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Cancer de mama

o carcinoma de mama é a malignidade não cutânea mais comum na mulheres e cerca de


um terço das mulheres afetadas morrerão devido a doença. Uma mulher que vive até os
noventa anos de idade tem uma chance em oito de desenvolver cancer de mama.

Incidência e Epidemiologia

A incidência de câncer mamário começou a aumentar em 1980, isso pode ser devido
a introdução da triagem mamografia nesse período. Como outro efeito da triagem, o estagio
em que as mulheres são diagnosticada foi reduzido para aquele em que elas estavam com
DCIS ou pequenos carcinomas invasivos em mestástase. Um efeito sobre a taxa de
mortalidade não ocorreria por muitos anos, bem como o prolongamento da sobrevivência
mesmo com doença metastica. Além disso, a taxa de mortalidade permaneceu
relativamente constante até a redução registrada nos anos de 1990.

Fatores de risco para o câncer de mama (epidemiologia dos agravos à saúde da


mulher pag. 57)

A identificação dos fatores de risco para o cancer de mama constitui-se no maior


desafio para os epidemiologistas, posto que, apesar dos esforços, 66% das mulheres com
diagnostico de câncer de mama continuam não tendo fatores de risco identificados.

Com base nas taxas de incidência de cancer de mama nos Estados unidos, na
expectativa de vida, e considerando as variáveis como idade, raça, idade da instalação da
menarca, idade da primeira gestação de termo, numero de parentesco de primeiro grau com
câncer de mama, numero de biopsias mamarias e os achados positivos para hiperplasia
atípicas, o o BDDP (Breast detection Demonstration Project) calculou, através do modelo de
gail, os riscos absolutos e cumulativos para toda a vida da mulher norte americana e
concluiu que cada oito mulheres uma desenvolverá cancer de mama.

No Brasil, devido as diferenças genéticas, ambientais e reprodutivas e às taxas de


incidência, o modelo de Gail não pode ser aplicado para estimar o risco de câncer de mama.

A maioria dos estudos revelam que o cancer de mama é uma doença multifatorial, e
que esses fatores podem estar imbricados no processo de iniciação, promoção e
progressão da carcinogenese. Dentre os principais fatores de risco para o cancer de mama
destacam-se os fatores demográficos, genéticos, reprodutivos ambientais e hormonais, o
estilo de vida e as doenças benignas da mama.
 Fatores demográficos:
- idade e sexo
- raça e condição social
- condição geográfico
 Fatores genéticos
- histórico familiar de câncer de mama
- antecedentes pessoais de cancer de mama
- mutações de oncogens BRCA1 e BCRA2.
 Fatores reprodutivos
- menarca
- paridade
- abortamento
- aleitamento materno
- menopausa
 Fatores ambientais e Estilo de Vida:
- radiação ionizante
- organoclorados (pesticidas)
- atividade física
- peso
- hábitos alimentares: consumo de gordura animal, frutas e vegetais.
- álcool
- tabagismo
 Fatores Hormonais
- anticoncepcional hormonal oral (ACO)
- terapia de reposição hormonal (TRH)
 Doenças Benignas da Mama

Fatores Demograficos

Idade e sexo

Armstrong e cols. (2000) avaliaram o risco de câncer de mama e concluíram que,


entre os inúmeros fatores de risco, a idade é o principal fator de risco para câncer de
mama.

De fato, a idade e o sexo são os dois mais importantes fatores de risco para o
câncer de mama, particularmente os carcinomas, que, ao contrario dos sarcomas,
aumentam sua incidência com o avançar da idade e apresentam em relação ao sexo
uma proporção femenino/masculino de 100/1. Uma das hipóteses para o aumento da
incidência do câncer de mama com o aumento da idade está relacionada ao maior
tempo de exposição aos fatores de risco para esta afecção.

