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Rio de Janeiro, 20 de junho de 2016

ISSN: 2446-7014 • Número 36

CONSELHO EDITORIAL
BOLETIM GEOCORRENTE Editor Responsável
O Boletim Geocorrente é uma publicação quinzenal vinculada ao Leonardo Faria de Mattos (EGN)
Núcleo de Avaliação da Conjuntura (NAC), do Centro de Estudos
Político-Estratégicos (CEPE) da Escola de Guerra Naval (EGN). O Editor Científico
NAC possui o objetivo de acompanhar a Conjuntura Internacional Francisco Eduardo Alves de Almeida (ISCSP- Univ. Lisboa)
sob o olhar teórico da Geopolítica, a fim de ampliar o conhecimento
por meio da elaboração deste boletim, além de outros produtos Editores Adjuntos
que porventura venham a ser demandados pelo Estado-Maior da Danillo Avellar Bragança (UERJ)
Armada. Felipe Augusto Rodolfo Medeiros (EGN)
Para isso, o grupo de pesquisa ligado ao Boletim conta com integrantes Jéssica Germano de Lima Silva (EGN)
de diversas áreas de conhecimento, cuja pluralidade de formações e Noele de Freitas Peigo (FACAMP)
experiências proporciona uma análise ampla de contextos e cenários
geopolíticos e, portanto, um melhor entendimento dos problemas Pesquisadores do Núcleo de Avaliação da Conjuntura
correntes internacionais. Assim, procura-se identificar os elementos Adriana Escosteguy Medronho (PUC - Rio)
agravantes, motivadores e contribuintes para a escalada de conflitos André Figueiredo Nunes (UFRJ)
e crises em andamento, bem como, seus desdobramentos. Ariane Dinalli Francisco (PUC - Rio)
Carlos Henrique Ferreira da Silva Júnior (UFRJ)
NORMAS DE PUBLICAÇÃO Dominique Marques de Souza (UFRJ)
Esse Boletim tem como objetivo publicar artigos curtos tratando de Eliza Carvalho Camara Araujo (UERJ)
Ely Pereira da Silva Júnior (UERJ)
assuntos da atualidade e, eventualmente, de determinados temas de
Franco Aguiar de Alencastro Guimarães (PUC - Rio)
caráter geral sobre dez macrorregiões do Globo, a saber: América do
Gabriela da Conceição Ribeiro da Costa (UERJ)
Sul; América do Norte e Central; África Subsaariana; Oriente Médio
Jéssica Pires Barbosa Barreto (UERJ)
e Norte da África; Europa; Rússia e ex-URSS; Sul da Ásia; Leste
João Victor Marques Cardoso (UFF)
Asiático; Sudeste Asiático e Oceania; Ártico e Antártica. Ainda, José Gabriel de Melo Pires (UFRJ)
algumas edições contam com a seção “Temas Especiais”, voltada a Lais de Mello Rüdiger (UFRJ)
artigos que abordam assuntos não relacionados, especificamente, a Louise Marie Hurel Silva Dias (PUC - Rio)
uma das regiões supracitadas. Luciane Noronha Moreira de Oliveira (EGN)
Para publicar nesse Boletim, faz-se necessário que o autor seja Luma Teixeira Dias (UFRJ)
pesquisador do Grupo de Geopolítica Corrente, do Núcleo de Marcelle Siqueira Santos (UERJ)
Avaliação da Conjuntura da Escola de Guerra Naval e submeta seu Marcelle Torres Alves Okuno (IBMEC)
artigo contendo, no máximo, 350 palavras ao processo avaliativo. A Matheus Souza Galves Mendes (UFRJ)
avaliação é feita por pares, sem que os revisores tenham acesso ao Pedro Allemand Mancebo Silva (UFRJ)
nome do autor (blind peer review). Ao fim desse processo, o autor Pedro Emiliano Kilson Ferreira (UFF)
será notificado via e-mail de que seu artigo foi aceito (ou não) e que Pedro Mendes Martins (UERJ)
aguardará a primeira oportunidade de impressão. Philipe Alexandre Junqueira (UERJ)
Raissa Pose Pereira (UFRJ)
CORRESPONDÊNCIA Stefany Lucchesi Simões (UNESP)
Escola de Guerra Naval – Centro de Estudos Político-Estratégicos. Thayná Fernandes Alves Ribeiro (UFRJ)
Av. Pasteur, 480 - Praia Vermelha – Urca - CEP 22290-255 - Rio de Vinícius de Almeida Costa (EGN)
Janeiro/RJ - Brasil (21) 2546-9394 Vinicius Guimarães Reis Gonçalves (UFRJ)
E-mail: geo.corrente@yahoo.com.br. Vivian de Mattos Marciano (UFRJ)
Aos cuidados do Editor Responsável do Boletim Geocorrente. Viviane Helena Silva da Rocha (UERJ)

Os textos contidos nesse Boletim são de responsabilidade única dos membros do Grupo, não retratando a opinião
oficial da Escola de Guerra Naval nem da Marinha do Brasil.

