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História da música

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História da música é estudo das origens e evolução da música ao longo da história.
Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no estudo da evolução
cultural dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da
musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como qualquer área da história, é
trabalho dos historiadores, porém também é frequentemente realizado pelos
musicólogos.

Índice
1 Origem da música
2 A História da música e a tecnologia
3 A música na pré história
3.1 Antiguidade
4 Século XX
5 Referências
Origem da música
Se considerarmos o termo em sua maior abrangência, a história da música envolve ao
menos:

As origens culturais da música em cada grupo humano estudado.


As influências culturais e sociais que a música exerce e sofre ao longo de seu
desenvolvimento.
A origem e evolução de seus sistemas musicais característicos (que envolvem suas
estruturas rítmicas, melódicas e harmônicas).
O desenvolvimento das formas musicais e dos gêneros e estilos.
A história dos instrumentos musicais e técnicas associadas à sua execução.
A influência mútua entre a música e os demais movimentos culturais.
A origem e evolução dos sistemas teóricos utilizados para estudá-la, incluindo
sistemas de notação e análise musical.
As principais personalidades envolvidas na sua evolução. Os compositores e músicos
que marcaram cada período ou gênero específico ou que impulsionaram o
desenvolvimento de novas formas, estilos e gêneros.
A cronologia de todos estes temas.
A metodologia utilizada no estudo da história da música podem incluir a análise de
manuscritos e iconografia, o estudo de textos críticos ou literários, a associação
entre música e linguagem e a relação entre a música e a sociedade. A análise de
artefatos arqueológicos e a documentação etnográfica também são instrumentos úteis
a este campo do conhecimento.

A História da música e a tecnologia


História da Música é estudo das origens e evolução da música ao longo do tempo.
Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no estudo da evolução
cultural dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da
musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como qualquer área da história, é
trabalho dos historiadores, porém também é frequentemente realizado pelos
musicólogos.

Em 1957 Marius Schneider escreveu: “Até poucas décadas atrás o termo ‘história da
música’ significava meramente história da música erudita européia. Foi apenas
gradualmente que o escopo da música foi estendido para incluir a fundação
indispensável da música não européia e finalmente da música pré-histórica.”

Há, portanto, tantas histórias da música quanto há culturas e espaços no mundo e


todas as suas vertentes têm desdobramentos e subdivisões. Podemos assim falar da
história da música do ocidente, mas também podemos desdobrá-la na história da
música erudita do ocidente, história da música popular do ocidente, história da
música do Brasil, história do samba, e assim sucessivamente.

Uma das razões do conceito difundido de que história da música refere-se apenas à
música ocidental é a grande quantidade de obras existentes que tratam apenas desta
vertente e que predominaram por muitos séculos. Apenas após o surgimento da
etnomusicologia (uma área da etnologia), foi que as origens da música não européia
passaram a ser mais bem documentadas.

Nos estudos da música primitiva que tentam relacionar a música às culturas que as
envolvem, há duas abordagens prevalecentes: a Kulturkreis da “Escola de Berlim” e a
tradição norte americana da área cultural. Entre os adeptos da Kulturkreis está
Curt Sachs, que analisou a distribuição de instrumentos culturais de acordo com os
círculos culturais estudados por Gräbner, Schmidt, Isadora e Preuss, entre outros,
e descobriu que as distribuições coincidiam e estavam correlacionadas. De acordo
com esta teoria, todas as culturas passam pelos mesmos estágios e as diferenças
culturais indicam a idade e velocidade de desenvolvimento de uma dada cultura.

A teoria da área cultural, por outro lado, analisa a música de acordo com as
regiões nas quais as pessoas compartilham a mesma cultura, sem atribuir a essas
áreas um significado ou valor histórico (por exemplo, todos os Inuit tradicionais
possuíam um caiaque, um traço comum que define a área cultural Inuit). Em cada uma
das teorias, as regiões definidas necessariamente se interceptam, com pessoas que
compartilham partes de mais de uma cultura, permitindo a definição dos centros
culturais pela análise de seus limites. (Nettl 1956, p.93-94)

A etnologia analisa e documenta as manifestações culturais oralmente e as


correlacionam às suas regiões para determinar a história de cada cultura. Isso
inclui todas as manifestações artísticas, inclusive a música.

A música, no que concerne ao repertório, pode ser classificada em gêneros e


estilos, a partir máxime dos elementos musicológicos específicos considerados (a
saber, por exemplo: instrumentação e tessitura vocal; forma e estrutura; fórmula de
compasso; ritmo; andamento; harmonia e contraponto; etc.), isso quando não se
consideram, mais além, a forma ou o conteúdo do texto aplicado (letra ou libretto,
no caso específico da música vocal), a funcionalidade (eis, por exemplo, o caso
tanto das trilhas sonoras para produções cinematográficas ou televisivas quanto dos
jingles e vinhetas publicitárias para veículos de radiodifusão) ou mesmo a data
histórica em que a peça musical foi escrita (concernente à escola musical).

A música na pré história

Dança de Cogul. Imagem encontrada em Cogul, Espanha. Mostra a dança das mulheres em
torno de um homem nu.
As primeiras imitações sonoras do homem da pré-história, foram unicamente através
do som dos movimentos corporais acompanhados de sons vocais, eles pretendiam
completar a possessão do animal na sua essência, a sua alma.

Quando o ser humano se deu conta de si, procurou as respostas do que não entendia:
as primeiras respostas foram mágicas, com as crenças espirituais apareceram as
religiões. Para algumas culturas a música teve uma origem divina, porque
acreditavam que os sons foram-lhes dados por uma divindade. No entanto, a música
tinha uma correspondência direta com o cosmos e com o movimento dos planetas. Assim
apareceram as primeiras lendas sobre a sua origem.