A incidência do câncer de mama tem aumentado em todos os grupos etários


desde 1935, de forma mais acentuada entre as mulheres mais idosas. De cada oito
mulheres nos Estados Unidos uma desenvolverá câncer de mama; 12% desses casos
ocorrerão até os 85 anos de idade. Aproximadamente 6,5% dos cânceres de mama
ocorrem antes dos 40 anos de idade, e 50% do risco ocorre após os 65 anos. Nos
Estados Unidos, o câncer de mama é a principal causa de óbito entre os 40 e 55 anos
de idade; no Brasil, corresponde à segunda causa de morte entre mulheres.

Condição Geográfico

Um dos exemplos clássicos da importância do fator geografico ou da naturalidade


em relação ao cancer de mama como uma condição predisponente pode ser observado
pela mudança da magnitude dos índices de incidência do cancer de mama na segunda
geração de japoneses que migraram para o Estado Unidos: passaram a desenvolver
esse tipo de cancer que as mulheres do pais hospedeiro, que é cinco vezes maior do
que no Japão. Uma das hipóteses para tal mudança esta relacionada à velocidade de
assimilação cultural na nova nacionalidade.

No Brasil, um país de dimensões continentais, as taxas de incidência variam de


3,63% a 103,89%. Nas regiões Norte e Nordeste: 3,63% a 24,26% nas regiões Centro-
oeste, Sudeste e Sul: 24,26% a 103,89%. Aqui, não deve ser diferente no que tange a
mudança dos índices de incidência para as mulheres quando migram de uma região de
menor incidência para outro de maior indência.

Raça e Condição Social

A diferença entre os índices de incidência do câncer de mama entre raça branca


e a negra até a idade de 40 anos não é muita nítida; após os 50 anos de idade, porém,
as mulheres brancas apresentam maiores índices de incidência do que as mulheres
negras, o que pode, em parte, estar associado a fatores de risco reprodutivos e
endócrinos, como a menarca precoce, menopausa tardia e primiparidade após 35 anos
de idade.

A taxa de mortalidade por câncer de mama nas mulheres negras e hispânicas é


maior do que entre mulheres brancas, enquanto a incidência é maior na mulher branca
após a menopausa e mais frequente na negra jovem. Por outro lado, nas mulheres
negras o câncer de mama é diagnosticado em estádio mais avançado, os cânceres são
pouco diferenciados, os receptores hormonais tendem a ser negativos e a sobrevida em
cinco é de 64%, e nas mulheres brancas é de 80%.

Os dados estatísticos de alguns estudos tem demonstrado que os maiores


índices de mortalidade e incidência do cancer de mama ocorrem em mulheres com
melhor condição social, como nível econômico, nível de escolaridade e classe.

Fatores Geneticos

Nos Estados Unidos, o risco estimado para uma mulher desenvolvida câncer de
mama ao longo de sua vida é de aproximadamente 12%, porém este risco é
inversamente proporcional a idade não-ocorrência do câncer de mama. Por exemplo, o
risco estimado, para uma mulher com 70 anos de idade que não desenvolveu câncer de
mama é de aproximadamente 7%.

Antecedentes Familiares

Armstrong e cols. (2000) avaliaram o risco de câncer de mama e evidenciaram


que a historia familiar pode ser considerada o segundo mais importante fator de risco
para câncer de mama, precedido somente pela idade.

Estudos de caso-controle revelam que o risco de câncer de mama é duas a três


vezes maior em parentes de primeiro grau, o que corresponde a um risco de 20%
durante a vida, sendo este proporcional ao numero de parentes afetadas. Ainda não há
um consenso quanto sua ocorrência na pré-menopausa poder estar associado a fatores
familiares e sua origem ser paterna e materna.

Sem considerar a idade dos acometidos, somente 7% das mulheres com historia
familiar de câncer de mama com suspeita de ser de origem genética apresentam
mutações no BRCA.

