, 2000), compreende-se que a criança é um ser social que se desenvolve
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
192
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CRUZ, R. A pré-escola vista pelas crianças. In: 32ª Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Educação, 2009, Minas Gerais. Anais
Eletrônicos. Disponível em:
<http://32reuniao.anped.org.br/arquivos/trabalhos/GT07-5619--Int.pdf>. Acesso em:
10 de junho de 2017.
KORCZAK, J. Quando eu voltar a ser criança, 16° edição. São Paulo: Summus,
1981.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O próximo Projeto Fazendo Arte com Impressões Digitais foi criado, porque
fazer arte com impressões digitais é uma excelente atividade para promover momentos
de prazer em meio à brincadeira, estimular a criatividade da criança e auxiliar seu
desenvolvimento motor. Além disso, durante as atividades os alunos manuseiam
diferentes materiais e texturas. Esse projeto teve como objetivo conhecer a importância
das nossas impressões digitais que são utilizadas como forma de identificação de
pessoas, pois são únicas. E perceber o desenho formado pelas elevações da pele
presentes nas polpas dos dedos das mãos que são deixados em uma superfície lisa
(papel).
O Projeto Brincadeiras Regionais, foi desenvolvido tendo em vista que brincar é
uma importante forma de comunicação, e é por meio deste ato que a criança pode
reproduzir o seu cotidiano. Esse ato também possibilita o processo de aprendizagem,
pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo,
desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem. O objetivo era a
ludicidade como forma de desenvolver as potencialidades da criança. Isso é, aprender
as regras, ouvir as músicas e experimentar as brincadeiras tradicionais da região
sudeste como corre cotia, coelho sai da toca, vivo-morto, amarelinha, passa-anel,
equilíbrio com bolinha, corrida do saco, peteca, patinho feio, entre outras.
O Projeto Técnicas de Pinturas teve como objetivo desenvolver a coordenação
motora; cultivar e conhecer diferentes movimentos gestuais, visando à produção de
marcas gráficas; manusear diferentes materiais e observar as possibilidades oferecidas
por cada um deles; desenvolver a imaginação, criatividade, concentração, expressão
artística, percepção visual e noção espacial.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DEWEY, John. A arte como experiência. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
LOWENFELD, Viktor. A criança e sua arte: um guia para os pais. São Paulo:
Mestre Jou, 1977.
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
METODOLOGIA
RESULTADOS
2,5
1,5
NEUROCIÊNCIA
1 EDUCAÇÃO
INFÂNCIA
0,5
Analisando o gráfico, fica visível constatar que em 2005, 2006, 2012, 2013,
2014 e 2016 foram encontrados um artigo por ano que continha em seu resumo a
palavra educação e relação com a temática proposta nesse trabalho (relação com
neurociência e educação infantil) e em 2015, dois artigos.
Ressaltamos que nesses dados não estão as pesquisa de Rodrigues (2017)
e de Morgantii, Kobayashi e Reis, pois no acesso às bases de dados ocorrem em
período anterior.
Para a palavra neurociência, em 2006, 2010, 2013, 2015 e 2016 foram
encontrados um artigo cada ano e, em 2014 dois artigos relacionados ao tema da
atual pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Seleção
Ano de
Autores Título
publicação
As professoras de crianças pequenininhas e o cuidar e educar: um
Avila 2002 estudo sobre as práticas educativas em um CEMEI de Campinas/SP
Elali 2002 Ambientes para educação infantil: um quebra-cabeça?: contribuição
metodológica na avaliação pós-ocupação de edificações e na
elaboração de diretrizes para projetos arquitetônicos na área
Sínteses
Autores
Ano Título Conteúdo
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
REFERÊNCIAS:
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses” (GIL, 2002,
p. 41).
Tratou-se de um estudo de caso, que conforme nos mostra Gil (2002): “é o
delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo
dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são
claramente percebidos [...]” (GIL, 2002, p. 54).
Houve observação direta das atividades do grupo estudado objetivando
captar suas ações e interpretar o que ocorria com o grupo durante as aulas e
propostas de atividades lúdicas.
A entrevista junto ao corpo docente da escola foi semi aberta e objetivou
compreender como o tempo destinado ao jogo, movimento do corpo e ludicidade
eram empregados, e quais as dificuldades encontradas pelos professores em
desenvolver o lúdico em sala de aula multisseriada.
A pesquisa se deteve a uma instituição de Educação Infantil e Ensino
Fundamental da cidade de Bauru-SP, sendo uma escola privada e confessional. Vale
ressaltar que havia na escola nove professores, porém, quatro aceitaram participar
da entrevista.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por meio das questões respondidas pelos professores, descritas a seguir, foi
possível constatar que eles possuem pareceres diferentes sobre o lúdico na
Educação Infantil, e não conhecem teorias sobre o jogo, o que é o lúdico, e qual a
sua importância para o desenvolvimento das crianças, pois quando questionados
sobre “O que é lúdico?”, 50% dos professores responderam que se tratava do
“brincar de forma livre” e 50% se referiram ao “brincar como atividade pedagógica”.
Não se referiram ao desenvolvimento pessoal, social, do aspecto crítico, criativo e
motor que as atividades lúdicas proporcionam, tal fato foi explicado ao relatarem que
desconheciam autores do campo do campo do jogo, do lúdico e ou do lazer.
Constatou-se também que os professores sentiam dificuldades em planejar
aulas lúdicas, contemplando movimentos corporais e em espaços livres, pois
relataram que as salas de aulas são multisseriadas, de forma que era necessário
ministrar aulas para duas turmas com idades diferentes ao mesmo tempo. Assim,
75% dos professores alegaram que as salas multisseriadas diminuem a qualidade
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230
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Editora
Atlas, 2002.
IMBERNÓN, Francisco. Formação Docente e profissional: forma-se para a
mudança e a incerteza. São Paulo: Cortez, 2011.
1. INTRODUÇÃO
muitos pais se livrem da responsabilidade dentro de casa, e até mesmo com seus
próprios filhos.
Neste ponto de vista sobre o que é família, Szymanski (2007, p.20) aborda
que, a família é uma das instituições responsáveis pelo processo de socialização
realizado mediante práticas exercidas por aqueles que têm o papel de transmissores
- os pais, junto aos filhos que por sua vez são os receptores, portanto é na família
que se começa a primeira etapa de evolução da criança por meio das práticas
habituais.
Desde o nascimento da criança e seu desenvolvimento, ela traz consigo a
hereditariedade dos pais e sua transformação e crescimento ocorrem ainda, pela
socialização e autodescoberta como sujeito pensante.
A partir deste sabemos que quando ela é inserida na educação formal, o
sucesso na escola vai depender muito da influência deste núcleo familiar, a relação
dos responsáveis com a gestão da instituição e o cuidado e afetividade nesse
processo do ensino-aprendizagem.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
simplesmente ouvir, mas também ter voz ativa em meio a esse processo do ensinar
e do aprender.
Freire (1978), defende que esse processo é construído com amor, pois
somos seres inacabados, em um processo de construção constante, e que, como
não se pode exigir amor de ninguém assim também a educação tem que ser algo
despretensioso.
Portanto, cabe a escola criar esse vínculo de afeto, respeito e diálogo,
quando cada um faz a sua parte visando o aluno, o trabalho se torna eficaz e os
resultados serão melhores possíveis.
A prática de ensinar tem que ser algo agradável, aberta ao bem-estar do
aluno, querendo sempre o melhor do mesmo, firmando propósitos e estratégias,
nunca se esquecendo que o professor é o espelho deste aluno, são suas ações que
os contribuirão também para sua formação no futuro
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2- METODOLOGIA
3- RESULTADOS E DISCUSSÃO
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm>. Acesso
em: 06 de agosto de 2015.
TRAIN, A. Ajudando a criança agressiva: como lidar com crianças difíceis. São
Paulo: Papirus, 1997.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
1 É sabido que há fatores que condicionam a não participação de professores em pesquisas, mas é um tema
demasiado amplo e não é possível abordar neste momento.
2Relato contido no Questionário do Professor 20, aplicado no dia 18 de novembro de 2016.
3 Reconhecida com a rede de educação infantil de maior qualidade do mundo pertencente ao município de
Reggio Emília. Localizada na Emília Romagna, no norte da Itália.
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
251
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GANDINI, L.; GOLDHABER, J.. Duas reflexões sobre a documentação. In: GANDINI,
L. EDWARDS, C. Bambini: a abordagem italiana à educação infantil. Porto Alegre:
ArtMed, 2002.
1. INTRODUÇÃO
pontos estão explícitos nos documentos oficiais, como nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2013):
2. METODOLOGIA
1Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unesp/Bauru através do
CAAE56030016.6.0000.5398.
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
257
Desta forma, a pesquisa foi inserida no campo para coleta de dados no ano
de 2016, que ocorreu através de instrumentos, questionário e entrevista aplicado às
30 Professoras de Educação Infantil I, segmento da creche e da Assessora do
Trabalho Pedagógico das creches municipais, cujos resultados foram tratados e
analisados.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação Infantil e registro de práticas. São Paulo:
Cortez, 2009.
dendrikagoncalves@gmail.com
INTRODUÇÃO
Objetivo desse artigo foi analisar a dimensão professor reflexivo a partir das
interações e reflexões da docência na educação infantil, para tanto consideramos as
proposições de Freire (1997). Independente da interface científica da pesquisa, o
professor ao avaliar cuidadosamente suas ações, também é pesquisador.
Coadunamos nossas reflexões com Freire, quando refletimos sobre a
atividade docente, por meio dos instrumentos do planejamento e da avaliação, assim
empreendemos análises, reflexões e pesquisas. Ainda que não estivéssemos
balizadas pela pesquisa acadêmica, estaríamos pela pesquisa que envolve reflexões
acerca da teoria e da prática, quando temos como dados o cotidiano escolar.
Concluindo...
Referências
1. INTRODUÇÃO
A pesquisa realizada discutiu questões relacionadas às práticas de uma
Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) em São Paulo. Tratou-se de um
estudo de caso pedagógico de cunho qualitativo (BOGDAN; BIKLEN, 1994), cujo
objetivo geral foi: investigar a maneira como a educação ambiental revelava-se na
proposta curricular de uma EMEI do município de São Paulo. A instituição está
localizada em uma área privilegiada e conta com amplo espaço. É uma instituição
que se diferencia por suas características estruturais, e ainda, por sua proposta
pedagógica, cujo eixo é a educação ambiental.
De acordo com Guimarães (2012), a educação ambiental é praticada em
diversos moldes, em atividades e projetos variados e muito difundidos que, no
entanto, encontram-se fragilizados em sua concepção e prática, dando suporte à
reprodução e não à transformação. Não é possível desconsiderar tais práticas como
difusoras de informações, mas elas em si, são insuficientes para a resolução de
conflitos ambientais e implicam em uma mudança pontual no plano comportamental
(GUIMARÃES, 2012).
Os processos sociais estão relacionados às desigualdades econômicas,
culturais e políticas que estão presentes em nossa sociedade, sendo necessário que
nenhuma relação seja percebida como uma questão isolada, evidenciando uma
visão de mundo em suas complexas relações entre o natural e o social, e que
conteste a educação pautada em uma visão mecanicista e simplificadora da
realidade (GUIMARÃES, 2012).
De acordo com Carvalho (2004), a cooperação e atitudes solidárias com o
meio social e natural devem ser articuladas por grupos que possam identificar,
problematizar e agir frente aos impasses socioambientais:
sua autonomia, onde ela pudesse ser percebida como protagonista e autora de sua
realidade, e sua voz e vez fossem respeitadas.
Eram princípios da instituição: respeitar o tempo da infância e perceber as
crianças como sujeitos de direitos, cuja principal atividade é o brincar; necessidade
de apoio, proteção e cuidado; respeito à diversidade e inclusão; e formação integral
do sujeito (PPP, 2015).
Os objetivos da instituição, em linhas gerais, dizem respeito à garantia do
direito de viver a infância, oferecendo possibilidades de exercer a autonomia,
participação, construção e apropriação da cultura por meio de diversas linguagens
que promovam a ampliação da capacidade expressiva, comunicativa e criativa (PPP,
2015).
O currículo da unidade estava organizado em projetos de trabalho que
contemplavam as dimensões da infância por meio do uso de espaços educadores
inseridos na rotina, de forma que processos de educação ambiental fossem gerados
com a participação da comunidade escolar (pais, alunos e funcionários).
Cada equipe de funcionários da EMEI possuíam projetos de trabalho (teatro,
ateliê, alimentação saudável, dentre outros), além daqueles desenvolvidos pelas
educadoras com os agrupamentos de crianças. Possuíam assessoria de educadoras
ambientais voluntárias para o auxílio com algumas atividades e manutenção de
espaços educadores como a horta e a sala verde.
2. METODOLOGIA
A pesquisa relatada se caracterizou como estudo de caso (BOGDAN;
BIKLEN, 1994), empregado no sentido de análise de um determinado contexto,
nesse caso, de uma instituição de educação infantil singular em sua proposta de
trabalho.
Para compreender a questão proposta para a pesquisa, ao que diz respeito
à educação ambiental nas práticas educativas, foram utilizadas diferentes fontes
para aquisição de dados como: documentais, observações do cotidiano e entrevistas
semiestruturadas com as gestoras e uma educadora.
Foram consultadas fontes primárias disponibilizadas pela instituição,
elaboradas independentes da pesquisa, tais como: Projeto Político Pedagógico,
cadernos de registros de processos de formação, atas de reuniões pais e
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em contraposição a uma lógica tradicional de educação, individualista e
comportamentalista, a presente pesquisa orientou-se pela proposição de uma
educação ambiental transformadora, que favorece os aspectos da vida em
sociedade. Ao observar as metodologias participativas nos argumentos formulados
por Loureiro (2004):
Conduzir a ação educativa no sentido de crescente comprometimento com a
democracia, o exercício da cidadania e melhoria da qualidade de vida [...] com a
consolidação de uma “ética da vida” que respeite as especificidades culturais e
identidades dos grupos sociais; (p.72)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como consideração final, é possível dizer que os conceitos de educação
ambiental presentes no PPP da instituição são a base para o desenvolvimento e
execução dos projetos. Com a implantação de um projeto que estava comprometido
com a vivência da infância e o desenvolvimento da autonomia infantil, valorizando a
voz e a vez dos sujeitos no processo educativo, em um movimento democrático e
participativo, articulando a utilização dos espaços e aproximando a comunidade do
ambiente educacional, o projeto de educação ambiental na educação infantil
desenvolvido na instituição atende às expectativas de superação de uma educação
tradicional em busca de transformação educativa e socioambiental.
REFERÊNCIAS
RAZÕES E POSSIBILIDADES
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
É condição de sobrevivência às crianças, se relacionarem e se
comunicarem. Considerar a participação infantil nas pesquisas pressupõe partilhar
poder e responsabilidades, envolver as crianças nos processos de tomada de
decisão, considerar as perspectivas infantis, apoiar o que as crianças expressam,
ouvi-las com respeito e consideração e não infantilizar seus propósitos. A partir dos
dados levantados, emergiram duas categorias que seguem apresentadas abaixo:
1 – Razões
Mas porque fazermos pesquisas com crianças e não somente sobre
crianças? Seguem afirmações que justificam a importância da participação infantil
em pesquisas acadêmicas.
2 – Possiblidades
Mas como se tornam possíveis estudos com crianças ainda que pequenas?
É possível implicar a participação infantil, se o pesquisador:
- Elaborar um planejamento eficaz e compor um bom roteiro de trabalho com temas
adequados ao universo infantil.
- Criar vínculos com o grupo de participantes selecionado.
- Discutir com as crianças sobre as propostas que as deixam mais confortáveis e que
lhes parecem mais adequadas.
- Encorajar as crianças a iniciarem e organizarem percursos para além daqueles que
já são previstos pelos adultos.
- Implicar as crianças na revisão crítica das informações levantadas por elas.
Entre as estratégias e recursos metodológicos plurais e criativos que têm
como propósito significar, respeitar a faixa etária e facilitar a comunicação adulto-
crianças, emergem: leitura de imagem, desenho, pintura, modelagem, recorte e
colagem, fotografias, jogos dramáticos, música, bonecos, livros de história, etc. É
importante que as crianças sejam estimuladas a se expressar e convidadas a
explorarem diferentes linguagens, atuando de forma integrada e atenta (BARBOUR,
2009; GRAUE e WALSH 2003).
A participação infantil pode ser considerada de forma individual por meio de
entrevistas por exemplo ou de forma coletiva por meio de grupos focais, rodas de
conversa ou entrevistas em duplas ou pequenos grupos. As crianças precisam
oferecer consentimento prévio e terem adquirido o direito da não participação caso
não se sintam à vontade para contribuírem com o que lhes é proposto.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reconhecer a participação das crianças imprime na reflexão sobre a
participação dos adultos junto a elas. Permitir as crianças que falem sobre os
contextos que vivem e os fenômenos ali implicados, fortalece as tomadas de
decisões, a autonomia e o protagonismo infantil.Considerar o que as crianças dizem
e expressam certamente reflete a um atendimento mais qualificado à infância: o
processo de aprendizagem torna-se (mais) colaborativo porque a linguagem assume
importância para adultos e crianças – o que promove uma cultura de respeito à
participação.
É preciso sustentar o trabalho na Educação Infantil nas relações, nas
interações e em práticas educativas lúdicas e aprendizagem coletivas e dado a
concepção de infância ainda em permanente mudança, refletir sobre o significado da
participação das crianças na vida social como um todo – para além ainda de estudos
científicos.
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
de seu Projeto Político Pedagógico (PPP), eleição para diretor escolar, dentre
outras.
Para dar início à construção do Projeto Político Pedagógico da referida
Unidade escolar, decidiu-se pela aplicação dos “Indicadores da Qualidade na
Educação Infantil” (BRASIL, 2009). Criados para auxiliar a comunidade escolar na
avaliação e melhoria da qualidade da escola, os Indicadores da Qualidade na
Educação Infantil apresentam sete dimensões fundamentais a serem consideradas
na reflexão coletiva sobre a escola: 1 – planejamento institucional; 2 – multiplicidade
de experiências e linguagens; 3 – interações; 4 – promoção da saúde; 5 – espaços,
materiais e mobiliários; 6 – formação e condições de trabalho das professoras e
demais profissionais; 7 – cooperação e troca com as famílias e participação na rede
de proteção social.
Enquanto instrumento flexível de avaliação, os Indicadores ajudam os
coletivos das instituições de Educação Infantil “[...] a encontrar seu próprio caminho
na direção de práticas educativas que respeitem os direitos fundamentais das
crianças e ajudem a construir uma sociedade mais democrática” (BRASIL, 2009,
p.14).
A escolha do referido documento, datado de 2009, foi fruto de análise e
discussão de um grupo de docentes designado pelo colegiado escolar para pensar a
articulação dos atores escolares na construção do PPP do NEI. Nessa análise, as
professoras EBTT compreenderam que esse era um instrumento que poderia pautar
a qualidade social da Educação Infantil de forma a incentivar os atores escolares a
pensar sobre suas ações nesse contexto.
Cabe destacar, que a inserção das professoras EBTT no NEI-Paulistinha
aguçou a necessidade de se pensar a qualidade da educação ofertada aos bebês e
crianças pequenas numa unidade de educação infantil universitária, tendo em vista a
articulação do que aventam as discussões sobre qualidade social da educação e a
função da creche universitária, como coloca Raupp (2004, p. 209):
2. METODOLOGIA
A pesquisa de levantamento de dados acerca da qualidade da educação no
NEI-Paulistinha foi realizada tendo como propósito “[...] trazer à luz dados,
indicadores e tendências observáveis” de uma realidade social (MINAYO;
SANCHES, 1993, p. 47).
Os procedimentos adotados na aplicação do instrumento foram: organização
de material para avaliação, reunião com as professoras e funcionários da escola
para dirimir dúvidas, convite à comunidade escolar para participação na avaliação,
plenária geral e organização de grupos mistos de trabalho para a aplicação do
instrumento por meio de avaliação de cada dimensão, sob coordenação de dois
profissionais da escola.
A aplicação do instrumento visou classificar as questões detalhadas em cada
dimensão. Para tanto, utilizou-se, cartões com três cores distintas (vermelho,
amarelo e verde), para que os participantes pudessem avaliar a ação da escola
quanto à garantia da qualidade educativa. Com os cartões em mãos, o coordenador
de cada dimensão lia em voz alta as questões aos participantes que levantavam as
cores para avaliar os pontos e após a visualização e contagem dos cartões
levantados iniciava-se um debate. Cada coordenador produziu um documento
síntese das discussões que foi apresentado em plenária geral/final.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A aplicação do instrumento revelou assimetrias teóricas e práticas,
dificuldades de comunicação interna e externa, ausência de espaços de diálogo
entre a escola e as famílias, entre os próprios educadores e a equipe gestora e
incoerências entre políticas educativas e práticas pedagógicoadministrativas.
As incoerências avaliadas são acirradas pela inexistência de uma proposta
pedagógica consolidada e pelas dificuldades na condução, orientação e execução
do planejamento da prática educativa, que julgamos que se aprofunda pela falta de
espaço coletivo de discussão de professores.
Questões como a proporção adulto-criança, que se esbarra no baixo
quantitativo de docentes para o atendimento também é apontada como fator
preocupante pelos participantes.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2009.
CAMPOS, Maria Malta. COELHO, Rita de Cássia. CRUZ, Silvia H.Vieira. Consulta
sobre qualidade da Educação Infantil. Relatório técnico final. São Paulo:
Fundação Carlos Chagas, Departamento de Pesquisas Educacionais, 2006.
1. INTRODUÇÃO
Começamos este texto refletindo sobre bibliotecas, bibliotecários e uma lei a
ser cumprida. É de conhecimento universal que bibliotecas favorecem a formação de
leitores e colaboram com a constituição dos sujeitos. Por isso, em maio de 2010, foi
publicada a Lei N.º 12.244 que dispõe sobre a universalização das bibliotecas em
instituições de ensino do país. Nela, estabelecimentos públicos e privados deverão
contar com uma biblioteca escolar, isto é, uma coleção de livros, materiais diversos e
documentos em qualquer suporte para pesquisa e estudo. A ampliação do acervo,
orientações de conservação, organização e funcionamento dos espaços destinados
às bibliotecas é responsabilidade de cada sistema de ensino de acordo com sua
realidade. E para que esta Lei seja efetivada foi estabelecido um prazo máximo de
dez anos, ou seja, até maio de 2020.
Com efeito, trata-se de uma lei apreciável e necessária, pois representa a
transformação do quadro de poucas bibliotecas escolares espalhadas pelo país. Por
outro lado, demanda ações e investimentos dos governos para que seja cumprida,
sendo indispensável a participação dos pais e responsáveis para cobrarem da
direção o que é determinado pela Lei N.º 12.244/2010, bem como professores e
bibliotecários reivindicarem seu cumprimento. Todavia, tal cobrança não é simples,
pois além do espaço com um acervo mínimo de um título por aluno, a Lei prevê a
presença de um bibliotecário, profissional que se responsabiliza pela gestão da
biblioteca escolar e que deve ter o apoio de uma equipe qualificada, atuando em
parceira com toda a comunidade escolar.
289
2. METODOLOGIA
O presente material é fruto de um estudo de caso desenvolvido durante o
ano de 2016 na Escola Municipal Doutor Aziz Felippe, no interior do Estado de São
Paulo. Para tanto, desenvolvemos um exame do material teórico sobre as
bibliotecas escolares, com foco nas bebetecas e, posteriormente, implantação de
uma bebeteca no espaço físico da escola para analisar as singularidades deste
recinto.
O processo foi documentado através de fotografias e registros no diário de
campo das pesquisadoras e, posteriormente, analisado sob a perspectiva da teoria
histórico-cultural. Neste texto, tomamos como referência a instalação do espaço, não
discutindo, neste momento, as práticas ali desenvolvidas ou a formação dos
profissionais que ali atuam, pois estes dados ainda estão em análise.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
eram retirados para serem utilizados na sala de aula. Na ocasião, a escola possuía
600 livros em seu acervo.
Em um primeiro momento, precisamos repensar os espaços existentes para
reorganizar a escola e desocupar uma sala onde funcionaria a bebeteca. Para isso,
a sala de estimulação precoce passou a ocupar o local da sala de vídeo que, por
sua vez, foi transferida para junto dos computadores na sala de informática. Assim,
desocupamos uma sala para acondicionar os livros e receber as práticas de leitura.
Em seguida reformarmos a estrutura da sala que estava bastante
deteriorada, organizando-a sem verba disponível. A alternativa foi recorrer ao
trabalho voluntário de estudantes do curso de Pedagogia, pintor e doações de
mobiliário e outros itens pelos funcionários, além de redirecionarmos alguns itens de
outros ambientes para o espaço.
O acervo foi catalogado, restaurado e organizado por materialidade. Livros
de pano e materiais mais resistentes separados dos mais frágeis. Os móveis foram
selecionados da seguinte maneira: a Diretora da Escola cedeu uma estante de sua
sala; uma professora cedeu outra estante em formato de casinha de sua sala de
aula; mais uma prateleira, também em formato de casinha, foi reformada, pois
estava nos inservíveis1 para ser levada ao depósito da prefeitura; duas mesas
escolares foram doadas pela Secretaria Municipal de Educação para exposição dos
lançamentos, assim como um painel cantinho da leitura. O segundo painel Cantinho
da Leitura também estava nos inservíveis e foi reformado por um pai de aluno que
exerce a profissão de marceneiro e o deixou apto para ser utilizado novamente.
O espaço foi pintado com a mão de obra e tinta doadas pelo marido de uma
das professoras e as prateleiras afixadas nas paredes pelo marido da Diretora que,
por segurança, chumbou todas as estantes nas paredes, assim, mesmo que as
crianças escalem-nas não há o perigo que desabem sobre elas.
Com a sala organizada, as obras foram acomodadas, sendo que os livros de
materialidade mais resistente ficaram acondicionados nas duas casinhas em um
espaço bem acessível aos bebês que engatinham, enquanto que os livros mais
frágeis ficaram expostos na altura das crianças de maternal e pré-escola. Os
fantoches foram acondicionados em um baú que a escola tinha para que todas as
crianças possam manusear e foram dispostos dois teatros de fantoches, um menor
para uso das crianças e outro maior para uso dos professores. Dois ursos de pelúcia
1Materiais descartáveis que não podem mais ser utilizados em sala de aula.
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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foram doados por uma educadora para aconchegar melhor as crianças nos
momentos de leitura, assim como os tapetes, ficando a sala da bebeteca assim
disposta:
Todo o espaço foi organizado para garantir a autonomia das crianças mesmo
daquelas que ainda não caminham ou possuem completo controle dos movimentos.
As paredes foram pintadas com cores claras para que não se destacassem mais
que os livros (SILVA, 2009), já que considerando a idade dos frequentadores do
espaço, os estímulos devem ser controlados para não alterarem o foco e a
concentração dos leitores.
Como acreditamos que uma possibilidade para boas intervenções de leitura
é por meio da formação docente, para atuar no espaço, os professores receberam
um minicurso durante os horários de estudos da escola e, atualmente, continuam
estudando formas de mediação e desenvolvimento para melhorar as práticas
desenvolvidas no espaço.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme observado no decorrer deste relato, a organização da bebeteca
funciona para que ela seja um espaço funcional, ou seja, para que a criança consiga
explorar as possibilidades de leitura autonomamente, mas também com
possibilidades de momento de interlocução entre os pequenos, os livros e os
professores. Quanto a sua configuração física, as estantes fixadas são seguras para
a exploração, o chão é convidativo para um momento de leitura, seja deitado nos
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AQUINO, Kenia Adriana de. O nascimento do leitor: ler, contar e ouvir histórias na
educação infantil. Jundiaí/Cuiabá: Paco Editorial/EdUFMT, 2012.
RÖSING, Tania M.K.; TUSSI, Rita de Cássia. Programa Bebelendo: uma intervenção
precoce de leitura. São Paulo: Global, 2009.
Eixo 02
Politicas e Práticas no Ensino
Fundamental
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Isto porque esta discussão depende, dentre outros fatores, de docentes que
se sintam capazes de abordar e problematizar não apenas aspectos
associados ao corpo biológico, [...] mas, sobretudo aspectos sociais,
culturais, éticos, filosóficos, entre outros, pois são estes aspectos que, em
conjunto com a biologia, darão sentido à sexualidade e auxiliarão os
professores a desenvolverem esta temática em sala de aula junto aos
estudantes, na busca de possibilitar a estes atores sociais uma vivência
responsável de sua sexualidade (BRANCALEONI; OLIVEIRA, 2016, p.
1448).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LEÃO, Andreza Marques de Castro; REZENDE, Evelin Oliveira de; RIBEIRO, Paulo
Rennes Marçal. Parâmetros Curriculares Nacionais: a repressão sexual contida na
orientação sexual. In: SOUZA, Cláudio Benedito Gomide de Souza; RIBEIRO, Paulo
Rennes Marçal (Org). Sexualidade, diversidade e culturas escolares:
contribuições ibero-americanas para estudos de educação. Gênero e valores.
Araraquara: FCL-UNESP Laboratório Editorial; Alcalá de Henares: Universidad de
Alcalá, 2008.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base nos dados coletados neste estudo, foi possível perceber a
existência de uma boa relação entre os professores, os quais procuram se ajudar
mutuamente. O fragmento a seguir, retirado da transcrição da entrevista com uma
das pedagogas elucida esse bom relacionamento.
Ah ... comigo eu não tenho problema nenhum com professor ... a gente... eu
acho que é ... a gente tem que ter uma amizade, porque você tem que
conversar ... por exemplo ... estou com uma dificuldade ele pode me
ajudar... ele está com dificuldade eu posso ajudar ele [...] (Pedagoga 2,
12/05/2016).
faz questão de participar dessas aulas, tendo apresentado grandes evoluções, e não
só na Educação Física.
[...] Ele só foi escrever quando nos movimentos dele de correr ... de saltar
se é... foram coerentes ... então quando ele não conseguia correr a letra
dele era horrível ... era grande... no momento que fui fazendo atividades
físicas com ele ... que ele foi se desenvolvendo nas atividades [...]
(Professora de Educação Especial, 27/06/2016).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Educação Física não é entendida como uma área para educar, e sim para melhorar
a noção de espaço e de regras dos alunos. A Educação Física atende sim a essas
finalidades, no entanto, não se reduz a isso.
Para tanto, faz-se necessário a realização de outras pesquisas que
contribuam para elucidar as relações entre a Educação Física e as demais
disciplinas escolares, que ressaltem que o brincar não está desprovido de conteúdo
e pode acontecer em diversos momentos e ser desenvolvido em diferentes áreas.
Logo, espera-se conseguir elucidar e desenvolver essas relações e suas
influências com foco na melhoria das mesmas, bem como suscitar diálogos sobre
essa temática no contexto escolar.
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre os dados coletados por meio dos diários de aula, foi possível
observar o desenvolvimento de aulas dinâmicas e interativas, nas quais os alunos se
posicionaram como protagonistas, aprendendo e ensinando ao mesmo tempo. A
natureza dessas aulas promoveu a motivação e a participação dos alunos, o que
contribuiu para a aprendizagem dos mesmos.
Nas primeiras aulas, foram trabalhados os conceitos de Luta mediante os
temas “o que é Luta?” e “diferença entre Luta e briga”. Os alunos estavam ansiosos
nessa proposta inicial, pois não sabiam de que forma iriam aprender o
“novo” conteúdo e, também, apresentaram certo preconceito com os
procedimentos metodológicos adotados em algumas aulas. Esse preconceito pode
estar relacionado a uma cultura de Educação Física fundamentada, segundo Betti
(2001), apenas em esportes midiáticos (grandes esportes coletivos com uso de bola,
como o Futebol, Basquetebol, Voleibol e Handebol) presente no colégio onde esta
pesquisa foi realizada.
Contudo, a explicação e o diálogo favoreceram a proposição e o
desenvolvimento de atividades diversificadas, realizadas tanto na sala quanto na
quadra de aula. Tal diversificação contribui para legitimar a Educação Física na
escola, já que a mesma é tão importante quanto as demais áreas do conhecimento e
possui eixos e temas múltiplos, sendo necessário a aprendizagem de todos
(ALMEIDA, 2012; COSTA, 2013).
As aulas cujo foco versou sobre os conceitos supracitados, foram
desenvolvidas de modo mais interativo possível, com uso de imagens, vídeos e
sistemas audiovisual. As vivências de atividades envolvendo o conteúdo Lutas
(“Mini-sumô” e a “Briga de Cócoras”) foram propostas e desenvolvidas na quadra
e/ou pátio do colégio ao final de cada uma dessas aulas.
No desenvolvimento dessas aulas também foi possível notar, nos alunos, a
presença dos esportes midiáticos, a qual foi amenizada por meio do diálogo e do
processo de adaptação ao “novo” conteúdo.
As aulas seguintes focaram no ensino dos tipos de Lutas com uso de
imagens vídeos e discussão. Alguns grupos foram formados para realização de um
trabalho, para ser entregue e exposto na próxima aula, sobre uma forma de luta
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diferente daquelas que estavam acostumados. Essa proposta não foi bemsucedida,
pois a grande maioria dos alunos não a realizou, fato que pode estar relacionado ao
conhecimento discente de que as aulas da intervenção não somariam em suas
notas bimestrais e, por essa razão, podem não ter se comprometidos com a tarefa.
Nas últimas aulas, o foco incidiu sobre os tipos de Luta “Esgrima” e “Tae
Kwon Do”.Tais aulas foram aguardadas com muita ansiedade pelos alunos. Foram
utilizadas duas aulas de cinquenta minutos cada uma para o desenvolvimento da
modalidade “Esgrima”, a saber: uma aula para a explicação da Luta, com suas
regras e posicionamentos, juntamente com a preparação do material alternativo
(espada e colete); e outra aula para a vivência do conteúdo. A possibilidade de um
conteúdo “novo” e inovador, conforme Martins Jr. (2008), contribuiu para a alegria e
para a vontade de aprender um esporte e/ou uma atividade física pelos alunos, pois,
afinal, todos participaram.
Na aula sobre “Tae Kwon Do”, foram utilizados pedaços de caixa de papelão
como raquetes e vivenciados alguns golpes na quadra, porém, com estudo prévio,
em sala de aula, de algumas de suas principais regras, chutes, golpes e um pouco
da sua história com uso de vídeos e imagens.
A última aula da intervenção teve de ser adaptada em virtude da ausência da
maioria dos alunos, os quais já se “entendiam” de férias no início do mês de
dezembro. Assim, a proposta dessa aula consistiu na organização de uma roda de
conversa para identificação das opiniões discentes sobre o desenvolvimento da
intervenção. Com as respostas positivas,pode-se concluir que a forma com que as
aulas caminharam favoreceram a motivação dos alunos sobre o “novo” conteúdo
proposto e desenvolvido.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a coleta e a análise dos dados, o olhar voltou-se para o objetivo deste
trabalho, o que permitiu, mediante discussões, análises e observações, a
abordagem dos temas “motivação nas aulas de Educação Física” e “Lutas”, com o
intuito de desmistificar algumas tendências presentes nas práticas propostas e
desenvolvidas com os alunos.
Essas práticas, ao invés de proporcionarem dinamismo nas aulas e o gosto
pelo assunto, podem causar justamente o contrário, o que se considera não ter
ocorrido na intervenção relatada e analisada.
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323
REFERÊNCIAS
ZABALZA, M. Diários de aula: contributo para o estudo dos dilemas práticos dos
professores. Porto editora. Portugal.1994.
1. INTRODUÇÃO
A escola tem como foco a singularidade de cada ser que a compõe (...).
Toda sua estrutura pedagógica, social, cultural e espiritual leva a pessoa -
alunos, famílias, professores, funcionários, voluntários e amigos - a se
encontrar e a encontrar o outro (...). Embora a organização da escola seja
estruturada em anos letivos, sua perspectiva pedagógica – a vida escolar e
o currículo – são assumidos e trabalhados em dimensões de tempo mais
flexíveis. Prevalecendo, assim, uma postura pedagógica e didática em que o
ritmo e a singularidade de cada aluno dinamizam toda estrutura escolar
(ESCOLA MARIA PEREGRINA, 2015).
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Turing MPB
REFRÃO
REFRÃO
[...] foi uma forma de aprender, compreender melhor o meu projeto. Como
decoramos a música, não vamos esquecer o conteúdo. Também foi
importante porque aprendi sobre o outro projeto que eu não sabia que era
relacionado com o meu, como por exemplo os códigos usados pelo Alan
Turing e os “códigos” usados por Chico Buarque na ditadura.
[...] com o vídeo eu ganhei um certificado muito importante para minha vida,
do Fields Institute e da Universidade do Canadá. Também, a música em si
nos fez praticar o trabalho em grupo e relacionar assuntos que
aparentemente não tem relação.
Mudaria o cenário, com uma decoração melhor, seria essa parte estética. O
conteúdo seria o mesmo.
Eu teria decorado a letra para não precisar ficar lendo durante a gravação.
Teria tirado blusa de frio porque era muito feia. Não mudaria a música.
Mudaria o cenário.
Teria vindo com uma roupa mais bonita e não teria corrigido o [colega]
quando ele errou. Também teria decorado melhor a música para não
precisar ficar olhando na folha. Da música em si, não mudaria nada.
[...] foi um jeito diferente de aprender porque com a música fica mais difícil
de esquecer.
[...] a música é uma maneira de estudar aquilo que aprendeu. Então quando
precisa relembrar o conteúdo, é só cantar. Se não lembrar toda a letra, é só
acessar o canal.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BOORSTIN, Jon. The Hollywood Eye: What makes movies work. New York:
Cornelia & Michael Bessie Books, 1990.
LIM, Chap Sam. Public Images of Mathematics. 1999. 366 f. Tese (Doutorado em
Educação) – University of Exeter, Exeter, 1999. Disponível em:
<http://people.exeter.ac.uk/PErnest/pome15/lim_chap_sam.pdf>. Acesso em
17.04.2010.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
uma mídia massiva, ela expressa uma formação inicial e continuada ineficiente,
agravada pela inserção precária ou pela falta de inserção na vida cultural: “[...]
quanto maior o repertório cultural do professorado, mais numerosas e apropriadas
serão as escolhas possíveis para que este medeie a construção dos conhecimentos
escolares” (ALMEIDA, 2010, p. 19).
Ao lançarmos mão dos relatos dos professores percebemos que, ao
contrário de uma relação pautada na apreciação e na reflexão crítica que pode
trazer à tona a tensão constitutiva do cinema, feito que caracteriza a didática fílmica,
vemos que a relação dos sujeitos com este aparato restringe-se ao aproveitamento
das mensagens veiculadas pelos filmes – fato que nos mostra uma relação
cristalizada dentro dos moldes identificados por Adorno e Horkheimer, quando
afirmam ser o cinema, enquanto produto da indústria cultural, responsável por
habilitar o espectador em direção ao pensamento reificado.
Para que as escolas de Educação Básica – instituições socializadoras do
saber elaborado – se ocupem da promoção de experiências estéticas, bem como de
uma pedagogia das visualidades (GRUSCHKA, 2015) em direção à reeducação dos
sentidos, é fundamental que a formação do professor abrace uma perspectiva crítica
que tematize a estética e a linguagem cinematográfica de modo amplo e
fundamentado, contestando o caráter da relação estabelecida com os aparatos
audiovisuais no âmbito da formação social. No entanto, é válido questionar: haveria
espaço para a reeducação estética em um contexto de precarização e adequação
da formação docente aos parâmetros imputados por políticas voltadas para a
subsunção da educação à economia? Seria possível, neste contexto, uma educação
estética envolvida com a resistência, pautada na desconstrução das formas já
cristalizadas de se relacionar com o cinema e com os aparatos audiovisuais?
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
especialmente para que os entraves que nos tomam a visão tornem-se objeto de
reflexão crítica.
REFERÊNCIAS
____________. Teoria Estética (Trad. Artur Mourão). São Paulo: Martins Fontes,
1982.
GRUSCHKA, A. Escola, Didática e Indústria Cultural. In: DURÃO, F. A.; ZUIN, A.;
VAZ, A.F. (Orgs.) A indústria cultural hoje. São Paulo: Boitempo, 2008.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
início da alfabetização, que crianças de uma classe menos favorecidas que não tem
as mesmas oportunidades.
É importante notar que há uma distinção entre os termos alfabetização e
letramento. O termo alfabetização designa, no caso da leitura, “a capacidade de
decodificar os sinais gráficos transformando-os em sons” e, no caso da escrita, está
relacionado a “capacidade de codificar os sons da língua, transformando-os em
sinais gráficos” (BATISTA, 2006, p. 16 apud FERNANDES, 2010). Já o termo
letramento caracteriza-se pela “forma de participação dos sujeitos em práticas
sociais relacionadas de algum modo à leitura e à escrita”(BROTTO, 2008, p. 11).
Portanto, o letramento inclui também a oralidade, que possibilita as práticas
sociais no dia a dia. Embora os termos alfabetização e letramento sejam distintos,
Soares (2004) considera relevante não dissociá-los, pois ambos se completam. Para
Emília Ferreiro (segundo relato na revista nova escola), as crianças são capazes
produzir textos, mesmo antes de grafar corretamente e, alfabetizar está relacionado
com o acesso a uma diversidade textual, proporcionando contato com a prática
social da escrita, pois além de organizar as ideias ao longo do texto, os alunos
precisam decidir quais os recursivos coesivos vão utilizar (isto é, a forma pela qual
vão dizer, o que querem expressar) (BRASIL, 1997).
Segundo Leal (2003 apud CRUZ, 2012, p.145), é inerente sabermos que a
prática de produção e escrita coletiva de texto é muito importante, porém, não é
aconselhável que supere a produção de texto individual do aluno, pois o mesmo “ao
produzir um texto deixa sua marca, seu sentimento, sua imaginação e, nesse
sentido, conta com um leitor que o compreende, que o ajuda nesse processo.”
As ideias centrais da pedagogia do educador Célestin Freneit (18961966)
busca proporcionar ao aluno, práticas de escrita através da diversidade textual, onde
alfabetização e o letramento se unem no sentido de formar leitores e escritores
competentes. Assim, os pressupostos básicos de sua teoria visa aproximar a escola
da vida do aluno, a fim de que ele adquira mais autonomia.
Legrand (2010, p. 20) nos possibilita visualizar, por exemplo, a utilização do
jornal e da imprensa escolar que contribuem para que os alunos possam se
comunicar, de maneira socialmente eficaz, preocupando-se com a redação e
ortografia: “se hoje a imprensa é talvez o único lugar em que o respeito à ortografia e
à pontuação encontra refúgio, era mais ainda, no tempo em que Freinet concebeu a
imprensa escolar.”
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2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Texto 1:
Neste texto, o aluno elegeu um tema específico, dentre os que haviam sido
trabalhados, no caso, “os cuidados com o ambiente” aprendidos na disciplina de ciências.
Com relação à disposição visual de seu texto, nota-se a utilização de letras maiúsculas para
iniciá-las e ponto final, apresenta erros ortográficos, pertinentes à faixa etária, como é
perceptível no trecho seguinte: “MAEU COTEI DE PACIAR PELA A ESCOLA” - Mas eu
gostei de passear pela escola.
Texto 2:
O assunto escolhido pelo aluno se refere a língua portuguesa, ou seja,
“CRUSADINHA” - Cruzadinha com banco de palavras presentes no “Livro Ler e
Escrever”. No que diz respeito aos aspectos textuais, seu texto é claro e compreensível,
apresentando poucos erros ortográficos. Há ausência de pontuação e parágrafos.
Texto 3
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Entrevista com Emília Ferreiro. Revista Nova Escola. São Paulo, jun. 2001.
Disponível em: < http://novaescola.org.br/lingua-
portuguesa/praticapedagogica/ato-ler-evolui-423536.shtml-> Acessado em 28
jul.2016
LEGRAND, Louis; Célestin Freinet. Trad. e org.: José Gabriel Perissé – Recife:
Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. (Coleção Educadores).
1. INTRODUÇÃO
A Educação Inclusiva, de acordo com Glat e Blanco (2007), é um movimento
que vem se acelerando a partir da década de 1990, com o reconhecimento de que
as instituições de ensino que atuam com base nessa perspectiva se configuram
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
O material Pró-Letramento de Matemática (Brasil, 2008) tem como objetivos
oferecer suporte à ação pedagógica dos professores dos anos iniciais do Ensino
Fundamental de forma que o professor consiga organizar sua atividade docente
priorizando a compreensão da matemática e da linguagem pelos alunos. Trata-se de
através dela “a criança desenvolve um tipo especial de pensamento que lhe permite
compreender, descrever e representar, de forma organizada, o mundo em que vive”.
Neste contexto, consideramos importante investigar como os conceitos
geométricos são abordados em dois materiais curriculares que têm sido utilizados no
Estado de São Paulo: O Pró-letramento e o EMAI.
2.OBJETIVOS
O objetivodeste trabalho é investigar como os materiais Pró-letramento de
Matemática desenvolvido pelo Ministério da Educação em 2010 e do material
Educação Matemática nos anos iniciais (EMAI) do Estado de São Paulo (2013)
abordam os conceitos de Geometria.
3. METODOLOGIA
A investigação se pautou na abordagem qualitativa de pesquisa, através de
análise documental. Foram analisados dois documentos curriculares:
oPróletramento de Matemática e o EMAI.
Para Cellard (2012), aanálise documental é importante porque possibilita a
discussão de aspectos de documentos considerando a dimensão temporal na qual
foram produzidos. Neste sentido, procuramos evidenciar nos documentos
analisados como os conceitos geométricos estão organizados.
Para análise dos materiais mencionados, utilizamos referenciais teóricos do
campo da Educação Matemática. Estudamos as atividades propostas em
Geometria em cada material e relacionamos com as produções de autores do
campo da Educação Matemática.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Pró-letramento de Matemática é um Programa de Formação Continuada
para Professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, que visa à melhoria da
qualidade da aprendizagem matemática.
O material é constituído por fascículos organizados num único volume e um
deles refere-se ao estudo da Geometria. Neste fascículo, há atividades a serem
realizadas em grupo e individual, e tratam dos sólidos geométricos, figuras planas e
da localização no espaço. São atividades que incentivam o processo de reflexão
tanto dos professores dos anos iniciais como dos alunos. Ele está organizado com
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4. CONCLUSÕES
Em todos os fascículos, o material Pró-letramento, foi estruturado como uma
troca entre os colegas que estão presentes nos encontros e com os demais
professores. No entanto, o material faz isso sem esgotar a temática de cada bloco
de conteúdos, porém, busca motivar o professor a repensar sobre seus
conhecimentos e principalmente a repensar sobre suas práticas de ensino para
estes conteúdos. Em suma, a proposta do material é principalmente o de contagiar e
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motivar, para o ensino de matemática, e que lhe seja mais eficiente e prazeroso,
tanto para o aluno quanto para o professor, com o objetivo de despertar a vontade
de continuar se formando e aperfeiçoando. Trata-se de um material voltado
prioritariamente para a formação continuada dos professores. Ainda que tenha
atividades a serem trabalhadas com os alunos, o objetivo principal é a reflexão de
tais atividades e discussões entre os professores.
No EMAI observamos que as tarefas propostas estão organizadas em
Trajetórias Hipotéticas de Aprendizagem (THA) que aborda um plano de atividades
para o ensino organizado a partir de expectativas de aprendizagens e hipóteses
acerca do processo de aprendizagem dos alunos. Também se preocupa com a
formação continuada, mas pelo fato de detalhamento por ano, torna-se um material
mais próximo da sala de aula.
Os materiais analisados trazem uma perspectiva diferenciada em relação
aos livros didáticos que apresentam listagem de conteúdos de Geometria, exercícios
e problemas a serem resolvidos. Contudo, consideramos que utilizá-los não significa
abrir mão do livro didático. Nem o Pró-letramento nem o EMAI possuem em termos
de conceitos geométricos, problemas e exercícios de maneira tão ampla como nas
boas coleções de livros didáticos aprovados pelo Programa Nacional do Livro
Didático (PNLD).
Percebemos que as orientações presentes nos dois materiais têm a
finalidade de ajudar e auxiliar o professor no planejamento, organização e
desenvolvimento das atividades matemáticas a serem realizadas em sala de aula.
Portanto, a maior preocupação dos materiais é propor situações de aprendizagem
para que o professor dos anos iniciais do ensino fundamental se sinta motivado a
elaborar outras situações com características semelhantes. Entendemos que a
forma que os conceitos geométricos são tratados nos materiais contribui para a
aprendizagem dos alunos e sobretudo, funciona como material de apoio para a
formação continuada de professores, na medida em que provoca reflexões quanto
ao domínio dos conceitos geométricos nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
REFERÊNCIAS
lislino@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
Estudos já propostos (Rego, 1998; Morais, 2012; Brandão e Leal, 2010) por
pesquisadores sinalizam a necessidade de mudar e/ou repensar práticas
pedagógicas que abrangem o processo de apropriação do SEA. Desta forma,
acreditamos na relevância deste estudo por entendermos que os jogos favorecem a
aprendizagem dos alunos.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A – Tucano, cano.
A –Linha? Não, tá dentro de soldado não, ela tá com soldado e linha. Espertinha!
A – Sou eu.
A – Sapato.
A – Eita, cadê o pato que eu tinha?
Transcrição – trecho da Aula 1, Ano 1, Jogo Palavra dentro de Palavra
A – C-H-I-L-I-Q-U-E
P – Então quer dizer que é? C-H-I-L-I-Q-U-E é sim?
A–É
P – Pronto, agora vai começar o tempo dele, ele já soletrou, agora vai escrever.
P – Quando eu disser valendo viu vai começar a contar o tempo.
Transcrição – trecho da Aula 2, Ano 3, Jogo Soletrando
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. 1977. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70.
BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi.; LEAL, Telma Ferraz Alfabetizar e letrar na
Educação Infantil: o que isso significa? In: BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi;
ROSA, Ester Calland de Sousa. (Orgs.). Ler e escrever na Educação Infantil:
Discutindo práticas pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. cap. 1, 1331.
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional.
Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: ludicidade na sala de aula: ano
01, unidade 04 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria
de Apoio à Gestão Educacional. Brasília: MEC, SEB, 2012.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Conforme mencionado o objetivo do trabalho é investigar dois ambientes
escolares de Tempo Parcial e Tempo Integral, visando analisar quais desses dois
teriam maior influência na construção das competências pessoais. A hipótese da
pesquisa foi que a Escola de Tempo Integral apresenta melhores resultados
comparativos e uma influência maior na adesão aos valores morais dos
adolescentes em função desses passarem mais tempo neste ambiente educativo
realizando atividades e ao mesmo tempo mantendo diversas relações interpessoais,
fatores que podem auxiliar na formação moral dos mesmos. Diferença no resultado
da assunção de responsabilidades e reflexão dirigida bem como no clima escolar do
ambiente analisado são fatores esperados desta análise, para verificar se é possível
afirmar que o fator tempo e as atividades propostas colaboram para que os objetivos
do Projeto de Escola de Tempo Integral estão sendo atingidos pela Secretaria de
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir na Tabela 1 apresenta os resultados obtidos com o instrumentos
ORIGIN/hs (Questionnaire for assessingopportunities for role-
takingandguidereflection in High SchoolStudents). Os dados foram obtidos por dois
questionários o ORIGIN/hs (Questionnaire for assessingopportunities for role-
takingandguidereflection in High SchoolStudents) adaptado para Ensino
Fundamental II. Este questionário visa levantar como o ambiente escolar
proporciona ao aluno e ao docente a assunção de papéis no que se refere à tomada
de decisões e o verificar se os profissionais da escola estão apoiando estes alunos
em suas escolhas por meio de reflexões dirigidas trabalhando como colaborador dos
estudantes nas construções das decisões tomadas.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
estudantes da Escola de Tempo Parcial. Essa análise reforça o que PIAGET (1994)
apresenta, que é inútil pretender transformar o exterior do pensamento da criança
quando essa tem em suas necessidades assegurado seu desenvolvimento
intelectual normal, logo, o adulto neste caso o professor, deve ser um colaborador,
no ponto de vista moral e racional, para que por meio da cooperação possamos
garantir o progresso da consciência moral e da inteligência lógica, assim é
necessário que realizemos na escola um meio que a experiência individual e a
reflexão em comum juntas possam equilibrar-se. Outro fator que podemos associar
estas ações educativas práticas com as ideias de PIAGET (1976), está no fato que a
adolescência é a idade de integração dos indivíduos em formação no universo
adulto que pode ou não coincidir com a puberdade, mas que esta adaptação social
decisiva exige, em correlação com o desenvolvimento das operações formais ou
proposições que garantam a sua estruturação intelectual, onde os sentimentos
relativos a ideias, se acrescentem ao sentimento entre as pessoas e a formação da
personalidade, onde será caracterizada pelo papel social e a escala de valores que
é atribuído.
Neste ponto deve-se repensar as ações e atividades desenvolvidas pela
Escola de Tempo Integral, já que mesmo com a presença em dois turnos dos
estudantes os resultados no que se refere à assunção de responsabilidades e
reflexão dirigida apresentados serem um pouco superior ao da Escola de Tempo
Parcial, isso não está proporcionando de maneira significativa uma possibilidade à
adesão dos valores morais a esses estudantes.
A sugestão para a Escola de Tempo Integral é que façam uma reflexão de
suas atividades dentro e fora da sala de aula, para que se tornem de fato ativas e
que proporcione aos alunos momentos de trocas de experiências que possam
auxiliar na formação moral dos mesmos, e que estas atividades não sejam somente
“ocupativas”, ou seja, ocupar o tempo para que preencham às oitos horas diárias na
escola. Outro aspecto que deve ser revisto é sobre as reais oportunidades dos
alunos de assumirem suas responsabilidades e de momentos de reflexão dirigida
previsto do projeto de escola de tempo integral que visa a elaboração do projeto de
vida do aluno. Acreditamos que os resultados apresentados ao longo da pesquisa
não sejam um problema dos instrumentos utilizados, mas sim de uma estrutura
educacional que em algum momento não está atingindo seu objetivo de uma
formação integral do estudante. Assim esse repensar metodológico, curricular e
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
385
Propomos uma reflexão conjunta com estes autores, pois acreditamos que o
complemento de suas teorias auxiliará o professor em sua prática diária dentro de
sala de aula e fortalecerá sua consciência política, necessária ao seu papel como
educador ao mesmo tempo proporcionando uma base para poder refletir sobre a
evolução cognitiva de seus estudantes. Ambos autores apresentam conceitos
semelhantes na ação que em um primeiro momento parecem ser distintas pois estão
utilizando termos que não coincidentes, mas após uma análise nos objetivos finais
de suas teorias percebemos congruências nas ideias dos autores que contribuirá
para uma reflexão e melhoria na prática docente.
Contudo, acreditamos ter cumprido com os objetivos propostos, mesmo que
as hipóteses iniciais não tenham sido comprovadas de maneira explícitas com os
resultados da pesquisa, pôde-se perceber que apesar das limitações investir no
Projeto de Escola de Tempo Integral é uma opção, pois permite que direção e corpo
docente reveja seu papel na formação dos alunos, já que podem por meio de
atividades curriculares e extracurriculares ampliar a formação dos adolescentes que
frequentam esta modalidade de ensino, extremamente importante, principalmente
pelo perfil dos alunos que atendem durante as oito horas diárias de atividades
escolares. Esperamos que este estudo possa servir de base para outros sobre a
relação entre Ambiente Escolar e a formação dos Adolescentes nos ambientes
escolares, ampliando as discussões aqui iniciadas.
REFERÊNCIAS
PARO, Vitor Henrique Paro...[et al.]. Escola de tempo integral desafio para o
ensino público / São Paulo: Cortez Editora, 1988
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final da análise dos dados coletados, foi possível concluir que a escola
pública de tempo integral pode ser um local privilegiado para a construção da
Educação Integral de seus alunos, contudo, ampliar o tempo de permanência dos
educados em ambiente escolar não garante tal educação, além de viabilizar uma
adequação de espaços-físicos, se faz necessário que os educadores escolares
tenham uma melhor fundamentação teórica de suas práticas, para que possam agir
não meramente baseados em erros/acertos, mas de forma pautada em referenciais
teóricos.
E por fim, cabe ressaltar que esta pesquisa buscou analisar a Educação
Integral enquanto possibilidade de formação integral do homem, percebido em seus
aspectos multidimensionais, que tem na escola a centralidade do processo
educativo pautado na relação ensino-aprendizagem. Mas sobretudo, esta pesquisa
evidenciou a importância de a Educação Integral ocorrer de forma integrada com a
sociedade. Buscou-se ponderar sobre as possibilidades de enriquecimento dos
aspectos cognitivo, cultural e social, dentre outros, e o fato de a Escola de Tempo
Integral oferecer à criança e ao adolescente outras possibilidades e dimensões
educacionais e sociais que, talvez, em uma escola de um único turno não fosse
possível.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo sugere novas investigações que permitirão outros olhares sobre
a BE, em que poderão ser analisadas, de forma mais detalhada, as atividades
realizadas na biblioteca, a forma de mediação e avaliação das crianças.
REFERÊNCIAS
ROSA, Ester Calland de Sousa. Ler e escrever no cotidiano escolar: há lugar para a
biblioteca?. In: FERREIRA, Andrea Tereza Brito. ROSA, Ester Calland de Sousa. O
fazer cotidiano na sala de aula: a organização do trabalho pedagógico no ensino
da língua materna. Belo Horizonte: Autentica, 2012. p. 65-82.
Capes
1.INTRODUÇÃO
(...) na escola não se produzem textos em que o sujeito diz sua palavra,
mas simula-se o uso da modalidade escrita, para que o aluno se exercite no
uso da escrita, preparando-se para de fato usá-la no futuro. É a velha
história da preparação para a vida, encarando-se o hoje como não vida. É o
exercício. (1984, p. 121).
maior parte dos casos, estavam preocupados com a ortografia e as formas sintáticas
empregadas.
O autor chama atenção para a questão de que essa redação não é um
texto, pois texto é aquele que mesmo com problemas ortográficos, morfológicos,
sintáticos e estruturais conta uma história. E que o contato com a norma padrão da
língua deve ser oferecido pela escola, mas não precisa, para isso, anular o sujeito.
Afirma, ainda, que “É devolvendo o direito à palavra – e na nossa
sociedade isto inclui o direito à palavra escrita – que talvez possamos um dia ler a
história contida e não contada, da grande maioria que hoje ocupa os bancos das
escolas públicas”.
Vinte e três anos após tais reflexões de Geraldi, muitas evoluções
aconteceram no âmbito escolar, mas não o suficiente para sanar tais discussões.
Marcuschi (2007) aborda em seu texto “Redação Escolar: breves notas sobre um
gênero textual” reflexões pertinentes e inerentes à prática escolar envolvendo a
produção de texto.
Ela analisa o processo de escolarização dos textos escritos, e explicita que
os textos de diversas esferas devem circular na escola, mas que
Tal afirmação nos leva a concluir que não há maneiras de trazer para a
escola gêneros que circulem fora dela sem alterar sua função. Na sociedade uma
notícia possui um público alvo e um suporte bem diferente de alunos e apostilas
respectivamente.
Da mesma forma os textos que são produzidos pelos alunos em âmbito
escolar tomam uma finalidade diferente dos produzidos pelos alunos fora da escola.
Na vida social e política precisamos escrever em muitos momentos e quando nos
propomos a tal tarefa temos explícito o destinatário do texto, a finalidade de sua
escrita, o contexto que será reproduzido, quando será reproduzido etc.
Características essas que não são vistas na redação escolar. O aluno
escreve apenas para o professor dar uma nota que aferirá se ele entendeu e
reproduziu a linguagem da escola.
2. METODOLOGIA
Pertinente esclarecer que o texto acima explicitado não passou por mais
nenhuma correção após a entrega final e foi o mesmo que ela reproduziu para os
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro e interação. São Paulo:
Parábola Editorial, 2009.
MARCUSCHI, Beth. Redação escolar: breves notas sobre um gênero textual. In:
SANTOS, F,C; MENDONÇA,M; CAVALCANTE,M,C,B (Orgs). Diversidade textual:os
gêneros na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, p.59 – 72.
2. METODOLOGIA
evitar e noções básicas de higiene. O pré teste foi aplicado alguns dias antes do
início da intervenção didática e o pós teste, no término das atividades. O
questionário foi previamente validado e medido sua confiabilidade e
reprodutibilidade.
Também foi elaborado um caderno de atividades denominado "Os animais
Vermes e Verminoses", o qual aborda definições de vertebrados e invertebrados e
onde vivem; definição de parasitas e exemplificação de alguns deles; etapas de
desenvolvimento dos vermes; relação do verme com o hospedeiro; ciclo de vida;
sintomatologia; métodos de infecção e como evitar. O caderno, além das
explicações descritas acima, também aborda exercícios didáticos sobre o assunto
tais como cruzadinha, caça-palavras, completar a frase e enumerar em ordem
correta. Após o primeiro questionário ter sido respondido, os alunos receberam o
caderno de atividades e responderam em sala de aula com o professor de ciências.
Com o caderno trabalhado, cerca de uma semana depois, os alunos
receberam o segundo questionário através da Diretoria de Ensino da Região de
Botucatu, e responderam da mesma forma que o primeiro, sem auxílio do professor,
apenas com o conhecimento adquirido através da intervenção didática. Algumas
escolas que demonstraram interesse pelo projeto pediram para que fossem
aplicadas aulas ou mini palestras para complementação do projeto, a fim de
alcançar a proposta obtida e ter um resultado efetivo, tratando-se de uma parasitose
que acomete toda a comunidade e principalmente as crianças envolvidas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GIL, F. F.; BUSATTI, H. G.; CRUZ, V. L.; SANTOS, J. F.; GOMES, M. A. High
prevalence of enteroparasitosis in urban slums of Belo Horizonte-Brazil.Presence of
enteroparasites as a risk factor in the family group. Pathogens and Global Health, v.
107, p. 320-4, 2013.
1. INTRODUÇÃO
por não partir da iniciativa das escolas e não ser controlada de perto pelas instâncias
da Secretaria de Educação, como as Coordenadorias Regionais, que pouco sabiam
a respeito das praticas desses organismos nas escolas de suas jurisdições.
O programa, por estar assentado apenas em uma resolução que o faz entrar
em vigor, não tendo nenhum decreto ou lei para sua efetivação, realizase numa base
muito frágil e por estar associada a agenda político-partidária do governo anterior
(gestão Eduardo Paes, 2009-2016), não há garantia absoluta de que a presente
gestão (Marcelo Crivella, 2017-2020) da prefeitura do município do Rio de Janeiro,
mantenha o programa. Contudo, o tempo integral escolar, que é uma de suas bases,
passou a ser amparada pela Lei Municipal n° 5.225/2010, e pela LDB/1996, que
institui a educação integral, e o programa Mais Educação.
No entanto, considerando o objetivo de identificar a concepção de educação
integral no Programa, salta aos olhos seu caráter compensatório e focado nos
alunos mais “problemáticos”. O programa Escolas do Amanhã parte do princípio de
que é preciso “dar mais para quem tem menos”, a fim de que as desigualdades
educacionais sejam, ao menos, dirimidas, o que pode caracterizar uma política
compensatória, fazendo emergir a “crença ingênua no poder redentor da educação
em relação à sociedade”; uma sociedade profundamente desigual, econômico,
social e educacionalmente. Nesse sentido, considero importante confrontar o ideário
do Programa, da concepção de educação integral, com a realidade concreta das
escolas e as condições reais para a efetivação de seus objetivos.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O programa tem como base seis pilares de atividades para a sua realização,
atividades que se complementam e, a partir de sua execução torna a educação em
tempo integral mais atrativa e dinâmica, que são eles: Educação Integral, Bairro
Educador, Capacitação, Saúde na Escola, Cientistas do Amanhã, Estagiários e
Voluntários, e a partir destes pilares, que busco compreender como o programa vem
se implantando nas escolas do Rio de Janeiro.
Educação Integral: De 155 escolas cadastradas no site da SME, 51 escolas
possuem o turno único. Ou seja, o principal pilar do programa, não se efetiva, visto
que para realizar as outras atividades é necessário este tempo estendido. Observo
também nas escolas em que me aproximei, que nessas escolas há escolha de
alunos que irão participar de atividade em tempo integral a partir do seu rendimento,
se o rendimento não for o esperado pela escola, o aluno permanece mais tempo
nela, dessa maneira segregando ainda mais os alunos que, além de estar estudando
em uma escola com baixos índices de avaliação, acaba sendo o “estudante ruim, da
escola ruim”, segregando esses alunos e gerando efeito negativo nas expectativas
dos indivíduos que integram a escola. Bairro Educador: Um dos pilares
significativos na proposta do programa, que visa integrar a comunidade,
transformando-a em parte orgânica da escola, a fim de se apropriar desse espaço
formativo. Entretanto, também não acontece a partir da aproximação com as escolas
e da revisão bibliográfica. Podemos observar aqui que o Bairro Educador foi criado
com base no decreto n° 30.934 / 2009 e foi associado ao programa Escola do
Amanhã, e como aparece no seu art. 2°:
raciocínio lógico no aluno.A professora regente das escolas que possuem o pilar
(pois muitas escolas não possui o material) utilizam materiais e livros próprios para a
realização das atividades, Gawryszewski (2013), ao analisar um livro do projeto,
constata que as atividades estão previamente programadas e que não há qualquer
autonomia docente para escolha dos conteúdos e metodologia de ensino. Inclusive
na apresentação do livro isso fica bem claro:
“Sempre estarão explícitos os objetivos de cada aula, sua relevância e o
encaminhamento das sequências didáticas a ser realizadas (p.228)”. Outro fato pelo
referido autor que chamou a atenção foi que o livro procura antecipar possíveis
atitudes e dúvidas dos alunos e sugere a que o professor deveria prestar atenção e
o que deveria falar, desqualificando assim o trabalho docente, minimizando e ate
substituindo o professor minimizando o planejamento do professor na elaboração do
conhecimento a partir do momento em que recebe o material pronto e definido
(GAWRYSZEWSKI, 2013).
No caso da observação pessoal, as três escolas aproximadas não possuem
o projeto.
Estagiários e Voluntários: São moradores da comunidade onde a escola
está instalada, para realizar atividades integrando a comunidade e escola, e
moradores que tem contato ou já atuam em aulas de capoeira, dança, artesanato,
etc atuarem na escola como voluntario aproximando assim a comunidade da escola,
e acadêmicos que estagiariam na escola em atividades de reforço escolar, no contra
turno. Mas o que se tem visto a partir da aproximação nas escolas é de que não há
essa participação e nem estagiários, e em meu contato com a 1° Coordenadoria
Regional de Educação (CRE) do Rio de Janeiro para entender como acontece essa
seleção de estagiários, fui informada que as únicas vagas que tinham seria para ser
mediador de crianças com necessidades especiais. Mesmo reforçando que a escola
não possuía nenhum estagiário que atuasse diretamente no programa, a CRE não
abriu mão de manter vagas apenas para acompanhar crianças com necessidades
especiais, verificamos assim mais uma forma de não realização da atividade deste
pilar do programa.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS:
Thais Freire
Araceli Simão Gimenes Russo
Daniela Gardiolo Terração Bueno
Tatiane Testa Ferrari
Patrícia Abreu Pinheiro Crenitte
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Elaborar um programa de estimulação das habilidades de consciência
fonológica, associado a atividades de leitura e escrita, visando sua aplicação no
ambiente escolar.
METODOLOGIA
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da FOB/USP sob
parecer de número 1.292.431/2015. Participaram do estudo 69 escolares (3
turmas/salas de aula) matriculados no 1° ano do ensino fundamental de uma escola
municipal de Bauru/SP. Para verificar os efeitos do programa todos os participantes
foram avaliados antes e após a aplicação do mesmo, por meio de testes
fonoaudiológicos e pedagógicos que avaliaram as habilidades de consciência
fonológica, nível/hipótese de leitura e escrita. Em seguida, os participantes foram
distribuídos entre: Grupo Experimental (2 turmas, n= 48) e Grupo
Controle/Comparativo (1 turma, n=21). Inicialmente apenas o Grupo Experimental
recebeu as intervenções em sala de aula para verificação dos efeitos do programa,
após a etapa de pós-testagem o Grupo Experimental também recebeu a mesma
intervenção, conforme exigência do Conselho Nacional de Saúde. Fonoaudiólogos e
professores trabalharam de forma conjunta na elaboração e condução das
atividades seguindo os modelos de RTI (Response to Intervention) preconizados
pelos autores: Ziolkowski e Goldstein (2008). Foram realizadas 60
sessões/encontros, conduzidas pelos professores em sala de aula, com duração
máxima de 25 minutos diários. O programa estimulou as habilidades: associação
fonema-grafema, rimas, aliteração, consciência silábica, consciência fonêmica,
leitura e escrita. Por meio de encontros semanais o fonoaudiólogo atuou no auxilio e
orientação aos professores durante a realização das atividades. Entretanto, ressalta-
se que as atividades foram conduzidas diariamente pelos professores. Cada aluno
recebeu um caderno (colorido) com exercícios de consciência fonológica, leitura e
escrita. Os professores também receberam um caderno para aplicação das
atividades e materiais para realizar exercícios coletivos. Os materiais foram
confeccionados com auxílio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP),processo número 2017/02792-2 (Programa de
melhoria do ensino público).
RESULTADOS
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
O objetivo desse estudo é pesquisar quais eram as propostas e o que foi
feito com relação a educação fundamental, no município de Santos no período de
1989 a 1992, no governo Telma de Souza.
Foi a primeira mulher eleita prefeita na cidade de Santos, após um longo
período de ditadura militar e seu governo embasado por uma perspectiva socialista,
do Partido dos Trabalhadores, do qual era membra ativa. Ela tentou implantar um
governo que denominava Democrático e Popular. Sua ação foi principalmente para
as populações mais carentes do município. E uma das tônicas importantes foi a
educação.
Em 1989, assumia a Secretária da Educação Maria Lúcia Prandi Gomes,
formada em História pela Universidade Católica de Santos e atuava como
professora de primeiro grau na EEPSG "Martim Afonso".
Ao assumir a Secretaria, em 1989, Prandi tinha de administrar doze escolas
de primeiro grau: EMPG Pedro II, no bairro da Ponta da Praia; EMPG Olavo Bilac, no
bairro do Campo Grande; EMPG Martins Fontes, Morro da Penha; EMPG Mário de
Almeida Alcântara, no bairro do Valongo; EMPG Lourdes Ortiz, no bairro da Aparecida;
EMPG Auxiliadora da Instrução, localizada, no bairro do Estuário; EMPG Dino Bueno, no
bairro da Encruzilhada; EMPG Barão do Rio Branco, do Campo Grande; EMPG Cidade
de Santos, localizada, no bairro do Embaré; EMPG Dr. Fernando Costa, localizada no
bairro da Vila São Jorge; EMPG Irmão José Genésio, localizado no Morro José Menino;
EMPGLeonardo Nunes, localizada no bairro do Jardim Castelo.
METODOLOGIA
Para realização da pesquisa foi utilizado o método histórico documental
buscando fontes oficiais (relatórios, pronunciamentos); jornais da cidade (D.O.
URGENTE) e entrevistas. A obtenção da documentação foi conseguida no Portal do
IBGE, no Partido dos Trabalhadores, na Fundação Arquivo e Memória de Santos e
na Hemeroteca Municipal de Santos. Entre as fontes primárias mais importantes,
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O problema mais urgente da educação era a falta escolas, muitas pessoas
eram obrigadas a se deslocar horas para deixar seus filhos em instituições
superlotadas. É importante ressaltar que boa parte da educação da cidade é gerida
pela iniciativa privada. Instituições Católicas, Maçônicas e Espiritas tentam resolver
as mazelas que o Estado não consegue sanar.
Temos, então, pessoas da comunidade que ao visualizar problemas na
educação santista se mobilizam com a criação de entidades privadas, que apesar de
não cobrarem mensalidade de seus alunos, têm de viver de doações, de
associados, que tentam resolver lacunas que o Estado deixa. Essas instituições
existiam há anos na cidade, o que mostrava que esse problema não era novo. A
educação de primeiro grau, apresentava poucas unidades públicas. Muitos dos
alunos sem dinheiro para pagar escolas particulares eram privados da educação
básica.
Alguns Bairros, na área continental (onde viviam cerca de 11.000 pessoas)
não possuíam escolas próximas; como no caso do Vale do Quilombo os alunos
estudavam em outra cidade, no caso Cubatão. A única escola era a E.M.P.G.
Professor Delphino Stockler de Lima, que atendia os alunos de boa parte dessa
região.
No início de sua gestão foi lançado o documento "Educação, um esforço
conjunto". Nele Maria Lúcia diz ter um sonho: "Escola Pública de Qualidade,
consolidada numa relação de respeito, solidariedade e amor". Tal documento
apresenta as Diretrizes políticas de governo com 10 compromissos:
1 - Garantir o atendimento a crianças de zero a seis anos de idade,
construindo creches e escolas, de maneira a integrar as funções. 2 -
Assumir o compromisso do primeiro grau, em caráter complementar ao
Estado. 3 - Ampliar o primeiro grau no período da noite para atender a
classe trabalhadora. 4 - Desenvolver e implantar cursos de alfabetização
de adultos. 5 - Ampliar a oferta de classes para deficientes de qualquer
tipo, sem limite de idade. 6 - Estabelecer discussões e gestões a nível
federal e estadual para ampliar o ensino universitário gratuito na Baixada
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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Em janeiro, o governo anunciava que já havia criado nos últimos três anos
3345 novas vagas, ampliando o atendimento em 19,5% e com o projeto de
construção de outras escolas em pauta.
Em fevereiro, a Prefeitura, cria no Bairro Encruzilhada, a EMPG Gota de
Leite, que atendia 500 alunos.
Em março, o governo anuncia classes de apoio para alunos com deficiência
mental leve, em todas as unidades de primeiro grau, com a proposta de integrar os
alunos em salas comuns com retaguarda médica; a Secretária, em parceria com a
comunidade negra, desenvolveu o projeto Capoeira nas Escolas. Cerca de 630
alunos em três escolas de primeiro grau foram matriculados nesse mês, a proposta
era ocupar os alunos fora dos horários de aula com atividades físicas e esportivas;
em setembro inicia, também, a informatização das escolas municipais, a primeira a
receber impressora e computador foi a EMPG Olavo Bilac. A SEDUC, já contava
com a sua rede informatizada, só faltando a transmissão para as escolas. A
finalidade era agilizar as documentações que lavavam dias para ficar prontas.
Gráfico - Matrículas Primeiro Grau Fonte: Instituto Pólis, 1994
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Santos, vinha de um regime de exceção. As forças conservadoras da cidade
dominaram a política municipal por quase 20 anos, através da intervenção direta. O
governo Telma de Souza foi bastante criticado, nos jornais, pelas administrações
posteriores e por opositores, por ter uma política socialista. A cidade tem a tradição
de ter a educação de primeiro grau amparada nos vários segmentos, portanto, a
Prefeitura era a que abarcava a minoria dos alunos, a maior parte, estava no setor
privado ou em escolas estaduais, como é possível ver no gráfico.
Diante das 10 propostas que foram colocadas é importante ter em conta
construção (1) de escolas de ensino fundamental, em lugares afastados, como uma
escola rural, ou em bairros onde os pais dos alunos trabalhavam, como no caso do
bairro comercial do Gonzaga, que era um dos problemas mais urgentes e que foi
sanado, embora em caráter complementar (2) ao Governo do Estado. É relevante
ressaltar, a questão das escolas como espaço social (7), o que foi feito, através de
projetos como Capoeira nas escolas e Grafite nas Escolas, onde os alunos poderiam
frequentar a escola além do horário de aula. O governo também implantou uma
política de participação popular, com professores, pais, alunos e funcionários
escolares, que podiam discutir (6, 8 e 9) os temas de educação no Conselho de
Escola e no Conselho Municipal de Educação. É relevante a questão (10) da hora de
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Unidade 3
Objetivo: Introduzir o grafema F, f e seu respectivo fonema.
Procedimentos: No primeiro momento, trabalha-se o traçado da letra do
referido grafema com o dedo, reforçado com a utilização de palitos de fósforo. Em
seguida, ocorre a leitura coletiva do trecho da história Vivi, Vovó Eva e Fafá (p. 6),
em que a professora lê as palavras não negritadas, e as crianças a acompanham
nas negritadas, as quais contêm todos os grafemas já conhecidos.
Figura 01– Vivi, Vovó Eva e Fafá. Aventuras de Vivi.
Como era mês de junho, a professora fez uma roda no chão com as
crianças, para fazer uma revisão dos fonemas já trabalhados, usando fichas que
contêm os grafemas equivalentes. Em seguida, foi montada uma quadrilha, dançada
ao som dos fonemas vocálicos orais. A atividade ocorreu da seguinte forma: a cada
passo da dança, as crianças pronunciavam os referidos sons correspondentes aos
fonemas vocálicos orais do PB.
Para a testagem final de nosso trabalho, utilizamos uma bateria de testes
elaborados por Scliar-Cabral (2003b), composta por nove atividade, os quais são os
seguintes: O teste de recepção auditiva, teste de compreensão de frase, teste
produção oral de itens, teste de produção oral de frases, teste de emparelhamento
de frases, teste grafêmico-fonológico, teste fonológicografêmico, teste de leitura em
voz alta, teste de compreensão de leitura. Neste estudo mostraremos parte dos
testes utilizados durante a pesquisa.
Os sujeitos desta pesquisa dividem-se em dois grupos distintos: os da turma
experimental e os da turma controle, e as respectivas professoras. As idades dos
referidos sujeitos variam entre 6,02 e 6,10 nas duas turmas (experimental e
controle).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta seção procede-se uma análise qualitativa sobre dois gráficos que
consideramos mais importante para reconhecer a proficiência em leitura das
crianças participantes da pesquisa dos dois grupos (experimental e controle).
turma controle. Talvez por estarem inseridas em um contexto onde a leitura foi
bastante enfatizada pelo Sistema Scliar, tiveram desempenho melhor. Em
contrapartida, no grupo controle, metade da turma não compreendeu o que leu, do
que se pode inferir que isso tenha ocorrido em função do método utilizado, que era
outro.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
em sala de aula, tendo em vista que era a primeira vez que trabalharia com
alfabetização. Ela nos informou que não tinha conhecimento de certos termos, como
fonologia, fonema e grafema. Lembrava-se de tê-los ouvido, mas não sabia
exatamente de que forma seriam necessários para seu trabalho e qual era sua
aplicabilidade. Manifestou que seu trabalho em sala de aula não teria
direcionamento metodológico adequado, uma vez que não tinha embasamento
teórico nem prático de alguma metodologia específica. Isso certamente prejudicaria
os resultados finais da aprendizagem das crianças.