SUMÁRIO
• “Las aguas de la discordia” (Pag. 2) • Rússia e OTAN: mais um passo na direção errada (Pag.6)
• A Doutrina Hillary Clinton (Pag. 2) • A Índia e o Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (Pag. 7)
• Massacres nos Estados Unidos (1982-2016) e implicações geopolíticas (Pag.3) • O Sonho Chinês: Reestruturação de suas Forças Armadas (Pag.7)
• Governabilidade e reforma do setor nigeriano de defesa e segurança (Pag. 3) • A estagnação econômica como entrave às políticas de defesa do Japão (Pag.8)
• O papel das monarquias autocráticas nos esforços de estabilização política (Pag. 4) • Eleições nas Filipinas: o que esperar para o futuro? (Pag. 8 )
• A nova face do Ministério da Defesa de Israel (Pag. 5) • Início do inverno anuncia menor efetivo científico na Antártica (Pag. 9)
• Sair ou permanecer: quem apoia os brexiters? (Pag. 5) • Artigos selecionados e notícias de Defesa (Pag. 10)
• Terrorismo no Cazaquistão (Pag. 6)
América do Sul
“Las aguas de la discordia” Por: Carlos Henrique
Bolívia e Chile parecem estar cada vez mais distantes de solucionarem seus litígios, óbices à integração
e cooperação regional. Em pronunciamento do Presidente Evo Morales em março, foi anunciada a intenção
boliviana de submeter à Corte Internacional de Justiça (CIJ) demanda sobre o rio Rio Silala. Contudo, a
demanda, para esclarecer se o rio em questão é internacional ou boliviano, foi enviada no dia 06 de junho à
CIJ pelo governo da presidente chilena Michelle Bachelet.
Enquanto o governo chileno busca esclarecer qual é a situação
jurídica do rio Silala, a então demanda boliviana iria reclamar uma
indenização pelo uso de suas águas – caso a Corte concordasse que
o desvio do rio fosse feito artificialmente para uso chileno. O valor
quanto ao consumo humano ou industrial dos recursos hídricos
não representa o valor estratégico do rio, contudo, existe o valor
imaterial. Para a Bolívia, a questão do Silala alimenta a discussão
quanto à saída soberana para o Pacífico, sustentando uma imagem
internacional negativa do país vizinho; já para o Chile, não é
agradável pensar em ceder soberania sobre o uso de um recurso
compartilhado, sendo justificado pelo Direito Internacional.
Além dessa nova demanda na CIJ, outro fator de tensão
entre os dois Estados surgiu uma semana antes: a denúncia de uma
violação, por parte do Chile, do Tratado de 1904. Por meio do vice- Foto: Theeconomist.com
chanceler Juan Carlos Alurralde foi denunciado um reajuste unilateral das tarifas às cargas bolivianas no porto
de Antofagasta, privatizado em 2003, obstruindo o livre trânsito das exportações da Bolívia. Prontamente, a
chancelaria chilena rechaçou as denúncias, ressaltando que, pela concessão do porto ao Antofagasta Terminal
Internacional (ATI), o aumento de tarifas se aplicaria a todos os usuários do porto, sem discriminação.
Diante desse cenário, percebe-se um constante esgotamento diplomático entre as partes, bem como
uma ausência de posicionamento dos órgãos regionais quanto a essas questões, ressaltando também o
distanciamento dos países andinos em relação à região.

América do Norte e Central


A Doutrina Hillary Clinton Por: Jéssica Barreto
Hillary Clinton, antiga Secretária de Estado do Governo Obama, é pré-candidata do partido Democrata
e a principal rival do republicano Donald Trump. Tendo a política externa como grande área de interesse, os
dois políticos trocam críticas e acusações em seus discursos. Clinton critica fortemente as ideias do opositor,
chegando a afirmar que a vitória de Trump enfraqueceria o país e acarretaria a desestabilização da ordem mundial.
No dia 02 de junho, em San Diego, Hillary reservou grande parte de seu discurso para elucidar
como as ideias do empresário são incoerentes. A pré-candidata democrata usou a história de Trump para
mostrar que, apesar da imagem que seus conselheiros querem criar, seus ideais sempre foram isolacionistas,
incluindo posicionamentos como a possível retirada dos EUA da OTAN e o recuo militar da Ásia.
Com o lema de que “é melhor ser pego tentando do que fazendo nada”, Hillary Clinton defende uma
abordagem mais intervencionista, pois acredita que a presença dos EUA é indispensável para a resolução
dos conflitos mundiais. Sua doutrina iria se opor à Rússia através do reforço da “The European Reassurance
Initiative”, projeto de emergência lançado em junho de 2014 após a anexação da Crimeia. Defende, ainda, a
criação de uma zona de exclusão aérea na Síria, que facilitaria a intensificação da campanha de bombardeios,
e a criação de uma zona de segurança interna para os refugiados. Além disso, pretende reforçar a atenção
à Líbia, visando não apenas à extinção do campo de treinamento do Estado Islâmico (EI), mas também do
governo de coalizão do país.
[2]
Assim, a pré-candidata democrata apresenta uma doutrina mais robusta e intervencionista para a política
externa, na qual pretende garantir aos EUA um favorável aparelhamento militar, com forças treinadas para o
combate ao EI, oferecer suporte a Israel, fortalecer seus aliados e manter seguro o Estado norte-americano.