Antecedentes Pessoais

Chaudary e cols. (1984), em estudo observacional, constataram que mulheres


que tiveram um câncer primário de mama passaram a ter um risco maior de desenvolver
um segundo câncer de mama do que a população geral, sendo maior quanto menor for a
idade da ocorrência no primeiro evento. O risco de desenvolver um segundo câncer
unilateral é de 0.5% a 1% por ano nos 15 anos subsequentes.
Fatores Reprodutivos

Os fatores reprodutivos podem aumentar ou diminuir (proteção) o risco de câncer


de mama, de acordo com condições genéticas no determinismo de alguns dos fatores
reprodutivos, como idade de menarca, idade da ocorrência da menopausa, e fatores
relacionados a gestação, paridade e amamentação.

De acordo com Nurse’s Health study, a associação entre fatores reprodutivos e o


risco de câncer de mama é significativa somente para a idade do primeiro parto, a
menarca e a idade da menopausa entre mulheres sem historia familiar de câncer de
mama.

Paridade

A gestação de termo em idade precoce, assim como a multiparidade, ainda que


com menor magnitude, influem diminuindo o risco de câncer de mama. Por outro lado, a
multiparidade e a gestação de termo após os 35 anos de idade aumentam o risco para
esta afecção.

Aleitamento Materno

Reanálise colaborativa de dados individuais de 47 estudos epidemiológicos em


30 países incluindo 50.302 mulheres com câncer de mama e 96.973 mulheres como
controle, avaliaram a associação do aleitamento materno versus mulheres que nunca
amamentaram e o tempo de aleitamento com o risco de câncer de mama e encontraram
uma pequena diminuição do risco, porém significativa, em mulheres que amamentaram
por longo período de tempo. A diminuição de rrisco foi de 4,3% para cada 12 meses de
aleitamento, o que corresponde a um relativo de 0,957 assim como a paridade, com
diminuição de 7% a cada parto.

Estudo de caso de controle realizado por Newcomb e cols. (1999), com 3.633
mulheres com câncer de mama e 3.790 controles, em mulheres com 50 a 79 anos,
encontraram uma pequena diminuição do risco quando comparada com o grupo
controle. Este risco foi de 0,87 para duas semanas de amamentação e 0,73 quando por
mais de 24 meses.

Fatores Ambientais e Estilo de Vida

Estudos observacionais tem demonstrado que as taxas de incidência do câncer de


mama apresentam amplas variações de acordo com a magnitude dos fatores ambientais
aos quais a mulher está exposta. De fato, os estudos revelam que as mulheres imigrantes
de área de menor incidência para as de maior incidência adquirem muitos dos fatores de
risco para o câncer de mama, a partir da segunda geração, e passam a apresentar um risco
semelhante aos da nova nacionalidade. Acredita-se que isto seja consequência da
exposição aos fatores ambientais – radiação ionizante e produtos químicos – e ao estilo de
vida.

O estilo de vida constitui fator de risco, em parte por modificações que podem
promover no perfil hormonal da mulher da mulher. Dentre eles, listam-se atividade física
(ciclos anovulatórios) ganho de peso após menopausa, tabagismo (inibe as aromatases) e
consumo de álcool.

Atividade física

É difícil excluir os fatores confundidores tais como dieta e predisposição genética


quando se avalia o impacto da atividade física na redução de risco de câncer de mama.
Thume e cols. (1997), em um estudo prospectivo com 25.000 mulheres evidenciaram que a
atividade física de quatro horas ou mais por semana está associada a diminuição do risco,
particularmente na perimenopausa, em mulheres com índice de massa corpórea normal ou
baixo normal.

Outro estudo demonstrou que o exercício moderado na adolescência pode constituir-


se em redução do risco de câncer de mama.

Consumo de álcool

Alguns estudos de caso-controle tem demonstrado que o consumo de álcool


aumenta o risco de câncer de mama.

Em um estudo de coorte com 89.538 mulheres, durante um seguimento de quatro


anos, ocorreram 601 casos de câncer de mama, e foi observado um aumento de 30% de
risco quando ingeridos 5 a 14 g/dia de álcool 9 3 a 9 (drinks/semana), risco que pode
alcançar 60% se o consumo de álcool for aumentado, comparadas às não usuárias.