Outro aspecto fundamental em qualquer trabalho educativo, mas em
especial na alfabetização, é o material a ser utilizado para essa prática. Nesta
pesquisa, observamos que o material elaborado para subsidiar a aplicação da
proposta foi decisivo, pois é bem elaborado, embasado teoricamente em
conhecimentos específicos sobre como se processa o aprendizado da leitura, e sua
aplicação é feita de forma agradável e lúdica. Por conta disso, as crianças gostavam
muito da cartilha Aventuras de Vivi, que é bem ilustrada, com cores vivas, com
representação de crianças de várias etnias e com textos interessantes. Além disso,
há o Guia para o professor, que dá suporte na compreensão de como encaminhar
as atividades diárias, e os jogos, que foram outro trunfo dessa metodologia, uma vez
que as crianças, além de poder jogar em sala de aula, tinham permissão para levar
os jogos para casa, para partilhá-los com a família, e trazer sua experiência para ser
dividida com os colegas.
Isso remete ao postulado de Vygotsky (1991) que diz que o jogo e a
brincadeira têm papel fundamental no desenvolvimento e no aprendizado da criança.
Considerando-se que o aprendizado ocorre por meio da interação, essas atividades
possibilitam uma atuação na zona de desenvolvimento proximal, criando condições
para que certos conhecimentos e valores sejam consolidados, ao se exercitar a
imaginação, criando-se situações, representando-se papéis, seguindo-se regras de
conduta de sua cultura etc.
Outro ponto significativo a assinalar é a questão da formação do
alfabetizador. Há uma série de discussões sobre quem deve alfabetizar e qual deve
ser essa formação. Seria o professor formado em Letras, que domina os
conhecimentos específicos a respeito da linguagem, ou seria o pedagogo, que
detém os conhecimentos gerais a respeito da educação? O que pudemos
depreender neste trabalho é que essa questão é complexa e está longe de ter um
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439
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/Lei/L11274.htm. Acesso em
04/04/2016.
INTRODUÇÃO
1. METODOLOGIA
2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DAVINI, Maria Cristina. Currículo Integrado. In: SANTANA, José Paranaguá (adap.)
Currículo integrado. Brasília/ DF: OPAS, 1983.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Fundamentação Teórica:
Os vírus transmitidos não se apresentam como uma enfermidade apenas
individual e para sua resolução se faz necessário considerar o aluno, o sistema
escolar e as interconexões realizadas com o ambiente externo. Abordagem
educacional está fundamentada nos fatores determinantes para o desempenho de
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi utilizado o teste de Kruskal Wallis para a medida de acertos por escolas,
sendo que as questões estão agrupadas nos três grupos (CAP), como podemos
observar na tabela abaixo (Figura 1):
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
vetor da dengue: chikungunya e zika, visto que, a maneira como elas tem se
difundido nas cidades brasileiras é causa de alerta. Epidemias por estas viroses
podem interromper o bom funcionamento escolar devido às infecções em grande
escala, acometendo professores, alunos e demais responsáveis.
Entretanto, o levantamento de dados sobre o conhecimento prévio dos
alunos de diferentes escolas é de suma importância para futuros projetos contra
dengue no Ensino Fundamental, além do que, a articulação do ensino de ciências
com a realidade próxima do aluno pode ser um estimulo a aprendizagem e criação
de novos hábitos em prol da saúde.
Agradecimentos: Agradecemos a Diretoria de Ensino da Região de Botucatu
pelo transporte de materiais, aos alunos e professores envolvidos e a PROGRAD
pelo apoio financeiro de todo o projeto.
REFERÊNCIAS
MATTHEWS, R.W.; FLAGE, L.R. AND J.R. MATTHEWS, Insects as teaching tools in
primary and secondary education. Annual Review of Entomology,v. 42, p.269-289,
1997.
MAYHEW, P.J. Why are there so many insect species? Perspectives from fossils and
phylogenies. Biological reviews of the Cambridge Philosophical Society, v.82, 3,
p. 425-454, 2007.
Suarez MR, Olarte SM, Ana MF, González UC. Is what I have just a cold or is it
dengue? Addressing the gap between the politics of dengue control and daily life in
Villavicencio-Colombia.Social Science & Medicine. 2005 ; 61(2):495502.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
O jogo Oware foi realizadocom uma turma do 5º ano, e o jogo Borboleta com
uma turma do 9º ano, ambos do Ensino Fundamental e de escolas públicas do
município de São José do Rio Preto. Os alunos tiveram a oportunidade de
(re)conhecer a população africana, na qual os jogos existem, ou seja, as riquezas
artísticas e naturais do povo ganense e moçambicano, povos que praticam o Oware
e Borboleta respectivamente. Paralelamente a essa promoção de conhecimento
cultural africano, foram inseridos os conteúdos específicos do componente curricular
da Matemática.
O jogo Borboleta é muito praticado pelas crianças de Moçambique, também
chamado de Gulugufe, que na língua Chitonga local significa Borboleta, pois seu
tabuleiro assemelha-se a uma borboleta com as asas abertas. Devido à estrutura de
consegue impedir que suas peças fossem capturadas pelo adversário. Esse
exercício de análise da situação para tomada de decisão compreende um dos
princípios que norteiam a resolução de problemas.
De acordo com Macedo, Petty e Passos (2000), os objetivos propostos
quanto ao uso dos jogos, em um contexto de oficinas, são o de coletar informações
importantes de como o sujeito pensa, ao mesmo tempo em que transforma esse
momento em um meio favorável para a criação de situações problemas a serem
solucionadas.
Oware e Borboleta foram escolhidos por serem originários e praticados na
África e por serem jogos de raciocínio. Segundo Powel e Temple (2002), o uso desse
tipo de jogo como recurso didático no ensino de Matemática, por envolver números
ou estratégias, estimula a imaginação e o pensamento matemático das crianças.
Além disso, proporciona o desenvolvimento de atividades que relacionam com
conteúdos específicos do currículo da Matemática para o 5º e 9º ano.
Em ambos os jogos, os alunos construíram seu próprio tabuleiro,
aprenderam as regras, puderam apreciar os aspectos culturais e sociais que
envolvem esses jogos e executaram as jogadas com seus pares. Posteriormente,
realizaram atividades que exploraram os conhecimentos aritméticos e geométricos
presentes na estrutura do tabuleiro.
No desenvolvimento dos trabalhos com o jogo Borboleta, os alunos do 9º
ano, primeiramente, foram separados em duplas. Depois, foram entregues os
tabuleiros confeccionados em papel cartão; as regras e os botões diferenciados por
duas cores como as peças do jogo. Em seguida, uma leitura sobre as regras do jogo
foi efetuada. Esses estudantes tiveram a oportunidade de jogar com os colegas de
sala durante 50 minutos. Foi necessário que os estudantes jogassem o Borboleta
antes para terem afinidade com o tabuleiro, pois facilitaria a compreensão dos
procedimentos que posteriormente deveriam seguir para a confecção do tabuleiro.
As instruções de confecção do tabuleiro foram entregues para cada aluno e,
a partir dela, com a intervenção da pesquisadora, foi possível que cada um
confeccionasse o seu. As aulas seguintes foram utilizadas para explorar os
conceitos geométricos contidos nele.
A primeira atividade consistiu em abordar a classificação dos triângulos
quando ao lado. A cada aluno, foi entregue uma folha com as instruções. Nela, havia
um esquema de um tabuleiro para servir como modelo para o aluno nomear as
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O uso dos jogos Oware e Borboleta, como recurso didático nas aulas de
matemática, proporciona o desenvolvimento de articulação de habilidades
matemáticas e pensamento estratégico; desta forma, contribuem para uma
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MACEDO, Lino de; PETTY, Ana Lúcia Sícoli; PASSOS, Norimar Christe. Aprender
com Jogos e Situações - Problema. Porto Alegre: Artmed, 2000.
1. INTRODUÇÃO
Entender a Educação Física escolar nos dias de hoje passa pela
compreensão de que foram diversas as trajetórias assumidas ao longo da sua
construção.
Embora o conteúdo esporte ainda hoje figure como um dos mais destacados
nas aulas, trabalhar com seu ensino representa um cenário de grandes desafios, na
medida em que existem orientações distintas sobre como ensinar esse conteúdo nas
aulas de Educação Física.
Geralmente, o que encontramos no ensino dos esportes nas aulas de
Educação Física, particularmente no segundo ciclo do ensino fundamental, é um
grupo pequeno de estudantes jogando, enquanto um grupo maior espera na
arquibancada.
Pensando em possibilidades de reconfiguração desta realidade,
defendemos, em concordância com Moralez e Greco (2007),que o trabalho com o
conhecimento declarativo junto ao ensino dos esportes, possibilitaria uma nova
aprendizagem dos estudantes nas aulas, bem como, maior participação nas
mesmas.
O conhecimento declarativo se refere aos conhecimentos sobre conceitos,
fatos e descrições, podendo ser facilmente verbalizável por exposição verbal, pois
costuma ser consciente (ANDERSON, 1995). Este conhecimento está relacionado
com “saber o que fazer” perante determinada situação e relaciona-se com
informações, fatos, conceitos e conhecimentos específicos já existentes.
Como nos apresenta Antunes e Dantas (2010), o conhecimento declarativo
na Educação Física pode ser encontrado tanto nas dicas essenciais para a
execução de uma habilidade motora, no significado sociocultural de uma
determinada atividade motora, ou ainda nas orientações sobre o gasto energético a
ser despendido num certo exercício físico.
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488
2. METODOLOGIA
O estudo foi baseado na pesquisa-ação, assim como para Chizzotti (2010),
compreendemos que a pesquisa-ação nos permite enxergar a realidade de maneira
mais clara, entendendo os problemas e produzindo mudanças para aquele que
pesquisa e para aquele que é pesquisado. Participaram do estudo, 30 estudantes de
uma turma de sexto ano de uma escola estadual de uma cidade do interior de São
Paulo, com uma intervenção desenvolvida em 22 aulas. A pesquisadora,primeira
autora deste estudo, também era a professora da turma.Para a coleta de dados
foram realizadas: observações das aulas, registradas em diários, e questionários
respondidos pelos estudantes.
Os dados foram apresentados detalhadamente, resultando na organização
do material coletado pelas observações e questionários respondidos pelos
estudantes, articulando-os e aproximando-os de acordo com significados
semelhantes, identificando recorrências e concordâncias, compondo as categorias
de análise proposta por Gomes (2011).
Os nomes citados nas falas dos estudantes são fictícios, garantindo o
anonimato necessário como ética para a pesquisa com seres humanos, mas
identificam o gênero dos mesmos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como resultado foram encontrados algumas possibilidades e alguns limites
para a proposta, sinalizando para reflexões acerca do ensino do conhecimento
declarativo técnico-tático no desenvolvimento do conteúdo esporte (handebol).
É possível demonstrar com as falas dos estudantes que o trabalho foi
significativo para a aprendizagem, contribuindo para a formação de um estudante
conhecedor da modalidade esportiva handebol,
Mitchell; Oslin; Griffin (1997) demonstram que o emprego dos métodos com
abordagem na compreensão do jogo, nos processos cognitivos que se interagem e
produzem decisões táticas no plano motor, tem propiciado melhora significativa no
conhecimento tático dos praticantes das diversas modalidades dos jogos esportivos
coletivos, em relação aos métodos centralizados no ensino e aprendizagem sobre a
técnica.
Os estudantes também revelaram uma mudança de postura, ao
compararmos o início com o fim das intervenções. No início, eles estavam
acostumados com aulas na qual a realização das atividades era a única experiência
que vivenciavam, buscavam somente a prática do jogo, sem valorizar outras
dimensões, reclamando no início quando a proposta envolvia outros aspectos que
não somente a prática.Ao final do processo, eles relacionaram a importância da
vivência, mas não como única forma de aprender nas aulas de Educação Física,
entendendo que a observação e discussão sobre os jogos e vídeos também
contribuíam para este processo de aprendizagem.
[...] separar meninos e meninas nas aulas [...] é tornar as fronteiras das
divisões de gênero mais rígidas do que de fato são e negar a meninas e
meninos a possibilidade de cruzá-las; é furtar-lhes de antemão a
possibilidade de escolha entre estarem juntos e separados (p.103).
Nossa professora, a gente fica mais livre quando jogamos só nós. (Joana)
Os meninos não deixam a gente participar direito. (Amanda)
As meninas não conseguem observar o jogo para passar a bola para quem
está perto do gol. (Alan)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
Desta forma, notou-se que este era um dos fatores que influenciavam a
busca por esse tipo de formação e que as participantes ansiavam por respostas às
suas dúvidas, além de auxílio teórico-metodológico para aprimorar o seu fazer
docente. Assim, uma das questões de pesquisa, cujo alguns resultados serão
apresentados neste trabalho, foiidentificar como um grupo de professores que
participaram do PNAIC em 2014, e que atuavam como alfabetizadores em 2016,
estavam desenvolvendo o ensino da Geometria nos anos iniciais de escolarização.
Esta análise pretendeu verificar se houve indícios da formação do PNAIC em suas
práticas de ensino, e se as lacunas (conceituais ou teóricas) foram supridas nesse
processo.
A escolha pelo estudo dos conteúdos geométricos justifica-se, pois estes
têm suma importância nos primeiros anos de escolarização, uma vez que
possibilitam que os alunoscompreendam e estabeleçam interações com o mundo
que vivem, fator importante para a perspectiva do letramento e alfabetização, bem
como subsidiam outros eixos da matemática e podem ser trabalhados de forma
interdisciplinar (BRASIL,1997; GÁLVEZ, 1999; SANTALÓ, 1996).
2. METODOLOGIA
Entender como esta formação chegou ao “chão da sala de aula” foi um dos
objetivos desta pesquisa, Optou-se por dar voz as professoras, visando identificar os
traços da formação do PNAIC e o caminho que ainda falta percorrer em futuros
cursos de formações continuadas.
Neste sentido, a pesquisa possibilitou levantar como os professores
estruturam, implementam e interpretam suas experiências educacionais. Para tanto,
optou-se por uma pesquisa qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1994; LÜDKE; ANDRÉ,
1986), cujos instrumentos de coleta de informações foram: uma entrevista
semiestruturada gravada em áudio e transcrita, e observação participada
(ESTRELA, 1994) de aulas que abordavam conteúdos geométricos, registrados a
partir de notas de campo.
Os sujeitos foram cinco professoras que participaram do curso de formação
continuada em Geometria do PNAIC em 2014, e que atuavam nos anos iniciais em
2016.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
P1 _Poxa, olha assim não apenas o que todo mundo dá: formas geométricas né?! [...] P2 _Eu
acho que só os nomes dos sólidos geométricos, o que é um cubo, o que é um quadrado,
porque que um cubo não é quadrado, triângulo, acho que bem prático: bem concreto.
P3 _Então a gente espera que ele aprenda figuras, que eles consigam identificar, o básico né
que a gente espera para o 1º ano.
P4 _Conceituar, diferenciar, saber usar na prática a Geometria. Saber que ela está presente
na nossa vida, nos objetos que nos utilizamos [...].
P5 _[...] Reconhecer no cotidiano dele essas figuras e essas formas e entender e saber o
que ele está olhando, onde se encontra isso no dia a dia.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.Parâmetros
Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC/SEF, p. 142, 1997.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No início do ano de 1995, o Estado de São Paulo passa a ser dirigido pelo
PSDB, partido que permanece governando até o presente momento. O Partido da
Social Democracia Brasileira – PSDB – inicialmente tem como governador Mário
Covas (1995-2000), (até a sua morte); Geraldo Alckmim (2000-2006); José Serra
(2007-2010) e novamente Geraldo Alckmim, eleito para o mandato de 2011- 2014, o
atual governador foi reeleito em primeiro turno para o mandato de 20152018,
encontrando-se no exercício do cargo. (SANFELICE, 2010).
Durante o período em que o governador Mário Covas esteve na chefia do
executivo estadual (1995-2001).As novas diretrizes educacionais visavam superar
uma suposta “crise” na administração pública. Dessa maneira no dia 23 de março de
1995, o Diário Oficial do Estado de São Paulo, púbica um comunicado da Secretaria
de Estado da Educação, salientando as principais diretrizes educacionais para se
efetivarem no período de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 1998.
O referido documento fazia uma análise da política educacional paulista em
períodos anteriores a 1995 e definia como principal diretriz a revolução na
produtividade dos recursos públicos e duas diretrizes complementares, sendo essas,
a reforma e racionalização da estrutura administrativa e mudanças nos padrões da
gestão educacional (PALMA FILHO, 2010).
As diretrizes educacionais tiveram como pressupostos diversas ações, tais
como a extinção da Escola Padrão; Reorganização da Rede Física; Instituição do
regime de progressão continuada no ensino fundamental; extinção das Divisões
Regionais de Ensino e criação das Diretorias Regionais de Ensino.
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4. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
CAÇÃO, Maria Izaura. São paulo faz escola? Da alienação do trabalho docente.
Florianópolis: UFSC, 2011. Disponível em:
<www.5ebem.ufsc.br/trabalhos/eixo_05/e05c_t004.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2012.
1. INTRODUÇÃO
2 - METODOLOGIA
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
A configuração dos educandos não aponta ter sido realizada com amplas
dimensões sociais e de desenvolvimento humano que poderiam revelar as suas
características, focando-se na ação dos educandos no contexto escolar, seus
interesses temáticos, aspectos comportamentais de modo a simplificar a sua
observação ao contexto escolar, sem cruzamento com as características
socioeconômicas destacadas no item comunidade, de modo a contradizer o
significado atribuído da escola como espaço participativo.
A intervenção dos educadores sobre a ação infantil é uma tônica presente
em toda descrição dos educandos, apontando prevalência da adaptação à rotina
escolar. Assim, nem sempre o educando está presente na caracterização que a
escola faz dele; as dificuldades de aprendizagem são solucionadas mais pela ação
do educador do que pelo educando como sujeito, num viés heterônomo, portanto
com baixo conteúdo emancipatório ou inovador, gerando metas distanciadas dos
elementos identificados no próprio PPP.
A caracterização da equipe de educadores, sustentada em um levantamento
de dados realizado com o grupo, valoriza-os como sujeitos que carregam diferentes
concepções escolares e societárias, experiências diferenciadas, diversidade de
práticas pedagógicas. Não foram recolhidos dados que incorporassem reflexões
sobre a prática pedagógica, seus sucessos e dificuldades, amarguras e deleites, o
que, aparentemente, poderia ter revelado melhor quem são esses profissionais.
O PPP aponta na gestão da unidade escolar uma tendência democrática,
centrada nas tarefas e no trabalho em grupo; o documento destaca a vocação da
gestão para a garantia da aprendizagem, em torno da qual organiza seu trabalho,
incorpora responsabilidades, atribuições etc. Portanto, surge contraditório o
destaque que se apresenta ao longo do PPP no investimento da participação da
comunidade e os compromissos da equipe de gestão com foco interno na garantia
da qualidade pedagógica e em procedimentos de rotina.
Para além da equipe de gestão profissional, o documento valoriza o
Conselho de Escola, órgão de representação dos segmentos de atores. Mas, essa
valorização limita-se a atribuições normativas, correndo o risco de aprisionar a sua
atuação num campo burocratizado; não são clarificados quais projetos o órgão
realiza da forma autônoma, como mobilizam recursos, de que forma se envolvem,
trazendo apenas o seu significado ideal, sem objetivá-lo.
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo:
Olho d’Água, 1997.
Financiamento: CNPq
Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Processos Educativos de Crianças/ CNPq
INTRODUÇÃO
PERCURSO METODOLÓGICO
brincadeiras. As crianças entenderam a maneira que o jogo precisa ser para existir,
e quem participa da brincadeira também deve seguir as regras. O seguinte trecho de
diário revela a explicação das crianças sobre o pega-pega andando, uma das
brincadeiras intensamente usufruídas pelos grupos:
[...] vi algumas crianças tirando 2 ou 1 e perguntei do que elas iam brincar,
uma das meninas me disse que iam brincar de pega-pega, então,
considerando que é uma regra da escola não correr, eu perguntei: Como
vocês brincam de pega-pega se não pode correr? Ela me respondeu
prontamente dizendo que eles haviam mudado a brincadeira, que eles
andavam rápido e quem tinha que pegá-los ia andando bem devagar, mas
que não podia trapacear (Diário de campo I – 31/04/2015).
O correr era expressamente proibido nesta escola. Era uma das regras que
deveria ser respeitada durante o recreio. Entretanto, mesmo sabendo da proibição
da corrida e, ainda assim com interesse em desenvolver as brincadeiras que
requeriam o correr, as crianças criaram algumas estratégias. O trecho de diário
demonstra a criação de novas regras pelo grupo, ou seja, o pega-pega andando. O
não desrespeito às regras, concomitante à realização da brincadeira, pressupôs que
todos os envolvidos entendessem e acolhessem as novas regras.
No que concerne às regras, falamos também da regra enquanto disciplina do
jogo, ou seja, da regra enquanto combinado entre os que brincam. Chateau (1987)
esclarece a regra como ordem posta em nossos atos, uma ordem subjetiva, ou seja,
aquela pensada para facilitar o jogo, em atos e pensamentos. Na organização do
pega-pega andando, vemos uma interiorização da noção de ordem pelas crianças,
uma ordem subjetiva e compatível com a regra estabelecida pela escola. Borba
(2006, p. 145) complementa tal consideração ao afirmar que:
[...] as crianças criam conjuntamente estratégias para lidar com a
complexidade dos valores, conhecimentos, hábitos, artefatos que lhes são
impostos e, dessa forma, partilham formas próprias de compreensão e de
ação sobre o mundo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BORBA, A. M. O brincar como modo de ser e estar no mundo. In: BRASIL. Ensino
Fundamental de 9 anos: orientações para a inclusão de crianças com seis anos de
idade. 2. ed. Brasília, 2006. p. 33-45.
BROUGÈRE, G. A criança e a cultura lúdica. Rev. Fac. Educ. vol.24 n.2. São Paulo
Jul/Dez. 1998.
FREIRE, J.B. Uma pedagogia lúdica. In: ARANTES, V.A. (Org.) Humor e alegria na
educação. São Paulo: Summus Editorial, 2006, p. 15-23.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
categoria mais de uma vez, o que, ao nosso ver, do ponto de vista qualitativo,
potencializa suas ideias.
Díaz (2002) afirma que trabalhar Educação Ambiental pressupõe “reflexão e
esclarecimento dos valores da comunidade educativa” (p. 106), o que pode se
traduzir em um espaço de interação, no qual tanto os conflitos individuais, como os
coletivos sejam absorvidos:
Professor 3: Então, no caso do nosso projeto, trabalhamos junto com os
alunos, eu gostei, eles se interessaram, participaram, fez um entrosamento
entre os alunos.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
ESCOL
A
Organização didática
EA PROJETOS
5. REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70. 2011.
DÍAZ, A.P. Educação Ambiental como Projeto. Porto Alegre: Artmed, 2002.
SCHMITT, L. R. A prática dos projetos. Projeto Revista de Educação, ano III, n. 04,
p. 30 – 33.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
visão é uma grande abstração para os estudantes. Assim, a física da visão se torna
uma abstração
‘impossível’ se não houver na estrutura cognitiva do indivíduo determinadas
ideias prévias que possibilitem a ele abstrair e atribuir significado aos fenômenos
físicos.
Na terceira questão, objetivava-se conhecer as concepções dos alunos
sobre a propagação retilínea da luz, um importante conceito relacionado à Óptica
Geométrica. No quadro 3, encontram-se exemplos de respostas dadas pelos
estudantes e o agrupamento das mesmas em categorias:
Questão 3: “Quando acendemos uma lâmpada em uma sala, ela ilumina o ambiente inteiro, e não apenas uma parede
ou somente o teto. Por que você acha que isso acontece?”.
Categorias Alunos Exemplos de respostas
Alunos que apresentam algum tipo de Aluno 03; Aluno 04; Aluno 04: “Eu acho que quando tem uma
‘conhecimento físico’ sobre as Aluno 05; Aluno 09; luz não ilumina direito, mas quando tem
propriedades da luz Aluno 18; Aluno 22; várias luzes no mesmo local tudo fica
Aluno 24; Aluno 25; claro.”
Aluno 26; Aluno 28; Aluno 29. Aluno 28: “Ilumina o ambiente inteiro
Total: 11 porque ela está no centro.”
Aluno 29: “Eu acho porque a lâmpada
ilumina o ambiente por bater na parede e
no teto e ilumina o ambiente.”
Não sabe/Em branco Aluno 10; Aluno 12; Aluno 33: “Não sei no momento.”
Aluno 14; Aluno 15;
Aluno 21; Aluno 27; Aluno 31;
Aluno 32 Aluno 33.
Total: 9
apagando. Para isso a sala foi escurecida, e os estudantes puderam notar que
devido a eletricidade que chega na lâmpada a mesma pode iluminar o ambiente.
Em relação a respostas relacionadas com a posição da lâmpada ou a
intensidade da luz emitida pela mesma, alguns estudantes responderam:“Ilumina o
ambiente inteiro porque ela está no centro”, “Porque ela foi feita para iluminar todo o
local e ela é muito forte”.
Segundo Harres (1993, p. 222) “(...) é comum os estudantes dizerem que o
alcance de uma fonte depende da sua intensidade luminosa”, uma vez que os
mesmos demonstram acreditar que fontes de luz de baixa intensidade não iluminam
o ambiente com tanta eficiência como uma fonte de luz considerada mais “forte”, ou
ainda, que quando existe mais do que uma fonte de luz iluminando o ambiente ele
torna-se ainda mais iluminado, como pode ser observado na resposta do Aluno 04
“Eu acho que quando tem uma luz não ilumina direito, mas quando tem várias luzes
no mesmo local tudo fica claro”.
O Aluno 05 levantou a hipótese de que o ambiente consegue ser iluminado
“Porque não existe algo que possa fazer sombra”. Nessa resposta o estudante
demonstrou compreender que se algum objeto impedisse a passagem da luz, como
os corpos opacos, a iluminação do ambiente poderia ser comprometida.
Harres (1993, p. 221) afirma que “as concepções alternativas possuem um
amplo poder explicativo”podendo influenciar fortemente o processo de ensino e
aprendizagem. Ao compreender essas concepções alternativas dos estudantes, o
professor terá um maior esclarecimento de como atuar de modo que os mesmos
reformulem seus conceitos, podendo adquirir concepções científicas. Nove dos vinte
estudantes pesquisados não responderam à questão. Talvez isso tenha se dado
devido a inexistências de concepções sobre o assunto, o que indica a necessidade
de o professor utilizar em suas sequências de ensino sobre óptica organizadores
prévios que auxiliem os estudantes a criar conceitos subsunçores (MOREIRA;
MASSINI, 2001).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, G. C. S; NETO, E. M. C.; VALVERDE, M.C.C. Diálogo entre concepções
prévias dos estudantes e conhecimento escolar: relações sobre os Amphisbaenia.
Revista Iberoamericana de Educación,n. 47/2, 2008.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
professoras: uma professora de Matemática que atua na sala de aula comum e uma
professora que atua no APE, especializada em DI.
Para identificar as características do contexto (práticas pedagógicas das
professoras participantes) e analisar as possibilidades de construção colaborativa de
estratégias pedagógicas para o ensino de Matemática, foi necessário utilizar a
observação e a entrevista.
Para desenvolver uma proposta colaborativa entre as participantes da
pesquisa com base no trabalho com projetos e na abordagem CCS numa
perspectiva inclusiva foi necessário realizar a fase de intervenção da pesquisa com o
desenvolvimento de um projeto.
A partir da triangulação dos dados coletados por meio da observação,
entrevista e intervenção, foi possível analisar todo o processo da construção
colaborativa de estratégias pedagógicas para o ensino de Matemática.
A pesquisa 2 foi desenvolvida em uma Escola de Tempo Integral (ETI) da
Rede Estadual de ensino em uma oficina de Experiências Matemáticas que tem
como objetivos principais: rever e/ou aprofundar conceitos e procedimentos
matemáticos já estudados, por meio da resolução de problemas, uso de materiais
concretos, novas tecnologias e projetos para estimular a criatividade, curiosidade e
interesse pela Matemática.
O professor/pesquisador, um dos autores deste trabalho, analisou sua
própria prática pedagógica nas oficinas, durante sete meses, filmando suas aulas e
refletindo sobre as estratégias desenvolvidas para ensinar todos os seus estudantes.
A filmagem das aulas aliada aos relatos reflexivos do professor, definida por Weisz e
Sanchez (2011) como Tematização da Prática, favorece a verificação de detalhes
das aulas que passam, muitas vezes, despercebidos.
Ao refletir sobre o andamento de cada aula, verificava-se possibilidades para
desenvolver outras atividades num movimento de ação-reflexão-ação, defendido por
Pimenta (2006).
Os resultados obtidos com essas investigações são apresentados e
analisados a seguir.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
estudantes de forma que todos possam construir seu próprio conhecimento. Desse
modo, buscar parcerias para o desenvolvimento de estratégias que atenda a todos é
imprescindível dado a realidade das escolas regulares no Brasil. Assim, é
compromisso dos professores e gestores desenvolver práticas inclusivas nas
escolas.
Será necessário, portanto, buscar as possibilidades de desenvolver um
currículo para todos e priorizar os espaços comuns de aprendizagem. Para que isso
ocorra será necessário repensar as estratégias de ensino seja por projetos, ou
qualquer outra proposta, desde que se possibilite a cada estudante ser o
protagonista do seu processo de aprendizagem.
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Gráfico 1: Frequência dos objetos de estudo da Química nos anos finais do Ensino
Fundamental - Fonte: Autor
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MORAES, R. Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v.22, n.37, p.7-
32, 1999.
larimaca@yahoo.com.br
1. INTRODUÇÃO
O tema alfabetização sempre foi polêmico no Brasil, uma vez que desde a
proclamação da Republica saber ler e escrever se tornou de acordo com “um
instrumento privilegiado de aquisição de saber/esclarecimento e imperativo da
modernização e desenvolvimento social” (MORATTI,2006,p.2). Ainda mais que, por
muito tempo, analfabetos foram impedidos de votar, fazendo do analfabetismo um
problema também político.
555
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O que observamos com isso, é que talvez, muito mais do que reportagens
soltas, percebemos na Revista Nova Escola uma forte conexão entre seu conteúdo
e as Leis e Diretrizes educacionais do país.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revista Nova Escola tem uma penetração significativa nas escolas públicas
de Educação Básica e entre professores alfabetizadores dessas escolas. O tema da
alfabetização tem sido recorrente nos diferentes números em especial a partir 2012,
tendo seu pico em 2014.
Das análises dos dados coletados podemos inferir que concepções sobre
alfabetização assumidas nas diferentes edições da revista demonstram que não
existe linha teórica que esteja sendo assumida pelos editores desse periódico, mas
ao invés disso, percebe-se um pluralismo de ideias e referenciais teóricos que vão
desde a explicitação de métodos que evidenciam a chamada “fonetização” até a
perspectiva do letramento, em oposição à da simples “alfabetização”. Fica evidente
ainda, que pesquisadores de diferentes correntes e concepções teóricas têm
ocupado espaços nos artigos e reportagens da Nova Escola.
REFERÊNCIAS
BUENO, S.F., Semicultura e educação: uma análise crítica da revista Nova Escola.
Revista Brasileira de Educação, v.12,n.35, p. 300-307,2007.
SILVA, M.V.História da Alfabetização no Brasil: A constituição de sentidos e do
sujeito da escolarização. 267p. Tese (Doutorado)- Instituto de Estudos da
Linguagem, Unicamp, 1998. Disponível em:
http://www.ucb.br/sites/100/165/TeseseDissertacoes/Historiadaalfabetizacaono
Brasil.pdf. Acesso em 22 de abril de 2017.
1. INTRODUÇÃO
para Oliveira (2008), assim como os ouros autores citados, é possível caminhos de
interseção entre as avaliações externas e as intervenções pedagógicas do professor,
em sala de aula.
Por fim, Freitas et. al (2013) defende também que as avaliações externas
municipais
[...] seriam mais eficazes se planejadas e conduzidas no nível dos
municípios pelos conselhos municipais de educação. A unidade deve ser o
município e não a federação ou o estado. Isso não impede estes últimos de
conduzirem suas avaliações e escala, mas não com o propósito de avaliar
uma escola ou suas salas de aula. Os conselhos deveriam regular os
processos de avaliação das redes de educação básica, estruturando uma
política e avaliação global para o município. (FREITAS, et. al., p. 47)
Entretanto, Freitas et. al. (2013, p. 48) advertem que “[...] a avaliação tem um
lado político – não é uma peça técnica. Como toda avaliação, se constituída sem
legitimidade política, terá dificuldade para ser aceita”.
Também compreendemos que a avaliação em larga escala pode ser um
elemento importante para a indução de políticas educacionais municipais, mas como
ressalta Freitas et. al. (2013) os municípios esbarram muitas vezes carecem de
pessoal especializado e domínio tecnológico para a realização destas avaliações.
Isso pode comprometer os usos dos seus resultados nas ações pedagógicas
desenvolvidas nas escolas e consequentemente não legitimar estas avaliações.
Alguns dos autores que trabalham com a temática da utilização dos dados
da Prova São Paulo pela gestão escolar (ALMEIDA; NHOQUE, 2012; GIMENES
et.al., 2013; ALAVARSE, 2014; MACHADO; FREITAS, 2014; MACHADO;
ALAVARSE; OLIVEIRA, 2015;), entendem que esta avaliação conseguiu maior
adesão das escolas uma vez que: i) sua elaboração foi local; ii) não produziu ranking
das escolas; iii) os resultados chegavam mais rápido e apresentavam o desempenho
individual por aluno, possibilitando uma intervenção pedagógica mais imediata.
Entretanto, apontam que as escolas encontraram dificuldade na compreensão dos
relatórios pedagógicos e no entendimento da metodologia da prova. Ainda de acordo
com essas pesquisas, houve pouca utilização dos resultados da Prova São Paulo
para a melhoria do aprendizado dos alunos com maior defasagem de aprendizagem.
Entre as referidas pesquisas, há também um questionamento acerca da
credibilidade da prova.
Quanto à influência da Prova São Paulo no currículo, temos dois
posicionamentos. Autores como Mardegan (2014) e Savioli (2013) explicitam que
esta avaliação provocou uma intervenção direta nos currículo da rede municipal.
Para eles, os materiais pedagógicos elaborados pela SMESP tinham o objetivo
explicito de melhoria dos resultados da Prova São Paulo. Já Born (2015) e Chappaz
(2015) têm apontado que existem imbricações entre ambos os elementos, mas não
é possível afirmar que a Prova São Paulo tenha promovido o estreitamento curricular
ou uma prática voltada para o treinamento dos alunos. Como explica Chappaz
(2015), pode-se dizer que o que ocorreu foi um “movimento pendular”, já que não se
pode negar uma intervenção da Prova em ações pedagógicas como a produção de
materiais pedagógicos.
Em relação à formação docente e dos gestores, autores como Alves (2012)
e Fanizzi (2015) indicam que este é um dos caminhos para utilização e
compreensão dos dados da avaliação externa, pois possibilitam que professores e
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Luana Costa; DALBEN, Adilson; FREITAS, Luiz Carlos de. O Ideb: limites
e ilusões de uma política educacional. Educação & Sociedade, v. 34, n. 125, p.
1.153-1.174, 2013.
BAUER, Adriana; PIMENTA, Claudia Oliveira; NETO, João Luiz Horta; SOUSA,
Sandra Zákia Lian. Avaliação em larga escala em municípios brasileiros: o que
dizem os números?. Estudos em Avaliação Educacional, v. 26, n. 62, p. 326352,
2015.
1. INTRODUÇÃO
A Ciência exerce uma grande influência em nossa vida cotidiana a ponto de
ser difícil imaginar como seria o mundo atual sem a sua contribuição ao longo do
tempo. “Caracteriza-se por uma preocupação contínua não só em conhecer os
fenômenos que acontecem em nosso meio, como também em descrevê-los e propor
teorias racionais que possam explicar como eles acontecem” (SANTOS,2015).
O Ensino de Ciências foi introduzido no currículo do ensino básico há pelo
menos três séculos, como exigência para formação e desenvolvimento do cidadão.
“No decorrer do tempo, verificou-se um grande avanço das ciências, tanto em
conhecimento quanto em tecnologia, porém observou-se uma diluição dos mesmos
ao serem repassados ao ambiente educacional” (SANTOS,2015).
Existem algumas teorias e artigos que discutem as causas e consequências
da discrepância entre o conhecimento adquirido e o conhecimento tradicional
repassado por muitas escolas, uma das causas é devido ao modelo tradicional
usado no ensino das ciências, outros culpam a falta de interesse dos governantes,
dentre outras tantas teorias (DA SILVA, 2002).
Independente dos fundamentos teórico-metodológicos analisados, não
precisamos nos aprofundar em estudos sobre a questão para notar o resultado atual
do ensino das ciências nas escolas públicas ou privadas, basta observar os
resultados das avaliações do governo no rendimento escolar dos alunos. Tal
constatação foi encontrada na Escola Estadual Coronel Raimundo Cunha, localizada
no Município de Benjamin Constant- AM, sendo averiguado, a partir de uma
avaliação nacional, IDEB- Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. O índice
da mencionada instituição é relativamente baixo quando comparado as demais
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização das práticas experimentais, pode-se averiguar que as
atividades propostas proporcionaram a melhoria na compreensão de conceitos
presentes no cotidiano dos alunos sendo uma forma de levá-los a participação no
seu processo de aprendizagem, sair de uma postura passiva e começar a agir sobre
o seu objeto de estudo, relacionando o objeto com acontecimentos e buscando as
causas dessa relação, procurando, portanto, uma explicação causal para o resultado
de suas ações e/ou interações.
Os acadêmicos buscaram, por meio dos experimentos, abordar aspectos
dentro de cada conteúdo escolhido dos anos trabalhados, que possibilitou uma
análise e discussão, fazendo com que alunos e docentes assumam uma atitude
crítica e transformadora de suas preconcepções e conceitos sobre os temas
abordados, além da promoção da articulação entre o ensino teórico com o
experimental na tentativa de melhoria da aprendizagem dos conteúdos na disciplina
REFERÊNCIAS
BAZIN, M. Three years of living science in Rio de Janeiro: learning from
experience. Scientific Literacy Papers, 67-74. Brasil. (1987). Secretaria de
Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:Ciências
Naturais/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF
E-mail: martinsandressa27@yahoo.com.br
CNPq
INTRODUÇÃO
tempo mágico e deve ser encarado como tal pela escola, pois neles as crianças
podem brincar espontaneamente, interagindo com outras crianças, expressando
criatividades e desejos (BORBA apud GEBIEN, 2012).
Existe um vasto mundo de cultura lúdica infantil que ainda é pouco
conhecido e divulgado. Além disso, estudos científicos que se propõe a examinar
e/ou problematizar pesquisas ou produções científicas brasileiras corroboram com a
construção de um panorama que amplia a visibilidade para estas investigações e,
consequentemente, para a difusão das proposições ou conhecimentos decorrentes
destas, que podem ser relevantes na melhoria dos processos de ensinar e de
aprender em contexto escolar. A identificação e exame destas produções se mostra
ainda importante para o lançamento em tela das convergências e distanciamentos
de seus achados científicos e mostra de novas demandas de estudos. Não menos
importante, visa ainda contribuir na melhor compreensão do brincar no recreio
escolar.
CAMINHO METODOLÓGICO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
rodrigomarques.edf@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
Vago (1996) entende que a escola pode produzir sua cultura, ao invés de
reproduzir as práticas do esporte hegemônico existentes na sociedade, o que
permite por sua vez intervenções escolares na história, cultura e sociedade. Bracht
et al. (2012) apontam que para desenvolver uma Educação Física (EF) crítica
devemos avançar para além do discurso e propor medidas coerentes com o que se
pretende ensinar. Neste sentido, a escola pode intervir no seu tempo e espaço de
maneira intencional.
Os movimentos renovadores da EF trouxeram como orientação pedagógica
os princípios da cultura corporal de movimento, transpondo as concepções
anteriormente estabelecidas na área, como a aptidão física e a esportivista que
tinham a atividade física como fim. Uma aula de EF pautada nas concepções
renovadoras deve garantir a inclusão de todos os alunos na cultura de movimento,
nos saberes atitudinais e conceituais de maneira crítica e reflexiva (BRACHT, 2010),
além do empoderamento do saber fazer enquanto direito de acesso a essa parcela
da cultura (FERREIRA e cols., 2016).
Assentado neste cenário foi que surgiu durante as aulas regulares de EF o
interesse por este estudo. Foi possível perceber que durante o semestre letivo os
alunos relataram em rodas de conversa e avaliações diagnósticas situações de
desentendimentos entre eles.
Segundo Granja (2011), os desentendimentos que ocorrem nas aulas de EF
são chamados de situações de conflito, que podem ser gerados por diferentes
interesses pessoais e/ou de grupos, sendo sua causa associada aos objetivos,
ideias, princípios, emoções e necessidades das partes envolvidas. O primeiro passo
para resolução dos conflitos existentes nas aulas de EF é não negar sua existência
no ambiente escolar.
583
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
40
37
35
32
30
QUALIDADE DO JOGO
GÊNERO
25 RACISMO
AGRESSÃO VERBAL
20 19 ASPECTOS FÍSICOS
SIMULAÇÕES
(REGRAS/ENGANAR)
15
15 AGRESSÃO FÍSICA
NÃO PASSOU POR
10 SITUAÇÕES DE CONFLITO
10 NAS AULAS
6
5 5
5
0
Conflitos nas aulas de EF
Granja (2011) alerta que a violência é uma forma de conflito e não o seu
sinônimo, a mistura terminológica poderia erroneamente classificar apenas as
agressões físicas e verbais como conflitos, podendo ignorar nas aulas outras
questões de igual importância por uma interpretação simplista do termo.
A categoria “qualidade do jogo” se relaciona com o “saber fazer” que possui
natureza prática, intrinsicamente ligada ao conhecimento de origem da EF
(GONZÁLEZ E BRACHT, 2012). A falta de competência para saber jogar ou a
exposição às práticas que o aluno não vê sentido podem contribuir para o aumento
dos conflitos, como nos relatos manifestados pelos alunos nas aulas:
Você não sabe jogar, sai daqui, para, não atrapalhar o jogo!
(Aluno 3)
Por que você não passa a bola? (Aluno 2).
Se eu passar para você nosso time irá perder (Aluno 3).
Aqui o aluno se mostrava feliz em ter repetido o ato que ocorreu no jogo de
futebol, visto pela televisão em sua casa, corroborando com a sinalização da
influência dos fatores externos no cotidiano escolar (AQUINO, 1996).
No estudo de Granja (2011) é apresentado o resultado de 75,9% de
incidência de conflitos nas aulas de EF com atividades de interação entre
companheiro e adversário. Em nossa pesquisa, também constatamos maior
incidência de conflitos nas atividades com interação entre companheiros e
adversário, com 75 relatos, enquanto 49 alunos apontaram conflitos em atividades
de outra natureza (individual/companheiros/adversários).
Constatar que as práticas de interação entre companheiros e adversários
causam maior incidência de conflitos nas aulas de EF não deve gerar sua negação
(VAGO, 1996), mas sim ações para pensar no seu ensino, como se o esporte é
desenvolvido como o “Na ou Da” escola, o que mudaria seus objetivos (FERREIRA e
cols., 2016). Além da visão pedagógica de esporte, outro importante aspecto
assinalado por Granja (2011) é a diversificação das práticas, com a mudança de
interações entre os alunos no saber fazer, seria proporcionada novas experiências.
A identificação das situações de conflito aparece como um importante
instrumento nas aulas de EF. Tal constatação aponta para a necessidade da
mediação intencional do professor sobre as posturas individuas e coletivas dos
alunos, as rodas de conversa com diálogos colaboraram para reflexões de temas
antes pouco contemplados nas aulas, como o relato do dialogo a seguir:
Esse jogo não é coisa pra menina, sai fora (aluno 5).
[..] você não manda no jogo, nós meninas podemos fazer o que quiser
(aluna 6).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ASBAHR, Flávia da Silva Ferreira. “Por que aprender isso, professora?” Sentido
pessoal e atividade de estudo na Psicologia Histórico-Cultural.
SOUZA, Marilene Proença Rebello de. Retornando à patologia para justificar a não
aprendizagem escolar: a medicalização e o diagnóstico de transtornos de
aprendizagem em tempos de neoliberalismo. In: 31ª Reunião Anual da ANPEd,
2008, Caxambu. Anais. Rio de Janeiro: ANPEd, 2008.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
conceituação do que é uma sequência didática e qual deveria ser sua estrutura.
Seguiu-se a estrutura modular como propõe os autores:
Dessa forma, a sequência didática foi orientada não somente para que o
estudante aprenda um determinado gênero textual, mas também para que ele
consiga, dentro da disciplina História, um sentimento de importância e pertencimento
na construção de sua consciência histórica.
Sobre o processo de consciência histórica, teve-se como principais
referências (BAROM; CERRI, 2012), (RÜSEN, 2010), (RÜSEN, 2001), pois esses
autores dialogam com a maneira aqui entendida. Assim, ainda de acordo com
Rüsen: “O objetivo do aprendizado histórico pode ser definido, desde a perspectiva
de uma didática da história, como o trabalho, viável praticamente, de concretizar e
de diferenciar a competência narrativa.” (2010, p. 47). A competência narrativa pode
ser concretizada de quatro formas distintas, porém, a que se utiliza como eixo
norteador de nossa busca pela consciência histórica em estudantes do ensino médio
de uma escola com um público oriundo de áreas interioranas, ou ainda rurais, é a
seguinte:
b) A referência do aprendizado histórico à experiência não teria sentido
didático se não fosse relacionada à subjetividade do aprendiz. O
aprendizado histórico deve, assim, ser relacionado à subjetividade dos
receptores, à situação atual do problema e à carência de orientação, de que
parte o recurso rememorativo ao passado. Sem esta referência ao sujeito, o
conhecimento histórico petrifica-se em um mero lastro de reminiscências.
(RÜSEN, 2010, p. 48).
A seguir, têm-se a síntese do que fora pensado para essa sequência didática
e que, por motivos de espaço, não puderam ser apresentados em sua integridade.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
599
Desenvolvimento Aulas 01 e 02
Nessas aulas, ocorrerão as apresentações do professor, dos alunos e da
sequência didática, deixando bem claro como ocorrerá todo o desenvolvimento do
projeto e o tempo esperado para a elaboração final, contando também com a
elaboração da avaliação de aprendizagem no final das atividades.
Deverão ser impressos dados estatísticos da base do IBGE sobre a
porcentagem de pessoas que viveram e vivem no campo em momentos diferentes
da história do país, nos anos de 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
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600
Uma proposta de análise dos mapas seria questionar os alunos quanto aos
seguintes pontos: Qual a temporalidade dos mapas? O que eles mostram? Qual o
assunto? Quais regiões do Brasil possuem as maiores e menores áreas rurais?
Você consegue ver em qual região se encontra? Faça um breve comentário sobre as
mudanças ocorridas como o passar dos anos nos mapas. Em seguida serão
entregues aos alunos, jornais para que busquem informações, textos e imagens que
tratam da zona rural brasileira. A leitura dos recortes de jornais deverá ser realizada
em grupos de estudantes que completarão todas as atividades em conjunto, até o
final das atividades do projeto. Após a coleta e leitura, os grupos socializarão com a
sala informações sobre o texto ou imagem que encontrou, destacando os seguintes
pontos:
Título/legenda; autor e data; assunto tratado; temporalidade do assunto;
principais informações.
A partir da leitura das notícias, o professor deve indagar os estudantes sobre
como a notícia mostra a pessoa que vive no campo, quais as características
econômicas, sociais e históricas desse espaço. Outro ponto a ser discutido, e que
deve enriquecer a aula, é o “que falta” nos jornais, ou melhor: quais são as
discussões que não aparecem nos jornais a respeito da história da zona rural do
Brasil?
Aulas 03 e 04
Nessas aulas, inicialmente, os alunos farão a leitura do texto: “Campo de
que? O que mais posso encontrar na zona rural além da agropecuária?”, que se
encontra disponível na versão final da dissertação (ZACHEU, 2015). A leitura deverá
acontecer de forma compartilhada e possibilitando a participação dos alunos em
questionamentos e observações. Após a leitura e discussão, os alunos serão
levados para a sala de informática, onde farão uma pesquisa orientada a respeito da
seguinte temática: “A questão da terra no Brasil e os movimentos sociais”. Para essa
pesquisa, devem-se salientar os seguintes tópicos: sistema de sesmarias; Lei de
Terras de 1850; latifúndios monocultores; conflitos pela posse de terra no Brasil;
mecanização do campo e o surgimento dos movimentos sociais como o MST. A
pesquisa pode ser dividida por grupos, onde cada grupo se responsabilize por um
tópico, ou de maneira geral, que os estudantes façam a pesquisa sobre todos os
tópicos e, de forma resumida, registrem em seus cadernos.
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601
Avaliação:
A avaliação acontecerá nas aulas 05 e 06. Tem-se como avaliação final da
sequência didática, a elaboração de infográficos temáticos, feitos em grupos pelos
alunos, anteriormente pensados e divididos considerando as capacidades individuais
e desafiadoras, levando-os a alcançarem novas aprendizagens.
A avaliação poderá ser composta de elaboração de infográficos em grupos,
onde os estudantes deverão representar por dados obtidos na pesquisa ou pelos
recortes de jornais das Aulas 1 e 2, conceitos obtidos com essa aprendizagem e as
expectativas em relação ao campo e sua participação na escrita da história nacional.
Para que essa avaliação possa ser mensurada, sugere-se a utilização de pautas de
observação do trabalho construído pelos grupos e da apresentação. Um modelo
simples de pauta de observação e avaliação pode ser visto em (ZACHEU, 2015,
p.96).
Além dessa pauta de observação, uma boa ideia seria organizar os alunos
para que filmem as apresentações dos amigos e, ao final do processo avaliativo,
cada um poderia observar o que fez de correto e o que fez de errado para que
percebam seus erros.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARROM, Wilian Carlos Cipriani; CERRI, Luis Fernando. A teoria da história de Jörn
Rüsen entre a modernidade e a pós-modernidade: uma contribuição à didática da
História. In: Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 37, n. 3, p.
991-1008, set./dez. 2012.
SILVA, José Graziano; Del GROSSI, Mauro Eduardo. O novo rural brasileiro. In:
Ocupações rurais não agrícolas. p. 165-173.
INTRODUÇÃO
No âmbito das controvérsias educacionais em vigor, destaca-se o debate
sobre as avaliações em larga escala. Essas avaliações causam polêmica acalorada
em diversas esferas de debate. O debate na comunidade acadêmica apresenta uma
gradação de argumentações “que vão da contraposição extremada ao
reconhecimento da contribuição das avaliações em larga escala e das medidas
educacionais” (BAUER; ALAVARSE; OLIVEIRA, 2015, p. 1369). Fernandes e
Gremaud (2009, p. 4) afirmam que a polêmica está relacionada “à nova função que
os exames assumem nas políticas de accountability, cujo cerne é considerar não
apenas os alunos, mas escolas, professores, diretores e gestores como
responsáveis pelo desempenho dos estudantes”. Tal como Machado e Alavarse
(2014, p. 417), “por avaliação externa compreendemos a realização de provas
padronizadas em larga escala, contemplando amplo contingente de participantes e
resultando em um conjunto de informações” com potencial de orientar ações e
políticas públicas.
Essa controvérsia também repercute em revistas pedagógicas que circulam
na esfera escolar enquanto componente importante de leitura de professores da
educação básica (CITELLI, 2000; GENTIL, 2006). Este trabalho discute as
repercussões do debate sobre avaliações externas nas revistas Nova Escola e
Presença Pedagógica (2007 e 2014): dois periódicos com circulação nacional,
inclusive facilitada por aquisições governamentais para a distribuição gratuita em
escolas - principalmente Nova Escola, como salienta Bueno (2007), Ramos (2009).
Pretende-se desvelar como estes periódicos estão se posicionando neste debate,
quer seja de forma explícita ou de maneira mais sutil, pelo viés (FIORIN; SAVIOLI,
1995) das matérias e reportagens.
As duas revistas mantém características de divulgação científica em maior
(Presença Pedagógica) ou menor grau (Nova Escola) que se mescla com o
jornalismo educacional. Nova Escola tem um caráter jornalístico mais marcante,
605
METODOLOGIA
Dos portadores textuais selecionados, foi realizado um levantamento de
textos de diferentes gêneros do discurso - editoriais, reportagens, entrevistas,
colunas, artigos, análises, carta de leitores, etc. – com a temática central sobre as
avaliações em larga escala, publicados entre 2007 e 2014. O acervo de periódicos
da Biblioteca da FEUSP foi consultado para a checagem do material obtido por meio
do acervo digital (mediante assinaturas).
O eixo central de análise é o viés editorial, apreendido pelo exame
sistemático da polifonia de vozes editoriais e não-editoriais (acadêmicos, gestores
educacionais e outros atores) que se posicionam nas revistas. A análise do conteúdo
argumentativo do corpus utiliza técnicas e procedimentos da Análise de Conteúdo
(BARDIN, 2009; FRANCO, 2005) integradas a conceitos/dispositivos originários de
teorias, estudos e análises do discurso, principalmente Bakhtin (2003; 2005) e
Maingueneau (2002).
A unidade de análise são os pronunciamentos argumentativos em relação ao
tema das avaliações em larga escala, quer seja na forma de texto (discurso
citante/relatante de um autor), quer seja na forma de enunciados intratextuais
(discurso citado/relatado). De forma complementar à abordagem texto a texto de
análise clínico-interpretativa, a pesquisa faz uso de mapeamento e mensurações
simples de índices textuais manifestos (explícitos ou latentes).
A abordagem do texto centrada no conceito de gênero do discurso leva em
consideração a esfera social/institucional, a situação de interação e as relações
dialógicas (interdiscursivas, entre textos) (BAKHTIN, 2005; MAINGUENEAU, 2002).
Outro conceito norteador da análise é a ideia de polifonia que “vem sendo utilizada
na linguística para analisar os enunciados nos quais várias „vozes‟ são percebidas
simultaneamente” (BAKHTIN, 2003; MAINGUENEAU, 2002).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise abrangeu um corpuscom 83 textos que abordaram a temática das
avaliações externas: 15 textos da revista Presença Pedagógica (PP)e 68 textos da
Nova Escola (NE). A predominância de textos de NE (4,5 vezes mais.) deve-se
principalmente a maior relevância dada ao tema.
Em relação à ocorrência de gêneros do discurso, percebe-se uma diferença
importante entre as revistas que evidencia não apenas um tratamento diferente da
temática, mas também no modo de construção de seus discursos.
Em Presença Pedagógica temos um ligeiro domínio do gênero entrevista
(cerca de 33%); em Nova Escola, predomina o gênero reportagem (cerca de 66%),
conforme ilustrado a seguir (Gráfico 1).
Gráfico 1 – Distribuição relativa de textos do corpus por gênero de discurso
corpus
Distribuição dos textos do por gênero de discurso
-
Presença Pedagógica
x Nova Escola
(2007
-2014)
Presença Pedagógica Nova Escola
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
Editorial Coluna Entrevista Artigo de Artigo deReportagem Notícia
opinião div. cient.
sob os filtros das vozes editoriais, ou seja, as vozes dos profissionais (repórteres,
editores, etc.) que representam diretamente o veículo.
Ao analisarmos diretamente a autoria dos textos, ou melhor, o com destaque
o lugar institucional de onde fala o sujeito do discurso (Gráfico 6, abaixo), fica nítida
a distinção entre as revistas: enquanto Presença Pedagógica privilegia as vozes não
editoriais (73,33%) - com destaque para as oriundas do meio acadêmico (53,33%),
Nova Escola privilegia as vozes editoriais, ou seja, aquelas vinculadas ao próprio
veículo. Contudo, o nível de convocação de vozes sociais não acadêmicas para
participar da discussão sobre avaliações em larga escala é relativamente baixo nas
duas revistas.
Gráfico 2 – Distribuição dos textos (autoria) do corpus por tipo de autoria
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As revistas NE e PP apresentam um viés editorial favorável às avaliações
em larga escala, mas com distinções. Em NE o apoio é praticamente incondicional e
a circulação de argumentos críticos é quase inexistente. Em PP, as vozes editoriais
defendem essas avaliações sem deixar de fazer circular posições e argumentos
críticos. Ou seja, do ponto de vista político-ideológico, em PP temos uma polifonia
mais aberta; já em NE a diversidade de vozes mostra-se quase monológica. O
discurso economicista e suas retóricas (da gestão, do direito à aprendizagem)
domina praticamente sem concorrência o espaço discursivo de NE. Em PP, por sua
vez, encontramos espaço para o discurso crítico e sua retórica do direito à
educação.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal.
4. ed. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 261-306.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. 1. ed. Trad. Luís Antero Reto, Augusto Pinheiro.
São Paulo: Edições 70, 2011.
Email: izabeledias_@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
Estudar as políticas públicas que envolvem o país é primordial para a
compreensão da organização atual de nossas escolas. Segundo nos informa Secchi
(2013), as políticas públicas surgem sempre em atendimento a uma determinada
demanda, ou seja, a essência de tais ações são os problemas públicos,
independentemente dos atores envolvidos.
Considerando o dado exposto acima, podemos analisar a situação da
população brasileira em 1995, ano em que iniciamos nossa série histórica de dados:
segundo o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de
analfabetismo da população de 15 anos e mais de idade era de 15,5%, ou seja,
grande parte sequer lia, portanto, era preciso se fazer algo para buscar amenizar os
problemas de uma população mal alfabetizada e não leitora na construção social do
país.
Muito embora a primeira vista tal tema pareça esgotado, frente às novas
políticas públicas que estão sendo construídas atualmente, é primordial voltarmos o
olhar para a história e compreender em que medida o corte em programas de
governos anteriores ou, em outras palavras, a descontinuidade pode afetar o
desenvolvimento da educação e da formação do leitor. Neste sentido, em vias de
completar os dez anos colocados pela Lei Nº 12.244 que exige que cada escola
tenha sua biblioteca escolar, vemos o PNBE sofrer alterações, ou seja, a política de
oferta de acervo está sendo interrompida quando é mais necessária do que nunca,
visto que, algumas escolas contam apenas com esta via para conseguir constituir o
seu acervo.
Organizamos nosso trabalho com uma linha do tempo buscando enfatizar
em diferentes autores (ADRIÃO, 2013; FRANCO, ALVES E BONAMINO, 2007;
2. METODOLOGIA
O presente artigo se constitui como uma análise bibliográfica em autores que
traçaram uma perspectiva histórica da educação no Brasil entre os anos de 1995 e
2014, principalmente, Adrião (2013), Franco, Alves e Bonamino (2007), Jeffrey
(2012), Oliveira e Adrião (2007) e Oliveira (2007) por serem estes estudiosos
conceituados nos meios acadêmicos para essa discussão. Ademais, fez-se um
estudo documental na legislação que se construiu durante o período, a fim de,
checar as informações e levantar novos dados para que se pudesse discutir os
fatos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Muito embora a história educacional brasileira comece a ser tratada desde
os primórdios da colonização, para fins de estudo, iniciaremos nossa abordagem no
ano de 1988, pois com o advento da Constituição Federal de 1988 e da Emenda
Constitucional nº14/96, a educação básica começa a ganhar novos contornos com a
descentralização do ensino pelos estados e o aumento das vagas nos municípios.
Assim, as redes municipais aumentaram a partir dos anos 1980.
A Constituição Federal de 1988, determinou que o financiamento da
educação básica deve ser administrado em colaboração entre estados e municípios.
Isso se dá com o estado garantindo o ensino fundamental, mas priorizar o ensino
médio; já os municípios, devem oferecer o ensino infantil, mas sua prioridade é o
ensino fundamental. Todavia, a CF 88 deixa claro que o ensino fundamental, por ser
obrigatório, deve ser prioridade e privilegiado por todas as esferas governamentais.
A avaliação nacional entrou em vigência no nosso sistema educacional nos
anos de 1990 e começou a apontar a gravidade do problema da qualidade da
educação nacional e do fluxo que é descontinuo, vários pesquisadores debruçaram
seus trabalhos nesses temas.
No ano de 1995, tornou-se público o Plano Diretor Para Reforma Do
Aparelho Do Estado (PDRAE), este veio a ser um marco regulatório causando
alterações no texto constitucional e na legislação decorrente orientando para um
aumento da flexibilidade do aparelho estatal através da substituição do padrão
democrático pelo padrão gerencial.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ensino básico no Brasil vem em um contínuo, embora lento, avanço em
seu desenvolvimento. Inicialmente, com a população rural o Brasil tinha o desafio de
garantir o acesso a formação leitora a uma população analfabeta. Com a
industrialização dos anos 1930 e a migração em alta, começou-se a melhorar as
questões de ofertas de vagas.
Alcançado o acesso, ou seja, garantida a questão da quantidade, nos anos
1990 e 2000, devido a uma série de pressões internacionais, o país começou a
buscar mecanismos para obter qualidade. O caminho escolhido foram as avaliações
de larga escala que, em tese, possibilitam a compreensão dos problemas para que
se trace ações de curto, médio e longo prazo.
Neste caminho, o governo começou a traçar uma série de programas como,
por exemplo, o PNLD (maior programa de livro didático do mundo), PNBE que
distribuía livros literários para formar bibliotecas escolares, dentre outros
mecanismos que buscaram incrementar a qualidade do ensino oferecido nas
escolas públicas com enfoque na matemática e língua portuguesa.
Por fim, a lei também se alterou neste entremeio e, gradativamente,
transferiu-se a responsabilidade pela educação básica para os municípios. Para
tanto, o governo definiu financiamentos, primeiro FUNDEF e, posteriormente,
FUNDEB, para que os municípios tivessem verbas para a manutenção do sistema
educacional. No entanto, tais medidas intercorreram, nos últimos 15 anos, na
contratação do setor privado para a manutenção e gestão do sistema público de
ensino (apostilas, avaliações, alterações no currículo e programas de formação em
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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Referências
1. INTRODUÇÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências
2. METODOLOGIA DA PESQUISA
que você pode ter controle e que pode fazer quando quiser? Por quê?”. Se a
resposta fosse “sim”, a causa era tida como controlável, do contrário, concluía-se
que o sujeito não tem controle sobre a causa.
Essas formas são ensinadas em todas as Porque não aprendeu a distinguir aquelas
20
apostilas trabalhadas na escola. formas.
Assim como Martini (1999) fez em seu trabalho, embasados nos trabalhos
de Weiner (1979, 1985) separamos estas respostas dos estudantes em
determinadas categorias. No caso, podemos notar que temos 6 tipos de respostas,
as quais tem relação com: aquisição de conhecimentos ou aprendizagem de
conteúdos (amarelo), prestar atenção (verde), memória (vermelho), percepção (azul-
escuro), crença na própria capacidade (azul claro) e sorte (branco). A cor preta
significa que o participante não soube responder.
Corroborando com os resultados de Weiner e Schneider (1993), quanto à
atribuição de sucesso e de fracasso, as crianças tenderam a dizer que esse tipo de
causa de sucesso está relacionado a fatores internos e a aprendizagem, pois só
aprendeu o conteúdo graças ao esforço próprio.
Quanto à estabilidade e controlabilidade das causas, cada estudante
apresentou sua visão a respeito desses atributos, sendo que não foi possível
perceber um padrão de respostas, pois parece que cada uma dessas características
está ligada a percepção do estudante sobre o que é aprender, conhecer ou ensinar.
Quanto aos fatores Estabilidade e Controlabilidade, os estudantes
apresentavam o fator distração como principal causa para um possível fracasso e,
aqueles que consideraram esse fator julgaram o ato de prestar atenção como uma
característica instável e que não tinham controle.
Com exceção do fator “sorte”, parece que os estudantes tendem a acreditar
que os fatores relacionados à “memória”, “percepção” e “crença na própria
capacidade” têm causas internas dizendo que a capacidades de memorizar,
perceber e ser inteligente, por exemplo, tem a ver com características do sujeito,
como esforço, acúmulo de conhecimentos, dedicação nas aulas, etc.
Além disso, os estudantes consideraram tais atribuições como instáveis e
não controláveis. Durante as entrevistas, os alunos alegavam que a memória e a
percepção são características internas dos indivíduos sofrem influência externa.
Quanto à memória e a percepção, fatores externos, como dicas do professor,
poderiam fazê-los lembrar-se dos conteúdos ou levá-los a perceber determinadas
características das figuras e, desta forma, obter sucesso na resolução dos
problemas.
fazer uso da sua linguagem e, por meio de suas declarações, saber quais seriam
suas atribuições de sucesso e fracasso.
Entretanto, mesmo com os ajustes realizados após o estudo piloto, houve
algumas limitações que foram encontradas com relação à linguagem e aos
significados de alguns termos empregados pelos alunos. Desta forma, salientamos a
necessidade de pesquisas que se aprofundem mais nesse tema.
REFERÊNCIAS
KELLEY, H. H. The Process of Causal Attribution. American Psychologist, volume
28, p. 107-128, 1973.
WIGFIELD, A. Children's attributions for success and failure: effects of age and
attentional focus. Jornal os Educational Psychology, volume 80(1), p. 76-81,
1988.
CAPES
1. INTRODUÇÃO
Na época o déficit de uma rede escolar era grande, de modo que pensar em
escolas em tempo integral mostrou-se inviável por conta da demanda por escolas no
interior do país e em suas regiões de fronteira. Assim, o projeto de Anísio Teixeira
não se desdobrou nesse momento histórico, mas inspirou novos projetos. Para
Padilha e Silva:
A concepção e implementação dos CÉUS, no Município de São Paulo,
beneficiou-se de um histórico de tentativas que visavam a instituir projetos
pedagógicos voltados para as classes populares, inspiradas, em sua
maioria, na “Escola Parque”, do educador Anísio Teixeira. Dentre essas
iniciativas, destacam-se os Centros Integrados de Educação Pública
(CIEPs), do rio de Janeiro (1983-1987), os Programas de Formação Integral
da Criança (PROFICs), do Estado de São Paulo (1986), os Centros
Integrados de Atendimento à Criança (CIACs) e os Centros de Atendimento
Integral à Criança e ao Adolescente (CAICs), criados em 1994, por iniciativa
do Governo Federal (2004, p. 13-14).
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A invenção do relógio e sua difusão social que tem sua origem no começo
do século passado, foi um fato chave na cisão do binômio espaço-tempo
que se ocupa com a modernidade e que supõe uma evidente ruptura com a
estreita vinculação que ambas tiveram nas culturas pré-modernas [...] (VIÑA
FRAGO, ESCOLANO, 2001, p. 43).
4. CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. RAMALHETE, R.
Petrópolis: Vozes, 1987.
1. INTRODUÇÃO
o Estado vai assumir um papel cada vez mais preponderante, não apenas
na verdadeira organização da produção no plano económico, mas também
no desempenho desse mesmo papel no plano "cultural". Intervirá
activamente garantindo a produção de determinados tipos de mercadorias
culturais (neste caso, conhecimento técnico) patrocinando sanções,
programas, instituições e pessoas relacionadas com a maximização de tal
processo de produção mercantil. (APPLE, 2001, p. 113)
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
base na “tradição seletiva”, que impõe à grande maioria dos estudantes que atende
uma “não-existência”.
Nesses termos, os professores assumem uma posição central, à medida que
“o controlo do aparelho cultural da sociedade, quer das instituições que produzem e
preservam o conhecimento, quer dos actores que nelas trabalham, é essencial na
luta pela hegemonia ideológica” (APPLE, 2001, p. 59). O compromisso ético do
educador diz respeito ao modo como certas determinações e valores são
questionados e compreendidos subjetivamente pelo indivíduo, orientando seu modo
de agir, considerando os fins do ato de educar e suas relações com dimensões mais
amplas da organização social. No panorama que se apresenta, a necessidade
urgente é a de oferecer condições às escolas de potencializar as resistências e a
capacidade de resposta às necessidades dos grupos excluídos dos espaços de
formação e produção de conhecimento. O desafio está em criar formas concretas de
ação, com condições de fortalecer a resistência e superar a discriminação planejada
do currículo oficial.
No contexto da educação pública estadual paulista, a discriminação não é
apenas o produto dos conflitos entre as demandas que envolvem as questões de
classe, gênero e raça. Ela é sistematicamente planejada, produto da negação, das
omissões e dos consensos que se estabelecem pelo silenciamento de histórias e
práticas socioculturais de parcela considerável dos estudantes que atende.
REFERÊNCIAS
APPLE, Michael Whitman. Educação e Poder. Porto: Porto Editora, 2001. Tradução
João Menelau Paraskeva.
1. Introdução
3. Da catequese à laicidade
considerado “certo” e “relevante” não para a grande maioria de pobres que ocupam
os bancos escolares, mas para os que detêm prestígio social.
O que se tem hoje nas escolas é, grosso modo, uma “reprodução” adaptada
das cataqueses de doutrinação dos índios, no séc. XVI, posteriormente dos negros
escravizados, apesar da laicidade do estado, garantida pela Constituição Federal de
1988 (BRASIL, 1988).
No ensino da língua materna, destaca-se aquilo que é elencado como
conteúdo de Língua Portuguesa que, travestido de legitimidade, é ideologicamente
comprometido quando desconsidera características significativas dos falantes, tendo
a escola papel fundamental no processo de formalização daquilo que o falante já
domina, na medida em que amplia as habilidades desse falante para o exercício
pleno de sua cidadania.
Assim, quando é garantido aos alunos de comunidades indígenas o ensino
em sua língua materna ou aos surdos o ensino na Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS), além do ensino da língua portuguesa, o que se faz é uma reconstrução
histórica e a quebra do paradigma doutrinador que caracterizou o início da educação
brasileira formal.
5. Considerações finais
6. Referências Bibliográficas
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. 2
ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998.
ROBLE, Odilon. Escola e Sociedade. Curitiba, PR: IESDE BRASIL S/A, 2012.
rosemberg.psicologia@gmail.com
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 MÉTODO
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
notícia)”, sendo de 16% o índice de acerto por parte dos alunos na versão anterior
da AAP.
A Fase 2 consistiu em analisar as correspondências entre a habilidade
selecionada e demais habilidades preconizadas nos documentos oficiais utilizados
(SÃO PAULO, 2009; 2012; 2016). A professora indicou 19 habilidades como
correspondentes àquela selecionada na Fase 1. Certamente tal variabilidade na
vinculação entre habilidades deve sustentar implicações no delineamento de
condições de ensino e de avaliação das mesmas.
A seguir, a professora mencionou, como práticas de ensino adotadas, a
aplicação de um plano de recuperação contínua que, segundo ela, trata-se de
“reforço contínuo por meio de atividades correlatas com o currículo na sala-deaula”,
a proposição de tarefas-de-casa para os alunos, assim como, a leitura de textos por
parte destes e a busca de elementos específicos nos escritos. Em termos de
práticas de avaliação, a professora disse ter feito perguntas aos alunos, no momento
da exposição do conteúdo da disciplina, relacionadas à situação de aprendizagem
do momento e também das precedentes, solicitando-lhes trabalhos escritos em sala-
de-aula, oferecendo pontuação aos alunos que participavam. A nota conferida aos
alunos, a partir do desempenho em prova bimestral também foi uma prática de
avaliação mencionada pela professora. Os relatos da dela mostram-se genéricos e
sem especificidade, em termos de intervenção, na habilidade selecionada. Assim, os
dados iniciais, sobre sequências didáticas já ministradas, evidenciaram que as
habilidades são relacionadas de modo difuso, prescindindo de relações de
dependência funcional e hierárquica em termos das características de repertórios
envolvidos, das práticas necessárias para ensiná-los e dos critérios para
progressões e manutenções na execução das práticas.
A Fase 3 objetivou o planejamento de sequências didáticas que ainda
seriam ministradas. A professora indicou a Situação de Aprendizagem 4: “Oficinas de
escrita”. Em consonância com os resultados das fases anteriores, as práticas de
ensino e de avaliação mencionadas pela professora prescindiram de uma
articulação hierárquica entre os componentes comportamentais envolvidos nas
habilidades preconizadas oficialmente para a situação de aprendizagem
selecionada. No planejamento das atividades didáticas, a professora relacionou 14
habilidades como consistentes com os objetivos da situação de aprendizagem
selecionada com nítida dispersão das prioridades das práticas de ensino em termos
dos componentes comportamentais relacionados com tais habilidades.
Após a gravação das aulas correspondentes, episódios editados foram
exibidos para a professora. Três aspectos orientaram as discussões diante dos
episódios: (a) a identificação de aprendizagens em cada episódio exibido; (b) a
indicação, nos episódios, das evidências das aprendizagens identificadas; (c) a
indicação dos fatores estimados como críticos para a ocorrência das aprendizagens.
Segundo a professora, os episódios evidenciavam a ocorrência de aprendizagens.
Todavia as mesmas foram inferidas em terminologia distinta da terminologia
expressa em documentos oficiais, sendo que a identificação dos fatores críticos
prescindiu de análises em termos da manifestação gradual dos componentes
comportamentais mediados pelas práticas adotadas pela professora. Diante de tais
resultados, o pesquisador solicitou a decomposição gradual das aprendizagens
inferidas nos episódios, solicitando a identificação dos comportamentos
intermediários, constituintes das aprendizagens inferidas. A Fase 4 a professora
selecionou a Situação de Aprendizagem 7 para as atividades de planejamento, de
registro e de análise: “Proposta de produção escrita de notícia e reportagem”. Desta
feita, a professora selecionou dois comportamentos terminais da situação de
aprendizagem.
As seguintes questões orientaram o trabalho de decomposição: “O que o
aluno teria que fazer para apresentar essa habilidade? O que a senhora pretende
fazer para que o aluno apresente essa habilidade? Quais seriam as habilidades
anteriores a essa que o aluno precisaria apresentar? Tais questionamentos
colocaram a professora em uma situação de salientar o seu próprio fazer, isto é, as
condições por ela oferecidas para que o aluno apresentasse a evidência da
aprendizagem, ou seja, o fazer que corresponde à habilidade em questão. No
encontro subsequente, propôs-se à professora a elaboração de uma tabela de
planejamento de aula, tendo as duas habilidades principais, indicadas para a
situação de aprendizagem 7, como tópicos de ensino. Como resultado, as análises
da professora passaram a especificar os tópicos de ensino, as condições oferecidas
pela professora, as respostas esperadas dos alunos (ou seja, as evidências de
aprendizagem), e as reações da professora diante das respostas dos alunos
considerando os componentes comportamentais envolvidos possivelmente e
relações de hierarquia (intermediários e terminal).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
E-mail: flavelasco@yahoo.com.br
Introdução
Metodologia
Resultados
No caso do terceiro ano eu achei que o nosso grupo de trabalho foi bem
proveitoso, a gente troca muita ideia no Pacto, a gente discute muitos textos
e ideias de outras professoras que são apresentadas, então no meu caso eu
acho que o Pacto veio para somar, também com os materiais que eles
ofereceram, com os livros infantis, livros paradidáticos, ele veio para somar
sim, veio para acrescentar um pouquinho, algumas ideias novas de
trabalho, é sempre positivo. (P1)
Olha, eu achei que tem coisas muito boas sabe, principalmente porque às
vezes elas dão uma ideia de como ser trabalhado uma determinada coisa,
atividade que você não tinha pensado, então trazem muita coisa diferente,
muita ideia nova sabe, a troca de experiência tá valendo muito. (P2)
Tem textos que ajudam bem sabe, embora os textos são sempre de
experiências lá no Norte, Nordeste, daquela região, e a gente recebe os
alunos de lá bem abaixo do que a gente tem (se referindo ao desempenho
escolar). Tudo que se faz é em cima de lá, pega amostragem de lá, eu não
entendo direito por quê. (P2)
A gente teve... então o nome eu não vou saber te falar assim, porque são
kits que eles vêm com nome certinho, [...] por exemplo a gente teve uma
caixa que é a trilha, que é para trabalhar produção de texto com os alunos,
ele foi mal aproveitado, talvez no ano que vem a gente consiga trabalhar
melhor com ele. (P1)
Cada ano tem que fazer a sua parte. Se ele não foi bem feito no primeiro ou
no segundo ano, independente do motivo eu não posso ser
responsabilizada por isso, então eu dou o melhor de mim, eu faço a minha
parte, eu procuro suprir essa necessidade mas, não posso me cobrar mais
do que uma professora do primeiro ou do segundo ano, eu acho que a
gente tem parcelas iguais aí de responsabilidade. (P1).
[...] quando ela consegue ler o mundo e entender. Ler e entender o que ela
está lendo por exemplo. (P2)
Considerações finais
Referências
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
tal e também pelo fato dos docentes possuírem conhecimento pouco sólido, quanto
a relação entre a aprendizagem, o desenvolvimento e a atividade lúdica,
principalmente no que se refere à acomodação entre a teoria e a prática.
Mediante os desafios encontrados, enfatiza-se que é preciso que o
planejamento do professor contemple a seleção adequada dos suportes lúdicos,
bem como dos tempos e espaços, assim como nos traz Kobayashi (2015) sendo
preciso, para tanto, que se reconheça em primeiro lugar a importância da ludicidade
para a formação integral da criança eliminando o distanciamento da escola com o
prazer em aprender, com o desafio, o dinamismo, a vida pulsante. Portanto reitera-
se que para que possa ser desenvolvido um trabalho pedagógico de qualidade, no
qual a atividade lúdica seja a principal condutora dos processos de ensino e
aprendizagem, é preciso que haja políticas públicas destinadas as adequações
necessárias e a formação docente que subsidie o professor na apropriação de
conhecimento sobre a relação entre ludicidade e infância e suas possibilidades.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1.Introdução
“Por que o céu é azul? Por que ele é loiro e eu sou negro? Por que a cola
não cola dentro do tubo de cola? Por que, por que e por quê? Porque sim
Zequinha! Pare de fazer tantos porquês! ”
1Em entrevista concedida a Paolo Nosella o historiador da educação Mario Manacorda advertiu com sábias palavras os
educadores ao afirmar que o aluno não interessado não é um idiota, apenas possui outros interesses.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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1É paradoxal usarmos o termo escola atual uma vez que essa foi idealizada no século XVII conforme já citada,
tornando-se universalizada apenas no século XX, fato é a constatação que sua estruturação carece de
ressignificações mostrando-se anacrônica uma vez que ao ser difundida já constituía um modelo com defasagem
temporal.
2Os professores citados possuem uma extensa produção científica a qual não seria possível sua
apresentação na íntegra dentro da dinâmica científica do presente artigo, nesse sentido, optamos por escolher,
livros, artigos e entrevistas relacionadas ao tema aqui discutido.
3Sugere-se a obra: FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro-teoria e prática da educação
física São Paulo: Scipione,1989, onde o professor de educação física João Batista Freire condena o tratamento
secundário dado ao aprender através do movimentar-se.
4Aqui se refere ao poeta Manoel de Barros e ao seu poema “O menino que carregava água na peneira”. In: BARROS,
Manoel de. Exercícios de ser criança. Rio de Janeiro: Salamandra, 1999.