América do Norte e Central


Massacres nos Estados Unidos (1982-2016) e implicações geopolíticas Por: Danillo Bragança
A notícia de novos massacres públicos nos Estados Unidos ainda choca, como o último evento ocorrido
em Orlando, Flórida, com cinquenta mortos. Há congruências de padrões, de causas e de posicionamentos
dos muitos atores envolvidos, como: os partidos, a mídia, o lobby de armas e a população.
Um desses padrões é a evolução legal sobre as regras de porte
de armas nos Estados Unidos. Em 2005, o FBI determinou que
um ataque em massa ocorre quando um ou mais atiradores abrem
fogo em público, matando quatro pessoas ou mais. O Presidente
Barack Obama endureceu essa diretiva em 2013, reduzindo para
três vítimas. Calculando pela definição do FBI, são 82 casos de
massacre nos EUA desde 1982, metade somente desde 2006. Há
um aumento significativo nesse número nos últimos dez anos,
enquanto os eventos de terrorismo estão em franco declínio.
A maior parte desses atiradores utiliza armamento
legalmente adquirido, sendo em sua grande maioria armamento
semiautomático, seguido por fuzis, revólveres e espingardas. Em
ao menos cinquenta desses casos o agressor possuía traços de
doença mental. Ainda, em pelo menos cinquenta eventos, o atacante era homem, branco e cidadão
norte-americano.
Após o massacre da escola de Sandy Hook (2012), a Feinstein Bill buscou restringir o porte
de armas semiautomáticas, além de rifles de assalto. A lei não prosperou. Em números reconhecidos
até por opositores, há cerca de 100 milhões de armas em circulação nos EUA, registradas ou não, em
uma população adulta de cerca de 180 milhões de pessoas, mais do que em qualquer lugar do mundo.
Segundo relatório da Small Arms Survey deste ano, no Brasil, há cerca de 20 milhões de armas em
circulação, em uma população de 110 milhões de adultos.
Com o destaque para elementos como a facilidade na compra e o grande número de armas
circulando, outros acabam sendo pouco explorados, como: o baixo índice de conexão entre terrorismo
e massacres como o de Orlando, a queda no número de atentados terroristas e no número de atingidos.
Não há um evento de terrorismo nos Estados Unidos desde 2014, nessa categorização.
Dessa forma, o que se pode concluir inicialmente é que o hiato entre os Estados Unidos e o resto
do mundo não se refere somente ao orçamento de Defesa, mas também ao índice de porte no país. Essa é
uma questão de segurança internacional e de defesa ainda pouco comentada, com implicações geopolíticas
evidentes.

África Subsaariana
Governabilidade e reforma do setor nigeriano de defesa e segurança Por: João Victor Marques
No dia 06 de junho, o presidente nigeriano Muhammadu Buhari viajou para Londres, onde permaneceria
por dez dias para, segundo o discurso oficial, tratar uma infecção no ouvido. Esse prazo estendeu-se por mais
três dias. Com um período delicado na Nigéria, a licença de Buhari, se não intensificar as turbulências que
ameaçam a segurança nacional, pode perturbar as alianças entre as elites políticas que formaram a coalizão
contra o governo do Partido Democrático Popular (PDP), que se perpetuava no poder desde a democratização
(1999). Nesse sentido, manter a base política coesa e assumir as necessárias reformas do setor de defesa e
segurança são fundamentais à governabilidade e à estabilidade da atual gestão.
A rivalidade entre as elites políticas das regiões Norte e Sul, respectivamente islâmica e cristã, é uma
questão que deve ser considerada a fim de que a governabilidade seja mantida. O Norte analisou a vitória de
[3]
Buhari (islâmico do Norte) nas urnas, em 2015, como a garantia de uma administração capaz de abarcar suas
demandas, já que o poder no governo anterior, de Goodluck Jonathan (cristão do Sul), concentrava-se entre
os estados do Sudeste. Os receios em relação à saúde do presidente geram, então, incertezas sobre o futuro do
governo, cujo sucessor seria o vice-presidente Yemi Osinbajo, oriundo do Sudoeste.
Em relação à reforma do setor de defesa e segurança, sabe-se que tem sido retardada há décadas, em
função dos 33 anos de governo militar, que minou o profissionalismo e a estabilidade da relação civil-militar.
As debilidades das Forças Armadas tornaram-se mais claras diante da lentidão da resposta ao grupo extremista
Boko Haram e da violação contínua dos Direitos Humanos. Ainda que medidas tenham sido tomadas pelo
governo atual, como o combate ostensivo à corrupção, segundo a organização Crisis Group, é imperativa
uma reforma abrangente, que perpasse, entre outros: a formulação de uma política de segurança capaz de
identificar ameaças; a criação de uma estrutura de defesa que corresponda à política formulada; a melhoria
do financiamento; o desenvolvimento de uma indústria de defesa; e a capacitação de pessoal civil para o
gerenciamento, monitoramento, avaliação de projetos, auditoria e contabilidade.

