Você está na página 1de 11

CURSO: TÉCNICO EM DISCIPLINA:

DISCIPLINA: GESTÃO FINANCEIRA E PERÍODO /AN/SEMESTRE:


ADMINISTRAÇÃO TRIBUTARIA 2019.1
PROFESSOR: GEORG BARROS DE PAULA TURNO: DATA:

ALUNO (A): MATRÍCULA: NOTA:

RESUMO I

01. Conceito de Gestão Tributária


Para Oliveira et al (2011, p,16.) Gestão tributária é o ramo da administração responsável pelo
gerenciamento dos tributos incidentes nas diversas atividades de uma empresa, ou grupo de
empresas, adaptando ao dia-a-dia empresarial as obrigações tributárias, de forma a não expor a
entidade às possíveis sanções fiscais e legais ou apurar o valor justo do tributo.

02. Conceito de Tributo


É toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada. (art. 3º do CTN!!!!)

EM OUTRAS PALAVRAS...

“É um pagamento (prestação) em dinheiro


(pecuniária) obrigatória
(compulsória), instituída por lei
(ato lícito) e cobrada mediante
atividade do Estado.”

02.1 Significado do Conceito de Tributo


Prestação pecuniária – significa que o tributo deve ser pago em unidades de moeda corrente,
inexistindo o pagamento in natura ou in labore (aquele que é pago em bens ou em trabalho ou
prestação de serviços)
Compulsória – significa uma obrigação determinada em lei, portanto independente da vontade
(ou situação) do contribuinte. Ex.: Pessoa recebeu imóvel em doação ou herança e não tem
condições financeiras de pagar o IPTU sobre seu imóvel. Apesar de sua situação financeira, ela
está compulsoriamente obrigada ao pagamento.
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir – significa que o pagamento deve ser feito
em moeda corrente ou algo equivalente à moeda.
Que não constitua sanção de ato ilícito – significa que o tributo não é multa, a qual
representa uma sanção de um ato ilícito. A hipótese de incidência do tributo é sempre algo
lícito, portanto, não representa imposição de penalidade. Dos fatos ilícitos nascem multas e
outras conseqüências punitivas, que não configuram tributos.
Instituída em lei – significa que o tributo é uma obrigação (segundo a lei), em contraposição à
obrigação (que provém da vontade), ou seja, tributo só pode ser exigido mediante sua
2
previsão em lei, diferentemente das obrigações contratuais que dependem da vontade dos
contratantes;
Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada – a autoridade não
possui liberdade para escolher a melhor oportunidade de cobrar o tributo. Significa que o
tributo só pode ser cobrado por meio de atos administrativos vinculados, ou seja, sem discrição
pelo agente público, o qual deverá seguir fielmente a lei para poder exigir o tributo.

03. Princípios Jurídicos da Tributação


Os princípios existem para proteger o cidadão contra os abusos do poder. A seguir serão
descritos os principais princípios constitucionais tributários.
I – Legalidade - Art. 150, Inciso I e Parágrafo 6º da CF/88 e Art. 151, Inciso III;
Por este princípio tem-se a garantia de que nenhum tributo será instituído ou aumentado a
não ser através de lei, não se admitindo, portanto, que ocorra por meio de decreto, portaria,
instrução normativa.
Vale ressaltar que é necessário verificar as competências de cada esfera de governo e as
exceções expressas na própria Constituição. Apenas em caráter excepcional, e por expressa
determinação constitucional, admite-se exceções no que se refere a majoração de certos
impostos. São aqueles ditos flexíveis ou regulatórios, de competência da União, que tem função
não somente fiscal, mas também extrafiscal, como se pode ver pela leitura do Art 153 § 1º da
CF/88, a saber:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
§ 1º. É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei,
alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
Assim, os impostos que comportam exceção ao princípio da legalidade são: Imposto de
Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro ou relativas a Títulos ou Valores
Mobiliários (IOF). E esta exceção se limita à faculdade do Poder Executivo de alterara apenas as
alíquotas e, ainda assim, nos limites estabelecidos por lei. Não pode, por exemplo, alterar
também a base de cálculo.

II – Isonomia - Art. 150, Inciso II, da CF/88.


Decorre do princípio geral de isonomia, expresso no caput do Art. 5º da CF/88. Garante
tratamento uniforme, pela entidade tributante, de quantos se encontrem em condições iguais.
O imposto progressivo não fere o princípio da igualdade, pois aquele que tem maior capacidade
contributiva deve realmente pagar mais imposto. A igualdade consiste, no caso, na
proporcionalidade da incidência à capacidade contributiva.

