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No Direito Processual Penal, todas as provas colhidas na

investigação ou no inquérito policial estão aptas para formar uma


opinião ou até mesmo a convicção do juiz acerca do homicídio
praticado, mesmo sem a existência do corpo, sendo ele baseado
apenas em circunstâncias e evidências[5].

As provas são hierarquicamente iguais, não havendo distinção


de superioridade ou tipologia entre elas. Devido a este fator, as provas
tornam-se mais eficazes dentro de um curto espaço de tempo para a
comprovação do delito.

Quando não se pode fazer a perícia criminal no corpo, pois este


não há, vale-se da prova testemunhal para atestar a materialidade
delitiva, conforme disposto no art. 167 do Código de Processo Penal. O
CPP não se pode valer da confissão do suspeito, pois, de acordo com
a Carta Magna, ninguém pode produzir prova contra si mesmo[6]. Na
impossibilidade da materialidade do corpo, a prova testemunhal supre
a omissão

BRANDÃO, Fabiana Mendes Caldeira. A importância da perícia criminal para a comprovação da


materialidade no crime de homicídio. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 29 mar. 2016. Disponivel em:
<http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.55514&seo=1>.acesso em 10/02/2019 as 07:53

3.7 Perícia

De acordo com a conceituação de Fernando Capez[8], o


conceito de perícia é definido com base nas razões a seguir
transcritas: “O termo ‘perícia’, originário do latim peritia(habilidade
especial), é um meio de prova que consiste em um exame elaborado
por pessoa, em regra profissional, dotada de formação e
conhecimentos técnicos específicos, acerca de fatos necessários ao
deslinde da causa. Trata-se de um juízo de valoração científica,
artística, contábil avaliatório ou técnico, exercido por especialista, com
o propósito de prestar auxílio ao magistrado em questões fora de sua
área de conhecimento profissional”.
A legislação vigente do país discorre através de seus códigos e
artigos acerca da importância da pericia médico-legal realizada pelos
profissionais capacitados, como sendo um meio de prova indispensável
e extremamente útil para a imposição da sentença acerca do delito
cometido, submetido ao Poder Judiciário incumbido da função de
solucionar o autor do fato, baseado nos dispositivos legais descritos: a)
Código de Processo Penal – arts. 158 a 170, Capítulo 2 (Do Exame de
Corpo de Delito e das Perícias em Geral); b) Código de Processo Civil
– art.s 145 a 147 (Do Perito) e 420 a 439. c) CLT – art. 827; d) Lei n.
9.099, de 26.09.1.995 – art. 77, § 1º.

CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 13ª ed., Editora


Saraiva, 2010z
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 2010, p. 316

Investigação Criminal de Homicídios –Secretaria Nacional de Segurança Pública – Autores:


Isabel Seixas de Figueiredo José Francisco da Silva Ano 2014- Disponível em:
https://www.justica.gov.br/central-de-conteudo/seguranca-publica/livros/ctr_homicidios_final-
com-isbn.pdf acesso em 10/02/2019

No Brasil, a investigação criminal realizada pelas agências policiais é


normatizada pelo Código de Processo Penal (CPP) e ganha materialidade
dentro do instrumento do inquérito policial. Dentro do CPP, quatro artigos
sintetizam os procedimentos a ser adotados pela polícia para proceder à
investigação de crimes. São eles: Art. 6º Logo que tiver conhecimento da
prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local,
providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas,
até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem
relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as
provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV -
ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável,
do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo
termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; VI -
proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII -
determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de
antecedentes; 3.2. A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DE HOMICÍDIOS: UM
MODELO TEÓRICO-IDEAL 36 IX - averiguar a vida pregressa do indiciado,
sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua
atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e
caráter. Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada
de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem
pública. Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo
II do Título IX deste Livro. Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só
processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade

CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941


Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato infração penal;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28,
todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690,
de 2008)
VII – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

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