Oriente Médio e Norte da África


O papel das monarquias autocráticas nos esforços de estabilização política Por: Pedro Kilson
Alguns analistas internacionais questionam os motivos pelos quais determinadas monarquias árabes
estáveis, de caráter autocrático, não foram atingidas pelos desdobramentos da chamada Primavera Árabe
(2011), contexto de radicalização das demandas populares por mudanças estruturais em escopo político.
Observa-se um grau considerável de estabilidade política em monarquias árabes tais quais Marrocos, Jordânia,
Arábia Saudita, Omã, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrein e Kuwait, inclusive no pós-Primavera, bem
como uma relativa estabilidade institucional e um Estado de Direito capaz de viabilizar a contenção de fissuras
sociais, dada a heterogeneidade relacionada aos grupos políticos nessas sociedades. Diversas abordagens
procuram explicar a solidez de monarquias autocráticas, notadamente a sociocultural, a institucional e uma
estratégica direcionada às políticas públicas que mitigam
mazelas sociais. O apoio ocidental parece ser igualmente
imprescindível. Nenhuma esgota a problemática.
Um dos efeitos sociais relacionados a uma monarquia
estável é seu papel de coesão social em sociedades religiosas
e etnicamente fragmentadas, tendo sido capaz de arquitetar
uma legitimidade política que desestimula insurreições
populares. O fato de muitas monarquias árabes serem grandes
exportadoras de petróleo e possuírem um PIB elevado, a
despeito da má distribuição de renda, conferiu um ambiente
Foto: Salon.com
propício para a manutenção do poder. A permanência dos
monarcas, em muitos dos casos, também se deve às relações políticas estabelecidas com líderes tribais,
materializando um conselho informal de oligarcas, diferentemente das antigas monarquias europeias, por
exemplo.
A realidade dessas monarquias contrasta com a do Egito no pós-Mubarak – contexto marcado pela
fissura social e dissidência política entre diversos grupos pela ascensão ao poder – e da Síria que, mesmo
apresentando características monárquicas, como a sucessão de Bashar Al-Assad à presidência após seu pai,
Hafez Al-Assad, o jogo de poder não favorece a estabilidade. Nesse sentido, assume-se que regimes no
Egito, na Síria e no Iraque foram consolidados sob estreitas bases institucionais e sectárias (Alauítas na Síria
e Sunitas no Iraque), também demonstrando maior violência e repressão no trato social.
Dada as relações de poder no escopo da estabilidade, legitimidade e monarquia, não há interesses
intervencionistas por parte do Ocidente, direcionados à desestabilização dos regimes.

[4]
Oriente Médio e Norte da África
A nova face do Ministério da Defesa de Israel Por: Gabriela C. Ribeiro da Costa
No final de maio, Avigdor Lieberman tomou posse como novo ministro da Defesa de Israel após
um acordo entre seu partido, considerado de extrema-direita, e o partido do premier israelense Benjamin
Netanyahu. Lieberman já havia sido chanceler do governo de Netanyahu, além de ministro da Infraestrutura e
também dos Transportes. A nomeação foi uma tentativa do premier para aumentar a base aliada no Knesset, o
parlamento israelense. Pela nova coalizão, agora, Netanyahu possui o apoio de 66 dos 120 parlamentares.
Lieberman é conhecido por sua postura linha-dura ultranacionalista e seu partido é publicamente contra
a criação do Estado palestino. O Ministério da Defesa é responsável por supervisionar os territórios em disputa,
portanto, é provável que, a partir de agora, o discurso do governo de Israel se torne mais duro no que tange ao
tema dos assentamentos. Dessa forma, há a preocupação de que a relação com os palestinos seja ainda mais
prejudicada e que as negociações por paz não voltem a ocorrer em um futuro previsível.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, reagiu mal à entrada do novo ministro da
Defesa, afirmando que Lieberman é uma ameaça às negociações vitais. A nomeação também causou uma
turbulência política dentro de Israel: o ministro do Meio Ambiente, Avi Gabbay, anunciou sua renúncia,
alegando que a chegada do novo ministro criou um “governo extremista”. Conquanto as críticas, Lieberman se
disse disposto a chegar a um acordo final com os palestinos e o premier Netanyahu garantiu que o seu governo
continua comprometido com a busca pela paz.
Desde 2014, última tentativa de os EUA intermediarem a situação, as negociações de paz entre Israel e
Palestina estão estagnadas. Essa situação favorece os judeus e pode-se dizer que a conjuntura atual de Israel
com a chegada de Lieberman ao poder e o provável endurecimento do discurso israelense são consequências
diretas desse favorecimento. Além disso, do outro lado do mundo, o quadro político que se descortina nas
eleições norte-americanas beneficiaria Israel, pois tanto Trump como Hillary Clinton apontam suas respectivas
políticas externas para um relacionamento mais estreito com o país do que tem ocorrido no governo Obama.