III – Irretroatividade - Art. 150, Inciso III, alínea “a” da CF/88.


Decorre do princípio geral da irretroatividade da lei, expresso no Art.150, Inicos III a da CF/88;
EX.: É estabelecido que a lei tributaria, em regra geral, ser prospectiva, isto é, deve apenas
incidir sobre eventos posteriores à sua publicação/vigência

IV – Anterioridade - Art. 150, Inciso III, alínea “b” da CF/88


É vedada a cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou.
EX.: O exercício financeiro corresponde ao ano civil (01 de janeiro a 31 de dezembro). Assim,
se quiser aumentar a alíquota do ICMS para o ano de 2020, a lei deverá ser publicada no ano de
2019. Da mesma forma, se quiser instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) em 2019, a
lei deveria ter vindo em 2018.

2
3

As exceções ao princípio da anterioridade são:


a) alteração de alíquotas dos seguintes impostos federais (art. 153, § 1º da CF/88): Imposto
de Importação (art. 153, I da CF/88), Imposto de Exportação (art. 153, II da CF/88),
Imposto s/ Produtos Industrializados (art. 153, IV da CF/88) e IOF (art. 153, V da CF/88)
b) Impostos Extraordinários criados na iminência ou no caso de guerra externa (art. 154, II
da CF/88);
c) Empréstimos Compulsórios (art. 148 I da CF/88);
d) Contribuições Sociais (art. 195, § 6º da CF/88);
e) Aumentos de alíquota de ICMS e da CIDE (Art. 155, § 4º, IV, “c” e 177 § 4º, I “b” da
CF/88).
Isto significa que tais tributos podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

DIFERENÇA IRRETROATIVIDADE X ANTERIORIDADE


Para ficar claro, vamos ler o que diz os artigos 150, III, ‘a’ e ‘b’ de nossa Constituição, que são
exemplos do princípio da irretroatividade e da anterioridade, respectivamente:

Irretroatividade: “É vedado à União (…) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos
antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado”

Anterioridade: “É vedado à União (…) cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”
V – Noventena ou Anterioridade Nonagesimal - Art. 150, Inciso III, alínea “c” da CF/88
A EC 42/03 acrescentou a alínea “c” do Inciso III do Art. 150 da CF/88, impondo a vedação de
cobrar tributos “antes de decorridos 90 (noventa dias) da data em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b”, ou seja, sem prejuízo da
exigência de anterioridade da lei ao exercício financeiro da cobrança;
A alínea “b” já proibia a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro de publicação da
lei, mas era prática comum os entes federados aumentarem seus tributos por meio de leis
publicadas no final de dezembro para vigorar a partir de 1º de janeiro do ano seguinte.
EX.: a fim de coibir que um tributo fosse criado ou tivesse a sua alíquota aumentada no dia 31
de dezembro e passasse a ser cobrado no dia 01 de janeiro, horas depois, o princípio da
noventena veio para reforçar o princípio da anterioridade do exercício financeiro, exigindo a
observância do prazo de 90 (noventa dias) da data em que haja sido publicada a lei que instituiu
ou aumentou o tributo.
Representam exceções à noventena a criação ou majoração dos seguintes tributos:
a) Imposto de Renda (art.153, III da CF/88);
b) Empréstimos Compulsórios (art. 148, I da CF/88);
c) Imposto de Importação (art., II da CF/88);
d) Imposto de Exportação (art. 153, I da CF/88);
e) IOF (art. 153, V da CF/88);
f) Imposto Extraordinário de Guerra (Art. 154, II da CF);
g) Fixação das bases de Cálculo do IPVA (Art.153, III da CF/88) e do IPTU (art.156, I da
CF/88).
Isto significa que tais tributos podem ser cobrados antes de decorridos 90 dias da data em que foi
publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
a) Imposto de Renda (art.153, III da CF/88);
b) Empréstimos Compulsórios (art. 148, I da CF/88);
3
4
c) Imposto de Importação (art., II da CF/88);
d) Imposto de Exportação (art. 153, I da CF/88);
e) IOF (art. 153, V da CF/88);
f) Imposto Extraordinário de Guerra (art. 154, II da CF);
g) Fixação das bases de Cálculo do IPVA (Art.153, III da CF/88) e do IPTU (art.156, I da
CF/88).
Assim, podemos concluir que representam exceções, tanto à anterioridade quanto à
anterioridade nonagesimal a instituição dos seguintes tributos:
a) Empréstimos Compulsórios (art. 148, I da CF/88);
b) Imposto de Importação (art., II da CF/88);
c) Imposto de Exportação) art. 153, I da CF/88);
d) IOF (art. 153, V da CF/88);
e) Imposto Extraordinário de Guerra (art. 154, II da CF);
VI - Não Confisco ou Vedação ao Confisco – art. 150, Inciso IV da CF/88
O tributo não pode ter efeito de confisco. Cabe ao Judiciário dizer quando um tributo é
confiscatório. Já a multa pode ter efeito confiscatório, pois deve representar um Ônus
significativo pesado, de sorte que as condutas que ensejam sua cobrança sejam desestimuladas.
(Hugo Machado) O artigo acima analisa que é vedado que o tributo seja utilizado como
instrumento a alcançar este objetivo (confiscar), sobretudo porque tributo não é pena.
EX.: Alíquota de 51% sobre determinada operação. Esta alíquota é inconstitucional, pois o que
"sobra" para o contribuinte daquele imposto é menos da metade (100% - 51% = 49%) do
respectivo valor tributável. Confisco claro e objetivo