Metanálise realizada por Smith-Warner e cols. (1998) em seis estudos de coorte


incluindo 322.647 mulheres, seguidas durante 11 anos, observou a ocorrência de 4.335
casos de câncer de mama incluindo que o risco relativo foi diretamente proporcional ao
consumo de álcool. O risco relativo de câncer de mama para as mulheres consumiram 30 a
60 g de álcool/dia foi de 1,4% (IC 1,8% a 1,69), comparadas com as não usuárias de
bebidas alcoólicas não teve influencia significativa sobre o risco de câncer de mama.
Tabagismo

Hamajima e cols. (2002) realizaram um estudo de metanálise de 53 estudos


epidemiológico que inclui 58.515 mulheres com câncer de mama em relação ao consumo de
álcool e o habito de fumar. Ao analisar as 22.255 mulheres com câncer de mama e 40.832
controles que não usavam álcool, constatou-se que o tabagismo não aumentou o risco de
câncer de mama comparado ao tabagista.

Fatores Hormonais

Em relação aos hormônios exógenos, até 1998 quase todos os estudos sobre os
hormônios utilizados nos anticoncepcionais hormonais orais (ACO) e na terapia de
reposição de reposição hormonal (TRH) não relacionavam o uso desses hormônios com
aumento do risco de câncer de mama, mas recentemente os estudos tem evidenciado
aumento significativo desse risco nas usuárias.

Doenças Benignas da Mama

Em relação as doenças benginas da mama e ao seu risco de desenvolver câncer de


mama, Fitzgibbons e cols. (1998) evidenciaram um aumento do risco de 1,5 a 2,0 vezes por
portadoras de fibroadenoma complexo, hiperplasia sem atipia moderada ou florida, adenose
exclerosante e papiloma solitário sem hiper-plasia atípica, e de 4,0 a 5,0 vezes nas hiper-
plasia ductal e lobular atípicas. Os outros tipos de lesões benignas, como adenose não-
esclero-sante, ectasia ductal, cistos, fibroadenomas simples, mastite e firose não aumentam
o risco relativo de câncer de mama

REVISAR

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama são:

 Idade. O câncer de mama é encontrado raramente antes dos 25 de idade, exceto em certos
casos familiares. A incidência aumenta durante a vida da mulher. A média de idade no
diagnóstico é aos 64 anos.
 Idade da menarca. As mulheres que alcançam a menarca antes dos 11 anos de idade tem um
risco aumentado de 20%, comparadas às mulheres que alcançaram a menarca com mais dos 14
anos de idade. A menopausa tardia também aumenta o risco.
 Primeiro nativivo. As mulheres com sua primeira gestação completa a termo antes dos 20 anos
de idade tem metade do risco do que mulheres nulíparas, ou mulheres acima dos 35 anos de
idade em sua primeira gestação.
 Parentesco de primeiro grau com câncer de mama. O risco de cancer de mama aumenta com o
numero de parentes de primeiro grau afetados, e 13% das mulheres com câncer de mama tem
tal histórico. Cerca de 25% dessas mulheres são portadoras de mutações e linhagem
germinativa especifica. O restante tem, presumivelmente, combinações de gene que conferem
risco aumentado.
 Biopsias mamarias. O risco aumentado de desenvolver carcinoma está associado a biopsias
mamarias prévias mostrando hiperplasia atípica.
 Raça. Os risco para mulher de 50 anos de idade desenvolver carcinoma invasivo nos 20 anos
seguintes é de 7% para mulheres brancas, 5% para afro-amaricanas, 4% para as hispânicas e
asiáticas/ilhéus do pacífico. Ainda que a incidência geral do cancer de mama seja inferior em
mulheres afro-americanas, as mulheres neste grupo apresentam um estagio mais avançado e
um índice de mortalidade aumentado. As razoes incluem: fatores sociais (p.ex., acesso à
assistência médica) e biológicos (p.ex., os cânceres tendem a não ser diferenciados, ausência
de receptores hormonais, e diferentes mutações).
Os fatores de risco adicionais que aumentam o risco de câncer de mama incluem
maior exposição ao estrogênio (p.ex., terapia de reposição hormonal pós-menopausa ou
obesidade), exposição à radiação com pouca idade (p.ex., durante ao tratamento da doença de
Hodgkin ou após exposição a bomba atômica), carcinoma de mama contralateral ou do
endométrio, uso de álcool, e residência nos Estados Unidos ou na Europa. Fatores que
diminuem o risco incluem menor exposição ao estrogênio, amamentação no peito. Outros
possíveis fatores de risco incluindo dieta, atividade física e toxinas ambientais foram
extensamente investigados, mas não foram encontrados correlação.
Etiologia e Patogenia
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de cancer de mamas estão
relacionados a fatores genéticos e influencias hormonais.
Cancer de mama Heredirario
Aproximadamente de 3% a 10% dos cânceres de mama podem ser atribuídos a
mutações da linha germinativa em um único gene. Cerca de metade é devida as mutações no
BRCA1 e um terço a mutações no BRCA2. Mutações em CHEK2, PTEN e LKBI-STK11
representam menos de 5% dos caos. Esses gene agem como supressores tumorais
autossômicos dominantes, eles codificam proteínas multifuncionais envolvidas no controle do
ciclo celular e na regulaço da integridade do genoma. Os pacientes tendem a ser jovens, com
vários tumores ou tumores em vários locais. A investigação desses genes trouxe conhecimento
sobre as causas dos carcinomas de mama esporádicos.
Obviamente, isso deixa dois terços dos riscos de cânceres de mama familiares sem
explicação. Um modelo poligênico foi proposto, no qual muitos genes que penetram
francamente apresentam um risco aumentado.
Cancer de mama esporádico
Os principais fatores de risco estão relacionados à exposição hormonal, que pode
aumentr o risco de cancer por pelo menos dois mecanismos. Os metabólitos do estrogênio
podem causar mutações ou gerar radicais livres que danificam o DNA. Atraaves de suas ações
hormonais, os estrogênios também podem promover a proliferação das lesões pré-malignas,
bem como dos cânceres.
Mecanismo carcinogênese
Numerosas alterações celulares são encontradas nos carcinomas da mama; estas
alterações incluem função diminuída de genes supressores de tumores e proteínas de adesão
celular, e expressão aumentada de proteínas do ciclo celular, fatores angiogênicos e proteases.
Todas essas alterações ocorrem em alguns, mas não todos, os carcinomas, sugerindo que há
numerosos caminhos possíveis para a malignidade.
Classificação do Carcinoma de mama
Os carcinomas podem ser in situ (i.e., limitados aos ductos e lóbulos e não podem
produzir metástases) ou invasivos (i.e., atravessam a menbrana basal, com possibilidade de
produzir metástase). Os diferentes tipos histológicos apresentam implicações clínicas,
biológicas e prognósticas características.
Fatores prognósticos e Preditivos
Fatores prognósticos principais
 Carcinoma invasivo ou carcinoma in situ. Por definição, o carcinoma in situ
não causa morte. As mortes por câncer de mama associadas ao carcinoma in
situ se devem ao desenvolvimento subsequente de carcinoma invasivo ou à
presença de uma área oculta de invasão. Em contraste, pelo menos um terço
das mulheres com carcinomas invasivos morrerá com a doença.
 Metástases distantes. Uma vez que as metástases distantes estejam presentes,
a cura é improvável, embora remissões e paliativos a longo prazo possas ser
conseguidos. Os locais comuns de mestátases são pulmões, ossos, fígado,
adrenais, cérebro e meninges. Felizmente, menos de 10% das mulheres
apresentam metástases distantes.
 Metástases em linfonodos. A condição do linfonodo é o mais importante fator
prognostico na ausência de metástases distantes. Se os nodos são livres de
carcinoma, o indicee de sobrevida livre da doença por 10 anos é de 70% a
80%; o índice cai para 355 a 40% com um ou três nodos positivos. E para
10% a 15% na presença de mais de 10 nodos positivos. Os cânceres de mama
drenam para um ou dois “nodos sentinelas”na axila ipsilateral e podem ser
identificados por radiotraçadores ou corantes. O nodo sentinela negativo pode
poupar as mulheres da morbidade aumentada de uma dissecção axilar
completa.
 Tamanho do tumor. O risco de metástase aumenta proporcionalmente ao
tamanho do tumor, mas o tamanho também é um fator prognostico
independente. As mulheres com carcinomas nodo negativos abaixo de 1 cm
de diâmetro tem a mesma taxa de sobrevida das mulheres sem câncer de
mama. A maioria das mulheres com cânceres acima de 2 cm de diâmetro
apresentará metástases nos linfonodos, e muitas sucumbirão, eventualmente,
ao câncer.
 Doença localmente avançada. Os carcinomas que invadem a pele com
ulceração, metástases cutâneas satélites ou invasões na parede torácica tem
um prognostico pior. Com a percepção aumentada da detecção do câncer de
mama, felizmente tais casos diminuíram a frequência e são agora raros na
apresentação inicial.
 Carcinoma inflamatório. Mulheres que apresentam seios grandes, inchados e
eritematosos devido ao carcinoma ligados aos espaços vasculares na pele, tem
um prognostico particularmente ruim, com um índice de sobrevida de 3 anos
de somente 3% a 10%.
A mama masculina
A ginecomastia é o aumento da mama masculina. É importante
principalmente como indicador do desequilíbrio entre estrogênio e
androgênios. É encontrada na época da puberdade, na síndrome de Klinefelter,
devido a tumores produtores de hormônios, em homens com cirrose, ou com
efeito colateral de drogas. Histologicamente, há proliferação tanto dos
componentes epiteliais quanto dos estromais.
O carcinoma na mama masculina é uma ocorrenci rara. Os fatores de risco e
prognósticos são similares àqueles para mulheres. O cancer de mama
masculino está associado ao gene BRCA2. Os mesmos tipos histológicos de
cancer de mama são encontrados em homens e mulheres. Devido à escassa
quantidade de tecido mamário circundante, o carcinoma tende a invadir a pele
e a parede torácica mais precocemente
3.Quais são os vários métodos de biopsia para diagnosticar cancer de mama (Segredos em
Enfermagem Oncologica)