5É importante ressaltar que ocorrem algumas vezes no campo científico equívocos interpretativos onde não é
compreendido a real proposta idealizada pelo autor: Saviani não usa o verbo transmitir restrito a uma perspectiva expositiva
mas defende em toda a sua produção uma educação crítica com proposta de libertação e de formação crítica e isso,
indubitavelmente é possível através do exercício da pesquisa, reflexão e autoria e o uso dos espaços de contradição existentes
no ambiente escolar.
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com água da chuva tem dengue, pode-se iniciar mais questionamentos e processos
investigativos.
O desenvolvimento, a partir do tema lixo, foi introduzido de maneira sensível
e divertida e seus desdobramentos podem ser riquíssimos, envolvendo diferentes
disciplinas dentro de uma proposta interdisciplinar: pode-se dialogar e pesquisar
sobre reciclagem, lixões, ecologia, desigualdade, e diversos outros aspectos. É
possível registrar as atividades através de releituras da obra original com posterior
produção de novos textos, ilustrações, peças de teatro dentre outras.
A segunda proposta envolve as brincadeiras populares, ou seja, brincadeiras
cuja criação remonta a diferentes gerações sem necessariamente uma autoria
específica constituindo patrimônio da cultura popular de um povo. As brincadeiras
são tão importantes e necessárias na formação humana que o pesquisador Johan
Huizinga (2000) cunhou a terminologia “Homo Ludens” como definição humana mais
coerente à revelia das denominações de homo sapiens e faber, isto é aquele que
pensa e age, o Ludens, - aquele que brinca se diverte seria mais adequado já que
“no jogo e pelo jogo a civilização surge e se desenvolve”. Além dos inúmeros
benefícios fisiológicos que vão de controle motor, controle vocal, flexibilidade,
equilíbrio, lateralidade etc, o ato de brincar manifesta, em seus movimentos,
elementos históricos de construção, cultura e reflexão humana que em muito
contribuem para uma formação integral 1.
De uma cantiga de roda como Escravos de Jó, se pode introduzir uma
investigação sobre escravidão, racismo, desigualdade; de um cabo-de-guerra é
possível trabalhar a ideia de força, resistência, luta, cooperação, estratégia, temas
que podem ser problematizados dentro das diferentes disciplinas que compõem o
escopo pedagógico atual com resultados cuja aplicabilidade pode e deve ultrapassar
os muros da escola.
Importa aqui frisar que não se trata de uma proposta sem precedentes, uma
vez, que historicamente, diferentes autores já propuseram uma visão de educação
com base no empirismo e na experimentação concreta visando uma formação
integral. Rousseau, em sua clássica obra Emílio ou Da Educação (1995, p.6),
afirmava que:
1Diferentes autores já fizeram uso da idéia ou conceito integral, o entendimento pode ser generalizado dentro de uma
proposta de formação humana que explore suas múltiplas possibilidades. Embora abordada desde a paideia da Grécia antiga
a educação integral ainda é uma desafio a ser conquistado.
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Não se conhece a infância: com as falsas ideias que dela temos, quanto
mais longe vamos mais nos extraviamos. Os mais sábios apegam-se ao que
importa que saibam os homens, sem considerar que as crianças se acham
em estado de aprender.
CONCLUSÃO
1O termo foi cunhado pelo educador Paulo Freire e ganhou visibilidade através de sua célebre obra “Pedagogia
do Oprimido (1974).
2Método de investigação filosófica onde através de questionamentos o estudante é levado a buscar e descobrir
as verdades sobre o objeto abordado.
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REFERÊNCIAS
HUIZINGA, Johan. Homo ludens:o jogo como elemento da cultura. 4 edição. São
Paulo: Perspectiva, 2000.
PRESTES,
1. INTRODUÇÃO
a Álgebra simbólica (consolidada por Descartes no uso das últimas letras como
incógnitas e variáveis, uma forma de escrever a Matemática universalmente).
Na discussão aqui pretendida, buscar-se-á analisar e refletir criticamente
como a Álgebra tem sido trabalhada nas escolas, em que momento da Educação
Básica é plausível apresentar aos alunos tarefas algébricas, o quanto o
conhecimento matemático do professor dos anos iniciais tem interferido no
desenvolvimento do pensamento algébrico em seus alunos, como os documentos
oficiais que norteiam o currículo nacional tem se reestruturado a fim de atender às
demandas educacionais, no que se refere a educação algébrica, ainda que
apresentem inúmeras fragilidades e lacunas que necessitam ser repensadas e
questionadas.
Objetiva-se assim, não apenas discutir estas questões e refletir à luz de
alguns autores e pesquisas acerca da temática, como também provocar
inquietações que possam convergir-se em ações transformadoras para o ensino da
Álgebra, que atualmente apresenta-se timidamente no currículo e no espaço da sala
de aula, preparando os alunos para o aprofundamento da Álgebra ao longo de sua
escolaridade, não apenas como um cumprimento do currículo proposto, mas como
um direito de aprendizagem.
pode ser trabalhada nessa etapa, mas sem uso de símbolos e letras, evidenciando a
responsabilidade de práticas educativas no ensino de Matemática que garantam
essa transição da Álgebra para os anos finais do
Ensino Fundamental. Entende-se por “pré-álgebra”, neste documento, o
desenvolvimento de algumas dimensões da Álgebra (a capacidade de resolver
problemas, fazer generalizações, construir compreensões e significados), por outro
lado, não oferece subsídios ao professor para essas ações.
Outro documento o qual se analisou foi o Pacto Nacional de Alfabetização na
Idade Certa - PNAIC (Brasil, 2012), que visamobilizar esforços e apoio pedagógico
na formação de professores que atuam no “Ciclo de Alfabetização”, cuja meta é a
alfabetização e letramento, em Língua Portuguesa e Matemática, até os oito anos de
idade. Esta proposta apresenta a área da Matemática dividida em eixos
estruturantes e pioneiramente, introduz o eixo Pensamento Algébrico como
complemento aos eixos já apresentados nos PCN, aprimorando as práticas de
ensino e assim garantindo os direitos de aprendizagem aos educandos, desde as
primeiras etapas da Educação Básica.
O material de formação elaborado aos professores está organizado em nove
cadernos de formação. Os cadernos “Saberes Matemáticos e outros Campos do
Saber”, “Jogos na alfabetização matemática” e “Apresentação: Alfabetização
Matemática” contemplam o pensamento algébrico propondo reconhecimento de
padrões numéricos e relações na realização de determinados problemas, produzir
padrões geométricos e sequências, estabelecer critérios para agrupar, classificar e
ordenar objetos, considerando diferentes atributos.
A BNCC (Base Nacional Curricular Comum), influenciada pela experiência
australiana, não consiste em um currículo, mas um documento norteador e uma
referência unificada para que as escolas do país elaborem os seus currículos. Em
2015, lançou sua primeira versão preliminar para consulta pública. Na segunda
versão, abril de 2016, apresentou os direitos e objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento para os diferentes níveis de ensino e trouxe a Matemática
reorganizada nos eixos: Números e operações, Grandezas e medidas, Geometria,
Álgebra e funções, Estatística e probabilidade. Na terceira versão, em abril deste
ano, reforça o compromisso com o letramento matemático e a Álgebra fica
estruturada em uma única unidade temática, enfatizando a preocupação com o
desenvolvimento do pensamento algébrico, primordial para a compreensão,
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
3 . CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
TORRES, Rosa M. Educação para todos: a tarefa por fazer. Porto Alegre: Artmed,
2001.
UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos e plano de ação para
satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Brasília: Unesco, 1991.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sequência Didática
Etapa 1
Diagnosticar: impressões que formam o senso comum dos educandos do
grupo focal determinado a respeito da história e da cultura negra a partir de uma
imagem de uma criança negra no espaço de uma comunidade africana, com os
objetos e as pessoas que participam do seu cotidiano e da história dos negros a
partir do livro ilustrado “O amigo do rei” de Ruth Rocha.
Proposta: Em ambiente aberto, posicionados em círculo, sentados no chão,
apresentar a figura que apresente pessoas, lugar e objetos para os educandos como
provocação para início da conversa. Instigar a observação e a leitura da imagem em
seguida tratar os elementos interpretativos da imagem com perguntas subjetivas
criando relações entre os mundos distintos:
- Quais são as pessoas na figura?
- Quais as características pessoais?
- Como estão trajadas?
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Etapa 2
Problematizar: Promover o diálogo aberto, livre e respeitoso entre as
crianças e um convidado, por exemplo, um professor(a) de História ou uma pessoa
idosa e negra ou membros da comunidade negra da cidade ou da região,
conhecedora da história e da cultura negra. E também com o vídeo Os Africanos –
Raízes do Brasil.
Proposta: Em sala com recurso áudio visual, posicionados em círculo,
sentados no chão, exibir o vídeo através de projetor portátil. Dialogar a partir das
palavras colocadas na etapa 1 que trouxeram o universo vocabular do aluno.
Propor para as crianças do grupo focal uma conversa virtual com crianças
de outras escolas através de web videoconferência com uso do programa Skype em
uma chamada ao vivo. Dialogar buscando o conhecimento entre os dois grupos.
Etapa 3
Produzir: conceber um objeto artístico que represente o grupo focal na forma
de arte postal. A partir dos conceitos e concepções adquiridos com a experiência
realizada na etapa 2, reconstrução de um novo mapa conceitual (individual).
Proposta: Em ambiente aberto, posicionados em círculo, sentados no chão
dialogar com o grupo focal de educandos, resgatando as vivências anteriores,
Recursos:
- Pintura;
- Papel Kraft;
- Canetas Hidrocor;
- Livro “O amigo do Rei” de Ruth Rocha;
- Projetor Portátil;
- Computador;
- Internet.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
E-mail: yolandatoguia@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De fato, a reestruturação política, econômica e social que toma forma no
Brasil na década de 1990, provoca um intenso processo de ressignificação da
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REFERÊNCIAS
1. Introdução
2. Metodologia
• Cole o papel cartão dentro da lata para que não entre absolutamente luz
nenhuma. Se estiver usando tinta, pinte todo seu interior. Não se esqueça de
que a tampa também deve ficar preta.
• Faça um furo na parte lateral da lata usando o prego. Com a lixa, tire as
rebarbas de alumínio que ficaram.
• Faça um pequeno quadrado com o alumínio da lata de refrigerante e cole do
lado de fora da sua máquina fotográfica. Não se esqueça de fazer um
furinho, bem pequeno, no meio desse quadrado.
• Cole o quadrado de alumínio na lata. Não se esqueça de alinhar os furos.
Em seguida, do lado de fora, tampe o furo com a fita adesiva.
• Coloque o papel fotográfico dentro da lata.
Sua câmera fotográfica pinhole está pronta.
3. Resultados e discussões
4. Considerações Finais
5. Referências
KOSSOY, Boris. Fotografia e História. 2° edição. São Paulo: Editora Ática, 1989.
MACHADO, Arlindo. A Ilusão Especular: Introdução à Fotografia. São Paulo,
Editora Brasiliense, 1984.
PARENTE, André (org). Imagem e Máquina: A era das tecnologias do virtual. Rio
de Janeiro: editora 34, 1993.
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. São Paulo, Editora Ática,
2011.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho é resultante de uma pesquisa de mestrado,
desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP – Campus de Presidente Prudente,
a qual tem como objetivo precípuo analisar os impactos/decorrências da implantação
do Programa São Paulo Faz Escola (2008) na centenária rede estadual paulista de
ensino, tomando o caso particular de uma escola estadual do município de
Presidente Prudente – SP, no intuito de desvelar quais são os limites e
possibilidades de tal implantação para a organização/condução do trabalho
pedagógico nas escolas.
O que se apresenta, portanto, neste trabalho, são dados resultantes da
pesquisa bibliográfica, teórica e entrevistas semiestruturadas desenvolvidas acerca
da temática em abordagem, tendo como objetivo analisar a percepção docente
acerca da implantação da Proposta curricular paulista.
2. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do presente trabalho, de natureza qualitativa, o
primeiro passo contou com a realização de pesquisa bibliográfica acerca da
temática. Na sequência, tendo em vista uma melhor compreensão do fenômeno em
tela, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dez professores que atuam
na rede estadual paulista e lidam diariamente com a Proposta curricular, cujos dados
resultantes foram tratados a partir da técnica da análise de conteúdo (FRANCO,
2008).
Tendo em vista a garantia do anonimato, no trabalho em questão o nome da
escola pesquisada e dos sujeitos da pesquisa (nomeados por letras de A a J) não
são explicitados.
720
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
QUADRO 1 - 1.1 Você sabe quando e por que a Proposta Curricular foi
formulada?
Categorias Freq. %
TOTAL 12 100
Categorias Freq. %
Fora da realidade dos alunos 6 40,00
Os conteúdos precisam ser complementados 4 26,66
Facilita o trabalho docente 2 13,33
Apresenta fragilidade conceitual 1 06,66
Não gosto. 1 06,66
Razoável. 1 06,66
Total 15 100%
Fonte: Pesquisa realizada (2016).
Notamos que a categoria que mais apareceu com 40% entrevistados foi a
fora da realidade dos alunos. Abaixo temos 26,66% dos professores que acreditam
que os conteúdos precisam ser complementados. Outros 13,33% acreditam que o
material facilita o trabalho docente. Um dos entrevistados acredita que o material
apresenta fragilidade conceitual. Outro relata que não gosta da Proposta e um
acredita que o material é razoável. A seguir temos algumas falas dos sujeitos da
pesquisa:
O material melhorou muito, mas precisa ser melhorado ainda mais. As
apostilas são descontextualizadas e muitas vezes elas contêm alguns erros
conceituais (ENTREVISTADO A, 2016).
O material não é ruim, mas não vou dizer que ele é ótimo também. O
material tem falha, até mesmo porque nenhum material é perfeito, mas no
geral ele é bem razoável (ENTREVISTADO B, 2016). Depende da visão de
cada um, eu gosto do material, ele é um norte para o professor, mas o
professor que só fica naquilo com certeza não terá uma aula de qualidade,
porque só esse material não da conta da aprendizagem do aluno. Muitas
vezes aparece na apostila alguns referenciais que os alunos não tem, uma
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723
atividade sobre uma praça de São Paulo e as crianças nunca foram para
esse lugar, então elas não tem respaldo para responder a questão
(ENTREVISTADO C, 2016).
Eu não gosto, porque falta muito conteúdo, e ao mesmo tempo tem muita
coisa desnecessária. Tem algumas coisas que são desconexas e nós temos
que trabalhar, muitas atividades são fora da realidade do aluno. Os alunos
pegam as respostas na internet. (ENTREVISTADO D, 2016).
Não podemos contar apenas com a apostila, precisamos complementar a
todo momento, a internet está ai para ajudar o professor, pois se ficarmos só
na apostila os alunos não aprendem nunca (ENTREVISTADO J, 2016).
Categorias Freq. %
Livro didático, porque é mais completo. 6 60,00
Indiferente 3 30,00
Material da Proposta 1 10,00
Total 10 100%
Nota-se que, a maioria (ou 60%) dos professores prefere utilizar o livro
didático, também considerado por eles mais completo. Por outro lado, três (20%)
professores relataram que são indiferentes quanto a utilização do livro ou do material
da Proposta. Apenas um (10%) dos entrevistados afirmou preferir o material
oferecido pela Proposta Curricular.
O Caderno do Professor e o Caderno do Aluno são elaborados com
sequências didáticas denominadas “situações de aprendizagem”, contendo
orientações e propostas de atividades, conteúdos e estratégias de aprendizagem
que o professor e o aluno devem seguir precisamente em sala de aula. Os cadernos
possuem ainda um “passo a passo” sobre como o professor deve preparar as aulas
e sobre sua atuação. Os conteúdos se apresentam como competências e
habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos também em cada aula, contendo a
carga horária das atividades, proposta de avaliação e recuperação da aprendizagem
(NUNES; GARCIA, 2013).
4- CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Eixo 03
Politicas e Práticas no Ensino Médio
1. INTRODUÇÃO
Para este autor essas atividades podem proporcionar “o descanso físico ou mental,
o divertimento e o desenvolvimento da personalidade e da sociabilidade”.
Além disso, para ele o lazer se constituiu um veículo e um objeto de
educação, tal como exemplifica o seguinte trecho de sua obra:
a educação para o lazer, ou a educação para o tempo livre, tem como meta formar o
indivíduo para que este viva o seu tempo disponível de modo mais criativo,
ampliando o conhecimento de si próprio e das relações do lazer com a vida e com o
contexto social, devendo ser ensinado de forma interativa e integrado à vida diária
da escola.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Contato: leticiadpd@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
Entre os recursos didáticos mais usados por aqueles que planejam uma
melhoria no ensino de Química e/ou de Ciências Naturais, destaca-se a
experimentação.
As pesquisas em Ensino de Ciências Naturais apontam que seu uso pode
favorecer o aprendizado, propiciar a motivação de alunos e professores, auxiliar na
consolidação do conhecimento e no desenvolvimento cognitivo do aluno, enfim,
atribuem-se vários benefícios a este recurso didático.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Mauro. S. T; ABIB, Maria Lúcia. V. S. Atividades Experimentais no Ensino
de Física: diferentes enfoques, diferentes finalidades. Revista Brasileira de Ensino
de Física, v.25, n.2, p.176-194, 2003.
ARRUDA, Sérgio. M.; LABURÚ, Carlos E. Considerações sobre a função do
experimento no ensino de ciências. In: NARDI, R. (Org.). Questões atuais no
ensino de ciências. São Paulo: Escrituras, 1998, p.53-60.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
práticos e em segundo lugar com 32% (09 alunos) as aulas expositivas teóricas
juntamente com aulas práticas. Apenas 3,5% (01 aluno) considerou que o seu
processo de aprendizagem seria melhor se ocorressem somente aulas práticas em
laboratório ou trabalhando com situações reais de resolução, o mesmo percentual
de 3,5% (01 aluno) considerou que o processo melhoraria com visitas técnicas
juntamente com aulas teóricas. Pode-se perceber, diante do estudo realizado que os
alunos gostam de aulas expositivas dialogadas, desde que consigam vincular a
essência prática em seu contexto, seja com exemplos reais ou com aulas em
laboratórios de simulação prática. Contudo, evidenciou-se que não é o método
expositivo que torna a aula cansativa, mas sim, como o professor a conduz.
A 2º questão referiu-se à prática das atividades diárias, adotadas pela
Instituição, que busca a sistematização do aprendizado ocorrido em sala de aula,
preparando os discentes para os novos conteúdos, colaborando para o
aprofundamento das bases tecnológicas, atuando também na melhoria no
desempenho do simulado. Solicitou-se também que os discentes identificassem a
importância da atividade diária para a fixação do conteúdo aprendido em sala de
aula, escolhendo entre as alternativas disponíveis que variavam de extremamente
importante, muito importante, importante, pouco importante e nenhuma importância.
A maioria dos discentes 61% (17 alunos) considerou que a prática da atividade diária
é importante para a fixação do conteúdo estudado em sala de aula.
A 3º questão proposta solicitou que os alunos evidenciassem as possíveis
interferências no resultado de suas menções finais na avaliação dos simulados de
componentes que lhes foram aplicados. As alternativas da 3° questão variavam-se
entre pouco tempo de realização da avaliação, diferença entre a metodologia
utilizada em sala de aula diferente da metodologia utilizada no simulado; dificuldades
de interpretação das questões do simulado; falta de empenho nos estudos; e
dificuldade de realizar avaliações com questões alternativas, com preferência por
questões dissertativas.
Observou-se que 47% dos entrevistados (13 alunos) consideraram que o
fator mais prejudicial para as suas menções finais, referiu-se à dificuldade de
interpretação das questões; 25% (07 alunos) indicaram como causa desfavorável a
diferença entre as a metodologia utilizada em sala de aula e a metodologia utilizada ;
25% (07 alunos) apontaram a falta de empenho nos estudos; e apenas 3%(01 aluno)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANDRÉ, M.E.D.Estudode Caso em pesquisa e avaliação educacional. 3. ed.
Brasília Liber Livro,2008.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
C2: Investigação: pesquisar e validar informações por meio de processos, métodos e instrumentos
científicos.
C3: Proposição: elaborar hipóteses, respostas, conceitos, processos ou produtos que busquem
solucionar uma situação-problema.
H9: Formular hipóteses: elaborar hipóteses ou modelos explicativos que ofereçam soluções viáveis
para situações-problema.
H10: Planejar investigações: propor ou avaliar estratégias para atingir um objetivo ou solucionar
uma situação-problema.
H11: Prever resultados: reconhecer padrões e usar ferramentas do raciocínio para prever evolução
ou resultados de processos.
H12: Propor soluções: elaborar argumento, conclusão ou solução concreta para situações-
problema, apoiado em evidências e informações cientificamente válidas.
C4: Comunicação: usar, interpretar e compreender diferentes linguagens e formas de
comunicação.
H13: Dominar a língua formal: demonstrar domínio da modalidade formal da língua portuguesa oral
e escrita, entendendo e se se fazendo entender.
H14: Construir comunicação: elaborar comunicação coesa, coerente e com progressão temática,
necessárias à construção da argumentação.
H15: Dominar diferentes linguagens: Usar e compreender diferentes formas de comunicação não
textual, como figuras, tabelas, gráficos, símbolos, códigos, fórmulas etc.
H16: Produzir comunicações técnicas: produzir comunicações técnicas, descritivas e analíticas,
próprias das ciências.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BAUER, Martin W.; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto: imagem e som:
um manual prático. Tradução de Pedrinho A. Guareschi.- Petrópolis, RJ: Vozes, 2002
DEWEY, John. Science as subject-matter and as method. Science, 31, 121– 127. 1910.
1. INTRODUÇÃO
da escolha variam de acordo com "nível sociocultural da família” (p. 53). A autora
mostra também que, diante das desigualdades de oportunidades educacionais, as
famílias veem-se ante a obrigação de definir um projeto educativo, de confrontar,
discutir e selecionar os estabelecimentos desejados aos filhos.
Também em meios populares, observa-se que não há passividade, os pais
estão cada vez mais ativos nessa busca (NOGUEIRA; RESENDE; VIANA, 2015).
Como afirmam Resende, Nogueira e Nogueira (2011): “[...] também entre os setores
menos favorecidos da população ocorrem processos ativos e diferenciados de
escolha do estabelecimento de ensino pelas famílias” (p. 967). Os autores afirmam,
ainda, que as escolhas são realizadas por cada grupo social de acordo com as
possibilidades que lhe são próprias, valendo-se dos critérios e recursos (econômicos
e culturais) aos quais tem acesso, resultando no fato de que suas escolhas tenem a
reproduzir as desigualdades às quais estão submetidos.
Costa e Koslinski (2011; 2012) observam que existe uma hierarquia de
escolhas e de oferta na rede pública de ensino, que também contribui para a
manutenção de desigualdades de oportunidades através de mecanismos de seleção
do alunado. Os autores constatam, ainda, a existência de grande competição das
famílias por escolas públicas, havendo um sinalizador de prestígio informal
caracterizado pela corrente de informações.
Investigações sobre a questão da escolha pela escola de ensino médio
foram realizadas por Nascimento (2011) e Cintra (2013), sendo o primeiro voltado
para a oferta escolar e o segundo para a ação familiar. Ambos os estudos
apresentam que os pais são os que mais influenciam nas escolhas escolares dos
filhos. Porém, na leitura e análise dos relatos dos estudantes entrevistados, também
parece-nos possível verificar diferentes contextos influindo no processo de escolha
pela escola.
Tendo isso em vista, e a partir das contribuições dos estudos apresentados,
consideramos importante refletir sobre questões como: quais os critérios de escolha
da escola de ensino médio público por parte dos estudantes das camadas
populares? Existe uma estratégia de escolha ou indicação por uma determinada
escola nessas camadas sociais? Tais reflexões nos parecem ser importantes tanto
para o campo de estudos que tratam da temática da longevidade escolar em meios
populares, quanto para o das desigualdades de oportunidade escolar.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
[…] tinha poucos cartazes, poucos assim que eu digo, uns dois ou três na
escola que tinha. Mas, quase… quase ninguém parava para ler, para ver o
que que era. Eu mesmo não vi pelo cartaz, só fui ver o cartaz depois que a
professora tinha me falado, senão eu também nem estaria sabendo da
escola. (Luiz, 1º ano, automação industrial)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
escolha pelo IFSP. Contudo, as famílias dos estudantes entrevistados não estão
inertes nesse processo de escolha. Participam dela no sentido de, por exemplo,
valorizar e operacionalizar a indicação do professor, de atribuir valor à educação de
qualidade (informada pelo professor em muitos dos casos analisados) e,
principalmente, de seguir viabilizando a escolha do filho, proporcionando transporte
e sustento para que ele se dedique apenas aos estudos. Cabe aqui relembrar
Nogueira, Resende e Viana (2015) quando afirmam que também em meios
populares não há passividade, mas sim meios de interação que vão da participação
em reuniões à liberação dos filhos das atividades domésticas e de trabalho para que
esses possam apenas estudar.
Observamos em todos os processos de escolha analisados no presente
trabalho que há uma forte participação de agentes escolares, e, em especial, de
professores, no sentido de indicar o IFSP. A pesquisa aponta que os professores
exercem papel importante nas histórias aqui analisadas, pois, se não indicaram o
IFSP, promoveram o incentivo e dedicação extra ao ministrar aulas de reforço para
que os estudantes estivessem mais bem preparados para realizar o processo de
seleção da instituição. Tal resultado nos remete à Bourdieu (2002), que discute a
importância dos “sucessos excepcionais” e dos “conselhos dos professores” como
viabilizadores da possibilidade de o “liceu” fazer parte do universo de crianças de
famílias populares.
Para além de um processo de ingresso no IFSP altamente seletivo – o
“vestibulinho” –, os estudantes parecem passar por outro processo de seleção. A
participação central dos professores no processo de escolha pelo IFSP pôde ser
observada nos relatos dos estudantes: tanto a indicação quanto o auxílio desses
professores não se fazem presentes para todos os estudantes, mas apenas para os
“escolhidos”, ou seja, há uma espécie de pré-seleção, por parte dos professores, de
uma parcela de estudantes, julgados os mais dedicados aos estudos, disciplinados,
que atingem as melhores notas. Os eleitos seriam os
“bons alunos”, caracterizados por trajetórias escolares bem-sucedidas. Só
para esses parece haver a indicação do IFSP como uma possibilidade de escolha.
A pesquisa realizada indica que, muito mais do que estratégias de escolha
de um estabelecimento de ensino, parece haver forte influência da escola e dos
professores no processo de escolha pela escola de ensino médio técnico federal nas
camadas populares. A participação da escola torna-se visível ao propiciar
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
764
REFERÊNCIAS
______. O capital social - notas provisórias. In: NOGUEIRA, Maria Alice; CATANI,
Alfredo (Org.). Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 2002.
SOUZA, Maria do Socorro Neri Medeiros de. Estudantes de origem popular nos
cursos mais seletos da UFAC. In: PIOTTO, Débora Cristina. Camadas populares e
universidades públicas: trajetórias e experiências escolares. São Carlos: Pedro &
João Editores, 2014. p. 89-132.
VIANA, Maria José Braga. Em que consiste a excelência escolar nos meios
populares? O caso de universitários da UFMG que passaram pelo programa bom
aluno de Belo Horizonte. In: PIOTTO, Débora Cristina. Camadas populares e
universidades públicas: trajetórias e experiências escolares. São Carlos: Pedro &
João Editores, 2014. p. 13-43.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
alunos entrevistados como alguns dos principais fatores que os levaram a participar
do curso de férias.
Frente ao exposto, entende-se que a orientação pedagógica dos cursos de
férias enquadra-se em um perfil construtivista, ao adotar uma epistemologia que
avalia o conhecimento científico não como um produto pronto, mas como um
processo em construção, resultado da inter-relação entre os sujeitos e o objeto
investigado e seu compartilhamento e discussão entre todos os participantes
(SCHWANTES, 2015).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 1. ed., São Paulo: ATLAS, 2002.
HEIDEMANN, L.A.; ARAUJO, I.V.; VEIT, E.A. Atividades experimentais com enfoque
no processo de modelagem científica: Uma alternativa para a ressignificação das
aulas de laboratório em cursos de graduação em física. Revista Brasileira de
Ensino de Física, v. 38, n.1, p.1504-1515, 2016.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbef/v38n1/1806-9126-rbef-38-01-
S1806-11173812080.pdf
OLIVEIRA, F.L.B.; SILVA, J.M.; VALENÇA, L.L.S.; FREIRE, J.G.; COSTA, L.S. The
practice of science teaching in public schools of Santa Cruz/RN. Holos, ano 26,
vol.5, p.218-226, 2010. Disponível em:
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/574/403
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
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772
1. INTRODUÇÃO
uma vez que a matemática, ao longo da história, atingiu um nível de abstração que
não pode ser facilmente observado no cotidiano.
Assim sendo, podemos levantar a questão dessa pesquisa como sendo: a
pedagogia dos projetos, conforme está sendo empregada nas escolas, condiciona
conteúdos matemáticos à sua manifestação cotidiana pragmática, restringindo o
aluno ao acesso da totalidade possível de apropriação do conteúdo matemático?
Dessa forma, buscou-se por meio dessa pesquisa, analisar as divergências
em relação aos conteúdos entre a pedagogia dos projetos e a Pedagogia Histórico-
Crítica (PHC).
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dessa forma, o cotidiano não pode se configurar como requisito para que um
determinado conteúdo seja introduzido no currículo escolar, visto que, o cotidiano
produzirá no indivíduo o conjunto das objetivações “para-si” que a humanidade
elaborou ao longo de sua história.
É por esse ponto de vista que reiteramos o papel da escola como
transmissora do conhecimento elaborado. Dessa forma, “o povo precisa da escola
para ter acesso ao saber erudito, ao saber sistematizado e, em consequência, para
expressar de forma elaborada os conteúdos da cultura popular que correspondem
aos seus interesses” (SAVIANI, 2008, p. 84). Para a PHC, os conteúdos curriculares
são fundamentais no trabalho pedagógico. Ela resgata o papel da escola enquanto
socializadora do saber elaborado, pois é por meio destes que a classe trabalhadora
será instrumentalizada para transcender as imposições da sociedade capitalista.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
vivianafreitas@yahoo.com.br
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
levantamento dos periódicos que possuíam estratos de maior excelência (A1 e A2)
em Ensino de Ciências no Qualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) (CAPES, 2009, s.p.). Usamos para isso a
Plataforma Sucupira e foi definido o período de 2010 a 2016 para a pesquisa. Por
meio de busca individualizada foram selecionados 29 artigos que compreendiam o
tema nos quatro periódicos. Em seguida, em cada periódico, através de ferramentas
de pesquisa online, foi buscado o termo
“interdisciplinaridade”. Os periódicos selecionados e a quantidade de artigos
encontrados com o termo estão apresentados no Quadro 1.
Ciências
Fonte: As autoras.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
terminologia, e também foi feita uma breve análise. Estas análises não
estãorepresentadas neste trabalho, mas a Tabela 1 apresenta a quantidade
deartigos que tratam do tema interdisciplinaridade, suas respectivas categorias ea
quantidade encontrada em cada periódico.
Revista
Ensaio Brasileira de
Número Investigação Pesquisa em
Pesquisa em Ciência & Educação
total de em Ensino de
Educação em Educação em
Categoria artigos Ciências
Ciências Ciências
Ensino e Aprendizagem de
Conceitos e Processos 9 1 5 3 -
Científicos
Currículos e Educação em
7 1 1 3 2
Ciências
Educação Ambiental e
Educação em Ciências 3 - - 2 1
Formação de Professoresde
Ciências 3 1 - - 2
Processos e Materiais
Educativos em Educação 2 - - - 2
em Ciências
Alfabetização Científica e
Tecnológica, Abordagens 1 - - - 1
CTS-CTSA
Educação em Espaços não-
formais e EducaçãoCientífica 1 - - 1 -
Questões Teóricas e
Metodológicas da Pesquisa 2 1 - - 1
em Educação em Ciências
Políticas Educacionais e
1 1 - - -
Educação em Ciências
Fonte: As autoras.
Hilton Japiassu 6
Erika Zimmermann 3
Yves Lenoir 3
Gérard Fourez 2
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
Grandezas e medidas
Fonte: o autor
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
NETO, Alfredo Veiga. Cultura e currículo: um passo adiante. In: MOREIRA, Antonio
Flavio Barbosa; PACHECO, José Augusto; GARCIA, Regina Leite.
Currículo: pensar, sentir, diferir. 1.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
795
profandreiaduarte@gmail.com lizanata@fc.unesp.br
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
A crescente expansão demográfica da civilização humana, traz uma forte
necessidade de intervenção no meio ambiente, no intuito de se atender as
necessidades essenciais inerentes a oferta de serviços e produtos ligados ao bem-
estar da população. Ao mesmo passo surgem tensões e conflitos quanto ao uso do
espaço e dos recursos naturais em função do aumento da população, acarretando a
degradação ambiental.
Nesse cenário destaca-se o papel da Educação Ambiental (EA) como
mediadora das discussões inerentes a questões ambientais e a influência antrópica
no meio ambiente, por meio do ambiente escolar. Assim, é imprescindível mencionar
que a escola é umas das principais vias de informação e intervenção cidadã, a qual
promove o espírito crítico-cidadão, fatores tão importantes à “homeostase social”.
Conforme Minini (2000), “a Educação Ambiental deve propiciar às pessoas
uma compreensão crítica e global do ambiente”. Além do mais, deve “esclarecer
valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e
participativa dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a
eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado” (MININI,2000).
Para Vasconcellos (1997), “em todas as práticas educativas, da reflexão
sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser
humano com seus semelhantes é condição imprescindível para que a Educação
Ambiental ocorra”.
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conhecer as ações educativas inerentes à temática promovidas pela escola
se torna imprescindível para a diagnose e reflexão da comunidade escolar da
importância dessa temática, acarretando em possíveis proposições de ações entre a
escola e a comunidade no sentido de se ter um ambiente sustentável e homeostase
entre o homem e o meio ambiente. Para isso, os apontamentos para essa seção são
as concepções dos professores, em sua maioria, e alunos, na busca da discussão
desse tema na escola.
15
7 8 10 9 10
3 2
de aula, fazendo com que seus alunos repensem em suas atitudes e suas ações
para com o meio ambiente.
Contudo, ressalta-se que além do papel do professor em tomar atitudes
isoladas, a escola deve fornecer subsídios para o docente desenvolver um trabalho
constante e significativo.
Diante dos depoimentos citados pelos professores é evidente o apoio
pedagógico escolar para atividades dessa natureza, contudo, considera-se e se
propõe que a escola e os professores realizem um trabalho periódico e contínuo
com os alunos afim de alcançar uma significância nas propostas.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme o depoimento do público pesquisado, a abordagem e
contextualização da temática Educação Ambiental ocorre em momentos isolados,
apenas em datas comemorativas ou eventos programados semestralmente, porém é
essencial que seja realizado um trabalho periódico e contínuo, principalmente por se
tratar de um tema tão importante para a vida e convívio social.
Desse modo, é necessário implementar e fazer avançar a abordagem da
temática Educação Ambiental, através da execução de práticas pedagógicas,
trabalhando nas questões de conservação e Sustentabilidade nas instituições de
Ensino, visando a sensibilização em prol do desenvolvimento ambiental para a
sustentabilidade, incorporando esta prática em toda comunidade escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALTAZAR, J. A. et all. Família e Escola: um espaço interativo e de conflitos.
São Paulo. Arte & Ciência, 2006.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais em Ação- Meio Ambiente,1997.
Disponível em:
<http://www.mec.gov.br/sef/estrut2/pcn/pcn5a8.asp>. Acesso em: 20 de Março de
2017.
CERVO, A.L. et al. Metodologia científica. 6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
MININI, apud DIAS, G. F. D. Educação Ambiental – Princípios e práticas. São
Paulo, Gaia, 1992.
OLIVEIRA, G. B. de. (org). O desenvolvimento Sustentável em foco: uma
contribuição multidisciplinar. Curitiba: São Paulo: Annablume, 2006.
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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1. INTRODUÇÃO
os alunos dos 1ºs, 2ºs e 3ºs anos do Ensino Médio - EM, em atividades teóricas e
práticas que os auxiliassem, ao final do Ensino Médio, a conhecer e escolher, de
forma mais tranquila, uma profissão.
As atividades do projeto foram desenvolvidas ao longo dos anos de 2015 e
2016 e envolveram pesquisas, elaboração de textos, entrevistas, palestras, visitas
monitoradas a universidades, culminando com a apresentação, por parte dos alunos
envolvidos, da Feira de Profissões.
Tendo em vista as considerações anteriores, o projeto “Planejando o Futuro
Profissional” teve por objetivo propor um conjunto de estratégias focando a
estimulação, o incentivo e a busca profissional, auxiliando os alunos do Colégio
Nossa Senhora das Dores – CNSD de Uberaba - MG, a escolher e a conhecer uma
profissão. Objetivamos também, que o aluno terminasse o Ensino Médio em
condições de fazer a escolha de sua profissão de forma consciente e tranquila.
O presente projeto pretendeu ainda: proporcionar aos alunos aprendizagens
e vivências em diferentes campos profissionais; promover a socialização fazendo
com que os participantes trabalhassem em equipe, ajudando uns aos outros;
estimular a produção de textos; desenhos; tabelas e atividades diversas sobre as
diferentes profissões e realizar a Feira de
Profissões do CNSD. Esse projeto não objetivou transmitir “receitas” sobre
como escolher a profissão, mas sim criar oportunidades de reflexão e ação sobre a
temática.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3ºs anos EM 43
Total 201
Tabela 03. Número de alunos participantes nos 9ºs anos do Ensino Fundamental II – EFII e 1ºs, 2ºs e
3ºs anos do Ensino Médio – EM, em 2016.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização do presente projeto apresentou resultados satisfatórios no que
diz respeito aos objetivos propostos. Apresentou também um significativo
envolvimento dos alunos, proporcionando maior fidelização, percebida por meio de
conversas formais junto aos alunos, pais e professores, assim como uma maior
integração entre as diferentes áreas do conhecimento humano e suas respectivas
disciplinas. Faz-se necessária a continuidade do desenvolvimento do projeto, que
poderá contribuir com novos dados importantes para a composição dos resultados.
REFERÊNCIAS
ABBOTT, A. The System of Professions. 1ed. Chicago: University of Chicago
Press, 1988.
OLIVEIRA, S. Profissões do futuro: você está no jogo. 1.ed. São Paulo: Integrare,
2013.
INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
O conjunto de dados utilizado no presente estudo tem como fonte a
Secretaria Estadual de Educação de São Paulo – SEE/SP e os Relatórios
Pedagógicos do SARESP (BRASIL, 2013). São consideradas as notas obtidas na
avaliação, especificamente na prova de matemática, pelos alunos da terceira série
do Ensino Médio das escolas estaduais públicas de São Paulo e as respostas dadas
pelos pais dos alunos participantes ao questionário socioeconômico,
correspondentes ao período de 2009 a 2013.
Para medir o impacto das características familiares sobre o desempenho
educacional do aluno, foram consideradas as questões sobre o grau de escolaridade
do pai ou responsável, escolaridade da mãe ou responsável e também sobre a
renda familiar. Ao ser questionado sobre o grau de escolaridade, os pais e as mães
dispunham das mesmas alternativas, dadas por (A) Não estudou, (B) Ensino
Fundamental (1ª a 4ª série) incompleto, (C) Ensino Fundamental (1ª a 4ª série)
completo, (D) Ensino Fundamental (1ª a 8ª série) incompleto, (E) Ensino
Fundamental (1ª a 4ª série) completo, (F) Ensino Médio (antigo 2º grau) incompleto,
(G) Ensino Médio (antigo 2º grau) completo, (H) Ensino Superior (faculdade)
incompleto, (I) Ensino Superior (faculdade) completo e (J) Não sabe. Para a renda
familiar as alternativas são apresentadas por (A) Até R$ 850,00, (B) De R$ 851,00 a
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n �xy �x �y
ρ
n �x 2 �x n �y 2 �y
2 2
(1)
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir das tabelas e gráficos elaborados (os quais não são mostrados aqui
devido ao espaço reduzido para apresentação do artigo), foi possível traçar o perfil
socioeconômico do aluno da terceira série do Ensino Médio da rede pública de
ensino do estado de São Paulo, conforme o nível de proficiência em que se
encontra.
O percentual de alunos classificados no nível mais baixo de proficiência em
matemática, isto é, no nível Abaixo do básico (AB), foi superior a 50% do total dos
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estudantes que realizaram a prova nos anos de 2009 a 2012, e igual a 49,5% em
2013, evidenciando que a maioria dos alunos alcançou pontuação inferior a 275
pontos na avaliação e demonstra domínio insuficiente dos conteúdos, competências
e habilidades desejáveis para a série em que se encontram. No nível Básico (BA),
associado a uma pontuação igual ou acima de 275 e abaixo de 350 pontos e que
compreende os alunos que demonstram domínio mínimo dos conteúdos,
competências e habilidades, mas possuem estruturas necessárias para interagir
com a proposta curricular no ano/série subsequente, o percentual de alunos variou
entre 38% e 43,5%, atingindo maior quantidade em 2013, concomitantemente à
redução no percentual de alunos no nível Abaixo do básico de proficiência em
matemática. O nível Adequado (AD) de proficiência, considerado o esperado pelo
SARESP, abarca alunos com domínio pleno do conteúdo, competências e
habilidades desejáveis para a série em que se encontram e a pontuação
correspondente é igual ou acima de 350 e abaixo de 400 pontos. No período
analisado, o percentual de alunos com proficiência adequada em matemática
permaneceu próximo de 4%, atingindo 6,5% em 2013, evidenciando melhora no
desempenho dos alunos. Menos de 0,5% dos alunos alcançam o nível Avançado
(AV) de proficiência em matemática, o qual exige pontuação igual ou acima de 400
pontos na avaliação e alunos com conhecimentos e domínio dos conteúdos,
competências e habilidades acima do requerido na série em que se encontram.
No que se refere à renda familiar, conforme o nível de proficiência dos
alunos, para a maioria dos alunos classificados no nível Abaixo do básico, a renda
familiar está entre R$ 851,00 e R$ 1.275,00, em todos os anos considerados no
presente estudo. A maior parte dos alunos pertencentes aos níveis de proficiência
Básico e Adequado tem renda familiar entre R$ 1.276,00 e R$ 2.125,00 e entre R$
851,00 a R$ 1.275,00, respectivamente. Para alunos no nível Avançado, prevalece a
renda entre R$ 1.276,00 e R$ 2.125,00.
No questionário socioeconômico aplicado pelo SARESP no período de 2009
a 2013, os pais e as mães dos alunos participantes da avaliação responderam à
questão relativa ao grau de escolaridade.
Os dados evidenciaram que, para os alunos com nível de proficiência Abaixo
do básico (AB), a escolaridade dos pais corresponde ao Ensino Médio (antigo 2º
grau) completo, seguido do Ensino Fundamental (1ª a 4ª) e (1ª a 8ª) incompleto e
completo, em todos os anos. Nos demais níveis de proficiência em matemática, o
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grau de instrução dos pais é similar, com a diferença que, à medida que o
desempenho do aluno melhora, aumentam os percentuais de pais com Ensino
Superior (Faculdade) completo. Em 2009, os percentuais observados para tal nível
de escolaridade foram 3,64%, 5,88%, 10,18% e 15,28% respectivamente para os
níveis de proficiência AB, BA, AD e AV.
Mesmo padrão pôde ser verificado nos demais anos. Entre as mães também
prevalece o Ensino Médio (antigo 2º grau) completo como nível de instrução em todo
o período analisado no presente estudo. No entanto, os percentuais de mães com
Ensino Superior (Faculdade) completo são maiores quando comparados com as
quantidades de pais com tal nível de instrução. Os valores observados em 2009
foram 4,25%, 6,83%, 12,32% e 15,58% respectivamente para os níveis de
proficiência AB, BA, AD e AV. Outra evidência resultante desta análise é que o
número de mães sem estudo é menor que o número de pais sem estudo, fato
observado em todos os anos entre 2009 e 2013.
Após interpretação das tabelas e gráficos elaborados para as variáveis
correspondentes à renda familiar e escolaridade dos pais, partiu-se para a análise
de correlação entre as mesmas com o desempenho do aluno.
Na Tabela 1 são apresentados os valores dos coeficientes de correlação
entre o desempenho em matemática dos alunos da terceira séries do Ensino Médio
com as variáveis “escolaridade do pai”, “escolaridade da mãe” e “renda familiar”, no
período compreendido entre os anos de 2009 e 2013.
Embora reduzidos, os valores correspondentes aos coeficientes de
correlação, apresentados por ano, evidenciam a presença de uma relação positiva
entre o desempenho em matemática e os níveis de instrução dos pais e também
com a renda familiar, uma vez que todos os valores mostrados na Tabela 1 são
positivos. Vale ressaltar que todos os valores obtidos apresentaram significância ao
nível de 1%, corroborando resultados de estudos realizados previamente (citados
na introdução), os quais afirmam que o nível de instrução dos pais atua
positivamente sobre o desempenho do aluno.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALVES, Maria Teresa Gonzaga; SOARES, José Francisco. O efeito das escolas no
aprendizado dos alunos: um. Educação e Pesquisa, v.34, n.3, p.527-544, 2008.
FRANCO, Ana Maria Paiva; MENEZES FILHO, Naércio. Uma análise de rankings
de escolas brasileiras com dados do SAEB. Estudos Econômicos, v.42, n.2, p.263-
283, 2012.
LARSON, Ron; FARBER, Betsy. Estatística Aplicada. 4 ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2010.
1. INTRODUÇÃO
Os conhecimentos biológicos estão assumindo importância cada vez maior
na formação de todos, havendo necessidade crescente de serem compreendidos.
Esses conceitos são fundamentais para os alunos, e como são enfatizados nas
Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais
para o Ensino Médio (PCN+) nos ciclos finais do ensino fundamental os alunos
devem sistematizar concepções científicas mais estruturadas em relação aos seres
vivos, ao uso dos produtos científicos e dos recursos tecnológicos pela sociedade.
As questões ligadas à genética, como as aplicações da biotecnologia
surgem diariamente nos programas de televisão, jornais e revistas. Para Primon e
Rezende (2009) “isso demanda que o cidadão tenha certo grau de conhecimento
científico na área para compreender as potencialidades e as limitações da ciência e
da tecnologia para a participação responsável na sociedade moderna”. (PRIMON;
REZENDE, 2009, p. 2).
Neste artigo utilizou-se o conceito de Alfabetização Científica (AC), pois se
almejou preparar os alunos para uma participação ativa na sociedade. De acordo
com Sasseron e Carvalho (2010) a AC pode ser entendida atualmente como um dos
objetivos que se pretende alcançar com as aulas de ciências.
Para as autoras, a AC pode ser compreendida “como elemento norteador na
elaboração dos currículos para dar conta de promover um ensino capaz de levar os
alunos a investigarem temas das Ciências e a discutirem suas interrelações com a
sociedade e ambiente”. (SASSERON; CARVALHO, 2010, p. 2).
Os indicadores da AC podem, segundo Sasseron (2008), nos oferecer
elementos para afirmar se o processo da AC está em desenvolvimento quando os
alunos trabalham durante a investigação ou discussão de temas das Ciências. São
2. OBJETIVOS
Este artigo tem como objetivo apresentar os indicadores de Alfabetização
Científica (AC) e a estrutura dos argumentos utilizados pelos alunos do ensino
médio em uma sequência didática (SD) de biotecnologia.
Para Fonseca (2005), baseado nos entendimentos de Zaballa (1998), as
sequências didáticas são “um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e
articuladas para a realização de certos objetivos educacionais que tem como
princípio um fim conhecido tanto pelos professores como pelos alunos” (FONSECA,
2005, p.2).
A referida sequência visou oportunizar aos alunos experiências em
processos de produção de conhecimentos científicos onde pudessem debater e
construir ideias em conjunto, bem como utilizar a linguagem matemática para
expressarem situações do seu cotidiano. Estes foram incentivados a discutir temas
da ciência relacionados com a biotecnologia, apresentando seus entendimentos
sobre os conceitos científicos, suas relações com a sociedade e o meio ambiente.
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
Com o propósito de manter oculta a identidade dos alunos, foram utilizados códigos
durante a transcrição dos dados.
Por se tratar de uma SD que envolve várias atividades como já
mencionadas, selecionamos alguns episódios de ensino que trazem discussões dos
alunos e que demonstram envolvimento deles em debates sobre as aplicações da
biotecnologia. Esta SD foi aplicada durante meses de Abril e Maio de 2012 para 37
alunos da 3ª série do ensino médio de uma escola pública da educação básica no
Sul de Minas Gerais.
Am3B Eu sou contra essa ideia, pois o homem não Raciocínio lógico, explicação, Alegação
(Cientista pode com a natureza. O que precisamos fazer levantamento de hipótese, (dado)
2) é viver em harmonia com o nosso meio justificativas e previsão
ambiente. Os transgênicos podem trazer Argumentação: Nível3 Conclusão
desequilíbrio. Só quem pega a fruta direta do Justificativa e
próprio pé ou a verdura da própria horta sabe refutação
qual o sabor que é intensamente maior do que
os transgênicos.Os alimentos transgênicos Entende-se que a fala de Am3B pode ser
agridem a natureza. Pensem no futuro, seus classificada como pertencente ao nível 3 de
filhos, netos, como eles sobreviveram? A Terra argumentação por apresentar uma afirmação
pede socorro. Sociedade abre os olhos o que que possui justificativas respondendo por
essas pessoas que são a favor dos refutação.
transgênicos querem é fazer vocês de
cobaias. É fazer vocês ratinhos de laboratórios
delas. Elas pensam no futuro, no lucro.
Ca3B Mas, eu como produtor discordo de você. Eu Explicação Alegação
(Produtor) acho que os transgênicos “dá” uma garantia Levantamento de hipótese,
maior da plantação que eu estou fazendo. O organização e classificação Conclusão
que eu plantava com o milho comum hoje com das
os transgênicos em um hectare eu consigo informações,previsão,justificati Garantia
produzir muito mais e em menos tempo. Eu va e raciocínio lógico. Qualificador
consigo gerar mais emprego. Como eu modal
emprego bastante gente eu tenho três a Argumentação: Nível 4
O aluno Ca3B utilizou seis indicadores da
AC: raciocínio lógico, na construção de suas
ideias, organização e classificação das
informações; o estabelecimento de uma
explicação para a utilização dos
transgênicos; a proposição de uma
justificativa para tornar seu argumento mais
coerente e a apresentação de uma previsão
para utilização dos produtos transgênicos.
Com esta sua colocação, Ca3B emprega
vários elementos da discussão como
qualificadores e impondo julgamentos que
permite classificar esta sua fala no nível 4 de
argumentação
5. ALGUMAS CONCLUSÕES
Foi possível perceber, nos dois episódios selecionados, que para construir
suas explicações os alunos utilizaram os conceitos científicos em suas justificativas.
O indicador de raciocínio lógico foi encontrado nestas argumentações. Segundo
Sasseron (2011) tal indicador compreende o modo que as ideias são desenvolvidas
e apresentadas, além de se referir à maneira como ideias relacionam entre si,
ilustrando a interdependência que pode existir entre elas. Isso pode ser notado
quando os alunos consideram as falas dos colegas para elaborarem seus
argumentos. Estas falas serviram para garantir as ideias colocadas na discussão ou
para refutá-las.
Durante a discussão do debate observou-se também que a qualidade do
argumento foi aumentando à medida que os alunos ouviam as falas dos colegas
procurando complementá-las ou refutá-las. Este fato coloca este trabalho em
consonância com os autores Driver e Newton (1997), quando mencionam que é
importante não só perceber como os argumentos são elaborados e explicitados, mas
também a qualidade deles que tende a crescer ao longo das discussões quando os
elementos podem ser trazidos à tona e incorporados.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
3. PESQUISA DOCUMENTAL
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quadro 1 - Componentes curriculares da formação geral do 1° ano do ensino técnico integrado em informática
do IFSP - SPO.
Aulas
Componentes Curriculares da Formação Geral Minutos semanais
semanais
Quadro 2 - Componentes curriculares da formação geral do 1° ano do ensino técnico integrado em informática
da ETESP.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
833
Aulas
Componentes Curriculares da Formação Geral semanais Minutos semanais
Artes 3 150
Educação Física 2 100
Matemática 4 200
Biologia 2 100
Química 2 100
Física 2 100
Historia 2 100
Geografia 2 100
Filosofia 1 50
Sociologia 1 50
Língua Estrangeira Moderna - Inglês e Comunicação
2 100
Profissional
TOTAL 29 1450
Fonte: Elaborado pelos autores (2017)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
4. CONVITE FINAL
Enfim, termino este artigo com o convite para uma reflexão sobre o futuro
das escolas e as escolas do futuro, escolas estas que busquem a formação humana,
em seus princípios e valores pedagógicos. A escola que hoje apenas prepara o
aluno para fazer uma prova deverá repensar-se. Precisamos de escolas com uma
gestão sustentável que permitam a longevidade da instituição, seja ela pública ou
privada, sendo geridas e não mais dirigidas; escolas estas que tem que romper
paradigmas e costumes excludentes com leis de inclusão. Muitas destas escolas
têm-se distanciado de seu principal motivo de ser, que é o desenvolvimento integral
de seus alunos, por se distanciarem de sua realidade e por muitas vezes não o ouvi
e ser lenta para mudar. Lipovetsky (2004, p. 88) afirma:
Nada é mais urgente que refletir, refletir, sempre refletir sobre o que deve
mudar nos sistemas educativos para que preparem melhor os jovens a
enfrentar os problemas do presente e do futuro. [...] Precisase avançar
numa via de maior autonomia e responsabilidade dos indivíduos, menos de
disposições éticas e midiáticas que de inovação, imaginação, de
diversificação e de experimentação, aplicadas aos processos de ensino e de
aprendizagem.
Cabe invocar menos a virtude, convocar mais inteligências formadoras.
Tudo ainda está por fazer. A tarefa é interminável, difícil, mas incontornável.
REFERÊNCIAS
AGOSTINI, Nilo. Ética: diálogo e compromisso. São Paulo: FTD, 2010. 152p
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3
Noroeste 0,
41,5 48,0 9,6 9
Litoral 0,
54,7 40,5 4,6 2
Capital 0,
56,9 39,2 3,7 3
Centro 0,
44,0 49,0 6,4 6
Norte 0,
44,3 47,4 7,4 9
Sudeste 0,
46,8 47,7 5,2 3
2014
Sudoeste 0,
47,1 46,3 6,0 7
Nordeste 0,
47,3 46,9 5,4 3
Noroeste 0,
41,7 50,1 7,3 8
Litoral 0,
54,5 42,0 3,3 2
Capital 0,
50,9 45,2 3,8 2
Centro 0,
38,3 54,4 7,0 3
Norte 0,
38,6 51,7 8,7 9
Sudeste 0,
39,2 53,9 6,5 3
2015
Sudoeste 1,
39,0 52,4 7,5 0
Nordeste 0,
39,5 53,6 6,6 3
Noroeste 0,
32,7 56,7 9,8 8
Litoral 0,
45,7 49,9 4,2 2
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados disponibilizados pela SEE/SP.
Figura 1a:
Abaixo do básico Figura 1b:
Básico
pois, enquanto nas demais regiões as distâncias entre os percentuais de alunos nos
níveis AB e BA são menores, ocorrendo até a inversão de posições, como
observado nas regiões Centro, Litoral, Noroeste e Norte, na região Capital tal
comportamento não é observado. Ainda no nível AB, na maioria das regiões, o
percentual de alunos é superior a 50% na maior parte dos anos considerados,
destacando novamente a região Capital, em que tais percentuais foram superiores a
60% em 2009 e 2011, e também a região Litoral, em que se registrou 61,26% dos
alunos no nível AB em 2011. No nível BA destacaram-se as regiões Nordeste,
Noroeste, Norte, Sudeste e Sudoeste, nas quais os percentuais de alunos com
domínio mínimo sobre os conteúdos, habilidades e competências foram inferiores,
porém próximos daqueles observados no nível AB. Embora ainda longe do cenário
ideal, o comportamento temporal desses percentuais sugere uma melhora nos
resultados obtidos pelo SARESP nestas edições, haja vista a queda no percentual
de alunos no nível AB concomitantemente ao aumento no percentual de alunos no
nível BA. As regiões Noroeste, Norte e Sudoeste registraram os maiores percentuais
de alunos no nível de proficiência AD em matemática, o qual classifica o aluno com
domínio adequado ou suficiente dos conteúdos, habilidades e competências
correspondentes à terceira série do Ensino Médio. Enquanto nas regiões Norte e
Sudoeste os percentuais de alunos nesse nível de proficiência foram 8,81% e
7,92%, respectivamente, na região Noroeste foi de 9,56%, sendo este o maior
observado entre todas as regiões no decorrer do período entre 2008 e 2013. O nível
AV apresentou os menores percentuais de alunos em todos os anos analisados.
REFERÊNCIAS
JESUS, Girlene Ribeiro de; LAROS, Jacob Arie. Eficácia escolar: regressão
multinível com dados de avaliação em larga escala Avaliação Psicológica, v3, n2,
p93-106, 2004.
1. INTRODUÇÃO
teóricas propostas por este autor que definem tradições acadêmicas, utilitárias e
pedagógicas do currículo (GOODSON, 2001).
Goodson caracteriza essas três tradições delimitando-as em função dos
conflitos e das negociações que ocorrem em seu interior: a primeira é a tradição
acadêmica, que mantém grupos sociais que circulam nas comunidades disciplinares
vinculados às especificidades das ciências de referência; a segunda tradição é a
utilitária, que recorre para os conhecimentos compartilhados socialmente no
cotidiano, ou seja, aqueles relacionados ao senso comum e que apresentem
qualquer caráter de relevância social. A última tradição é a pedagógica, com uma
abordagem curricular centrada nos estudantes, com ênfase no processo de
aprendizagem e nas metodologias de ensino.
Essas distinções elaboradas por Goodson não devem ser compreendidas de
um modo desarticulado, nem excludente, porém podem nos auxiliar a considerar
sobre a multiplicidade de objetivos que têm formado historicamente a disciplina
escolar Biologia e seus elementos, como os conteúdos de Botânica, que constituem
a centralidade de nossa análise.
METODOLOGIA
1Esse recorte temporal abarca todas as provas do novo ENEM e das três edições anteriores à
reformulação, para que pudéssemos estabelecer um panorama geral das questões relacionadas com o tema da
Botânica. As provas de 2006, 2007 e 2008 foram analisadas na íntegra, pois não separavam as questões por áreas.
Tomamos como referência as provas dos cadernos amarelo.
que divide a Botânica em diversas áreas, entre elas: fisiologia vegetal, morfologia
vegetal, anatomia vegetal, taxonomia e sistemática vegetal, citologia vegetal,
engenharia genética vegetal, biologia molecular vegetal, entre outras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da análise realizada, identificamos o número de questões
relacionadas à Botânica por cada prova, apresentadas na tabela 01 a seguir.
Ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Nº de 7 5 5 4 2 1 3 2 2 0 2
Questõe
s
Fonte: Produção dos autores
Além disso, grande fração dos recursos energéticos do planeta, produzidos tanto no presente
(biomassa) como em tempos remotos (combustível fóssil), é resultante da atividade
fotossintética.
As informações sobre obtenção e transformação dos recursos naturais por meio dos processos
vitais de fotossíntese e respiração, descritas no texto, permitem concluir que
Esta questão consta na primeira prova do então chamado “Novo Enem”. Ela
representa uma ruptura com o perfil utilitário das suas antecessoras, pois é a
primeira que trata dos conteúdos específicos da botânica, ao abordar os temas da
fotossíntese e respiração, que exigem maior compreensão de conceitos científicos,
delineando um perfil mais acadêmico para a questão.
A lavoura arrozeira na planície costeira da região sul do Brasil comumente sofre perdas
elevadas devido a salinização da água de irrigação, que ocasiona prejuízos diretos, como a
redução de produção da lavoura. Solos com processo de salinização avançado não são
indicados, por exemplo, para o cultivo de arroz. As plantas retiram a água do solo quando as
forças de embebição dos tecidos das raízes são superiores às forças com que a água é retida
no solo.
A presença de sais na solução do solo faz com que seja dificultada a absorção de água pelas
plantas, o que provoca o fenômeno conhecido por seca fisiológica, caracterizado pelo(a)
A - aumento da salinidade, em que a água do solo atinge uma concentração de sais maior que a
das células das raízes das plantas, impedindo, assim, que a água seja absorvida.
B - aumento da salinidade, em que o solo atinge um nível muito baixo de água, e as plantas não
tem força de sucção para absorver a água.
C - diminuição da salinidade, que atinge um nível em que as plantas não têm força de sucção,
fazendo com que a água não seja absorvida.
D - aumento da salinidade, que atinge um nível em que as plantas têm muita sudação, não tendo
força de sucção para superá-la.
E - diminuição da salinidade, que atinge um nível em que as plantas ficam túrgidas e não têm
força de sudação para superá-la.
Figura 03: Questão 56 – Fonte: Caderno Amarelo – ENEM 2010
Esta questão deixa em destaque a fisiologia vegetal, que tem se tornando uma
importante área dentro da botânica, pois suas aplicações são de suma importância
para as atividades dos seres humanos na agricultura, meio ambiente e tecnologia,
fornecendo subsídios para estudar a biotecnologia, plantas transgênicas,
biodiversidade vegetal entre outros, o que permitiria uma articulação com a
cotidiano, porém, a questão se construiu em torno de um processo fisiológico
vegetal, aproximando-se mais da perspectiva acadêmica do que utilitária ou
pedagógica.
A) Clone.
B) Híbrida.
C) Mutante.
D) Adaptada.
E) Transgênica.
CONCLUSÕES
Notamos assim que as questões mais recentes foram se tornando mais
complexas, do ponto de vista dos conhecimentos da Biologia/Botânica, em relação
àquelas anteriores a reformulação do ENEM, de forma que elas foram se
permeando de características da tradição acadêmica, em contraposição a
perspectiva mais utilitária das questões que antecederam a reformulação.
Esse movimento, no perfil das questões, se deve possivelmente ao fato do
ENEM ter se tornado um dos principais meios de acesso a cursos de nível superior.
Considerando o status dos tradicionais vestibulares do país, o ENEM necessitava se
estabelecer como uma prova importante e com alto grau de confiabilidade e
legitimidade. Dessa forma, vemos que as questões, de Biologia/Botânica em nossa
análise, se aproximaram da Tradição Acadêmica ao trazerem conhecimentos
próprios do campo científico da Biologia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MAYR, E. Isto é biologia: a ciência do mundo vivo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2008.
RAVEN, H.P.; EVERT, R.F.; EICHHORN, S.E. Biologia Vegetal. 5 ed. 2007.
1. INTRODUÇÃO
Nesse sentido, essa proposta poderia ser refletida à luz de Gramsci (1978),
a partir do método dialético defendido por Marx. Em linhas gerais, implicaria em se
promover uma mudança prática sobre o modo de conceber a pessoa, ao
rompimento estabelecido do ponto de vista ideológico, no qual os indivíduos sejam
de fato constituídos como “sujeitos de direitos”, diante de condições que legitimem
os próprios direitos dos homens. Desse modo, aqui, a Educação poderia ser
interpretada como instrumento de reativação desses preceitos. Tal mudança
paradigmática e prática sobre o modo de conceber os indivíduos se fundamentariam
a partir do desenvolvimento de uma formação que contemple suas múltiplas
dimensões humanas e que poderiam se associar ao “trabalho, ciência, tecnologia e
cultura” (BRASIL, 2013, p. 215). Esse rompimento, em termos educativos,
representa o momento em que os indivíduos que nela atuam possam refletir sobre
seu papel como cidadãos e o reconhecimento do outro como pessoa.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
(E1) – Sim, a escola dispõe uma ementa na qual se deve trabalhar o tema
Humanização. Assim, as discussões são promovidas durante as aulas
teóricas e práticas.
(E2) – Eles nos deixam livres para ensinar os alunos dentro das matérias
que estamos ministrando. São tratados, por exemplo, direito do aluno,
direito do paciente, direito que possuem enquanto profissionais dentro da
área escolhida.
(E3) – Toda aula eu puxo [sic] para o lado da humanização. Explico a eles,
pensem como se estivessem lá ou se fosse uma pessoa que você ama... e
assim que vou levando, né, a parte da humanização.
A sexta questão se refere à forma pela qual têm acesso à informação sobre
EDH. Destacam-se as pesquisas realizadas nos livros didáticos, sites e revistas. No
entanto, os pesquisados desconhecem ou pelo menos não citam os Pareceres
CNE/CP nº. 8/2012 e a Resolução CNE/CP nº. 01/2012 – Diretrizes Nacionais para a
Educação em Direitos Humanos. Assim, a ausência ou desconhecimento desses
documentos pode contribuir para que o currículo não cumpra, de fato, “um plano
educativo” entremeado por conteúdos e valores que proporcione a criação deste
escopo no qual se espera alcançar.
A sétima questão aponta para a “dificuldade enfrentada na utilização da
temática humanização na escola” e, assim, atestaram a ausência de quaisquer
dificuldades com relação ao ensino dessa temática.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
O sistema educacional brasileiro é composto por dois níveis, a saber:
Educação Básica e Ensino Superior. O Ensino Médio, última etapa da Educação
Básica, representa para alguns jovens a transição para o nível superior, enquanto
para outros marca o início das relações com o mundo do trabalho. Analisando a
recém-aprovada lei 13415/2017 (BRASIL, 2017) que propõe modificações no Ensino
Médio, identificamos que haverá mudanças significativas no currículo, na carga
horária, mas, sobretudo na perspectiva de formação dos jovens brasileiros,
agravando ainda mais as desigualdades. Embora tenha sido aprovada por medida
provisória, justificada pelo caráter de relevância e urgência, a referida lei que trata
sobre a reforma dessa etapa não esclarece em definitivo, pelo menos até o presente
momento, como será o “Novo” Ensino Médio. As respostas aos vários
questionamentos, inclusive sobre a Educação Física, têm sido atreladas à Base
Nacional Comum Curricular, que se encontra, ainda, em processo de elaboração.
O Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação vinculado à
Universidade Federal de Goiás – CEPAE/UFG foi cenário em 2004 de uma reforma
do Ensino Médio aparentemente semelhante à proposta em curso no âmbito do
governo federal. Implementou um currículo composto por núcleo comum e flexível,
em que o estudante no ato da matrícula fazia opção por uma área de conhecimento.
Contudo, a proposta do CEPAE/UFG distancia-se da proposta em curso, sobretudo
quando prima essencialmente pelo enriquecimento do currículo e consequentemente
da formação humana dos estudantes. Não há prejuízo da carga horária de formação
geral no turno regular, e ainda no contra turno “cada aluno deverá completar seu
currículo escolhendo semestralmente as disciplinas acessórias optativas que deseja
cursar (...)”(DELGADO et al, 2005, p.9).
Certamente boa parte deles tem vivenciado no seu processo de escolarização uma
Educação Física pautada por teorias progressistas, orientadoras desse processo.
2. METODOLOGIA
Trata-se de uma investigação de natureza qualitativa que se constituiu como
um estudo de caso sustentado no método histórico dialético. A opção pela
abordagem do estudo de caso justificou-se por caracterizar-se como “[...] um estudo
aprofundado de uma unidade em sua complexidade e em seu dinamismo próprio,
fornecendo informações relevantes para tomada de decisão” (ANDRÉ 2002, p. 49).
Desvelou-se, assim, uma situação específica da última etapa da Educação Básica
do CEPAE-UFG.
Enquanto técnica de coleta de dados com vistas a apreender a percepção
dos alunos sobre o componente curricular Educação Física, foram distribuídos
questionários. Compreendemos que o questionário foi o instrumento mais adequado
para este fim, pois é
“...a técnica de investigação composta por um número mais ou menos
elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por
objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses,
expectativas, situações vivenciadas, etc.” (GIL, 1999, p.128)
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os sujeitos dessa pesquisa são 100 estudantes do total de 154
matriculadosnas três séries que compunham o Ensino Médio do CEPAE/UFG em
2016. Os critérios de inclusão e exclusão foram respectivamente: estar matriculado
no Ensino Médio e devolver os Termos devidamente preenchidos e assinados,
concordando em participar da pesquisa. No caso dos menores de idade era
necessária também a autorização do responsável.
A participação no estudo era de caráter voluntário e não obrigatório, deste
modo pode se concluir que houve mais interesse por parte das meninas em
participar, pois quase 70% das respostas dizem respeito à opinião feminina. Fato
surpreendente, pois, no contexto histórico específico da área “é incômoda a
constatação de que meninas ainda ocupam em minoria o lugar de Protagonista
nas aulas de educação física.” (JACÓ, 2012, p. 18)
A média de idade esteve entre 16 e 17 anos e mais da metade dos
participantes dessa pesquisa, confirmando a suposição apresentada anteriormente,
responderam que estudam no CEPAE/UFG desde o Ensino Fundamental – séries
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iniciais. O que nos permite afirmar que parte significativa desse grupo possivelmente
foi influenciada pela proposta do Departamento. O CEPAE/UFG é uma instituição
pública cujo ingresso, desde o ano de 1988 tem se dado exclusivamente por meio
de sorteio de vagas, permitindo assim, o acesso de toda comunidade. Mesmo diante
dessa forma democrática de acesso, verificou-se nesse estudo um alto número de
estudantes vinculados a funcionários e/ou estudantes de outras unidades que
compõe a UFG.
Aparentemente esse dado pode gerar uma falsa ideia de que haveria
reserva de vagas para a comunidade acadêmica, o que não acontece desde 1976.
Contudo, não podemos deixar de ressaltar que boa parte dos estudantes
matriculados nessa Instituição pertence a um meio social favorecido. Em
decorrência da localização do campus, mais isolado do centro da cidade, e da
jornada escolar dupla, o acesso e permanência dos estudantes nessa instituição já
caracteriza uma forma de seleção. Aqueles que não residem nos bairros próximos
precisam ter condições financeiras suficientes para custear o transporte e a
alimentação diária, caso contrário nem irão pleitear a vaga.
As vagas são muito disputadas, pois, é inegável que a inserção dos
estudantes num espaço acadêmico qualificado, como o da UFG, também vai gerar
motivos, interesses e necessidades de alta ordem em cada um desses sujeitos. O
que pode ser confirmado nos números dessa pesquisa onde ampla maioria indica
interesse em cursar o ensino superior.
É perceptível, em boa parte dos estudantes do CEPAE/UFG uma enorme
preocupação com a escolha da profissão. O que de certa forma é corroborado pela
escola quando solicita, no momento da matricula no Ensino Médio, que o estudante
faça opção pela área de conhecimento em que deseja aprofundar seus estudos.
Para Anjos e Duarte (2016, p 201)
(...) as disciplinas ministradas na escola são valorizadas conforme a futura
profissão. “Quando se pergunta quais são as matérias mais interessantes,
recebem-se as seguintes respostas ‘gosto, sobretudo, das matemáticas, e o
que menos gosto é a anatomia, porque nunca serei médico’, ‘depende do
que penso ser na vida. “ (LEONTIEV,
1960, p 353)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos questionários permite concluir que embora a proposta de
Educação Física do CEPAE/UFG seja um avanço, ela ainda não se materializou no
trabalho pedagógico dos professores do departamento e consequentemente na
compreensão dos alunos frente a este componente curricular. Mantem-se, ainda,
uma visão restrita de Educação Física pautada em aspectos compensatórios e de
saúde expressa na fala dos estudantes que participaram desse estudo.
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. Editora Atlas, São Paulo
1999.
JACÓ, Juliana F. Participação nas aulas: pensando a educação física escolar sob a
perspectiva de gênero. Texto apresentado na mesa redonda 03 do IV Seminário de
Metodologia de Ensino da Educação Física da Faculdade de Educação da USP –
SEMEF, 2012.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa, partindo do princípio de que, o acesso à educação é
garantido como direito social do cidadão tanto pela Constituição Federal de 1988,
quanto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA/90), busca conhecer de que
forma esta política pública chega à população, considerando os aspectos inerentes a
realidade social que particularizam as relações sociais existentes na sociedade.
A evasão escolar pode ser percebida apenas como a não inserção ou não
permanência do aluno na escola. Porém, é tarefa de todo educador, transpor tais
reflexões e concepções e reconhecer como uma das expressões da questão social,
sendo uma situação inerente ao contexto do sistema capitalista, vivenciado por
muitas crianças, adolescentes, escolas e famílias. Faz-se necessário refletir, que as
desigualdades socioeconômicas se expressam nas mais diversas formas na
sociedade e dentre elas, o acesso, permanência e a própria estrutura do ambiente
escolar são colocadas de maneiras diferentes para cada pessoa, dependendo da
realidade em que vivencia.
Entende-se que a escola é um local de extrema importância à participação
da família, por isso, considera-se que a interlocução entre família e escola, é
necessária para a construção de uma educação emancipadora e que caminhe para
a real cidadania das pessoas, no sentido da existência de uma educação de
qualidade e para todos, onde haja a possibilidade em refletir sobre as maneiras de
participação da população na busca da efetivação de seus direitos e que então os
indivíduos saiam de sua condição de alienação e se reconheçam enquanto sujeitos
de sua própria vida.
OBJETIVOS
O objetivo geral dessa pesquisa é identificar os fatores sociais, culturais e
econômicos que contribuem para a evasão escolar dos jovens no ensino Médio da
escola pública. Com isso, os objetivos específicos buscam refletir a participação da
família na vida escolar dos alunos do Ensino Médio e conhecer a atuação dos
profissionais da educação no trabalho em garantir o acesso e a permanência do
jovem na escola.
PERCURSO METODOLÓGICO
A presente pesquisa é de abordagem qualitativa, que de acordo com Minayo
(2015, p.21) busca conhecer um determinado aspecto da realidade que não pode
ser quantificado. Ainda foi realizada pesquisa bibliográfica para que se construa
base teórica necessária para a apreensão e desenvolvimento do tema estudado e
ainda a pesquisa de campo, com a intenção de aproximar-se da realidade social da
instituição de ensino, estudantes e familiares para que assim seja possível conhecer
quais os fatores sociais, econômicos e culturais que contribuem para a existência da
evasão escolar.
A pesquisa de campo foi realizada em uma escola pública no município de
Patrocínio Paulista/SP, e pode conhecer a realidade da evasão escolar do jovens de
ensino médio. E como sujeitos da pesquisa foram três profissionais da educação:
diretora, coordenadora e mediadora. Ainda foram entrevistados (as) três jovens que
vivenciaram situação de evasão escolar e dois familiares, pela razão de estarem
diretamente envolvidos com a evasão escolar e com a participação da família na
escola. Os critérios de escolha desses sujeitos ocorreram com a aceitação e
indicação da gestora da escola. As entrevistas ocorreram segundo os princípios
éticos e a aprovação do Comitê de Ética da universidade
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A política de educação no Brasil muito se transformou no decorrer de toda a
história do país, contudo, percebe-se que desde o Brasil colônia a educação era
destinada a apenas uma parcela da população que possuía algum “poder”
econômico dentro da sociedade, e com isso as demais pessoas tinham a única
opção de vender a sua força de trabalho, sujeitas à condições de trabalho
precarizadas para manter a sua subsistência.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa refletiu os fatores sociais, econômicos e culturais que
contribuem para a existência da evasão escolar. Percebe-se que as situações que
influenciam a permanência do aluno na escola são diversas, pois dizem respeito a
necessidade de trabalho dos jovens, ao seu aprendizado relacionado com sua vida,
aos relacionamentos amorosos na adolescência, seguidos pelo nascimento de
filhos, as condições precárias de vida, dentre outros. Com isso, é necessário se ter
uma visão de totalidade da situação desse jovem, bem como da sua realidade
pessoal e familiar.
No que diz respeito a relação família escola, são muitos os famílias
submetidas à condições de trabalho precarizadas, cm altas cargas horárias,
desemprego, e todas as consequências da relação capital trabalho, que se
concretizam na realidade da população e assim, refletem no ambiente escolar.
Considerando ainda uma cultura de não participação, que é fortemente presente na
sociedade atual, é preciso romper com paradigmas e preconceitos, criando nas
escolas espaços de participação que vão além das reuniões bimestrais, mas
reforçando ainda, a importância da presença da família nas decisões da instituição
de ensino, com base numa gestão democrática.
Em suma, ainda há um caminho a percorrer para que a permanência dos
estudantes na escola seja efetivada, e a gestão democrática aconteça. A relação
família e escola deve ser fortalecida, considerando que família e escola têm espaços
específicos na sociedade e conjuntos na educação de “seus filhos”. Uma
interlocução efetiva entre as duas partes pode contribuir intensamente na construção
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REFERÊNCIAS:
BASTOS, L. D. S. Gestão democrática da escola pública. 2012.
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
Franca/SP. (Mestrado em Serviço Social)
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
argumentar e de contextualizar, que são destacadas pelo Currículo como metas para
o ensino de Matemática. Em muitos trechos do documento, o ensino por meio da
problematização é destacado como uma estratégia favorável ao desenvolvimento da
aprendizagem dos alunos.
O documento curricular, que deixa a critério dos educadores a escolha pela
melhor metodologia a ser utilizada, oferece sugestões favoráveis à utilização de
atividades inspiradas na Resolução de Problemas. Para compreendermos a forma
como a Resolução de Problemas é desenvolvida em sala de aula, ou seja, como as
ideias do Currículo são postas em ação, numa nova fase da pesquisa será analisado
o Caderno do Aluno (material utilizado pelos alunos da rede estadual de Ensino do
Estado de São Paulo) e, finalmente, serão realizadas entrevistas com professores
de Matemática de uma escola pública estadual com o objetivo de buscar
compreender as visões desses educadores sobre a Resolução de Problemas e seu
uso em sala de aula.
REFERÊNCIAS
brunamcris@hotmail.com
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Nosso objetivo com a pesquisa e ao utilizar o material do ensino público
paulista para análise é de identificar como o conteúdo de história e cultura
afrobrasileira e africana é contemplado no mesmo. Esse conteúdo passou a ser
2
obrigatório a partir da lei 10.639/03 e 11.645/08 em todo currículo escolar. Para
essa comunicação optamos por trazer uma breve discussão acerca de currículo
1 O caderno do professor está organizado em: Carta direcionado aos professores; sumário;
Apresentação do Programa São Paulo Faz escola; Ficha do caderno; Orientações sobre os conteúdos do
bimestre; Situações de aprendizagem; propostas de questões para aplicação em avaliação; propostas de
situações de recuperação; recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno e considerações finais.5
Representada por Maria Helena Guimarães de Castro.
2O processo para efetivação dessas leis, a discussão das mesmas e do ensino de história
e cultura afro-brasileira não serão o foco dessa comunicação por ser uma breve análise, o
aprofundamento da temática se dá na dissertação referenciada acima.