Europa
Sair ou permanecer: quem apoia os brexiters? Por: Matheus Mendes
No próximo dia 23, o Reino Unido definirá seu futuro na União Europeia (UE) por meio de um referendo
à população sobre sua permanência ou não no bloco econômico. Nesse processo, há muitos interesses em
jogo no cenário internacional, mas quem são aqueles que apoiam a saída britânica do bloco econômico? Os
brexiters (termo derivado de “Brexit”) são assim chamados aqueles que defendem a desfiliação da UE e
consequente maior autonomia do país. Não há indicações de qual a decisão final e, segundo as pesquisas de
intenção de voto, qualquer uma será apertada.
Internamente, o apoio ao “Brexit” não é de todo o partido governista (Tories). Boris Johnson, ex-prefeito
de Londres, é a figura mais notória, em oposição ao correligionário David Cameron, atual primeiro-ministro,
manifestadamente apoiador da permanência no bloco. Há, ainda, uma forte tendência dos jornais locais ao
“Brexit”, impulsionados pelo sentimento anti-migratório e problemas econômicos advindos do continente.
Externamente, há dois atores importantes: a Rússia, que já se manifestou sobre o tema, demonstrando seu
interesse não na questão em si, mas, sim, no esfacelamento do bloco econômico, observando sua política
externa para oeste, a começar pela situação envolvendo a Ucrânia; e os “eurocéticos”, que têm ganhado força
em eleições nacionais e veem no “Brexit” uma oportunidade para seus próprios movimentos separatistas.
Outros dois atores poderiam se beneficiar do processo bretão: China e Índia. A primeira já vem
demonstrando um aumento comercial considerável junto à Europa e, com o Reino Unido fora do bloco,
poderia negociar melhores taxas, assim como a Índia, com quem tem relações bilaterais muito próximas
e seria um interessante parceiro, que aliviaria, um pouco, a dependência existente do bloco econômico,
maior perdedor com o possível desmembramento. Os brexiters acreditam que o Reino Unido terá maior
desenvolvimento fora da UE, mesmo não existindo um plano conhecido que indique isso. Caso os britânicos
de fato saiam da UE, estes deverão diversificar mercados, como nova estratégia econômica. Talvez o Brasil
pudesse se aproveitar desse momento.

[5]
Rússia e ex-URSS
Terrorismo no Cazaquistão Por: Pedro Mendes
No dia 05 de junho, terroristas roubaram duas lojas de armas, sequestraram um ônibus e atacaram uma
base da guarda nacional cazaque em um ataque coordenado na cidade de Aktobe, perto da fronteira com a
Rússia, deixando 38 feridos e 19 mortos, sendo 13 terroristas e 3 soldados cazaques. O Presidente Nursultan
Nazarbayev defende a hipótese de que o atentado foi coordenado no exterior e colocado em prática por
radicais islâmicos do ramo salafista, corrente mais fundamentalista do ramo sunita, segundo informações
da Agência de notícias russa TASS e de jornais locais.
O Cazaquistão é a única das ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central que se manteve laica após o
colapso da URSS e tem maioria de sua população islâmica, sobretudo da escola sunita hafani, considerada
mais liberal que outras correntes. O Presidente Nazarbayev está no poder há aproximadamente 25 anos,
muito devido a seu sucesso em manter essa república etnicamente diversa estável e promover um crescimento
econômico intenso, principalmente pelo alto preço do petróleo nos últimos anos. Apesar desses fatores, o
governo de Astana mantém severa vigilância a todas as religiões e controla a entrada e distribuição de itens
religiosos no país.
Sob esses aspectos, o atentado do dia 05 de junho pode ser analisado de diversas formas, principalmente
como forma de retaliação à participação russa na guerra civil síria, visto que a cidade, além de ser próxima
da fronteira russa, tem uma população significativa de russos étnicos. Outra possibilidade de análise seria
a de atacar a laicidade do Estado cazaque e de seu controle sobre as atividades religiosas. Paradoxalmente,
tais atentados só estimulam maior atividade de controle por parte de Astana, sendo um difícil obstáculo à
liberdade religiosa.