A maioria das biopsias é realizada a nível ambulatorial, sob a anestesia local

 Aspiração com agulha fina é frequente realizada em nódulos palpáveis, porque é


rápida relativamente sem dor e de custo não-elevado. Se não puder distinguir entre
carcinoma ductal in situ (CDIS) e cânceres invasivos, seu uso fica limitado. A
aspiração com agulha fina negativa não exclui malignidade de uma lesão suspeita.
 A biopsia percutânea tem vantagens similares aos da aspiração com agulha fina e
uma amostra maior é obtida, oferecendo um grau maior de precisão.
 Biopsia estereotáxica é realizada com o paciente emdecubito ventral e a mama
suspensa através de uma abertura na mesa. A mama é comprimida, e múltiplas
amostras em cilindro podem ser obtidas.
 O sistema mammotome de vácuo assistido coleta maiores amostras de tecido, com
potencialmente menos desconforto para o paciente. Uma sonda estéril é colocada
dentro da mama e rotada para obter múltiplas amostras.
 Biopsia Encor é uma forma completamente automatizada de obter uma biopsia da
mama e é similar à biopsia pelo sistema Mammotome.
 Localização por agulha. Se houver um nódulo suspeito, não palpável, visível na
mamografia, ele pode ser localizado pela agulha é excisada.
 A biopsia excisional pode ser realizada em qualquer nódulo palpável para prover
maiores informações diagnostica, incluindo tamanho, situação do receptor e
margens.
Cancer de Colo de Útero