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METODOLOGIA
A opção metodológica utilizada na pesquisa foi a Análise de Discurso, na
versão francesa, pois a mesma não pensa o discurso enquanto fala, nem enxerga a
língua como algo fechado em si mesma, ela pretende relacionar em seu quadro
teórico a língua e o discurso, sem haver uma regra especifica, pois relação vai
depender de cada formação discursiva 1. Essa análise acredita que um discurso é
muito mais que transmissão de informação, pois dentro dele podemos identificar o
processo de significação feito até o momento de sua exposição, quando é revelador
de uma história, do processo de construção do sujeito. A proposta dessa
metodologia é não deixar que o analista fique preocupado em estudar a totalidade
de um discurso, segundo Lima, “[...] ele extrai dela um subconjunto, que podemos
denominar corpus, constituído de pelo menos dois posicionamentos discursivos,
mantendo relações particularmente fortes.” (LIMA, 2003, p. 82).. A AD também
procura ao invés de propor resultados às questões, colocar questões, pois o
pensamento de Pêcheux para os instrumentos científicos era justamente esse, o de
propor algo diferente do que se conhecia na época que era o estruturalismo, o
materialismo histórico e a psicanálise. (GADET; HAK, 1993). O não dito também é
importante para essa análise, pois em um discurso sempre se fazem presentes o
pressuposto e o subentendido, que também estarão presentes no processo de
interpretação daquele discurso, sempre levando em consideração o contexto, a
ideologia.
RESULTADOS
Resumindo a análise que realizamos em todos os exemplares do Caderno
do Professor do Ensino Médio, podemos destacar: no primeiro volume da primeira
série do ensino médio é trabalhada a presença dos africanos na origem da
humanidade e principalmente a contribuição dos egípcios para isso em uma situação
de aprendizagem que é dividida com o estudo da mesopotâmia com a justificativa de
fazer com que os alunos vejam semelhanças e diferenças entre esses povos. Assim
1 A noção de formação discursiva se define como aquilo que numa formação ideológica dada determina o que
pode ser dito.
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como a grande importância dada à antiguidade grega, porque será que o início da
história da humanidade dada pelos africanos não recebe o mesmo destaque e
importância? ; No quarto volume do 1º Ensino Médio, As sociedades africanas da
região subsaariana são tema da situação de aprendizagem 3 (três), e devido à “[...]
indisponibilidade ou produção reduzida de materiais didáticos sobre a história e a
cultura africanas para o Ensino Médio levou-nos a centrar esta atividade em torno de
alguns excertos informativos a esse respeito”. (SÃO PAULO, 2009, 1ª série, volume
4, p. 25). Podemos perceber que no discurso dos próprios proponentes do currículo
é perceptível uma deficiência na produção de material didático que contemple a
história do continente africano. Para que o conteúdo proposto seja trabalhado, o
Caderno do Professor disponibiliza trechos historiográficos que abordam essa
temática, utilizando o livro Ancestrais: uma introdução à história da África Atlântica
de Mary Del Priori e Renato Pinto Venâncio. Em nossa pesquisa de mestrado
exploramos todos os volumes do Ensino Médio.
Partindo de nossa análise do discurso do Caderno do Professor utilizado nas
escolas da rede pública paulista, percebemos que há sim um esforço na tentativa de
uma modificação na visão que os alunos e, consequentemente, a sociedade
possuem em relação aos povos africanos e afrodescendentes. Muitos conteúdos
contemplados no ensino médio, por justamente terem sido pensados a partir de uma
visão europeizada da história, acabam por não contemplarem a presença, nos
materiais e nas aulas, do ensino de história e cultura afro-brasileira. Verificamos que
há uma modificação no discurso do material, mas não percebemos a materialização
dessa modificação ao longo das situações de aprendizagem com os conteúdos
propostos.
CONCLUSÕES
Podemos concluir que existem algumas lacunas presentes no material, entre
elas temos as seguintes: não percebemos o reconhecimento da importância da
oralidade para as sociedades africanas e também para os afro-brasileiros;
subestima-se a organização social, econômica e política da África Subsaariana pelo
uso de poucos livros e materiais, além de pequenos excertos textuais; também é
pouco trabalhada a questão da religiosidade africana; deixa-se de explorar as
regiões africanas com seus povos, histórias e costumes como da África Oriental,
Ocidental; também é superficialmente trabalhada a história da escravidão do ponto
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de vista dos escravos, que mostrasse sua tradição cultural, histórica e religiosa
trazida da África e enraizada no Brasil; não se evidencia, ainda, uma mudança de
postura para uma discussão crítica da história da África e afro-brasileira, tampouco
em relação à temática da ocupação colonial na perspectiva dos africanos; por fim,
não se percebe a importância de datas importantes para o Brasil que relembre lutas
e conquistas dos africanos e afro-brasileiros, entre outras questões. Pensar o ensino
de história a partir de uma visão única, no caso a europeia, não faz sentido, já que
nossa história, cultura, costumes, músicas, roupas, língua não possuem origem
exclusivamente europeia, contando também com identidades africana e indígena,
além de outras. A cultura e história do negro brasileiro e também africano não pode
ser vista como curiosidade; deve, sim, ser vista como história, história essa que
formou o Brasil em que hoje vivemos.
REFERÊNCIAS
FRANÇOISE, Gadet; HAK, Tony (Org.). Por uma análise automática do discurso:
uma introdução a obra de Michel Pecheux. Trad. Bethania S. Mariani, Campinas,
SP: Ed. Da UNICAMP, 1993.
LIMA. Maria Emília Amarante Torres. Análise do discurso e/ou Análise de Conteúdo.
Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 9, n. 13, p. 76-88, 2003.
ORLANDI, Eni. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas, SP:
Pontes, 1999.
SÃO PAULO. Estado lança 10 metas para a educação até 2010. SEE. Disponível
em: http://www.saopaulo.sp.gov.br/acoes/educacao/metas/acoes.htm. Acesso
em: 20/09/2012.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
A amostra é composta por 120 alunos, de ambos os sexos, com idade entre
15 e 18 anos, estudantes do Ensino Médio de uma escola pública de Barretos – SP.
Foram avaliadas uma turma do primeiro, uma do segundo e uma do terceiro ano,
contendo 40 alunos em cada. O diretor assinou o Termo de Consentimento
autorizando o estudo e a participação foi voluntária.
Foi aplicado um questionário para investigar a visão dos alunos sobre as
aulas de Educação Física. As perguntas eram 1- As aulas de Educação Física; 2-
Sua Motivação em aulas de Educação Física; 3- Motivação do professor (a) de
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Educação Física; 4 - Gostaria que fosse introduzida alguma atividade diferente nas
aulas de Educação Física? As alternativas de respostas eram “Ruim”, “Regular”,
“Bom”, “Excelente” para as três primeiras questões e “Sim” e “Não” para a última
questão.
O material utilizado foi feito com tudo de látex com três diâmetros diferentes,
número 200, 205 e 210, com 102 cm de comprimento, pegadores feitos com
mangueira, cadarço de mochila para amarrar a mangueira no tubo e fita isolante
para proteger a amarração. O mesmo foi apresentado aos alunos mostrando alguns
exercícios possíveis de se realizar. Os exercícios apresentados foram um para cada
região muscular, sendo peitoral, dorsal, bíceps, tríceps, ombro, quadríceps e
panturrilha. Foi mostrado que a espessura do diâmetro modifica a dificuldade do
exercício e os benefícios que tem esse treinamento aos alunos.
Após a apresentação do material, foi aplicado outro questionário a fim de
investigar a opinião sobre a proposta. As perguntas foram: 1- Qual sua avaliação
sobre a atividade proposta? 2- Você gostaria que esta atividade fizesse parte das
aulas de Educação Física? 3- Essa proposta lhe motivará a praticar atividades
físicas? As alternativas de respostas eram “Ruim”, “Regular”,
“Bom”, “Excelente” para a primeira questão e “Sim” e “Não” para as duas
últimas questões.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BERLEZE, A.; VIEIRA, L. F.; KREBS, R. J. Motivos que levam crianças à prática
de atividades motoras na escola. R. da Educação Física/UEM.
Maringá, v. 13, n. 1, p. 99-107, 1. sem. 2002.
1. INTRODUÇÃO
Educação Inicial; EP: Educação Primária; ES: Educação Secundária; EMB: Educação Média Básica;
EMS: Educação Média Superior.
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do INE – Censo 2004 e 2011. Disponível em:
http://www.ine.gub.uy/
A modesta ampliação de vagas na Educação Inicial no Uruguai confirma o
diagnóstico apresentado pelo Relatório da Unesco de 2013 sobre a situação
educacional na América Latina e no Caribe, apontando que as oportunidades
educacionais para as crianças de três a seis anos na região, de um modo geral,
fizeram progressos lentos na expansão do acesso à Educação Inicial e, até mesmo,
da Educação Primária. A taxa líquida da média regional da matrícula na Educação
Inicial aumentou de 55,5%, em 1990, para 66% em 2010 (UNESCO, 2013).
Apesar do tímido progresso observado na cobertura da Educação Inicial no
Uruguai, é necessário enfatizar que há uma grande desigualdade no acesso à
educação pré-escolar, que tende a prejudicar, especialmente, as populações que
mais se beneficiariam da participação neste nível educacional: as crianças oriundas
de famílias de baixa renda, que vivem em áreas rurais e indígenas. A situação mais
crítica está voltada para a população de zero a três anos, pois o Estado Uruguai não
reconhece essa etapa formativa enquanto obrigatória e gratuita (SILVEIRA, 2014).
Embora tenha ocorrido a expansão de oportunidades educacionais para a
Educação Infantil na América do Sul, o problema ainda persiste no que se refere às
desigualdades em termos de acesso, bem como de qualidade, dessa etapa de
ensino. Conforme Silveira (2014), nos países da região, como é o caso do Uruguai,
tem-se concentrado a atenção em crianças com idades mais próximas da entrada na
Educação Primária, enquanto para crianças com menos de quatro anos, o cenário
ainda é preocupante.
Ainda que o Uruguai não figure entre os países mais desiguais da América
Latina, a desigualdade social também é característica presente no país e representa
o principal desafio a enfrentar nas políticas voltadas para a Educação Inicial. Barcia
(2015) afirma que crianças que vivem em setores mais pobres e mais
marginalizados continuam a ter menos oportunidades de educação pré-primária e,
por sua vez, estes serviços tendem a ser de qualidade inferior. O quadro,
certamente, trará impactos para o aumento da desigualdade nas próximas gerações
não só do Uruguai, mas também das demais sociedades latino-americanas.
Contudo, a considerável diminuição demográfica, a pobreza infantil e a
demanda reivindicada pela sociedade civil têm figurado nas principais discussões
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, os cursos técnicos de nível médio tiveram grande
investimento governamental. Com a Lei Nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, foi
instituído a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, na qual
é formada por Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e outras
instituições que também ofertam educação profissional em todos os níveis, tais
como os Centros Federais de Educação Tecnológica, as Escolas Técnicas
Vinculadas às Universidades Federais, à Universidade Tecnológica Federal do
Paraná e o Colégio Pedro II localizada no Estado do Rio de Janeiro (BRASIL, 2016).
A política de expansão de cursos técnicos profissionalizantes em todo o país
incentivou grande adesão por parte dos discentes a essa modalidade de ensino. O
Censo Escolar da Educação Básica 2013 ratifica a “trajetória de expansão da
matrícula na educação profissional, que em 2007 era de 780.162 e atingiu, em 2013,
1.441.051 matrículas” (INEP, 2014, p.10). Dentre esses números, o supracitado
Censo informa que 228.417 matrículas pertencem as Instituições Federais
espalhadas no Brasil. Paralelo a expansão da educação profissional integrada,
concomitante e subsequente ao ensino médio, o Instituto Metrópole Digital (IMD)
situado no Estado do Rio Grande do Norte (RN) passou a ofertar cursos técnicos
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
914
2. METODOLOGIA
A pesquisa tem caráter quantitativo e exploratória. Para tanto, foram
estudados 38 discentes do módulo básico (semestre 2016.1) dos cursos técnicos do
IMD na UFERSA campus Mossoró. Este módulo em especial percorreu entre os
meses de fevereiro a junho de 2016. Os cursos técnicos do IMD são divididos em
quatro módulos, quais sejam Básico, Intermediário, Avançado e Integrador.
Os sujeitos excluídos da pesquisa são alunos evadidos e reprovados por
frequência, uma vez que ao final do curso não possuem rendimento acadêmico que
possa ser mensurado, já que as notas são apenas das primeiras atividades ou até
mesmo não haver notas. Assim, os alunos foram selecionados por meio de
conveniência em uma amostra não probabilística. As informações de rendimento
acadêmico dos discentes nos encontros presenciais foram coletadas por meio de
consulta ao banco de dados virtuais do Sistema de Gestão de Atividades
Acadêmicas – SIGAA, um software acadêmico de uso via web pelo IMD.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os cursos técnicos do IMD possuem discentes de ambos os sexos, todavia
o sexo masculino é predominante, com a representatividade de 89,47%. A média de
idade dos discentes é de 18,44 anos com desvio padrão de 3,78 e o rendimento
acadêmico é de 6,31 com desvio padrão de 0,90, dentre eles 28,94% trabalham e
18,42% residem em outros municípios. A carga horária de trabalho dos discentes
tem média de 8,73, com desvio padrão de 15,83.
Os discentes dos cursos técnicos do IMD no polo da UFERSA campus
Mossoró necessitam se deslocar uma vez por semana para os encontros
presenciais, uma vez que o plano pedagógico está estruturado na EaD de
modalidade semipresencial. Para identificar a distância geográfica do discente com o
seu polo, ela foi subdividida em 3 grupos, quais sejam: residência no município do
polo, nos municípios circunvizinhos e em municípios distantes e de outros Estados.
A tabela 1 apresenta os resultados da análise de variância entre a distância e o
rendimento acadêmico, onde observa-se p-valor maior que 0,05. Assim, é possível
dizer que não há diferença estatisticamente significativa entre os grupos desta
variável. Todavia, um ponto importante que deve ser observado é que os discentes
com residência distantes e de outros estados possuem média de rendimento
acadêmico superior aos demais.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LIMA, Carmem Tassiany Alves de; CASILLO, Danielle Simone da Silva. Analise do
fator gênero nos cursos técnicos do Instituto Metrópole Digital no polo da Ufersa
campus Mossoró. In: Congresso Nacional De Educação, 3., 2016, Natal. Anais. On
Line: Realize, 2016. v. 1, p. 1 - 11. Disponível em:
<http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV05
6_MD1_SA11_ID9211_15082016225846.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2017
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
que ouvir o estudante surdo que diretamente beneficia-se ou sofre com as práticas
instituídas é estratégia essencial para repensarmosas práticas.
REFERÊNCIAS
masoyki@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
Em educação, a escolha das formas de trabalho sempre exige a articulação
de vários princípios institucionais de natureza formativa, ética e política, que
podem inclusive entrar em conflito entre si. Tais princípios não são passíveis
de ser “testados” como “hipóteses”, pois não se referem à “verdade” ou
“falsidade” de uma tese, mas ao significado educativo de certas práticas
docentes. Podemos, por exemplo, crer que a própria autonomia dos
professores na escolha de determinado modo de trabalho seja um valor
mais importante a cultivar no contexto da formação educacional do que a
suposta eficácia de uma forma de trabalho ou de um material padronizado.
Trata-se, nesse caso, não de uma hipótese a ser verificada, mas de um
julgamento e de uma escolha que podem ser racionalmente justificados e
debatidos, mas não cientificamente testados.
(CARVALHO, 2011, p. 315)
2.METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sabendo que este tipo de conhecimento descrito por Young só poderá ser
adquirido se os docentes tomarem para si a tarefa da educação como uma
responsabilidade, é necessário que se trabalhe em conjunto e que todos os
docentes se preparem bem para atingir a meta que se coloca.
O ensino de Filosofia possibilita a abordagem histórica e temática, entre
outras. Os trabalhos interdisciplinares podem ser inseridos nas duas abordagens,
sem que se percam as especificidades do ensino de Filosofia. Pombo destaca
formas diferentes de interdisciplinaridades, e explica que algumas destas formas são
mais adequadas para o que pretendemos; ou seja, sem correr risco de perder o rigor
de cada disciplina, segundo Pombo, a fronteira do conhecimento poderá se perder
se não houver o cuidado com o trabalho interdisciplinar:
Hoje as fronteiras são porosas. E nós, que havíamos sonhado com o
seu derrube, sentimos que, sem elas, o mundo se tornou menos seguro. A
banalidade derrubou não apenas a fronteira entre a arte e o bom senso,
mas todas as fronteiras. Tudo pode ser incluído, misturado, amalgamado,
simplesmente junto, lado a lado. Ora, a interdisciplinaridade é uma palavra
que tem sido convocada para descrever este domínio do indiferenciado. Ela
surge tanto para sancionar essa diluição das fronteiras - espécie de
sinônimo de capitulação face aos rigores que todas as posturas disciplinares
implicam - como para referir o controle e exploração (leia-se potenciação)
da transversalidade entre conhecimentos que a anulação das fronteiras
entre disciplinas pode favorecer. (POMBO, 2004, p.203).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
sem perder a ideia do que se deseja alcançar com o projeto. Acredita-se que o
ensino de Filosofia seja um excelente meio de chegar a cabo nesta tarefa.
REFERÊNCIAS
YOUNG, Michael. Para Que Servem as Escolas? Trad. de Márcia Barroso, com
revisão técnica de Maria Inês Marcondes. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 101, p.
1287-1302, set./dez. 2007. Disponível
em:http://www.scielo.br/pdf/es/v28n101/a0228101.pdf. Acesso em: abr. 2015.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A maioria dos estudantes relatou que possue alguém para conversar sobre
as situações difíceis que ocorrem (76,2%), mas desdes, 47,8% não conversavam,
pois tem dificuldade em abordar o assunto.
No ambiente familiar ainda relataram que tem dificuldades em abordar
assunto “Projeto de Vida”, receiam serem repreendidos pelos familiares,
especialmente os pais, que logo abordam a falta de dinheiro, principalmente, como
impedimento para continuidade dos estudos e formação profissional universitária,
que depende de longo investimento financeiro, mesmo que em universidade pública.
Diante de situações difíceis os jovens relataram que tentam lidar sozinhos
com as dificuldades e procuram enfrentar, pensando sobre outros assuntos
(distração).
A Figura 2 apresenta o grupo de pessoas com quem os participantes teriam
com quem conversar, porém nem sempre buscam fazê-lo.
Dos 52,2% dos estudantes que relataram terem conversado com alguém
sobre os eventos difíceis, a metade relatou que abordou o assunto com um
professor. Este dado afirmar os propósitos do diálogo na escola e função da Tutoria
no PEI (MOURA, 2015; FODRA, 2016).
A Tutoria é uma das principais metodologias do PEI, que de modo integrado
visa: a) coordenar todas as demais metodologias e atividades desenvolvidas na
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
crítica dos estudantes, pais e professores para identificar aspectos que podem
facilitar e dificultar a elaboração e desenvolvimento dos Projetos de Vida.
REFERÊNCIAS
ARGUIS, R. Tutoria – com a palavra o aluno. Porto Alegre. Artes Médicas, 2002.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Essa pesquisa foi realizada com 193 alunos do 3º ano do Ensino Médio da
cidade de Bauru/SP. A pesquisa foi realizada em nove turmas, sendo cinco de duas
escolas públicas (133 alunos) e quatro turmas de quatro escolas particulares (60
alunos).
As Públicas 1 e 2 são turmas de uma mesma escola pública que contou com
a participação respectivamente de 30 e 21 alunos em cada turma, a escola obteve a
nota de 4.9 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) referente aos
anos finais do Ensino Fundamental II (IDEB, 2015). As Públicas 3, 4 e 5 são turmas
de uma outra escola pública que respectivamente contou com participação de 24, 31
e 27 alunos, essa escola obteve a nota de 5.6 no IDEB referente aos anos finais do
Ensino Fundamental II (IDEB, 2015).
Como forma de conhecer as escolas particulares usou-se os parâmetros do
Exame Nacional do Ensino Médio (BRASIL, 2015) em Ciências da Natureza, para
caracterizar cada uma. A Particular 1 (17 alunos) não possui nota no ENEM, visto
que é uma escola recém-inaugurada, ela trabalha com o sistema de Ensino pH. A
Particular 2 (14 alunos) utiliza o sistema de Ensino Etapa, e obteve 518 pontos em
Ciências da Natureza (BRASIL, 2015). A Particular 3 (13 alunos) é uma escola que
trabalha com um sistema de Ensino próprio, e obteve 550 pontos em Ciências da
Natureza (ENEM, 2015). A Particular 4 (16 alunos) adota o sistema de Ensino
Positivo, e obteve 490 pontos em Ciências da Natureza (BRASIL, 2015).
O questionário estruturado que foi aplicado aos alunos foi elaborado com
perguntas de múltipla escolha adaptadas de perguntas já aplicadas em vestibulares.
Com o intuito de coibir que o aluno trapaceasse no preenchimento do gabarito, foi
pensando e inserido uma alternativa que está presente como resposta em todas as
perguntas, sendo esta com a seguinte definição “Não sei”, ou seja, o aluno pode ser
sincero ao preencher que desconhecia o que estava sendo cobrado na pergunta,
com isso ele evitaria preencher ao acaso o gabarito, ou mesmo, deixar em branco. A
ação que visa amenizar trapaças é conhecida como “gaming the sytem” que é um
conceito utilizado para definir atitudes que o aluno cria em busca de trapacear no
preenchimento da resposta (BAKER et al., 2008; CETINTAS et al., 2010).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BAKER, R.; WALONOSKI, J.; HEFFERNAN, N.; ROLL, I.; CORBETT, A.;
KOEDINGER, K. Why students engage in “gaming the system” behavior in
interactive learning environments. Journal of Interactive Learning Research, 19,
p.185–224, 2008. Disponível em: < https://www.learntechlib.org/p/24328>. Acesso
em: 12/03/2017
CETINTAS, S.; SI, L.; XIN, Y. P.; HORD, C. Automatic detection of off-task behaviors
in intelligent tutoring systems with machine learning techniques. IEEE Transactions
on Learning Technologies, v.3, n.3, p.228-236, 2010. Disponível em:
<http://ieeexplore.ieee.org/abstract/document/5306063/?reload=true >. Acesso em 12
mar. 2017.
1. INTRODUÇÃO
o intuito de exaltar sua importância a partir do que ela é por si só. Se Literatura é um
direito (CANDIDO, 2013), e ao homem a quem é negado o direito de falar e
escrever, tudo é negado (GONÇALVES FILHO, 2000), reflito que é a partir da
palavra, da exaltação da língua, que esse homem se encontra, se acha, se faz,
diante de uma divisão do mundo entre oprimidos e opressores, dominados e
dominadores, começando a posse a partir da supressão e usurpação do direito da
palavra e da Literatura.
A exigência de um ensino privilegiado da língua tem um duplo significado:
primeiro, ao explicitar as contradições sociais, reforça os laços de unidade
nacional, pois, pelo ensino da língua, os homens se organizam
politicamente apropriando-se de ideias que os situem em condições de
superar as contradições; segundo, ao reforçar a diferença, esse ensino
institui a identidade nacional perante os outros povos. (GONÇALVES
FILHO, 2000, p. 13).
2.METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A literatura responde a necessidades específicas de conhecimento e de
transformação do mundo por ser um instrumento poderoso de compreensão e ainda
como reveladora da humanidade. A palavra que tece/rompe rumos no texto literário
propõe reflexão e autonomia de pensamento, até mesmo o mais bronco dos homens
percebe o poder modificador, o personagem Fabiano, que reduzido à condição de
bicho tem sua inteligência retardada e seu poder de linguagem restrito a sons
guturais. A palavra instaura em nós a beleza de uma aventura, mesmo com derrota
eminente, já que conduz o homem para o pensar, e liberta da condição de Fabiano.
Essa Literatura, transformadora do caos e produtora de conhecimento, levou (e
ainda leva) aos alunos instrumentos de pensamento, instrução e reflexão, dando
subsídios, ferramentas, equipando-os de argumentos e questionamentos, e por que
não de sonhos. As personagens de Vidas Secas com esse ensino experiência
possibilitou levar os alunos a pensar em suas próprias realidades e não apenas na
resolução de exercícios fragmentados que compõem o currículo ou as questões dos
vestibulares das universidades e dos programas de seleção dos cursos técnicos da
região.
Um aluno, que vivia andando pelos corredores, e que “ninguém dava jeito”,
passou a entrar em minhas aulas apenas para ouvir. Leu muito pouco, não
participava das atividades em grupo, mas nos dias de apresentação dos
seminários propostos, sem me perguntar se podia, ajudava-me a organizar
as salas para as apresentações, testava os microfones, ouvia a
apresentação dos outros, gostava de fazer parte, do jeito dele, mas sempre
estava lá. Sabia contar todos os livros de trás para frente, como ele mesmo
me dizia. Em uma de nossas últimas aulas, ele discordou do autor de Vidas
Secas sobre o destino das personagens, disse que para ele a narrativa não
se encerrava com a família voltando a caminhar pela seca do Sertão, mas
que tinham conseguido sair de suas difíceis realidades e que Fabiano
realizou seu sonho, assim como eles agora, sabiam, que tinham condições
de lutar pelos seus. (...) (Professora de retalhos).
REFERÊNCIAS
CANDIDO, Antonio. Tese e Antítese. 6.ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2012.
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: ______. Vários escritos. 6.ed. Rio de
Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2013.
DELEUZE, Gilles. Crítica e clínica. 2.ed. São Paulo: Editora 34, 2011.
GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. 9.ed. São Paulo: Ática, 2006.
Eixo 04
Politicas e Práticas na Educação de
Jovens e Adultos
Antônio Amorim2
Bahia
INTRODUÇÃO
PERCURSO METODOLÓGICO
Considerando os objetivos do trabalho, de modo a ter êxito em alcançá-los,
optamos por utilizar a abordagem qualitativa de pesquisa, isso porque ela possibilita
“[...] a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos,
[...] procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou
seja, dos participantes da situação em estudo” (GODOY, 1995, p.58). Como o foco
era ouvir os profissionais da EJA, essa abordagem contribuiu para a compreensão
do problema.
No que diz respeito aos procedimentos, utilizamos a pesquisa
etnometodológica que permitiu um estudo e análise do cotidiano da comunidade em
questão, a fim de construir uma concepção sobre a realidade social vivenciada.
(GODOY, 1995) Para tanto, foi utilizado como instrumento para a coleta de dados o
questionário, construído de acordo com os objetivos da pesquisa, com perguntas
abertas que proporcionavam aos pesquisados expor suas opiniões. Foi construído
utilizando a ferramenta de “Google Forms”, e seu envio foi realizado através do
aplicativo “WhatsApp”.
O universo da pesquisa é composto pelos municípios de Camaçari, Cruz das
Almas, Feira de Santana, Ilhéus, Itabuna, Salvador e São Félix, todos pertencentes
ao Estado da Bahia. Os sujeitos foram 28 profissionais que atuam na Educação de
Jovens e Adultos, sendo 19 professores, 5 Diretores, 3 Coordenadores e 1 Vice-
Diretor. Sua grande maioria pertence ao setor público estadual (53,6%), seguido
pelo setor público municipal (39,3%) e por fim do setor privado (7,1%). O tempo de
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido.17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.
23ª Reimpressão. Disponível em:
<http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/paulofreire/paulo_freire_pedagogia_
do_oprimido.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2017.
MAIA, Humberto Cordeiro Araujo; PAZ, Juarez da Silva; DANTAS, Tânia Regina.
Quem é e o que faz o estudante da Educação de Jovens e Adultos? In: AMORIM,
Antônio; DANTAS, Tânia Regina; FARIA, Edite Maria da Silva de. Identidade,
Cultura, Formação, Gestão e Tecnologia na Educação de Jovens e Adultos.
Salvador: Edufba, 2016. p. 29-51.
SOUZA, Amilton Alves de; SANTOS, Andreia de Santana; MACEDO, Roberto Sidnei.
A Práxis pedagógica na sala de aula da Educação de Jovens e Adultos: problemas
E-mail: hernandes.pedro@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
Este texto aborda um contexto específico da educação profissional pública
paulista, ao assinalar o crescimento do número de matrículas nos cursos técnicos
em Serviços Jurídicos das escolas técnicas estaduais de São Paulo administradas
pelo Centro Paula Souza, promovendo uma reflexão sobre como este ensino técnico
destinado aos jovens e adultos se articula ao referido setor de serviços, em uma
área cada vez mais demandada nas escolas.
Enquanto o bacharel em Direito, após conclusão de seus estudos e o devido
credenciamento junto à Ordem dos Advogados do Brasil [OAB], habilitase para o
exercício da advocacia ou diferentes atividades concursadas no poder judiciário e
suas tarefas correlatas em nível superior, o técnico em Serviços Jurídicos tem como
perfil do seu egresso, de acordo com os planos de curso da instituição estudada, o
profissional:
2. CARACTERIZAÇÃO E MÉTODO
O método empregado foi o da pesquisa documental (TOZONI-REIS, 2009,
p.30), de caráter descritivo, pois existia o objetivo primordial de descrever
características de uma determinada ocorrência (GIL, 2002, p.42) na educação
profissional exigindo, para a produção do conhecimento sobre o objeto, uma análise
com o uso de dados obtidos por meio do banco da Coordenadoria de Ensino Médio
e Técnico do Centro Paula Souza [Cetec] publicados em seu sítio, de livre acesso.
(CETEC, 2017).
Sobre a instituição, informamos que em 2016, o Centro Paula Souza possuía
218 Escolas Técnicas [Etecs] espalhadas por todo Estado de São Paulo. 19 destas
ofereciam o curso Técnico em Serviços Jurídicos na sua escola sede ou em uma
das 38 classes descentralizadas [em pequenos municípios ou por meio de
convênios com Etecs], nas modalidades concomitante e subsequente [modulares,
com duração de três semestres] ou integrada ao ensino médio [seriada, em 3 anos].
Trata-se de curso ligado ao eixo tecnológico de Gestão e Negócios, conforme o
Catálogo Nacional de Cursos Técnicos publicado pelo Ministério da Educação
brasileiro (BRASIL, 2012).
3. RESULTADOS OBTIDOS
Ao analisar os dados do curso Técnico em Serviços Jurídicos, procedeu-se o
recorte a partir do número de alunos matriculados entre o primeiro semestre de
2012, quando iniciou-se a oferta na instituição, e o segundo semestre de 2016, a
última disponível.
O gráfico a seguir demonstra o número de alunos matriculados por
semestre, apenas nos cursos técnicos modulares de Serviços Jurídicos. Após dobrar
o número entre o ano de implantação, 2012 e o seguinte, 2013, o curso modular
manteve uma tendência de crescimento mais discreta, mas em patamares
consideráveis para a instituição que, comparativamente, conta com outros cursos
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O curso Técnico em Serviços Jurídicos vem procurando, no contexto da
educação profissional paulista, prover ao setor público ou privado, os egressos com
perfil adequado ao tipo de demanda verificada, por exemplo, em escritórios de
advocacia, repartições públicas e fóruns, além de configurar-se em uma formação
profissional aberta à continuidade dos estudos em nível superior.
De 2012, quando o curso foi iniciado nas modalidades
concomitante/subsequente e integrado ao ensino médio, até o final do ano de 2016,
que trata o recorte feito por esta pesquisa, a instituição recebeu em seus módulos e
séries 31.959 cursistas (CETEC, 2017), o que se apresenta como um importante
aporte ao setor de serviços paulista.
Os aperfeiçoamentos curriculares e o investimento para a ampliação da
habilitação, especialmente na modalidade integrada, são os desafios identificados
pela pesquisa, para que ocorra um avanço da oferta deste tipo de formação em nível
médio e técnico no Estado de São Paulo, especialmente no momento de ampliação
das oportunidades para a educação profissional integrada ao ensino médio,
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
972
REFERÊNCIAS
BRASIL. Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Brasília: MEC, 2012.
Disponível em: < http://pronatec.mec.gov.br/cnct/> Acesso em 08 out. 2016.
CETEC. Banco de dados do ensino técnico no Centro Paula Souza.
Disponível em: <http://www.cpscetec.com.br/bdcetec>. Acesso em: 20 jan. 2017.
CORDÃO, F. A. Educação geral e formação na ótica das competências. In:
REGATTIERI, M. e CASTRO, J.M. (Orgs.). Ensino médio e educação
Profissional: desafios da integração. Brasília: UNESCO, 2010. p. 108-118.
GFAC. Plano de curso do Técnico em Serviços Jurídicos. São Paulo, 2011.
Disponível em: <http://www.cpscetec.com.br/gfac/>. Acesso em: 01 out. 2016.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.
SENADO FEDERAL. Medida provisória nº 746, de 2016.Institui a Política de
Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, altera a
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, e a Lei nº 11.494 de 20 de junho 2007, que regulamenta o
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias//materia/126992>. Acesso em
10 fev. 2017.
TOZONI-REIS, Marilia F.C. Metodologia da pesquisa. 2.ed. Curitiba: IESDE Brasil
AS, 2009.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, muito tem se debatido sobre a pertinência dos conteúdos
programáticos, o seu engessamento, o decorrente apagamento das diferenças entre
os alunos, as abordagens dos manuais didáticos utilizados, o fracasso escolar e
tantos outros assuntos relacionados às escolhas do professor para o momento de
criar as possibilidades para a construção do conhecimento. Esse amplo debate tem
apontado para uma reforma do modelo educativo, de maneira a ressignificar o que
os professores ensinam aos alunos e como eles os ensinam.
Quando se pensa na Educação de Jovens e Adultos, percebe-se ainda outro
desdobramento das questões em debate: a carência de uma organização que
articule a prática docente às concepções pedagógicas que marcam sua
especificidade. A modalidade de ensino não deve ser sustentada apenas pela
vontade de corrigir uma injustiça com a camada menos favorecida da sociedade,
desconsiderando questões educacionais relacionadas à situação de desigualdade
econômica e social em que se encontra grande parte de nossa população,
principalmente aquele grupo a quem a EJA se destina.
Além disso, aqueles que se dedicam a pensar a modalidade de ensino,
majoritariamente, aprofundam seus estudos na alfabetização de adultos. Pouca
atenção é dada à escolarização, aos segmentos de anos finais do ensino
fundamental e ensino médio, também existentes na EJA.
Considerando tal cenário, este trabalho propõe abordar a prática docente em
um segmento diverso da alfabetização. Partindo da perspectiva freiriana (FREIRE,
1987), a proposta se assenta no humanismo nas relações entre os sujeitos,
buscando a ampliação da visão de mundo e da consciência reflexiva dos alunos de
forma dialógica. Inclui-se aí, o trabalho com os eixos linguístico, epilinguístico e
metalinguístico no ensino da língua, trazendo o aluno para o centro do processo ao
propor-lhe reflexão sobre os seus próprios usos da língua para, ao final, conseguir
sistematizar conhecimentos relevantes sobre essa língua.
Espera-se, com isso, a revisão de histórias, reinterpretando os registros dos
alunos e escutando suas vozes, até então desprezadas na busca das identidades
sociais e individuais do grupo. De forma específica, a intervenção propicia a reflexão
sobre o sistema linguístico e sobre os usos da língua em sua modalidade oral e
escrita, analisando o fenômeno gramatical/discursivo dos operadores que permitem
a progressão textual.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Mariza Guerra de. O patrimônio na perspectiva da diversidade. In: Livro I
– Produção de Materiais Didáticos para a Diversidade: práticas de memória e
patrimônio numa perspectiva interdisciplinar. Labepeh/UFMG – Secad/MEC –
CAED/UFMG, 2010.
BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. São Paulo:
Ateliê Editorial, 2003.
______ Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
Ana Maria Tassinari - Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Marcia Duarte
Galvani - Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
1. INTRODUÇÃO
Como parte do movimento de educação inclusiva, grupos historicamente
excluídos têm tido acesso à escola de educação básica. Esse é o caso dosalunos
com deficiência intelectual, os quais foram atendidos, ao longo da história,
predominantemente pelos serviços especializados.
Com a expansão do movimento de educação inclusiva, nas últimas décadas,
o Brasil definiu políticas, estabeleceu instrumentos legais e elaborou diretrizes para
garantir sua organização. Porém, o que se percebe é quea inclusão escolar vem
avançando no país apenas quanto ao acesso, contudo, a melhoria em relação à
permanência e à apropriação de conhecimento ainda não é meta alcançada.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (Brasil, 2008), sinaliza que, as modalidades de educação de jovens e
adultos e de educação profissional, apresentam-se como possibilidade de ampliação
de oportunidades de escolarização e formação para a inserção no mundo do
trabalho, além da participação social efetiva das pessoas com deficiência.
Na formalização e desenvolvimento de políticas públicas para a Educação
Especial e para a EJA, observam-se trajetórias que convergem na tradição do
descaso dirigido a essas duas áreas. Isso representou, para os sujeitos da
Educação Especial, a legitimação de espaços externos à Educação, de cunho quase
sempre assistencialista e medicalizante, em detrimento do acesso aos saberes
pedagógicos, e, para a EJA, tais iniciativas não governamentais ou filantrópicas
expressaram a ampliação de ações de alfabetização de adultos apenas de forma
compensatória (HAAS, 2013).
Nota-se que, tanto para as pessoas com deficiência como para os jovens e
adultos em defasagem escolar, as discussões sobre o direito à educação, por muito
tempo, foram ignoradas ou minimizadas, desconsiderando-se o fato de tais grupos
exercerem uma demanda real do campo da Educação, reivindicando saberes e
fazeres específicos às suas peculiaridades.
Em estudo realizado, Gonçalves (2012) procurou identificar e analisar as
matrículas de alunos com necessidades educacionais especiais na EJA, no Brasil.
Dentre outros aspectos, os resultados indicaram alto índice de alunos com
deficiência nas séries iniciais da EJA: concentração de matrículas de alunos com
deficiência física e deficiência intelectual em espaços segregados, bem como alto
percentual de matrículas de alunos com deficiência intelectual.
Na interface EJA e Educação Especial, especificamente a deficiência
intelectual, a concepção que as tem fundamentado, tem sido uma das condições
fundamentais para a realização do processo de ensino e aprendizagem, uma vez
que propostas de ensino descontextualizadas e desprovidas de significado têm
apenas ratificado o entendimento sobre pessoas com deficiência intelectual como
incapazes de aprender (CARVALHO, 2006).
Complementando, Dantas (2012) destaca que o desconhecimento e o
preconceito revelados nas concepções de professores, sobre a inclusão na EJA e
sobre os estudantes com deficiência, são determinantes nas dificuldades
apresentadas por estudantes e por professores, bem como restringem as
possibilidades de convívio social, de aprendizagem e capacitação desses
profissionais em relação aos estudantes com deficiência.
Diante da contextualização e das variáveis levantadas pela literatura que
trata dessa temática, pode-se considerar que a presença de alunos com deficiência
na EJA constitui um desafio para os professores, na medida em que estes precisam
responder às suas demandas e assegurar um ensino de qualidade. Desta forma,
surgiram indagações sobre como tais professores percebem seus alunos com
deficiência intelectual.
De acordo com o exposto, o objetivo do presente estudo foi analisar a
concepção dos professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA) sobre o
processo de aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual.
O estudo que aqui se discute, faz parte de um estudo maior, e como recorte,
buscou-se conhecer a concepção dos professores da Educação de Jovens e Adultos
(EJA) sobre os alunos com deficiência intelectual.
Sob um enfoque qualitativo, a presente pesquisa caracteriza-se em uma
pesquisa descritiva, a qual visa proporcionar um maior conhecimento para o
pesquisador sobre o assunto, além de proporcionar a descrição das características
de uma determinada população ou fenômeno (GIL, 2008).
Os estudos descritivos (SAMPIERI, 2013), são úteis para mostrar com
precisão os ângulos ou dimensões de um fenômeno, acontecimento, comunidade,
contexto ou situação.
Participaram deste estudo, quatro professores que lecionavam na EJA
Ensino Fundamental I cujas classes eram frequentadas por alunos com deficiência
intelectual e, identificados por meio de uma letra (Participante A= PA; Participante B
= PB; Participante C = PC e Participante D = PD).
Todos os participantes eram do sexo feminino, com idade variando entre 30
a 51 anos e, o tempo de trabalho no magistério de 8 a 23 anos. Quanto ao grau de
escolaridade, todas possuem curso superior e, como formação complementar,
somente PA tem formação específica em Educação Especial/Sala de Recurso
Multifuncional AEE/MEC e, também, curso de LIBRAS.
A produção dos dados com as professoras foi realizada nas dependências
de duas escolas municipais da EJA do Ensino Fundamental I, sendo uma localizada
em um município paulista de grande porte e a outra em um de médio porte. A
seleção dos municípios foi feita por conveniência, por amostragem não aleatória,
tendo como critério contemplar matrículas de alunos com deficiência intelectual na
Educação de Jovens e Adultos (EJA), nível ensino fundamental. Para a realização
da coleta de dados utilizou-se as dependências das unidades escolares nas quais
estas professoras atuavam.
Com a aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética da UFSCar, sob o nº do
protocolo CAEE: 55491716.3.0000.5504, foram selecionadas as escolas de EF I que
possuíam EJA com alunos com deficiência intelectual e estabelecido um contato
com seus responsáveis a fim de verificar o interesse da instituição em participar do
estudo.
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Com os professores que consentiram em sua participação, foi assegurado o
sigilo sobre a identificação, assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
e agendado horário para a realização da entrevista individual. A duração das
entrevistas variou de 25 a 40 minutos cada uma, utilizando-se um gravador de áudio
para registrar os dados.
Os dados produzidos foram transcritos na íntegra e analisados
qualitativamente mediante análise de conteúdo (FRANCO, 2005).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
coletividade do destino próprio da nossa era planetária, onde todos os humanos são
confrontados com os mesmos problemas vitais e morais”. (MORIN, 2000, p. 47)
Nessa perspectiva, as aulas de História são o espaço favorecido para a
discussão desses temas, devido a sua historicidade e relevância sociocultural para
compreensão da negação dos direitos sociais observados ao longo da História do
Brasil. Ancorados nas ideias de Mondaini (2010), esse espaço educativo, ainda mais
nas salas de EJA, vai além dos conteúdos históricos formais, ele deve assumir uma
dimensão prática.
humano essencial e base de acesso aos demais direitos sociais, inatingíveis para
muitos brasileiros.
Se a educação escolarizada se apresenta como um recurso possível para
promoção da cidadania, a escola é o centro dessa ação. Para Severino
(1992, p. 13), “[...] é ela que viabiliza que as ações pedagógicas dos
educandos se tornem educacionais [...]”. Assim, destacamos o espaço da sala de
aula e, mais especificamente, das aulas de História, incluindo as aulas de EJA, para
esse estudo mais apurado. Necessitamos dar um enfoque ainda maior ao
conhecimento histórico, pano de fundo para as transformações que se processam,
entre avanços e retrocessos. Nesse sentido, Bittencourt (2009) destaca que na
atualidade um dos objetivos do estudo da História está intimamente relacionado à
constituição de identidades e de formação para a cidadania: “[...] A contribuição da
História tem-se dado na formação da cidadania, associada mais explicitamente à do
cidadão político.”
(BITTENCOURT, 2009, p. 121)
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
EDUCAÇÃODEJOVENSEADULTOS:UMRELATODEEXPERIÊNCIANA
FORMAÇÃODE PROFESSORESDECIÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
A educação de jovens e adultos no Brasil existe desde os tempos coloniais,
constada pela ação missionária de religiosos na educação de adultos. Nesse
período, porém, a cidadania era considerada apenas um direito das elites
econômicas, não havendo nenhuma ação educativa oficial. No século XX, os
movimentos civis que tiveram a educação como pleito, a urbanização e a
importância da manutenção da ordem social nas cidades levaram a reformas
educacionais em quase todos os estados brasileiros. A partir disso, a educação de
jovens e adultos firmou-se como questão política nacional pela Constituição de
1934, que instituiu em nível nacional a obrigatoriedade e a gratuidade do ensino
996
primário para todos (BRASIL, 2002). Apesar da legislação assegurar tais direitos, até
1996, 66,2% dos brasileiros com mais de quinze anos de idade não possuíam
ensino fundamental completo (DI PIERRO, JOIA e RIBEIRO, 2001).
Em relação especificadamente ao ensino em ciências para EJA, encontra-se
algumas informações na Proposta Curricular para a EJA publicada pela Secretaria
de Ensino Fundamental do MEC (BRASIL, 2002). VILANOVA e MARTINS (2008)
realizaram uma análise crítica do discurso com tal proposta, concluindo que esta
“representa em muitos aspectos o discurso dos Parâmetros Curriculares Nacionais,
o que reflete o caráter incipiente da discussão acerca da Educação em Ciências
para jovens e adultos e indica uma identidade institucional em construção”.
Diante do exposto, este trabalho objetivou apresentar o relato experiência na
Educação de Jovens e Adultos (EJA) sob o ponto de vista de professores em
formação, a partir das atividades de estágio supervisionado em Ciências em uma
escola no norte do Paraná, Brasil.
2. PERCURSO METODOLÓGICO
saberes. Esse fato se mostra mais evidente entre alunos de EJA, em que há
saberes de suas trajetórias escolares, de trabalho e de vida (VILANOVA e
MARTINS, 2008).
Durante o estágio supervisionado, os temas das aulas seguiram a proposta
da professora da sala com o conteúdo Sistemas do Corpo Humano. A maioria das
aulas ministradas foram expositivas dialogadas. No início das aulas foram realizadas
atividades com o intuito de conhecer os limites e potencialidades de cada aluno em
relação ao conteúdo, por meio de questionamentos informais, para que não se
sentissem desconfortáveis em respondê-los. Contudo, notamos que a maioria
apresentava muita insegurança em falar, sendo necessário desenvolver essa
habilidade junto aos alunos com o passar do tempo, para que pudessem expor suas
ideias e pensamentos. Em geral, as alunas com mais idade questionavam e
opinavam mais, bem como relatavam suas experiências, contextualizando com
acontecimentos ocorridos na família ou com pessoas conhecidas, o que demonstra
a aplicação do conteúdo na vida cotidiana. Nesse sentido, Pompeu e Zimmermann
(2009) postulam que os alunos de EJA veem a importância das disciplinas de
Ciências Naturais e de Biologia para enfrentar problemas do dia a dia, como
aprender a lidar com o próprio corpo e a evitar doenças.
Ao longo das aulas, observou-se o uso constante do celular, favorecendo a
dispersão e desatenção dos alunos, e levando à diminuição na sua participação e
presença nas aulas. Os alunos trocavam mensagens de áudio, saíam da sala para
atender ligações, deixavam o celular carregando e por isso levantavam a todo
momento, e utilizavam fones de ouvido durante as atividades, práticas também
observadas por Neto, Silva e Pinto (2010). Essa dinâmica se mostrou um grande
desafio para o desempenho e processo das aulas de Ciências, pois não
conseguimos lidar com essa situação por falta de experiência e imaturidade como
estagiários. A fim de contornar tais situações, foram desenvolvidas atividades
utilizando o celular de forma pedagógica.
A primeira aula foi sobre o Sistema Digestório, sendo utilizado o quadro
negro e o livro como recurso didático. Foram evitados textos longos, favorecendo
discussões sobre o assunto, com questionamentos e desenhos didáticos no quadro.
Observou-se uma dificuldade na contextualização do assunto em alguns momentos.
Foi realizada uma atividade em que os alunos deveriam montar seu prato preferido,
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página certa. Alguns alunos levaram três dias para concluir a avaliação. Nos chamou
a atenção a dificuldade que possuíam em interpretar, relacionar e resgatar os
conteúdos passados. Ainda assim, foi evidente o interesse pela disciplina de
Ciências. Esta condição também foi relatada por Santos e Souza (2011), que
apontam o interesse dos alunos sobre a disciplina de Ciências mesmo encontrando
dificuldades na compreensão desses saberes.
O conteúdo de Sistema Urinário foi iniciado com a confecção de mapas
conceituas, uma ferramenta importante para identificar a relação entre os conceitos
de forma significativa (NOVAK, 1996). O intuito foi estimulá-los a organizar
sistematicamente suas ideias sobre o tema, bem como identificarmos a amplitude de
seu conhecimento. Houve dificuldade, pois não conheciam a dinâmica na construção
de mapas conceituais e de suas estruturas, e não confeccionaram os mapas como
esperado, mesmo sendo demonstrado mais de uma vez no quadro como fazê-lo.
Para o conteúdo Sistema Nervoso, foi utilizado um texto sobre esclerose
múltipla. Após sua leitura, foram apresentadas as estruturas de um neurônio e sua
constituição. Utilizando massinha de modelar foi solicitado que os alunos
confeccionassem um modelo de neurônio e indicassem suas estruturas. Em
seguida, a funcionalidade e fisiologia do neurônio foi discutida de forma dialogada,
remetendo ao texto lido no início da aula. Os alunos expuseram seus modelos e
puderam corrigir algumas informações equivocadas, apontando que a aula teórico-
prática, como exposto por Pigol e Giannotti (2008), se mostra como uma ferramenta
efetiva no processo de aprendizagem, ainda mais em turmas com esse perfil. Para
Moraes (2009), a aprendizagem de Ciências pelos alunos acontece com o uso do
livro didático em sala de aula, principalmente quando associados a revistas e artigos
científicos. Assim, o uso de tais recursos se torna colaborativo, além de ser uma
proposta acessível a qualquer professor.
A aula com maior participação dos alunos foi sobre Drogas. Inicialmente,
buscamos ministrar uma aula informativa, trabalhando conceitos, efeitos fisiológicos,
consequências sociais, o vício e curiosidades. Surgiram muitos questionamentos
sobre o uso contínuo, mitos, doenças favorecidas pelo uso abusivo de substâncias
químicas, principalmente em relação aos efeitos que os entorpecentes podem
causar no organismo. Foi dado enfoque também ao uso a curto prazo, que não é
muito discutido nas aulas de Ciências. O objetivo não foi aterrorizar os alunos, mas
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
O Projeto Florestinha, de cunho socioambiental, desde 1992 atende crianças
carentes em situação de vulnerabilidade social no contra turno escolar. Tem como
objetivo ocupar o horário vago das crianças com atividades de educação ambiental,
físicas e recreativas, pautadas na hierarquia e disciplina, bases da instituição militar
da qual o projeto é subordinado, o 15º Batalhão de Polícia Militar Ambiental de Mato
Grosso do Sul (15º BPMA).
Em Campo Grande, a Unidade I com sede no bairro Nova Lima, trabalha no
período vespertino com 60 crianças na faixa etária dos 07 aos 16 anos, oriundas de
escolas públicas da região, dentro do Parque Municipal Cônsul Assaf Trad. As
crianças ministram palestras e fazem teatro de fantoche sobre conservação e
preservação ambiental para alunos das escolas de Campo Grande que se
inscrevem para participar das atividades.
O presente trabalho teve por objetivo conhecer pormenores da Educação
Ambiental realizada por este grupo de adolescentes, seus significados, ações e
comportamentos dos palestrantes como também o contexto da visita ao Projeto,
descrevendo o ambiente, materiais e métodos utilizados para a realização da EA
neste espaço educador sustentável.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por espaço não formal entende-se um local fora do ambiente escolar onde
são desenvolvidas atividades educativas que fazem uso de ferramentas didáticas
diversificadas (JACOBUCCI, 2008) e por espaço educador sustentável, entende-se
que são aqueles procuram manter uma relação equilibrada com o meio ambiente
(CZAPSKI e TRAJBER, 2010). As cidades estão repletas de espaços educadores,
espaços que assumem a responsabilidade de educar de forma intencional
(BORGES, 2011). Seguindo estes preceitos, o projeto florestinha pode ser
considerado um espaço sustentável, pois adotam práticas ambientais e utilizam o
parque para incentivar os debates, através de temas geradores (TOZONI-REIS,
2006), que auxiliam a abordagem dos diversos problemas ambientais.
Na trilha destacam-se as belezas naturais de três lagoas com águas que
permite a visualização de toda a paisagem subaquática. Os animais mais avistados
são aves como: biguá; cafezinho; garça-branca-pequena; bem-te-vi; joão-de-barro
entre outras. É comum avistar animais maiores como capivaras e preás, com raras
aparições de tamanduá-bandeira, lontra, lobinho, macaco e veado-campeiro, que de
passagem, utilizam o parque como corredor ecológico, o que demonstra a
importância da preservação desses espaços verdes urbanos.
As atividades de EA iniciam por volta das 14h, com a chegada dos alunos
recebidos por um Policial Ambiental que se apresenta, fala sobre o projeto e a
atividade que irão participar. Esta apresentação inicial não é padronizada e se
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modifica de acordo com a faixa etária ou grau de escolaridade dos visitantes,
demonstrando especial interesse em adequar os conteúdos para um melhor
entendimento de cada turma.
As palestras são divididas em temas geradores: fauna, resíduos sólidos e
crimes ambientais, e são ministradas por alunos Florestinha devidamente treinados
para serem palestrantes-mirins de EA.
Na palestra de fauna, dois alunos Florestinhas falam de forma alternada com
a utilização de animais taxidermizados dispostos de forma aleatória na sala. O uso
de animais taxidermizados como recurso didático demonstrou ser um interessante
instrumento. Despertou o interesse de todos por suas características únicas:
diferentes texturas; pelagem; tamanho e até mesmo pela repulsa em vê-los
empalhados, fato observado no decorrer das palestras e registrado em áudio nos
comentários entre os alunos.
O Florestinha explica superficialmente como é feito o processo de
taxidermia, em seguida passa a palavra para o segundo palestrante que fala sobre
os motivos desses animais estarem ali.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
lucas.9339@hotmail.com
INTRODUÇÃO
Em 1989, assumia o governo municipal de Santos, a primeira mulher e vinda
de um partido com viés socialista, Telma de Souza. Sou governo foi marcado pelos
investimentos em educação, com apoio do teórico Paulo Freire, que na época era
secretario de educação do município vizinho São Paulo, também pelo mesmo
partido. O objetivo dessa pesquisa é entender, o que foi realizado nesses 4 anos de
administração pública no que se refere a políticas de alfabetização, número de
atendimentos, resultados, comparando com seus planos e propostas.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1 Nascida em Potirendaba, interior de São Paulo, no dia vinte e nove de novembro de mil novecentos e quarenta
e quatro.
1010
1 O art. 227 da constituição de 1988 diz: I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho,
observado o disposto no art. 7º, XXXIII. O aluno do primeiro grau tem entre 7 e 14 anos.
2 Instituído pelo Decreto nº 91.980 federal, de 25 de novembro de 1985, em substituição ao antigo MOBRAL
(Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização).
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1011
1O censo da educação realizado pela Prefeitura, havia uma amostragem muito maior que o realizado pelo IBGE.
Discorro melhor sobre isso algumas paginas a frente.
2 Educação Urgente Nº5, setembro de 1990.
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1013
1 Ver tabela 1
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
1Segundo CEPEL-UNESP
2Em idade adulta
3Dados do documento oficial Educação 4 anos em dados.
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1017
andrezapatt@gmail.comcrisilval@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
A metodologia de pesquisa de abordagem qualitativa, pesquisa participante,
tendo como base a participação colaborativa, a flexibilização do tempo e as
vivências de uma prática pedagógica com o gênero textual crônica, desenvolvida,
por duas professoras do CEJA, durante um bimestre, período noturno, duas turmas
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1019
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O CEJA possui uma matriz de referência curricular (ZANATA, 2012), com os
elementos do currículo municipal, na qual os professores orientam-se para definir os
conteúdos a serem trabalhados. O currículo do CEJA prioriza três grandes eixos
articuladores da prática pedagógica, a saber: Cultura, Trabalho e Tempo. Neste
sentido, a sequência didática foi desenvolvida baseada nas experiências das
Qual é a ação?
Como aconteceu?
Como é a ação das pessoas, diante
do acontecido?
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, C. P.; ROSA, E. C. S. Litertura. Ensino Fundamental I. Paiva, A;
Maciel, F; Cosson, R, (coord.). Brasília: Ministério da Educação Secretaria de
Educação Básica. V. Série, v. 20, 2010.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 24ª. ed. Rio de janeiro,: Paz e
terra., 2000.
wansleyf@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
A questão que motivou essa pesquisa foi: Como educadores/educandos se
relacionam com o diálogo proposto por Paulo Freire?
Para responder a esse questionamento a presente pesquisa foi desenvolvida
com o objetivo geral de identificar e analisar como se dá o diálogo e o processo de
cooperação na relação entre educadores/educandos, dentro da instituição escolar, e
como os sujeitos lidam com a questão do que é ensinado e apreendido dentro da
escola.
A escola pesquisada foi fundada no ano de 1963, localiza-se no município de
Aporé/GO, cidade distante 450 quilômetros de Goiânia, capital do Estado, que
possui uma pequena população, 4.010 (quatro mil e dez) habitantes, segundo dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2016. A história deste
município tem inicio no século XX, próximo da pequena vila de Arraial do Corrente,
que já existia.
Partindo da contribuição de Freire para o campo da história e da cultura
escolar, espera-se que os dados empíricos e teóricos analisados nesse relatório de
pesquisa possam ser úteis a outros pesquisadores da temática, ajudando a
concretizar a importância das obras de Paulo Freire para a compreensão das
práticas escolares.
2. METODOLOGIA
Para atingirmos os objetivos propostos, Utilizou-se um aporte metodológico
que combina pesquisa etnográfica de observação participante, na arte de olhar, ouvir
e escrever, pois, “O olhar e o ouvir constituem a nossa percepção da realidade
focalizada na pesquisa empírica, o escrever passa a ser parte quase indissociável
do nosso pensamento”. (Oliveira, 2000, p. 32).
Para a técnica da entrevista, utilizou-se o método da História Oral, como
define Freitas (2006, p. 5) “História Oral é um método de pesquisa que utiliza a
técnica da entrevista e outros procedimentos articulados entre si, no registro de
narrativas da experiência humana”.
Neste sentido, a pesquisa teve como objeto de análise, estudantes
matriculados na EJA, no ano de 2014 e 2015 totalizando 37 alunos, 06 professores
da própria instituição. A coleta de dados aconteceu por meio de questionários e
entrevistas, que ajudaram a compor o perfil dos pesquisados.
3. RESULTADOS
Ao refletirmos sobre os estudos feitos nesta pesquisa, constatamos a
influência de Paulo Freire, visando à compreensão da prática dialógica, defendida
pelo autor, para quem os sujeitos se representam e se veem por intermédio do
diálogo, ou seja, “a palavra viva é diálogo existencial” (FREIRE, 1987, p. 104).
As informações colhidas no campo de pesquisa ressalvam a ideia de que
passado e presente estão ligados, pois a instituição tem sua própria história
comprovada por meio de documentos, e a memória de professores da escola
pesquisada revelam que conhecem a fundo os acontecimentos, transformando-os
em fontes orais.
Le Goff (1990, p.475), afirma que:
dialogam com seus professores e que este diálogo faz toda diferença. Assim como
Freire afirma, tanto professor quanto o aluno aprendem quanto dialogam. Os
educadores demonstram esta prática em suas entrevistas, principalmente a
simplicidade no ato de ensinar e de aprender.
Podemos afirmar que esta prática dialógica faz parte da cultura desta
escola? Sim, a escola adquiriu um caminho próprio de atrair a atenção dos alunos
por meio do diálogo. Observou-se que os próprios alunos ajudam os professores nas
tarefas diárias da escola, preocupam-se uns com os outros, fazem visitas, ajudam e
organizam o jantar, entre outras tarefas diárias da rotina da escola. Outro fato é a
escola fornecer apoio a estas famílias, facilitando o acesso das mesmas à escola.
Partindo desta reflexão, a prática mediadora dos educadores, por meio do
diálogo, auxilia a descobrir o que ainda não se sabe e a por este conhecimento em
prática, a abrir novos caminhos por meio de conteúdos que se tornem significativos.
Conclui-se que a conscientização dos alunos sobre o que querem para suas vidas,
por já terem passado por momentos inoperantes em sua trajetória, ajuda os
educadores a traçar metas e objetivos para suas práticas docentes. Não se vê uma
prática separada da teoria, o que se viu foi a prática e a teoria caminhando lado a
lado.
Diante das reflexões abordadas até o presente momento, coube a escola
ajustar-se às necessidades de seus alunos, repensar seu Projeto Político
Pedagógico e seu currículo, em prol de uma clientela não diferente, mas exigente de
seus direitos, na oferta de um ensino de qualidade, acolhimento e flexibilidade no ato
de ensinar/aprender. Repouso meu pensamento neste instante em Freire, quando
afirma que, ao repensar seu Projeto Político Pedagógico frente à Secretária
Municipal de Educação de São Paulo, colocou como principal empenho lutar por
uma escola pública popular, mas não populista. É isso que queremos apresentar
neste trabalho, queremos uma escola voltada para Educação de Jovens e Adultos,
mas sem diferença na oferta e qualidade de seu ensino, queremos uma educação
sem preconceitos históricos e sociais e que não haja em nossas crianças o processo
de exclusão social, para que não tenhamos necessidade de mais salas de EJA.
Portanto, trabalhar com os propósitos de Paulo Freire quanto a uma
educação popular que reconheça os jovens e adultos em busca de uma educação
CONCLUSÕES
A educação na vida destas pessoas é algo que transforma que os liberta e
os ajuda a vencer na vida, alimenta os sonhos de ascensão social, oferece a chance
de seguir em frente.
Portanto, a EJA, para os alunos participantes desta pesquisa, procura
promover o diálogo diante da relação entre educando e educador, sua práxis
envolve o ensino e aprendizagem de alunos que apresentam dificuldades, mas que
não perdem o bom humor e a esperança. A relação entre escola, aluno e seu espaço
condiz com um ambiente de troca de ideias, experiências e cooperação.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade: e outros escritos. 5 ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1981.
Barretos - UNIFEB
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. METODOLOGIA
Para esse estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica inicial, que nos
possibilitou uma leitura abrangente de todo o contexto histórico e atual.
Seguimos as recomendações de Gil (2008, p. 69), no sentido de uma
investigação bibliográfica de cunho exploratório. Uma vez efetuada a leitura do
material, procurou-se analisá-lo por meio de uma sequência histórica, de forma que
pudesse contribuir para a elucidação do momento atual.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL, Cristiane Costa. "História da alfabetização de adultos: de 1960 até os dias
de hoje." /100/103/TCC/2005 https://www. ucb. br/sites
/CristianeCostaBrasil. pdf. Acesso em: 14 de ago. 2016.
OLIVEIRA, MRD. Dos Programas Oficiais para a Educação Rural aos Projetos de
Educação do Campo dos Movimentos Sociais. Revista Labor, Fortaleza, v. 1, n. 1,
2008. Disponível em: https://scholar.google.com.br/?hl=pt-BR Acesso em: 20 mar.
2016.
Filho” – Unesp/Bauru
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2. METODOLOGIA
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve por proposta validar e avaliar o material didático Ebook,
produto final da dissertação de Mestrado “Mediação pedagógica com apoio de
material didático para Educação de Jovens e Adultos” com aplicabilidade do produto
em uma oficina, realizada no CEJA, durante as Atividades de Trabalho Pedagógico
Coletiva, especificamente incluindo essa ferramenta para o trabalho na
alfabetização, pós-alfabetização e letramento, bem como com a possibilidade de
compartilhar os resultados do trabalho desenvolvido nas salas de aula.
Utilizar material didático com temas voltados para EJA é imprescindível e
vai ao encontro dos estudos de Paulo Freire (1996), ao enfatizar que as tarefas
escolares não devem ser artificiais, desvinculadas das condições do homem de
modo fragmentado, solto, mas com sentido e significado àquele que aprende desse
modo garantindo não somente o acesso, mas o desejo da permanência do
educando na trajetória escolar.
É importante considerar que o processo educacional baseado na mediação
pedagógica, com materiais didáticos elaborados pelos próprios autores da
REFERÊNCIAS
Mestranda em Educação
Email: dsaraferreira@gmail.com
Email: elianeab3@gmail.com
Email: mrosamc2@gmail.com
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é um recorte do Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Instituto de Biociências da Unesp de Ro Claro Intitulado: Ler e
escrever entre pessoas pouco escolarizadas no contexto do SUS: Uma análise
cotidiana, e tem por objetivo o compartilhar das experiências de uma educanda do
PEJA Rio Claro que frequenta nosssos encontros. O PEJA é um projeto de extensão
universitária que tem por objetivos desenvolver atividades de ensino para pessoas
com escolaridade incompleta; promover a formação de educadores entre alunos da
graduação; e gerar conhecimentos no campo da educação de jovens e adultos,
estreitando laços entre ensino, pesquisa e extensão, pilares fundamentais na
universidade pública.
As experiências de leitura de escrita de pessoas pouco escolarizadas no
cotidiano disparam reflexões múltiplas que ultrapassam os saberes sistematizados.
As práticas culturais se fazem nas múltiplas relações dentro de uma
determinada sociedade, não apenas um livro, ou ato artístico é tido como uma
prática cultural, mas a maneira de falar, de agir, de comer, de andar. Ou seja, os
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usos e costumes de uma determinada sociedade sob esta perspectiva são vistos
como uma prática cultural.
A prática da leitura e escrita que ultrapassa aquelas que vivenciamos na
educação na mera decodificação das palavras, aquela da produção de sentidos,
como uma prática cultural é apontada por Chartier (1996)
Ler e escrever é uma coisa muito boa né? É bom a gente ler e
escrever, só que eu tenho um pouco de dificuldade pra ler, alguma letrinha
eu leio. Muitas letras eu pulo, eu não leio, eu tenho muita dificuldade, pra
escrever já é mais fácil né? Pra ler também não é muito duro, muitas letras
eu leio. É difícil, mas não é difícil. (D.Cleide. 25/07/2016)
Naquela época eu não estudei Débora, porque meu pai falava né,
que escola ficou foi pra homem, não foi pra mulher, mulher cresce, depois
vai escrever cartinha pro namorado, pra rapaz. Então nosso estudo foi na
roça, foi muito na roça nosso estudo, nós nunca teve estudo! (D.Cleide,
25/07/2016)
Carolina não se cala, perante as injustiças sociais. Através da escrita, sua voz é
ouvida.
As vida de Carolina, relatada em seu diário, construiram a identidade cultural
e se tornou história.
Barthes (1966, p.9) afirma que: “Não há nem houve jamais em lugar algum
um povo sem relatos [...] o relato zomba da boa e da má literatura: intencional, trans-
histórico, transcultural, o relato está ali, como a vida”.
Relatamos porque vivemos; vivemos, vivenciamos, experenciamos,
experimentamos, alimentamos, amamos, odiamos e junto com a vida escrevemos,
como afirma a autor: “o relato está ali, como a vida.
Para Arfuch (2010)
D.Cleide ao relatar a própria vida, relatou a condição social que vivia quando
na infância. Vitima de um sistema excludente e elitista, D.Cleide na condição de
mulher e negra.
Para Simone de Beauvoir (2009) :
D.Cleide, mulher.
Não pode estudar na infância, pois o pai achava que “menina-moça
escreveria cartinha para namorado” e assim vítima de um sistema excludente, uma
educação elitista e uma sociedade machista, não pode frequentar seus estudos.
Que mais mais mulheres como D.Cleide, não podendo estudar na idade
certa, vítimas de uma sociedade elitista, preconceituosa e machista, possam realizar
o sonho de voltar aos estudos!
.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
que as práticas culturais nunca sejam ignoradas, mas que sim, eles sirvam de ponte
para o diálogo emancipador. Assim como Paulo Freire relata (1989) que a leitura de
mundo precede a leitura da palavra e que ambas andam juntas na mesma direção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico: Dilemas da subjetividade
contemporânea. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010
BARTHES, Roland. “Introduction à lánalyse strusturale des récita” .
Communications, 1966, n.8.
BEAUVOIR, Simone de. Memórias de uma moça bem-comportada.
Tradução de Sergio Milliet; Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009
CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 6. Ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1994,
CHARTIER, R.A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel,
1990
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. 28
ed. São Paulo: Cortez, 1994.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo. São Paulo: Livraria Francisco Alves,
1960.
1. INTRODUÇÃO
A crescente preocupação em se abordar temas relacionados a Educação
Especial e a inclusão da pessoa com deficiência no espaço escolar regular tem sido
observada por meio de pesquisas, convenções nacionais e internacionais, bem
como na legislação brasileira. Contudo, em sua maioria, esses estudos e
documentos focalizam a educação da criança com deficiência na etapa inicial do
ensino fundamental, deixando em defasagem as demais modalidades, como a EJA
(Educação de Jovens e Adultos).
Diante desta observação, estruturou-se este trabalho tendo como objetivo
principal verificar como pesquisas acerca da interface entre EJA e Educação
Especial têm sido trabalhadas e discutidas em eventos científicos, dando ênfase ao
Congresso Brasileiro de Educação.
Importante destacar que a EJA se constitui como uma modalidade de ensino
que traz a questão da inclusão em sua base, justamente por ter como público alvo
pessoas em diversas idades, provenientes de diferentes regiões, com vivências
marcadas por impedimentos ao acesso à escola no ensino regular, ou ainda, relatos
de fracasso escolar. Caracterizando o perfil do estudante da EJA, observa-se que na
última década, além de receber alunos que não tiveram acesso à escola por motivos
sociais, é verificado o aumento da procura desta modalidade por adolescentes e
jovens, justificada pela
“entrada precoce [...] das camadas mais pobres no mercado de trabalho
formal ou informal” ou ainda por consequência da “dinâmica escolar brasileira” (DI
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CAMPOS, J. A. de P. P.; DUARTE, M. O aluno com deficiência na EJA:
reflexões sobre o atendimento educacional especializado a partir do relato de uma
professora de educação especial. Rev. de Educ. Espec. Santa Maria, v.
24, n. 40, p. 271-284. maio/ago.2011. Disponível em
<http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial>. Acesso em: 03.04.2017
COZENDEY, S. G.; COSTA, M. da P. R. da; PESSANHA, M. C. R. A inclusão do
aluno com baixa visão na EJA - um estudo de caso. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE EDUCAÇÃO: Formação de professores: compromissos e desafios da Educação
Pública, 3., 2011, Bauru-SP. Anais... – Bauru: Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências, Departamento de Educação, 2011. p.122. Disponível em:
<http://www2.fc.unesp.br/cbe/iii_cbe/anais.pdf> Acesso em: 08.04.2017
COZENDEY, S. G.; COSTA, M. da P. R. da; PESSANHA, M. C. R. EJA e deficiência
visual: o ensino do aluno com baixa visão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
EDUCAÇÃO: Ensino e Aprendizagem na Educação Básica: desafios curriculares, 4.,
2013, Bauru-SP. Anais... – Bauru: Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Ciências, Departamento de Educação, 2013a.
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1. INTRODUÇÃO
adultos que não tiveram, por inúmeras e variadas razões, o direito de serem
educados em idade considerada adequada. Segundo Marshall (apud
Cury, 2002, p. 249) “a educação é um pré-requisito necessário da liberdade
civil”, o que faz entendê-la como pré-requisito do exercício da cidadania, dos direitos
sociais.
O Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA), local deste
estudo, teve o início de suas atividades no ano de 2013. Mesmo sendo considerado
um projeto ainda novo na região em que se encontra localizado, o CEEJA tem
garantido acesso de matrículas, bem como crescente conclusão dos estudos. No
ano de 2014, a quantidade de educandos frequentando o ensino fundamental era de
999 e, no ensino médio, de 1295. Os concluintes nesse mesmo ano foram de 65 e
100, no Ensino Fundamental e Médio, respectivamente. Já no ano de 2015, foram
1.134 educandos no Ensino Fundamental e 1.782 no Ensino Médio, sendo 125 os
concluintes do Ensino Fundamental e 232, os do Ensino Médio. Por fim, no ano de
2016, havia 881 educandos frequentando o Ensino Fundamental e 1.442
frequentando o ensino médio. Desses, 298 concluíram o Ensino Fundamental e 507
o Ensino Médio.
No Ensino Fundamental, a média anual é de 1.004 educandos frequentando
o projeto, nos últimos três anos, sendo que 488 concluíram até o final de 2016. E
houve no período novas matrículas no projeto. No Ensino Médio, no mesmo período,
a média anual é de 1.506 educandos frequentando o CEEJA, com um total de 839
concluintes. Importante salientar que 272 educandos iniciaram estudos no projeto,
mas foram transferidos para outras unidades escolares.
Em 2016, os educadores deste CEEJA, realizaram 23.603 atendimentos,
perfazendo uma média de 118 educandos por dia, um público bastante heterogêneo
que, por variados motivos e salvaguardados aspectos regionais, não concluiu a
escolaridade básica até o presente momento.
Assim, devido a essa heterogeneidade de público do CEEJA, e
compreendendo que cada indivíduo tem seus anseios e expectativas diante da
retomada dos estudos, procurou-se, neste trabalho, elencar, refletir e compreender
as dificuldades que os educandos enfrentam nesta etapa de recomeço de vida
escolar, bem como entender as expectativas e anseios que os permeiam.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os relatos de experiência coletados com educandos do CEEJA permitem
identificar a função social de tal projeto, com vistas à valorização do homem em
nossa sociedade, dimensionando seu real impacto na garantia do preparo, ingresso
ou da permanência no mundo do trabalho, com sua consequente inserção e
conscientização como ser social.
Nota-se que, a partir do momento em que retornam à escola, os sujeitos
desta pesquisa passam a ter maior consciência da importância da educação como
requisito para a inserção e pertencimento na sociedade. Há uma nítida percepção da
melhora da autoestima e do sentimento de cidadania entre esses educandos,
embora ainda tragam marcas de exclusões sofridas. E não deixam de apontar as
dificuldades enfrentadas para a retomada dos estudos, principalmente pela
insegurança e pela falta de tempo.
De modo geral, as expectativas dos educandos voltam-se para a
continuidade dos estudos e para alcançar melhores postos de trabalho, uma vez que
veem a educação como o caminho necessário para tais finalidades, no
reconhecimento da importância dos estudos, de uma boa formação.
O corpus pesquisado neste trabalho oferece, outrossim, uma amostra dos
anseios dos educandos na recuperação de sua formação educacional, tendo como
pré-requisito o resgate da autoestima, com o consequente exercício dos direitos e
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REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
Este estudo tem o objetivo de debater a Educação de Jovens e Adultos a
partir do materialismo histórico dialético. Para isso, nos fundamentamos na
pedagogia histórico-crítica e na psicologia histórico-cultural para realizarmos a
discussão. Estas perspectivas, resididas no materialismo histórico dialético,
proporciona uma compreensão das contradições no movimento dialético e histórico
da realidade concreta.
Assim, resgatamos conceitos e fundamentos da pedagogia históricocrítica e
da psicologia histórico-cultural que nos auxiliam na reflexão da especificidade da
Educação de Jovens e Adultos e dos desafios que envolvem essa especificidade.
Neste sentido, é importante sabermos quem são os estudantes desta modalidade. O
perfil dos estudantes da Educação de Jovens e Adultos, por exemplo, é bastante
variado:
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
traz a visão de ser realista na educação. Por isso os cinco momentos que
caracterizam o método pedagógico histórico-crítico descrevem o movimento da
educação nas suas diversas formas e não apenas na forma escolar.
4. CONCLUSÕES
público, que não tem por finalidade os interesses públicos populares, coletivos, não
buscam uma articulação orgânica entre setores como de saúde, educação e
assistência social. Num contexto social, econômico e político em que a desigualdade
social vem se aprofundando cada vez mais, isso acaba se revelando no contexto
escolar da Educação de Jovens e Adultos, se configurando como uma barreira que
exige mobilização e organização políticas coletivas para seu enfrentamento.
REFERÊNCIAS
MARTINS, Lígia Márcia. O desenvolvimento do psiquismo e a educação escolar.
Campinas, SP: Autores Associados, 2013.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 9. ed.
Campinas: Autores Associados, 2005.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. Edição comemorativa. Campinas, SP:
Autores Associados, 2008.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. ver.
ampl. Cortez, 2000.
ZANATA, Eliana Marques; MARQUES, Antonio Francisco; COSSI, Shirley Alves.
Elementos norteadores do currículo da educação de jovens e adultos do município
de Bauru. In: MESQUITA, Afonso Mancuso de; FANTIN,Fernanda Carneiro Bechara;
ASBAHR, Flávia Ferreira da Silva. Currículo Comum para o Ensino Fundamental
Municipal, Bauru: Prefeitura Municipal de Bauru, 2016, p. 221 – 243.
Introdução
O ensino de Língua Portuguesa no Brasil sofreu muitas modificações ao
longo do tempo. No início do século XX, ensinava-se a norma padrão do português
em escolas acessíveis apenas aos membros das elites. Com a democratização do
acesso à escola pública nas últimas décadas do século XX, preocupou-se em se
adequarem os temas e as metodologias abordadas no ensino da disciplina à
população cada vez mais heterogênea que passou a frequentar o ambiente escolar.
Modifica-se, também, o objetivo do ensino de língua materna: se antes era a
memorização das regras da gramática normativa, vistas como fundamentais para “o
bem falar e escrever”, agora está em foco o letramento, que em última instância é a
comunicação nas diversas “línguas portuguesas” (ROJO, 2006). Emergem, portanto,
novas concepções de texto, gramática, leitura e produção de texto: privilegia-se no
texto o seu contexto de produção, a gramática em uso, a leitura de textos de
diferentes gêneros e a produção textual em que os saberes do interlocutor são
levados em consideração pelo autor.
A relação dos educandos com a disciplina Língua Portuguesa é, todavia,
bastante diferente da relação de um falante nativo com sua língua materna. Crentes
nos mitos que compõem a mitologia do preconceito linguístico (BAGNO, 2013, p.
23), os alunos desvalorizam seus saberes linguísticos que, por vezes, não se
adequam à norma culta da língua. Embora as teorias sociolinguísticas ressaltem que
as regras ensinadas na escola, pertencentes à norma padrão, não são realizadas
em nenhuma variante do português falado, é difícil desconstruir a noção de que
existe um único modo de falar e escrever – o modo correto –, pois tais crenças são
reiteradas insistentemente nas esferas avaliativa e midiática. Assim, por vezes,
1079
Objetivos
O principal objetivo deste trabalho é expor uma sequência didática aplicada
aos alunos da Educação de Jovens e Adultos do município de Santo André, SP, com
o objetivo se discutirem as variedades linguísticas da língua portuguesa. Nela, o
conhecimento da língua materna é requerido para a interpretação de enunciados
escritos em línguas estrangeiras desconhecidas, ponto de partida da discussão
acerca do prestígio ou estigma linguístico.
Por meio das atividades, os aprendentes deveriam observar que as
diferentes variantes adquiridas prestavam-se à compreensão dos enunciados em
língua estrangeira, independentemente do grau de escolarização do falante. Assim,
concluir-se-ia que, a partir do português, podem ser construídos novos saberes
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Metodologia
Resultados
Conclusões
Referências
ANDRADE, A. I. “Intercompreensão: conceito e utilidade no processo de
ensino/aprendizagem das línguas”. In: ANDRADE, A. I. SÁ, C. M. (orgs.) A
intercompreensão em contextos de formação de professores de línguas:
algumas reflexões didácticas. Aveiro: Universidade de Aveiro, 2003. BAGNO, M.
Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 2013.
DOYÉ, P. Intercomprehension – Guide for the development of language
education policies in Europe: from linguistic diversity to plurilingual education.
Strasbourg: Council of Europe, 2005. Disponível em
<https://goo.gl/qIZBht>. Acesso em: 30 abr. 2017.
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Eixo 05
Políticas e Práticas no Ensino Superior
UNESP
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As falas indicam o que Bordenave (1998), citado por Berbel (2012), comenta
sobre a vida em sociedade e a Metodologia da Problematização, em sua validade,
aplicabilidade e atualidade. O autor explica que esta metodologia encontra
aplicações em todos os setores da vida social, como indicam os alunos ao
compreenderem a utilidade da educação em saúde em sua prática como profissional
de saúde.
Valorizar e compreender a educação em saúde e todas as implicações
envolvidas foi possível também devido aos estudos dos alunos sobre modelos
pedagógicos de educação, trabalhados ao longo da disciplina:
(A23- Enf)
(A8- Enf )
Ressalta se, neste ponto, a questão da práxis como uma das questões
centrais da MP, pois o aluno tem a oportunidade de superar seu ponto de vista
espontâneo e caminhar para uma consciência profissional reflexiva, informada e
criativa, como pontua Berbel (2012).
4. CONSIDERAÇÔES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2000. 225p.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Relato semelhante a este foi descrito por Green (2008a) quando ressalta
que alguns professores de sua pesquisa manifestaram grande dificuldade em
permanecer observando os alunos trabalharem sem dar orientações ou diretivas.
Muitos professores descreveram a si mesmos como
‘maníacos por controle’ (GREEN, 2014, p. 263) e foram tentados diversas
vezes a “[...] estruturar a lição, definir objetivos explícitos, dar instruções sobre como
abordar a tarefa e especificar os resultados esperavam.” (GREEN, 2014, p.263,
tradução nossa).
Na segunda aula os professores (estagiário de música) atuaram como
‘modelos musicais’ sugerindo aos alunos possibilidades de execução e
aperfeiçoamento de suas ideias. Durante a fase de escuta atenta e reprodução da
música escolhida pelos alunos, foi observado que alguns alunos não tocavam
exatamente a música que estavam ouvindo no MP3 ou celular. A maior parte deles
tocavam com base em sua memória auditiva, isso aconteceu no caso da música
“Marcha Nupcial”, composta por Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847),
conforme relatado pelo “Aluno 15”.
Assim, os alunos tocaram a “Marcha Nupcial” através de sua memória
auditiva e não através da escuta atenta da gravação que estava inserida no celular
ou MP3 (Aluno 15). Dessa forma, ocorreram erros de reprodução, pois, sem a
referência auditiva da música contida na gravação, que funcionaria como guia e
modelo a ser copiado, havia divergência no grupo quanto à linha melódica correta a
ser executada. Poderíamos classificar esse tipo de exercício de reprodução auditiva
como ‘memória musical’, uma vez que se ‘escuta’ o som que a memória auditiva foi
capaz de internalizar e o reproduz em um instrumento musical. Quanto mais
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apurada for esta ‘memória musical’, mais perfeita será esta reprodução. Alguns
alunos relataram problemas de ordem extramusicais durante a aplicação da
proposta, tais como:
Entendemos que é natural em uma aula de música que haja expectativa por
parte dos alunos em aprender uma música rapidamente para poder mostrar aos
seus colegas, amigos e familiares. Na da proposta informal de aprendizagem
musical este processo deve ser construído e conduzido pelo aluno (GREEN, 2008a).
Por isso dificuldades, erros e frustrações são comuns nesse processo. Entretanto,
ao passo que os alunos descobrem os primeiros caminhos e estratégias para tirar
uma música de ouvido, surge o entusiasmo como resultado do acerto na execução.
Evidenciamos este fato na segunda aula com uma maior intervenção do professor
sugerindo possíveis soluções para os problemas musicais apresentados pelos
alunos.
É importante lembrar que embora do ponto de vista musical, os alunos
gozem de total autonomia, do ponto de vista organizacional “[...] as regras de sala de
aula continuam a ser aplicadas e, obviamente, haverá situações em que os
professores terão de intervir com relação ao comportamento dos estudantes e até
mesmo retirá-los da sala, caso estejam perturbando.
(GREEN, L.; D’AMORE, 2010, p. 170, tradução Flávia Narita).
O modelo de aprendizagem musical informal desenvolvido por Green
(2008a), portanto, não visa ser uma resposta pedagógica pronta e acabada para
resolver todos os problemas da educação musical, mas sim, configura-se como uma
proposta pedagógica que pode dialogar e conviver com práticas de ensino formais
em música (GREEN, 2014, p. 242)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GREEN, Lucy. How popular musicians learn: a way ahead for music education.
London: Ashgate, 2002.
______. Music on Deaf Ears: Musical Meaning, Ideology and Education. 2. ed.
London: Arima Publishing, 2008.
______. Music, informal learning and the school: a new classroom pedagogy.
Hampshire: Ashgate, 2008a.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Finalmente, com relação a pergunta (5) “Qual a sua opinião com relação ao
rigor matemático na videoaula?”, há indícios nas respostas dos alunos sobre o fato
de que o rigor matemático foi satisfatório, as vezes limitado ou então que, em uma
videoaula, não há necessidade de um alto nível de rigor matemático. As respostas
apresentadas foram especificamente as seguintes:
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALKIMIN, Maria Eva Freire; AMARAL, Tatiane Reis; LEITE, Nélia M. Gualberto.
Abandono Escolar no Curso de Licenciatura em Matemática do IFNMG – Campus
Januária. Anais do VI Congresso Internacional de Ensino de Matemática.
Canoas, RS; ULBRA, 2013.
Capes
1. INTRODUÇÃO
cidadãos, ou seja, aquela que ocorre nas instituições formais de ensino. Para isso,
criou-se a lei de número 9.934 de 20 de dezembro de 1996, conhecida por Lei de
Diretrizes e Bases da Educação, LDB, que apresenta os direitos, organiza o sistema
de ensino e diz das obrigações, principalmente, do Estado.
Enfim, esta breve contextualização foi criada com o intuito de explicitar que
os processos que movem a educação se dão, perante a lei, de forma fragmentada e
por isso, por mais que a ideia defendida neste artigo seja a de que a formação seja
um processo fluído, que se dá histórico e socialmente nos mais diversos espaços
que povoamos, as discussões levantadas dirão localmente de movimentos que, pela
LDB, ocorrem na etapa do ensino superior. Assim, o artigo abordará o Programa
Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência, Pibid, que, em 2013, tornou-se uma política de
formação docente e as narrativas, entendida como sendo os diferentes modos de se
contar uma história e expressar subjetividades (BRUNER, 2014).
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Assim, quando o aluno participa do Pibid, esta fase que, para a autora,
ocupa os 5 primeiros anos da carreira, é antecipada de modo que o aluno vive parte
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1111
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BANDEIRA, B. S.; OLIVEIRA, A. da R. Formação cultural e semiformação:
contribuições de Theodor Adorno para pensar a educação hoje. Educação, Porto
Alegre, v. 35, n. 1, p. 225-232, maio/ago. 2012. Disponível em:
<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/11636/8028.
Acesso em 28 de mar. de 2017.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de
dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional.
Brasília : MEC, 1996.
BRUNER, J. Fabricando Histórias: direito, literatura, vida. Tradução de Fernando
Cássio. 1. ed. São Paulo: Letra e Voz, 2014. 137 p.
DEB. Relatório de Gestão do Pibid. Brasília: DEB, 2013. Disponível em:
<http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/1892014-
relatorioPIBID.pdf>. Acesso em: 23 de mar. de 2017.
FERREIRA, L. G. Desenvolvimento profissional e carreira docente: diálogos sobre
professores iniciantes. Acta Scientiarum Education, Maringá, v. 39, n.
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<http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciEduc/article/view/29143>. Acesso
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LIBÂNEO, J. C. Reflexividades e formação de professores: outra oscilação do
pensamento pedagógico brasileiro? In: PIMENTA, S. G.; GHEDIN, E. (Org.).
Professor Reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Ed.
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NACARATO, A. M.; PASSOS, C. L. B.; SILVA, H. da. Narrativas na pesquisa em
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Acesso em 15 de jun. de 2016.
RUIZ, A. I.; RAMOS, M. N.; HINGEL, M. Escassez de Professores no Ensino
Médio: propostas estruturais e emergenciais. Brasília: Ministério da Educação/
Conselho Nacional de Educação/ Câmara de Educação Básica, 2007. 36 p.
SEVERINO, A. J. A busca do sentido da formação humana: tarefa da Filosofia da
Educação. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 32, n. 3, p. 619-634, set./dez.
2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ep/v32n3/a13v32n3.pdf>. Acesso em 30 de out. de 2016.
SOUZA, L. A. de; MARTINS-SALANDIM, M. E.; GARNICA, A. V. M. História Oral na
Educação Matemática: possibilidades. In: ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA, 9., 2007, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: SBEM, 2007. p.
1-7.
ZAQUEU, A. C. M. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
(Pibid) na Formação de Professores de Matemática: perspectivas de ex-
UNESP, Araraquara
UNESP, Araraquara
tamirisfachinetti@gmail.com
Bolsista CNPQ
INTRODUÇÃO
Em termos legais, a discussão acerca da inclusão de alunos com deficiência
se dá no Brasil a partir da Constituição Federal (1988) em que é proposta a
universalização do ensino, defendendo assim a escolarização de alunos com
deficiência com o objetivo de constituir uma sociedade equânime.
A partir daí diversos documentos foram criados e começaram a reconhecer
as pessoas com deficiência, gradualmente foi se constituindo no país o
estabelecimento de bases legais que fundamenta e oferece educação equânime
segundo os princípios da inclusão que perpassam pela aceitação e respeito às
diferenças até a valorização da diversidade humana.
Entre esses documentos destaca-se a publicação da nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) (BRASIL, 1996), a convenção de Guatemala
(BRASIL, 2001) e a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da
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1116
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), entre outros decretos que foram criados
paralelamente a esses documentos, atualmente pode-se citar a Declaração de
Iencheon (UNESCO, 2015) e a Lei Brasileira de Inclusão da pessoa com deficiência
(BRASIL, 2015).
A maioria desses documentos possuem discursos em comum: reafirmam o
compromisso da sociedade com as pessoas com deficiência, garantem direitos
igualitários, a contemplação de qualquer dificuldade ou necessidade especial,
defendem praticas inclusivas relacionadas a serviços ou atendimentos e
principalmente uma educação com equidade de direitos seja ela na modalidade
infantil ou superior.
Sendo à educação um direito humano que não deve ser negligenciado as
instituições de Educação Superior têm responsabilidade social na continuidade do
estudo de alunos com deficiência uma vez que todos os grupos sociais têm direito
ao conhecimento. A literatura que aborda o tema da Educação Superior mostra que
as transformações políticas desenvolveram esse nível de ensino no Brasil.
Dessa forma enfocando as políticas de inclusão esse estudo teve como
objetivo elencar os aspectos legais vinculados à Educação Inclusiva na Educação
Superior.
METODOLOGIA
Esse estudo representa um recorte da pesquisa intitulada “Investigação
sobre a inclusão de alunos com deficiência na Educação Superior: visão docente e
discente”, aprovado pelo Parecer nº 005202/2016, no Comitê de Ética da Faculdade
de Ciências e Letras – UNESP Araraquara.
O presente estudo segue a abordagem qualitativa descritiva caracterizando-
se pelo método que utiliza a pesquisa documental. De acordo com Andre (1995), a
pesquisa qualitativa não envolve manipulação de variáveis e nem tratamento
experimental.
Por meio da abordagem documental verificaram-se as políticas de inclusão
voltadas para a Educação Superior. Para Sá Silva, Almeida e Guindani (2009) os
documentos são fontes primárias em uma pesquisa e quando se recorre a
documentos se insere a natureza de matérias que ainda não receberam tratamento
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados serão apresentados a seguir de acordo com os eixos
elencados para análise dos dados Eixo 1: Ingresso.
O ingresso na educação pública superior ocorre por meio de processo
seletivo, em que o aluno passa por provas para concorrer a uma vaga na instituição
de ensino de sua escolha. Referente a isso o Plano Nacional de Educação em
Direitos Humanos (BRASIL, 2007) preconiza como um dos objetivos gerais
incentivar ações programáticas voltadas para a Educação Superior, no item 18 o
plano prevê o desenvolvimento de políticas estratégicas de ações afirmativas nas
instituições de nível superior.
Como ação afirmativa pode-se mencionar os processos seletivos adaptados
que podem ser necessários para promover o ingresso de pessoas com deficiência
em nível superior. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, regulamentada pelo
Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, prevê no artigo 27 que as instituições
de Educação Superior deverão oferecer a adaptação de provas e apoio necessários
(previamente solicitados), bem como tempo adicional para realização de provas
conforme as características da deficiência. A Portaria nº3. 284 de 2003 reforça esse
decreto.
Além dessas provisões o Art. 28 da Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da
pessoa com deficiência) incumbe ao poder público assegurar a inclusão em cursos
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1118
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A política prevê alternativa, mas ainda não oferece provisão de meios, falta
fiscalização para que elas de fato se efetivem, conscientização por parte da
sociedade, empoderamento para que as pessoas sejam conscientes sobre seus
diretos sociais e principalmente garantias previstas na própria política para não só
mostrar o direito e sim efetiva-lo.
Para Moreira (2012) existe um descompasso entre os princípios da inclusão
garantidos nos documentos e o contexto educacional brasileiro. Ao constatar
números reduzidos de alunos com necessidades educacionais especiais na
Educação Superior a autora percebe e associa o fato a exclusão que esses alunos
passam ao longo da Educação Básica.
Essa exclusão pode ser entre diversos fatores pela volubilidade das políticas
que asseguram a inclusão educacional, mas não garante os meios para que ela
ocorra. A própria primazia da Constituição Federal de 1998, estabelece direitos
fundamentais, mas não assegura, ou seja, não da uma garantia para que esse
direito se torne realidade.
É importante que outros estudos discutam a viabilidade das políticas de
inclusão na Educação Superior e mostre dados relativos à utilização das mesmas
em contextos reais, relacionado à implementação da política interna de promoção a
inclusão e a garantia dos direitos de estudantes com deficiência durante o percurso
REFERÊNCIAS
ANACHE, A. A.; ROVETTO, S. S. M.; OLIVEIRA, R. A. D. Desafios da implantação
do atendimento educacional especializado no Ensino Superior. Revista Educação
Especial. Santa Maria, v. 27, n.49, p. 299-312, maio/ago.
2014.
ANDRÉ, M., E., D., A. Etnografia da prática escolar. Campinas, SP: Papirus, 1995.
p. 15-25.
APPOLINÁRIO, F. Dicionário de metodologia científica: um guia para a produção do
conhecimento científico. São Paulo, Atlas, 2009, 320 p. BRASIL. Conselho Federal
de Educação. Resolução nº 2, de 24 de fevereiro de 1981. Autoriza a concessão de
dilatação do prazo de conclusão do curso de graduação aos alunos portadores de
deficiência física, afecções congênitas adquiridas. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/res2_81.pdf>. Acesso: 01 ago.
2016
______. Assembleia Nacional Constituinte. Constituição da República
Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal/Secretaria Especial de
Editoração e Publicações, 1988. Acesso:20 de agosto de 2015. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm> ______. Lei
nº. 7.853, de 24 de Outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas
portadoras de deficiência, sua integração social, institui a tutela jurisdicional de
interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do
Ministério Público, define crimes, e dá outras providências. Diário Oficial, Brasília.
Disponível em: http:
<//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7853.htm>. Acesso: 20 nov. 2016. ______. Lei
9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil.
Brasília, 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em 14 set.
2015.
______. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Dispõe sobre a política
nacional para integração da pessoa portadora de deficiência, consolida as normas
de proteção, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, p. 10, 21
dezembro 1999.
______.Decreto nº3.956, de 08 de outubro de 2001. Promulga a Convenção
Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as
Pessoas Portadoras de Deficiência. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm>. Acesso em 11 out.
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______.Ministério da Educação. Portaria n. 2.678, 24 de setembro de 2002.
Brasilia, DF: [s.n], 2002. Disponível em:
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______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei Nº.
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1. INTRODUÇÃO
2. MÉTODOS
3. RESULTADOS
4 CONSIDERAÇÔES FINAIS
5. REFERÊNCIAS
BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
DA SILVA, Glauco Peres. Análise de evasão no ensino superior: uma proposta de
diagnóstico de seus determinantes. Avaliação: Revista da Avaliação da
Educação Superior, v. 18, n. 2, 2013.
DAVIS, G. F. The rise and fall of finance and the end of the society of organizations.
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GAIOSO, Natalicia Pacheco de Lacerda. O fenômeno da evasão escolar na
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Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica de Brasília,
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1131
Brasília, 2005.
GOUVEIA, Valdiney Veloso; ALBUQUERQUE, Francisco José Batista de; SOLHA,
Andréia Carvalho. Expectativas da comunidade frente à universidade. Rev. psicol.
(Fortaleza, Impr.), v. 11, n. 1/2, p. 5-18, 1994.
LOBO, Maria Beatriz de Carvalho Melo. Panorama da Evasão no Ensino Superior
Brasileiro: Aspectos Gerais das Causas e Soluções. Associação Brasileira de
Mantenedoras de Ensino Superior. Cadernos nº 25. Dezembro de 2012.
POLYDORO, Soely Aparecida Jorge. O trancamento de matrícula na trajetória
acadêmica no universitário: condições de saída e de retorno à instituição. 2000.
167 p. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 2000.
RIBEIRO, Marcelo Afonso. O projeto profissional familiar como determinante da
evasão universitária: um estudo preliminar. Revista Brasileira de Orientação
Profissional, v. 6, n. 2, p. 55-70, 2005.
RIGALI‐OILER, M; KURPIUS, S. R. Promoting academic persistence among
racial/ethnic minority and European American freshman and sophomore
undergraduates: Implications for college counselors. Journal of college
counseling, v. 16, n. 3, p. 198-212, 2013.
SAVICKAS, M.; NOTA, L.; ROSSIER, J.; DAUWALDER, J-P., DUARTE, M. E.,
GUICHARD, J.; SORESI, S.,; VAN ESBROECK, R.; & VAN VIANEN, A. Life
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Vocational Behavior, v.75, n.3, p.239-250, 2009.
SEMESP. Mapa do Ensino Superior no Brasil 2016. Relatório disponível em
<convergenciacom.net/pdf/mapa_ensino_superior_2016.pdf> Consultado em
14.12.2016. 2016
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Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 132, p. 641-659, 2007.
YANG, D.; SINHA, T.; ADAMSON, D.; & ROSÉ, C. P. Turn on, tune in, drop out:
Anticipating student dropouts in massive open online courses. In Proceedings of
the 2013 NIPS Data-driven education workshop, v.11, p.14, 2013.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por base a Dissertação de Mestrado da autora
principal, intitulada “Políticas Públicas Educacionais para as licenciaturas: um estudo
a partir da Formação de Professores no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia – Campus São Paulo”, apresentada ao Programa de PósGraduação
Stricto Sensu de Mestrado Acadêmico em Educação, Arte e História da Cultura da
Universidade Presbiteriana Mackenzie.
A inquietação que gerou a pesquisa surgiu da reflexão sobre a formação de
professores e toda a complexidade envolvida no preparo deste profissional, nas
demandas que cada vez mais são exigidas nos ambientes escolares onde
trabalham, sendo tudo isso permeado e influenciado pelas políticas públicas
educacionais, que tentam definir minimamente como preparar o docente para
atender as necessidades específicas relativas à sua função.
A pesquisa tem por objetivo analisar as implicações provocadas pelas
políticas públicas educacionais brasileiras adotadas nos cursos de licenciatura do
1133
IFSP-SPO, sob a ótica dos professores formadores, assim, observando como elas
são desenvolvidas nos cursos voltados para a docência e como esta formação é
interpretada na instituição, para tanto, por meio dos relatos fornecidos pelos
professores formadores, analisamos como é trabalhada em sala de aula a relação
entre teorias e práticas, quais ações são adotadas no intuito de preparar os futuros
professores, frente aos desafios apresentados nas escolas e enfrentados pela
profissão atualmente.
Durante todo o processo de pesquisa, houve a interlocução com autores
diversos que abordavam os dois eixos temáticos principais, entre aqueles com quem
dialogamos acerca da formação de professores, estão: Mizukami (1996, 2005,
2010), Gatti (1997, 2010, 2013, 2015), Gatti e Barretto (2009), Gatti, Barreto e André
(2011), Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), Imbernón (2002), Sacristán (1995,1999),
Nóvoa (1997, 1999, 2007), Schön (1997), Marcelo García (1997, 2013), Vaillant
(2015) e Tardif (2000, 2002). Quanto às políticas públicas educacionais, além de
apontamentos destacados pelos autores acima, do estudo das Leis e dos
documentos já mencionados, dialogamos também com: Dourado (2002), Dourado e
Paro (2001), Dourado e Catani (1999), Cury (2014), Paro (2001), Saviani (2007,
2009, 2010), Gentili (2005), Kuenzer (2005) e Sguissardi (2008).
Desta forma, empregamos uma vasta referência bibliográfica para conhecer
melhor os eixos temáticos do trabalho, o que contribuiu tanto para a estruturação e
embasamento da pesquisa, como também para a análise dos dados coletados
durante as entrevistas semiestruturadas, assim, facilitando identificar como a relação
entre teorias e práticas é abordada e desenvolvida em sala de aula nos cursos de
licenciatura da instituição, quais ações são adotadas visando a preparar os
discentes para a sua futura atuação profissional, frente a tantos desafios
apresentados tanto para as escolas, quanto para a profissão, bem como, quais são
os impactos das políticas públicas educacionais, na visão dos professores
formadores.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70. 2010.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1139
GATTI, Bernardete Angelina. ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo de Afonso. & BARRETO,
Elba Siqueira de Sá. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte. Brasília:
UNESCO, 2011.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
não aceitando ser apenas agente passivo desse processo. Nesse sentido, é
necessário que as iniciativas institucionais de formação pedagógica do docente
universitário sejam responsáveis pelas rupturas paradigmáticas necessárias,
relacionadas ao processo de ensino na universidade. Na formação pedagógica do
docente universitário as concepções de inovação que serão desenvolvidas devem
estar claras e devem ser analisadas, discutidas e refletidas, para que a formação
traga contribuições e transformações nas práticas dos docentes ali envolvidos, tanto
quanto para os assessores responsáveis pelos espaços de formação, em um
trabalho que nasce a partir de uma natureza eminentemente conjunta.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
frente a um desafio que não está isoladamente para os docentes, que precisam de
formação pedagógica. Também os assessores pedagógicos universitários devem ser
formados para conduzir a movimentos de ruptura, ao desenvolver ações no âmbito
da formação pedagógica docente. Com isso, estamos nos referindo a um duplo
desafio, visto que sendo objeto da Pedagogia Universitária, a ressignificação das
práticas estará para o docente, tal qual está para os assessores pedagógicos, se
constituindo em práticas pedagógicas entrelaçadas e não isoladas.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Maria Antonia Ramos de; XAVIER, Amanda Rezende Costa Xavier;
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Por isso, que sentido teria uma educação que nos impulsiona para o nada?
A desesperança nos imobiliza e não deve ser o percurso natural da espécie humana.
Trata-se de entender que mudar é difícil, mas é possível.
Acreditamos que via educação devemos colocar poder nas mãos dos
alunos, promovendo a democracia, o respeito as diferenças e o diálogo em sala de
aula, isto tudo, impulsiona o pensar crítico, um olhar à nossa existência e ao mundo,
através da reflexão desveladora das injustiças, das mentiras ideológicas que ocorre
nas relações da sociedade com a escola, e assim, objetiva agir na sociedade em
busca de melhorias.
Assim, perseguimos uma prática em sala de aula ancoradas no pensamento
freireano do respeito ao ser humano, comprometidos com a educação popular, a
qual permite aos desvalidos da sorte, o sonho e a utopia como fomentadores da
esperança. Nessa ação educativa, levaremos o aluno a compreensão não ingênua
da realidade, mas a leitura de mundo, em contraposição as determinantes sociais,
porque numa sociedade em que convivem segmentos da população com interesses
opostos, não existe educação neutra.
Por tanto, ao lidar com a formação de professores temos um grande
compromisso com os futuros docentes, levando em conta o universo cultural deles e
refletindo uma visão mais global de educação, comprometida com uma prática social
mais justa e igualitária.
Cabe salientarmos que os objetivos e a intencionalidade da atividade,
proporcionou uma maior participação dos alunos no processo de
ensinoaprendizagem, assim como discutiu criticamente as concepções de educação,
ensino, a partir do referencial teórico de Freire. O que fez com que os alunos
questionassem para quem se educam, bem como pensar a formação docente
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1154
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários á prática
educativa. 3.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
PPGEC/Doutorado/UNESP/Baurú/SP
PPGEC/Doutorado/UNESP/Baurú/SP
1-INTRODUÇÃO
2- METODOLOGIA
3-RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em função da diversidade de informações elegeu-se algumas categorias de
análise para uma melhor compreensão dos dados, pois de um evento para outro,
eles se modificam e até mesmo nem sempre são constantes, devido o próprio
formato das atas dos eventos.
Tabela 01: Temas dos trabalhos apresentados nos Endipes 2004-
2012
Temas Nº absol. %
-Formação inicial de professores de Biologia 18 47,38
-Experimentação 01 2,63
-PIBID 01 2,63
-Planejamento 01 2,63
TOTAL 38 100%
Fonte: ANAIS DO ENDIPES DE 2004/2012
4-CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um indicador de que os pesquisadores já iniciaram a problematização e
abusca de soluções práticas mais contextualizadas e com diversidade sócio-
históricae cultural brasileira é representado pelo número significativo de trabalhos
apresentados. De todo modo, para um campo de conhecimento ainda bastante
naturalizadoe ensinado de forma abstrata, as pesquisas sobre o ensino de Biologia é
umsinal bastante positivo de que o objeto das ciências naturais, não é tão natural
elogicamente previsível, mas culturalmente construído e indeterminado.
As pesquisas genuinamente quantitativas, não dão conta de compreender e
interpretaro que está por trás dos números, evidenciando que as fortes e
incisivasinfluências dos componentes econômicos, políticos, sociais e culturais no
processode formação educacional dos povos, devem ser estudados por
abordagemqualitativas de pesquisa.
REFERÊNCIA
CACHAPUZ, António et all. A Emergência da Didáctica das
Ciências comoCampo Específico de Conhecimento. Revista
UFTM
MINEIRO – UFTM
MINEIRO – UFTM
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Portaria Normativa n. 96, de 18 de julho de 2016. Disponível em:
https://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/Portaria_096_18j
ul13_AprovaRegulamentoPIBID.pdf. Acesso: 12.06.2017.
NOVOA, A. Cúmplices ou reféns? Nova Escola. São Paulo: Abril; n. 162, p.14-15,
mai. 2003.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de
Educação Superior. Resolução CNE/CES n.4, de 7 de novembro de 2001:Institui
diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em medicina.Brasília, 2001.
TEIXEIRA, C.F.; PAIM, J.S.; VILAS BOAS, A.L. SUS: Modelos assistenciais e
vigilância da Saúde. Inf. Epidemiol. SUS, v.7, n.2, p.7-28, 1998.
Portugal.
1. INTRODUÇÃO
que Deleuze (1992, p. 142) trata como “produção dos modos de existência ou estilos
de vida”.
Temas como as relações acadêmicas e a produção de subjetividades
precisam ser discutidos. Tratando mais especificamente das conexões entre essas
relações acadêmicas e a política e a administração da educação, se silenciarmos e
não discutirmos a partir de nossos próprios exemplos, quais serão, então, os nossos
papéis? Prescritores de teorias e análises que funcionem para os outros, mas que
não dialogam com o que fazemos? Faça o que eu digo, não faça o que eu faço?
É interessante a observação de Sílvio Gallo (2008, p. 65) de que enquanto
uma educação maior é produzida “na macropolítica, nos gabinetes, expressa nos
documentos”, existe também uma educação menor, que está no âmbito da
micropolítica, “na sala de aula, expressa nas ações cotidianas de cada um”, e na
qual os envolvidos agem “nas micro-relações cotidianas, construindo um mundo
dentro do mundo, cavando trincheiras de desejo”.
A questão micropolítica está, no âmbito deste texto, ligada ao que se passa
no sensível, no invisível, que é também muitas vezes indizível: um plano de
intensidades e sensações que “é acessado sobretudo pela percepção e o segundo,
pela sensação”, que “é efeito das forças do mundo tal como afetam nossos corpos,
produzindo estranhamento e pondo em crise o referido repertório” (Rolnik, 2008, s.
p.). Ou seja, meu foco de preocupação está voltado aqui ao que se produz em
termos de “desejo, de expressão de singularidade, que não conduzem de maneira
alguma a uma política reacionária e de conformismo” (GUATTARI e ROLNIK, 2007,
p. 155-156).
2. METODOLOGIA
O método autoetnográfico está relacionado à construção de narrativas que,
ao contrário da etnografia tradicional, não separa o observador do observado, não
acredita em uma suposta neutralidade, e nem inclui descrições neutras de objetos
déjà-là, à espera de serem coletados ou descobertos. Toda estória construída por
nós “é parcial, privilegiada e retoricamente construída para um público” (ADAMS,
HOLMAN JONES e ELLIS, 2015, p. 82). Portanto, o pesquisador está sempre
implicado naquilo que pesquisa e produz.
3. RESULTADOS
Cena 1
Quase tudo pronto para o início da aula noturna ministrada por uma
professora. A sala está muito quente. É quase verão na cidade e a umidade alta
deixa a sensação térmica ainda mais alta. Não há ar condicionado na sala; apenas
um único ventilador de tripé próximo ao quadro branco.
Das cinquenta cadeiras, cerca de quarenta já estão ocupadas. A professora
se encaminha para a lateral da sala e, ao abrir a janela de madeira, o vidro quebra e
cai, em pedaços, em cima dela. Sangue. Braço e pé cortados.
Hospital. Pontos. Curativos. Nada de aula por hoje.
Foi registrado o acidente de trabalho? Fica a pergunta no ar.
Que bobagem! O importante é que ela não sofreu nada mais grave.
“Acidentes” acontecem. É assim mesmo. Não tem problema, semana que vem a
aula retorna normalmente, no mesmo horário, no mesmo local, nas mesmas
instalações.
Cena 2
Idas e vindas pelos corredores da universidade. O chão de madeira treme ao
se caminhar por sobre ele. Algumas tábuas parecem soltas. Outras esburacadas.
Uma professora vai a uma das salas buscar o projetor multimídia para usar em sua
aula vespertina, a ser desenvolvida em uma sala ainda que não tem o equipamento
instalado.
Encontrando outra docente no caminho para a sala, as duas param para
conversar no corredor, encostadas a uma pilastra. Parte do reboco cai do teto. Sem
tempo de reação, o pedaço de concreto resvala no braço esquerdo da professora
antes de cair no chão. Corte. Arranhões. Por alguns poucos centímetros, o pedaço
de concreto, tijolos e tinta branca não atingiu a cabeça da pessoa.
O importante é que ela não sofreu nada grave! Que ‘sorte’! Vamos isolar
esse canto do corredor com uma fita amarela para que ninguém encoste mais nessa
pilastra. De resto, vida normal! Até quando contaremos com a ‘sorte’?
Cena 3
Chove muito. Venta bastante. Relâmpagos e trovões. Chove dentro dos
corredores e das salas da Faculdade. Nunca me recordo bem quais as diferenças
entre cascatas e cachoeiras. Funcionários terceirizados da empresa de serviços
gerais se apressam em posicionar estrategicamente diversos baldes no chão, afinal,
se molhar ainda mais a madeira, a situação pode se agravar (mais?).
Alunos e alunas, professores e professoras, vão chegando para suas aulas,
projetos, orientações e demais atividades no prédio. Será que não tem perigo ficar
aqui dentro com toda essa chuva? E o sistema elétrico? E o reboco?
E o telhado? Há rota de saída de emergência em caso de incêndio?
Que nada! Isso está assim faz tempo! Já nos acostumamos! O importante é
a gente desviar dessas goteiras e ter cuidado para não escorregar nas poças.
Coreografias dançantes entre baldes educadores.
4. DISCUSSÃO
5. CONSIDERAÇÕES
É preciso fazer algo diferente, provocar algo diferente. O teto cai, a janela
quebra, pessoas férias, e nada se faz? Ninguém se mobiliza? Até quando trataremos
todos esses acontecimentos como meras fatalidades a respeito das quais não
podemos fazer nada?
Penso nas palavras de Peter Pál Pelbart (2013, p. 30) quando ele afirma que
"cabe perguntar o que poderia ainda sacudir-nos de tal estado de letargia e se a
catástrofe não estaria aí instalada cotidianamente [...], ao invés de ser ela apenas a
irrupção súbita de um ato espetacular". É preciso provocar algo diferente, nem que
seja em uma pessoa apenas. De uma em uma. Um contágio possível. O que não
podemos mais é continuar calados, naturalizando tudo isso que está acontecendo
há (muitos e muitos) meses.
É preciso desnaturalizar o que parece – mas nada tem de – natural. Coisas
que assumimos na nossa sociedade e nos nossos espaços educativos como óbvias,
naturais, normais ou inevitáveis, mas que não o são, pois são “o resultado de
decisões humanas que poderiam ter sido tomadas noutro sentido” (JARDINE, 2007,
p. 16). O que mais me perturba é a indiferença quando reparo a cooptação de tantos
e tantas colegas ao integrarem-se ao automatismo moral (PÁL PELBART, 2013, p.
139). Ou, como dizia Nietzsche (2008, p. 40), ao que se constrói como
“indiscutibilidade dos costumes”, que em nada se relacionam às experiências das
pessoas, mas à tradição, à antiguidade e à santidade. À nossa anestesia, às
anestesias construídas em nós.
Não adianta esperarmos por heróis. Por ações de outros que nós mesmos
não tomamos ou apoiamos em nossas atitudes cotidianas. Vidas em risco. Riscos
naturalizados. Qual a nossa parcela nisso? É preciso analisar onde estamos nos
omitindo e naturalizando. Banalizando condições de trabalho e de vida intoleráveis.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1186
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
1 METODOLOGIA
2 RESULTADOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema informatizado do Prouni – SISPROUNI.
Quantidade de bolsistas com deficiência em 2014. Brasília, 2015. Disponível em:
<http://prouniportal.mec.gov.br/images/pdf/Representacoes_graficas/bolsas_ofer
tadas_ano.pdf>Acesso em: 21 abr 2017.
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
1196
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP nº 02/2015:Diretrizes
Nacionais Curriculares para a Formação Inicial e Continuada dos Profissionais do
Magistério e da Educação Básica. Aprovado em 09 jun. 2015.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1202
2007 a 2014
amandinhaaudi@gmail.com
Superior - CAPES
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
disponíveis no website e por causa de tempo hábil para a pesquisa, não foi possível
aguardar os relatórios solicitados pelas pesquisadoras.
Por intermédio dos nomes coletados no website, foi pesquisado o currículo
de cada discente na Plataforma Lattes, onde foi identificado o curso de formação
inicial, com vistas a compor um perfil profissional.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Rosemberg (1990, p.529) descreve em seu trabalho que essa virada das
mulheres na educação foi apresentada por um documento produzido pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira em
1999. A autora relata que o documento afirma que as mulheres “[...] ‘reinam
absolutas’ nas salas de aula, referindo-se à proporção de mulheres docentes. ”
Entretanto, conforme aponta Tabak (2002, p.39)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pedagogos pode ser justificado por terem sido integrados neste programa após a
reformulação da CAPES com a portaria nº83/2011, que modificou a Área 46 até
então área de Ensino de Ciências e Matemática, para a área de Ensino,
possibilitando o ingresso de formandos de cursos variados.
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
A efervescência da TV digital, da internet, de novas plataformas audiovisuais
como o site Youtube e do próprio cinema digital, bem como a crescente retomada do
Cinema nacional em função de leis de incentivo, como a Lei Federal 8.685 do
audiovisual do ano de 1993, e a introdução das cotas de conteúdo nacional na TV
paga, produziram uma demanda cada vez maior na produção de conhecimentos
ligados a estas mídias, principalmente, a procura por cursos superiores ligados a
essa área.
Atenta a esse novo contexto, e, consequentemente, ao crescimento na
procura audiovisual, as instituições de ensino superior particulares começaram a
criar novos cursos a fim de suprir a carência de mão-de-obra qualificada para o
setor. Dados encontrados no artigo de Daniele Christine LeiteRibeiro publicado no
site do Forúm de Ensino de Cinema e Audiovisual (FORCINE), mostram que até
2003, constavam no site do MEC 22 instituições de ensino superior em nível de
graduação e que em 2011, foram contabilizados 53 cursos e, no presente momento,
em 2017, há indicativos de que muitos outros cursos já foram criados.
Este artigo descreve a experiência em um curso de Cinema e Audiovisual de
uma instituição privada localizada no interior do estado de São Paulo na
reformulação de um projeto pedagógico que se tornou inovador a partir da
implementação de uma proposta de produção cinematográfica e audiovisual
permanente ao seu conteúdo curricular, que contribui para o debate acerca da
formação, e, principalmente, a cerca da qualidade dos cursos de cinema e
audiovisual no ensino superior do Brasil.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para cada curso da FCAD foi criado 1 (uma) ou mais “empresas” que
compõem a AECA. O corpo docente de cada curso define o caráter da empresa a
ser criada de acordo com sua especificidade e as necessidades do mercado. Então,
é escolhido um professor que coordena e orienta diretamente todos os projetos
desenvolvidos pelos alunos.
Como parte obrigatória do conteúdo curricular, os alunos de todos os cursos
da FCAD, submetem seus projetos, a cada sementre, de forma individual ou coletiva
às empresas da AECA e passam por um processo de avaliação e seleção.
As sextas-feiras dos calendários de todos os cursos da FCAD são
destinadas exclusivamente para o desenvolvimento dos projetos na AECA, que são
coordenados e orientados pelo professor líder. Esse trabalho interdisciplinar é
responsável por um terço da nota do discente no semestre.
A incorporação das atividades da AECA aos planos didáticos pedagógicos
dos cursos da FCAD teve como base o uso de metodologias ativas de ensino.
Através dessas metodologias, o processo de ensinoaprendizagem não se restringe
mais à reprodução do conhecimento, no qual o docente assume um papel de
transmissor de conteúdos e ao discente cabe a retenção e a repetição destes em
uma atitude passiva, receptiva, ou reprodutora sem a necessária crítica e reflexão.
Ao passo que a passagem da consciência ingênua para a consciência crítica requer
do aluno a curiosidade criativa, indagadora, insatisfeita de um sujeito ativo, que
reconhece a realidade como mutável. O docente aqui deve entender que: “Ensinar
não é transferirconhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria
produção ou asua construção [...]”, conforme afirma Paulo Freire (2002, p.21).
2009 17 2
2010 37 3
2011 43 3
2012 47 4
2013 48 4 3
2014 74 4 5
2015 95 6 9 3
2016 113 9 18 4
Fonte: elaboração própria.
apresentações no Festival Curta Salto também, pois se transformou num evento que
faz parte do calendário cultural da cidade.
Essa interação com a comunidade e a visibilidade do curso de Cinema e
Audiovisual através do Festival deu oportunidade para que a população da região
descobriesse e conhecesse melhor o curso de Cinema e Audiovisual. O número de
alunos ingressantes foi aumentando significativamente ao longo dos anos, como
obsevamos no gráfico 1.
120
100
80
60 Ingressos
40 Produção Audiovisual
20
0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
GRÁFICO 1 – Evolução de ingressos no curso e a produção audiovisual da Kimera Filmes.Fonte:
elaboração própria.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática
educativa, 25 ed. São Paulo: Paz e Terra S/A, 2002.
MITRE, Sandra Minardi et al . Metodologias ativas de ensinoaprendizagem na
formação profissional em saúde: debates
atuais. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 13, supl. 2, p. 21332144, 2008.
MORAN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. Coleção
Mídias Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania:
aproximações jovens. Vol. II] Carlos Alberto de Souza e Ofélia Elisa Torres
Morales (orgs.). PROEX/UEPG, 2015.
MOURÃO, Maria Doura Genis. . Cadernosdo Fórum Brasileiro de Ensino de
Cinema e Audiovisual (FORCINE). Imprensa oficial, 2004.
RIBEIRO, Danielle Christine Leite. Mercado audiovisual e formação
profissional: o perfil dos cursos superiores em cinema e audiovisual no
brasil. Disponível em <http://forcine.org.br/site/>. Acesso em: 10 Out. 2016.
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1217
Samara Schneider-UNEMAT
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CANDIDO, Antônio. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2006.
KOSIK, Karel. Dialética do Concreto. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969.
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1225
MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro I, Tomo I. São Paulo:
Nova Cultural, 1985.
VÁSQUEZ, Adolfo Sanchez. A filosofia da práxis. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
1. O CONTEXTO DE PESQUISA
[...] fiquei impressionada com tanto capricho e amor com que ela
planeja suas aulas e semanalmente registra os acontecimentos como:
dificuldades dos alunos, desenvolvimento, e até suas próprias dificuldades
durante o dia a dia como professora. (N10)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BROUSSEAU, G. Os diferentes papéis do professor. In: PARRA, C.; SAIZ, I. (Orgs.).
Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas. Porto Alegre: Artes Médicas,
1996. p. 48-72.
CATANI, D. B. Práticas de formação e ofício docente. In: BUENO, B. O.; CATANI, D.
B.; SOUSA, C. P. de. (Orgs.). A vida e o ofício dos professores: formação
contínua, autobiografia e pesquisa em colaboração. São Paulo: Escrituras, 1998.
CATANI, D. B.; VICENTINI, P. P. Lugares das experiências de vida e de trabalho na
formação/autoformação dos professores. In: ______. (Orgs.). Formação e
autoformação: saberes e práticas nas experiências dos professores. São Paulo:
Escrituras, 2006.
CORDEIRO, J. Didática. São Paulo: Contexto, 2007.
FRANCO, M. A. R. S. Pedagogia: questões contemporâneas. In: ______. (Org.).
Pedagogia como ciência da educação. São Paulo: Cortez, 2008.
______. Prática Pedagógicas nas múltiplas redes educativas. In: LIBÂNEO, J. C.;
ALVES, Nilda. (Orgs). Temas de pedagogia: diálogos entre didática e currículo. São
Paulo: Cortez, 2012. p. 168-189.
FAPESP1 e FAPEMIG2
1. INTRODUÇÃO
2. Metodologia
3. Resultados e discussão
Apesar de podermos destacar ações que buscam a inclusão, falta ainda que
a instituição as enfatize e assuma o compromisso de que não podemos adaptar as
estruturas e lutar contra barreiras atitudinais apenas quando temos um aluno com
uma deficiência grave. É fundamental que ocorra um preparo tanto arquitetônico
quanto de formação de pessoal que torne a universidade um espaço inclusivo, de
modo a atendermos ao que Bueno (2008) propõe como uma educação democrática.
4. Considerações Finais
5. Referências
AMARAL, Ligia Assunção Amaral. Diferenças, estigma e preconceito: O desafio da
inclusão. In: OLIVEIRA, M.K.; SOUZA, D.T.R.; REGO, T.C. (orgs).
Psicologia, educação e as temáticas da vida contemporânea. São Paulo:
Moderna, 2002. p. 233-248.
BAZON, Fernanda Vilhena Mafra; GOMES, Claudia; LOZANO, Daniele; FURLAN,
Elaine Gomes Matheus; FARIA, Paulo Cézar Formação de professores e educação
inclusiva: um olhar para os formadores In: Anais do 3o. Congresso Internacional
sobre Teoria Histórico-Cultural e 15 jornada do núcleo de ensino de Marília,
2016.
BUENO, José Geraldo Silveira. As políticas de inclusão escolar: uma prerrogativa da
educação especial?. In: BUENO, J.G.S.; MENDES,G.M.L.; SANTOS, R.A.
Deficiência e escolarização: novas perspectivas de análise. Araraquara: Junqueira
e Marin; Brasilia: CAPES, 2008. p. 43-63.
GATTI, Bernadete. Formação de professores no Brasil: características e problemas.
Educação e Sociedade, Campinas, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, 2010.
GONZÁLEZ REY, Fernando. Epsitemología cualitativa y subjetivdad. São Paulo:
EdUC, 1997.
IMBERNÓN, Francisco. La profesión docente desde el punto de vista internacional
¿qué dicen los informes? Revista de Educación, 340. Mayoagosto 2006, p. 19-86
MARTINS, José de Souza. A sociedade vista do abismo: novos estudos sobre
exclusão, pobreza e classes sociais. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 228 p.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1241
PATTO, Maria Helena Sousa. Políticas atuais de inclusão escolar: Reflexão a partir
de um recorte conceitual. In: BUENO, J.G.S.; MENDES,G.M.L.; SANTOS, R.A.
Deficiência e escolarização: novas perspectivas de análise. Araraquara:
Junqueira e Marin; Brasilia: CAPES, 2008. 25-42
SAVIANI, Demerval. Pedagogia Histórico-Crítica. 10 ed. Campinas, SP: Autores
Associados, 2008.
TANURI, Leonor Maria. História da formação de professores. Revista Brasileira de
Educação no. 14. Campinas/SP: Autores Associados, 2000.
UNESCO. Declaracion de Salamanca y marco de accion para las necesidades
educativas especiales. Disponível em:
http://www.unesco.org/education/pdf/SALAMA_S.PDF. Acesso em 10 jul 2015.
VAILLANT, Denise. Atraer y retener buenos profesionales en la profesión docente:
políticas en Lationoamérica. Revista Educación, maio-ago, 2006, p. 117-140.
VYGOTSKI, Lev Seminovich. Obras Escogidas V – Fndamentos de defectología.
Madrid: Visor, 1997.
VYGOTSKY, Lev Seminovich. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins
Fontes, 2008.
VYGOTSKY, Lev Seminovich. A formação social da mente. São Paulo:
Martins Fontes, 2007.
CNPq
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Forma Simbólica é tudo aquilo que, dentre outras coisas, pode ser
percebido como produzido por alguém com uma intencionalidade. Assim,
considera que mesmo fenômenos naturais podem ser considerados formas
simbólicas desde que os sujeitos, ao percebêlos, considerem a existência
de um sujeito, mesmo que sobrenatural, que os tenha produzido. Assim,
toda produção humana – dentre elas os livros didáticos – é Forma Simbólica
potencial sendo, portanto, passível de interpretação. (OLIVEIRA, ANDRADE
e SILVA, 2013, p. 123).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este mapeamento inicial que nos propusemos realizar nos dão indicativos
geográficos de existência de cursos de Licenciatura em Matemática e de Ciências,
com habilitação em Matemática e mostram indícios das dificuldades para se
conseguir instalar estes cursos em regiões mais distantes de capitais e de centros
formadores do país, além de demandas pelos professores de Matemática já
formados e que poderiam atuar nestes cursos pelo Brasil na década de 1960.
Na década de 1970 o número de pedidos de criação, autorização de
funcionamento e/ou reconhecimento de cursos que formavam professores de
Matemática, através de cursos de Licenciatura em Matemática e/ou em Ciências
com habilitação em Matemática teve um crescimento exponencial se comparado
com a década anterior.
Visando a continuidade e aprofundamento de nossas investigações
pretendemos, estudar os pedidos de criação, autorização de funcionamento e/ou
reconhecimento de cursos que formavam professores de Matemática, através de
cursos de Licenciatura em Matemática e/ou em Ciências com habilitação em
Matemática publicados na Revista Documenta nas décadas de 1980 e 1990, em
uma outra pesquisa de Iniciação Cientifica e mais próximos ao movimento analítico
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
sócio histórico proposto pelo referencial metodológico da Hermenêutica de
Profundidade, estudar o teor dos pareceres emitidos nas décadas de 1960 e 1970,
buscando compreendê-los no momento histórico no qual foram produzidos, em nível
de pesquisa de Mestrado.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, M. M. Ensaios sobre o ensino em geral e o de matemática em
particular, de Lacroix: análise de uma forma simbólica à luz do referencial
metodológico da hermenêutica de profundidade. 2012. 281f. Tese (Doutorado em
Educação Matemática) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e
Ciências Exatas, Rio Claro.
OLIVEIRA, F.D. Análise de textos didáticos: três estudos. 2008. 227f. Dissertação
(Mestrado em Educação Matemática) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de
Geociências e Ciências Exatas, Rio Claro.
SUPERVISIONADO
Serviço Social
Introdução
Objetivo
Metodologia
Resultados
Conclusões
Referências
CHAUÍ, M. A universidade pública sob nova perspectiva. Conferência de
abertura da 26ª Reunião Anual da ANPED. Poços de Caldas/MG, 05 de outubro de
2003. Disponível em http://www.anped.org.br/26/marilenachauianped2003.doc.
Acesso em: 19 out.2016.
Profa. Dra. Sueli Soares dos Santo Batista - Centro Paula Souza
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO DE CURRÍCULO
produzido e por isso não somente reflete, mas também reproduz os valores e
preceitos dessa sociedade. Contudo, em Moreira e Tadeu (2011), é instrumento para
a transformação social, cultural e das relações de poder. Assim, compreendemos
que numa perspectiva que se aproxima e se distancia do cotidiano escolar, o
currículo é representante de determinada cultura e constitui-se a partir de matizes
ideológicas e de estruturas de poder, que dão ao mesmo tempo a importância a
esse instrumento. É ainda um instrumento regulador, na medida em que determina o
que deve ser ensinado, padroniza, organiza, modela e restringe a tarefa de ensinar a
dado recorte e seleção efetuada.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Antonio Charles Santiago e SANTIAGO, Valkiria de Novais.
Globalização, mundialização e internacionalização: convergência para
configurações de cidadania. In: LUNA, José Marcel Freitas (org.).
Internacionalização do currículo: educação, interculturalidade, cidadania global.
Campinas. Pontes Editores, 2016.
APPLE, Michael W. Repensando ideologia e currículo.In: MOREIRA, Antonio
Flavio Barbosa e SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). Currículo, cultura e sociedade. São
Paulo. Cortez. 2011.
BRINHOSA, Mário César. A função social e pública da educação na sociedade
contemporânea. In: LOMBARDI, José Claudinei (org). Globalização, pós-
modernidade e educação: história, filosofia e temas transversais. Campinas.
Autores Associados: HISTEDBR. Caçador. SC, UnC. 2009.
CLIFFORD, Valerie A. Exploring internacionalization of the curriculum through
the lens of global citizenship.In: LUNA, José Marcel Freitas (org.).
Internacionalização do currículo: educação, interculturalidade, cidadania global.
Campinas. Pontes Editores, 2016.
FERREIRA, José Brites. Globalização e ensino superior: a discussão de
Bolonha. Perspectiva, Florianópolis, v. 24, n. 1, p. 229-242, jan. 2006. ISSN 2175-
795X. Disponível em:
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
3 RESULTADOS DA PESQUISA
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5 REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 14724.
Informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de
Janeiro, 2005.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projeto de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
1 A essa noção de terceiro espaço, Zeichner (2010, p. 485) relaciona outra, a de espaço híbrido, que
permite uma caracterização do modo como as licenciaturas vem concebendo a formação de professores nos
últimos anos. Segundo o autor “a ideia de um terceiro espaço vem da teoria do hibridismo e reconhece que
indivíduos extraem, de múltiplos discursos, elementos para fazer um sentido de mundo (BHABBA, 1990)”.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1276
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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<https://revistas.pucsp.br//index.php/curriculum/article/view/3106>. Acesso em 5 de
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NACARATO, A. M. A parceria universidade-escola: utopia ou possibilidade de
formação continuada no âmbito das políticas públicas? Revista Brasileira de
Educação, Rio de Janeiro, v. 21, n. 66, p. 699-716, jul./set. 2016. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
24782016000300699&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em 12 de abr. de 2017.
PIMENTA, S. G. Professor reflexivo: construindo uma crítica. In: PIMENTA, S.
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conceito. São Paulo: Ed. Cortez, 2002. p. 17-52.
SILVA, H. Mobilizações de narrativas na e para a formação inicial de
professores (que ensinam Matemática). Projeto de pesquisa (CNPq), 2016.
ZAQUEU, A. C. M. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
(Pibid) na Formação de Professores de Matemática: perspectivas de ex-
bolsistas. 2014. 269 f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) - Instituto
de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2014.
ZEICHNER, K. Repensando as conexões entre a formação na universidade e as
experiências de campo na formação de professores em faculdades e universidade.
Educação, Santa Maria, v. 35, n. 3, p. 479-504, set./dez. 2010.
Disponível em:
<https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/2357/1424>. Acesso em 19 de
out. de 2016.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
QUESTIONÁRIO DE INVESTIGAÇÃO
1. Em compostos isômeros de cadeia plana há modificações na posição dos
átomos, porém não altera sua função química. Assim, entre as alternativas abaixo,
qual o isômero da seguinte cadeia?
USP, que determinou a emissão de metano entre os anos de 2010 e 2013, a partir
da coleta de amostras de ar em quatro pontos da região, feita em aviões de
pequeno porte. O trabalho da bióloga Luana Santamaria Basso aponta também que
o manejo de rebanhos é responsável por 19%, em média, das emissões estimadas
para cada um dos locais de estudo, enquanto a queima de biomassa contribui com
8% a 10% da emissão estimada para a área da Amazônia brasileira. Fonte:
http://www.usp.br/agen/?p=201641, acessada em 29/07/2015 as 20:19h.
Imagine que através de um equipamento próprio seja possível visualizar uma
molécula de metano, após, desenhe conforme seu pensamento como seria a sua
observação estrutural dessa molécula.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS
BACHELARD, G. “A formação do espírito científico: contribuição para uma
psicanálise do conhecimento”. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. BACHELARD,
G. A filosofia do não.Tradução Joaquim José Moura Ramos, 2ªed. São Paulo:
Abril Cultural, 1984.
CORACINI, Maria J. R. F. (1991). “A metáfora no discurso científico: expressão
de subjetividade?” In: Um fazer persuasivo: o discurso subjetivo da ciência. São
Paulo/BRA: EDUC; Campinas/BRA: Pontes.
CORREIA, Maria E.A.; FREITAS, Juliano C.R.; FREITAS, Jucleiton J.R.; FREITAS
FILHO, João R. “Investigação do fenômeno de isomeria: concepções prévias dos
estudantes do ensino médio e evolução conceitual” In: Revista Ensaio, v. 12, n. 2,
p. 83-100, 2010.
NETO, José E. S., CAMPOS, Angela F., JUNIOR, Cristiano A. C. M.
“Abordando a isomeria em compostos orgânicos e inorgânicos: Uma atividade
fundamentada no uso de situações-problema na formação inicial de professores de
química”, In: Investigações em Ensino de Ciências– V18(2), p. 327-346, 2013.
Eixo 06
Politicas e Práticas na Educação Especial
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
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1290
Viviane Rodrigues
viviane_reb@hotmail.com
1. Introdução
Dentre as tentativas para garantir o acesso e a permanência do Público alvo
da Educação Especial (PAEE) no ensino regular, o atendimento educacional
especializado (AEE) se caracteriza como o serviço prioritário das políticas públicas
voltadas ao PAEE, que se destina a complementar a formação do aluno que esteja
matriculado no ensino regular de acordo com a Resolução de 2009, que institui
diretrizes operacionais para o atendimento no AEE. Este deve ocorrer em contra
turno, em sala de recursos multifuncionais para garantir que os materiais
necessários ao desenvolvimento do aluno PAEE estejam a sua disposição em
relação às habilidades acadêmicas, motoras, sociais e de fala, dentre outras.
No texto das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Básica (BRASIL, 2001) encontra-se o conceito desse serviço de apoio à inclusão,
pelo qual deve ser desenvolvido o atendimento educacional especializado (AEE) na
escola, envolvendo-se professores com diferentes funções:
Brasil, mas ainda não era suficiente, pois a escola ainda não era para todos, ficavam
excluídos os considerados com deficiência mais elevada, além de que a
concentração de matrículas de pessoas com deficiência em escolas ficava
concentrada somente em grandes centros urbanos, localizados principalmente nas
regiões Sul e Sudeste.
Lopes e Marquezine (2012) num estudo voltado para a percepção dos
professores em relação ao processo de inclusão de alunos com deficiência
intelectual, focando principalmente o papel da Sala de Recursos Multifuncional.
Foram ouvidos quatro profissionais que trabalham em diferentes funções dentro da
escola, foram feitas entrevistas semiestruturadas para a coleta dos dados e os
mesmos foram analisados qualitativamente. A entrevista feita durante a pesquisa
chegou a um resultado aparentemente positivo em relação a inclusão através das
salas de recursos, possibilitando ao aluno com deficiência intelectual participar tanto
de atividades especializadas desenvolvidas no AEE, no contexto do ensino regular e
conduzidas por professor especializado, como de atividades desenvolvidas em
classe regular.
Todas essas diretrizes visam um ambiente escolar que contemple uma
equipe que seja capaz de inserir práticas que ajudem tanto a criança quanto os
professores que já atuam na escola. O Decreto nº. 7.611, de 17 de novembro de
2011, define este atendimento como um sistema de apoio à escolarização de alunos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação.
A temática da implementação do AEE, bem como a efetividade deste
serviço, vem sendo amplamente estudada na literatura atual, porém é possível
perceber uma vasta e relevante preocupação com relação aos profissionais e sua
formação para o trabalho com este atendimento, entretanto, verifica-se uma
escassez de estudos voltados à concepção dos alunos envolvidos diretamente com
o AEE.
2. Objetivo
3. Metodologia
4. Resultados e Discussões
A Tabela 2, mostra que mesmo que o aluno não esteja ciente dos objetivos
do AEE para com ele, ainda assim, a preferência em relação a sala regular foi
descrita por três (50%) participantes, sendo eles P2, P3, P4, podendo demonstrar
que o ensino individualizado pode ser mais proveitoso. Dois (33,33%) participantes
P1 e P5 responderam que os dois ambientes têm o mesmo grau de importância para
eles. Um (16,66%) participante P6 descreveu a importância das interações sociais
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1296
De acordo com a Tabela 3, quatro (66,64%) dos alunos (P1, P3, P4, P6)
disseram que o AEE oferece suporte para as atividades em sala de aula, devido ao
fato deste mesmo fazerem uso dos recursos adaptados, o que reforça as repostas
da Tabela 3.
Segundo Perrenoud (2001), grande parte das estratégias de ensino
utilizadas pelo professor deve ser adaptada às características dos alunos, à
composição da classe e a história das relações entre os educandos e entre eles e o
professor.
Os recursos presentes na sala do AEE, são livros, figuras geométricas,
números, desenhos, computadores, materiais diversos para colorir e aprender, tudo
adaptado para que a criança consiga aprender da melhor forma.
Tabela 4 - Concepção quanto ao período que frequenta o AEE
RESPOSTA NÚMERO DE ALUNOS % FRASES
ILUSTRATIVAS
Período contrario 5 83,3% “Queria vir de manhã,
porque sabe, de manhã é
muito rápido”
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial na
educação básica/Secretaria de Educação Especial-MEC;SEESP, 2001.
1. INTRODUÇÃO
2. MÉTODO
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
CATEGORIAS f CATEGORIAS f
DIFICULDADES
Não existem facilidades 22 Falta colaboração da família 8
Falta colaboração da 3 Relacionamento e comunicação com 7
família outros professores
Ausência de recursos 4 Tempo escasso 7
você falasse
físicos e didáticos
sobre o seu
trabalho Adaptação de material e 28 Adaptação de material e atividades de 7
cotidiano com atividades acordo com as necessidades dos alunos
este(s) aluno(s). Relacionamento e1 Falta de recursos físicos e pedagógicos 3
Quais comunicação com outros
facilidades? professores
Quais
FACILIDADES
dificuldades?
Orientação do professor 4 Materiais adaptados para atividade 6
de sala de recursos
Alunos receptivos 1 Plano de AEE individualizado 5
Comunicação com o1 Capacidade em lidar com os alunos 4
aluno com deficiência
Trabalho coletivo com outros professores 1
Fonte: Elaborado pelo autor
Fundamental 17 Necessários 20
Como você qualifica
estes trabalhos Regular 14 Não atinge as necessidades 3
escolares
Não tem clareza das 6 Não tem clareza das 1
contribuições contribuições
Fonte: Elaborado pelo autor
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANTUNES, M. A. M. Psicologia Escolar e Educacional: história, compromissos e
perspectivas. Psicologia Escolar e Educacional, v.12, n.2, p. 469-475. 2008.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
pautar também em uma política educacional que reconheça essa diferença, pois a
Língua de Sinais “é um direito dos surdos e não uma concessão de alguns
professores ou de algumas escolas” (SKLIAR, 2001, p.27).
Por meio das entrevistas realizadas evidenciou-sea relação/interação entre a
professora 1 e professora 2 que se dava de forma colaborativa, atuando em
parceria. Estavam sempre conversando sobre as necessidades das alunas A e B,
bem como o desempenho de cada uma e o comportamento nas salas. As próprias
alunas sempre apresentavam à professora 1 o que haviam aprendido na sala de
recursos e vice-versa. Assim, procuravam na medida do possível, trabalharem
conjuntamente. Ressaltamos que em ambas as entrevistas foi relato a existência de
um trabalho de orientação e apoio oferecidos por parte da professora da sala de
recursos aos professores de classes regulares. Tal trabalho visava no oferecimento
de estratégias diferenciadas e planejamento de adaptações realizado em conjunto
com os demais professores.
Frente ao exposto, evidencia-se tal prática entre a Educação Especial e a
Educação Regular como ensino colaborativo, que consiste em uma parceria entre os
professores de Educação Regular e os professores de Educação Especial, onde
ambos trabalham juntos compartilhando objetivos e estratégias para o ensino do
aluno com deficiência, neste caso o aluno surdo (MENDES, 2006).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BOGDAN, R. C. & BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação. Porto:
Porto Editora, 1994.
1. INTRODUÇÃO
para tal fim, sendo assim, devem ser oferecidos todos os suportes e apoios
necessários para que o aluno com deficiência se desenvolva plenamente.
De acordo com Echeita e Ainscow (2011), a inclusão é um processo que
deve ser visto como uma busca constante por maneiras mais adequadas para
responder a diversidade do alunado. Trata-se de aprender a conviver com estes
alunos promovendo estratégias mais significativas e assim colaborando para com
este processo de ensino e aprendizagem, bem como o oferecimento de serviços e
apoios que favoreçam uma melhor prática educativa.
A UNESCO (2001) define como serviços de apoio os recursos humanos que
complementam ou reforçam a prática pedagógica dos professores com o intuito de
atender as diversas necessidades educativas dos alunos, em especial àqueles mais
necessitam de auxílio para sua aprendizagem. No sistema educacional espanhol
encontramos dois profissionais que atuam especificamente como apoio educativo no
processo de ensino e aprendizagem de alunos com deficiência ou dificuldades
relacionadas à linguagem, são eles: os professores de Pedagogia Terapêutica (PT) e
de Audição e Linguagem (AL). O professor de Pedagogia Terapêutica é o
especialista dedicado a promover o ensino aos alunos com necessidades educativas
especiais associadas a deficiências ou a transtornos graves de conduta. Já o
professor de Audição e Linguagem é um especialista dedicado a promover
competências linguísticas, a desenvolver a prevenção dos problemas de linguagem
e melhorar patologias relativas à linguagem oral e escrita. Os dois profissionais
atuam por meio de parcerias com o professor da sala comum, com o intuito de
colaborar para com o desenvolvimento dos alunos, aportando medidas e estratégias
que contribuam a proporcionar uma resposta concreta as necessidades educativas
em geral e as especiais de forma mais particular (ESPANHA, 1995).
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BOGDAN, R. C. & BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação. Porto:
Porto Editora, 1994.
CNPq
1. INTRODUÇÃO
A promulgação de políticas públicas de educação tem preconizado a
democratização de acesso de todas as pessoas à escola. A partir disso, houve um
aumento no número de matrículas de alunos com deficiência na classe comum.
Segundo os dados do Censo Escolar de 2014 disponibilizados pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2015), foram
registrados 49,8 milhões de alunos matriculados na educação básica, no qual
698.768 são estudantes com algum tipo de deficiência que frequentam as salas de
aulas comuns da rede pública.
Portanto, a partir destes registros evidenciou-se que 54,8% das escolas
brasileiras têm alunos com deficiência matriculados em sala de aula comum. Com o
aumento no número de matrículas, o ponto primordial que tem sido discutido, é
como tem ocorrido o processo de escolarização para esses alunos. A educação é
um direito garantido e assegurado, na qual, municípios, estados e união têm
obrigação de fornecer atendimento a todos sem discriminação (BRASIL, 1988). Para
além das condições de acesso, de equipamentos e materiais adequados, uma
educação de qualidade deve contar com uma prática pedagógica que produza
conhecimento e aprendizagem dos conteúdos curriculares.
Nesse contexto, o trabalho colaborativo entre o professor da classe comum
e o professor da educação especial aparece como uma estratégia de apoio para
inclusão escolar para planejar, avaliar, organizar recursos e procedimentos de
ensino para os alunos com deficiência, visto que o professor do ensino regular tem
conhecimento de conteúdo e currículo, enquanto o
2. MÉTODO
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
forma de apoio para inclusão escolar do aluno com deficiência exige que o currículo
deve ser pautado na ideia da diferença e não é o aluno que deve se ajustar, se
adaptar as condições de ensino, mas a leitura do movimento da inclusão é contrária,
pois é a equipe escolar que tem que prover as mudanças necessárias para que o
aluno consiga acessar o currículo escolar (ARANHA, 2003).
A partir disto, verifica-se a importância da adaptação curricular, visto que
esta quebra a barreira do padrão, auxiliando o currículo oficial, especificando e
estruturando um caminho para nortear a prática pedagógica a partir de um
planejamento desenvolvido pelos professores da educação especial e do ensino
regular no intuito de apoiar os alunos com deficiência no seu processo de
escolarização (DUARTE, 2008).
Em relação as práticas desenvolvidas 4,66% dos professores realizam as
práticas relacionadas aos conteúdos curriculares trabalhados com os demais alunos
da classe na qual o aluno deficiência intelectual frequentava, seguidas por 7 %
apontaram que nem sempre é possível realizá-las e, 27 % dos professores que
realmente não trabalhavam os mesmos conteúdos curriculares da classe comum
com aluno com deficiência intelectual, pois era trabalhado mais a socialização do
aluno com atividades dinâmicas, como por exemplo, jogos para facilitar a interação
com os demais colegas da classe.
Posteriormente na categoria que os participantes relataram como deve ser
realizado o trabalho de adaptação de acesso ao currículo, a parceria entre a família
e a escola foi pontuada como importante ferramenta para realização da adaptação
curricular para os alunos com deficiência intelectual, representando assim 53%. O
apoio da família, embora assinalado como importante ferramenta para o apoio a
inclusão escolar em vários documentos oficiais (BRASIL, 1996; 2008; 2009), foi
mencionado no relato da minoria das participantes do estudo. De acordo com
Fernandes (2001) a família também é responsável pela aprendizagem do aluno,
visto que é o primeiro meio de interação da criança.
Na última categoria, sobre a concepção do aluno com deficiência intelectual
e prática pedagógica, notou-se que, a maioria dos professores tanto da sala de aula
regular como da educação especial (60%) definiram os alunos com deficiência
intelectual como alunos que necessitam de uma atenção diferenciada e precisam de
ajuda constante para a realização das atividades.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio do presente estudo, os professores deixaram evidente que é
necessário discutir as próprias práticas, assim como utilizar método e práticas que
auxiliem no desenvolvimento de novos repertórios e habilidades nos alunos.
Portanto é necessário desenvolver um olhar centrado no aluno, pois a partir deste
olhar é possível auxiliar de diversas formas o processo de ensino e aprendizagem,
proporcionando assim novos conhecimentos com o intuito de favorecer cada vez
mais o processo de inclusão escolar.
Em relação a adaptação do currículo, destaca-se que os professores do
ensino regular trabalham os mesmos conteúdos curriculares com os alunos com
deficiência intelectual, além de relatarem como devem ser realizadas as adaptações
e a importância da parceria dos profissionais.
Verificou-se que os professores do ensino regular e da educação especial
acreditam que por meio da adaptação curricular é possível contribuir para a
participação e aprendizagem dos alunos com deficiência, proporcionando assim
melhor possibilidade de acompanhar os demais colegas de classe, visto que é
utilizado o mesmo conteúdo curricular, de forma mais acessível as suas
necessidades, favorecendo o desenvolvimento de suas capacidades e habilidades.
Desta forma, vale destacar que ao utilizar esta estratégia, tanto os professores da
sala comum quanto os professores da educação especial desenvolvem um olhar
centralizado no aluno com deficiência e como resultado surge uma parceria entre
esses professores.
Assim como o ensino colaborativo, a adaptação curricular também é uma
estratégia relevante para o apoio a inclusão escolar, contribuindo para a participação
do aluno com deficiência intelectual nas atividades escolares.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, C. Jogos para estimulação das inteligências múltiplas. 11. ed. Rio de
Janeiro: Vozes, 1998
1 INTRODUÇÃO
Em 2008 o Ministério da Educação (MEC) publicou o documento intitulado
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva,
SEESP/MEC 01/2008. Esse documento resgata historicamente aspectos
relacionados à deficiência no contexto brasileiro e discorre sobre indicadores
quantitativos relativos à presença de alunos matriculados nas classes comuns.
Define ainda as diretrizes para os sistemas de ensino e propõe a construção de
políticas públicas promotoras do amplo acesso à escolarização. Além disso, introduz
o delineamento do público alvo da educação especial, de modo que seu público é
delimitado aos alunos com deficiências, transtorno global de desenvolvimento e com
altas habilidades/superdotação.
A cena política é constituída por atores, ou seja, sujeitos, grupos,
movimentos, partidos e organizações, que possuem um papel fundamental no
processo de agendamento, construção, implementação e nos desdobramentos das
políticas públicas. Entre os diversos atores, o corpo técnico e as equipes de
governo, compostas pelas pessoas que foram contratadas para exercer funções na
administração pública, atuam diretamente junto à formulação e implementação de
políticas públicas, com papel preponderante nas decisões do governo (DIAS e
MATOS, 2012).
O diretor de escola faz parte desse grupo de atores da cena política, e
possui a tarefa de liderar o processo educativo. Nesse estudo, em consonância com
o preconizado por Paro (2015), utilizaremos o termo “diretor de escola” para
1327
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Mesmo que este estudo não tenha se dedicado a se desdobrar sobre quais
estratégias de avaliação e de aprendizado estavam presentes no PPP de cada
unidade de ensino, ou ainda, quais concepções de avaliação e de aprendizagem
foram adotadas pelos projetos educacionais, chama a atenção o fato de encontrar
cenários nos quais estão previstos no PPP apenas estratégias de aprendizado ou
estratégias de avaliação.
Planejar, em um sentido amplo, significa responder as demandas atuais com
olhar de futuro, sem desconsiderar o contexto histórico, social e cultural do presente.
Mais do que um documento tecnicamente perfeito, o PPP deve enunciar claramente
o que a escola pretende fazer, explicitar as condições e quais são as atitudes que se
pretende tomar. Os objetivos do PPP devem reportar aos objetivos do sistema no
qual a escola está inserida e se adequar aos direitos previstos nos marcos legais
(PADILHA, 2008). E no que tange ao direto constitucional à educação, Gadotti
(2010,
p.15) lembra que “o direito à educação não é o direito de se matricular na
escola, mas o direito de aprender na escola”.
As respostas dos diretores mostram que não há uma uniformidade entre o
intervalo de revisão do PPP. O intervalo de revisão bimestral contou com cinco
respostas, já as revisões semestrais e anuais somaram 12 respostas. Um
participante respondeu que as revisões ocorrem bimestral e anualmente, dois
marcaram que ocorrem em um intervalo bienal ou em um intervalo maior que esse e
outros 2 dois participantes responderam que não ocorrem revisões no PPP.
Os momentos de avaliação são constitutivos da estrutura básica do PPP, e
necessários para verificar o percurso adotado para a concretização das metas
estabelecidas, assim como para determinar os contextos nas quais essas foram
atingidas ou não. Esses dados são obtidos por meio de instrumentos quantitativos e
qualitativos, previstos ao longo do percurso e com potencial para oferecer um
panorama das atividades desenvolvidas (PADILHA, 2008).
O PPP é a síntese do momento histórico e social da realidade escolar e
representa o olhar que se tem sobre contexto que a cerca. Na medida que situa os
atores no território em que foi construído, permite a superação dos limites a partir
das metas estabelecidas. Um projeto de escola que coloca como princípio a
modificação de estruturas rígidas em direção a consolidação de uma educação
democrática, tem diante dos olhos um empreendimento que só pode se materializar
1332
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de
1988. Brasília, DF: Senado, 1988.
Introdução:
Acessibilidade aos espaços públicos e privados para pessoas com deficiência e sem
deficiência se refere à produção de cultura, mas também da utilização e ocupação
desses espaços como lazer. Mesmo previsto na Constituição Federal de 1988,
pessoas com deficiência continuam lutando por seus direitos, porque há muita
dificuldade em assegurá-los. Observa-se que há pouca atuação do poder público na
criação de políticas públicas mais eficientes que garantam esse tipo de
acessibilidade.
Mena (2000) discute o conceito de inclusão simbólica. Para ele é necessário
que existam atitudes de não negar a diferença que há entre os sujeitos, mas sim que
sejam abarcadas sem juízo de valor. A partir dessa ideia é possível que haverá a
superação do preconceito e tenhamos uma sociedade mais inclusiva.
É com essa perspectiva que houve interesse em buscar estudos do campo
da psicologia para falarmos sobre a temática da acessibilidade e cultura, em como a
psicologia vem tratando essa problemática. Para a confecção deste artigo foram
pesquisadas as seguintes deficiências: 1. Sensório-motoras: auditiva e física; 2.
Intelectual, visual e autismo.
Objetivo:
Método:
Resultados:
Discussão:
Bibliografia:
Netflix.
Mena, L.F.B. Inclusões e inclusões: a inclusão simbólica. Psicol. cienc. prof. vol.20,
n.1, pp.30-39.
Mota, A.M.G.; Ferreira, Á.C.V.V.; Wada, E.K.; Santos, M.F. Turismo acessível.
PODIUM Sport, Leisure and Tourism Review. Vol. 3, N. 1. Janeiro/Junho. 2014.
Acesso em: 28 de fevereiro de 2017.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Participantes
Participaram 35 professoras efetivas da rede municipal, dentre as quais 30
eram da sala de aula comum e cinco da Educação Especial. A seleção dessas
participantes fundamentou-se no critério de amostragem não probabilística, do tipo
conveniência, levando em consideração os seguintes critérios: ser professor(a)
efetivo(a) da sala de aula comum do EF I, ter o AEE oferecido pela SRM em sua
escola, ter encaminhado pelo menos um aluno para o AEE no último ano, ou, ainda,
ser professo(a) da Educação Especial e estar atendendo os alunos encaminhados
pelos professores(as) do EF I selecionados(as) nessa amostra nas SRMs.
Local de coleta dos dados
A coleta dos dados foi realizada nas dependências de quatro escolas
municipais de EF I, localizadas em diferentes bairros de um município de pequeno
porte situado na região Centro-Oeste do Estado de São Paulo.
Instrumentos
Foram utilizados dois roteiros de entrevistas com questões abertas, sendo
um direcionado às professoras do EF I, com a seguinte pergunta: “A professora da
SRM transmite a você informações sobre o trabalho que está desenvolvendo com o
aluno? Se sim, conte quais informações transmitidas. Se não, por quê?”, e outro
direcionado às professoras da educação especial que ofereciam o AEE nas SRMs
com o seguinte questionamento: “A professora da sala de aula comum transmite a
você informações sobre o trabalho que está desenvolvendo com o aluno? Se sim,
conte quais informações transmitidas. Se não, por quê?”.
Procedimento de coleta dos dados
Após o projeto de pesquisa ser aprovado pelo Comitê de Ética da UFSCar
(CAEE: 45333515.8.0000.5504), foram selecionadas as escolas de EF I que tinham
SRMs e estabelecido um contato com as respectivas responsáveis a fim de verificar
o interesse da instituição em participar do estudo. Com as professoras que
consentiram a sua participação, foi assegurado o sigilo sobre a identificação,
1343
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dificuldade delas na sala de aula “São mais queixas do que elas não
2
conseguem fazer” (P4)
“Outras mostram como estão se
Trabalho diferenciado que adaptando, o que estão fazendo e
2
realiza na sala como está sendo o trabalho
diferenciado” (P4)
Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos dados de pesquisa.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
ENRIQUECIMENTO
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
A presente pesquisa tem como ponto de partida os dados de uma estudante
que foram registrados na pesquisa de Koga (2015) e dados oriundos do banco de
1350
2.1 Participante
Ângela chegou ao PAPCS em 2012 indicada por sua professora que
identificou nela um interesse demasiado pela música erudita e por se destacar
academicamente em sala. Sendo assim, a estudante ficou no PAPCS e recebeu
atenção educacional na área acadêmica. Naquele período não havia nenhum tutor
da área da música que pudesse acompanhá-la. Somente em 2013 ela pode contar
com a tutoria do Educador Musical.
Porém, naquele período de sua chegada, em 2012, passou pelo
enriquecimento e por diferentes procedimentos de avaliação dentre eles: o teste de
inteligência RAVEN, através do qual Ângela foi considerada definitivamente acima
da média.
A primeira avaliação musical ocorreu em 2013, quando Ângela estava com
10 anos, cursava o 5º ano do Ensino Fundamental em uma escola municipal, na
qual não havia nenhum projeto ou aula de música.
A reavaliação ocorreu em 2016, quando Ângela estava com 13 anos,
cursava o 8º ano de uma escola Estadual de tempo integral, a qual também não
contava com nenhuma iniciativa com relação à música.
Com relação ao contexto familiar, Ângela é de classe média baixa e sua
família afirmou não possuir nenhuma condição financeira para custear um curso de
música nos moldes de que Ângela necessita. Ainda, os pais não possuem o hábito
de apreciar música erudita e, tanto na família quanto no ciclo social da estudante,
não havia a presença ou contato com músicos amadores ou profissionais (KOGA,
2015).
2.2 Instrumentos
Foram utilizados dois instrumentos psicométricos construídos a partir do
Método de Comparação aos Pares e conforme o Método Psicofísico. De autoria de
Gordon (1986a, 1986b), tanto o Primary Measures of Music Audiation (PMMA)
1351
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na primeira testagem Ângela alcançou escore 5 para tom e 1 para ritmo,
resultado, este, considerado inferior. A composição tom e ritmo rendeu escore 1,
considerado no rank final um resultado inferior. Por outro lado, na segunda
testagem, após o enriquecimento de três anos, Ângela alcançou escore 65 para tom
e 60 para ritmo. Após a composição dos escores de ritmo e tom, Ângela atingiu o
escore geral de 70, considerado um resultado médio superior. Os resultados aqui
expostos enfatizam a importância da atenção educacional especializada aos
estudantes com talento. Mais que isso, a importância do Modelo de Enriquecimento
teorizado por Renzulli e Reis (1985). Afinal, o autor pensou esse modelo para toda a
escola, então imaginem quantos jovens como Ângela estão presentes nas escolas e
na sociedade à espera de uma oportunidade como essa?
