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Congressos da Abrasco
a expressão de um espaço consolidado
BELISÁRIO, S.A. Congressos da Abrasco: a expressão de um espaço consolidado. In: LIMA, N.T.,
SANTANA, J.P., and PAIVA, C.H.A., orgs. Saúde coletiva: a Abrasco em 35 anos de história
[online]. Rio de Janeiro: editora FIOCRUZ, 2015, pp. 115-136. ISBN: 978-85-7541-590-0. Available
from: doi: 10.7476/9788575415900.0007. Also available in ePUB from:
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Congressos da Abrasco:
a expressão de um espaço consolidado 5
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BELISÁRIO, S. A. Congressos da Abrasco: a expressão de um espaço construído. In: LIMA, N. T. & SANTANA,
J. P. (Orgs.). Saúde Coletiva como Compromisso: a trajetória da Abrasco. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, Abrasco, 2006.
O trabalho incluirá, além dos aspectos gerais atinentes a cada um dos eventos, referências
aos novos procedimentos na organização e na dinâmica dos congressos, assim como as
importantes mudanças estabelecidas nessas ocasiões.
Congressos da Abrasco
de outras entidades científicas, políticas e sociais, nacionais e internacionais, de pesquisadores,
gestores e trabalhadores de saúde, da sociedade civil e do controle social. Todas elas constituem
uma valiosa parceria na luta em defesa da saúde coletiva e do SUS. (Abrasco, 2009b: 2)
Como de praxe, o congresso foi cenário para a eleição da nova diretoria para o período
2009-2012, a qual divulgou sua carta-compromisso com destaque para o fortalecimento da
entidade na defesa do SUS e da saúde coletiva.
Entre as diversas oficinas realizadas no período pré-congresso, destaca-se a que
discutiu os cursos de graduação em saúde coletiva (CGSC), os quais já estavam em processo 119
de implantação e desenvolvimento. Essa nova realidade traria mudanças importantes no
estatuto e na dinâmica da associação.
Na oficina, foi deliberada a criação de um Fórum de Coordenadores de Cursos de
Graduação em Saúde Coletiva, proposta incorporada ao plano de gestão da nova diretoria
eleita e que seria implantada por ocasião de outro congresso, o 1º Congresso Brasileiro de
Política, Planejamento e Gestão em Saúde, a ser realizado em 2010.
Em entrevista dada por ocasião do congresso, o então recém-eleito presidente Luiz
Augusto Facchini, ao mencionar o momento vivenciado pela associação, destacou:
O surgimento e a rápida expansão dos cursos de graduação em saúde coletiva completam
a formação de pós-graduação em suas diferentes nuances, desde a especialização até o pós-
doutoramento, passando por mestrados profissionais e residências multiprofissionais. Assim, os
desafios da Abrasco para os próximos anos incluem a integração dialética das agendas local,
nacional e internacional. (Abrasco, 2009c: 5)
Assim como nos congressos anteriores, esse também foi palco de diversas e diferentes
manifestações e aprovação de moções e cartas, entre elas a Carta de Olinda, documento final
do evento, que preconizava, entre outras questões,
a construção de uma alternativa para a reversão do atual modelo de produção, acumulação
e distribuição de riquezas. Um modelo que promova a saúde e a qualidade de vida, em um
padrão sustentável de desenvolvimento que permita a superação das iniquidades sociais.
(Abrasco, 2009d: 13)
A Carta aponta também a ainda existente dívida social para com os brasileiros; a
proximidade das eleições e a presença da temática da saúde nas agendas das últimas eleições,
bem como “a redução de seu papel nas diretrizes de parte significativa dos governos assim
SAÚDE COLETIVA: a Abrasco em 35 anos de história
que empossados” (Abrasco, 2009d: 13); a demanda da sociedade por mais recursos para a
saúde; a necessidade de se regulamentar a emenda constitucional n. 29 e de se aumentar o
aporte financeiro advindo do governo federal. Tema do congresso, a inovação com o direito
à saúde foi pontuada na Carta, a qual destacou que
em saúde, inovação é acesso. Não se pode conceber ciência, tecnologia e inovação
apenas em relação a bens materiais. Inovações nas políticas de saúde, na organização e
na produção de serviços são igualmente relevantes. Com efeito, pode-se considerar que a
Atenção Primária à Saúde é a mais importante inovação na nossa área das últimas décadas.