Rússia e ex-URSS
Rússia e OTAN: mais um passo na direção errada Por: José Gabriel Melo
No dia 03 de junho, a OTAN deu início a vários exercícios militares, previstos para ocorrerem até o
dia 26 deste mês. A operação, denominada BALTOPS (sigla em inglês), é um exercício feito pela aliança
no Mar Báltico, que contará também com tropas suecas e finlandesas, com foco em operações marítimas,
aéreas e terrestres. Concomitante a esta, entre os dias 07 e 17 de junho, a organização também realizará a
operação Anakonda, na Polônia, com o objetivo de treinar táticas de operações marítimas e terrestres. O
evento contará com grande efetivo, chegando a cerca de 31.000 militares e se tornando o maior exercício
militar da OTAN desde o fim da Guerra Fria.
Diante desse cenário próximo de sua fronteira, o governo russo se manifestou por meio de seu porta-
voz na OTAN, Alexander Grushko, alegando se sentir coagido e ameaçado pela proximidade e dimensão
dos treinamentos, deixando claro que haveria uma resposta política, além de precauções militares. As razões
da aliança para esses exercícios podem ser explicadas a partir das ações orquestradas pela Rússia, desde o
ocorrido na Geórgia, em 2008, e os indícios de seus anseios regionais, com diversas manobras militares,
além de violações de espaço aéreo e marítimo de seus vizinhos. Contudo, vale ressaltar que, possivelmente,
uma das principais motivações para a execução dessas atividades mais complexas e integradas foi a tomada
da Crimeia pela Rússia em 2014, o que desencadeou uma série de sanções econômicas a esta, juntamente à
preocupação dos observadores internacionais.
Ambos têm suas razões para questionar a legitimidade das estratégias do outro. De um lado, o Kremlin
tem adotado manobras ousadas, mas alinhadas à sua estratégia pragmática; por outro, ocorrem exercícios
da OTAN na Lituânia, cercando e isolando o oblast russo de Kaliningrado. Desse modo, mesmo fugindo do
discurso retórico, é altamente provável uma associação entre essa estratégia e uma mensagem aos russos e,
consequentemente, a um aumento da tensão nas relações Rússia-OTAN.

[6]
Sul da Ásia
A Índia e o Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis Por: Luciane Noronha
No dia 07 junho deste ano, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi visitou os Estados Unidos. Dentre
questões como a venda de seis reatores nucleares norte-americanos para o país sul-asiático, a reunião entre
os chefes de Estado rendeu o que pode ser considerado um
dos maiores legados da relação Índia-EUA pós-Guerra Fria: a
a admissão da Índia como membro do Regime de Controle
de Tecnologia de Mísseis (MTCR, sigla em inglês). O
MTCR foi criado em 1987 pelos países do G7, contando,
atualmente, com 34 membros, incluindo o Brasil. O intuito
do Regime é garantir que a comercialização de tecnologias
sensíveis referentes a mísseis seja controlada. O apoio
norte-americano, iniciado através do Acordo Civil Nuclear
com a Índia (2005), foi crucial para sua aceitação no grupo.
Para a Índia, o ingresso no MTCR pode ser entendido
tanto pelo aspecto comercial quanto político-estratégico. Foto: Tmesofindia.com
No âmbito comercial, analistas indicam que o país terá maior facilidade em adquirir produtos relacionados
ao seu programa aeroespacial e de mísseis com países de tecnologia de ponta – algo que era limitado, já que o
Regime não permite a venda de certas tecnologias de países-membro para não-membros. Por outro lado, seria
também mais um espaço de possíveis mercados consumidores para a indústria indiana dos referidos setores,
que vêm se aprimorando nos últimos anos.
Pelo lado político, o MTCR representa mais um passo em direção a um dos principais objetivos
estratégicos da Índia: a aceitação no Grupo de Fornecedores Nucleares (NSG, sigla em inglês), para o qual
também há apoio norte-americano. Criado após o primeiro teste nuclear indiano (1974), constitui-se em um
grupo de 48 países que controla a comercialização de materiais que podem ser usados para confecção de
armamentos nucleares. A entrada da Índia nesse grupo significaria sentar-se em uma das principais mesas de
negociação internacional, a despeito de não ter assinado o Tratado de Não Proliferação – uma das condições
exigidas para ingresso. Segundo o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI), a Índia possui
de 100 a 120 ogivas nucleares.