O carcinoma de colo de útero é um cancer de células predominantemente


escamosas, caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do
órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos
contíguos ou à distancia. Há duas principais categorias de carcinoma invasores do colo do
útero, dependo da origem do epitélio comprometido: o carcinoma epidermoide, tipo mais
incidente e que acomete o epitélio escamoso (representa cerca de 80% dos casos), e o
adenocarcinoma, tipo mais raro que acomete o epitélio glandular (10% dos casos) “segundo
pesquisa INCA” O câncer de colo de útero é menos comum que outrora por causa da
detecção precoce das alterações celulares através do esfregaço de Papanicolau. Contudo,
ele ainda é o terceiro câncer reprodutivo feminino mais comum, afetando anualmente mais
de 10.000 mulheres nos Estados Unidos (Americam cancer Society, 2005).

Câncer de Colo Uterino no Brasil

Diferentemente dos países ditos industrializados, nos países em desenvolvimento,


como o Brasil, a incidência e a taxa de mortalidade do câncer de colo do útero são elevadas.
Concorrem diretamente para este fato a ausência de políticas adequadas, a falta de acesso
ao sistema de saúde, a baixa escolaridade e inicio de atividade sexual precoce e sem
orientação.

Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer) a taxa de mortalidade por


causa do cancer de colo de útero no Brasil continua a crescer de 3,44/100.000 em 1979 e
de 4,59/100.000. sugere-se que isto seja decorrente da melhora na qualidade da coleta de
dados e também do aumento no número de mortes.

Para 2003, as estimativas do Ministério da Saúde do Brasil apontam para uma


incidencia de 18,23/100.000, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma e do câncer de
mama e taxa de mortalidade em torno de 4,58/100.000, colocando-o como a quarta causa
de morte entre mulheres, atrás do câncer de mama, de pulmão, de cólon e de reto.

Fatores de Risco

Os principais fatores de risco que predispõe ao desenvolvimento do cancer de colo


uterino estão diretamente relacionados ao comportamento sexual. A correlação entre as
lesões intra-epiteliais e o cancer com o HPV permite a suposição aceita por muitos de que
esta é uma doença sexualmente transmitida.
Resta ainda esclarecer se os fatores de risco descritos atuam independente ou se
agem diretamente, aumentando a capacidade oncogenica do HPV.

Idade

O câncer de colo uterino raramente acomete mulheres antes dos 20 anos de idade,
porém a incidência aumenta ao longo da vida reprodutiva, atingindo seu pico em torno dos
45 aos 60 anos de idade.

Raça

São encontradas diferenças entre raças e em diversos países, porém estas


relacionam-se principalmente com diferenças no acesso a programas de rastreamento
populacionais e tratamento.

Nos Estados unidos, foi encontrada uma diferença de 200% na incidência e na taxa
de mortalidade quando comparadas mulheres de raça caucasiana e afro-americana, porém
relacionam os autores que isto se deve em parte a diferenças no rastreamento e, portanto
no estadiamento de ambos os grupos.

Aspectos Socioeconômicos

Baixo nível socioeconômico relaciona-se diretamente com maior incidência de câncer


de colo uterino, porém é difícil avaliar este dado como uma variável independente. Em um
estudo de caso-controle, determinou-se que baixos níveis de higiene poderiam se relacionar
a uma maior exposição à infecção por HPV.

Em metanálise de 57 estudos caso-controle, descobriu-se um risco aumentado para


câncer de colo útero de 100% para baixo nível econômico, quando comparado com alto
nível, e de 60% para displasia

Novamente o aspecto relacionado ao acesso a programas de rastreamento pela


camadas mais baixas da população e a falta de conhecimento a respeito da prevenção
surgem como prováveis causas.

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