De posse dessa evolução de Ângela vêm à tona as afirmações de Gordon
(2015), que enfatiza que, desde muito cedo, a criança deve ter uma ampla
oportunidade de experimentar a música e ouvir um músico profissional tocar ou
cantar para ter ideia das possibilidades que a música oferece. Para a autora, a
educação formal é fundamental. Quando ela atua intencionalmente, quando possui
um objetivo bem traçado, quando tem método e estratégia pedagógica, as quais a
família, os amigos e outros não poderão proporcionar, acontece o que está sendo
relatado nessa pesquisa.
Willems (2001) corrobora ao atribuir à educação formal um papel
preponderante no desenvolvimento musical. Para ele, a percepção musical não
nasce com a criança, mas se desenvolve por meio de um trabalho sistematizado. O
autor afirma que o desenvolvimento perceptivo passa por diferentes estágios e
1353
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AITA, E. B.; CASTRO, F. S.; LUCENA, J. E. E.; TULESKI, S. C. Aprendizagem e
desenvolvimento na perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural.In: TULESKI, S. C.;
CHAVES, M.; LEITE, H. A. Materialismo Histórico-Dialético como fundamento da
Psicologia Histórico-Cultural: método e metodologia de pesquisa. Maringá:
Eduem, 2015.
BRASIL. Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008. Brasília, 18 ago. 2008. Altera a Lei
no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para
dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 19 ago. 2008.
Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2008/lei/l11769.htm>. Acesso
em: 25 mar. 2017.
1. Introdução
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394/96), em seu
Capítulo V, estabelece a oferta da educação especial preferencialmente nas classes
da rede comum de ensino e se refere à questão do currículo para os alunos que são
Público Alvo da Educação Especial (PAEE).
Sobre a questão do currículo para os alunos PAEEs nas salas comuns, o
Conselho Nacional de Educação estabeleceu, na resolução CNE/CEB n. 2, de
11/9/2001(BRASIL, 2001), a proposta de flexibilizações e adaptações curriculares
instrumentalizando e deixando com sentido prático os conteúdos básicos,
metodologias de ensino, recursos didáticos diferenciados e os processos de
avaliação, relacionados ao projeto pedagógico da escola.
Considerando que alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
integram os PAEE, De Paula Nunes, De Azevedo e Shmidt (2013) afirmam que as
práticas educacionais adotadas nas escolas da rede comum de ensino têm
produzido poucos efeitos na aprendizagem desses alunos.
1356
2. Método
A participante foi uma professora com um aluno com Transtorno do Espectro
Autista (TEA) incluído no segundo ano do Ensino Fundamental de uma escola
comum da rede privada de ensino. A participante é referenciada neste estudo com o
nome fictício de Julia e o aluno com nome fictício de Paulo.
Para a coleta de dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas
adaptadas a partir do estudo de Ramos (2013), observação dos materiais utilizados
com a criança com TEA e registro pelo pesquisador.
A fundamentação metodológica adotada nesta pesquisa é qualitativa, de
natureza exploratória. Optou-se pelo delineamento do estudo de caso com
direcionamento de estudo de um fenômeno contemporâneo (YIN, 2015).
A participante foi entrevistada presencialmente na escola na qual trabalha.
Além disso, foi realizada a observação de atividades preparadas pela professora e
desenvolvidas pelo aluno com TEA em sala de aula e em casa (caderno, apostila,
folhas, entre outras), plano de aula da professora (conteúdo, objetivo,
desenvolvimento, avaliação), provas e trabalhos desenvolvidos pelo aluno.
A análise dos materiais levantados foi desenvolvida de forma qualitativa,
com o objetivo de produzir informações aprofundadas e ilustrativas para produzir
novas informações (SILVEIRA & CÓRDOVA, 2009).
As entrevistas foram transcritas a partir do áudio gravado e foram
categorizadas a partir de temas definidos pelos pesquisadores que seguem
apresentadas em tópicos com as descrições das falas da Julia.
3. Resultados e discussões
Com relação ao... Paulo (...). No início gera uma certa ansiedade.
Porque é... como eu vou trabalhar também, né?... Fico me questionando. E
como fazer? Por que sai fora daquilo que a gente tem da normalidade,
daquele ritmo que você entra na sala, você dá o seu conteúdo e a criança
aprende. No caso do Paulo ele requer mais atenção e essa atenção é que
me preocupa no sentido de buscar algo que faça sentido pra ele (Entrevista
concedia por Julia).
4. Conclusão
1361
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, 23 dez. 1996. Seção 1. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 26 de maio de
2016.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
estudo minucioso de diversas fontes e não gera grandes custos por não exigir coleta
de campo (GIL, 2002).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DOMINGUES, Maria Hermínia M. da S. A trajetória da pesquisa qualitativa.
Brasília: Líber Livro Editora, 2006.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei N° 9.394. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Brasília, 1996.
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
3. METODOLOGIA
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5. CONCLUSÕES:
REFERÊNCIAS:
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Repensando a Pesquisa Participante. São Paulo,
Brasiliense,1984.
BRASIL. Cartilha do Censo 2010 - Pessoas com Deficiência. 1. ed. Brasília, 2012.
Disponível em:
<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/car tilha-
censo-2010-pessoas-com-deficienciareduzido.pdf>. Acessado em:
01.04.2017
BRASIL. Estatuto da pessoa com deficiência – Brasília: Senado Federal,
Coordenação de Edições Técnicas, 2015. 65 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2010.
COSTA, Dóris Anita Freire. Superando limites: a contribuição de Vygotsky para a
educação especial. Rev. psicopedag., São Paulo , v. 23, n. 72, p. 232-240,
2006 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S010384862006000300007&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em
1377
Filho” (UNESP)
1-INTRODUÇÃO
A deficiência intelectual, segundo a Associação Americana de Deficiência
Intelectual (AAIDD, 2010) é caracterizada pelas limitações significativas, tanto no
funcionamento intelectual como no comportamento adaptativo expresso nas
habilidades conceituais, sociais e práticas. Essa deficiência se origina antes dos 18
anos de idade.
A inclusão escolar para os alunos com deficiência física, intelectual, auditiva,
visual, bem como com transtornos globais do desenvolvimento ou altas
habilidades/superdotação ganhou contribuições pontuais em documentos como a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (BRASIL, 1996), Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL,
2008) eLei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa
com Deficiência) (BRASIL, 2015), dentre outros.
Deste modo, tais documentos visam legalmente extinguir qualquer tipo de
diferenciação, de exclusão ou de restrição baseadas na deficiência das pessoas à
medida que trazem uma nova perspectiva para a Educação Especial fundamentadas
2- MÉTODO
3- RESULTADOS
4- CONCLUSÃO
Objetivamos com este estudo identificar quais Universidades e Programas
de Pós-Graduação produziram pesquisas sobre o processo de inclusão de alunos
com Deficiência Intelectual na Educação Infantil e quais foram as temáticas
abordadas.
Consideramos que os objetivos propostos foram alcançados, já que foi
possível constatar que a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) foi a
Universidade que mais produziu estudos com essa temática, com um total de três
trabalhos selecionados. Em relação aos Programas de Pós-Graduação, contatamos
que Programas em Educação desenvolveram sete das pesquisas científicas, dentre
os 12 que foram selecionadas para a análise. Em relação aos temas tratados, estes
se mostraram diversos sendo que texto literário e letramento; currículo e concepções
foram os assuntos mais discutidos.
Mesmo assim, os dados permitem concluir que, a partir da Política Nacional
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008),
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1384
REFERÊNCIAS
AMERICAN ASSOCIATION ON INTELLECTUAL AND DEVELOPMENTAL
DISABILITIES. Intellectual Disability: definition, classification, and systems of
supports. 11 th Edition. Washington: AAIDD, 2010.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: editora 70. Edição revista e ampliada.
2011. 225p.
1. INTRODUÇÃO
As políticas públicas de educação avançaram muito nas últimas décadas,
embora ainda se tenha muito o que discutir e caminhar em relação ao acesso e a
permanência dos estudantes público-alvo da educação especial (PAEE) nas escolas
regulares. Em relação à matrícula desses estudantes na rede regular de ensino,
segundo o Censo Escolar 2015, no ano de 2008 apenas 31% das escolas brasileiras
tinham estudantes PAEE em classes regulares, em 2015 este índice saltou para
56,6% (BRASIL, 2016). Ainda assim, pode-se observar que o maior número de
matrículas do PAEE é relacionado a alunos com deficiência intelectual, deficiência
física e com transtornos globais de desenvolvimento. O estudante com indicadores
de Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD), que também é sujeito da educação
especial, normalmente passa despercebido aos olhos dos professores,
principalmente em escolas de periferia, onde muitos professores acreditam não
haver alunos com este potencial (AZEVEDO; METTRAU, 2010).
Segundo Renzulli e Reis (1997, apud RENZULLI, 2014) o comportamento de
um superdotado consiste em comportamentos que refletem uma interação entre três
grupamentos básicos de traços humanos – capacidade acima da média, elevados
níveis de comprometimento com a tarefa e elevados níveis de criatividade -
elementos esses que formam a famosa teoria dos três anéis de Renzulli.
Para Azevedo e Mettrau (2010), em relação ao universo escolar, o
estudante com AH/SD normalmente passa despercebido pela escola, seja porque é
um ótimo estudante, que tira boas notas, não atrapalha a aula e não dá trabalho ao
professor, ou então porque é um estudante que chama a atenção para si, interrompe
a aula, tumultua. Neste caso, será identificado pela sua indisciplina e não pelo seu
potencial a ser desenvolvido. Às vezes, os pais notam que seus filhos são “muito
inteligentes”, por terem aprendido a ler antes de outras crianças, um raciocínio lógico
bem desenvolvido, mas para por aí. Há também o imaginário popular que diz que
um estudante com altas habilidades precisa ser um gênio, ser ótimo em todas as
disciplinas, saber tudo e, principalmente, que este estudante não está na periferia,
não está nas escolas públicas, que só iremos encontrá-lo nas escolas particulares e
nas famílias de alto poder aquisitivo.
De acordo com documento do Ministério da Educação “Estudos estatísticos
indicam que aproximadamente 3 a 5% da população apresentam potencial acima da
média estimada, em diversos contextos sociais” (BRASIL, 2006 p.19). O trabalho de
identificação precisa e deve ser realizado pela equipe escolar, por um grupo de
docentes qualificados e capacitados com serviços de apoio à escola e na elaboração
de parcerias (AZEVEDO; METTRAU, 2010). Por exemplo, em um trabalho de
enriquecimento curricular é importante à presença de vários atores, que podem
apresentar novos olhares e perspectivas aos estudantes, como por exemplo, as
Unidades Básicas de Saúde por meio do Programa Saúde na Escola.
O Programa Saúde na Escola (PSE) vem contribuir para o fortalecimento de
ações na perspectiva do desenvolvimento integral e proporcionar à comunidade
escolar a participação em programas e projetos que articulem saúde, educação,
cultura de paz e em outras redes sociais para o enfrentamento das vulnerabilidades
que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens e
adultos estudantes brasileiros (BRASIL, 2015).
O trabalho de promoção à saúde que deve ser desenvolvido pelas equipes
das Unidades Básicas de Saúde (UBS) nas escolas parceiras, por meio do PSE
pode ser uma das estratégias de enriquecimento curricular propostas aos
estudantes com indicadores de altas habilidades.
Sendo assim, o presente trabalho objetivou identificar possibilidades de
atuação de profissionais de saúde, nas estratégias de enriquecimento curricular de
estudantes com indicadores de altas habilidades/superdotação por meio do
Programa Saúde na Escola.
2. METODOLOGIA
Participantes
Os participantes da pesquisa foram 16 profissionais de saúde, sendo
eles
Agentes Comunitários de Saúde, Agente de Promoção Ambiental, Auxiliares
de Enfermagem, Enfermeiros e Fonoaudiólogo que desenvolvem atividades no
âmbito do Programa Saúde na Escola com as unidades educacionais parceiras do
território. Eles foram selecionados por atuarem em escolas no desenvolvimento das
ações do PSE, na avaliação clínica dos alunos, avaliação antropométrica,
atualização da carteira de vacinação, discussão de casos de alunos com
dificuldades de aprendizagem e a realização de atividades educativas de educação
em saúde para alunos, pais e professores.
Instrumento
Enquanto instrumento de pesquisa foi elaborado um instrumento de
pesquisa com 04 perguntas abertas aplicadas aos profissionais de saúde
participantes da pesquisa com o objetivo de identificar as atividades já
desenvolvidas por eles nas escolas parceiras, a existência de alunos com AH/SD
nas escolas e as possiblidades de atuação da UBS em propostas de enriquecimento
curricular.
Procedimentos Éticos
É importante apontar que esta pesquisa está vinculada ao Projeto Integrado
de Pesquisa “Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: política
educacional, ações escolares e formação docente”, aprovada pelo Comitê de Ética
em Pesquisa, da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC), UNESP, campus de
Marília e cadastrada na Plataforma Brasil sob o nº 64353216.6.0000.5406, cujo
parecer é de nº 1.939.831 datado de 23 de fevereiro de 2017. Vale ressaltar que
esta pesquisa respeita as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas
envolvendo seres humanos, registradas na Resolução nº 422 do CONEP.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Sonia Maria Lourenço de; METTRAU, Marsyl Bulkool. Altas
Habilidades/Superdotação: Mitos e Dilemas Docentes na Indicação para o
Atendimento. Psicologia, Ciência e Profissão, Brasília, v. 1, n. 30, p.32-45, 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial.. Saberes e
práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às
necessidades educacionais especiais de alunos com altas
habilidades/superdotação.2. ed. Brasília: MEC, 2006. 143 p.
______. Ministério da Saúde. Caderno do Gestor do PSE. Brasília: Ministério da
Saúde, 2015. 68 p.
______. Ministério da Educação. Censo Escolar 2015: Brasília: MEC, 2016.
FIGUEIREDO, Túlio Alberto Martins de; MACHADO, Vera Lúcia Taqueti; ABREU,
Margaret Mirian Scherrer de. A saúde na escola: um breve resgate histórico. Ciência
e Saúde Coletiva, v. 14, n. 2, p. 397-402, 2010.
REIS, Verônica Lima dos; PÉREZ, Susana Graciela Pérez Barrera; FREITAS, Soraia
Napoleão. Enriquecimento Extracurricular. São Paulo: AVA Moodle Unesp [Edutec],
2014. Acesso restrito. Disponível em:
http://edutec.unesp.br/moodle/pluginfile.php/100208/mod_resource/content/15/T exto
%20-%20AHSD%20D07T02/index.htmlAcesso em: 09.12.2016.
RENZULLI, Joseph. Modelo de enriquecimento para toda a escola: um plano
abrangente para o desenvolvimento de talentos e superdotação. Revista Educação
Especial, Santa Maria, v. 27, n. 50, p.539-562, 2014.
RONDINI, Carina Alexandra; INCAu, Camila; MARTINS, Raul Aragão. Concepções
de profissionais de saúde sobre altas habilidades e transtorno de déficit de atenção
e hiperatividade (TDAH) em crianças. Revista Educação e Cultura
Contemporânea, v. 13, n. 32, p. 152-170, 2015.
SPINK, Mary Jane. Linguagem e produção de sentidos no cotidiano. Rio de
Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais. 2010.
E-mail: brendapinheiro20@outlook.com
INTRODUÇÃO
Para colaborar com práticas inclusivas, esta pesquisa procurou responder a
seguinte indagação qual a percepção das professoras sobre as contribuições dos
jogos educativos para o aprendizado da leitura de crianças com síndrome Down nas
Escolas de Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em Macapá? A partir dessa
indagação identificou e analisou a percepção de duas professoras sobre o uso de
jogos educativos para possibilitar o acesso à leitura junto a crianças com síndrome
de Down em duas escolas do ensino regular no município de Macapá/AP.
Diante da necessidade de inclusão escolar, autores como Pimentel (2012) e
Voivodic (2011), têm buscado um estudo mais aprofundado a respeito da inserção
dos alunos com necessidades específicas no âmbito escolar. Para Carneiro (2011)
conhecimento, particularmente o acesso à leitura pelos alunos com SD. Deste modo,
é importante que o docente conheça e compreenda as especificidades de cada
aluno com SD, para assim poder trabalhar de uma forma mais adequada e que
venha a trazer um maior aprendizado.
Segundo Voivodic (2011) o trabalho com procedimentos cognitivos, tais
como percepção, atenção e memória são importantes para favorecer o processo de
ensino-aprendizagem do aluno com SD. Contudo, os conteúdos aplicados na escola
podem ser os mesmos utilizados com outras crianças, porém é necessário o uso de
recursos metodológicos e estratégias de ensino que promovam a aprendizagem,
pois a forma como a informação é transmitida deve ser diferenciada e, caso
necessite seja adaptada a necessidade específica da criança com SD. Para
Zapparoli (2012) as atividades lúdicas têm grandes vantagens para as tarefas com
as crianças com deficiência, pois estas vivenciam muitas situações de fracasso no
seu cotidiano, e o uso da ludicidade pode colaborar para aliviar as pressões em
relação aos seus resultados, em que o professor poderá sugerir atividades que
despertem suas habilidades.
Barby (2009) descreve que a utilização dos materiais diferenciados,
metodologias inovadoras e currículos adequados e adaptados, possibilitam
benefícios para que a aprendizagem da leitura seja mais atrativa e atenda as
necessidades das crianças com SD. Dessa forma, esses irão auxiliar para que se
obtenha um domínio maior dos conteúdos e das práticas a serem trabalhadas com
as crianças com SD.
Para Ramos (2003) a mediação da aprendizagem por atividades educativas
que envolvam jogos possibilitam aos alunos um melhor entendimento das atividades
propostas, despertando o interesse, desenvolvimento cognitivo e proporcionando a
interação entre professor/ aluno e aluno/ aluno. Portanto, o uso de jogos educativos
é essencial para o desenvolvimento e aprendizado de todas as crianças.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho apontou que a presença dos jogos educativos para o acesso à
leitura de crianças com SD ainda é insuficiente, ou seja, a disponibilidade de jogos
educativos para as classes regulares ainda é um obstáculo a ser resolvido. Tendo
em vista que os docentes das escolas públicas regulares de Macapá relatam que os
poucos jogos educativos são disponibilizados apenas para o uso do AEE.
É grande o desafio no processo de transformação em escolas inclusivas,
uma vez que envolverá rupturas com paradigmas homogêneos e tradicionais de
ensino, além de grandes investimentos nas condições de trabalho de professores,
formação inicial, continuada dos professores, proporcionando a estes uma formação
de qualidade, para que se atendam as necessidades de todos os alunos. Contudo,
reafirmou-se que a mediação da aprendizagem por meio dos jogos educativos
contribui para o aprendizado da leitura, porém ainda existem muitos obstáculos tanto
em ordem macro (social, econômica, politicas públicas etc), como qualificação dos
professores, condições de trabalho, valorização do docente, efetiva politica pública
para educação inclusiva, a questões de aspecto micro, como a disponibilidade
recursos pedagógicos, metodologias diferenciadas, estratégias de ensino voltadas
para atender as necessidades dos alunos, planejamentos flexíveis, conteúdos e
avaliação adaptadas, dentre outros que se remetem a Escola e a sala de aula.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. O jogo e a educação infantil: Falar e dizer, olhar e ver, escutar e ouvir,
fascículo15/ Celso Antunes. 8 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
MANTOAN, Maria Teresa. Igualdade e Diferenças na Escola como andar no Fio da Navalha.
Rev. Educação, Porto Alegre- RS, ano XXIX, n. 1(58), p.55-64. Jan/abr, 2006.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo, SP:
Cortez, 2007.
Superior (CAPES)
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
pela equipe gestora de uma escola de educação básica pública para a articulação
intersetorial visando melhorar o processo de inclusão, de acordo com os princípios
da Educação Inclusiva.
A pesquisa tem vigência de 2016 a 2018, é financiada pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e está inserida na linha de
pesquisa Processos Formativos, Ensino e Aprendizagem do Programa de Pós-
Graduação em Educação da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), campus de Presidente
Prudente/São Paulo/Brasil.
A abordagem metodológica da pesquisa é qualitativa, pois conforme
Richardson (2012, p. 80),
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil.Brasília,
DF: Senado Federal, 1988.
________. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei Federal nº 8.8069/90.
________. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº
9304/96. Brasília: 1996.
________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política
Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília:
MEC/SEESP, 2008.
FARFUS, D. Gestão Escolar: teoria e prática na sociedade globalizada. Curitiba:
Ibpex, 2008.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas,
São Paulo: EPU, 1986.
MACHADO, L. M.; LABEGALINI, A. C. F. B. A Educação Inclusiva na Legislação
de Ensino.Marília: Edições M3T Tecnologia e Educação, 2007.
MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo:
Atlas, 1992.
RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. 14.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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INTRODUÇÃO
diversas ordens, que o ajudam a conglomerar o “si mesmo” – e isso tem um peso
tal, que há uma forte tendência do sujeito passar a se reconhecer conforme as
qualidades conferidas a ele. A partir dessa inter-relação do “eu” e do “outro” no
processo de desenvolvimento, o sujeito constrói as crenças que sustenta sobre si
próprio e o valor conferido a estas, as quais se tornam “suas características”,
emergindo assim sua individualidade.
Loos (2017) define o sistema de crenças que o sujeito tem de si mesmo,
bem como a avaliação de seus atributos, como crenças autorreferenciadas, dentre
as quais destacam-se aqui três conjuntos, a saber: o autoconceito, a autoestima e
as crenças de controle (ou de autoeficácia). O autoconceito condiz com a descrição
que a pessoa faz do “eu”. A autoestima, por sua vez, é a atribuição de valor que o
sujeito faz dos conteúdos que percebe em si, demarcando um caráter avaliativo das
características da sua autopercepção. Já as crenças de controle, agência e
competência dizem respeito à percepção de que o sujeito possui (ou é capaz de
conseguir) os recursos necessários para enfrentar as diferentes situações que a ele
se exibem.
Embora se aceite a interferência do social na constituição da identidade,
conforme já explanado, não se pode deixar de ressaltar que aspectos biológicos
influenciam diretamente na constituição da identidade (PÉREZ, 2008). Portanto, as
condições sociais em harmonia com as internas do próprio indivíduo é que
produzem o ser.
Neste sentido, acredita-se que a identidade de uma pessoa resulta das
relações que ela tem com outros, mas também é condição dessas relações. As
características do ser e as respostas que emite, à medida que sua individualidade
toma voz, também influencia no processo. Trata-se, deste modo, do aspecto
constitutivo e autogerador que a própria identidade possui.
Dito isso, constata-se que a condição de superdotação – as características,
maneiras de ler e sentir o mundo, próprias desta população de pessoas (PALUDO,
2013; PALUDO; LOOS-SANT’ANA; SANT’ANA-LOOS, 2014) –, influenciam
diretamente na maneira como esse sujeito é visto e compreendido dentro do
contexto no qual está inserido. Essas características, tidas como diferentes – haja
vista que estão em menor proporção quando da comparação com a população geral
–, faz com que o superdotado seja considerado de diversas formas, tanto positivas
como também negativas.
É neste contexto que se defende que a representação social (MOSCOVICI,
2003), isto é, que se tem acerca das AH/S influi diretamente na constituição da
identidade desta população, isto explicado pelo processo dialético de constituição do
indivíduo: os atributos da individualidade evocam repercussões nas relações com e
no mundo, ao passo que o conteúdo advindo das figuras significativas atua para
validar, reafirmar e/ou modificar a percepção que o sujeito tem sobre si. Em outras
palavras, infere-se que a representação acerca das AH/S, a concepção deste outro,
opera no sentido de o superdotado se aceitar ou não – na construção das crenças
sobre ele mesmo, parte de sua identidade.
Diante do explanado, defende-se a importância de problematizar e explanar,
de modo objetivo, como as representações sociais acerca da superdotação –
especialmente das figuras importantes no curso do seu desenvolvimento–
influenciam na constituição da identidade da pessoa superdotada, para a aceitação
ou negação desta condição por parte daquele que a vivencia.
OBJETIVOS
METODOLOGIA
1A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Setor de Saúde da
Universidade Federal do Paraná (UFPR), sob o Registro nº 156.482/CEP e CAAE nº 07700112.9.0000.0102.
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1411
RESULTADO
“Acho legal. Por eu ser superdotada, sou mesmo diferente, não é coisa da
minha cabeça”. (Sandy)
“A professora de artes sabe que sou superdotada e fica falando “você acha
que é melhor que todo mundo só porque tem altas habilidades, mas não pode achar
isso. Não é tudo isso ser superdotada!”, fala isso no meio da sala. Isso é muito ruim,
não quero que me trate assim. Todo mundo fica olhando, zoando, por isso não quero
que saibam.” (Ariana).
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
1Superdotação vem do inglês gifted, cuja raiz da palavra é gift que significa “presente”.
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1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não responderam 8
Fonte: Elaboração própria.
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03/10/2015, citadas por um professor, não foram localizadas para possível análise,
apesar de uma busca online nas principais bases de dados de legislações.
Ao analisar os aspectos frente às políticas públicas, percebe-se que as
mesmas são de fundamental importância para a efetivação das classes hospitalares.
Bahrens (2012) argumenta que os professores devem se instrumentalizar, por meio
de formações contínuas, adquirindo novos conhecimentos, para lutar pela garantia
desses direitos para os doentes através da elaboração de legislações, buscando um
mundo mais justo e fraterno também no âmbito educacional.
Ao indagar os professores sobre suas maiores dificuldades e desafios, foi
possível destacar que a falta de politicas públicas foi apontada como um ponto
relevante, principalmente para a garantia e reconhecimento desse serviço.
Verificou-se que 11 professores se remeteram à falta de reconhecimento do
serviço, bem como a falta de legislações específicas, como verificado em alguns
excertos a seguir, objetivando ilustrar as respostas dos professores.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que por meio do percurso das legislações que tratam de forma
direta ou indireta do atendimento educacional hospitalar, notamos que o direito de
receber esse atendimento enquanto o aluno se encontra em situação de
hospitalização é garantido por lei. A Constituição Federal de 1988 aponta que a
educação é um direito de todos, sem exceções. No entanto, percebe-se a falta de
políticas públicas voltadas para esse serviço, que garantam os direitos de recursos
físicos e humanos, bem como, estabeleçam as diretrizes norteadoras desse
trabalho.
REFERÊNCIAS
rubica.donda@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
Sendo assim, uma escola adjetivada inclusiva para surdos requer que a
Libras seja priorizada, ou seja, a Libras é a língua de instrução no ensino regular e
faz parte do currículo.
Sob tais considerações, desenvolvemos uma pesquisa documental com o
objetivo de identificar as estratégias estabelecidas nos Planos de Educação para
intervir na oferta da educação bilíngue: Língua Brasileira de Sinais e Língua
Portuguesa, nas diferentes instâncias federativas da União.
2. METODOLOGIA
Os textos de políticas são facilmente obtidos via internet, por isso optamos
pela coleta on-line dos Planos Estaduais de Educação (PEE) dos 26 estados, do
Plano Distrital de Educação (PDE) e do Plano Nacional de Educação (PNE),
utilizando-se das seguintes estratégias: 1ª) rastreamento nas páginas eletrônicas
das secretarias da educação dos entes federados e no portal do Ministério da
Educação (MEC); 2ª) consulta nas páginas eletrônicas das Assembleias Legislativas
dos estados e do distrito federal; 3ª) Consulta na página do Fórum Nacional de
Educação (FNE-MEC)2. Para localizar os documentos nas páginas eletrônicas,
recorremos ao uso do descritor: Plano de Educação e obtemos o seguinte resultado:
1 O texto do Plano Estadual de Educação (PEE) de Minas Gerais está em tramitação na Assembleia
Legislativa do estado, e conforme consulta no portal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o Plano
Estadual de Educação (PEE-RJ) ainda não foi encaminhado.
4. RESULTADOS
1Os Planos de Educação dos estados de Goiás e Rio Grande do Norte não preveem a estratégia
relativa a oferta da educação bilíngue - língua brasileira de sinais e língua portuguesa.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1 No PEE do Maranhão este documento não é referenciado, apenas o Decreto 5.626/2005 e Referenciais
Curriculares Nacionais.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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REFERÊNCIAS
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1.060/2013 e nº 91/2013 para elencar subsídios à Política Linguística de
Educação Bilíngue – Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa. Brasília:
MEC/SEESP, 2014.
GOMES, M. F. Delimitação de atribuições educacionais: sistemas de ensino e
competência constitucional. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília,
v. 92, n. 230, p. 166-186, jan./abr., 2011.
HOJAS, V. F. SARESP: a escola como produtora de políticas. 2017. 131f. Tese
(Doutorado em Educação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade
Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”, Marília, 2017.
LODI, A. C. B. Ensino da língua portuguesa como segunda língua para surdos:
impacto na educação básica. In: LACERDA, C. B. F.; SANTOS, L. F. Tenho um
aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação dos surdos. São Carlos:
Edfscar, 2014. p. 165 - 183.
STÜRMER, I. E. Educação bilíngue: discursos que produzem a educação de
surdos no Brasil. 2015. 78 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de
Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós
Graduação em Educação, Porto Alegre, 2015.
(PROESP/CAPES).
1. INTRODUÇÃO
A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva (2008) tem como uma de suas metas a inclusão educacional dos
Estudantes Público-Alvo da Educação Especial (EPAEE), quais sejam: os
estudantes com deficiência, com transtornos globais do comportamento e os com
altas habilidades/ superdotação.
Com o intuito de atender as orientações desta política, foram propostas
diversas ações com vistas a fortalecer o processo inclusivo no interior das escolas
públicas. Uma dessas ações é o Programa de Implantação das Salas de Recursos
Multifuncionais (SRM), que tem como objetivos disponibilizar aos sistemas públicos
de ensino, equipamentos de informática, mobiliários, materiais pedagógicos e de
acessibilidade, com vistas a apoiar a ampliação da oferta do AEE, complementando
ou suplementando a escolarização comum.
Diante disso e das reflexões oriundas de uma trajetória pessoal e
profissional com um trabalho voltado aos estudantes com Deficiência Intelectual (DI),
bem como, as que emergiram por meio do estudo da temática em tela, suscitaram
questionamentos e inquietações que nos conduziram à problemática dessa
pesquisa, a saber: os recursos da SRM são adequados aos EPAEE com DI?
Atendem os estudantes com DI de toda faixa etária ou durante todo seu processo de
escolarização? É possível trabalhar com esses recursos de maneira a não
infantilizar o DI adolescente e adulto?
A partir desses questionamentos nosso objetivo foi o de analisar os materiais
disponibilizados na SRM para o apoio aos estudantes com DI, no que diz respeito à
adequação desses recursos a esse público.
Para melhor compreensão, definimos materiais didáticos ou recursos
didáticos como todo e qualquer recurso utilizado em um procedimento de ensino,
com o objetivo de estimular e aproximar o estudante do processo ensino e
aprendizagem. Assim, materiais didáticos podem ser considerados como meios
utilizados pelo professor e pelo aluno para a organização metódica do processo de
ensino e aprendizagem, além disso, faz com que o educando se sinta motivado em
aprender (FREITAS, 2007 apud OMODEI, 2013, p. 68).
Diante dessas breves considerações acerca do nosso objeto de estudo,
abordaremos o delineamento metodológico da pesquisa e em seguida a análise dos
resultados com a pesquisa.
2. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No quadro 1 apresentamos a síntese dos resultados após a catalogação e
seleção dos recursos que foram analisados quanto à categoria adequação do
recurso:
Quadro 1: Resumo dos resultados obtidos em relação aos recursos da SRM quanto a categoria
adequação do recurso
Adequação do o
Recurs
Recurso
À idade Ao processo de Ao caráter
escolarização complementar
Material dourado Sim Sim Sim
Esquema Corporal Não Não Não
REFERÊNCIAS
BRASIL.Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades
educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
______.BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva. Brasília, 2008.
______. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos.
Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o
AEE e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011 -2014/2011/decreto/d7611.htmAcesso
em 23/12/2012. de setembro de 2016.
MANTOAN, M. T. E. Educação escolar de deficientes mentais: problemas para a
pesquisa e o desenvolvimento. Caderno CEDES, Campinas, v. 19, n. 46,
1998. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
32621998000300009&lng=pt&nrm=iso> Acessado em 21/12/2012.
OMODEI, J. D. Um olhar para a sala de recursos multifuncionais e objetos de
aprendizagem: apontamentos de uma pesquisa e intervenção. Dissertação
(Mestrado em Educação) - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade
Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2013.
1. INTRODUÇÃO
As famílias de crianças público alvo da educação especial podem possuir
necessidades e recursos específicos, visto que é importante que o contexto familiar
ofereça estímulos adequados para o desenvolvimento das crianças em questões
cognitivas, sociais e físicas. Além disso, pode auxiliar nas interações entre os
familiares e as crianças, proporcionando um ambiente saudável e de aprendizado.
Guaralnick (1998) evidencia que um ambiente que propicie o
desenvolvimento dos seus integrantes deve englobar experiências sociais e físicas
em conjunto com a variedade de materiais e objetos adequados para o aprendizado
da criança.
A rede de apoio familiar oferece ao indivíduo público alvo da educação
especial a formação de vínculos e a estruturação da vida da criança ampliando suas
possibilidades de desenvolvimento (SÁ; RABINOVICH, 2006).
Paniagua (2004) enfatiza que quando a criança tem alguma deficiência,
aumenta a frequência da necessidade de adaptação dos pais ou responsáveis. Este
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DESSEN, Maria Auxiliadora; SILVA, Nara Liana Pereira. A família e os programas
de intervenção: Tendências atuais. In: MENDES, E.G.; ALMEIDA, M.A.; WILLIAMS,
L.C.A. (Orgs.). Avanços recentes em Educação Especial.São Carlos: EDUFSCar. p.
179-187. 2004.
GUALDA, Danielli Silva; BORGES, Laura.; CIA, Fabiana. Famílias de crianças com
necessidades educacionais especiais: recursos e necessidades de apoio. v. 26.
Revista Educação Especial. p. 307-330. 2013.
**Larissa Guadagnini
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
2.1 Participantes
Participaram da pesquisa, três alunos com deficiência intelectual que
frequentavam o ensino superior de uma faculdade localizada no interior do Estado
de São Paulo, que contava com o Programa Próximos Passos como apoio a
inserção dos alunos com DI nesse nível acadêmico.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo trouxe informações pertinentes para reflexão e a análise
sobre a organização dos cursos superiores que fazem parte do Programa Próximos
Passos, revelando assim, que este é uma importante ferramenta para acesso e
permanência dos alunos com DI nessa modalidade de ensino.
Os dados indicam ainda que a inserção dos alunos com DI nos programas
de ensino superior tem elevado a autoestima desses alunos, trazendo desta forma
reflexos no cotidiano dos mesmos, visto que estes tem se empenhado em buscar
novas aprendizagens e experiências, sendo primordial o incentivo a novos
programas que visem a inserção e participação desses alunos no ensino superior.
REFERÊNCIAS
AAIDD. Definition of mental retardion. (2010). Disponível em:
http://www.aamr.org/polices/faq_mental_retardion.shml. Acesso em 21 de maio de
2016.
*Larissa Guadagnini
**Márcia Duarte
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, durante muitos anos a educação especial foi vista como uma
modalidade de ensino desassociada do ensino regular, assim sendo as pessoas
com deficiência eram atendidas em locais separados dos demais alunos, em classes
ou escolas especiais.
Com o avanço político no país essa concepção lentamente vem se
modificando, visto que as legislações nacionais versam sobre o direito da pessoa
com deficiência frequentar preferencialmente as redes regulares de ensino e oferece
subsídios para que isso ocorra, a partir da oferta de diversos serviços e estratégias.
Dentre esses serviços e estratégias destacamos as salas de recursos
multifuncionais, ensino itinerante e incentivo ao uso de práticas pedagógicas
condizentes com a realidade dos alunos Público Alvo da Educação Especial (PAEE),
que são referendados em diversos documentos nacionais, tais como no Plano
Decenal de Educação para Todos (1993-2003), na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional 9.394/96, nos Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação
Básica (1999) e na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008).
2. METODOLOGIA
2.1 Participantes
A pesquisa contou com a participação de vinte inscritos no minicurso
Práticas pedagógicas inclusivas para alunos com deficiência intelectual, de ambos
os sexos, residentes em diversos estados brasileiros e com diferentes níveis de
formação. Todos os inscritos no minicurso se declararam professores atuantes e/ou
em formação.
O quadro 1 apresenta a caracterização dos participantes e suas respectivas
designações.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esses dados revelam que a maioria dos participantes tem visão parcial, visto
que os mesmos veem as práticas pedagógicas apenas como a prática docente
cotidiana e pelas metodologias e estratégias de ensino escolhidas e utilizadas pelos
professores no ambiente escolar, entretanto segundo os estudos de Thomazi e
Asinelli (2009), a prática pedagógica é muito mais que o cotidiano escolar e as
estratégias a serem utilizadas pelo professor dentro da sala de aula, visto que a
mesma envolve toda ação docente, isto é, vai desde o planejamento das aulas até o
cotidiano escolar, percorrendo assim, pela escolha dos conteúdos a serem
ministrados e escolha de determinada metodologia, recurso ou instrumento de
ensino, bem como pela avaliação da metodologia e prática empregada.
Deste modo, pode-se dizer que os dados revelam a fragilidade dos
programas de formação ofertado aos participantes e consequentemente falhas na
ação docente, uma vez que espera-se que os cursos de formação ofereçam aos
licenciandos informações básicas sobre prática pedagógica e sua relevância frente a
ação docente, de modo a evidenciar a importância de se planejar as aulas, escolher
a melhor metodologia e os conteúdos a serem abordados e avaliar constantemente
as aulas (SILVA, 2012).
Assim sendo, é importante que se invista na formação continuada dos
profissionais envolvidos com a área educacional, de modo a capacita-los e torna-los
reflexivos quanto a sua prática e identidade pessoal e profissional (LADE, 2005).
Outros participantes, (P4, P12, P14 , P18 e P19) colocam que antes de
realizar quaisquer prática pedagógica é primordial que o professor tenha
conhecimento quanto as especificidades do aluno com deficiência intelectual:
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Adaptações Curriculares.
Estratégias para educação de alunos com necessidades educacionais especiais.
Brasília: MEC/ SEESP, 1999.
_______. Plano Decenal de Educação para Todos: 1993-2003. Brasília, DF: MEC,
1994.
Erika Hiratuka-Soares;
Simone de Almeida;
I. INTRODUÇÃO
Segundo Mendes (2006), o termo educação inclusiva surgiu no início da
década de 90, prevendo que todas as crianças deveriam estudar em classes
comuns, considerando ainda a possibilidade de retirada da criança da classe para
salas de recurso quando esta não estivesse se beneficiando da educação exclusiva
em classe comum.
Em 2008, o Ministério da Educação divulgou a Política Nacional da
Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva. Dentre as várias
propostas desta política, encontra-se o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) (BRASIL, 2008).
O AEE tem por objetivo “identificar, elaborar e organizar recursos
pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação
dos estudantes, considerando suas necessidades específicas” (BRASIL, 2008).
Segundo a Resolução 4/2009 que institui as Diretrizes Operacionais para o
Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação
Especial, em seu artigo 5º, o AEE deve acontecer preferencialmente nas salas de
recursos multifuncionais, na própria escola ou em outra de ensino regular. Além
disso, este atendimento deve ocorrer no turno inverso ao da escolarização, não
podendo este servir de ensino substitutivo. Embora deva acontecer
preferencialmente na escola de ensino regular, a resolução abre a possibilidade de
este ocorrer em instituições comunitárias ou filantrópicas, desde que conveniadas a
secretarias do governo (BRASIL,2009).
Observa-se que o AEE, que preferencialmente de ocorrer nas salas de
recursos multifuncionais, é essencial para a efetivação da educação inclusiva, no
formato que temos atualmente proposto no país.
Desta forma, identificar como os vários atores envolvidos nesta situação
percebem este atendimento pode nos dar informações importantes a respeito de seu
funcionamento e resultados. Além disso, essas percepções podem nos dar
indicativos de como estes atores compreendem esta modalidade dentro da proposta
da educação inclusiva e o que esperam dela.
O objetivo do presente estudo é identificar as percepções de diretores,
professores e pais de crianças com necessidades educacionais especiais (NEE),
sobre as salas de recursos multifuncionais, na cidade de Lagarto, Sergipe.
II. MÉTODO
De acordo com Batista (2011), vários estudos realizados pelo país têm
confirmado a eficiência da sala de recursos no sentido de viabilizar a educação
inclusiva e dar uma alternativa aos serviços substitutivos, antes considerados as
únicas possibilidades às crianças com NEE. Em função disso, é inegável sua
importância neste processo, o que pode ser confirmado pela visão positiva dos
atores entrevistados a respeito de seu papel.
De qualquer forma, estes discursos merecem um cuidado na hora de
analisá-los, pois podem camuflar visões distorcidas de seu papel na educação das
crianças com NEE, mais claramente observado no DSC a seguir: “Pra mim é
essencial a sala de recurso, porque a professora tá preparada. Na sala regular, eles
não aprendem tanto quanto na sala de recurso. A sala de recurso é mais eficaz do
que a sala regular.” (GD) – IC: Sala de recurso como atendimento mais eficaz
Como observado, ele parece remeter a uma visão deste atendimento
especializado como o principal meio de aprendizagem da criança, sendo a sala
regular o complemento do ensino. Além disso, ao entender que é nesta sala que a
criança realmente aprende, fica-se a um passo de afirmar que é neste espaço que a
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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criança com NEE deve ficar, o que se assemelha muito a um ensino substitutivo e
excludente.
Deve-se lembrar que o objetivo geral do AEE é identificar as barreiras à
participação plena do aluno e elaborar ou organizar os recursos pedagógicos de
acessibilidade a eles necessários. Fica claro ao ler a política que as atividades que
são realizadas nela não são de caráter substitutivo e, sim, complementares à
formação destes estudantes, visando desenvolver sua autonomia e independência,
tanto no contexto escolar, como fora dela (BRASIL, 2008).
É necessário também pontuar a importância da visão dos diretores a
respeito da educação inclusiva e suas estratégias. Em um estudo que buscou
investigar o papel do diretor da escola na formação de uma escola inclusiva, Silva
(2006) identificou que a forma deste em gerir a escola e de compreender a
educação interfere diretamente neste processo. Desta forma, capacitar e sensibilizar
toda a comunidade escolar e não só o professor parece ser essencial para o
sucesso desta prática.
Por outro lado, percebe-se que alguns atores entendem a sala de recursos
como apoio ao ensino regular.
IV. CONCLUSÕES
Foi possível verificar que a maior parte dos atores apresenta uma avaliação
positiva da sala de recursos, compreendendo que sua função é essencial no
processo de educação inclusiva. Porém, ainda existem lacunas no conhecimento de
seu verdadeiro papel e sua ação parece distanciada da sala de aula e dos
professores que estão na classe regular.
Estas constatações sugerem a necessidades de ações nos espaços
escolares a fim de possibilitar a construção de parcerias entre os professores que
estão em sala de aula e que estão na sala de recursos, consolidando, desta forma o
que deveria ocorrer no AEE.
Espera-se que, com este estudo, seja possível pensar em ações que
colaborem na efetivação da educação inclusiva no município.
V.REFERÊNCIAS
BAPTISTA, C. R. Ação pedagógica e educação especial: a sala de recursos como
prioridade na oferta de serviços especializados. Rev. bras. educ. espec. v.17,
n.spe1, p.59-76, 2011.
Márcia DUARTE
1. INTRODUÇÃO
A inclusão para o trabalho das pessoas com deficiência, vem sendo bastante
debatida, entendendo que esta é uma das principais vias de inclusão social.
De acordo com Araújo e Schmidt (2006) o acesso, da pessoa com
deficiência física no mercado do trabalho é tido como um dos aspectos do processo
de inclusão, sendo importante por proporcionar às pessoas, condições para a
satisfação de suas necessidades básicas, a valorização de si mesmas e o
desenvolvimento de suas potencialidades. Segundo Jannuzzi (1994, p. 22) “A
ausência da possibilidade de trabalho para o deficiente aumenta sua exclusão,
acentuando, então, sua subordinação aos outros, esmaecendo a própria identidade,
tornando-o aquele que precisa emprestar a voz de outrem para se fazer ouvir”.
Segundo a Lei de Cotas (8.213/91, declara que a empresa com 100 ou mais
funcionários está obrigada a preencher de dois a cinco por cento dos seus quadros
com beneficiários reabilitados ou pessoa com deficiência. Considerada por muitos
uma ação afirmativa, uma vez que é necessário o reconhecimento da capacidade
produtiva da pessoa com deficiência, visto que a mesma deve fazer parte do mundo
do trabalho e de todos os espaços sociais.
Contudo, o número de pessoas com deficiência que trabalham em empregos
formais ainda é menor que o esperado, mesmo com o trabalho de qualidade
realizado por muitas empresas na adoção de diversas formas de inclusão desses
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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profissionais. Cabe então refletir como está o grau de satisfação de pessoas com
deficiência física incluídas no mercado de trabalho.
2. OBJETIVOS
3. METODOLOGIA
3.4 Instrumentos
Utilizou-se de questionário semiestruturado, contendo 08 questões de
múltipla escolha nos quais foram respondidos de acordo com a opinião pessoal dos
respondente. Optou-se pela escala de Likert (1932) para formulação das respostas
do questionário, por tratar-se de uma pesquisa de opinião envolvendo o grau de
satisfação ou insatisfação. Por meio dessa escala, fizemos uma medição do nível de
satisfação das pessoas com deficiência física, com os seguintes itens
classificatórios: “Muito insatisfeito”, “Insatisfeito”, Nem satisfeito nem insatisfeito”,
“Satisfeito”, “Muito satisfeito”. Para compor a escala, utilizou-se de feições,
“carinhas” representando o grau de satisfação. Cada participante respondeu 8
questões, assinalando apenas uma das figuras e ao final poderiam adicionar
comentários.
3.5 Procedimentos de Coleta de dados
Após o aceite por parte dos funcionários, foi agendada sob orientação da
empresa um horário para aplicação dos questionários, que ocorreu em uma reunião
mensal que é realizada com as pessoas com deficiência física incluídas no mercado
de trabalho pela UDEFA .
3.6 Procedimento de Análise de Dados
Após a conferência e organização dos questionários, deu-se inicio a
organização dos dados, sendo elaborada uma planilha com todos os dados
referentes a cada questão, visando a melhor visualização dos mesmos. Após o
preenchimento dela, fora realizado uma análise dos dados obtidos, de acordo com a
Escala Likert (1932) e retirado a porcentagem desses para verificação de quais
alternativas se sobressaíram em relação as outras e atingir o objetivo final de
identificar se a amostra de participantes encontram-se satisfeitos ou não com o atual
trabalho que exercem.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após análise dos dados quantitativos, para discussão dos resultados, foram
organizadas as seguintes categorias: 1) Nível de satisfação com o local de trabalho.
2) Nível de satisfação em relação ao cargo exercido. 3) Nível de satisfação em
relação ao salário. 4) Nível de satisfação em relação aos companheiros de trabalho.
5) Nível de satisfação em relação aos superiores diretos. 6) Nível de satisfação em
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
ARAUJO, J. P.; SCHMIDT, A. A inclusão de pessoas com necessidades especiais no
trabalho: a visão de empresas e de instituições educacionais especiais na cidade de
Curitiba. Rev. bras. educ. espec. vol.12 no.2 Marília May/Aug. 2006.
_____. Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Pessoas com
deficiência no trabalho: criando valor pela inclusão.
Disponível em:
<http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/Content/uploads/2013121018261
0_CartilhaPessoascomdeficiencianotrabalho.pdf>. Acesso em: 20 out. 2016.
1 INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
cada opção fazendo com que a escala possua 9 pontos. O questionário possui 53
questões, sendo a pontuação por somatória até a questão 43 quanto maior a
pontuação, melhor é a qualidade de vida, e entre as questões 44 e 53, o inverso
acontece, quanto maior a pontuação, pior a qualidade de vida, isso acontece porque
as últimas questões são referentes a dores e incômodos. Os dados foram
analisados de forma descritiva e foi utilizada a somatória de pontos para determinar
o grau de QV da participante.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por meio das respostas obtidas foi possível indicar que a percepção da QV
sob a ótica da aluna é de suma importância, pois é por meio deste que se torna
possível discutir sobre questões ligadas a todas as dimensões da qualidade de vida
da criança com PC. Foi possível verificar que a percepção da QV da participante
apresentou pontuação condizente com uma boa qualidade de vida em relação aos
aspectos gerais. Como vemos no gráfico 1, a seguir:
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aluna prontamente aceitou a participação, respondeu todas as perguntas e
em nenhum momento apresentou fadiga ou cansaço. Foi possível notar que o tempo
em que a aluna esteve respondendo questões sobre si mesma, era uma forma de se
expressar e mostrar a necessidade de compreensão por parte de outras pessoas.
Assim, o estudo indicou que a aluna apresenta boa qualidade de vida e uma
percepção positiva sobre suas rotinas. Ademais, a percepção da QV sob a ótica da
própria criança com PC faz-se necessária, para que seja possível a elaboração de
estratégias e adaptações mais específicas que auxiliem no processo tanto de
escolarização quanto de desenvolvimento social e de habilidades gerais,
comumente requisitadas na vida diária.
REFERÊNCIAS
BRACCIALLI LM, Almeida VS, Sankako AN, Silva MZ, Braccialli AC, Carvalho
SM, et al. Translation and validation ofthe Brazilian version of the Cerebral Palsy
Quality of Life Questionnaire for Children --- child report. J Pediatr (Rio J). 2016.
CAMARGOS, Ana Cristina Resende et al. Relação entre independência funcional e
qualidade de vida na paralisia cerebral. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 25, n. 1, p.83-92,
jan. 2012.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Para dar conta de atingir o objetivo proposto foi escolhido uma abordagem
de pesquisa qualitativa descritiva. Conforme Gil (2002, p. 42), “[...] tem como objetivo
primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno,
ou então o estabelecimento de relações entre as variáveis”.
Como procedimento para coleta de dados classifica-se como pesquisa de
campo. O estudo de campo é um tipo de pesquisa que procura o aprofundamento de
uma realidade especifica. Para Ventura (2002, p. 79), a pesquisa de campo deve
merecer atenção, pois através dela é indicado os critérios de escolha da
amostragem de coleta e análise dos dados obtidos.
A pesquisa foi realizada por meio de observações e entrevistas das
atividades do grupo estudado. O grupo estudado foi pais de alunos de uma escola
especial pertencente ao município de Araranguá – SC. Optou-se por uma amostra
simples e intencional, composta por sete pais, sendo cinco pais de alunos que
frequentam a turma de estimulação, dois pais de alunos que frequentam o Serviço
de Atendimento Educacional Especifico (SAEDE), e um pai de aluno do Serviço
Pedagógico Especifico (SPE).
Nos últimos anos o tema inclusão tem sido muito discutido na área da
Educação. Vários discursos têm sido realizados e com a lei estabelecida, as escolas
estão abrindo suas portas para as diferenças.
A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional de 1996 foi fundamentada na promoção do bem de todos, sem
O autismo foi descrito pela primeira vez em 1943 nos Estados Unidos pelo
médico austríaco Leo Kanner através de sua obra “Distúrbios Autísticos do Contato
Afetivo” onde descreveu casos de onze crianças que tinham em comum “um
isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação
da mesmice, denominando-as autistas”.
O transtorno do autismo causa atraso no desenvolvimento da criança,
comprometendo a comunicação, socialização, iniciativa, imaginação e criatividade
(ALVES et. al, 2010). O diagnóstico das crianças com autismo pode ser percebido
dos primeiros meses de vida até os três anos, quando surgem os sintomas. Para a
família a situação do diagnóstico por vezes é dolorosa.
que os pais dos alunos estão por dentro das leis e de seus direitos, sendo um
conhecimento social.
Tabela 4- Os professores possuem formação na área da educação especial?
Respostas Frequência %
Não possuem, somente formação em Pedagogia e o médio 4 57.12%
básico para o magistério.
Sim possuem formação em educação especial 3 42.84%
Total 7 100%
Fonte: Autores
Os resultados mostram que 100% dos pais afirmam que seus filhos recebem
Atendimento Educacional Especializado no contra turno.
Tabela 6- Tem sugestão para o aperfeiçoamento do processo de inclusão na escola?
Respostas Frequência %
Sim porém não respondeu 1 14.28%
Sim acredito que deveria haver melhor preparo aos professores. 5 71.40%
Sim bons profissionais, quero dizer, com especializações nas áreas de
inclusão e que a escola realmente possibilite que sejam trabalhadas
com estas crianças o processo inclusivo.
Sim especialização de professores na área da educação especial.
Total 7 100%
Fonte: Autores
Nos resultados obtidos 71.40% dos pais apresentam como sugestão para o
aperfeiçoamento do processo de inclusão na escola é preciso haver melhor preparo
aos professores, bons profissionais, com especializações nas áreas de inclusão e
que a escola realmente possibilite que seja trabalhado com estas crianças o
processo inclusivo.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos relatos das pesquisas fica evidente que os pais possuem
conhecimento sobre inclusão e isto se torna um fator fundamental, pois a maioria
optou em matricular os seus filhos no ensino regular e possuem “conhecimento”
sobre a lei da inclusão que garante os direitos da criança com autismo de frequentar
a escola. Para alguns pais a escola vem respondendo suas expectativas, em relação
à aprendizagem, pois percebem que os filhos vêm acompanhando os demais alunos
nas atividades propostas.
Para garantir uma inclusão de qualidade os cursos de aperfeiçoamentos e a
formação continuada para os professores a fim de se apropriarem de mais
conhecimentos, é um dos fatores mais importantes na visão dos pais para
programar o trabalho com os alunos incluídos.
Os pais juntamente com a escola têm um papel fundamental, a escola deve
estar aberta para conversar com a família para que haja uma intervenção satisfatória
e que a criança obtenha uma qualidade de ensino.
A educação em nosso país sempre foi e será uma das maiores
preocupações daqueles que idealizam e acreditam que mudanças significativas se
fazem necessário. Por isto a importância de lutar por uma escola para todos, sem
discriminações e segregações, que sejam instituições abertas incondicionalmente a
todos os alunos e, portanto, inclusivas.
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
Dulcéria Tartuci
Capes
Introdução
A Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (BRASIL, 2008) prevê o Atendimento Educacional Especializado (AEE),
que tem como principal objetivo identificar, elaborar e organizar recursos que
possibilitem a plena participação dos alunos público alvo da educação especial, nas
atividades escolares, além de complementar e/ou suplementar a formação destes
alunos a fim de prover independência na escola e fora dela.
A articulação entre proposição, elaboração e organização de recursos fica a
cargo do professor de AEE, tanto ao assumir a incumbência de
complementar/suplementar a formação no ensino regular, como quando possibilita a
realização de atividades na sala comum e fora dela de maneira independente. Além
disso, Hummel (2012) destaca que entre as inúmeras atribuições do professor de
AEE se encontra o uso de recursos tecnológicos e o ensino do manuseio da
Tecnologia Assistiva (TA), a fim de possibilitar o sucesso do aluno no campo
educacional e social.
Ao considerarmos o Letramento no AEE como recorte temático, devido a sua
importância social e porque este se caracteriza como elemento alicerçador do
processo de escolarização, na medida em que sua compreensão oportuniza não só
a inserção social, todavia expande as possibilidades de um desenvolvimento escolar
de qualidade, além do fato de que, as dificuldades na sua aquisição são apontadas
como fator central nos baixos índices de escolarização dos alunos com deficiência
(GUEBERT, 2011).
Metodologia
vista que, na análise do discurso, a linguagem vai além do texto, revelando dizeres
pré-estabelecidos que são ecos da memória do dizer (CAREGNATO; MUTTI, 2006).
Os resultados apresentados a seguir são um recorte de uma pesquisa mais ampla,
que busca compreender o uso da TA na mediação de práticas de letramento.
Resultados e Discussão
Geralmente, as práticas partem do que o professor concebe sobre
determinado fenômeno, ou seja, as concepções normalmente irão fundamentar as
práticas. Nesta pesquisa a maioria conceituava TA como equipamentos e recursos
com maior sofisticação, e, no contexto do AEE, atribuíam a TA uma definição que se
limitava a computadores, TV, rádio, DVD – Tecnologia de Informação e Comunicação
(TICs).
A fim de entender as ações das professoras na proposição da TA,
solicitamos que elas relatassem quais os recursos de TA eram indicados para os
alunos com deficiência, de modo a esclarecer e descrever a relação
recurso/deficiência. Assim poderíamos sintetizar as práticas vinculadas a TA que são
elaboradas/propostas pelas professoras para cada deficiência e suas
especificidades. Nesse sentido, ao descreverem a aplicação da TA nas práticas
realizadas no AEE, os parâmetros de TICs como sinônimos de TA sempre eram
encontrados, como podemos evidenciar nos excertos abaixo:
Excerto 01: um aluno disléxico que eu tenho, eu trabalho música, a letra da música, palavras, leituras,
então assim direcionando (+) mas que/ a música é ele que escolhe(...) porque a gente acrescenta
música, letra da música, ai a gente vai para o computador que é a tecnologia que a gente usa muito,
a gente escuta a música. E a partir dai a gente desenvolve um trabalho bom (...) Então assim, eles
são mais adolescentes, e gostam muito mais do computador, de música, então a gente explora
bastante esse lado assim (...) ((explora como o computador)) Eu tenho alguns Cds pedagógicos, que
eu uso bastante e são jogos pedagógicos que tem nos meus Cds, são jogos lúdicos. E eu vou e
busco também, eu faço pesquisa na internet e pego muitos joguinhos bons da internet e que tem
muitos jogos pedagógicos muito, muito assim/ que a gente pode utilizar que são bons, que eles
gostam, que tem muitas figuras, facilita muito o trabalho do professor AEE (Professora Michele- V
Encontro/2013).
Excerto 02: Agora quanto ao trabalho assim, então a gente usa muito a internet, e na internet tem
bastante jogos (...) Então a gente trabalha muito escola games, são jogos que incentivam memória,
incentiva raciocínio, aqueles jogos de montar, quebra-cabeça. É interessante o quanto isso faz a
diferença na vida destes alunos, eu acredito sim que eu estou no lugar certo, sem assim, sem
computador, internet eu não sei se eu daria conta de trabalhar, e ter um resultado que a gente está
tendo assim com esses alunos. Então aquelas atividades educativas, tem palavras-cruzadas ali, fala
sobre a bíblia, fala sobre o ambiente, assim explora conhecimentos que os alunos até já tem e por
dificuldade mesmo da leitura, ai tendo ali a gravura ele vai ler, ele vai procurar ler e identificar a/,
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talvez se ele não lê perfeitamente, ele vai identificar ali, a palavra com o desenho, moto ele vai lá
pega moto e põem. E eu repito aquela atividade muitas vezes ele vai, não sei se é legal falar mas ele
decora até, moto é aquilo ali, é aquele M assim o O/. (Professora Vanuza – V Encontro/2013).
Excerto 03: o Caio digita com toda dificuldade nesta Tecnologia usando o celular ou o computador o
nome dele, ele não sabe (+) ele não consegue escrever devido a paraparesia que ele tem, por que
ele tem bastante comprometimento, então facilita bastante no dia-a-dia para ele... (Professora
Sandra- VIII Encontro/2013).
Excerto 04: a lupa eletrônica no caso baixa visão (...) O notebook, eu recebi ele como notebook para
o aluno com baixa visão, porque ele já veio com os programas específicos para o aluno com baixa
visão ou cego, mas no caso eu utilizo ele com todos os outros alunos (...) a calculadora aquela
grandona. Que a função dela, ela não foi fabricada neste sentido, mas eu utilizo ela como uma
tecnologia assistiva para minha aluna também com baixa visão (...) régua de ampliação também,
tenho a lupa manual aquela comum. Tenho os engrossadores de lápis, que eu uso mais com aluno
com lesão (...) O reglete, cadeira de rodas para o cadeirante, tenho o áudio livro, que ele veio para a
criança com baixa visão, mas eu utilizo ele também com deficiência mental, eu utilizo para aluno
disléxico, que ajuda muito também a eles (...) os jogos pedagógicos adaptados, ele veio em Braille,
veio em Libras, (...) O soroban sim eu utilizo com os outros alunos, ele é mais especifico para o cego,
mas eu utilizo com os outros alunos, o soroban. ((professora não tem aluno cego – mas utiliza o
recurso com os demais)) (...) Tem o falador (...) é os que vieram no notebook, tem ele, tem o (+)
Dosvox, tem uns quatro. (...) Eu tenho o globo tátil também. (Professora Wanda – V Encontro/2013).
O uso das TICs como apontado pela professora Sandra facilita tarefas que
se encontram impossibilitadas de serem realizadas, em decorrência da deficiência,
desse modo, quando um aluno com comprometimento nos membros superiores faz
uso do computador ou celular comum (sem nenhuma adaptação), estes recursos
podem ser classificados como TA. Desta feita, pela incapacidade de desenvolver a
habilidade de escrita em suportes convencionais, como caderno e lápis, o aluno
Caio, com a ajuda de um teclado comum, demonstra evoluções em termos
acadêmicos, conquistando as primeiras habilidades de escrita, que seria a
representação do seu nome.
A professora Wanda desde o princípio da pesquisa demonstrou domínio
sobre o conceito, e, em sua narrativa acerca dos recursos utilizados e designados a
cada deficiência, ela expõe uma parcela dos meios e equipamentos que ela dispõe
visando o acesso à informação e ao aprendizado dos alunos com deficiência. Ao
longo da entrevista ela vai se lembrando de outros recursos de TA que fazem parte
da sua prática, como: estabilizador de punho, tesoura-mola, cadeiras adaptadas
para aluno com baixa visão e cadeirante, luminárias, teclado colmeia, entre outros.
Nessa direção, o que podemos destacar é a influência do domínio de determinado
conceito nas práticas e propostas de uso da TA no AEE, que se mostra explícita ao
compararmos as narrativas das demais professoras com os relatos da professora
Wanda.
Conclusão
Referências
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar /2934/6410.pdf?
sequence=1. Acesso em 12.04.2017.
ITAQUAQUECETUBA
1. INTRODUÇÃO
A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo conta, desde 2008, com
um professor coordenador designado especificamente para exercer a função
pedagógica nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Ao assumir o papel de formador de outros formadores, torna-se fundamental
que o coordenador pedagógico considere a atual perspectiva de Educação para
Todos, que tem como foco a garantia de uma educação que “enseje o acesso e a
permanência - com êxito - do aluno no ambiente escolar" (BRASIL, 1999, p. 19).
Sob essa ótica, a inclusão escolar trás em sua gênese a reformulação de
todo o sistema educacional, com vistas à superação tanto das barreiras visíveis e
concretas – como acessibilidade física e de informação, estrutura curricular,
formação inicial e continuada etc. - quanto das barreiras invisíveis, ainda presentes
na inclusão de estudantes público-alvo da Educação Especial (PAEE) e tão difíceis
de serem extintas quantos as demais, "pois envolvem atitudes, preconceitos,
estigmas e mecanismos de defesa ainda existentes frente ao estudante tido como
'diferente' ” (MARTINS, 2012, p. 33).
Nesta perspectiva, é comum que a vivência dos primeiros momentos em
contato com o estudante com Transtorno do Espectro do Autismo- TEA no ambiente
escolar seja “carregada de sentimento de impotência, angústia e geradora de falsas
convicções a respeito da impossibilidade de que a escola e o saber/fazer dos
professores possam contribuir para o desenvolvimento daquela criança”
(BELISÁRIO FILHO; CUNHA, 2010, p. 22).
A chegada de um estudante com TEA na escola aciona questionamentos
sobre a real função do fazer educativo. "Isso causa resistências, pois desloca as
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1Belloch e Olabarria (1993) in Pereira, Barros e Augusto (2011, p. 526) definem como alguns dos princípios do
paradigma biopsicossocial: 1. O corpo humano é um organismo biológico, psicológico e social, ou seja, recebe
informações, organiza, armazena, gera, atribui significados e os transmite, os quais produzem, por sua vez, maneiras de se
comportar; 2. Saúde e doença são condições que estão em equilíbrio dinâmico; estão codeterminadas por variáveis
biológicas, psicológicas e sociais, todas em constante interação; 3. O estudo, diagnóstico, prevenção e tratamento de várias
doenças devem considerar as contribuições especiais e diferenciadas dos três conjuntos de variáveis citadas.
2. METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada no segundo semestre de 2015, com
cincocoordenadores pedagógicos - designados conforme a Resolução SE 75, de 30
de dezembro de 2014 - atuantes em escolas estaduais localizadas no município de
Itaquaquecetuba, região metropolitana de São Paulo.
O instrumento escolhido para a coleta de dados da pesquisa foi a entrevista
(MANZINI; 2003; 2006; 2008); por considerar que esta ferramenta possibilitaria
maior espaço para que os participantes expressassem realmente as suas
concepções e ideias a respeito da inclusão de estudantes com TEA. Os participantes
escolhidos foram entrevistados individualmente, com duração de aproximadamente
20 minutos cada entrevista, sendo estas gravadas, com autorização dos
entrevistados.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ensino Fundamental -
PC5 Masculino 45 anos Pedagogia 05 anos
Anos Iniciais
Elaboração da autora. Fonte: Entrevistas
"Diz que eles ficam isolados, que a pessoa fica muito na dela [...]
O autismo, a ideia que eu tenho dele... é a de que ele [o autista] vive mais
no mundinho dele, que é centrado, limitado [...]" (PC1, 2015) "Eu acredito
que é aquele estudante que fica no mundo dele, né? Não se relacionará
nunca com as outras crianças [...]" (PC4, 2015)
A PC1, que possui contato recente com uma estudante com TEA
regularmente matriculada em sua Unidade Escolar, entra inclusive em conflito em
seu relato, na tentativa de aproximar a definição clínica de autismo a realidade
encontrada:
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALVES, M. D. As representações sociais dos professores acerca da inclusão de
alunos com distúrbios globais do desenvolvimento.Rio Grande do Sul: UFSM,
2005.Disponível em: http://28reuniao.anped.org.br/textos/gt15/gt15778int.rtf. Acesso
em: jun/2016.
APA. DSM V: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2014.
BELISÁRIO FILHO, J. F.; CUNHA, P. A Educação Especial na Perspectiva da
Inclusão Escolar: Transtornos Globais do Desenvolvimento. Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Especial; Universidade Federal do Ceará, vol. 9,
2010.
BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais: adaptações curriculares. Brasília: MEC/ SEF/ SEESP, 1999.
DUK, C. (org.). Secretaria de Educação Especial. Educar na Diversidade: material
de formação docente. Brasília: Ministério da Educação, 2005.
GADOTTI, M. O Projeto Político Pedagógico na Escola: Na perspectiva de uma
educação para a cidadania. 2001. Disponível em:
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1512
file:///C:/Users/Miguel/Downloads/PPP%20-%20Moacir%20Gadotti%20(1).pdf.
Acesso em: jan/2016.
LOPES, J. C. A Formação de Professores para a Inclusão Escolar de
Estudantes Autistas: contribuições psicopedagógicas. Brasília: Universidade de
Brasília, Instituto de Psicologia – Departamento de Psicologia Escolar e do
Desenvolvimento, 2011.
MARTINS, L. de A. R. Reflexões sobre a Formação de Professores com vistas a
Educação Inclusiva. MIRANDA, T. G.; FILHO, T. A. G. O Professor e a Educação
Inclusiva:formação, práticas e lugares. Salvador: EDUFBA, 2012..
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL, LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Dispõe sobre a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm > acesso
31 mar. 2017.
1. INTRODUÇÃO
crianças com déficit no repertório verbal (e.g. TEA, deficiência intelectual, deficiência
auditiva, deficiência visual). O procedimento de matching-to-sample (MTS) tem se
mostrado eficaz para o ensino de relações condicionais e posterior estabelecimento
de relações de equivalência. Tem sido possível observar que relações entre
estímulos e respostas que envolvam a construção de respostas, estabelecidas pelo
procedimento de constructed-responsematching-to-sample (CRMTS), também
estabelece repertório relacional passível de constituir as relações de equivalência
entre estímulos e entre estímulos e respostas (STROMER; MACKAY; STODDARD,
1992). Com base nestes pressupostos e em pesquisas anteriores, de Souza, de
Rose e Hanna (1996) apresentam um programa de alfabetização para criança em
risco de fracasso escolar. O programa foi refinado (REIS; de SOUZA; de ROSE,
2009) e informatizado (ORLANDO et al. 2016), e hoje é denominado de Aprendendo
a Ler e Escrever em Pequenos Passos - ALEPP.
O ALEPP é dividido em três módulos, os quais ensinam palavras simples
(módulo um, exemplo: bolo, tatu, selo), palavras com dificuldades ortográficas
(módulo dois, exemplo: paçoca, ilha, chave), e leitura de sentenças em livros
didáticos (módulo três, exemplos: da Coleção Estrelinha – Sônia Junqueira).
Especificamente, o módulo dois é dividido em 10 unidades que apresentam algumas
dificuldades ortográficas da língua portuguesa. Cada unidade é composta por quatro
passos, cada um deles ensina quatro palavras novas. Por fim, os passos dividem-se
em blocos de ensino e avaliação com tarefas de MTS e CRMTS. No início e no final
de um passo a criança passa por blocos de teste nos quais deve apresentar 100%
de acertos para avançar, cada unidade ensina 16 palavras, o módulo dois ensina
160 palavras novas (de SOUZA; de ROSE, 2006).
Considerando a reabilitação de criança com Deficiência auditiva e implante
coclear, muitos são os fatores que afetam a aprendizagem da leitura e a precisão da
produção oral e, dentre eles, a idade de implantação do dispositivo, o tempo de
exposição a programas de reabilitação assim como suas características (GEERS,
2002). A produção oral desta população, seja em tarefas de nomeação ou de leitura
oral, é marcada por ausência de correspondência ponto a ponto com as convenções
da comunidade verbal (LUCCHESI; ALMEIDA-VERDU; BUFFA; BEVILACQUA,
2015). Uma pesquisa anterior verificou que o fortalecimento da rede de relações de
equivalência que envolve a leitura de palavras favoreceu a nomeação de figuras
com maior precisão em crianças com implante coclear (ANASTÁCIO-PESSAN;
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2. METODOLOGIA
Participante: Uma menina de nove anos e meio, com experiência auditiva pelo
implante coclear de um ano, matriculada regularmente no terceiro ano de uma
escola pública do interior paulista. Houve anuência ética por parte da mãe e
assentimento por parte da criança de acordo com o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE:
59810216.7.0000.5398).
Condições, Materiais e Estímulos: A criança e o pesquisador ficavam em uma
sala de 1,5m x 2,5m, na escola da criança, de duas à três vezes por semana, em um
período de 30 à 40 minutos. Um notebook Acer E5-473 e uma caixa de som ficavam
em frente da participante para realização das tarefas designadas para cada dia.
Utilizou-se 128 palavras, dentre elas 64 palavras de ensino e 64 palavras de
generalização. Uma sonda com as 128 palavras foi elaborada no PowerPoint 2010 e
era apresentada de forma similar ao ALEPP. Procedimento:Um pré-teste avaliava o
desempenho da participante em tarefas de seleção de palavras mediante palavra
ditada, um tipo de leitura receptiva e em tarefas de construção de palavras mediante
a palavra ditada, um tipo de ditado. Em seguida a participante era exposta ao ensino
com os mesmos tipos de tarefas de seleção e construção acordo com unidades
definidas pela dificuldade ortográfica trabalhada; a participante foi exposta ao ensino
das dificuldades ortográficas ç, lh, ch e cLv (lê-se ele entre vogal e consoante).Cada
unidade ensinava 16 palavras de uma dificuldade ortográfica; a unidade era
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subdividida em passos e cada passo ensinava quatro palavras por vez. Um pós-
teste avaliava o desempenho após o ensino e a participante precisava atingir
precisão nas tarefas de avaliação para avançar à outra unidade.
Delineamento: Esta pesquisa caracteriza-se por um experimento de caso único, no
qual há manipulação de variáveis independentes e mensuração de uma variável
dependente. A participante é comparada com ela mesma em função das
manipulações experimentais realizadas (KAZDIN, 2011). Entre as unidades, além
das avaliações do programa, uma sonda de leitura com 128 palavras era aplicada,
para verificar se após as tarefas de selecionar e construir palavras sob ditado a
participantes conseguiria lê-las com precisão, de acordo com um delineamento de
múltiplas sondas (KAZDIN, 2011). Nas tarefas de ensino consequências
reforçadoras eram fornecidas (e.g: aplausos, sons entusiásticos e congratulações),
em caso de erro a participante poderia corrigir sua resposta. A Figura 1 ilustra a
inserção das sondas entre as unidades ensinadas.
Figura 1 – Representação do delineamento adotado: amostra de palavras ensinadas e
sondadas, do momento em que foram ensinadas (linha recortada e célula sombreada) em
cada unidade de ensino.
4. DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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5. REFERÊNCIAS
GREEN, Ann E. Factors affecting the development of speech, language and literacy
in children with early cochlear implantations.Language, Speech and Hearing
Services in School, v. 33, p. 172-183, 2002.
ORLANDO, Alex F.; de SOUZA, Deisy G.; SOUZA, Lucas J. S.; PIMENTAL,
Maria G.; TEIXEIRA, César A. C.; de ROSE, Júlio C.; GOLFETO, Raquel M. HANNA,
Elenice S.; MARQUES, Leonardo B. GEIC- Gerenciador de ensino individualizado
por computador. Disponível em http://geic.ufscar.br/manual/acesso: 14/11/2016.
SIDMAN, Murray. Reading and auditory visual equivalence. Journal of Speech and
Hearing Reaserch, v. 14, p. 5-13, 1971.
ferik09@yahoo.com.br moacir@fct.unesp.br
CAPES
1. INTRODUÇÃO
A educação formal traz consigo grandes desafios, sejam eles dentro ou fora
da sala de aula, os quais requerem de seus atores principais, alunos e professores,
uma postura proativa na construção do conhecimento. Diante desta demanda, o
ensino inclusivo surge como um ponto de inflexão no processo de ensino e
aprendizagem, de forma eficaz. Assim, torna-se necessário desenvolver um
processo igualitário e acessível, em que os alunos tenham a mesma oportunidade
de acesso e participação na vida comunitária escolar, e os professores consigam
mediar a construção do conhecimento com diversidade pedagógica. Proporcionar
condições pedagógicas igualitárias, principalmente para Estudantes Público-Alvo da
Educação Especial (EPAEE), é condição fundamental para “[...] diminuir ou eliminar
a discrepância entre o que atividade pedagógica exige para a sua realização em
termos de competências funcionais e o que o aluno tem condições de executar”
(BARDY et al, 2017, p. 3950).
No intuito de criar mecanismos igualitários, uma sugestão muito interessante
para o presente trabalho é a capacidade de desenvolver e/ou administrar
Tecnologias Assistivas (TA) para o ensino regular. A Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República (SEDHPR), através da portaria número 142,
instituiu o Comitê de Ajudas Técnicas – (CAT), que por sua vez, define TA como:
1529
2. METODOLOGIA
(a) Sim; (b) Não; (c) Talvez; (d) Não compreendi a atividade.
2) Na sua opinião, uma pessoa com deficiência auditiva ou visual teria menos
dificuldade para aprender sobre o tema através da experiência realizada em sala de aula.
(a) Sim; (b) Não; (c) Talvez; (d) Não compreendi a atividade.
Logo após os alunos terem realizado a experiência, foi sistematizado em lousa os
conceitos sobre frequência e período. Os alunos foram novamente questionados
com novas situações-problemas e demostraram maior compreensão sobre os
fenômenos físicos trabalhados.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Resposta Alunos %
Sim 32 91,5
Não responderam 3 8,5
Total de respostas 35 100,0
Tabela 2 – Respostas da primeira questão
Fonte: Autor
Resposta Alunos %
Sim 11 31,5
Não 8 22,8
Talvez 16 45,7
Total de respostas 35 100,0
Tabela 3 – Respostas da segunda questão.
Fonte: Autor
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, D. P., NOVAK, J. D. e HANESIAN, H. Psicologia educacional. Trad. de
Eva Nick et al. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. 625 p.
ARDUINO. What’s Arduino. Disponível em: < http://www.arduino.cc> Acesso em: 13
abr. 2017
BARDY, L. R. et al. Observatório Da Educação: Mapeamento Da Tecnologia
Assistiva Nas Escolas Do Estado De São Paulo. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO, 5, 2016, Bauru. Anais eletrônicos... Bauru: CBE,
2017. Disponível em:< http://www.cbeunesp.com.br/2017/pages/anais_V_CBE.pdf>.
Acesso em: 12 abr. 2017.
BRASIL. SDHPR - Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com
Deficiência - SNPD. Tecnologia Assistiva. 2009. Disponível
em:<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/publicacoes/tecnologiaassistiva>.
Acesso em 14 abr. 2017
SÃO PAULO. Secretaria da Educação. Material de apoio ao currículo do Estado de
São Paulo; caderno do aluno; física, ensino médio, 3ª série/ Secretaria da Educação;
coordenação geral, Maria Inês Fini- São Paulo: SE, 2014.
SILVA, R. A.; STEVAN JUNIOR, S. L. Automação e Instrumentação Industrial
com Arduino - Teoria E Projetos. 1ª ed. São Paulo: Saraiva / Érica, 2015.
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da Rosa – Porto
Alegre: ArtMed, 1998.
1 INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
O presente estudo teve como foco a pesquisa de cunho qualitativo (FLICK,
2004) do tipo descritiva (GIL, 2008), na medida em que objetivou-se descrever as
características de uma população e fenômeno específicos, bem como compreender
tal realidade sob a perspectiva dos sujeitos integrantes da investigação.
Os participantes do estudo foram 10 estudantes do sexo masculino com
deficiências variadas, com idade entre 19 anos e 33 anos, matriculados no ensino
médio da EJA, conforme detalhado a seguir:
1Os nomes dos participantes são fictícios para preservar suas identidades.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O AEE é uma alternativa que pode colaborar para o processo educativo dos
estudantes público alvo da educação especial (PAEE), no entanto, Campos e Duarte
(2011) afirmam que:
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
1
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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2. METODOLOGIA
O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa em seres humanos
da Universidade Federal de São Carlos. Os participantes assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Os participantes do estudo foram 10 estudantes do sexo masculino com
deficiências variadas, com idade entre 19 anos e 33 anos, matriculados na
modalidade Educação de Jovens e Adultos, nível ensino médio.