(Abrasco, 2009d: 13)
Congressos da Abrasco
econômico. (...) Finalmente, a terceira dimensão da relação entre saúde e desenvolvimento se
atém à contribuição da produção e circulação de bens e prestação de serviços de saúde para a
geração de riqueza. (Souza, 2013: 35)
Congressos da Abrasco
Métodos: A epidemiologia emprega métodos para estimar frequência de doença, estabelecer
relações exposição-doença, testar novas intervenções e avaliar o sistema de saúde. A ideia de
método engloba também a construção e a avaliação de serviços preventivos e curativos que
propiciem práticas baseadas em evidências em todos os níveis de atenção.
Mundo em transformação: As mudanças enfrentadas pela humanidade no início do século
XXI serão ressaltadas: transições epidemiológica e demográfica, alterações ambientais, progresso
na capacidade de pesquisa ao redor do mundo para investigar problemas de saúde; e as crescentes
desigualdades entre países ricos e pobres, e entre cidadãos de um mesmo país, acompanhadas
de iniquidades no acesso aos benefícios do progresso científico. (Abrasco, 2008b) 123
Um importante desdobramento do congresso foi trazer a presidência da IEA para o
Brasil em 2011. Para o cargo foi eleito Cesar Gomes Victora.
Para o evento, houve 2.952 resumos submetidos, com o aceite de 2.303. Destes, 135
foram selecionados para comunicações coordenadas e sessões plenas; 17 para comunicações
coordenadas Abrasco Jovem; 1.917 pôsteres plenos e 234 pôsteres Abrasco Jovem (Dias, 2014a).
No período pré-congresso, realizaram-se diversos cursos, oficinas e atividades dos GTs,
fóruns e comissões da Abrasco, que se reuniram para discutir pautas específicas e renovar
coordenações.
Entre as autoridades presentes, estiveram o ministro da Saúde, Arthur Chioro, na
solenidade de abertura, e o professor Cesar Gomes Victora presidente da IEA.
Consolidando a iniciativa do 10º CBSC, sua programação também destinou espaço
à Abrasco Jovem. Destaca-se ser essa a primeira vez que tal fato ocorreu em um congresso
de epidemiologia.
Nesse evento também se realizou a Assembleia geral da associação, cuja pauta
compreendeu, entre outras questões: a agenda estratégica da saúde; o 11º CBSC; os GTs; a
Comissão de Ciência e Tecnologia em Saúde da Abrasco e questões relativas ao regimento.
Sobre este último, decidiu-se pela continuidade da discussão e deliberação por ocasião da
realização do 11º Abrascão.
Entre as reflexões suscitadas pelo congresso, destaca-se o artigo publicado como editorial
dos Cadernos de Saúde Pública intitulado “EpiVix: epidemiologia brasileira em transição”,
de autoria do professor Guilherme Loureiro Werneck, do Instituto de Medicina Social da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ). Para ele, a realização do congresso
Congressos da Abrasco
propicia reflexões sobre o desenvolvimento da epidemiologia brasileira e seus desafios. (...)
Esse congresso foi um marco para a epidemiologia brasileira. A começar pela atualidade de
seu tema: “As fronteiras da epidemiologia contemporânea: do conhecimento científico à ação”,
reforçando o caráter científico da epidemiologia e sua conformação como um âmbito de
práticas. A estruturação das atividades do congresso salientou um dos grandes desafios atuais da
epidemiologia: conjugar o aprimoramento teórico-metodológico com uma maior e mais profícua
articulação com as outras disciplinas constitutivas da saúde coletiva. Sem uma abordagem
integrada que permita o fortalecimento das suas bases disciplinares e, simultaneamente, expressar
seu compromisso com o aprofundamento do caráter interdisciplinar da saúde coletiva, não há 125
futuro promissor para a epidemiologia brasileira. (Werneck, 2014: 2.029)
O congresso deu lugar a emocionantes sessões especiais que homenagearam grandes
nomes da saúde coletiva: Cecília Donnangelo, primeira socióloga brasileira a estudar o campo
aplicado das ciências sociais em saúde; Sergio Koifman, epidemiólogo, pesquisador, cujo
falecimento havia ocorrido em momento recente; Gilson Carvalho, um dos idealizadores
do SUS; e Eleutério Rodriguez Neto, sanitarista que lutou para que a saúde fosse definida
na Constituição Federal como um direito do cidadão e um dever do Estado. Em relação a
este último, foi apresentado um documentário em sua homenagem na sessão especial pelas
comemorações dos 35 anos da associação.