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: ART 150, § 5º DA CF/88: “A lei determinará medidas para


que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e
serviços”.

VII – Liberdade de Trafego – art. 150, Inciso V da CF/88


Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
V - Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público;
Veda a cobrança de tributos com a finalidade de limitar o tráfego de pessoas ou bens.
Representam exceções da liberdade de trafego a criação ou majoração dos seguintes tributos:
a) Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual: é verdade a
circulação territorial e não a circulação negocial.
b) Pedágios: vem prevista no próprio art. 150, V, CF/88, que ressalva da vedação “a
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público”. Para a
conservação de vias públicas é aceita a cobrança de pedágio pelo Estado.
c) A norma quer impedir é a criação de tributo com a finalidade única de impedir simples o
trafego de pessoas ou bens, mas quando este trafego se reveste de finalidade econômica,
são aceitas as exceções.

VIII – Uniformidade – art. 151, Inciso I da CF/88


Esse princípio tem como fundamento o pacto federativo. Podemos dividi-lo em quatro partes:
Uniformidade Geográfica; na Tributação das Rendas das Obrigações da Dívida Pública; na
4
5
Tributação da Remuneração e Proventos dos Agentes Públicos; Vedações de Isenções
Heterônomas. (Explicações detalhadas nos slides)

VIII – Não Diferenciação – art. 152, da CF/88


Assim como o princípio da uniformidade tributária, este princípio vem atender aos mandamentos
do pacto federativo (são definidas as competências tributárias dos entes da Federação),
proibindo discriminação entre os entes federativos.
Observe que ao contrário das demais vedações acima estudadas, esta vedação tem como
destinatários os Estados, Distrito Federal e os Municípios. A União pode fazer diferenciação
tributária para diminuir desigualdades sociais e econômicas, como já visto no item anterior.
EX.: é proibido ao Estado de Alagoas impor uma alíquota maior aos produtos fabricados em São
Paulo, ou ao Estado de São Paulo impor uma alíquota maior ao produto que saia de seu Estado e
se destine ao Estado de Minas Gerais.

04. Elementos Fundamentais do Tributo


I - Incidência
É a descrição (porcentagem %) contida na lei, da situação necessária e suficiente ao nascimento
da obrigação tributária. É simples descrição, simples previsão.
EX.: alíquota de incidência do ICMS no estado do Ceará é de 18%.

II - Fato Gerador (FG)


É a concretização da incidência, é o acontecimento do que fora previsto. Diz da ocorrência no
mundo dos fatos, daquilo que está descrito na lei.
EX.: o ganho de renda em um determinado período (fato gerador do imposto de renda - IR),
a propriedade de veículo automotor (IPVA), a aquisição de propriedade imóvel urbana
(IPTU)

III - Obrigação Tributária


A lei descreve um fato (fato gerador) e atribui a este o efeito de criar uma relação entre alguém
e o Estado. Ocorrido o fato (fato gerador), nasce a relação tributária, que compreende o dever
de alguém (sujeito passivo da obrigação tributária) e o direito do Estado (sujeito ativo da
obrigação tributária). O dever e o direito (no sentido de direito subjetivo) são efeitos da
incidência da norma;