Leste Asiático
O
Sonho Chinês: Reestruturação de suas Forças Armadas Por: Philipe Alexandre
O 13º Plano Quinquenal de Desenvolvimento Militar na China foi lançado em 13 de maio último
e visa ao aumento substancial das capacidades de combate do país até 2020. Neste ano, de acordo com
a Comissão Militar Central (CMC), a nação terá concluído uma reforma militar que adeque suas Forças
Armadas à guerra na era da informação. Tudo para que o Exército de Libertação Popular da China (PLA,
sigla em inglês) torne-se uma força de “classe mundial”, de acordo com seus próprios dirigentes.
Segundo a Comissão, a reestruturação estratégica
de diferentes serviços, o desenvolvimento de armas,
logística e instalações de tecnologia da informação,
o treinamento de combate e a cooperação militar
internacional estão entre as prioridades do plano. Para
isso, mais recursos serão destinados a projetos para
melhorar a prontidão de combate, facilitar grandes
reformas e aprimorar as condições dos soldados.
O PLA tem levado a cabo uma reestruturação
significativa nos últimos tempos, transformando a
Foto: Telegraph.co.uk CMC. As medidas começaram em dezembro de 2015,
[7]
com a abertura de um Comando Geral para o PLA e a criação de uma “Força de Foguetes” e uma “Força
de Apoio Estratégico”. Esta última deve congregar capacidades de operações cibernéticas, espaciais e
de guerra eletrônica. Ambas as forças possuem o mesmo status das outras três forças singulares. Essa
transformação organizacional proposta pelos militares chineses pode, no futuro, ser comparada àquela
que levou diversos países no século XX a criarem suas Forças Aéreas ou a separá-las de seus Exércitos.
Uma resposta definitiva, evidentemente, dependerá do tempo e da extensão da repercussão internacional
dessa transformação.
Nota-se, portanto, que o governo chinês percebeu que reformas em suas Forças Armadas são
necessárias para melhor adequá-las aos desafios atuais e futuros – para isso, nos próximos cinco anos,
Pequim buscará criar um aparato militar capaz de ser competitivo na era da informação e afirmar seu
status de potência global.

Leste Asiático
A estagnação econômica como entrave às políticas de defesa do Japão Por: Vinícius Reis
No dia 10 de julho serão realizadas eleições para a Câmara Alta do Parlamento japonês (Dieta).
Enquanto o primeiro-ministro Shinzo Abe espera que seu
partido (LDP) tenha a maioria dos votos nas eleições,
setores da sociedade e aliados importantes, como os
membros do G7, “endurecem” os questionamentos
sobre a capacidade da sua administração de promover as
reformas estruturais necessárias para a recuperação da
economia. Em contrapartida, a principal base de apoio
do primeiro-ministro, a Conferência Japonesa (Nippon
Kaigi), organização nacionalista não partidária que tem 281
membros do Parlamento japonês e outras figuras importantes
do governo, como o próprio Abe, como “filiados”, espera
que o LDP adquira o maior número de cadeiras possíveis
com as eleições e, por consequência, adquira capital político suficiente para a revisão da Constituição.
O principal “inimigo” da economia japonesa vem do âmbito interno e não do externo: a ineficiência
do atual governo em promover políticas públicas eficazes e reformas estruturais. O Japão estava muito
próximo de uma recessão em 2016 e todos os indicativos para o curto e médio prazo são nefastos: aumento
da taxa de desemprego, fracasso das “Abenomics” e aumento do gap entre os mais ricos e os mais pobres.
Abe tem focado seu governo na pauta de defesa e construção de uma política externa mais assertiva na
Ásia. Seu pináculo de apoio advém da Nippon Kaigi, representante da extrema direita japonesa que possui
objetivos claros: revisão da Constituição japonesa e revitalização dos fundamentos do “Império Japonês”. A
despeito do papel fundamental da organização dentro da construção do apoio político do primeiro-ministro
e de parte da opinião pública, sua plataforma conservadora impede que as reformas necessárias, como a
maior inclusão de mulheres no mercado de trabalho e políticas migratórias, sejam implementadas. O atual
estado de estagnação do Japão torna improvável que o primeiro-ministro seja capaz de atingir, eficazmente,
seus objetivos políticos enquanto lida com a conjuntura internacional.

Oceania e Sudeste Asiático


Eleições nas Filipinas: o que esperar para o futuro? Por: Thayná Fernandes
Em maio último, houve, nas Filipinas, eleições para os cargos de presidente, vice-presidente e
senadores. O país conta com um Congresso bicameral em um sistema de Estado Unitário, isto é, apesar
de ser dividido em províncias, nenhuma delas possui governos autônomos. As Filipinas foram colônia
espanhola por 300 anos, até passar para o domínio dos EUA, no final do século XIX. Sua independência
só foi reconhecida em 1946. De 1964 a 1986, o país foi uma ditadura, cujo fim se deu com uma revolução
popular que convocou outras eleições e estabeleceu uma nova Constituição.
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O resultado do atual processo eleitoral se deu em poucos dias e o candidato à presidência Rodrigo
Duterte saiu vitorioso com mais de 6 milhões de votos. O avanço de Duterte durante as campanhas eleitorais
foi tido como uma surpresa, tendo em vista que sua campanha pautou-se no discurso de “guerra contra a
violência”. Quando prefeito da cidade de Davao (durante 22 anos) reduziu a criminalidade local com a
criação de milícias civis, assassinando suspeitos de crimes, tráfico ou uso de drogas.
Esse discurso, contudo, tornou-o popular e apoiado por grande parte da sociedade filipina.
Adicionalmente, Duterte é originário de uma das regiões economicamente menos favorecidas do país,
diferentemente das elites políticas que vinham governando o Estado até então. O futuro presidente promete,
ainda, modificar o sistema de governo: com o federalismo, argumenta, há maiores possibilidades de
autonomia e desenvolvimento nas províncias menos
abastadas. Ainda que o país tenha conseguido atrair
investimentos e aumentar a renda per capita nos
últimos anos, estima-se que 25% de sua população
estejam abaixo da linha da pobreza.
Oficialmente, o futuro governo de Manila iniciará
em 30 de junho e, embora ainda não possua uma
pauta internacional claramente definida, mostra-se
disposto a continuar as disputas com Pequim, por
territórios no Mar do Sul da China. Em 2017, o país
assumirá a presidência rotativa da ASEAN, outro
Foto: Npr.org
grande teste para o novo presidente.