A pesquisa foi realizada nas dependências das escolas onde os
participantes estudavam, distribuídos em oito escolas estaduais pertencentes a seis
munícipios do interior do estado de São Paulo.
Realizou-se uma entrevista semiestruturada com roteiro elaborado pelas
autores, com questões que contemplavam o objeto de estudo. E aplicou questionário
socioeconômico adaptado do Exame Nacional para Certificação de Competências
de Jovens e Adultos 2013 (ENCEJA). As entrevistas foram gravadas em áudio com
autorização dos participantes e transcritas posteriormente para análise.
Após, realizou-se a analise qualitativamente do material obtido, organizando
em categorias de análise.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Sobre esse assunto, Ferreira (2015) investigou quem são os sujeitos que
entram na EJA precocemente e as sutilezas dos processos de hierarquização,
segregação e reprodução de desigualdades de uma escola em Ouro Preto/MG.
Entre os resultados, constatou o crescente número de jovens na EJA na cidade
pesquisada, entre os motivos a autora destaca a própria legislação que determina a
certificação de 15 anos no Ensino Fundamental II o que favorece que após essa
idade as matrículas sejam mais incorporadas na EJA.
De acordo com Ferreira (2015, p. 101) entre os motivos para os jovens
procurarem a EJA “[...] o baixo nível de escolaridade dos pais dificulta a
implementação de práticas de escolarização permanente dos seus filhos”. Neste
sentido, a autora destaca que o baixo nível sócio econômico e cultural das famílias
dos estudantes que frequentam a EJA prejudica a elaboração das práticas
educativas, tornando o processo ainda mais complexo.
Diante do exposto, observamos que os perfis apresentados exibem várias
características em comum, no entanto, com singularidades. A compreensão destes
aspectos é determinante, visto que, os fatores socioeconômicos estão relacionados
ao processo educacional dos participantes, além de que, os mesmos devem ser
considerados durante a atuação pedagógica para oferecer uma proposta
educacional que corresponda e atenda de forma efetiva as demandas do alunado.
Desta forma, identificar o perfil dos participantes nos permite compreender a
realidade que os mesmos estão inseridos, os aspectos sociais, culturais e
econômicos destes sujeitos, e como os mesmos se entrelaçam suas trajetórias
escolares. As vivências e experiências dos estudantes não podem ser ignoradas,
mas compreendidas quando se procura oferecer uma proposta educacional
significativa.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Deste modo, é preciso que as políticas públicas que legislam sobre a EJA
contemplem o perfil dos estudantes desta modalidade, o que acarreta diretamente
nas práticas pedagógicas adotadas no contexto escolar. Assim, um dos desafios é o
estabelecimento de um currículo que tenha interlocução com aspectos presentes no
cotidiano dos estudantes, e professores preparados para lidar com as demandas
deste alunado.
5. REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
seja apenas uma inclusão social, esquecendo-se das potencialidades que podem
ser desenvolvidas no ambiente escolar? As instituições educacionais devem
oferecer uma educação de qualidade para todos os alunos, porém, diante desta
perspectiva de inclusão escolar, quais são os percalços que dificultam essa
realização?
A hipótese desta pesquisa foi que - ao realçar os temas e entraves que
interferem na inclusão escolar e em seus processos, no contexto das políticas
públicas atuais para os alunos público-alvo da Educação Especial e por meio de um
vídeo-documentário retratando o processo de inclusão escolar de uma aluna com
deficiência intelectual, aos olhos da professora regente da classe comum do ensino
regular – tal recurso poderia contribuir para melhorar a formação da professora
participante, bem como ser um referente para outros professores. Considerando a
complexidade do processo de inclusão escolar, e sabendo que este movimento é
processual e necessariamente demanda parceria da Educação Especial para a
construção de uma escola inclusiva.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diante dos dados coletados pela avó, e de acordo com o objetivo dessa
pesquisa, de problematizar e refletir sobre o estudo de caso de inclusão escolar de
uma aluna público-alvo da Educação Especial com deficiência intelectual para a
produção de conhecimento na forma de vídeo-documentário sobre a experiência de
ser professora regente nessa situação de sala comum, identificando os elementos
no processo de inclusão e ensino-aprendizagem neste estudo, apresentamos os
dados das observações resultante da entrevista realizada.
• Práticas Pedagógicas
A intenção do trabalho, não é apenas de criticar por criticar a prática da
professora, ou de levantar a “bandeira” do fracasso, diante do exposto. Partilhamos
da contribuição de Padilha que nos convida a,
Vejo professores, uns poucos aqui, outros poucos ali, que estão
modificando o próprio olhar sobre o que venha a ser ensinar, aprender,
eficiência, deficiência, diferença, semelhança... Vejo alguns poucos
programas que elegem necessidades da comunidade como fio condutor das
aulas. Vejo alguns professores mais autônomos, mais independentes,
argumentado mais, porque estudando mais e consequentemente sabendo
mais sobre o que fazem e dizem. Vejo professores que atuam em diferentes
grupos sociais, levando a escola para construções sem paredes, para
paredes sem lousa, porque assumem um papel revolucionário e corajoso
junto àqueles a quem são negados os direitos à cidadania (PADILHA, 2013,
p. 7 grifo nosso).
Gestão Democrática
Na perspectiva da gestão, o eixo elencado parte do princípio que para que a
escola comece a se integrar como responsável no processo de inclusão escolar, a
gestão precisa estar aberta para ampliar as possibilidades de que as políticas
públicas se efetivem no cotidiano escolar de tal modo, que todos os alunos
aprendam, pois a gestão escolar deve ser aquela que fomenta, que acompanha as
ações da escola visando diminuir as barreiras existentes entre a família e a escola.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
de se discutir este tema se justifica acadêmica e, pois, ainda hoje a inclusão escolar
não é uma realidade em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas.
No levantamento da realidade do cenário desta pesquisa, destaca-se as
atividades produzidas pela professora da classe comum do ensino regular, que
objetivaram a inclusão escolar da aluna PAEE com deficiência intelectual, e a
reflexão da professora/pesquisadora diante de sua prática e do meio que a envolve.
Os resultados desta pesquisa contribuem para a reflexão e sobre os
desafios que a escola pública enfrenta no seu cotidiano, além de fomentar maiores
estudos na área em relação aos diversas temas tratados como AEE, PPP, Práticas
pedagógicas inclusivas, formação de professores e a relação da teoria com a prática
desta temática.
Pretendeu-se que o produto um video-documentário, resultado do registro
da professora regente, da aluna participante e dos demais envolvidos, seja
disponibilizado na rede mundial de computadores, sendo acessível e favorável para
a formação de professores, podendo contribuir positivamente nos processos da
Inclusão Escolar. Todavia, o mesmo não se propõe em apresentar “receitas”,
técnicas ou metodologias prontas para o trabalho com a inclusão, nem destacar os
fatores e personagens que contrapõem para esse processo, mas sim, de destacar a
reflexão sobre o tema, não esquecendo-se de que se trata de um “recorte” de uma
da realidade do ensino público, portanto, não podemos tomar como uma condição
generalizada da educação.
REFERÊNCIAS
ADORNO, T. W. Educação e emancipação.São Paulo: Paz e Terra, 1995.
http://www.infoteca.inf.br/endipe/smarty/templates/arquivos_template/upload_ar
quivos/acervo/docs/0078m.pdf. Acesso em: 15 de abr. 2017.
Bianca Callegari,
1. INTRODUÇÂO
2. MÉTODO
3. RESULTADOS E DISCUSSÂO
5
Publicações
4
Número de
0
2012 2013 2014 2015 2016
Ano de
Publicação
Autismo Def. Auditiva Def. Visual Def. Física Geral
desse público-alvo. Isto fica mais evidente ao pensar nos estudantes com AH/SD
onde a nulidade de matérias, revela uma maior negligência quanto a estes
estudantes frente aos demais, reiterando um apontamento comum da literatura
(PÉREZ; FREITAS, 2011; CIANCA; MARQUEZINE, 2014; RAMALHO et al, 2014).
Não descartamos a possibilidade de que os mitos voltados a superdotação
se expressam também nesta revista, contribuindo para a ausência de publicações
voltadas a este grupo de estudantes. Neste sentido, a supracitada invisibilidade
sistêmica denunciada por Pérez e Freitas (2011) abarca uma dimensão mais ampla
que o contexto estritamente escolar, estabelecendo um novo grau de relação e
complexidade. Vejamos: na medida em que a revista não aborda a temática das
AH/SD, transmite e reafirma implicitamente aos agentes educacionais, os mitos de
que estudantes com AH/SD prescindem de atendimento educacional especializado,
de que as AH/SD são inatas e se expressam independentemente do contexto, que
tais estudantes já são um grupo privilegiado.
Revela-se assim, um círculo vicioso entre mídia e educação, duas instâncias
de inigualável importância para a sociedade pelo papel que desempenham na
formação e informação de seus cidadãos (ANTIPOFF; CAMPOS, 2010). Partindo do
princípio que o grande contingente dos leitores são professores e gestores, a
evidência de tal ciclo bem como da invisibilidade da superdotação também pode ser
verificada pela falta de demandas relacionadas às AH/SD nas seções de dúvidas e
diálogos.
4. SÍNTESE
REFERÊNCIAS
ALENCAR, E. S.; D. S. FLEITH. A atenção ao aluno que se destaca por um
Potencial Superior. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 27, n.1, p. 5159,
2005.
ANTIPOFF, C. A.; CAMPOS R. H. de F. Superdotação e seus mitos. Revista
Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, v. 14,
n. 2, p. 301-309, 2010.
BAHIENSE, T. R. S; ROSSETTI, C. B. Altas Habilidades/Superdotação no
Contexto Escolar: Percepções de Professores e Prática Docente. Rev. Bras. Ed.
Esp., Marília, v. 20, n. 2, p. 195-208, abr./jun., 2014
BRASIL. Ministério da Educação. Orientações para implementação da política de
educação especial na perspectiva da educação inclusiva. 2015.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010. Define
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.
CIANCA, F. S. C; MARQUEZINE, M. C. A Percepção dos Coordenadores de
Licenciaturas da UEL sobre Altas Habilidades/Superdotação. Rev. Bras. Ed. Esp.,
Marília, v. 20, n. 4, p. 591-604, out./dez., 2014
NOVA ESCOLA, Associação Nova Escola – Gestão Escolar. Revista Digital, 2017.
Disponível em <http:/https://novaescola.org.br/>. Acesso em: 18 abr.2017.
OLIVEIRA, A. P. F. M; MENDONÇA, L. D; CAPELLINI, V. L. M. F. A escolarização do
aluno com altas habilidades/superdotação. Perspectivas Em Diálogo Revista de
Educação e Sociedade. Naviraí, v.1, n.2, p. jul./dez. 2014.
PÉREZ, S. G. B; FREITAS, S. N. Encaminhamentos pedagógicos com alunos com
Altas Habilidades/ Superdotação na Educação Básica: o cenário brasileiro.
Educar em Revista, Editora UFPR, Curitiba, Brasil, n. 41, p. 109-124, jul./set. 2011.
1. INTRODUÇÃO
Antigamente a deficiência era vista como um problema individual, assim, a
pessoa com deficiência teria que se adaptar à sociedade e ao ambiente. Entretanto,
esta visão começou a ser questionada e hoje compreende-se que “cabe à sociedade
adaptar-se para acolher as diferenças e promover condições de acesso para todos
os cidadãos, com ou sem deficiência, aos diversos serviços coletivos” (INSTITUTO
DE TECNOLOGIA SOCIAL, 2009, p. 12).
Surgem, então, diversos debates visando à promoção de estratégias que
possam garantir os direitos destas pessoas e efetivamente incluí-las na sociedade.
Dentre estas temáticas, destacam-se os recursos de Tecnologia
Assistiva (TA) que têm acompanhado o avanço tecnológico e, cada vez
mais, auxiliam pessoas com deficiência em diferentes âmbitos envolvendo distintas
áreas de conhecimento.
O conceito de Tecnologia Assistiva vem sendo revisado nos últimos anos,
tendo em vista sua larga abrangência e importância para a inclusão da pessoa com
deficiência. Assim, o Comitê de Ajudas Técnicas define Tecnologia Assistiva como
2. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo com corte transversal. A
pesquisa só iniciou após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal de Sergipe. Este trabalho apresenta os resultados de um
Projeto de Iniciação Científica intitulado “Educação Inclusiva em Lagarto: O
uso de tecnologias assistivas nas escolas municipais”.
O estudo foi realizado em três etapas: 1) Seleção das escolas com sala de
recursos multifuncionais com base nos dados fornecidos pela Secretaria Municipal
de Educação do Município de Lagarto; 2) Visitas às escolas para levantamento e
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram da pesquisa oito escolas, todas da rede pública, uma vez que
as escolas privadas não possuem sala de recursos multifuncionais. Todas as salas
de recursos funcionam em tempo integral. Dentre as escolas, três têm professores
que trabalham nos dois períodos e as demais têm dois professores, um em cada
horário. Quanto às entrevistas, participaram nove professores, sendo dois de uma
mesma escola.
Em relação aos materiais e recursos, em todas as escolas havia materiais
confeccionados pelos próprios professores, Tecnologia da Informação e
Comunicação (TIC), além de recursos didáticos fornecidos pelo MEC, porém havia
poucos recursos que realmente eram de Tecnologia Assistiva. Os resultados são
apresentados na tabela abaixo para melhor visualização.
TABELA 1 – Catalogação dos recursos de TA nas escolas com base na classificação de Tonolli
e Bersh (1998).
11 Mobilidade em veículos 0
12 Esporte e lazer 3
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
Kelman e Lima (2009) pontuam que para que crianças surdas com IC
tenham um bom rendimento escolar é preciso acompanhamento, orientação e
trabalho coletivo na tríade – escola, família e profissionais da educação especial,
sejam eles pedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos ou outros.
A referida pesquisadora defende ainda que o IC facilita a inclusão social dos
surdos, pois é “importante não menosprezar a possibilidade de interagir no mundo
dos ouvintes, onde a maioria não domina a língua de sinais” (...) isto é, os surdos
com IC que desenvolvem a língua oral, não deixam de ser surdos, mas têm a
oportunidade de interagir com ouvintes na língua oral, e isso não os impede de
aprender e se comunicar também em língua de sinais.
Apresentado aspectos importantes sobre a educação de pessoas surdas
com IC faz-se necessário compreender o que é adaptação curricular na perspectiva
da educação inclusiva e como esta pode acontecer na educação de surdos com IC.
O Ministério da Educação (MEC) esclarece que o currículo escolar a ser
desenvolvido com o aluno PAEE deve ser o mesmo desenvolvido com outros alunos,
embora esse aluno aprenda de forma e ritmo diferentes, precisando de recursos e
serviços de apoio.
Na educação inclusiva o currículo pode ser adaptado e flexível, e a
responsabilidade pela adaptação curricular é de toda a escola que deve dar suporte
e apoio ao professor que atua diretamente na sala regular.
Para realizar a adaptação curricular o professor deve considerar o currículo
previsto para o ano escolar em que o aluno PAEE está inserido, para então planejar
a aula, planejar como trabalhar o mesmo conteúdo com esse aluno, pensando nas
características desse aluno, nos recursos e tecnologias que ele usa, e em como
ensina-lo.
O currículo a ser desenvolvido com o aluno não deve ser um currículo
diferente, a adaptação está nos ajustes e nos auxílios que o aluno precisa para
aprender. É comum associar à educação dos surdos a adaptação do currículo por
meio da língua de sinais, no entanto, as adaptações curriculares para educação de
surdos, sejam eles usuários ou não de IC pode ocorrer por meio do uso de recursos
visuais em sala de aula.
Dentre as infinitas possibilidades de adaptação na educação de surdos
evidenciamos o uso de recursos visuais, pois como defende Reily (2012) algumas
pessoas aprendem melhor quando o conteúdo é apresentado por meio de imagens.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1574
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Assim, aos poucos Laura ampliou seu repertório passou a ler textos mais
longos, de forma independente e também a escrever não somente frases curtas,
mas frases mais elaboradas e textos.
No decorrer de todas as intervenções foram usadas imagens representando
as cenas do texto lido, algumas vezes brinquedos, como bonecos dos personagens
dramatizando diferentes situações, além de vídeos de desenhos dos personagens,
de forma que aos poucos Laura conseguisse ter acesso a informações por meio de
leitura e também a se expressar por meio da escrita.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
KELMAN, C.A.; LIMA, P.O. Inclusão de aluno com implante coclear no contexto do
bloco inicial de alfabetização. Anais do V Congresso Brasileiro Multidisciplinar
de Londrina. Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2009, p. 1663-1672.
KELMAN, C.A. Prós e contras sobre implante coclear: implicações educacionais. III
Congresso Brasileiro de Educação Especial. São Carlos: Universidade Federal
de São Carlos, 2008.
YIN, R.K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 2ªEd. Porto Alegre: Editora
Bookmam, 2001.
1. INTRODUÇÃO
criança para sua participação nas atividades que demandam funções sociais,
motoras e cognitivas. Além da identificação e construção de conhecimentos acerca
das necessidades e habilidades da criança, faz-se primordial as vivências para o
enfrentamento dos sentimentos e das indigências de cada membro da família, bem
como de toda a equipe na tomada de decisões e na busca dos recursos para o bem
estar da criança e da família (BRASIL, 2004).
As diretrizes do Plano Nacional de Humanização visa o acolhimento como
uma oportunidade ao usuário de expressar suas preocupações e garantir atenção
resolutiva e a articulação com os outros serviços de saúde para a continuidade da
assistência, quando necessário (BRASIL, 2004).
Dessa forma, é necessária conscientização dos pais acerca de todo
processo de desenvolvimento da criança, bem como a formação de alianças com os
profissionais. Esta proximidade vai ao encontro das concepções de educação em
saúde na medida em que contribui para melhor entendimento das condições de
saúde e de desenvolvimento integral da criança com deficiência por parte de seus
acompanhantes. Diante disso, verifica-se a necessidade de criar situações em que
pais e profissionais possam dialogar, e trocar experiências, visando apoio para a
tomada de decisões (PARDO; CARVALHO, 2011).
Como no estudo desenvolvido por Pardo e Carvalho (2011), o presente
trabalho visou o desenvolvimento de atividades em parceria com a família da
criança, considerando, portanto, as opiniões e necessidades das famílias.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com o Gráfico 1, observa-se que apenas duas das sete crianças
atendidas não necessitam de apoio para a realização de atividades acadêmicas. O
restante necessita de apoio (total ou parcial) ou não realiza as mesmas.
Segundo as autoras Padua e Rodrigues (2013), as relações interpessoais positivas
se relacionam com a capacidade da família de oferecer à criança oportunidade de
observar e incorporar-se em atividades que sejam estimulantes ao seu
desenvolvimento, com pessoas que possam ensinar de maneira independente e
autônoma, e também proporcionar uma relação emocional positiva, sanando seus
cuidados e necessidades básicas em todos os sentidos.
Além da família e do apoio das pessoas que participam ativamente da
realização das atividades acadêmicas com a criança, existem outros tipos de apoio
que podem ser solicitados e buscados pela família, como o caso do Atendimento
Educacional Especializado (AEE) e a estimulação precoce:
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. AConstituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em:
<http://www.trt02.gov.br/geral/Tribunal2/Legis/CF88/CF88_Ind.html> Acesso em
28/01/2017.
. Diretrizes educacionais sobre estimulação precoce. Secretaria de Educação
Especial. Brasília: MEC, SEESP, 1995.
. Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9394/96. Ministério da
Educação, Brasília-DF: MEC, 1996.
. Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial. A família: Programa
Educação Inclusiva Direito à Diversidade. Brasília: Ministério da Educação; 2004.
. Secretaria da Educação Especial. Política nacional de educação especial na
perspectiva da educação inclusiva, Brasília: MEC/SEESP, 2008.
FERREIRA, H. B. G. Aspectos familiares envolvidos no desenvolvimento de
crianças com Paralisia Cerebral. Dissertação de Mestrado. Ribeirão Preto, SP.
Departamento de Medicina Social, Universidade de São Paulo, 2007.
1. INTRODUÇÃO
O acesso das pessoas PAEE à escola comum vem sendo determinada pela
legislação brasileira desde que a Constituição Federal de 1988 preconizou a oferta
de Atendimento Educacional Especializado (AEE) a essa população
“preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1988, Art. 208, §2º, Inciso
III). Essa disposição foi reforçada, também, na década de 1990, particularmente com
o respaldo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) (BRASIL, 1996).
A partir de 2003, e em consonância com o cenário internacional, diversos
programas e ações nacionais foram instituídos com vistas a promover o acesso
dessa população às escolas comuns da rede regular de ensino e sua efetiva
escolarização (KASSAR, 2012).
Como parte deste resultado desse movimento histórico e político, o governo
instituiu o “Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais”, que
tinha como objetivo garantir não só o acesso, mas, por meio de atividades
complementares ou suplementares, possibilitar a plena participação dos alunos
PAEE nas atividades escolares disponibilizando-se de espaços, recursos humanos e
didáticos específicos (BRASIL, 2007a).
Reforçava-se, então, a perspectiva da inclusão escolar no contexto nacional
a qual embasou em 2008, a publicação da “Política de Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva” (PNEE-EI) que, dentre outras determinações,
dispôs sobre a obrigatoriedade da democratização do acesso desse grupo de alunos
na classe comum e, no contraturno, no serviço de Atendimento Educacional
Especializado - AEE (BRASIL, 2007b).
Posteriormente, o Decreto 7.611/11, definiu o AEE como um “conjunto de
atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e
1586
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da leitura dos estudos selecionados, foi possível perceber que existe
uma série de informações que são recorrentes nos resultados, tornando viável
agrupar tais informações em sub temas, a partir disso, para fins deste trabalho,
selecionou-se dois assuntos que foram abordados, os quais: distribuição das
matrículas por etapa de ensino; características relacionadas às instituições de
ensino frequentadas pelos alunos PAEE e a características dos alunos PAEE
investigados.
Tais informações estão contidas a seguir.
3.1 DISTRIBUIÇÃO DAS MATRÍCULAS POR ETAPA DE ENSINO
A partir dos resultados dos estudos revisados, observou-se, em todos os
âmbitos e períodos estudados, a evidente concentração de matrículas no ensino
fundamental, especialmente nos anos iniciais (CARVALHO, 2012; FRANÇOZO,
2014; LAPLANE, 2014; MARTINS, 2012; NASCIMENTO, 2014; REBELO, 2012;
SILVA, 2014), detalhando um pouco mais este dado, tem-se, a nível nacional, no ano
de 2012, 74,36% das matrículas os alunos PAEE que estão no ensino regular
concentradas no ensino fundamental (MELETTI; RIBEIRO, 2014).
Logo, tem-se baixo número de matrículas na educação infantil e no ensino
médio (MELETTI; BUENO, 2011), salientando, assim, a identificação tardia e a
evasão escolar, ou seja, quando se compara as matrículas de alunos PAEE no
ensino fundamental com as matrículas deste mesmo público, anos depois, em níveis
mais elevados, nota-se que somente um baixo número de alunos com deficiência
chegam a ingressar, por exemplo, no ensino médio (CARVALHO, 2012;
FRANÇOZO, 2014).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF, Senado, 1988.
SÁ, M. A.; CIA, F. Educação Especial nas Escolas Indígenas: Análise do Censo
Escolar de 2007-2010. Rev. Educação Especial, Santa Maria, v. 28, n 5, p. 41-52,
jan./abr. 2015.
1. INTRODUÇÃO
1.1 Objetivo
Analisar as concepções dos professores da rede municipal de educação,
acerca da organização e funcionamento do AEE no Ensino Fundamental.
2. MÉTODO
3.RESULTADOS
Participante 3: Foi criado para dar suporte para os alunos deficientes para facilitar o acesso ao
currículo.
Participante 20: Aos alunos com algum tipo de transtorno: estudantes com deficiência e transtornos
globais do desenvolvimento ou com altas habilidades/superdotação (QUESTIONÁRIO 1).
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 7.611 de 17 de Novembro de 2011a. Dispõe sobre a educação
especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências.Presidência da
República/Casa Civil/Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília. 2011.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.
Acesso em: 10 abr. 2017.
_____. Lei Nº 9.394. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
20 de dezembro de 1996. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm >. Acesso em: 10 abr. 2017.
_____. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC, 2008. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf >. Acesso em: 10 abr. 2017.
_____. Resolução Nº 4, que institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento
Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial,
2009. Disponível:
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf. Acesso em: 22 abr. 2017.
_____. Manual de Orientação: Programa de Implantação de Sala de recursos
Multifuncionais. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Brasília,
2010. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias
=9936-manual-orientacao-programa-implantacao-salas-
recursosmultifuncionais&Itemid=30192>. Acesso em: 10 abr. 2017.
_____. Lei 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor
sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências, 2013.
Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm>. Acesso em: 10 abr.
2017.
CHACON, M. C. M.; PEDRO, K. M.; KOGA, F. O. Programa de Atenção ao
Aluno Precoce com Comportamentos de Altas Habilidades/Superdotação
(PAPAHS). La Nouvelle Revue de l'Adaptation et de la Scolarisation, v. 65, n. 3, p.
13-29, 2014. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/114885>. Acesso em: 10
abr. 2017.
DELOU. C. M. C. Plano de Atendimento Educacional Especializado Integrado ao
Plano Individualizado de Ensino com Vistas à Aceleração de Estudos: sugestão
adaptada do modelo de Joseph Renzulli. IN: VIRGOLIM, A.; KONKIEWITZ, E.C.
(Orgs.). Altas Habilidades/Superdotação, Inteligência e Criatividade. Campinas:
SP, Papirus, pp. 411-426, 2014.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MANI, E. M. de J. Altas Habilidades ou Superdotação: políticas públicas e
atendimento educacional em uma diretoria de ensino paulista. 2015. 172p.
Dissertação (Mestrado em Educação Especial), Universidade Federal de São
Carlos. São Carlos. 2015.
1-INTRODUÇÃO
2-MÉTODO DA PESQUISA
expressiva de trabalhos publicados a partir do ano 2000, por essa razão, decidiu-se,
registrar os trabalhos publicados de 2000 até 2015. Portanto, no período de 15 anos,
foram encontrados 217 trabalhos, incluindo aqueles que não mencionavam no
resumo e/ou no corpo do texto, as palavras referidas anteriormente, que poderiam
indicar aspectos educacionais da vida das pessoas com FLP.
3-RESULTADOS E DISCUSSÕES
experiências com alunos com FLP, inclusão dessas crianças na escola regular,
relação da FLP com problemas de aprendizagem e dificuldades na escola, interação
das crianças com FLP com colegas, entre outras. Os resultados indicaram a relativa
falta de conhecimento sobre o tema e o despreparo dos professores para receber
alunos com FLP em suas salas de aula. A autora ressaltou que o tipo de formação
aos quais esses professores tiveram acesso não incita a pesquisa e a busca do
conhecimento, e que não promoveu diferença o fato de o estudo ter sido realizado
em Bauru, onde está localizado o Hospital de Reabilitações de Anomalias
Craniofaciais.
Na dissertação de Domingues (2007), participaram 61 escolares, entre sete
e 14 anos de idade, cursando da 1ª a 8ª série do Ensino Fundamental a maioria
deles proveniente de escolas públicas de Bauru, SP. A maior parte dos alunos era do
sexo masculino e tinha a fissura transforame incisivo unilateral, (fissura completa de
lábio e palato de um mesmo lado), sendo mais frequente o lado esquerdo e
apresentavam nível sócio econômico classificado como baixo. A pesquisadora
distribuiu 79 questionários aos coordenadores pedagógicos das escolas que os
entregariam aos professores e recebeu 77 questionários respondidos.
A análise das respostas considerou os aspectos relacionados aos alunos
especificamente e aos professores. Quanto aos alunos foram obtidas informações
relativas à timpanometria, a inteligibilidade da fala, aos distúrbios articulatórios, ao
interesse do aluno pelo seu desempenho escolar e ao comportamento dos alunos. A
respeito dos professores, foram caracterizados os conhecimentos dos professores
sobre FLP, e as queixas dos professores relacionadas a estes alunos, entre outros.
Destacando os aspectos educacionais da pesquisa, o levantamento indicou que
82% dos estudantes não apresentavam atraso escolar e, dos 18% que
apresentavam defasagem escolar, 24% deles tinham a fissura lábio palatina
completa. A maioria dos professores (96%) relatou
‘conhecimento limitado’ sobre as FLP, apesar de 71% deles lecionarem há
mais de 10 anos.
Os professores também foram os respondentes de uma pesquisa realizada
por Manoel et al. (2010) quando foram recrutados 224 professores de crianças com
FLP. Eles receberam o material pelo correio e responderam os itens da escala
Childrens Auditory Processing Performance Scale (CHAPPS) que eles aplicaram
com os alunos. O objetivo era identificar as características de escuta das crianças
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1609
4-ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
BUFFA, M. J. M. B. A inclusão da criança com fissura labiopalatina no ensino
regular: uma visão do professor de classe comum. Tese (Distúrbios da
Comunicação Humana). Universidade de São Paulo, USP, 2009
DOMINGUES, A. B. C. Desempenho escolar de crianças com fissura
labiopalatina na visão dos professores. 2007. 113f. Dissertação (Mestrado em
Distúrbios da Comunicação Humana) - Hospital de Reabilitação de Anomalias
Craniofaciais, Universidade de São Paulo, Bauru, 2007.
FREITAS, J. A. S. Centro de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio Palatais.
Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, 1974. 55p.
HRAC Bauru. Programa de Pós Graduação do HRAC. Linhas de Pesquisa.
Disponível em:
http://www.centrinho.usp.br/hospital/posgrad/files/linhas_pesq.html. Acesso em: 19
fev. 2015.
LOFIEGO, J. L. Fissura labiopalatal: avaliação, diagnóstico e tratamento
fonoaudiológico. Rio de Janeiro: Revinter Ltda, 1992.
MANOEL, et al. Escuta de crianças com fissura labiopalatina na escola.
Arquivos Int. Otorrinolaringol. (Impr.), Set 2010, vol.14, no.3, p.280-287.
Disponível em:
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180948722010000300003. Acesso
em: 18 fev. 2015.
MANOEL, R. R. O comportamento auditivo do aluno com fissura labiopalatina:
o julgamento do professor. 2006. 110f. Tese (Doutorado).
Universidade de são Paulo, Hospital de reabilitação de anomalias craniofaciais.
Bauru, SP, 2006.
MORAES, M. C. A. F. Contribuições das atividades expressivas e recreativas
durante a Hospitalização da pessoa com fissura. 2012. 125f.
Tese (Doutorado em Ciências da Reabilitação - Área de concentração: Fissuras
Orofaciais e Anomalias Relacionadas) – Hospital de Reabilitação de Anomalias
Craniofaciais, Universidade de São Paulo. Bauru, 2012.
NIQUERITO, A. V. Remediação neuropsicológica das funções atencionais em
crianças com fissura labiopalatina. 2013. 117f. Dissertação (Mestrado).
Universidade de são Paulo, Hospital de reabilitação de anomalias craniofaciais
Bauru, 2013.
SILVA, G. G. A escolarização de crianças com fissura lábio palatal: um estudo
exploratório. 2002. 197f. Dissertação (Mestrado em Educação). Natal: Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, 2002.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
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1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva. MEC, SEESP, 2007b.
1. INTRODUÇÃO
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 13.146/2016, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília: Presidência da
República/Casa Civil/Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2016. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7853.htm>. Acesso em: 27 jan. 2017.
MEYER, A.; ROSE, D.; GORDON, D. Universal Design for Learning (UDL).
Estados Unidos: CAST, 2002.
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. METODOLOGIA
idade do artigo se justifica para evitar o viés de tempo produzido por artigos mais
antigos.
4. RESULTADOS
E o único estudo com método misto apresentou grau de relavância 8,16, sendo que
ambos os grupos (qualitativo e misto) representam uma amostra muito reduzida para
retratar com precisão as diferenças entre o grau de influência dos artigos de acordo
com o método que utilizam.
5. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BIANCO, M. et al. Gifted girls: gender bias in gifted referrals. Roeper review, v. 33,
n.3, p. 170-181, 2011.
FERRIMAN, K.; LUBINSKI, D.; BENBOW, C. P. Work preferences, life values, and
personal views of top math/science graduate students and the profoundly gifted:
developmental changes and gender differences during emerging adulthood and
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Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1634
HEILBRONNER, N. N. The STEM Pathway for women: what has changed? Gifted
Child Quarterly, v. 57, n. 1, p. 39-55, 2013.
KAO, C-Y. Mathematically gifted adolescent females’ mixed sentiment toward gender
stereotypes. Social Psychology Education, v. 18, n. 1, p. 17-55, 2015.
MALIN, J.; MAKEL, M. C. Gender differences in gifted students’ advice on solving the
world’s problems. Journal for the Education of the Gifted, v. 35, n. 2, p. 175-187,
2012.
MILLER, N. B.; FALK, R. F.; HUANG, Y. Gender identity and the overexcitability
profiles of gifted college students. Roeper Review, v. 31, n. 3, p. 161-169, 2009.
PFEIFFER, S. I.; PETSCHER, Y.; KUMTEPE, A. The gifted rating scales-school form:
a validation study based on age, gender and race. Roeper Review, v. 30, p. 140-
146, 2008.
PRECKEL, F. et al. Female ‘big fish’ swimming against the tide: the ‘big-fishlittle-pond
effect’ and gender-ratio in special gifted classes. Contemporary Educational
Psychology, v. 33, n. 1, p. 78-96, 2008a.
Fabiana Cia
Introdução
O ambiente familiar é o primeiro grupo social no qual os seres humanos
estabelecem suas relações e recebem informações sobre o que serão e sobre o que
esperam dela. Dessa forma, constitui-se um contexto marcado por experiências de
relações que podem ser saudáveis ou não para o desenvolvimento (BATISTA;
FRANÇA, 2007).Além disso, a família é responsável pela sobrevivência física dos
filhos e pelas aprendizagens importantes para a vivência na sociedade,
influenciando diretamente nas características psicológicas do sujeito (CIA, 2012).
A família caracteriza-se como um contexto dinâmico e de variadas relações,
portanto, quando alterações relacionadas a qualquer um dos membros acontece, o
grupo como um todo pode afetar-se (SILVA; DESSEN, 2001).
Segundo Chacon (2011), as relações alteram-se conforme as modificações
de seus membros, juntamente com suas funções e papéis, requerendo, muitas
vezes, adaptações por parte da família, necessárias para a promoção da qualidade
de vida. Desse modo, a família pode tornar-se tanto uma rede de apoio ou
impeditiva do desenvolvimento de seus membros.
As maneiras pelas quais o ambiente familiar é organizado e suas formas de
interações influenciam diretamente no desenvolvimento dos filhos.Um ambiente
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1637
Objetivos
Metodologia
Para este estudo foi utilizado o delineamento ex-pos-facto, pois refere a uma
comparação entre dois grupos, em que o pesquisador não dispõe de controle sobre
a variável independente, porque o fenômeno já ocorreu. (GIL, 2002).
Participantes
Aspectos éticos
Por meio dos instrumentos foram obtidos dados quantitativos, em que foram
analisados usando métodos descritivos. Para comparar os dados do G1 (DF), G2
(SD) e G3 (A), foi utilizado o Teste-t, considerando a comparação de dois grupos
separadamente. (SAMPIERI et al., 2006).
Resultados
Nota: As participantes responderam se havia ou não alguém para acompanhar as crianças nos
afazeres.
para jantar
Seu filho tem hora certa 2,50 0,83 2,55 0,69 2,65 0,59
parta levantar-se de
manhã
Seu filho tem hora certa 2,35 0,87 2,50 0,61 2,35 0,81
para ir dormir
Seu filho tem hora certa 1,55 0,76 1,80 0,95 1,80 0,89
para brincar
Seu filho tem hora 1,20 0,52 1,25 0,44 1,80 0,83
certa para fazer lição
Seu filho tem hora certa 1,55 0,76 1,60 0,82 1,45 0,60
para assistir TV
Nota = a frequência vario entre 1 (nunca), 2 (as vezes) e 3 (sempre). Considerou-se a média de 2,60
como nota de corte.
A Tabela 2 trata das atividades de vida diária das crianças, no que diz
respeito aos horários para realização das mesmas. O G1 (DF), G2 (SD) e G3 (A)
apresentaram maiores médias com relação ao horário certo para almoçar e jantar.
Já, G1 (DF) também indicou horário para tomar banho. No G3 (A) além de hora
certa para almoçar e jantar, houve maior média no quesito levantar-se manhã. Ao
comparar os grupos, o G3 (A) comparado com G1 (DF) apresentou média
estatisticamente maior no item: seu filho tem hora certa para fazer lição (t (31,9) =
2,72, p < 0,05). O G3 (A), comparado com G2 (SD) também apresentou média
estaticamente maior no mesmo item: seu filho tem hora certa para fazer lição (t
(28,9) = 2,60, p< 0,05). Como citado anteriormente, as crianças do G3 (A),
provavelmente possuem hora certa para fazer lição comparados com outros grupos,
pois exigem-se esta demanda das crianças nesta faixa-etária, principalmente as que
estão no ensino fundamental. Outro aspecto que pode ter influência sobre o maior
envolvimento das mães do G3 (A) nos quesitos relacionados aos acompanhamentos
escolares é o fato desde grupo ser formado por crianças com autismo, que precisam
de um acompanhamento maior, principalmente com relação a rotinas e estabilidades
nos diferentes ambientes que convivem. Estilos parentais que estimulam a rotina,
consistência e confiabilidade no contexto familiar das crianças podem ser
considerados fatores protetivos, influenciando dessa maneira na resiliência familiar
(SILVA, 2007).
A Tabela 3 compara as reuniões familiares, entre o G1 (DF), G2 (SD) e G3 (A).
Tabela 3. Reuniões familiares: Comparação entre G1, G2 e G3
Reuniões Média D.P Média D.P Média D.P
Familiares G1-Deficiência G2- G3-
Física Síndrome Autismo
de Down
Nota = A frequência vario entre 1 (nunca), 2 (as vezes) e 3 (sempre). Considerou-se a média de 2,60
como nota de corte.
Referências
AZEVEDO, T.L. Programa de intervenção com pais: impactos no bem-estar familiar
e na estimulação infantil. 151f. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-
Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos, 2014.
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Editora Atlas, 2002.
SPINAZOLA, C.A.; CIA, F.; BORGES, L. Contribuição dos pais, professores e escola
na educação de pré-escolares público alvo da educação especial. In: VII Congresso
Brasileiro de Educação Especial, São Carlos, Anais do VII
Congresso Brasileiro de Educação Especial, 2016.
1. INTRODUÇÃO
O artigo 59, dos incisos do I ao V, com nova redação dada pela Lei nº
12.796, de 04 de abril de 2013, defini entre outras, a necessidade dos sistemas de
ensino assegurar: currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicas, terminalidade específica em virtude de suas deficiências, aceleração de
estudos para aqueles com superdotação, formação para os professores no
atendimento especializado, educação especial para o trabalho, articulação com os
órgãos oficiais e o acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares.(LDBEN, 2016).
O artigo 59-A, com redação da Lei nº 13.234, de 29 de dezembro de 2015
indica as responsabilidades do poder público na criação de cadastro nacional de
alunos com altas habilidades ou superdotação matriculados na educação básica e
na educação superior, a fim de fomentar a execução de PPs. O parágrafo único
desse artigo, trata da identificação precoce “de alunos com altas habilidades ou
superdotação”, critérios e procedimentos de inclusão e das entidades para o
cadastro desses estudantes.
O artigo 60 trata dos órgãos normativos dos sistemas de ensino que
definirão “critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio
técnico e financeiro pelo Poder Público.” O parágrafo único desse artigo, alterado
pela Lei nº 12.796, de 04 de abril de 2013, trata “do atendimento aos educandos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação na própria rede pública regular de ensino”[...]. (LDBEN, 2016).
O Programa Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva foi criado em 2006 pelo Ministério da Educação, com o objetivo de
fornecer subsídios aos sistemas de ensino para o atendimento educacional dos
estudantes com deficiências, transtornos globais de desenvolvimento altas
habilidades e/ ou superdotação em todos os níveis de ensino e modalidades de
ensino, organizando a EE enquanto modalidade que transversaliza o sistema
educacional.
Os reflexos da visão inclusivista chegou ao Brasil a partir da década de 90,
influenciado pelas diretrizes internacionais da Declaração de Jomtien (Tailândia,
1990), que traçava o plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de
aprendizagem, aprovadas na Conferência Mundial sobre a Educação Para Todos. O
documento denuncia a exclusão de crianças, meninas, jovens e adultos excluídos do
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2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Siems (2012) sugere duas explicações para o aumento dos alunos com
deficiência na EJA, a primeira diz respeito a transferência dos estudantes das
“classes especiais e escolas especiais para turmas de ensino regular” e a segunda
pela “ampliação dos processos de conscientização e a atuação dos movimentos
sociais de representação das pessoas com deficiência” no sentido de assegurar o
acesso ao sistema regular de ensino, indicando que produzir novos conhecimentos
sobre a aproximação das duas modalidades pode trazer relevantes contribuições a
educação. (p.63, 2012).
Siems (2012) registra que em “seu percurso formativo as marcas de
situações de exclusão social” estão presentes tanto na EJA quanto na EE.
Reforçado por Haas (2015) quando enfatiza que as duas modalidades compartilham
dos mesmos históricos de exclusão e que as políticas e normativos legais devem
conter as demandas nascidas dessa nova realidade.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e base da Educação Brasileira. 2016.Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm. Acesso em março de 2017.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CAPELLINI, V.L.M; RODRIGUES O.M.P.R. (org). A construção do projetopolítico
pedagógico de uma escola inclusiva. Bauru: UNESP/FC/MEC, 2010.
a.gonzaga@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
VIRGOLIM, 2014). Pesa ainda sob o relato que possa contribuir para a superação
de alguns mitos relacionados às AH/SD.
2. MÉTODO
O trabalho foi realizado em um Centro de atendimento especializado a
estudantes com AH/SD que proporciona atividades de complementação e
suplementação a alunos do ensino fundamental ao médio, no período inverso às
atividades escolares. O Centro conta com a participação de pessoas da comunidade
que se disponibilizam a se voluntariar na função de tutores em alguma área de
atividade/conhecimento. São formados grupos de interesses por cada área e
agendados encontros semanais com duração de 2 horas. Um desses grupos de
interesse versou temas relacionados a psicologia, aqui apresentado como relato.
Ao total foram 17 encontros, de setembro a novembro de 2016. O grupo de
estudantes era composto por cinco adolescentes do sexo feminino com idades de 14
a 17 anos. As primeiras reuniões foram utilizadas para analisar o particular interesse
de cada integrante, bem como seus conhecimentos prévios e o que esperavam
aprender elencando-se temas e questões norteadoras de comum apreço das
estudantes.
Dinâmica geral: primeiramente o tutor pedia que as participantes
apresentassem oralmente os principais pontos discutidos no encontro anterior a fim
de avaliar os pontos que haviam exercido maior influência, bem como a
compreensão dos mesmos; uma síntese era feita e se apresentava a relação do
trabalhado com o subsequente na forma de questionamentos; as estudantes eram
convidadas a elencar respostas possíveis; apresentavam-se textos ou vídeos que
ajudavam a esclarecer o ponto trabalhado e se analisava como que estas
explicações complementavam, contradiziam ou corroboravam as hipóteses
anteriormente levantadas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A habilidade acima da média foi constatada pela facilidade que o grupo teve
para apreensão dos conceitos; pela convivência com a pluralidade de explicações,
4. Considerações finais
REFERÊNCIAS:
BAHIENSE, T. R. S; ROSSETTI, C. B. Altas Habilidades/Superdotação no
Contexto Escolar: Percepções de Professores e Prática Docente. Rev. Bras. Ed.
Esp., Marília, v. 20, n. 2, p. 195-208, Abr.-Jun., 2014
FLEITH, D. S. Criatividade e Altas Habilidades/Superdotação. Revista do centro de
educação,n 28. 2006. Disponível em:
<https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/4287/2531>. Acesso em:
29 mar 2017
MANSO, R. S. A. Concepções e mitos sobre superdotação: O que pensam
professores de crianças pequenas. 2012. Dissertação de Mestrado em Educação.
Universidade Católica de Brasília. Brasília.
NEGRINI, T. A Escola de Surdo e os alunos com Altas
Habilidades/Superdotação: Uma problematização decorrente do processo de
identificação de pessoas surdas. 2009. Dissertação de Mestrado em Educação.
UFSM. Santa Maria.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para exemplificar o conceito trabalhado em cada tipo de atividade proposta,
duas sequências (transcrição e análise) são apresentadas a seguir.
3.1. Sequência olho - dedo - boca – orelha (sequência proposta por Luria)
Figura excluída: dedo, por serem elementos concretos e acessíveis ao aluno, sem
dúvida, o aluno compreende a evidente diferença entre eles.
Palavra/expressão que define o grupo: M. A. respondeu a esse teste porque
conseguiu por meio do nível concreto (corpo humano) a possibilidade de executar
um gesto circular sobre sua face que representasse a palavra “rosto”. “[...] O uso de
gestos concretos, indicativos, sempre esteve presente para apoiar a fala, mas não
para substituí-la [...]” (LACERDA, 1995, p. 98).
1ª) A fala da criança é tão importante quanto a ação para atingir um objetivo.
As crianças não ficam simplesmente falando o que elas estão fazendo; sua fala e
ação fazem parte de uma mesma função psicológica complexa, dirigida para a
solução do problema em questão.
2ª) Quanto mais complexa a ação exigida pela situação e menos direta a
solução, maior a importância que a fala adquire na operação como um todo. Às
vezes a fala adquire uma importância tão vital que, se não for permitido seu uso, as
crianças pequenas não são capazes de resolver a situação.
(VYGOTSKY, 2007, p. 13).
Analisando os dados produzidos pela aplicação dos testes de generalização
a M. A., é possível inferir que o sujeito em estudo não está alheio ao processo de
desenvolvimento intelectual e verbal. O que o distingue dos indivíduos oralizados é
apenas os artifícios que utiliza para ativar suas funções psicológicas superiores, pois
necessita de outros meios que o auxilie nesse processo. Tais meios são obtidos
normalmente por meio da fala de outra pessoa e também por meio de suportes de
tecnologia assistiva que favoreçam a inclusão e o direito a desenvolver-se.
Os testes de generalização desenvolvidos com M.A. demonstram que ele é
capaz de estabelecer elos e relações, trazendo as características de um
pensamento cuja essência é a superprodução de conexões, com a potencialidade
de abstração, própria do pensamento por complexos, existente em crianças de sua
faixa etária. Além disso, a partir dos resultados dos testes também é possível
comprovar que M.A. estabelece relação entre as partes; operou com estratégias
inteligentes e adequadas ao contexto, superando, quando lhe era possível, suas
dificuldades articulatórias; apresenta capacidade de análise por identificar em todos
os testes propostos a palavra correta que não fazia parte dos grupos; não teve êxito
no processo de síntese, em denominar os grupos em uma única palavra; estabelece
relação de subclassificação, mas apresentou dificuldades em processos de
pensamento relacional de subcategoria.
Os resultados apontam que ao M.A. falta-lhe a palavra e, por conseguinte, o
instrumento que possibilita a construir significados e que, autonomamente, o põe em
interação com o outro e/ou com o social. Contudo, a dificuldade articulatória de M.A.
não o rebaixa intelectualmente, apesar de essa condição servir como obstáculo para
interagir com o outro. De acordo com Vygotsky (1991), a linguagem é um
mecanismo de organização do pensamento; na ausência ou desordem desta, faz-se
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
para a criança surda constituir sua linguagem? E a Língua de Sinais (LS) está
presente?
Queiroz e Rúbio (2014) apontam que a aquisição da língua de sinais é
fundamental para a comunicação dos surdos, pois a ausência de linguagem gera
gestos e/ou mímicas precários que servem apenas para comunicar à família suas
necessidades básicas.
Proporcionar condições favoráveis de aprendizagem ao estudante surdo é
fundamental, e para isso, torna-se imprescindível uma educação inclusiva eficaz.
Não basta inserir ou integrar os estudantes ao ambiente escolar, a inclusão visa
aspectos mais abrangentes como o acolhimento, a igualdade e a equidade
(GUARINELLO et al., 2006).
O presente estudo objetiva analisar as interações da criança surda em
escola comum. A escolha por este cenário, justifica-se pela Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, instituída em 2008, cujo
objetivo é assegurar a inclusão de alunos com algum tipo de deficiência na rede
regular de ensino.
2. OBJETIVOS
3. MÉTODO
questões do tipo ‘como’ e ‘por que’, quando o pesquisador tem pouco controle sobre
os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos
em algum contexto da vida real (YIN, 2001, p. 18).
Os critérios de seleção do sujeito para o estudo de caso foram: criança com
surdez severa ou profunda, filha de pais ouvintes, com faixa etária entre 6 a 10 anos
de idade, matriculada em escola comum municipal ou estadual de um município do
Rio Grande do Sul.
Inicialmente, realizei contato com a Secretaria Municipal da Educação
(SMED) e a Coordenadoria Regional da Educação do Estado do Rio Grande do Sul
(CRE) para a apresentação do estudo, apontando os objetivos e relevância da
pesquisa. As instituições citadas aprovaram a realização da pesquisa, assim como
indicaram as escolas comuns que possuíam estudantes com algum grau de
deficiência auditiva matriculados.
Assim, após a assinatura do aceite da SMED e da CRE cadastrei o projeto
na Plataforma Brasil para a submissão ao comitê de ética em pesquisa (CEP).
Posteriormente à aprovação, realizei contato com as escolas para a identificação
dos estudantes e verificação dos critérios de inclusão desses no estudo.
Foi selecionado um sujeito que continha as características supra citadas.
V. tem 10 anos de idade, é filha de pais ouvintes e frequentadora do 3º ano
do Ensino Fundamental de uma escola pública comum, de um município do Rio
Grande do Sul.A responsável concordou em autorizar a participação da filha no
estudo, bem como aceitou participar da entrevista e assinou o termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE).
Para dar conta da unidade de análise proposta, os sujeitos que compõem
este estudo de caso são: a criança, a professora de referência, a professora do
atendimento educacional especializado (AEE), a cuidadora educacional e a mãe da
estudante, essas constituindo o grupo que interage diretamente com a criança. A
turma a qual ela está inserida possui 27 alunos, todos ouvintes, exceto a menina,
sujeito central deste estudo. As crianças ouvintes não foram entrevistadas.
A construção dos dados foi estruturada por dois níveis de fontes de
evidências, as prioritárias que consistem nas entrevistas semiestruturadas
com os professores e familiares da menina e o diário de campo, composto por meus
registros escritos a partir das observações diretas em sala de aula. E as fontes de
apoio foram os vídeos registrados nas visitas à escola e os documentos escolares
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4. RESULTADOS
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GUARINELLO, Ana Cristina. et. al.. A inserção do aluno surdo no ensino regular:
visão de um grupo de professores do estado do Paraná. Rev.
Bras. Ed. Esp., Marília, Set.-Dez. 2006, v.12, n.3, p.317-330
MORAES, R.; GALIAZZI, M.C. Análise Textual Discursiva. Ijuí: Editora Unijuí,
2011.
VIGOTSKI. L.S. A formação social da mente. 5.ed. São Paulo: Martins Fontes,
1994.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS
surdo. Logo, o intérprete de Libras numa sala de aula oportuniza situações antes
impensáveis em sua ausência. Porém, as pesquisas mostram que nem todas as
instituições de ensino disponibilizam esse profissional, logo, cabe ao professor titular
da turma o desafio de aprender uma nova língua inteiramente diferente da língua
que está habituado (RODRIGUES, 2010).
Vygotsky (2003) defende a mediação como instrumento de proporção do
aprendizado. Não obstante, para o teórico as constantes interações sociais
amadurecem e potencializam o desenvolvimento do ser humano, por isso, a teoria
vygotskyana atribui significativa e relevante importância às pessoas do meio social.
Portanto, a presença do intérprete de Libras, para além de uma questão pedagógica,
é, também, uma necessidade política de inclusão.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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obstáculo para a inclusão escolar de alunos com deficiência intelectual. Macapá:
UNIFAP, 2016.
BRASIL. Resolução N. 4. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento
Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial.
Brasília, 2009.
COELHO, Luciana; BRUNO, Marilda. A constituição do sujeito surdo na cultura
Guarani-Kaiowá: os processos próprios de interação e comunicação na família e na
escola. 35ª Reunião Nacional da ANPEd. Porto de Galinhas: Pernambuco, 2012.
GLAT, Rosana; NOGUEIRA, Mario Lucio. Políticas educacionais e a formação de
professores para a educação inclusiva no Brasil. Comunicações, v. 10, n. 1, p. 134-
142, 2003.
MACHADO, Fernanda; CAMILO, Camila; MENEZES, Eliana. Formação docente
capitalizada: análise de uma proposta na educação de surdos. 34ª Reunião
Nacional da ANPEd. Natal, 2011.
NASCIMENTO, Maria das Graças; SILVA, Yrlla Ribeiro; ANTUNES, Ana Luísa. O
trabalho docente na contemporaneidade: a educação de surdos como desafio.
33ª Reunião Nacional da ANPEd. Caxambu: Minas Gerais, 2010.
PEREIRA, Karina; KLEIN, Madalena. Práticas de professores de alunos surdos e
o ensino de língua estrangeira na educação de surdos. 37ª Reunião Nacional da
ANPEd. Florianópolis, 2015.
RODRIGUES, Carlos. Diferença linguística e cultural na perspectiva da
inclusão: padrões interacionais e aprendizagem na sala de aula de surdos. 33ª
Reunião Nacional da ANPEd. Caxambu: Minas Gerais, 2010.
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1. INTRODUÇÃO
Esta pesquisa analisou as relações entre pessoas com deficiência visual e o
transporte público, coletivo e individual, no que diz respeito à mobilidade, à
acessibilidade, à adaptação e às barreiras encontradas na utilização desses
transportes.
Deve-se levar em conta que as pessoas com deficiência visual buscam
depender cada vez menos da ajuda de outras pessoas, com intuito de se tornarem
mais independentes. Considera-se também que o ambiente e as ferramentas que
poderiam auxiliá-los para o melhor uso do transporte púbico ainda são precários ou
inexistentes. Ainda ressaltamos que, por se tratar de um serviço de utilidade pública,
o transporte deve estar acessível e disponível à população em geral, fornecendo
todos os meios e ferramentas para sua utilização e atendimento a toda população.
A deficiência visual (cegueira e baixa visão) pode ser definida em termos de
sua funcionalidade, ou seja, em termos da qualidade e do aproveitamento do
potencial visual, de acordo com as condições de estimulação e de ativação das
funções visuais (GODOI, 2009). Por cegueira entende-se a perda total da visão até a
ausência de projeção de luz (BARRAGA, 1985). Baixa visão, para a mesma autora,
é a alteração da capacidade funcional da visão, decorrente de inúmeros fatores
isolados ou associados, tais como: baixa acuidade visual significativa, redução
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2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
1Na cidade de São Carlos, no ano de 2012, houve uma inovação com a implantação de um sistema
de alerta de chegada do ônibus e aproximação do ponto de descida (BusAlert), que poderia ser baixado e
operacionalizado via smartphone (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS, 2012). Esse sistema serviria
para garantir a inclusão, a facilidade de locomoção e ampliar o acesso às informações do transporte coletivo.
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1697
Sim, ajudava e muito! Ele já sabia que eu estava no ponto. Nem sempre tem
alguém perto para ajudar. Seria bom tanto para o ônibus quanto para o táxi. Não
tenho prioridade em nada. Bancos, postos de saúde, e todos os lugares. A cidade
por ser a cidade da tecnologia, está atrasada uns 15 anos no que diz respeito a
acessibilidade (P2).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto n. 5.296 de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis n.
10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas
que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Diário Oficial
da União, Diário Oficial da União Brasília, 3 dez. 2004.
BARRAGA, N. C. Disminuidos visuales y aprendizaje. Madrid: ONCE, 1985.
BRASIL. Lei nº 12.587, de 03 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política
Nacional de Mobilidade Urbana. Brasília, 2012.
CARDOSO, C. E. P. Análise do transporte coletivo urbano sob a ótica dos riscos e
carências sociais. Tese de Doutorado, Programa de Pós-graduação em Serviço
Social, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo/SP, 2008.
GODOI, A. M. D. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão/dificuldades
acentuadas de aprendizagem: deficiência múltipla, 2006. Anais eletrônicos.
Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deficienciamultipla. pdf>.
Acesso em: 17/06/2016.
LOWENTHAL, R.; ARAUJO, A. C. S. Transtornos invasivos do desenvolvimento e
morbidades: síndrome de Down e deficiência visual. Caderno de Pós-Graduação em
Distúrbios do Desenvolvimento, v. 6, n. 3, 2006.
PEREIRA, G. G; STRAMBI, O. O táxi como alternativa de transporte em grandes
cidades. In: XXVII Congresso Anual da Associação Nacional de Pesquisa e Ensino
em Transportes – ANPET. Belém, 2013.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS. BusAlert apresenta mais uma
inovação.
Prefeitura Municipal de São Carlos, São Carlos/SP, 01/11/2012.
WIGGETT-BARNARD, C.; STEEL, H. The experience of owning a guide dog.
Disability & Rehabilitation, v. 30, n. 14, p. 1014-1026, 2008.
Introdução:
Sabe-se que a deficiência é uma realidade em todas as sociedades e todos
os indivíduos estão sujeitos à sua ocorrência. Embora exista a percepção da
naturalidade de seu acontecimento, a inclusão dos indivíduos com deficiência não
acontece de forma natural, pois há ideias enraizadas socialmente que colocam
grande parte dessas pessoas em situação de desvantagem.
Em busca de a diferença ser vista como um aspecto positivo da
humanidade, o paradigma da inclusão, iniciado na década de 1980, procura fazer
com que a sociedade se adapte às pessoas com deficiência (PcDs) e para tal,
políticas públicas, declarações, decretos e leis foram criadas, como a Declaração de
Salamanca (1994) e a Lei Nº 13146 (2015). Essas buscam a efetivação dos direitos
das PcDs, como por exemplo o acesso e permanência na escola, no trabalho e
demais instituições sociais.
Com a criação da Lei n° 8213 (1991) apelidada de “Lei de Cotas”, que
estabelece que empresas com 100 ou mais funcionários devem preencher de dois a
cinco por cento de seus cargos com PcDs e reabilitadas, há uma aproximação entre
a inclusão escolar e a inclusão no trabalho. As empresas em busca de preencherem
as vagas designadas às PcDs fazem com que aumente a demanda por emprego,
mas nem sempre a oferta é suficiente, pois parte das pessoas com deficiência não
possuem formação acadêmica e laboral.
Mas não se pode esquecer que uma parcela de alunos com deficiência
chega a concluir a educação superior tornando-se qualificados para exercício
profissional da área que escolheu. Conforme dados do Censo, realizado em 2010
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE, 2010), havia no Brasil
45.606.048 pessoas com algum tipo de deficiência – distribuídas entre visual,
auditiva, motora e mental ou intelectual – percentual correspondente a 23,9% da
população, dos quais apenas 6,7% dos 44.073.377 que estavam em idade ativa
possuíam nível superior completo.
Mesmo com legislação para contratação de PcDs, percebe-se que existe
uma tendência ao desfavorecimento das PcDs no mercado de trabalho, mesmo
quando qualificadas, pois muitas vezes suas condições exigem adaptações e
responsabilidades com as quais as empresas não querem se comprometer, fazendo
com que a ocupação de cargos nas empresas por PcDs, fique restrita, muitas vezes,
exclusivamente aos limites determinados por lei (RIBEIRO et al, 2014). Por essa
razão, independente da legislação, o processo de inclusão depende de mudanças
nas relações sociais, de modo que escolas e empresas se convertam em espaços
inclusivos, por meio da instituição de relações sociais alternativas, com formas
inovadoras de composição do cotidiano (BRAGA e SCHUMACHER, 2013).
Desta forma, torna-se importante o entendimento da percepção das pessoas
com deficiência que possuem educação superior sobre o trabalho.
Objetivo:
Metodologia:
Público alvo:
Resultados:
E2: "hoje em dia, a pessoa com deficiência, para ela trabalhar ela
normalmente tem que entrar na cota. Então ela pode ser competente o suficiente,
ela pode ser muito boa, mas são poucas as empresas que visam mais o
profissional. A pergunta normalmente é sempre assim: o que sua deficiência te
atrapalha? Então a deficiência é sempre um obstáculo e sempre uma forma de
quem te entrevista verificar o seu potencial (...). Então, acredito que assim: no
ambiente de trabalho, (o entrevistado falava sobre o trabalho atual), não tem
problema, mas sempre há aquele preconceito, ou aquele tato que as pessoas têm
que lidar com você. Então, ao mesmo tempo que tem muita empresa que é
empolgante, eles querem realmente que as pessoas com deficiência cresçam e
superem seus problemas e evoluam junto com a empresa, há também a questão do
tato, sabe?(...) porque querendo ou não é um assunto delicado"
E3: "O mercado de trabalho não(...)recebe pessoas
com deficiência(...)da maneira que deveria ser (...)de acordo com a
experiência que eu tenho, que eu vivo dentro da empresa, só é contratado porque é
obrigatório pela quantidade de funcionários"
Durante a análise das respostas, observou-se que a colocação do E1, ao
falar que ainda há um certo desconhecimento sobre a diversidade, e a colocação do
E2 ao falar que existe preconceito e "tato" (entendido como zelo excessivo), se
completam, pois é justamente a falta de entendimento acerca do assunto, por parte
das empresas e das pessoas sem deficiência, que levam a atitudes e tratamentos
desconformes com a real necessidade de acolhimento das pessoas com deficiência.
Notou-se também que os Entrevistados 2 e 3 fazem observações que
também se completam, pois respectivamente afirmam que, para a pessoa com
deficiência trabalhar ela deve entrar na cota e as empresas só contratam pessoas
com deficiência para se enquadrar na lei de obrigatoriedade.
Contudo, o E2 fez uma colocação positiva ao afirmar, acredita-se que por
experiências anteriores, que existem empresas que realmente valorizam a pessoa
com deficiência e se preocupam com o crescimento do indivíduo.
Em relação a atuação dos entrevistados no mercado de trabalho, os
Entrevistados 2 e 3 relataram as atividades com normalidade, sem demonstrar
dificuldades em suas ações, porém o E1, ao responder a pergunta “Na distribuição
de trabalhos entre pessoas de mesmo cargo que o seu, você percebe alguma
distinção na escolha de quem executará as tarefas mais difíceis?”, respondeu que
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1706
que entrar na cota. Então ela pode ser competente o suficiente, ela pode ser muito
boa, mas são poucas as empresas que visam mais o profissional..."
Outro fato importante constatado na análise foi em relação aos problemas
enfrentados no período de formação acadêmica dos entrevistados, pois o E3,
possuidor de uma deficiência adquirida e não decorrente do nascimento, não
retratou problema algum durante a fase de formação. Porém os Entrevistados 1 e 2,
possuidores de deficiências mais visíveis aos outros e decorrentes do nascimento,
relataram problemas que são demonstrados nas seguintes falas.
E1: "Preconceito por parte das pessoas que não me viam como um homem
como qualquer outro. Tive problemas em encontrar escolas com acessibilidade
adequada, desde mesa até banheiros".
E2: "Durante a minha vida na escola, no ensino médio, ensino fundamental
meu único problema foi o famoso bullying. Querendo ou não criança tem uma
mentalidade diferente e acaba realmente sempre querendo ofender de alguma
forma ou de tratar mal a pessoa com deficiência. O jeito é sempre reagir e cada um
reage de uma forma”.
Desta forma, a correlação entre as falas deixou evidente que nas escolas
muito ainda deve ser discutido sobre acessibilidade, formas de tratamento e
inclusão das pessoas com deficiência, para que assim, tais constrangimentos
possam ser evitados.
Considerações Finais:
assunto, no âmbito educacional e laboral, para que tal processo deixe um dia de ser
um processo de inclusão e passe a ser um processo natural e sem limitações,
norteado não apenas por leis, mas também por uma vontade comum de inclusão e
uma percepção igualitária das capacidades profissionais das pessoas pertencentes
a esse grupo.
Referências
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
1. INTRODUÇÃO
Categoria Descrição
Conceito avaliação Contempla os estudos que versavam a respeito dos conceitos
1
escolar sobre avaliação escolar.
Contempla os estudos que versavam a respeito dos aspectos que
AEE e avaliação
2 envolvem a importância do AEE na avaliação escolar, com vista à
escolar
inclusão escolar.
Fonte: Elaborado pelos autores.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dessa forma podemos dizer que Chueiri (2008) defende que ainda hoje se
acredita que avaliar seja medir o conhecimento adquirido pelo aluno e a esse
conhecimento atribuir uma nota, fazendo da avaliação um instrumento de verificação
e de classificação, que inclui ou exclui o sujeito da escola, ou seja, seleciona-o.
Para Christofari e Baptista (2012) “avaliação de aprendizagem evoca uma
das mais complexas dimensões do currículo e anuncia um dos pontos de referência
atinentes às políticas de inclusão escolar”.
As literaturas de Christofari e Baptista (2012) vão ao encontro de Chueiri
(2008) quando dizem que um modelo de escola inclusiva deixa de classificar os
alunos inseridos no processo, mas que, ao invés disso, tem como princípio uma
avaliação processual, que considere todas as potencialidades do aluno e em todo o
processo, e são inversas a essa concepção de avaliação como aferição e
classificação da aprendizagem.
Ainda Christofari e Baptista (2012) defendem que:
Para que haja uma educação inclusiva, que avalie os alunos por seu
processo e não por um produto final, é necessário que debatamos sobre o
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a avaliação que este percorre,
compreendendo desde o ingresso do aluno neste sistema até a avaliação final desse
aluno, um percurso longo e que exige muito dos especialistas, professores das salas
comuns, alunos, pais e todos os outros envolvidos no processo educativo dessas
crianças.
Destacando a importância da Politica Nacional na perspectiva da Educação
Especial (BRASIL, 2008), segundo Bridi (2012) a identificação dos alunos do
público-alvo da Educação Especial deixa de exigir um atestado clínico para o
atendimento. É suficiente para o encaminhamento do aluno somente a avaliação do
professor especialista, colaborando para o desenvolvimento do atendimento
especializado e, consequentemente, para o desenvolvimento e aprendizagem do
aluno.
Na verdade, embora o professor encaminhe o aluno para a sala de recurso,
ele não pode ser responsabilizado pelo diagnóstico do aluno, não tem competência
para dizer se o aluno tem esta ou aquela deficiência. O problema é: não existe
nenhum tipo de ligação entre a educação e os outros sistemas públicos de
atendimento, muitas vezes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com Bridi (2012) a avaliação do professor especializado deve ser
acompanhada de um parecer pedagógico do professor do ensino comum,
propiciando uma avaliação inicial da criança em diversos aspectos do
desenvolvimento.
O desenvolvimento da criança é de grande importância para o
professor da sala comum e para o professor especialista, levando-se em
consideração que em ambos os casos há a necessidade de avaliar o aluno segundo
alguns parâmetros e muitas vezes, por falta de tempo para se encontrarem e
discutirem a avaliação em conjunto, é preciso o apoio da gestão escolar e da
coordenação, auxiliando essas professoras a avaliarem o aluno de forma mais
precisa e estabelecendo um diálogo entre o atendimento individualizado e a sala
comum.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEEP, 2008.
BRIDI, Fabiane Romano de Souza. Avaliação inicial no atendimento educacional
especializado: dilemas e consequências. Revista Educação Especial, v. 25, n. 44,
p. 499-512, 2012.
CHUEIRI, Mary Stela Ferreira. Concepções sobre Avaliação Escolar. Estudos em
Avaliação Educacional, v. 19, n. 39, p. 49-64, 2008.
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1715
Tecnológico (CNPq)
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
a) Escola inclusiva
Para que uma escola seja de caráter inclusivo, não basta exclusivamente
que a criança esteja matriculada na escola, é necessário que ela esteja inserida de
forma satisfatória no contexto escolar. A Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) apresentou ações que deveriam
ser contempladas para a implementação de escolas mais inclusivas.
A escola inclusiva requer um preparo de todos os envolvidos com ela: a
própria escola, os professores e a gestão. Isso porque deve haver um entendimento
entre essas dimensões, onde cada um colabore com o outro, não pressionando,
mas também não fazendo apenas o básico. A educação trabalha com seres
humanos, não pode ser lugar para experimentos que - caso deem errado - podem
ser jogados fora e reiniciados, muito pelo contrário: tudo o que se faz com a
educação é de grande responsabilidade e importância sempre, não pode ser
reescrito (ROPOLI et al., 2010).
O currículo pode ser visto como a base para a construção de uma escola
inclusiva, por meio da construção de um PPP no qual toda a comunidade escolar
seja participante, embora a discussão e a formulação do mesmo sejam uma
imposição governamental.
Pletsch (2009), ao ressaltar sobre as práticas curriculares, destaca que são
ações que envolvem a elaboração e a implementação do currículo em suas
diferentes dimensões e perpassam o planejamento, as metodologias, as estratégias
de ensino, de avaliação, o tempo e o espaço de aprendizagem, as quais são
vinculadas ao processo histórico-cultural dos sujeitos partícipes.
É durante a construção do Projeto que se pensa a escola e se contempla a
diversidade nela existente. Um PPP que reconhece e valoriza as diferenças abre,
através de suas adaptações flexíveis, a possibilidade do professor recriar suas
práticas pedagógicas.
Neste contexto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei
9394/96) (BRASIL, 1996) estabelece que uma das obrigações da escola é
desenvolver o PPP, com a participação de todos os profissionais da escola. A escola
possui, ainda, autonomia para desenvolver o PPP segundo a realidade e as
necessidades do contexto local (SOUZA, 2009).
A flexibilidade do currículo diz respeito à necessidade de atender à demanda
dos alunos no que diz respeito a sua aprendizagem, a partir da adaptação e/ou
adequação dos conteúdos, com a utilização de estratégias e recursos que viabilizem
a aprendizagem do aluno (OLIVEIRA; LEITE, 2007).
Deste modo, a avaliação também precisa ser vista da mesma forma, menos
verificadora e mais processual, devendo servir como base para o professor trabalhar
com esse aluno, saber como e onde precisa intervir para que a criança aprenda.
Sendo assim, podemos observar que o problema não está no sistema
seriado ou por ciclos, mas na maneira como a avaliação vem ocorrendo em ambos
os casos. Torna-se então indispensável que a avaliação seja modificada, adequada
ao processo de ensino e aprendizagem e não em seu produto final.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
10.ed. Brasília/DF: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília/DF: Ministério da
Educação, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEEP, 2008.
FREIRE, Paulo. Conscientização: Teoria e prática da libertação. Uma introdução ao
pensamento de Paulo Freire. 3.ed. São Paulo: Centauro, 2006.
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1. INTRODUÇÃO
Dentre os vários temas abordados no âmbito da Educação Especial na
perspectiva da educação inclusiva, há um que ainda é pouco estudado, mas que
vem sendo observado nas crianças com Superdotação, trata-se daDupla
Excepcionalidade.
O termo Dupla Excepcionalidade, vem sendo pesquisada há mais tempo no
âmbito internacional do que no âmbito nacional, visto que o termo Duplo
Excepcionalidade surgiu pela primeira vez em 1975, criado pelo professor James J.
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2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AMEND, E. R.; SCHULER, P. A. Giftedness and Asperger’s Disorder:Sorting out the
difference. Trabalho apresentado na Annual Convention of the National Association
for Gifted Children, Tampa, Flórida, 2008.
COLEMAN, M.R.; HARRADINE, C.; WILLIAMS K., E. Meeting the Needs of Students
Who are Twice Exceptional. Teaching Exceptional Children, N. 38(1). 2005, p.5-6.
Disponível em:
<http://epubs.scu.edu.au/cgi/viewcontent.cgi?article=1131&context=ccyp_pubs >.
Acesso em: 29 mar. 2017.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
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1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
FILOSOFIA DA ESCOLA
toda comunidade escolar, mas não se refere com clareza sobre os objetivos e ações
para a efetivação da Educação Inclusiva.
O PPP da escola dois trata sobre os objetivos e metas a serem alcançados
por meio de uma gestão democrática, visando a participação de todos da
comunidade. Sobretudo, não dá detalhes sobre os objetivos e ações destinadas à
educação inclusiva, tão pouco cita claramente sobre seu conceito e suas
perspectivas.
A escola três demonstrou que tem preocupação em promover ações
voltadas para a gestão democrática. No entanto, ao tratar da Educação Inclusiva, as
intenções são tímidas.
Na escola quatro, o PPP evidencia os objetivos de uma gestão democrática
e cita sobre as características de uma escola inclusiva, demonstrando a
intencionalidade de promover estes dois conceitos.
E, por último, o documento da escola cinco, apesar de apresentar a
necessidade de atualização em relação à legislação, nele é possível encontrar
indícios de gestão democrática e Educação Inclusiva, entretanto, os conceitos
aparecem de forma confusa.
Segundo Oliveira (2014), o papel da gestão para o funcionamento de uma
escola democrática e participativa é fundamental na efetivação de compartilhamento
de responsabilidades e compromissos coletivos em torno de objetivos comuns.
Neste contexto de reflexão, pode-se dizer que as escolas analisadas não
demonstraram em sua maioria, a preocupação em elucidar o real sentido da
inclusão e de como ela de fato encontra-se presente em suas filosofias.
Sobretudo, Mendes (2015) afirma que esse processo “parece não ser algo
que simplesmente acontece espontaneamente, mas algo que requer pensamento
cuidadoso e bastante preparo” (p.10).
Sabendo disso, os desafios pedagógicos que se impõem sobre essa
temática, perpassam as necessidades da escola de atender as regulamentações
vigentes e adotar também políticas internas, que estabeleçam de fato um ambiente
inclusivo.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
De acordo com Santos (2008), o termo autista se origina do grego autus que
significa “si mesmo” e que foi utilizada pela primeira vez no ano de 1943 pelo Dr. Leo
Kanner, que era um psiquiatra infantil americano. O médico atuava com um grupo de
crianças e percebeu que uma delas se destacava das demais, apresentando
algumas características marcantes como: forte resistência a mudanças e dificuldade
de relacionamento com as demais pessoas. Ou seja, essa criança vivia isolada, em
um mundo particular.
Segundo Pereira-Beltrão et al (2010) o autismo não tem cura e não é
considerado uma doença, mas sim, uma síndrome. Contudo, defende que há
abordagens e tratamentos que podem amenizar alguns sintomas.
A criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista) esteve incluída no
público-alvo da educação especial ao longo da história, de forma tímida, pegava
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2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
que a inclusão é algo possível de ser realizada nos espaços escolares, bem como
na sociedade como um todo. Além disso, foi possível observar a atuação de
profissionais que estão, diariamente, trabalhando com a educação inclusiva, que não
é tarefa fácil, porém é possível, entretanto é preciso buscar formação específica
para realizar o atendimento.
Finalmente, concluímos conscientes que há muito o que se fazer em buscas
de soluções aos problemas elencados na pesquisa, em especial na qualidade do
atendimento educacional destinado as pessoas com deficiências. Esperamos
contribuir, de forma significativa, com futuras investigações e novas inquietações que
certamente surgirão, sobre a temática aqui discutida.
REFERÊNCIAS
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo:
Moderna. 2013.
Introdução
A deficiência física está definida na legislação no capítulo II, artigo quinto,
inciso primeiro do Decreto nº5.296, como sendo alteração completa ou parcial de um
ou mais segmentos do corpo humano, que acarreta o comprometimento da função
física (BRASIL, 2004). Dentre os tipos de deficiência física encontram-se os níveis
leve, moderada e severa.
Devido suas limitações, grande parte das pessoas com deficiência física
utilizam algum recurso de tecnologia assistiva para ampliar suas habilidades ou
minimizar suas dificuldades.
Defini-se por tecnologias assistivas ou ajudas técnicas:
Objetivo
O objetivo desse estudo foi realizar uma revisão sistemática da literatura por
meio da seleção e análise criteriosa de artigos científicos que investigaram o uso de
rastreadores oculares como dispositivo de acesso ao computador para pessoas com
deficiência física severa.
Metodologia
A revisão sistemática deste estudo foi norteada pelas etapas propostas por
Sampaio e Mancini (2007). Segundo os autores a revisão sistemática deverá conter
5 passos: 1) definição da pergunta; 2) busca de evidências; 3) revisão e seleção dos
Resultados
et.al. (2007) e por Caligari et.al. (2013) tiveram como objetivo avaliar os impactos
dos dispositivos de rastreamento ocular sobre a capacidade de comunicação de
pessoas com deficiências físicas graves.
Outros estudos, como Keller et.al. (2015) e Polido et.al. (2017) buscaram
estabelecer um método de avaliação cognitiva para pessoas com deficiência física
grave por meio de dispositivos de entrada para o computador de rastreamento
ocular.
Quanto à usabilidade dos dispositivos de rastreamento ocular para o uso em
atividades do repertório ocupacional de pessoas com deficiência física grave, citam-
se os estudos de Man e Wong (2007), Pasqualloto et.al. (2015) e Borgestig et.al.
(2016), sendo que Man e Wong (2007) compararam quatro dispositivos de acesso
ao computador o ―Câmera Mouse”, emulador de mouse “Head-Array”, o
―CrossScaner” e o ―Quick Eye Eye Eye Looker 2SH versão 4.2‖, Pasqualloto
(et.al., 2015) utilizou o ―SeeTech Pro”, e Borgestig
(et.al.2016) os dispositovos ―Tobii C12” e “Tobii P10”.
Outro objetivo identificado nos estudos elegidos foi o desenvolvimento de
novos equipamentos de rastreamento ocular, como visto no estudo de Sesin (et.al.,
2008), que descreve o desenvolvimento de um sistema de interação homem-
computador baseado no olhar por meio da rede artificial normal.
rastreamento ocular foram eficientes para pessoas com deficiência física nesse
contexto, porém precisavam ser adequados às necessidades individuais de cada
pessoa.
Com relação à comunicação, tanto Bates (et.al., 2007) quanto Caligari (et.al.,
2013), concluíram que o dispositivo de rastreamento ocular auxiliaram na
comunicação de pessoas com deficiência física grave e reduziu suas incapacidades
de comunicação. Bates (et.al., 2007) acrescentou que a contribuição crítica dos
usuários do dispositivo foi imprescindível para projetar, produzir e promover os
sistemas de rastreamento ocular usado para comunicação. O que faz pensar sobre
estudo de Sesin (et.al., 2008), o qual relatou que pela intervenção com o sistema de
rede artificial neural, o cursor do mouse apresenta trajetória significativamente mais
suave e precisão melhorada, porém sua restrição está na falta de amostra de
pessoas com deficiência, visto que apenas um dentre os doze participantes
apresentavam a deficiência.