SA = SUJEITO ATIVO SP = SUJEITO PASSIVO


Recebe o tributo Pagar o tributo
- União - Pessoa Física
- Estados - Pessoa Jurídica
- Distrito Federal
- Municípios

Obrigação tributária é a relação de Direito Público na qual o Estado (Sujeito Ativo) pode
exigir do contribuinte (Sujeito Passivo) uma prestação (objeto) nos termos e condições descritos
da lei (fato gerador).
Espécies de Obrigação Tributária

5
6
a) Principal – é a prestação de natureza patrimonial (em dinheiro) à qual se obriga o sujeito
passivo. É uma obrigação de dar. É o pagamento do valor em dinheiro do tributo ou da multa
imposta por não atendimento à determinação legal;
EX.: Pagamento de ISS e ICMS sobre prestação de serviços e vendas de mercadorias.
b) Acessória – seu objeto é sempre de natureza não patrimonial. É uma obrigação de fazer
associada à obrigação principal destinada a comprovar a existência e os limites da operação
tributada.
EX.: escrituração de livros fiscais, apresentação de declarações de rendimentos, preenchimento
de formulários etc.

05. Classificação dos Tributos


I - Quanto à modalidade/espécie:
a) impostos;
b) taxas;
c) contribuições de melhoria,
d) empréstimos compulsórios; e;
e) contribuições sociais;

II - Quanto à competência impositiva:


a) Federais;
b) Estaduais;
c) Municipais;
d) Distrital.

III - Quanto à vinculação com a atividade estatal:


a) vinculados: as taxas, as contribuições de melhoria e as contribuições sociais; e
b) não vinculados: os impostos;

IV - Quanto à possibilidade:
a) Tributos diretos: a taxação aplicada diretamente sobre a renda, patrimônio ou consumo.
EX.: Imposto de Renda (IR), Contribuição Previdenciária (INSS), IPTU, IPVA.

b) Tributos Indiretos: é aquele cujo valor, embutido no preço final do produto, é repassado ao
consumidor.
EX.: os impostos na conta do telefone ou de energia elétrica, transformam-se em imposto
indireto quando repercute no preço final do produto. O mesmo ocorre, no Brasil, sobre a
compra de bens de consumo (como roupas, calçados, alimentos): a principal carga tributária
está embutida no preço, via impostos ditos "indiretos", como ICMS, ISS, IPI, PIS e COFINS.

V - Quanto à função:
a) Fiscal - quando seu principal objetivo é a arrecadação de recursos financeiros para o Estado;
b) Extrafiscal - quando seu principal objetivo é a interferência no domínio econômico,
buscando um efeito diverso da simples arrecadação e
c) Parafiscal - quando seu objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades
que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através
de entidades específicas.

6
7

06. Espécies de Tributos


a) Impostos – são tributos que decorrem de situação geradora independente de qualquer
contraprestação do Estado em favor do contribuinte. Os impostos se destinam a atender as
necessidades gerais da Coletividade Ex: IR, ICMS, ISS; Segundo o Art 4º do CTN “A
natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I) a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II) a destinação legal do produto da sua arrecadação.”
b) Taxas – são tributos que estão vinculados à utilização efetiva ou potencial por parte do
contribuinte de serviços públicos específicos e divisíveis Ex: Taxa de licenciamento de
veículos. As taxas são utilizadas para retribuir o ônus inerente ao exercício regular do poder
de polícia e os serviços específicos e divisíveis (coleta de lixo, licenciamento de veículos,
etc.) Considera-se poder de polícia, a atividade da Administração Pública que, disciplinando
direito, interesse, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público
referente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado.
c) Contribuições de Melhoria – são tributos cobrados em razão de valorização de imóveis do
particular em função da realização de uma obra pública. Caracteriza-se por ter fato gerador
instantâneo e único. Ex: Prefeitura construiu uma Praça próxima de um terreno particular que
valoriza o imóvel do particular, em decorrência pode instituir uma contribuição de melhoria
por meio de uma lei.
d) Contribuições Sociais – são tributos instituídos pela CF/88 para financiamento das atividades
sociais. Têm como base os lucros das sociedades, a folha de pagamento dos empregados e o
faturamento das empresas. Ex: Contribuições ao INSS, Contribuições sindicais, Contribuições
ao PIS/PASEP, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Contribuição para o
Fundo de Investimento Social (COFINS).
As Contribuições Sociais objetivam a regulamentação da economia, os interesses de
categorias profissionais e o custeio da seguridade social e educacional.
e) Empréstimos Compulsórios – é um tributo previsto no Art. 148 da CF/88, que somente pode
ser instituído pela União, mediante lei complementar para: a) atender a despesas
extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; e b)
no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. A
aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição.
Empréstimos Compulsórios são instituídos visando atender as calamidades públicas ou guerra
externa e investimentos públicos, relevantes para o interesse nacional.