Ártico e Antártica
Início do inverno anuncia menor efetivo científico na Antártica Por: Stefany Simões
O início do inverno no hemisfério sul, em 20 de junho, anuncia o final da temporada 2015/2016 das
estações sazonais de pesquisa antárticas. Dentre as cerca de 65 estações existentes, 25 anunciaram os finais de
suas atividades, que retornam nos meses de setembro e outubro. Mesmo com uma quantidade significativa de
estações permanentes, que ficam abertas o ano inteiro, o frio rigoroso e as noites “eternas” contribuem para um
declínio significativo do efetivo de pesquisadores no continente: enquanto no pico do verão a população local
estimada é de 4.000 pesquisadores, esse número cai para, aproximadamente, 1.000 no inverno.
Esse cenário de diminuição da população sazonal da Antártica tende a se alterar em alguns anos. O
desenvolvimento tecnológico das próprias estações já permite um maior conforto aos cientistas no inverno.
Além disso, o crescimento tecnológico no domínio do abastecimento destas também é fundamental. No dia 07
de junho, por exemplo, a estação permanente australiana, Casey, recebeu 1,5 toneladas de suplementos médicos,
correspondências e outros equipamentos mecânicos para o inverno, distribuídos por um C-17 da Real Força
Aérea Australiana. A operação é inédita, dado que até agora os reabastecimentos das estações australianas (o país
possui três estações permanentes na Antártica) eram limitados ao período de outubro a março.
Uma das expedições de destaque deste começo de junho foi a Belarusian Antarctic Expedition (BelTA), a
oitava expedição do país ao continente, que, segundo declaração do cientista líder do grupo, Alexei Gaidashov,
foi um completo sucesso: “o time conseguiu reunir todo o material de pesquisa necessário até o ano que
vem, avançando no plano de construir a primeira estação científica do país na Antártica, e tornar-se membro
consultivo do tratado”. A expedição foi apoiada pelo navio russo Akademik Fyodorov e obteve apoio em terra
da estação russa de Novolazarevskaya. O presidente
da Academia Nacional de Ciências da Bielorrússia,
Vladimir Gusakov, afirmou também o quanto esses
resultados colocam o país como um ator relevante no
cenário antártico, considerando que o mesmo aderiu
ao Tratado da Antártica somente em 2006. O país
conta também com um planejamento estratégico com
objetivos estabelecidos até 2025, visando triplicar
em quantidade e qualidade a influência científica no
cenário internacional. Foto: Eng.belta.by

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Artigos selecionados e notícias de Defesa
• BROOKINGS - 16/06/2016
The political implications of transforming Saudi and Iranian oil economies - By: Emma Borden and Suzanne Maloney

• CARNEGIE ENDOWMENT - Junho de 2016


The Sectarianism of the Islamic State: Ideological Roots and Political Context - By: Hassan Hassan
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Russia and the Post-Oil Economy - By: Vitaly Kazakov

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Saving Our Drowning Humanity - By: Peter Sutherland
• THE NATIONAL INTEREST - 14/06/2016
Three Questions We Should Ask about the Drone War, But Don’t - By: Daniel L.Davis
• THE HERITAGE FOUNDATION - 16/06/2016
NATO Summit 2016: Time for an Arctic Strategy - By: Luke Coffey and Daniel Kochis
• DEFENSE NEWS - 17/06/2016
Italy Lands Largest-Ever Naval Export Deal from Qatar - By: Tom Kington
• DEFENCE IQ - 04/06/2016
Admiral Jorge Montoya Manrique reveals key threats and requirements as Peru invests in frigates and OPVs - By:
Defence IQ Press
• RT NEWS - 16/06/2016
Russia floats out Arktika icebreaker, set to be world’s largest - By: RT News
• THE MARITIME EXECUTIVE - 16/06/2016
First Indian Supplies for Chabahar Port Set to Ship - By: Maritime Executive
• SIPRI - 13/06/2016
Global nuclear weapons: downsizing but modernizing - By: SIPRI


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