Ainda no quesito homenagem e com mais uma inovação introduzida em um congresso,
a Abrasco e a Comissão Científica do evento abriram espaço para homenagear todos os
presidentes dos congressos de epidemiologia até então realizados. Assim, receberam a
escultura confeccionada pela artista capixaba Ana Paula Castro os seguintes presidentes
(Dias, 2014b):
1º Congresso Brasileiro de Epidemiologia: Marilisa Berti Barros.
2º Congresso Brasileiro de Epidemiologia: Maria Fernanda Furtado de Lima e Costa.
3º Congresso Brasileiro de Epidemiologia: Maurício Lima Barreto.
4º Congresso Brasileiro de Epidemiologia: Sergio Koifman (in memoriam).
5º Congresso Brasileiro de Epidemiologia: Moisés Goldbaum.
6º Congresso Brasileiro de Epidemiologia: Ana Bernarda Ludermir.
7º Congresso Brasileiro de Epidemiologia: Maria Inês Schmidt.
8º Congresso Brasileiro de Epidemiologia: José Cássio de Moraes.
9º Congresso Brasileiro de Epidemiologia: Ethel Leonor Noia Maciel
em saúde
Congressos da Abrasco
Abrascão – (...) quando em conjunto com a Federação Mundial de Associações de Saúde Pública/
WFPHA, reunimos, em agosto de 2006, no Rio de Janeiro, 12 mil participantes para um debate
crítico em torno dos grandes desafios da saúde coletiva e das ideias e proposições frente aos
impactos da globalização sobre a saúde e a qualidade de vida dos povos. (...) O segundo, a agenda
do Comitê Internacional de Determinantes Sociais da Saúde e seus comitês correlatos na região
(Brasil e Chile). (...) O terceiro acontecimento, a realização da 13ª Conferência Nacional de
Saúde, com o tema Saúde e qualidade de vida: política de estado e desenvolvimento, renova
nossos compromissos e missão. Este fórum nacional envolve o conjunto de membros do CNS
(...). É neste contexto amplo e diverso que situamos a realização destes três congressos em
Salvador. (Abrasco, 2007b: 2) 127
Mantendo a tradição, o congresso aprovou em sua plenária final várias moções versando
sobre diferentes temáticas.
Ainda no que se refere à escolha do tema, em artigo no qual discutiu a produção científica
do evento, a então presidente do 5º Congresso, Leny Alves Bonfim Trad, afirmou que
SAÚDE COLETIVA: a Abrasco em 35 anos de história
a alusão ao“lugar...”refletiu o anseio de problematizar a questão do espaço que tem sido ocupado
pelas ciências sociais e humanas ao largo do processo de construção do campo da saúde coletiva
no Brasil. O texto de apresentação do evento remarcava, em um duplo argumento, a abrangência
e a importância das contribuições da área à saúde coletiva, e os desafios epistemológicos e
políticos inerentes à sua incorporação em um contexto marcado pela diversidade conceitual,
metodológica e organizacional, fonte permanente de tensionamentos entre os intelectuais e
operadores desse campo. (Trad, 2012: 2.374)
Congressos da Abrasco
ciências sociais em saúde. Denominado “Projeto Memória: 30 anos da Comissão de Ciências
Sociais e Humanas em Saúde da Abrasco”, resgatou a história, os pesquisadores, as temáticas
e as ações desenvolvidas ao longo dos anos, por meio de uma exposição e registros em vídeo.
Em seu encerramento, a plenária aprovou, por unanimidade, três importantes moções:
moção em defesa da vida e da saúde contra o agro(negócio)tóxico; moção de apoio à carreira
única para sanitaristas; e moção de apoio à aprovação do Marco Civil da Internet.