07. Impostos: Com relação à classificação de IMPOSTO (uma das espécies de tributo) tem-
se ainda a seguinte classificação:

I - Classificação dos Impostos no CTN (segundo a natureza econômica do fato gerador):


a) sobre o comércio exterior;
b) sobre o patrimônio e a renda;
7
8
c) sobre a produção e a circulação;
d) impostos especiais.

II - Classificação dos Impostos em Diretos e Indiretos


Diretos - são aqueles em que o valor econômico da obrigação tributária é suportado
exclusivamente pelo contribuinte sem que o ônus seja repassado para terceiros. Os impostos
diretos incidem sobre o patrimônio e a renda, e são considerados tributos de responsabilidade
pessoal. Exemplo: IRPF, IRPJ, IPTU, ITR, IPVA, etc.

Indiretos - são aqueles em que a carga financeira decorrente da obrigação tributária é transferida
para terceiros ficando o sujeito passivo obrigado a recolher o respectivo valor, mas o ônus fica
transferido para outrem. Os impostos indiretos são aqueles que incidem sobre a produção e a
circulação de bens e serviços e são repassados para o preço, pelo produtor, vendedor ou
prestador de serviço. Exemplo: IPI, ICMS, ISS, COFINS, etc.

08. Discriminação e Repartição das Receitas Tributárias - Artigos 153 a 156 da CF/88

Os Tributos na Constituição Federal de 1988


Tributos de Competência Tributos de Competência dos Tributos de Competência dos
da União Estados e do DF Municípios
II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, - ICMS - ISS
IGF, Impostos - IPVA - IPTU
Extraordinários, Taxas, - ITCD - ITBI
Contribuições de Melhoria, - Taxas - Taxas
Contribuições Sociais, - Contribuições de Melhoria - Contribuições de Melhoria
Empréstimos Compulsórios - Contribuição de seus - Contribuição de seus
servidores servidores
Os tributos incidentes nos preços dos produtos possuem três níveis de competência: federal,
estadual e municipal e são de dois tipos: cumulativos e não cumulativos.
Os principais tributos cumulativos são: ISS, COFINS, PIS, IRPJ, CSLL E SIMPLES (nos casos
de empresas optantes por esse regime) e os principais não-cumulativos são: o IPI e o ICMS.
Ressalta-se que a partir da Lei 10.637, de 30/12/02, o PIS/PASEP; e da Lei 10.833/03, de
29/12/2002, a COFINS passaram a ter também características de não cumulatividade.
Os Tributos cumulativos incidem sobre o Faturamento – como, por exemplo: o ICMS e o ISS;
sobre a Receita - como por exemplo: a COFINS, o PIS, a CSLL e o IR (nos casos de apuração
pelo Lucro Presumido); ou sobre os Lucros - como por exemplo: o IR e a CSLL (nos casos de
apuração pelo Lucro Real).
Tributos não cumulativos são aqueles que geram o aproveitamento de crédito do tributo
cobrado na operação anterior. A característica de cumulatividade ou não do tributo traz reflexo
diferenciado na formação dos preços.

09 - Contribuinte ou Responsável
a) Contribuinte é quem tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador; EX.: Pessoas Físicas e Jurídicas.