Somente através do estudo de sítios arqueológicos podemos ter uma ideia do


desenvolvimento da música nos primeiros grupos humanos. A arte rupestre encontrada
em cavernas dá uma vaga ideia desse desenvolvimento ao apresentar figuras que
parecem cantar, dançar ou tocar instrumentos. Fragmentos do que parecem ser
instrumentos musicais oferecem novas pistas para completar esse cenário. No
entanto, toda a cronologia do desenvolvimento musical não pode ser definida com
precisão. É impossível, por exemplo, precisar se a música vocal surgiu antes ou
depois das batidas com bastões ou percussões corporais. Mas podemos especular, a
partir dos desenvolvimentos cognitivos ou da habilidade de manipular materiais,
sobre algumas das possíveis evoluções na música.

Na sua "História Universal da música", Roland de Candé nos propõe a seguinte


sequência aproximada de eventos:

Antropóides do terciário - Batidas com bastões, percussão corporal e objetos


entrechocados.
hominídeos do paleolítico inferior - Gritos e imitação de sons da natureza.
Paleolítico Médio - Desenvolvimento do controle da altura, intensidade e timbre da
voz à medida que as demais funções cognitivas se desenvolviam, culminando com o
surgimento do Homo sapiens por volta de 70.000 a 50.000 anos atrás.
Cerca de 40.000 anos atrás - Criação dos primeiros instrumentos musicais para
imitar os sons da natureza. Desenvolvimento da linguagem falada e do canto.
Entre 40.000 anos a aproximadamente 9.000 a.C - Criação de instrumentos mais
controláveis, feitos de pedra, madeira e ossos: xilofones, litofones, tambores de
tronco e flautas. Um dos primeiros testemunhos da arte musical foi encontrado na
gruta de Trois Frères, em Ariège, França. Ela mostra um tocador de flauta ou arco
musical. A pintura foi datada como tendo sido produzida em cerca de 10.000 a.C.
Neolítico (a partir de cerca de 9.000 a.C) - Criação de membranofones e cordofones,
após o desenvolvimento de ferramentas. Primeiros instrumentos afináveis.
Cerca de 5.000 a.C - Desenvolvimento da metalurgia. Criação de instrumentos de
cobre e bronze permitem a execução mais sofisticada. O estabelecimento de aldeias e
o desenvolvimento de técnicas agrícolas mais produtivas e de uma economia baseada
na divisão do trabalho permitem que uma parcela da população possa se desligar da
atividade de produzir alimentos. Isso leva ao surgimento das primeiras civilizações
musicais com sistemas próprios (escalas e harmonia).
Antiguidade
Muitos historiadores apontam a música na antiguidade impregnada de sentido
ritualístico e como instrumento mais utilizado a voz, pois por meio dela se dava a
comunicação e nessa época o sentido da música era esse, comunicar-se com os deuses
e com o povo. Observamos que, na Grécia, a música funcionava como uma forma de
estarem mais próximos das divindades, um caminho para a perfeição – o termo
"música", inclusive, teria origem nas Musas, divindades que inspiravam as ciências
e as artes[1]. Nessa época, a música era incorporada à dança e ao teatro, formando
uma totalidade, e ao som da lira eram recitados poemas. As tragédias gregas
encenadas eram inteiramente cantadas acompanhadas da lira, da cítara e de
instrumentos de sopro denominados aulos. Um destaque importante na antiguidade foi
Pitágoras, um grande filósofo grego que descobriu as notas e os intervalos
musicais.
Já em Roma a música foi influenciada pela música grega, pelos etruscos e pela
música ocidental. Os romanos utilizavam a música na guerra para sinalizar ações dos
soldados e tropas e também para cantar hinos as vitórias conquistadas, também
possuía um papel fundamental na religião e em rituais sagrados, assim como no
Egito, onde os egípcios acreditavam na "origem divina" da música, que estava
relacionada a culto aos deuses. Geralmente os instrumentos eram tocados por
mulheres (chamadas sacerdotisas). Os chineses, além de usarem a música em eventos
religiosos e civis tiveram uma percepção mais apurada da música e de como esse
refletia sobre o povo chegando a usar a música como "identidade" ou forma de
"personalizar" momentos históricos e seus imperadores.

Da idade antiga em diante, os estilos musicais expandem-se tanto, que torna-se


impossível definir a música universal apenas observando-se uma localidade (como a
Europa), sendo necessária, portanto, uma subdivisão no estudo da história da música
por continentes e nações:
Século XX
Ver artigo principal: Música do século XX
No século XX houve ganho de popularidade do rádio pelo mundo, e novas mídias e
tecnologias foram desenvolvidas para gravar, capturar, reproduzir e distribuir
música. Com a gravação e distribuição, tornou-se possível aos artistas da música
ganhar rapidamente fama nacional e até internacional. As apresentações tornaram-se
cada vez mais visuais com a transmissão e gravação de vídeos musicais e concertos.
Música de todo gênero tornou-se cada vez mais portátil.

A música do século XX trouxe nova liberdade e maior experimentação com novos


gêneros musicais e formas que desafiaram os dogmas de períodos anteriores. A
invenção e disseminação dos instrumentos musicais eletrônicos e do sintetizador em
meados do século revolucionaram a música popular e aceleraram o desenvolvimento de
novas formas de música. Os sons de diferentes continentes começaram a se exibir,
enriquecendo ainda mais a cultura da música.

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