Por fim, mantendo a tradição iniciada anteriormente, no período pré-congresso, além
das oficinas e dos cursos de praxe, realizou-se mais um minicongresso, o quarto, dos GTs, 129
fóruns e comissões da Abrasco. Mudanças estatutárias importantes foram votadas nesse
4º minicongresso, entre elas a ampliação do número de membros da diretoria e do conselho
já a partir da próxima eleição, a ser realizada no 11º CBSC, em 2015.
Outro assunto abordado no minicongresso foram os pontos do estatuto relativos às
mudanças da estrutura. Nele foi iniciado o processo de aprovação do regimento interno.
A decisão final acerca das divergências levantadas foi tomada no 9º Congresso de
Epidemiologia, realizado em 2014.
O minicongresso aprovou também a criação do GTs Racionalidades Médicas e Práticas
Integrativas Complementares (GT/RMPIC).
Planejamento e Gestão em Saúde, e seu bom resultado permitiu que ele passasse a integrar
o calendário de eventos da associação.
Em entrevista, a então presidente do congresso, Ana Luiza d’Ávila Viana, afirmou que
“os temas política e planejamento em saúde sempre foram, e continuam sendo, indissociáveis
de qualquer iniciativa de reflexão, proposição, encontros, seminários ou congressos relativos
à saúde pública” (Abrasco, 2010b: 7). Ela justificou com a seguinte afirmativa a realização de
um congresso específico:“o ineditismo do congresso está no fato de ele responder à demanda
urgente – há anos presente nas reuniões da Comissão de Política da Abrasco e fora delas –
de realizarmos um balanço amplo e consistente dos aportes científicos já consolidados na
área” (Abrasco, 2010b: 7).
Mantendo a tradição de participação de autoridades nos congressos da Abrasco, esse
contou com a presença do então ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o qual proferiu a
conferência inaugural do evento, e também do então secretário de Saúde da Bahia, Jorge Solla.
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Foi um congresso que inovou e, diferentemente dos demais, privilegiou a participação
de atores institucionais. Contudo, foi também expressiva a participação de pesquisadores,
fato demonstrado pelo grande número de trabalhos submetidos, 946. Destes, 745 foram
aprovados para publicação nos anais e 45 para apresentação oral. Ainda no que se refere aos
números desse congresso, ele contou com 1.513 participantes inscritos, de todos os estados
brasileiros (Abrasco, 2010c).
Outra inovação desse evento foi a realização, no período pré-congresso, de uma
pesquisa com os programas de pós-graduação em saúde coletiva, no intuito de coletar dados
para subsidiar a realização de duas oficinas: “Desenvolvimento científico da área” e “Plano
diretor de desenvolvimento da área”. As oficinas objetivavam “permitir uma visão atualizada
de como estão, o que fazem e o que propõem os programas de pós-graduação, em termos de
ensino e pesquisa na área” (Abrasco, 2010b: 8).
Ainda no campo das inovações, o 1º Congresso Brasileiro de Política, Planejamento
e Gestão em Saúde foi palco para a realização de uma reunião ampliada da Diretoria da
Abrasco com representantes de GTs, comissões e fóruns, embrião dos minicongressos que
seriam realizados a partir do evento seguinte. Nela foram apresentados os resultados de uma
pesquisa que mapeou as estruturas e agendas dos GTs da associação. O debate que se seguiu
versou sobre questões como:
a identidade da Associação e dos seus grupos, os caminhos para interação/integração desses
coletivos em suas diferentes frentes e representações, seus critérios de participação e renovação,
o planejamento e financiamento de atividades, a realização e compartilhamento de eventos,
as representações externas, entre outros. Com a sistematização das propostas apresentadas foi
organizada a “Agenda de Transformação da Abrasco”, uma série de encaminhamentos para a
reforma orgânica e política da Associação. (Abrasco, 2010d: 19)
Essa agenda seria tema de um minicongresso a ser realizado com os integrantes dos GTs,
comissões e fóruns da associação no 5º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas
em Saúde, em 2011, com o objetivo de repensar a estrutura, a dinâmica de funcionamento,
organicidade e perspectivas da instituição.
Foi também nesse congresso que a associação deu um importante passo em relação aos
cursos de graduação em saúde coletiva e criou, à semelhança do já existente e consolidado
Fórum de Coordenadores de Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, o Fórum
de Coordenadores dos Cursos de Graduação em Saúde Coletiva. Na fala de alguns dos
Congressos da Abrasco
integrantes no momento de sua criação, já despontavam propostas de profundas mudanças
na dinâmica da associação – de estatuto e de nome –, as quais iriam se concretizar nos
próximos congressos.