8
9
b) Responsável é quem, sem revestir a condição de contribuinte, fica por determinação legal
responsável pelo pagamento do tributo. Não pratica ato que enseja a ocorrência do FG, mas a
obrigação de pagar o tributo nasce por força de dispositivo legal.
EX.: um menor de idade pode ser contribuinte de um tributo. Entretanto, como os pais são os
representantes legais de seus filhos menores, serão eles os responsáveis

VI - Base de Cálculo
É o valor sobre o qual se aplica o percentual (alíquota) com a finalidade de apurar o imposto
devido. Segundo a CF/88, deve ser definida em lei complementar. Suas alterações se sujeitam
aos princípios constitucionais da legalidade, da anterioridade e da irretroatividade.
EX.: Valor da Mercadoria = R$ 1.000,00
Base de cálculo do ICMS = R$ 1.000,00
Alíquota do ICMS = 18%
ICMS devido na operação = base de cálculo x alíquota = R$ 1.000,00 x 18% = R$ 180,00.
VII - Alíquota
É o percentual definido em lei para ser aplicado sobre a base de cálculo para se encontrar o valor
do imposto. Assim como a base de cálculo, a alteração da alíquota também está sujeita aos
princípios constitucionais da legalidade, da anterioridade e da irretroatividade.
EX.: ICMS no Estado do Ceará Ano 2019 = 18%
VIII - Não Incidência
É a situação em que a regra jurídica de tributação não incide porque não se realiza a sua hipótese
de incidência. Pode ser pura ou simples (se resulta da clara inocorrência do suporte fático da
regra de tributação) ou juridicamente qualificada (quando existe regra jurídica expressa dizendo
que não se configura, no caso, a hipótese de incidência tributária).
EX.: de uma pessoa física que, ao vender um veículo de sua propriedade, por valor inferior ao
que pagara pela aquisição do mesmo, não está sujeita ao pagamento do imposto de renda, por
simples ausência de lucro tributável na operação.
IX - Imunidade
Trata-se de hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada. Posto que decorre da
própria Constituição Federal que impede a incidência de lei ordinária de tributação sobre
determinado fato, ou em detrimento de determinada pessoa, ou categoria de pessoas.
EX.: O art. 150 da CF/88, veda à União, aos estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos
sobre:
- Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
- Templos de qualquer culto;
- Patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
- Livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
X - Isenção
É exceção feita por lei à regra jurídica de tributação. Está incluída na área da Reserva Legal,
sendo a lei, em sentido estrito, o único instrumento para sua instituição. Para Roque Carraza,
“isenção é uma limitação legal do âmbito de validade da norma tributária, que impede que o
triuto nasça ou faz com que ele surja de modo mitigado (isenção parcial)”.
EX.: Caso o estado decida não exigir IPVA de veículos com mais de 25 anos, por exemplo, isso
é isenção.

10. Noções Gerais sobre Planejamento tributário

9
10
Planejamento tributário consiste numa forma lícita de reduzir a carga tributária. Trata-se do
estudo prévio à concretização dos fatos administrativos, dos efeitos jurídicos, fiscais e
econômicos de determinada decisão gerencial, com o objetivo de encontrar a alternativa menos
onerosa para o contribuinte.

10.1 Elisão Fiscal


Elisão fiscal é a via lícita ou regular de se evitar a tributação.
“A elisão fiscal pressupõe, assim, a licitude do comportamento que vise à economia de tributos,
haja vista que por toda parte tem-se como admissível a liberdade de o contribuinte planejar seus
negócios do modo menos oneroso sob o aspecto fiscal”. (Renato Martins Prates).
Na elisão fiscal ou evasão lícita são utilizados meios lícitos que visam a evitar a ocorrência do
fato gerador.
Na elisão fiscal ou evasão lícita a pessoa deixa de realizar o fato gerador, de se colocar em uma
situação que o configure.

10.2 Evasão fiscal


- Na evasão fiscal oculta-se ou mascara-se a ocorrência do fato gerador, ou seja, surgida a
obrigação legal de se pagar tributo, manobra-se no sentido de se evitar que o Fisco dela tome
conhecimento, exigindo a respectiva prestação pecuniária por parte do sujeito passivo.
- Na evasão fiscal (ilícita ou fraudulenta), ocorrido o fato gerador, busca-se ocultar o seu
conhecimento por parte do Fisco.

11. Crimes contra a Ordem Tributária


A Lei 8.137/90 define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de
consumo. Esta lei ampliou a previsão das infrações consideradas como crimes, bem como
instituiu penalidades mais severas que a lei anterior.

Lei 8.137/90
CAPÍTULO I - Dos Crimes Contra a Ordem Tributária
Seção I - Dos crimes praticados por particulares
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I - Omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II - Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;
IV - Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
V - Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa
a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo
com a legislação.
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que
poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade
quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:

10
11
I - Fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
II - Deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre
a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;
IV - Deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
V - Utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da
obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda
Pública.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

11

Você também pode gostar