Quanto à usabilidade dos dispositivos de acesso ao computador por meio do
olhar, os resultados apontaram algumas dificuldades quanto à calibração, treino e
tempo de uso que interferiram diretamente na satisfação do usuário com o recurso.
Pasqualloto (et.al., 2015) relatou que dentre os dispositivos de acesso
analisados, o rastreador ocular foi escolhido como sendo o dispositivo mais
satisfatório para controlar o navegador da internet. Deve-se considerar que o estudo
compõe uma amostra apenas com adultos em estágios avançados da doença
neuromuscular, o que pode ter influenciado diretamente no resultado, considerando
que o olhar é a função remanescente mais eficaz nesse público.
O estudo de Man e Wong (et.al., 2007) que comparou diferentes dispositivos
de entrada ao computador, relata que não houve diferença significativa na
correlação entre precisão e conforto dos dispositivos.
Para Borgestig (et.al., 2016) o tempo prolongado de uso é diretamente
proporcional ao desempenho da criança no uso do rastreador ocular.
Conclusão
Referencias
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21 de maio de 2017.
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 20
de maio de 2017.
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1, p. 83-89, 2007.
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assist people with motor disability. Journal of Rehabilitation Research e Development, v. 45,
n. 6, p. 801 — 818, 2008.
1. INTRODUÇÃO
confluência de três anéis, em que cada anel representa: habilidade acima da média,
criatividade e envolvimento com a tarefa (RENZULLI, 2004).
Quanto aos traços em comum encontrados nas pessoas com AH/SD, Fleith
(2006) lista as seguintes características: Curiosidade; Boa memória; Atenção;
Persistência; Independência e autonomia; Interesse por áreas e tópicos diversos;
Facilidade de aprendizagem; Criatividade e imaginação; Iniciativa; Liderança;
Vocabulário avançado para sua idade cronológica; Riqueza de expressão verbal;
Interesse por livros e outras fontes de conhecimento; Alto nível de energia;
Preferência por situações/objetos novos; Senso de humor; Originalidade para
resolver problemas.
Segundo informações oficiais presentes no site do Conselho Brasileiro para
Superdotação (ConBraSD), frequentemente associa-se a precocidade, “crianças
prodígios”, genialidade e hiperatividade as AH/SD, todavia, tais termos não são
sinônimos. As crianças precoces apresentam algumas habilidades prematuramente,
mas a tendência é que se igualem a seus pares com o passar dos anos. Já as
crianças consideradas prodígio, apresentam desempenho em alguma área do saber
ou fazer humano similar (ou superior) a de um adulto especialista, em algum
momento da infância. O conceito de gênio é restrito as pessoas que deram
contribuições valiosas à humanidade, que deixaram uma marca na história e,
normalmente, são reconhecidas após a morte. Por fim, pode-se observar nas
pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) desatenção,
impulsividade e hiperatividade (ConBraSD, 2017). As pessoas com AH/SD podem
apresentar em algum momento de suas vidas tais características, todavia, não é
correto fazer tais associações.
Outro mito relacionado às crianças com AH/SD é a alta inteligência, fato que
vai de encontro às dificuldades educativas, emocionais e comportamentais que
podem ser apresentadas por elas. Em estudo inédito no Brasil, Tentes e Fleith
(2014a), realizaram um mapeamento da prevalência de underachievers entre alunos
superdotados.
Segundo Tentes e Fleith (2014a), crianças com AH/SD têm, muitas vezes,
suas características desqualificadas ao apresentarem baixo desempenho acadêmico
na escola. Os resultados da pesquisa "apontaram uma razão aproximada de 2:1, ou
seja, a cada dois alunos superdotados identificados, um correspondeu à descrição
de underachiever" (p. 163). Ressaltam, ainda, que nos dados oficiais brasileiros
nunca foram citados superdotados underachievers, mas a literatura internacional já
apontava a existência desse grupo de estudantes.
Os mitos alimentam os estereótipos que são construídos socialmente.
A partir de tais reflexões, pretendeu-se mapear quais são os principais mitos
sobre as AH/SD entre os professores de uma cidade de médio porte do interior do
estado de São Paulo, que atuam em uma Rede Estadual de Ensino.
A seguir são apresentados os procedimentos metodológicos, principais
resultados produzidos e as considerações finais.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALENCAR, E. M. L. S.; FLEITH, D. S. Superdotados: determinantes, educação e
ajustamento. 2 ed. São Paulo: EPU, 2001.
BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC, 2008. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf >. Acesso em:
05/04/2017
ConBraSD. Informação: o que são AH/SD. [online] Disponível na Internet via WWW.
URL: http://conbrasd.org/wp/?page_id=4188. Arquivo capturado em 13 de março de
2017.
DELOU, C. M. C. Educação do aluno com AH/S: legislação e políticas educacionais
para a inclusão. In: FLEITH, D. de S. (Org.). A construção de práticas
educacionais para alunos com AH/S. v. 1: Orientação a professores. Brasília, DF:
MEC/SEESP, 2007, p. 25-39.
FLEITH, D. S. Criatividade e altas habilidades/superdotação. Revista do Centro de
Educação, n. 28, p. 1-6, 2006.
GOULART, A. M. P. L. Altas habilidades superdotação reflexões e processo
educacional. Maringá: EDUEM, 2011.
LOPES, M. C. Altas habilidades ou superdotação: um estudo em uma Diretoria de
Ensino da rede estadual paulista. 2015a. Trabalho de conclusão de curso
(licenciatura - Pedagogia) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências,
2015. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/139162>. Acesso em: 31/03/2017.
LOPES, J. F. Dotação e talento: comparação das modalidades presencial e a
distância de um programa de formação continuada para professores. 2015b. 134 f.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1757
INTRODUÇÃO
da família e, muitas das vezes com auxílio financeiro do poder público para
sobreviver, difere do tratamento da sociedade em relação ao vagabundo, pois
DESENVOLVIMENTO
“Há 700 mil vagas abertas a serem preenchidas para cumprir a lei.
No entanto, empresários preferem pagar multa a contratar”, denuncia.
Ferreira acredita que um problema é a confusão com transtornos mentais.
“As duas coisas não têm relação: deficiência não é doença. É preciso que
haja adaptação no ambiente de trabalho. No caso da pessoa com
deficiência intelectual, isso consiste na conscientização de todos. O
preconceito no Brasil é camuflado e atrapalha a inserção profissional dessas
pessoas”, explica (LISBOA, 2014, p.1)
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Cartilha do
Censo 2010: pessoas com deficiência. Brasília: SDH-PR/SNDP, 2012.
CASTEL, Robert. A dinâmica dos processos de marginalização: da vulnerabilidade a
“desfiliação”. Caderno CRH, Salvador, n.26/27, p.19-40, jan./dez. 1997.
DUBET, François. A escola e a exclusão. Cadernos de Pesquisa, n.119, p.2945,
julho/2003.
LEMOS, André; LÉVY, Pierre. O futuro da internet: em direção a uma
ciberdemocracia planetária. São Paulo: Paulus, 2010.
LISBOA, Ana Paula. Profissionais com deficiência intelectual apresentam bom
desempenho nas empresas. Correio Brasiliense. Disponível em: <>. Acesso em:
17 jun. 2014.
MARTINS, José de Souza. Exclusão social e a nova desigualdade. São Paulo:
Paulus, 1997.
ROCHA, Maíra Gomes de Souza da. Processos de ensino e aprendizagem de
alunos com múltiplas deficiências no AEE à luz da teoria históricocultural.
Seropédica, 2014. 233 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-
Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares,
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica. 2014.
SAWAIA, Bader. Exclusão ou inclusão social. In: SAWAIA, Bader (Org.). As
artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social.
2.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. Introdução, p.7-13.
1. INTRODUÇÃO
informações que pode ser ativado em umcenário cultural para solucionar problemas
ou criar produtos que sejamvalorizados numa cultura (GARDNER, 2000, p.47). Ao
revisar sua obra sobreinteligência, Gardner defende a ideia de que a inteligência não
se trata de umafaculdade única.
Renzulli (1986, p.12), por meio de 20 anos de pesquisa empírica,afirmou que
a superdotação pode ser vista como a interação entre três traçoshumanos que se
agrupam da seguinte maneira: Capacidades gerais acima damédia,
comprometimento com a tarefa e a criatividade. As Altas Habilidades/Superdotação
podem ser divididas em dois grupos: a do tipo acadêmico, que é mais facilmente
identificada nas avaliações do cotidianoescolar, e a do tipo produtivo-criativo.
Para identificar estudantes com indicadores de
AltasHabilidades/Superdotação a observação e a avaliação pedagógica são
asferramentas principais. Deste modo, a articulação entre os professores de
salaregular, o professor de atendimento educacional especializado e o Professor de
Apoio e Acompanhamento à inclusão pode seconstituir como eficaz estratégia no
trabalho de garantia do direito de acessodos estudantes com Altas
Habilidades/Superdotação aos recursos do AEE.
Vale ressaltar, que os PAAIs participantes dessa pesquisa oferecem
suporte ao professor especialista que trabalha na sala de Recursos Multifuncional.
Assim, embora não atuem diretamente com o estudante PAEE fazem parte do
conjunto de profissionais que compõem o AEE da cidade de São Paulo.
Nesta direção, tem-se como indagação de pesquisa o
seguintequestionamento: Quais são suas principais dificuldades no processo
deidentificação dos estudantes com Altas Habilidades/Superdotação?
Deste modo, pretende-se com a aplicação do questionário verificar o que os
PAAIs descrevem como fatores que interferem no processo de identificação dos
estudantes com Altas Habilidades/Superdotação matriculados nas escolas do
município de São Paulo.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALENCAR, Eunice Soriano de; FLEITH, Denise deSouza.
Superdotados: determinantes, educação e ajustamento. 2.ed. SãoPaulo: EPU,
2001.
MEIRIEU, Philippe. Aprender ... sim, mas como. Porto Alegre: Artes Médicas,1998.
1. INTRODUÇÃO
Dessa forma, considera-se que 30 a 40% das crianças com perda auditiva
neurossensorial têm uma deficiência adicional como dificuldade de aprendizado,
deficiência mental, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, paralisia
cerebral, transtornos emocionais, bem como a desordem do espectro autista. Uma
possibilidade para a reabilitação audiológica de crianças diagnosticadas com perda
auditiva neurossensorial de grau severo a profundo é o Implante Coclear (IC).
Este dispositivo possibilita o acesso ao sinal de fala audível para o
aprendizado e manutenção da oralidade além de ser um recurso em potencial para
melhorar a qualidade de vida. A criança com deficiência auditiva, quando se
encontra em um ambiente escolar regular, seja esta implantada coclear, com perda
auditiva unilateral ou surda, será exposta sempre à comunicação essencial, isto é, à
língua falada em sala de aula, e, neste caso, a Língua Portuguesa. Essa
aproximação e utilização da Língua Portuguesa desenvolvem outras habilidades,
especialmente a escrita (HERMAN & MORGAN, 2007).
Pesquisas na área da Audiologia demostram que o desenvolvimento da
forma e conteúdo da linguagem oral em crianças com deficiência auditiva profunda
ou surdez é mais lento do que em seus pares ouvintes (WANG et. al., 2008).
Entretanto, um estudo realizado com crianças com implante coclear constatou-se
que esses indivíduos possuem atrasos não significantes quanto à aquisição da
linguagem e estão mais propensos à socialização e comunicação que os demais
alunos (HERMAN & MORGAN, 2007). A possibilidade de perda auditiva profunda
bilateral associada aos comportamentos gerais atípicos da criança usuária de IC,
bem como a necessidade de verificar o grau de severidade desses comportamentos,
são fatores importantes para prática clínica e decisivos para determinar os
benefícios e as limitações que esse dispositivo propicia ao desenvolvimento das
habilidades auditivas nas crianças usuárias de IC.
É pertinente ressaltar a definição de deficiência auditiva e surdez:
perda auditiva até 40 db), moderada (perda auditiva entre 40 a 60 db), severa (perda
auditiva entre 70 e 90 db) e profunda (perda auditiva superior a 90 db).
Neste contexto inclusivo, a Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL,1996), Cap.V,
Art. 59, aponta que os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
deficiência: currículos, métodos e técnicas, oferecer a terminalidade para os que não
puderem atingir o nível exigido, professores com especialização adequada para o
atendimento; educação especial para o trabalho e acesso igualitário no ensino. No
final dos anos de 1990, a Declaração de Salamanca (1994) reitera os direitos da
criança ao acesso à Educação. As escolas regulares que possuam tal orientação
inclusiva são capazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades
acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para
todos.
De acordo com Brasil (2006) a história da educação de surdos é repleta de
controvérsias e descontinuidades, e como outros grupos minoritários, “os surdos
constituíram-se em objeto de discriminação em relação à maioria ouvinte” (p.67).
Então, ao se pensar na educação de surdos é importante refletir sobre a postura do
professor em sala de aula e o ensino de Língua Portuguesa.
As adequações para o atendimento de um aluno com DA não estão
pautadas apenas no currículo, no espaço físico ou materiais pedagógicos, mas em
todos os aspectos que possam favorecer seu desenvolvimento, principalmente no
trabalho multidisciplinar, na família e comunidade como um todo. Apesar dos alunos
surdos não passarem pelo mesmo processo de aquisição da língua portuguesa que
os ouvintes, a escrita e a leitura são essenciais para fornecer uma visão de mundo
aos surdos, mesmo sem a oralidade e a questão fonoaudiológica.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2. Resumo dos artigos encontrados no período de janeiro de 2006 a janeiro de 2016
sobre a temática do estudo proposto.
defasagem
muito grande se
comparados aos
alunos ouvintes
que chegam à
escola com a
língua
portuguesa.
2011 Pedro Inclusão Ensino A escola não Conclui-se a
so e de alunos Médio mudou com a urgência de
Dias surdos no presença do reorganização
ensino aluno surdo e da escola na
médio: que o professor direção da
Organizaç fluente em inclusão e do
ão do Libras, atuando bilinguismo
ensino como intérprete,
como assume, na sala
objeto de de aula, a
análise função de
professor. Além
disso, verificou-
se que as ações
por ele
desenvolvidas
possibilitaram a
aprendizagem e
participação do
aluno surdo no
processo de
ensino-
aprendizagem.
2012 Daroq Alunos Brasil, Realização de Ensino Os surdos Se faz
ue e surdos no UNIMEP - entrevistas Superior universitários necessário,
Padilh ensino Piracicaba individuais com talvez não então, nesta
a superior: alunos surdos e tenham clareza fase transitória
Uma alguns docentes de que se trata de implantação
discussão de diferentes de uma situação das garantias
necessária cursos de mais dramática: legais,
graduação o preconceito e oportunizar aos
– Direito, as abordagens surdos
Pedagogia e educacionais universitários,
Recursos que fizeram em contraturno,
Humanos. A parte de sua o ensino de
intenção foi obter trajetória escolar língua
informações geraram, ou não portuguesa
daqueles que desfizeram instrumental
estavam vivendo a dificuldades como segunda
experiência das para ler, língua, pois,
relações de escrever e, para eles, é
ensino- portanto, ampliar indispensável a
aprendizagem no seu universo capacitação
dia a dia da sala conceitual. para a leitura e
de aula. Os alunos Então, não escrita, o que,
e professores percebem que às vezes,
entrevistados são “aceitar” o parece
de duas português ruim necessário,
instituições de do surdo é também, aos
ensino superior aceitar um alunos ouvintes.
(IES) de um português que
município da ninguém
Grande São entenderá e que
Paulo. é necessário
alcançar um
nível de
produção
compreensível.
Não reivindicam
algo que, pelo
menos para o
momento,
mostra-se
fundamental: a
continuação do
ensino de língua
portuguesa de
forma específica
para o surdo.
2016 Maced Aquisição Revisão Ensino O bilinguismo do É fundamental a
oe da língua bibliográfica Fundamen aluno surdo aquisição da
Matsu de sinais: tal II (Ciclo efetiva-se na Libras, de
moto a língua II) convivência da maneira
portugues língua brasileira sistematizada
a escrita de sinais e da baseada na
por língua sinalização e
crianças portuguesa. No escritura, para a
surdas ambiente aquisição da
escolar não é leitura e da
suficiente escrita da
somente a Língua
constatação da Portuguesa.
inserção de uma A pesquisa
nova língua, a deixou claro que
Libras, mas o estamos muito
entendimento de longe de esgotar
que essa deverá as discussões
passar a ser sobre esse
compreendida assunto, e que
no currículo e no na realidade
programa escolar a
escolar, inclusão do
apontando para aluno surdo, em
o atendimento sua maioria,
das diferenças ocorre
das línguas simplesmente
reconhecendo- no fato de estar
as de fato ele presente na
sala. Aponta-se
também a
carência do
conhecimento
de Libras dos
professores,
talvez isso seja
o mais
importante para
aquisição da
Língua
Portuguesa
escrita.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GUARINELLO, A. C., BERBERIAN, A. P., SANTANA, A. P., MASSI, G., & PAULA, M.
(2006). A inserção do aluno surdo no ensino regular: visão de um grupo de
professores do estado do Paraná. Revista Brasileira de Educação Especial, 12(3),
317-330.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
tinha uma biblioteca ou Sala de Leitura, que poderiam ser acessíveis aos alunos.
Eles não os utilizam em momentos vagos e nem os emprestam para fazer leituras
em casa.
A professora utilizou em duas situações distintas um relógio, calendário e
miniatura do globo terrestre para explicar conteúdos. Entretanto, a escola possui
outros recursos materiais que poderiam ser explorados para enriquecer as aulas,
como sala de informática, data show, DVD, rádio e o próprio espaço físico. Em
nenhum momento estes recursos foram utilizados.
Não houve aulas ao ar livre ou que envolvesse poesias, músicas, filmes,
materiais diferentes dos fornecidos pelo Estado, passeios/visitas didáticas, teatro,
confecção de materiais ou até mesmo propostas de trabalhos em grupo dentro da
sala.
Bahiense e Rossetti (2014) realizaram um estudo com docentes procurando
levantar as estratégias utilizadas por eles para dar aulas para alunos com AH/SD e
observaram que a maioria dos professores procura incentivar e motivar os
estudantes (33,4%) ou solicitar a realização de atividades extras (25%). Esse dado
aponta que ainda não há uma política de atendimento estruturada para esses
estudantes em nosso país.
Vale ressaltar que o professor tem papel fundamental no reconhecimento e
encorajamento de potenciais e Renzulli (2014) acredita que quando ocorre esse
investimento, há a elevação dos resultados da aprendizagem de todos os alunos.
No entanto, observa-se que os professores ainda têm dificuldade em
identificar e atender esses alunos denunciando uma falha do ensino superior na
disseminação desse conhecimento (BAHIENSE; ROSSETI, 2014, RAMALHO et al,
2014, WESCHESLER; SUAREZ, 2016) acarretando obstáculos para a efetivação de
práticas inclusivas que respeitem e valorizem a singularidade de cada aluno.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BAHIENSE, T. R. S; ROSSETTI, C. B. Altas Habilidades/superdotação no Contexto
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BRASIL. Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001. Disponível em:
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Campinas/SP: Junqueira & Marin, 2012.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica.
São Paulo: Atlas, 2008.
LOPES, M. C. Altas habilidades ou superdotação: um estudo em uma Diretoria de
Ensino da rede estadual paulista. 2015. Trabalho de conclusão de curso (licenciatura
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Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/139162>. Acesso em: 31/03/2017.
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MELETTI, S. M. F.; BUENO, José Geraldo Silveira. Políticas públicas,
escolarização de alunos com deficiência e a pesquisa educacional. Araraquara:
Junqueira&Marin Editores, 2013.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1791
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
pessoas com TEA. Primeiramente, por encorajar um olhar orientado mais para as
possibilidades de desenvolvimento do que para os déficits associados ao transtorno
e, em segundo lugar, por priorizar o meio social e cultural autênticos como mediador
entre a pessoa com TEA e o mundo exterior, propondo que o nível de seu
desenvolvimento está relacionado à qualidade dessa mediação.
Por fim, acreditamos ser importante destacar a relevância de se oferecer, às
pessoas com TEA, o máximo possível de acesso ao patrimônio humano genérico
por meio de educação, convivência, lazer, dentre outros aspectos, para que se
promova o seu desenvolvimento e, também, uma maior aproximação entre essas
pessoas e a sociedade, com a desconstrução de mitos e preconceitos que possam
comprometer seu futuro.
REFERÊNCIAS
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Transtornos Mentais- DSM-V. Tradução de Maria Inês Corrêa Nascimento. 5ª Ed.
Porto Alegre: Artmed, 2014.
SILVA, A. B. B.; GAIATO, M. B.; REVELES, L.T. Mundo Singular: entenda o autismo.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
dois professores apontaram que estes alunos têm necessidade do AEE, outros três
professores destacaram que deve ser oferecido o Enriquecimento Curricular, e um
professor mencionou a necessidade de realizar adaptações curriculares para estes
estudantes.
Quanto às respostas obtidas, com relação à existência de mitos de
atendimento Pérez (2003, p. 11) aponta é comum professores do ensino comum
mencionarem que “as pessoas com Altas Habilidades/Superdotação não precisam
de atendimento”.
Na próxima questão, de número seis, foi solicitado aos professores que
expusessem sua opinião se acreditavam que o aluno com Altas
Habilidades/Superdotação tem maior chance que seus pares, em condição típica,
quanto ao sucesso no futuro profissional. Entre os respondentes, oito participantes
responderam afirmativamente. Estas respostas se coadunam com o mito de
consequência citado por Pérez (2003, p.12), quando a autora destaca que é comum
as pessoas imaginarem que as “crianças com altas habilidades serão adultos
eminentes”.
A última questão da pesquisa perguntou ao participante se já teve em sala
de aula estudantes com Altas Habilidades/Superdotação, e em caso afirmativo,
como foi esta experiência docente. Entre os participantes dezesseis destacaram que
nunca tiveram em suas salas de aula alunos com Altas Habilidades/Superdotação.
Pérez (2003) evidencia que os mitos sobre as Altas Habilidades se constituem como
uma barreira para a identificação dos professores, especialmente em razão do uso
de testes de Quociente de
Inteligência, uma vez que segundo a autora mencionada, este tipo de teste
não são, na verdade, o principal meio para a identificação de indicadores de Altas
Habilidades/Superdotação.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GIL, A.C. Métodos e técnicas de Pesquisa Social, São Paulo, 2008.
E-mail: adriana.hds@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
Nesse contexto, esse estudo teve como objetivo realizar uma pesquisa
bibliográfica no Repositório Institucional da UNESP sobre a parceria colaborativa
entre educação especial e saúde.
2. OBJETIVOS:
3. MÉTODO:
4. RESULTADOS
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS:
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deficiência física no contexto escolar sob a visão dos professores. In: Congresso de
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Eixo 07
Politicas e Práticas de TDIC na Educação
1. INTRODUÇÃO
A infância está mudando em decorrência a inúmeros fatores presentes na
sociedade contemporânea. As formas de interação com as tecnologias digitais de
informação e comunicação (TDIC), se junta aos novos modos de brincar, divertir e
se conectar, esses fatores modificam os modos de vida e sinalizam mudanças na
infância e no lugar que a criança ocupa nesse cenário.
Para Palfrey (2011), a nova geração nascida em meio a computadores,
internet, videogames e outros tantos recursos digitais são chamados de “nativos
digitais”, e a incorporação desses recursos na infância se faz tão presente que
sequer os “nativos” as percebem como tecnologia.
Nos dias de hoje, é possível perceber que a TDIC tem grande potencial em
atrair crianças, esse fato acaba “prendendo-as” por muito tempo em atividades
virtuais, um exemplo disso, são os jogos eletrônicos (JE).
Para Juul (2005), os JE proporcionam interatividade e qualidade na
simulação da realidade com o virtual o que acaba motivando os jogadores.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1809
Desse modo Perrenoud (2000, p.125), também contribui para essa reflexão
ao falar que:
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na busca por investigar o mundo digital, pode-se perceber que muitas são
as ações das crianças nesse contexto. Há ações que são inevitáveis, e acontecem
REFERÊNCIAS
GEE, Paul James. What Games have to teach us about learning and literacy.
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1815
JUUL, Jesper. Half-real: Video games between real rules and fictional
worlds.Cambridge (MA): MIT Press, 2005.
PRENSKY, Marc. Não me atrapalhe, mãe. –Eu estou aprendendo! São Paulo:
Phorte 2010. 320p.
[406922/20128]
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
100%
90%
80%
70%
60%
50% Linguagem
40% Escrita
30% CMF
20%
10%
0%
EDI 1 EDI 2 EDI 3 EDI 4 EDI 1 EDI 2 EDI 3 EDI 4
Avaliação Inicial Avaliação Final
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política
nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Documento
elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada
pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de
2008. Brasília, DF, 2008a.
VYGOTSKY, L.S. Obras escolhidas III: historia del desarrollo de las funciones
psíquicas superiores. Madri: Visor, 1995.
E-mail: pconst2@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
O artigo apresenta um recorte sobre a situação atual do ensino técnico na
modalidade a distância em escolas técnicas estaduais, revelando as iniciativas de
investimento e as orientações de políticas públicas do Estado de São Paulo.
O Centro Paula Souza [CPS], instituição autárquica que articula a educação
profissional pública paulista, mantém 220 escolas técnicas [Etecs] distribuídas por
todo o Estado, além de 66 Faculdades de Tecnologia, com cerca de 290 mil alunos
somente em suas habilitações técnicas e tecnológicas (CPS, 2017). Apenas no
primeiro semestre de 2017, 4260 alunos cursaram alguma modalidade de ensino
técnico a distância em seus 71 polos estabelecidos nas Etecs da capital e do interior.
O interesse na temática justifica-se pelo fato do CPS ser citado
explicitamente em diferentes metas do Plano Estadual de Educação [PEE] 2014-
2024 (ALESP, 2016, p.126) e, em caso pontual, referindo-se à educação profissional
a distância, em uma das estratégias correlacionadas. Ressaltamos, por exemplo, a
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1823
2. CARACTERIZAÇÃO
3. DISCUSSÃO
Gráfico 1 –Número de matrículas nos cursos Técnicos na modalidade Ead no Centro Paula Souza
entre 2010 e 2016. Fonte: Banco de Dados da Cetec (CETEC, 2017).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALESP. Lei nº 16.279, de 8 de julho de 2016. Aprova o Plano Estadual de Educação
de São Paulo e dá outras providências. Diário Oficial do Estado. São Paulo, 09 de
julho de 2016, p. 126-127.
INTRODUÇÃO
Este trabalho é um dos resultados de uma pesquisa de Iniciação Científica,
fomentado pelo CNPq, que visa elaborar um catálogo de aplicativos de Android para
o ensino de história. De modo geral, a situação atual do ensino de história parece
estar de acordo com o quadro geral da educação. Caimi (2007) pesquisando sobre
as dificuldades do ensino de história, coloca que:
RESULTADOS
sustenta a posição de que não se pode mais ignorar estas tecnologias na educação
(Cutrim e Lima, 2015, p. 153). Isto porque, o acesso à informação proveniente
destas tecnologias demanda uma reestruturação do papel do docente, discente, das
metodologias e conteúdos abordas, pois, como coloca Velasco, “os muros da escola
desvaneceram, apesar dela mesma, porque o saber não está circunscrito a estes
limites (Velasco, 2015). Ter isto em mente é importante para que estas tecnologias
não sejam vistas como causadoras de uma falência no papel da escola, sendo antes
adventos que evidenciam uma crise que já existe. Mas, é lógico que a este
raciocínio seja feita a seguinte pergunta: de que forma estas tecnologias tornam esta
crise mais evidente? Esta questão é de extrema importância, pois ela direciona o
estudo para que se entendam quais características sociais são construídas com a
difusão das novas tecnologias digitais.
Estas tecnologias construíram um arranjo social que pode ser definido como cultura
digital, pois inseriram-se na sociedade de forma generalizada e tem influência em
todas áreas (Brito, apud Cutrim, Lima, 2006). Não é apenas uma nova forma de
aprendizado ou um novo modelo escolar que se constrói, mas há uma nova
estrutura social (Coll e Monereo, 2010). Esta estrutura, definida por Castells como
sociedade em rede, é, nas palavras deste autor:
Como dito, este trabalho é um dos frutos de uma pesquisa fomentada pelo
CNPq, com intuito de elaborar um catálogo de aplicativos para o ensino de história.
A fim de demonstrar as potencialidades do uso destes recursos, faz-se interessante
apresentar de modo breve os resultados da pesquisa. Para elaboração do catálogo,
pesquisa recorreu à loja digital Google Play, disponível para plataforma Android. Os
termos usados para busca na barra de ferramentas foram retirados do currículo do
Estado de São Paulo, documento que define os conteúdos a serem abordados em
cada bimestre. Dentre todos os aplicativos encontrados com esta ferramenta de
busca, selecionam-se aqueles que abordam a temática de cada bimestre,
considerando na análise a língua em que estão disponibilizados, valor, conteúdos do
currículo que abordam. Também foram propostas forma de aplicação deste material
em sala de aula, segundo a perspectiva do pesquisador.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AMIEL. Tel. AMARAL. F. Sergio. Nativos e imigrantes: questionando a fluência
tecnológica docente. Revista Brasileira de Informática na Educação, v. 21, n. 03,
p. 1, 2013.
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por meio desta pesquisa histórica foi possível verificar a criação e instalação
de um ensino oferecido através do rádio, visando formar e qualificar profissionais
para atuarem nos estabelecimentos comerciais. O rádio foi um instrumento
tecnológico fundamental para que a formação comercial atingisse o maior número
de pessoas. Essa modalidade de ensino pode ser considerada uma das pioneiras no
país em oferecer ensino à distância utilizando o rádio.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
alixribeiro@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A EaD é uma modalidade de ensino que faz uso das TDIC, caracterizando-
se como uma estratégia indispensável para ampliar as possibilidades de primeira
formação e formação continuada.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AFONSO, Carlos A. Internet no Brasil: alguns dos desafios a enfrentar. In: Revista
Informática Pública, v. 2, p. 169-184, 2002.
FREIRE, Paulo; GUIMARÃES, Sérgio. Educar com a Mídia: novos diálogos sobre
educação. 1. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
MORAN, José M. A Educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá.
Campinas: Papirus, 2007.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante desse cenário, a discussão sobre formação de professores não pode
ficar alheia as possibilidades de construção de uma nova organização curricular,
didática e pedagógica, enriquecida pelas possibilidades da cibercultura. Sabemos
que infelizmente, a EaD ainda sofre com a falta de credibilidade e preconceito, por
parte de alguns, que acreditam que toda EaD é aligeirada de teoria e fraca em
conteúdo.
A proposta de pesquisa tornou-se viável pela necessidade de investigação
sobre as TDIC na formação de professores; pela possibilidade de se identificar
aspectos importantes para a inserção e desenvolvimento de ações relacionadas à
formação de professores numa perspectivas de novas competências pedagógicas;
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. E. B. de; ASSIS, M. P. Integração da Web 2.0 ao Currículo: A
Geração Web Currículo. la educ@ción revista digital., v.145, p.1 - 24, 2011.
Disponível em: http://www.educoea.org/portal/La_Educacion_Digital/145/ar.pdf .
Acesso em 30 de maio de 2012.
http://www.fae.unicamp.br/revista/index.php/etd/article/view/2004/1833 . Acesso em
08 de setembro de 2013.
1. INTRODUÇÃO
está relacionada com indicações internas ao indivíduo e pode ser verificada a partir
de manifestações de sentimentos como prazer e dor, alegria e tristeza.
O trabalho de Ausubel é focado na aprendizagem cognitiva, isto é,
“propõe uma explicação teórica do processo de aprendizagem, segundo o
ponto de vista cognitivista, embora reconheça a importância da experiência afetiva”
(Ibid, p. 160). Assim, entende o aprender como a interação do novo conteúdo como
a estrutura cognitiva do indivíduo, bem como a incorporação e organização deste na
mesma.
A teoria da Aprendizagem Significativa chamou nossa atenção devido a
clareza de seus pressupostos básicos, que são: (i) os alunos devem apresentar
predisposição para aprender, (ii) devemos ‘ancorar’ novos conhecimentos a
elementos relevantes, subsunçores, na estrutura cognitiva dos mesmos e, (iii) os
conteúdos e materiais de aprendizagem devem ser potencialmente significativos.
Ausubel et al. (1980) destaca a importância deste fator, ‘querer aprender’,
quando diz que, os efeitos da motivação são facilmente percebidos quando voltamos
nossa atenção para variáveis intervenientes como focalização da atenção e
tolerância à frustração. Enfatiza também que, a motivação é indispensável para que
ocorra o tipo de aprendizagem continuada necessária à retenção do conteúdo de
uma disciplina.
A predisposição para aprender não significa apenas um ‘querer aprender’,
como esclarece Aragão (1976, p. 19), essa predisposição é uma:
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
atuação de cada professor como profissional da educação que precisa estar atento
às especificidades educacionais dos alunos e à constante necessidade de busca
formativa.
Podemos afirmar que este curso é um dos fatores que nos elevam
a um patamar de descobertas e inovações. É essencial lembrar que um dos
paradigmas do desenvolvimento humano, resume-se em: ”Aquilo que uma
pessoa se torna ao longo da vida depende de duas coisas:
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo confirma nossa hipótese inicial que a EaD figura o cenário nacional
como modalidade de democratização da formação docente. Contudo, no intento de
conhecer as percepções dos professores em formação sobre as possibilidades e
desafios vivenciados no processo de aprendizagem à distância, mesmo entre os
relatos mais otimistas, elogios ao conteúdo, ao curso, à equipe docente e às
reflexões causadoras de diversas transformações na prática docente, os desafios do
processo formativo são ressaltados. No topo do ranking, a grande dificuldade
enfrentada é o uso e acesso às TDIC. Vale ressaltar que, para a modalidade que
hoje oferece majoritariamente a formação continuada de professores e tem crescido
cada vez mais na oferta da formação inicial das licenciaturas, um obstáculo
preponderante como o acesso à TDIC de qualidade é um grande entrave no
processo formativo. Assumindo ainda um perfil otimista, outras hipóteses emergem,
seria possível esperar dos sujeitos nativos digitais que optem pela profissão docente
façam uso das TDIC como parte natural do processo ensino-aprendizagem, da
concepção à avaliação... Essas e outras indagações nos surgem como caminhos
indicativos de novas investigações.
REFERÊNCIAS
FREITAS, M. T. A. A perspectiva vigotskiana e as tecnologias. Revista Educação –
História da Pedagogia 2 – Lev Vigotski, 58-67. 2010.
SIGALÉS, C. Els factors d’influència en l’ús educatiu d’internet per part del
professorat d’educació primària I secundària obligatòria de Catalunya. Tesis de
doctorado. Departamento de Psicologia Evlutiva y de la Educación.
Universidad de Barcelona. 2008.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS
4. CONSIDERAÇÕES
como citado por LINS, 2014). Nesse sentido, entendemos que a recorrente
dificuldade nos processos de apropriação da escrita em Língua Portuguesa pelos
alunos surdos evidencia que não há caminhos metodológicos conclusivos nesse
cenário, porém, as observações e análises realizadas indicam o predomínio das
potencialidades sobre as limitações do uso das tecnologias na educação, inclusive
na busca por uma efetiva educação bilíngue para surdos. As percepções e
interações das crianças surdas e do professor surdo em relação ao OA desenvolvido
evidenciam ainda que, para que esses recursos possam ser mais efetivos e
significativos, é imprescindível o envolvimento dos sujeitos surdos no planejamento
da arquitetura desses artefatos, apontando para um cenário de pesquisa que
poderia ser mais explorado nessa direção, a partir de pesquisas futuras que visem
encorpar as discussões e os modos de ensinar (no que diz respeito à alfabetização
de crianças surdas) que não se situam na centralidade das práticas pedagógicas de
maneira mais ampla.
REFERENCIAS:
ALVES, L. R. G.; PRETTO, N. Escola: um espaço de aprendizagem sem prazer?
Comunicação & Educação, n. 16, p. 29-35, 1999.
ARCOVERDE, R. D. L. Tecnologias digitais: novo espaço interativo na produção
escrita dos surdos. Cad. Cedes, Campinas, vol. 26n. 69, p. 251-267, mai./ago. 2006.
1. INTRODUÇÃO
Mohamed Bouazizi, vendedor ambulante na pequena cidade de Sidi Bouzid,
deu seu último grito de protesto em 17 de dezembro de 2010. Após se negar a pagar
propina a policiais locais, Mohamed teve sua banca de frutas e verduras confiscada
pela última vez. As cenas dramáticas de sua autoimolação foram registradas e
divulgadas na internet. A ira se alastrou rapidamente e uma série de manifestações
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2. METODOLOGIA
Como pesquisadora e professora da rede estadual paulista, desde meu
ingresso na sala de aula, criei uma página na rede social Facebook, a fim de
estabelecer uma conexão perene com meus alunos. No início, objetivava criar
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1885
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O ano de 2013 pode ser considerado o momento áureo de indignação na
rede social Facebook. As centenas de indignados postavam suas fotos nas ruas,
segurando faixas e cartazes de luta política. As publicações e comentários
açucarados de outrora foram sobrepujados por uma avalanche de palavras de
ordem e justiça. A revolta contra as mazelas sociais e as instituições de poder era
saciada apenas com o sentimento de participação ativa nos movimentos, ainda que
esta se limitasse a um compartilhamento de aforismos ou posts ácidos.
Por meio de uma observação sincrônica, o que se nota é que o desequilíbrio
provocado pelas manifestações nas principais capitais brasileiras, hoje, não passa
de um acontecimento pontual na história desses jovens. Ainda que uma breve busca
nos perfis da rede social permita a identificação desses eventos na memória virtual
dos indivíduos, vê-se que seus discursos ideológicos foram silenciados. O equilíbrio,
ou a volta à normalidade cotidiana, inclui a representação performática dos
populares selfies, a participação em rede de desafios - como o do “balde de gelo” e
as fotos sem make e #nofilter -, além da exposição de pensamentos e
acontecimentos da vida íntima e, principalmente, escolar.
Ao pensarmos nessa brusca alteração comportamental revelada pelo teor do
conteúdo dos textos produzidos e veiculados no Facebook, trazemos à baila a
questão da autoria. Bakhtin (1990) defende que toda palavra está carregada de um
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
atividade dos alunos na rede social Facebook, notou-se que as ações dos mesmos
estão condicionadas e conectadas aos discursos evidentes em dado momento.
Como dito anteriormente, o envolvimento com causas políticas locais e globais se
justifica como um movimento de massa que se alastra superficialmente, tocando os
indivíduos, mas não sendo capaz de provocar mudanças substanciais. Tais
resultados nos fazem refletir acerca do papel formador a ser desempenhado pela
escola.
A inconclusão do ser humano de que fala Paulo Freire (1996) traz em seu
bojo a oportunidade de se formar seres históricos com a capacidade de intervir e
conhecer o mundo; de habitar as coisas do mundo. A vontade de verdade surgiria do
indivíduo em sua busca, e não da estereotipia causada pelos discursos institucionais
dotados de poder coercitivo.
Ainda que a educação seja o instrumento de direito pelo qual todo indivíduo
possa ter acesso a qualquer tipo de discurso, sabe-se que em sua distribuição as
linhas estão marcadas pelas oposições e lutas sociais. “Todo sistema de educação é
uma maneira política de manter ou modificar a apropriação dos discursos, com os
saberes e os poderes que eles trazem consigo.” (Foucault, 2013, p.41). Dessa
forma, vemos que há uma interrupção entre a transposição do pensamento ingênuo
pelo pensamento crítico.
Mais do que revelar modismos em meio cibernético, a produção intelectual
no Facebook indica a escassez de recursos autorais com que lidam os sujeitos. Os
motivos que levam os adolescentes a seguirem fenômenos esporádicos podem ser
de ordens desconhecidas ou não suscitadas aqui. No entanto, o que se pretende
destacar é o esvaziamento do discurso, sua efemeridade. Se com a internet a voz
popular se torna audível, nota-se que muitos ainda não sabem o que fazer com essa
força.
Mesmo se tratando de uma pequena mostra do que é o universo cibernético
e de suas inúmeras possibilidades, chega-se a conclusão de que ainda há um trajeto
a ser percorrido no que diz respeito à formação desses sujeitos. Os textos do
Facebook apenas retratam um comportamento cotidianamente observado nas salas
de aula; a superficialidade e a ausência de um pensamento emancipatório também
estão presentes no trato com a literatura, por exemplo. As mudanças, ainda que
inevitáveis, só produzirão efeitos concretos a partir de um trabalho que priorize
Referências
BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1990.
BOSI, E. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. São Paulo: Ateliê
Editorial, 2003.
CATELLS, M. Redes de Indignação e esperança: movimentos sociais na era da
internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
COSTA, M. C. C. Ficção, comunicação e mídias. São Paulo: Senac, 2002.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France,
pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola, 2013.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
1 INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
1http://hdl.handle.net/11449/148563>
2https://www.usc.br/site/conteudo/6017-professora-da-usc-elabora-informativo-sobre-c.html
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1896
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. Introdução
2. Metodologia
3. Discussões
Referências
http://www.huffingtonpost.com/cris-rowan/10-reasons-why-handheld-devicesshould-
be-banned_b_4899218.html. Acesso em:15/04/2017
1. INTRODUÇÃO
O próprio termo “game didático” pode induzir o leitor a crer que se tratamos
no texto, de qualquer jogo com uma finalidade educativa – uma vez que todo jogo ou
game propicia aos usuários, processos de aprendizagem ou de aquisição de
informações, pois são essencialmente lúdicos e “didáticos”, ao conseguirem
simularem atividades ou situações reais. Por isso, é necessário definir estritamente o
que consideramos como game didático, para conseguirmos delimitar objetivamente
as suas características educativas e as suas finalidades específicas, como recurso
didático-pedagógico regular.
Assim, a primeira etapa consiste em delimitar a tipologia dos games pela
intenção de uso com que são criados; em segundo lugar, pela presença de
características e de configurações autenticamente pedagógicas; em terceiro lugar,
pela presença em suas estruturas ou interfaces narrativas, de uma metodologia de
aplicação que observe o formato, o conteúdo e a finalidade de ensino-aprendizagem
de uma atividade pedagógica escolar; por fim, em quarto e último lugar, um game
didático deverá apresentar uma estrutura complementar que permita avaliar o
rendimento didático, tantos dos objetivos de quem ensina, quanto, deverá propiciar
para os alunos, recursos que facultem o cumprimento satisfatório das metas de
aprendizado estabelecidas.
Assim, o que chamamos de game didático, em primeira instância, deve ser
delimitado precisamente como tal, desde a ideia e os primeiros rascunhos: se a
intenção é que um jogo seja utilizado em sala de aula, ele deverá ser pensado e
desenvolvido com suficiência para tanto.
Além disso, é necessário pensar que no contexto escolar duas questões são
essenciais: o desenvolvimento da atividade (complementos didáticos e exercícios) e
a avaliação. O game gidático deve ser capaz de oferecer desdobramentos nesse
sentido.
Na apresentação de um game didático, é preciso pensar com cuidado a
abordagem dos professores e da instituição de ensino. O jogo pode ser apresentado
ao professor de forma intuitiva ou de forma objetiva. De forma intuitiva, na medida
em que o professor joga – e passa pelos mesmos desafios que os alunos terão
durante as aulas, ele entenderá o jogo. De forma objetiva, pode-se optar pelo uso de
um manual ou guia do professor, que ele deverá receber a parte com as
características essenciais do jogo e os seus materiais complementares, ou ainda, o
desenvolvedor pode fazer uma versão especial “tutorial” para que o professor jogue
e, ao mesmo tempo, receba as instruções de aplicação do jogo e de seus materiais
complementares.
Cumpridos todos esses parâmetros, teremos um game que foi pensado para
o contexto escolar desde a sua concepção. Portanto, ele terá um caráter pedagógico
e didático inerente a sua natureza lúdica, conservando no processo de seu
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ABT, C. Serious Games. Lanham, MD: University Press of America: New York,
1987.
AZEVEDO, Janaina Leite de. “Na Trilha de Macunaíma”, Game Didático – GDD &
Roteiro Interativo do jogo digital para Literatura no Ensino Médio. Dissertação
de Mestrado. UNESP, Bauru, 2017.
AMATEMÁTICAPRESENTENAUTILIZAÇÃODEROBÓTICAEDUCACIO
NALPORALUNOSDOENSINOMÉDIO
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Rosa: Claro!
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
COMUNICAÇÃO (FAAC/UNESP)
luiza.mattar@etec.gov.sp.br
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de
Educação em Direitos Humanos. Brasília, DF: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos; MEC, 2006.
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
possibilita aos alunos expor suas ideias, ou responder questões por meio de
imagens, vídeos ou elaboração de frases. O Answer Garden, no qual o professor
pode criar questões e os alunos podem responder com frases curtas ou palavras, tal
recurso aponta as palavras mais utilizadas e isso facilita a compreensão do que os
alunos pensam sobre determinado assunto. E por fim os exergames, “a combinação
do exercício físico com os jogos de videogame” (VAGHETTI; BOTELHO, 2010, p.
79), por meio de sensores de movimentos que auxiliam no desenvolvimento da
coordenação motora, com jogos de dança, ginástica e esportes, conteúdos que
fazem parte das aulas de Educação Física. Este recurso, além de proporcionar a
vivência de esportes não tão difundidos no ambiente escolar, quando atrelados ao
planejamento, “podem representar uma nova perspectiva de opção de atividade em
aulas de Educação Física” (SCHWARTZ; TAVARES, 2015, p. 49) e possibilitar o
enriquecimento da prática esportiva agregando conhecimentos proporcionados pelo
ambiente simulado.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
SILVA, Edna Lúcia da. CAFÉ, Lígia. CATAPAN, Araci Hack. Os objetos
educacionais, os metadados e os repositórios na sociedade da informação. Revista
Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 39 n. 3, p.93-104, set./dez., 2010.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, grande parte dos países apresenta alguma forma de esforços
oficiais em torno de iniciativas de dados abertos governamentais (WORLD WIDE
WEB FOUNDATION, 2015) e os dados abertos aparecem como um dos
compromissos feito pelos países em seus planos nacionais de transparência
governamental (KHAN; FOTI, 2015). A publicação de dados abertos é associada a
uma grande variedade de benefícios para o setor público, como: maior prestação de
contas, engajamento público, transparência, serviços novos ou melhorados,
aprimoramento de políticas, crescimento econômico, inovação e otimização de
processos administrativos, entre outros (JANSSEN, CHARALABIDIS, ZUIDERWIJK,
2012). O conceito de dados abertos adotado é o proposto pela Open Definition.org
(http://opendefinition.org, tradução nossa), que declara que “aberto significa
que qualquer pessoa pode acessar, usar, modificar e compartilhar livremente para
qualquer finalidade (sujeito, no máximo, a requisitos que preservam a procedência e
a abertura) ”. Os dados podem ser publicados tanto por iniciativa do próprio governo
quanto por requisições dos cidadãos – no caso brasileiro, via portal específico para
atendimento à Lei de Acesso à Informação, nº 12.527 de 2011
(http://acessoainformacao.gov.br).
A tecnologia da informação é vista como um componente-chave para os
dados abertos, ao facilitar sua publicação em formatos abertos, seu cruzamento com
outros dados, análises e visualizações, aumentando a capacidade de seus usuários
1933
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1. Total de conjuntos de dados publicados a cada ano, desde 1995. Fonte: autor.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Brasil é um dos pioneiros na publicação de dados governamentais, mas
ainda apresenta muitos desafios para uma maior abertura, tanto na quantidade de
informações quanto nos formatos dos arquivos, impossibilitando um maior
acompanhamento e desenvolvimento econômico e social a partir dos dados
educacionais.
Os conjuntos de dados educacionais encontrados ficam em torno de 3 eixos
principais: os censos (educação básica, ensino superior, dentre outros), a prestação
de contas das políticas públicas (quantidade de itens e valores repassados em
programas como Prouni, PNAE, Pronatec, PNLD, dentre outros) e os microdados de
avaliações diagnósticas (Prova Brasil, ENEM, ANA, dentre outros). Tal tendência é
alinhada às missões das organizações que os publicam: o MEC e o INEP.
REFERÊNCIAS
BRITO, Kellyton dos Santos, COSTA, Marcos Antônio da Silva, GARCIA, Vinicius
Cardoso, MEIRA, Silvio Romero de Lemos. Is brazilian open government data
actually open data? An analysis of the current scenario. International Journal of
E-planning Research (IJEPR), Vol.4 (2), p. 57-73, abr 2015.
Fonte: autor.
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
3. METODOLOGIA
4. RESULTADOS
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. E B.; PRADO, M. E. B. Integração tecnológica, linguagem e
representação. In: ______. Integração de tecnologias, linguagens e
representações. Boletim Salto para o Futuro. Série TV- ESCOLA-SEED-MEC,
2005. Disponível em:
http://cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/public
ationsSeries/145723IntegracaoTec.pdf. Acesso em 14 abr 2017.
thiagorlomba@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
O PhET foi escolhido por ser acessível, gratuito e promover simulações que
podem ser salvas para uso futuro sem a necessidade de internet. Além disso,
disponibiliza experimentos de diversas áreas do conhecimento desde 2002,
atualizando seu acervo constantemente.
As simulações disponíveis são categorizadas por área e nível de ensino,
sendo que um mesmo experimento pode estar presente em mais de um lugar nas
diferentes categorias.
Dessa forma, a fim de verificar as diferentes áreas em que um mesmo
experimento está inserido, listamos os 136 experimentos (Março de 2017)
disponibilizados no PhET, organizando-os por área.
A fim de analisar quais as disciplinas responsáveis pela coordenação das
ações disciplinares e a presença de elementos responsáveis por articular as
diferentes áreas envolvidas em cada experimento, os onze experimentos que se
enquadravam em três ou mais áreas do conhecimento na categoria
“área” foram analisados quanto às informações disponibilizadas pelo PhET
para cada experimento, por estarem situados em mais de duas áreas, uma relação
com a interdisciplinaridade se torna facilitada, e que se apresentam divididos em
tópicos, que corresponde aos conteúdos que deverão ser abordados, descrição, que
é um resumo do que será realizado na simulação e objetivos de aprendizagem que
correspondem ao problema que o aluno deverá compreender ao final do
experimento.
As informações disponíveis foram comparadas com as áreas definidas pelo
PhET e cada experimento foi simulado a fim de determinar a disciplina coordenadora
e elementos aglutinadores de cada experimento, que é um conceito, característica
ou, até mesmo, um exemplo em comum entre a disciplina coordenadora e as demais
disciplinas relacionadas. Esses parâmetros foram selecionados a partir da descrição
disponibilizada para cada uma das onze atividades analisadas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1: Áreas de estudo e quantidade de experimentos disponíveis no PhET que envolvem uma
única área.
Área Quantidade
Física 50
Matemática 13
Química 12
Biologia 6
Ciências da Terra 3
Total 84
Tabela 2: Áreas de estudo e número de experimentos envolvendo duas áreas ou mais, segundo
classificação do PhET.
Quadro 1: Relação de experimentos analisados, áreas que estão situados e suas respectivas
disciplinas coordenadoras e elementos aglutinadores.
Disciplina Elemento(s)
Áreas Experimento
coordenadora aglutinador(es)
Física, Biologia e Átomos e moléculas;
Reações e taxas Química
Química Reação; Concentração
Física, Biologia e
Som Física Ondas; Som
Ciências da Terra
Biologia, Química e Ácidos e Bases;
Escala de pH Química
Ciências da Terra Concentração
Balões e Empuxo Física Gás
Propriedades dos
Química Gás; Moléculas
Gases
Física, Química e Moléculas e luz Física Moléculas; Atmosfera
Ciências da Terra Balões e Eletricidade
Física Eletricidade estática
estática
Efeito Estufa; Gases do
O efeito estufa Física ou Química
Efeito Estufa
Física, Química,
Ciências da Terra e Onda em corda Física Ondas
Matemática
Física, Biologia, Blackbody-spectrum Física Sol; Luz (luz visível)
Química e Ciências Jogo da datação Radioatividade; Datação
da Terra Química
radioativa Radiométrica
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A coleta dos dados, ocorreu por meio das entrevistas semiestruturadas e das
observações in-loco. As considerações terão como base a fundamentação teórica
apresentada no decorrer do trabalho, com vistas a responder à questão central que
permeia este estudo, ou seja, como ocorre a relação entre a prática pedagógica de
professores de diferentes unidades escolares e os cursos de formação continuada
em EaD que foram oferecidos entre os anos de 2011 e 2013 pela Secretaria de
Educação de um município do interior de São Paulo.
A partir da aplicação da entrevista com as 13 professoras, foi possível
conseguir descrições das ações, interações, fatos e formas de linguagem, que
permitiram estruturar um quadro de categorias da realidade estudada, para realizar
as análises e interpretações. A seguir, expõe-se um quadro resumo destas
categorias:
Quadro 1: Categorias de análise
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1965
Por conseguinte, uma das hipóteses acerca dos motivos pelos quais os
docentes não usam o AI da escola, pode ser em razão de diversos fatores, como
infraestrutura, escasso conhecimento tecnológico e autonomia, pouco apoio da
gestão escolar, resistência (por não querer sair da zona de conforto), sobrecarga de
trabalhos pedagógicos, não perceberem as potencialidades das TDIC, etc. Isso gera
nos professores uma insegurança e temor quanto a fazer uso de tais ferramentas,
percebe-se este fato, na fala de algumas entrevistadas.
Moran (2004) afirma que na maior parte das vezes, os docentes têm
dificuldades no domínio das tecnologias e, buscam fazer o máximo que podem,
diante disso, apresentam uma atitude controladora e repetidora. Muitos tentam
mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não sentem preparados para
experimentar com segurança. Ainda de acordo com o autor, é importante diversificar
as formas de dar aula, desenvolver as atividades e de avaliar.
Tantos estudos tem insistido na importância da formação do professor para
uso das tecnologias, deste modo o professor precisa conhecer as ferramentas
tecnológicas, para adquirir autonomia e conseguir usar as TDIC. O professor é o
mediador, ele é que conhece o conteúdo, sabe das necessidades e dos prováveis
caminhos para que o aluno possa obter um melhor aprendizado, todavia o monitor
pode-se constituir como peça fundamental neste cenário, desenvolvendo um
trabalho de parceiro junto ao docente.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. E. B. Prática e formação de professores na integração de mídias.
Integração das Tecnologias na Educação/ Secretaria de Educação a Distância.
Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2005. 204 p.; il.
1. INTRODUÇÃO
O uso da Internet em nossa sociedade é cada dia mais crescente, e como
exemplo, em âmbito universitário tem se convertido apenas como veículo de busca
e gerenciamento de informações. Entretanto no âmbito educacional, o uso da
internet como espaço para o processo de ensino e aprendizagem é muito escasso
(AREA, 2000).
O processo de ensino e aprendizagem através da internet é uma
oportunidade a ser utilizada na Educação Superior, pois irá permitir aos estudantes
um desenvolvimento que vai além das salas de aula (BETTS; KRAMER; GAINES,
2011).Considerando que estamos em um caminho de desafios e aspirações para os
professores e alunos, pensar na educação atual é olhar para os meios de
comunicação como potencializadores de uma aprendizagem significativa.
A internet e as redes sociais em concreto, implica em uma mudança do
ensino tradicional. As tarefas anteriormente atribuídas diretamente para o professor,
como a procura de informação e conhecimento, são distribuídas aos estudantes de
acordo com os interesses de conhecimento. Este é uma mudança de paradigma
que possibilita metodologias mais inovadoras e conteúdos atualizados e funcionais
os alunos.
As redes sociais, especificamente o Facebook, supõe uma nova dimensão
sobre os processos de aprendizagem e conhecimento (WODZIKI; SCHWÄMMLEIN;
MOSKALIUK, 2011), assim ressalta as conclusões dos estudos realizados por
ÁLVAREZ; LÓPEZ (2013), GRAY; CARTER (2012), LICCARDI ET AL. (2007),
MENDIGUREN ET AL. (2012), REINA ESTÉVEZ ET AL. (2012), TUÑEZ; GARCÍA
1969
2. METODOLOGIA
caráter qualitativo e entrevistas com cinco docentes que utilizam desta abordagem
como meio de aprendizagem colaborativa.
A pesquisa foi aplicada para cento e quarenta e três estudantes de
pedagogia, entre esses, quarenta e cinco sendo homens e noventa e oito mulheres.
O critério escolhido para aplicação foi da utilização do Facebook como meio de
aprendizagem e não apenas como via de contato.
Alguns dos objetivos específicos entre outros, tem sido: identificar os
obstáculos, e os facilitadores da sua utilização como meio de aquisição de
conhecimento, e identificar os tipos de uso, e analisar as redes sociais como
possibilitadores de interação, colaboração e aprendizagem.
As técnicas de análise de informação empregadas foram diferenciadas em
função do instrumento e dos dados (quantitativos e qualitativos). Com o software
SPSS V.19 se efetuaram as análises quantitativos, analíticos e descritivos. Na
análise qualitativa que foram obtidas das declarações dos estudantes, se utilizou o
programa Atlas. Ti v 6.1, para categorizar a informação. Mediante aos dados obtidos
nesta metodologia foi possível alcançar uma inferência de dados integrados, o que
permitiu posteriormente a triangulação dos dados. Codificou-se todas as
informações para maior agilidade e facilidade de analise descritiva para posteriores
interpretações.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Ainscow, M. "Moving knowledge around: strategies for fostering equity within
education systems."Journal of Educational Change, 13(3), 289-310.
(2012).
Area, M. ¿Qué aporta internet al cambio pedagógico en la Educación Superior? En
Pérez, R. (Coord). Redes multimedia y diseños virtuales,(pp, 128-135).
Actas del III Congreso Internacional de Comunicación, Tecnología y Educación.
Oviedo: Universidad de Oviedo, 2000.
Dias, A., Gomes, M. J. E-Conteúdos para E-Formadores. Braga:
TecMinho/Gabinete de Formação Contínua da Universidade do Minho, 2008.
Gray, K. & Carter, M. “If Many Were Involved”: University Student Self-Interest and
Engagement in a Social Bookmarking Activity. International Journal of Online
Pedagogy and Course Design,2(4), 20-31, 2012.
Meso, K., Pérez, J. y Mendiguren, T. Estrategias de enseñanza formal e
informal. En SIERRA, J.; SOTELO, J. (Coord.). La incorporación de las redes
sociales como herramienta en las aulas. Métodos de innovación docente
aplicados a los estudios de Ciencias de la Comunicación.
Madrid: Fragua, 2010.
Moorman, J. & Bowker, A. The University Facebook Experience: The Role of Social
Networking on the Quality of Interpersonal Relationships. American Association
of Behavioral and Social Sciences Journal, 15, 1-23 (2011).
Reid, S. The Changed Role of Professor in Online Courses. International Journal
of Online Pedagogy and Course Design,2(1), 21-36 (2012).
Salinas, J. Redes y desarrollo profesional del docente: entre el dato Serendipiti y el
foro de trabajo colaborativo. Profesorado. Revista de Currículum y Formación de
Profesorado, 2(1), 13-24, 1998.
Sotomayor, G. Las redes sociales como entornos de aprendizaje colaborativo
mediado para segundas lenguas. Revista Electrónica de Tecnología Educativa,
34, 1-16, jan./mar. 2010.
UNESCO. ICT competency standards for teachers. Paris: United Nations
Educational, Scientific and Cultural Organization. Retirado de
http://cst.unescoci.org/sites/projects/cst/The%20Standards/ICTCSTPolicy%20F
ramework.pdf/> Acesso em: 02 Junho. 2017.
1. INTRODUÇÃO
Lab Livre SP, que criou 12 polos de fabricação digital espalhados pela cidade de São
Paulo montando uma rede pública a fim de representar a democratização da
educação, engenharia, fabricação e design. Eles são um fenômeno relativamente
novo, mas estão começando a produzir projetos com impactos significativos
nacionais através destas metodologias ativas.
Na UNESP, campus Bauru, temos o Sagui Lab que é um projeto de
extensão universitária da FAAC, sob a coordenação geral do Prof. Dr. Dorival Rossi
que iniciou suas atividades em outubro de 2012, para promover práticas de criação
colaborativa, a multidisciplinaridade, o uso de espaço compartilhado, técnicas de
fabricação digital e analógicas e o desenvolvimento de projetos inovadores em
multiplataforma digital. Essa é a primeira iniciativa universitária híbrida entre
Makerspaces/Fab Labs, Hackerspaces e a academia, que divulga o “Open Design”
(metodologia aberta para a produção de objetos e mídias) e outros métodos
colaborativos para o desenvolvimento de projetos dentro do Campus da Unesp
Bauru, num âmbito regional e global, pensando globalmente atuando localmente.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BANZI, Massimo; SHILOH, Michael. Getting Started with Arduino: The
OpenSource Electronics Prototyping Platform. EUA: Maker Media Inc., 2014.
DONALDSON, Jonan. The maker movement and the rebirth of constructionism.
EUA: Hybrid Pedagogy, 2014.
KAFAI, Yasmin B.; RESNICK, Mitchel. Constructionism in practice: Designing,
thinking, and learning in a digital world. United Kingdom: Routledge, 1996.
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da
informática. London: New York: Perseus Books, 1994.
PEPPLER, Kylie; HALVERSON, Erica; KAFAI, Yasmin B. (Ed.). Makeology:
Makerspaces as learning environments. V.1 e V.2. United Kingdom: Routledge, 2016.
RESNICK, Mitchel; ROSENBAUM, Eric. Designing for tinkerability. Design, make,
play: Growing the next generation of STEM innovators. United Kingdom: Routledge,
2013.
STAGER, G. What’s the maker movement and why should I care. Scholastic
Administrator Journal: London, 2014.
STAGER, G. Progressive education and the maker movement-Symbiosis or
mutually assured destruction. São Paulo: Fab Learn, 2014.
Eixo 08
Educação, Desenvolvimento e
Aprendizagem
E-mail: stephanielee_1@hotmail.
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
O objetivo da pesquisa é analisar a concepção de crianças de oito e nove
anos sobre alguns dilemas morais. Buscou-se analisar a tomada de decisões
baseado em fatos da vida real, tendo como princípio a construção da moralidade.
3. MÉTODO
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
LAU: “Eu achei a atitude boa, porque se ela não alimentar o bebê,
ele morre”.
LAR: “Eu acho que ela está certa, porque o filho dela estava com
fome”(.)
Apenas quatro estudantes, disseram que não sabiam o que fazer e outros
tentaram descrever uma solução para o problema:
EDU: “Eu roubaria para não ver meu filho morrer de fome e
quando conseguisse dinheiro, voltaria e pagaria”.IZA: “Não sei, porque
roubar é feio, mas o filho estava com fome”. ANAL: “Eu acho que ela fez
isso por bem, mas devia ter pedido doação”.
MAR: “Achei que ela não deve roubar, mas por outro lado ela só
quis ajudar seu filho”.
ALA: “Eu acho que deveria ser Marcos, pois ele desobedeceu sua
mãe, já João não, pois ele fez sem querer”.
ANN: “Salva-se a criança porque ela tem mais tempo para viver, já
o idoso se ele viver ele já vai morrer do mesmo jeito”.
ANT: “ Escolheria o idoso por causa que ele tem que ensinar
todos”
(.)
Apenas dois alunos colocaram que o melhor a fazer é sortear, o que nos
leva à análise de que, dessa forma, não teriam que escolher quem merece viver,
racionalizando a não-hierarquização dos princípios e valores na tomada de decisão.
Durante a aplicação do questionário, a importância da participação e das
decisões dos alunos foram primordiais, pois eles se colocavam como protagonistas
da história. Existiu a regra de realizar a atividade individualmente, evitando a
interferência de decisões entre as crianças e respeitando, dessa maneira, as
diferenças de opinião entre eles. Ao término da coleta de dados, houve interesse em
saber o que o colega escreveu ou pensou em determinada situação, fazendo com
que discutissem e repensassem suas decisões, ou seja, notamos uma influência
sobre a opinião do colega.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
1989
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BATAGLIA, P. U. R.; MORAIS, A. de; LEPRE, R. M. A teoria de Kohlberg sobre o
desenvolvimento do raciocínio moral e os instrumentos de avaliação de juízo
e competência moral em uso no Brasil.Estudos de psicologia. Natal. [online].
2010, vol.15, n.1, pp.25-32.
______ Psicologia del Desarrollo Moral. 9. Bilbao: Ed. Desclée de Brouwer, S.A.
1992.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Notou-se, por meio dos estudos realizados, que o curador é aquele que
organiza exposições; porém, muito mais que um ato organizacional, o ofício do
curador exige que o profissional da curadoria pesquise, contextualize, relacione,
construa e saiba conceituar determinados elementos característicos, do início ao fim
cada projeto, que também precisa ser muito bem arquitetado. Observa-se, deste
modo, que o curador precisa dispor de um conhecimento amplo e, em geral,
interdisciplinar, muitas vezes transitando por saberes ainda inexplorados, a cada
trabalho (ALVES, 2010).
Ainda segundo Alves (2010), compreende-se que a curadoria é realizada por
um norteador, o próprio curador, porém é necessário, também, que haja a
colaboração por parte de toda a equipe curatorial, essencial na execução de cada
etapa delineada. O curador orienta os passos a serem seguidos, mas é necessário
que cada membro da equipe trabalhe em função de cumprir suas incumbências,
num ato colaborativo.
Nesta perspectiva, observou-se a educação como um meio de organizar,
selecionar e relacionar informação ao conhecimento (POZO, 2002) e deste modo,
analisou-se a possibilidade de aproximar a curadoria de arte do espaço educacional,
na abordagem da arte educação.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALVES, Cauê. A curadoria como historicidade viva. In: RAMOS, Alexandre Dias
(Org.). Sobre o ofício do curador. Porto Alegre: Zouk, 2010. p. 43-57.
BARBOSA, Ana Mae. Tópicos utópicos. Belo Horizonte: COM ARTE, 1998.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 30. ed. São Paulo: Paz e
Terra, 2007.
_______. Pedagogia do oprimido. 42. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
SCHOR, Juliet B. Nascidos para comprar: Uma leitura essencial parar orientarmos
nossas crianças na era do consumismo. São Paulo: Gente, 2009.
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
3. METODOLOGIA
Ao longo do ano letivo foram lecionadas aulas teóricas sobre o estado físico
da matéria e, para auxiliar o modelo mental dos alunos, essas aulas foram
ministradas com o uso de simuladores juntamente com questionários que já
continham as instruções de manuseio do simulador. No encerramento da pesquisa
foi feito um questionário final, no qual os alunos responderam desta vez, sem o
auxilio do simulador, apenas recordando as atividades anteriores. Foram
necessárias duas aulas para a aplicação de cada questionário. Essas atividades
foram aplicadas para quatro turmas de terceira série do Ensino Médio, da Escola
Estadual Fernando Costa, em Presidente Prudente – SP. Os estudantes realizaram
as atividades propostas no simulador “Estados da matéria” desenvolvido pelo grupo
PhET da Universidade Colorado-Boulder.
O questionário continha as mesmas questões feitas durante as atividades
com o simulador, uma vez que o intuito era observar e comparar os modelos
expressos pelos alunos sobre o mesmo conceito, uma com o auxilio do simulador e
outra sem o simulador. Foi analisado se os alunos conseguiram representar de
forma adequada espécies químicas (átomos, moléculas diatômicas ou triatômicas),
se relacionavam a distância entre os átomos/moléculas com o estado físico da
matéria e se representavam a energia cinética.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AMARAL, Carmem Lúcia Costa; XAVIER, Eduardo da Silva; MACIEL, Maria de
Lourdes. Abordagem das relações ciência/tecnologia/sociedade nos conteúdos de
funções orgânicas em livros didáticos de Química do Ensino Médio. Investigações
em Ensino de Ciências, v. 14, n. 1, p. 102, 2009.
MELO, Elda Silva do Nascimento; MELO, João Ricardo Freire de. Softwares de
simulação no ensino de Química: uma representação social na prática docente.
Educação Temática Digital, v.6, n.2, p.56, jun. 2005.
1. INTRODUÇÃO
O ser humano é um ser social, por isso tudo o que ele tem de humano é
fruto da apropriação da cultura produzida por gerações precedentes. O homem
aprende a ser humano. A principal característica da apropriação da cultura é que por
meio dela, desenvolvem no ser humano novos órgãos funcionais (LEONTIEV, 1978),
ou na expressão de Vigotski, Funções Psicológicas Superiores. Funções, essas que
são especificamente humanas. (DUARTE, 1993; LEONTIEV, 1978; e VIOTTO
FILHO, 2012).
É sabido que todos os tipos de conhecimento, seja do senso comum ou
científico, incidem no desenvolvimento psíquico, portanto, humanizam, porém, não
da mesma forma. O conhecimento mais elaborado, o saber sistematizado
desenvolve as funções psíquicas em suas máximas possibilidades e aqui defende-
se a necessidade da instituição escolar transmitir esse saber não cotidiano,
conforme apontado por autores da Pedagogia Histórico-Critica e da Psicóloga
Histórico-Cultural (DUARTE, 1993; MARTINS, 2011; SAVIANI, 2005; MALANCHEN
& ANJOS, 2013).
A escola passa a ter importância fundamental no tocante a proporcionar para
a criança a apropriação da cultura produzida historicamente e para a comunicação e
relação do aluno com o meio social. Também a assimilação de novos conhecimentos
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
dos conceitos. Tais conceitos, provavelmente, não serão mais estudados pelos
alunos nas séries seguintes. Quando o livro didático apresenta o texto referente ao
gênero textual, não há uma explicação sistemática, hora ou outra aparece algumas
linhas tratando do significado dos conceitos, mas de forma muito superficial.
Nas aulas, a professora se esforça no sentido de ensinar seus alunos e por
isso, devemos reconhecer que talvez a falha no processo de transmissão de
conceitos não esteja totalmente em sua forma de trabalho, mas sim em uma
complexa trama que impossibilita um trabalho de qualidade. A sala é composta por
mais de trinta alunos, nos dias de calor a sala fica extremamente quente, pois há
três ventiladores, sendo um com defeito. O livro didático oferecido a ela pela escola,
como visto, não possibilita a aprendizagem conceitual.
Concluímos que os conceitos ensinados figuram no plano dos
pseudococneitos no pensamento das crianças e não avançou ainda à etapa do
pensamento conceitual. Isso se deve a dois fatos: primeiro pela idade das crianças.
Segundo Vygotski (2014) o pensamento conceitual se torna possível na
adolescência, mas se desenvolve em processo, por isso a importância desta
pesquisa, que visa analisar o processo e não o produto final. Segundo que houve, a
partir da nossa análise, uma falha na transmissão dos conceitos, não sendo culpa da
professora, mas de todo um conjunto de fatores que já mencionamos.
REFERÊNCIAS
ANJOS, R. E. O Desenvolvimento Psíquico na Idade de Transição e a
Formação da Individualidade Para-Si: Aportes Teóricos Para a Educação Escolar
de Adolescentes. 2013, 167 f. Dissertação (Mestrado em Educação Escolar)
Faculdade de Ciências e Letras – UNESP/Araraquara.
ninnali@yahoo.com.br
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional
promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas
Constitucionais nos 1/1992 a 68/2011, pelo Decreto Legislativo nº
186/2008 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/1994.Artigo 205.
Dispõe sobre o direito de todos à Educação. 35.ed. Brasília : Câmara dos
Deputados, Edições Câmara, 2012. Disponível em:
<http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/.../constituicao_federal_
35ed.pdf?>. Acesso em: 26 jun. 2016.
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à
teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994.
FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao
pensamento de Paulo Freire. 3.ed. São Paulo: Moraes, 1980. LUDKE, M;
Unesp/Bauru
Unesp/Bauru
Filho” – Unesp/Bauru
Vera Lucia Messias Fialho Capellini – Universidade Estadual Paulista “Julio Mesquita
Filho” – Unesp/Bauru
Unesp/Bauru
1. INTRODUÇÃO
O conceito de pessoas com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD)
proposto pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (BRASIL, 2008) caracteriza-se pelo alto desempenho e/ou elevada
potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados:
capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criativo
e/ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para as artes e capacidade
psicomotora. Estas pessoas também podem apresentar elevada criatividade, grande
2. MÉTODO
Participantes
Local
Intervenção
Instrumento
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esses dados revelam que, ao avaliar apenas os alunos com AH/SD, três
fatores obtiveram significância estatística: Flexibilidade, Índice Criativo Verbal 1 e
Índice Criativo Verbal 2, todos com maiores pontuações no pós-teste. É possível
observar que os demais itens (com exceção de Fantasia) apresentaram aumento no
pós-teste, mas não foram estatisticamente significativos.
A Tabela 2 apresenta a mesma comparação, entre pré e pós-teste de
criatividade, dos alunos sem indicativos de AH/SD.
conteúdos mais aprofundados dos que normalmente são oferecidos nos livros
didáticos e realizar investigações (RENZULLI, 1998b).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALENCAR, E. M. L. S.; FLEITH, D. S.; BORUCHOVITCH, E.; BORGES, C. N.
Criatividade no Ensino Fundamental: Fatores Inibidores e Facilitadores segundo
Gestores Educacionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 31, n. 1, p. 105-114, 2015.
HÉBERT, T. P.; CRAMOND, B. L.; MILLAR, G.; SILVIAN, A. F. Paul Torrance: His
Life Accomplishments, and Legacy. The National Research Center on the Gifted
and Talented. University of Connecticut, 2002. Disponível em:
<http://www.gifted.uconn.edu/nrcgt/reports/ rm02152/rm02152.pdf> . Acesso em: 18
mar. 2017.
JAUK, E.; BENEDEK, M.; DUNST, B; NEUBAUER, A. C. The relationship between
intelligence and creativity: New support for the threshold hypothesis by means of
empirical breakpoint detection. Intelligence, v. 41, p. 212-221, 2013. Disponível em:
<http://dx.doi.org.ez87.periodicos.capes.gov.br/10.1016/j.intell.2013.03.003>.
Acesso em: 18 mar. 2017.
ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 4
Educação e Formação Humana: práxis e transformação social – Pesquisas Concluídas – ISBN 978-85-5444-002-2
2029
RENZULLI, J. S. A rising tide lifts all ships: Developing the gifts and talents of all
students. Phi Delta Kappan, v. 80, p. 1-15, 1998a.
RENZULLI, J. S.
RenzulliCenterforCreativity,GiftedEducation,andTalentDevelopment.1998b.
Disponível em: <http://gifted.uconn.edu/schoolwideenrichment-
model/rising_tide/>. Acesso em: 1 fev. 2017.
1. INTRODUÇÃO
As interações sociais são produtos históricos, desenvolvidas em constante
dialética pelos sujeitos coletivos. Assim, a reflexão sobre as atividades humanas
está interligada ao aparato discursivo sobre o qual elas incidem. Bakhtin (2003)
infere que a comunicação ocorre nas esferas da atividade humana através dos
gêneros do discurso, cuja construção se dá cotidianamente a partir de enunciados
que apresentam formas relativamente estáveis.
Na esfera escolar, tal como em outros campos, acontecem interações
sociais específicas, desenvolvidas por meio dos gêneros do discurso. Nessa
perspectiva, o processo de ensino e aprendizagem de Ciências Humanas se
desenvolve na esfera escolar através da linguagem. Os gêneros são
instrumentalizados como ferramentas através das quais os conteúdos
historicamente acumulados/transformados são ensinados e apreendidos. Desta
forma, o entendimento da problemática que circunda o conceito de gênero é
imprescindível às disciplinas de ciências humanas.
Para Marx (1999), ao transformar a natureza em sociedade os sujeitos
sociais transformam a si mesmos. Tal premissa é adotada por Bakhtin (2003) para a
compreensão da linguagem. Assim, ao surgir por meio das necessidades sócio-
históricas ela se configura como instrumento de poder e ação, em um processo
ininterrupto. A linguagem transforma-se ao mesmo passo em que os seus produtores
se modificam.
No tocante a relação estabelecida entre sujeito e objeto nas Ciências
Humanas, Bakhtin propõe que diferentemente das Ciências Exatas, nas quais
2031
2. METODOLOGIA
3. O GÊNERO EM BAKHTIN
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, E. D. P.; SOUZA, S. J. A pesquisa em ciências humanas:uma
leitura bakhtiniana. Bakhtiniana, v. 7, n.2, p. 109-122, jul.-dez. de 2012.
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criação verbal.São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso.In: Estética da criação verbal. São Paulo:
Martins Fontes, 2003.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividades de linguagem, textos e discursos: por um
interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: Educ, 2003.
FERNADES, J. F.; CARVALHO, M. G.; CAMPOS, E. N. Vigotski e Bakhtin:a ação
educacional como projeto dialógico de produção de sentido. Bakhtiniana, v. 7, n. 2,
p. 95-108, jul.-dez. de 2012.
FIORIN, J. L. Linguagem e ideologia. São Paulo: Ática, 2004.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo:
Contexto, 2006.
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UNESP, 2007. 233f. Tese Doutorado em Letras (Área de conhecimento:
Filologia e Linguística Portuguesa), Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Assis, 2007.
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MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros Textuais & Ensino. Rio de
Janeiro: Lucerna, 2005.
MARX, K. ; ENGELS, F. A ideologia alemã. 11 ed. São Paulo: Hucitec. 1999.
SILVEIRA, L. F. B. A produção social da linguagem: uma leitura do texto de Mikhail
Bakhtin (V. N. Volochinov), marxismo e filosofia da linguagem.
Trans/Form/Ação, n. 4, p. 15-39, 1981.
1. INTRODUÇÃO
Esse artigo tem por objetivo apresentar reflexões sobre as relações entre
tempo e infância, chamando atenção aos modos como essas relações vão se
constituindo e que dimensões são mobilizadas nessas tessituras. Tratase, portanto,
da apresentação e discussão de diferentes concepções encontradas a partir de uma
pesquisa bibliográfica realizada em diferentes plataformas que funcionam como
repositório de artigos, livros, teses e dissertações de diversos campos do
conhecimento, como Google Acadêmico, Portal Scielo e Portal de Periódicos
CAPES.
Essa busca por pesquisas que abordam as relações entre infância e tempo
trouxe consigo a necessidade de pensar outros entrelaçamentos, tais como o
existente entre o desenvolvimento do pensamento e da fala (VIGOTSKI, 2008) e
aqueles constituídos pelas relações entre as dimensões social e individual da vida
humana, relações que dão conta da formação da individualidade no imbricamento
com a coletividade (ou sociedade) e que sustentam o movimento de formulação do
conceito de tempo (ELIAS, 1998; HALL, 1996).
Os questionamentos motivadores da pesquisa aqui apresentada se
relacionam à aprendizagem dos conceitos temporais. Afinal, aprende-se um conceito
de tempo ou ele se desenvolve espontaneamente a partir das experiências? Que
tensões existem entre o socialmente partilhado e pactuado e o individualmente
construído? Como as relações entre pensamento e linguagem nos ajudam a
compreender esse processo de construção do conceito de tempo?
2038
2. METODOLOGIA