Na plenária de encerramento, foram feitos o anúncio da realização do 1º Encontro
Nacional dos Estudantes de Saúde Coletiva (Enesc), em 2011, e a leitura de carta aberta à
plenária, elaborada pelos estudantes.
Ainda no encerramento, houve a aprovação da Carta de Salvador: uma agenda estratégica
para a saúde no Brasil 2011, a qual, mesmo reconhecendo os avanços do SUS nos últimos anos, 131
identificava também limitações presentes no momento. Limitações essas importantes para
a efetivação dos princípios e das diretrizes do sistema: as bases de financiamento das ações
e dos serviços públicos de saúde estreitas e iníquas; a relação público-privado na saúde; a
necessidade de consolidação de uma política de pessoal; os problemas de gestão e organização
do sistema e dos estabelecimentos de saúde; o modelo de atenção à saúde do SUS ainda
dominado pelas práticas individualistas, biologicistas, curativistas e hospitalocêntricas; a
relativa desmobilização da sociedade civil brasileira, em particular dos seus setores populares
(Abrasco, 2010e).
A Carta de Salvador serviu de base para a elaboração, em parceria com diversas
entidades, do documento “Agenda Estratégica para a Saúde”, o qual foi entregue à então
recém-eleita presidente Dilma Roussef.
pública (...); 2) Sessões de discussão sobre os principais temas envolvendo política, planejamento
e gestão em saúde; 3) Elaboração de uma agenda propositiva como documento-síntese do
Congresso a ser apreciado pela plenária final. (Abrasco, 2013c)
Congressos da Abrasco
(Abrasco, 2013e).
Considerações Finais
Mais uma vez o relato dos congressos da Abrasco nos dá a dimensão e o poder de
penetração da associação não só no mundo acadêmico, mas também nas mais diversas esferas
da sociedade. Constata-se que sua capacidade de mobilização e convocação se mantém
de forma crescente em seus 35 anos de existência. Verifica-se também a consolidação do 133
movimento de internacionalização dos eventos iniciado em 2006.
O estudo dos congressos demonstra que esses eventos mantiveram e ampliaram tanto
seu papel de fóruns de divulgação científica, difusão de conhecimentos e apresentação de
experiências como também de espaços para tomadas de posição, reivindicações e mudanças
na própria dinâmica da associação.
Longe de se constituírem em eventos engessados, ao longo de sua trajetória, os
congressos deram espaço para a introdução de inovações importantes em sua organização,
metodologia de preparação, formas e espaços para a apresentação dos trabalhos, enfoques,
participantes, público-alvo e escolha de temas e pautas a serem abordados. Inovação presente
no que se refere à ampliação dos congressos por áreas específicas, com a entrada definitiva
da área de política, planejamento e gestão em saúde na agenda da associação, e também nas
escolhas dos temas norteadores de cada evento, na abordagem de novas e contemporâneas
questões, reflexo do movimento de complexificação do campo e ampliação das discussões.
Apenas a título de exemplo, citam-se aqui alguns deles: “Saúde coletiva em mundo
globalizado: rompendo barreiras sociais, econômicas e políticas”;“Saúde é desenvolvimento:
ciência para a cidadania”; “Epidemiologia na construção da saúde para todos: métodos para
um mundo em transformação”; “Equidade, ética e direito à saúde: desafios à saúde coletiva
na mundialização”; “Caminhos e descaminhos da política de saúde brasileira”.
Na trajetória dos congressos, houve espaço também para inovações no que tange
ao próprio relacionamento da entidade com seus associados, as quais possibilitaram maior
proximidade e participação deles na vida e na dinâmica da associação.
Assim, a Abrasco passa a promover, em seus eventos, minicongressos, os quais, como se
disse, se firmaram constituindo-se em“espaços internos da associação que estão contribuindo para
estimular e ampliar os debates e reflexões sobre a estruturação da Abrasco”(Abrasco, 2012a: 13).
SAÚDE COLETIVA: a Abrasco em 35 anos de história
Referências
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